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ECONOMIA DA EMPRESA

CADERNO DE EXERCÍCIOS

2023-2024
Católica Porto Business School Economia da Empresa

Este caderno contém um conjunto de exercícios e questões para discussão que se destinam a
utilização nos workshops e ao estudo pessoal dos alunos. O primeiro exercício de cada capítulo será
normalmente discutido nas lectures.

Como se explica mais detalhadamente no documento com as regras de avaliação da disciplina,


disponível no BlackBoard, os alunos podem melhorar a sua nota se se oferecerem para apresentar
alguns destes exercícios ou questões no workshop em que participam. Concretamente, por cada
exercício ou questão que se ofereçam para apresentar, recebem um valor. Para esse efeito, os alunos
devem ter atenção a lista de exercícios e questões apresentada no início de cada capítulo deste
caderno: os exercícios e questões que cada aluno pode apresentar dependem da turma a que pertence.

Muitos dos exercícios e questões constantes do caderno são da autoria da equipa docente. Alguns são
de exames de anos anteriores. Outros são retirados de diversos livros que os alunos podem ter
interesse em consultar. Aqui se apresentam as respetivas referências bibliográficas:

• Barbot, Cristina e Alberto Castro, 2ª ed., Microeconomia, McGraw-Hill


• Baye, Michael R., 2006, Managerial Economics and Business Strategy, 5ª ed., McGraw-Hill
• Cabral, Luís, 2000, Introduction to Industrial Organization, MIT Press
• Kreps, David M., 2004, Microeconomics for Managers, Norton
• Mata, José, 2009, Economia da Empresa, 5ª ed., Fundação Calouste Gulbenkian
• Pindyck, Robert S. e Daniel L. Rubinfeld, 2001, Microeconomics, 5ª ed., Pearson Education
• Schotter, Andrew, 2001, Microeconomics: A Modern Approach, Addison Wesley Longman

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CAPÍTULO 1 – CONCORRÊNCIA PERFEITA


Workshops 2, 6, 8(DL1), 9(DL2) e 10 (quinta-feira): exercícios I e III;

Workshops 3, 4, 5 e 7 (sexta-feira): exercícios II e IV.

EXERCÍCIOS

EXEMPLO (MATA 6.1)

Numa determinada indústria há 100 empresas iguais, cada uma com 𝐶𝑀𝑔 = 10 + 𝑞 e 𝐶𝐹 = 1.000.
A curva da procura é dada por 𝑄 𝐷 = 11.000 − 100𝑃.

a. Se o preço praticado no mercado for 50, que quantidade venderá cada empresa?
A empresa pretende maximizar 𝐿𝑇 = 𝑃 × 𝑞 − 𝐶𝑇(𝑞). A condição de primeira ordem é
𝜕𝐿𝑇 𝜕𝐶𝑇(𝑞)
=0⇔𝑃− = 0 ⇔ 𝑃 = 𝐶𝑀𝑔
𝜕𝑞 𝜕𝑞
50 = 10 + 𝑞 ⇔ 𝑞 = 40
A condição de segunda ordem é
𝜕 2 𝐿𝑇 𝜕 2 𝑝 𝜕 2 𝐶𝑇 𝜕𝐶𝑀𝑔
2
< 0 ⇔ 2
− 2
<0⇔ >0
𝜕𝑞 𝜕𝑞 𝜕𝑞 𝜕𝑞
𝜕𝐶𝑀𝑔
=1>0
𝜕𝑞
Portanto, a empresa venderá 40 unidades.
b. Determine a curva da oferta de cada empresa e a curva da oferta da indústria.
Cada empresa determina quanto vender de forma a maximizar o lucro. Portanto, a curva da oferta
resulta das duas condições enunciadas na alínea anterior. Como a segunda condição se verifica
sempre, basta assegurar o cumprimento da primeira:
𝑃 = 𝐶𝑀𝑔 ⇔ P = 10 + 𝑞 ⇔ 𝑞 𝑠 = 𝑃 − 10
Em período curto, há ainda que assegurar que a empresa não prefere parar a produção, ou seja, que
1
𝑝 ≥ 𝐶𝑉𝑀𝑑𝑚𝑖𝑛 . Integrando o custo marginal, verificamos que 𝐶𝑉𝑇 = 10𝑞 + 2 𝑞 2 e, portanto, que
1
𝐶𝑉𝑀𝑑 = 10 + 2 𝑞. Para valores economicamente relevantes da quantidade (maiores ou iguais a
zero), esta função tem um mínimo de 10. Portanto, a empresa não vende a preços inferiores.
Como há 100 empresas iguais
QS = 100 × qs = 100p − 10000 se P ≥ 10
{
QS = 0 se P < 10
c. Determine o preço e a quantidade de equilíbrio. Determine o lucro obtido por cada empresa.
Em equilíbrio,
𝑄 𝐷 = 𝑄 𝑆 ⇔ 11000 − 100𝑃 = 100𝑃 − 1000 ⇔ 𝑃 = 60 ⇒ 𝑄 = 5000
Como são 100 empresas,
5000 1
𝑞= = 50 ⇒ 𝐿𝑇 = 60 × 50 − (1000 + 10 × 50 + × 502 ) = 250
100 2

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d. Será de esperar a manutenção do atual número de empresas no mercado?


Não. A existência de lucro positivo iria atrair mais empresas para o mercado.
e. No equilíbrio de longo prazo desta indústria, que preço será praticado?
Em equilíbrio de longo prazo, 𝑃 = 𝐶𝑀𝑑𝑚𝑖𝑛 .
1 2
𝐶𝑇 1000 + 10𝑞 + 2 𝑞 1000 1
𝐶𝑀𝑑 = = = + 10 + 𝑞
𝑞 𝑞 𝑞 2
Para encontrar o mínimo,
𝜕𝐶𝑀𝑑
= 0 ⇔ 𝑞 ≈ 44.7 ⇒ 𝐶𝑀𝑑𝑚𝑖𝑛 ≈ 54.7 = 𝑝
𝜕𝑞
𝜕2 𝐶𝑀𝑑
E > 0.
𝜕𝑞2

f. Nesse equilíbrio, quantas empresas existirão?


𝑞 𝑠 = 44.7 5527.9
P = 54.7 ⇒ | 𝐷 ⇒𝑛= ≈ 123.6
𝑄 = 5527.9 44.7

I.

Considere um mercado de concorrência perfeita. Neste mercado atuam várias empresas com custos
idênticos de produção, sendo a procura inversa de mercado, os custos fixos (CF) e os custos variáveis
de produção (CVT), dadas pelas seguintes expressões:

P = 320 − 2,5𝑄𝐷

𝐶𝐹 = 270

𝐶𝑉𝑇 = 30𝑞2 + 5𝑞

a. Determine analiticamente a curva da oferta de cada empresa no curto-prazo.


b. Sabendo que existem 24 empresas neste mercado, determine o equilíbrio de mercado de curto-
prazo (𝑃, 𝑄, 𝑞, 𝜋) e represente-o graficamente.
c. Calcule o equilíbrio de longo-prazo do mercado (𝑝, 𝑄, 𝑛) e represente-o no gráfico da alínea
anterior.
d. Considere que neste mercado houve um aumento do preço dos fatores produtivos devido ao
aumento da procura dos mesmos com a expansão da quantidade produzida. Este aumento da
quantidade produzida da indústria levou a uma deslocação para cima das curvas de custo, o que
indicou um aumento no custo de produzir cada nível de quantidade. Com base nesta informação
o que podemos concluir em relação ao declive da curva da oferta de longo-prazo? Justifique a
sua resposta.

II.

Num mercado de concorrência perfeita, 120 empresas concorrem na venda de pranchas de


snowboard (𝑞). Todas as empresas têm os mesmos custos de produção, sendo o custo total de cada
uma dado por 𝐶(𝑞) = 150 + 3𝑞 + 6𝑞 2 . A curva da procura de mercado por pranchas de
snowboard é 𝑃 = 195 − 0,1𝑄, onde 𝑄 é a quantidade procurada e 𝑃 o preço de mercado.

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a. Determine o equilíbrio de curto prazo de cada empresa (𝑃, 𝑞, 𝑄, 𝜋). Represente graficamente o
equilíbrio de curto prazo do mercado e de cada empresa.
Suponha que, ceteris paribus, a curva da procura deste mercado por pranchas de snowboard passou a
ser representada pela função 𝑃 = 175 − 0,1𝑄.

b. Calcule o impacto desta alteração da procura no equilíbrio de curto-prazo. Utilizando o gráfico


da questão anterior, explique (por palavras e graficamente) o impacto desta alteração no equilíbrio
de curto-prazo.
c. Calcule o equilíbrio de longo prazo do mercado (𝑝, 𝑄, 𝑛, 𝜋) e represente-o no gráfico desenhado
na questão anterior.
d. Suponha que o governo lança um imposto de 17 u.m. por cada unidade vendida. Determine a
nova situação de equilíbrio de longo-prazo.

III.

Considere um mercado de concorrência perfeita em que operam 100 empresas. Cada empresa
1
suporta custos fixos de 142,5 e custos variáveis de 5𝑞 + 2 𝑞 2 . A procura de mercado é dada por
𝑄 𝐷 = 2500 − 50𝑃.
a. Determine o equilíbrio de curto prazo de cada empresa (𝑝, 𝑞, 𝜋). Será que as empresas devem
continuar a produzir no curto-prazo? Justifique.
b. Calcule o equilíbrio de longo prazo do mercado (𝑝, 𝑄, 𝑛). Comente o processo de ajustamento
do mercado.

IV.

Num determinado mercado de concorrência perfeita existem 100 empresas. Cada empresa tem uma
curva de custo total dada por 𝐶𝑇 = 400 + 50𝑞 + 𝑞 2 . A procura de mercado é dada por 𝑄 =
3800 − 40𝑃.
a. Determine o preço e a quantidade de equilíbrio no mercado. Será que as empresas devem
continuar a produzir no curto-prazo? Justifique.
b. No longo prazo, qual será o preço de equilíbrio no mercado? Comente o processo de ajustamento
do mercado.

V.

No país A, diversas empresas idênticas concorrem na venda de um bem homogéneo Y, numa


estrutura de mercado de concorrência perfeita, tendo cada uma delas a seguinte curva de custo total:
𝐶𝑇 = 400 + 70𝑞 + 𝑞 2 . A curva da procura é dada por: 𝑄 𝐷 = 53000 − 300𝑃.
a. Sabendo que esta indústria se encontra em equilíbrio de longo prazo, determine o preço de
mercado e a quantidade do bem Y que cada empresa está a produzir.
b. Por quantas empresas é composta esta indústria?
c. Determine a curva da oferta agregada desta indústria.
d. Represente graficamente o equilíbrio da indústria e de cada empresa (Não se esqueça de legendar
devidamente os seus gráficos).

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VI.

Num determinado mercado, que é de concorrência perfeita, cada empresa tem uma curva de custo
total dada por 𝐶𝑇 = 400 + 70𝑞 + 𝑞 2. A curva da procura é 𝑄 = 53.000 − 300𝑃.
a. Determine a curva da oferta de cada empresa.
b. Suponha que o preço de mercado é 110. Quanto venderá cada empresa? Esta indústria estará em
equilíbrio de longo prazo?
c. Que quantidade venderá o conjunto da indústria? Quantas empresas há nesta indústria?
d. Suponha que o governo lançava um imposto de 30 por unidade vendida. Recorrendo a um
gráfico, explique como se chegaria ao novo equilíbrio da indústria.

VII.

Num determinado mercado, que é de concorrência perfeita, existem 100 empresas. Cada empresa
tem uma curva de custo total dada por 𝐶𝑇 = 100𝑞 + 5𝑞 2.
a. Determine a curva da oferta de cada empresa.
b. Comente a seguinte afirmação: “Em concorrência perfeita, a curva de oferta de uma empresa
corresponde à sua curva de custo marginal.”
c. Suponha que a curva da procura de mercado é 𝑄 = 4000 − 10𝑃 . Determine o preço de
mercado e o lucro de cada uma das empresas.
d. Calcule a elasticidade preço da procura no ponto de equilíbrio.

VIII.

Considere que o mercado da produção vinícola na região do Douro apresenta uma estrutura de
mercado de concorrência perfeita. A curva de custos totais e a curva da procura são dadas,
respetivamente, pelas seguintes expressões:
𝐶𝑇 = 5𝑞2 + 20𝑞 + 45
𝑄 𝐷 = 12.000 − 150𝑃
a. Supondo que nesta indústria existem 500 empresas, determine o equilíbrio de mercado de curto
prazo. Determine ainda a quantidade que cada empresa irá produzir bem como o seu respetivo
lucro. Comente o resultado obtido, designadamente quanto à perspetiva de evolução do número
de empresas.
b. Focando-se no longo prazo, determine o preço de equilíbrio e o número de empresas a atuar no
mercado.
c. Represente graficamente a curva da oferta de cada empresa e o equilíbrio da indústria no curto
(alínea a.) e longo prazo (alínea b.).

IX.

Considere que o mercado das bicicletas apresenta uma estrutura de mercado de concorrência perfeita.
A curva de custos totais e a curva da procura são dadas, respetivamente, pelas seguintes expressões:
𝐶𝑇 = 2𝑞 2 + 4𝑞 + 50
𝑄 𝐷 = 32 − 0,5𝑃

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a. Suponha que neste mercado existem 8 empresas. Deduza a curva da oferta direta de cada empresa
no curto prazo e determine o equilíbrio de mercado de curto prazo (𝑝, 𝑄, 𝑛, 𝜋).
b. Represente graficamente o equilíbrio de curto prazo do mercado e de cada empresa, assim como
o lucro de cada empresa. O que podemos esperar em relação à evolução do número de empresas
neste mercado? Justifique cuidadosamente.
c. Calcule o equilíbrio de longo prazo do mercado (𝑝, 𝑄, 𝑛, 𝜋) e represente-o no gráfico desenhado
em b).

X.

Atente um mercado perfeitamente concorrencial em que operam 50 empresas, cada uma


enfrentando a seguinte curva de custos totais e procura de mercado:
1
𝐶𝑇 = 𝑞 2 + 3𝑞 + 625
4
𝑄𝐷 = 3600 − 50𝑃
a. Determine o equilíbrio de curto prazo de cada empresa (𝑝, 𝑞, 𝜋). Será que as empresas devem
continuar a produzir no curto-prazo?
b. Calcule o equilíbrio de longo prazo do mercado (𝑝, 𝑄, 𝑛).
c. O governo quer atribuir um subsídio por unidade produzida a cada empresa, de tal forma que o
número de empresas se situe em 50 no longo prazo. Calcule o valor do subsídio que permite
cumprir este objetivo.

XI.

Num mercado de concorrência perfeita, atuam várias empresas com custos idênticos de produção,
sendo a procura, os custos fixos (CF) e os custos variáveis de produção (CVT), dadas pelas seguintes
expressões:
𝑄 𝐷 = 7200 − 200𝑃
𝐶𝐹 = 25
𝐶𝑉𝑇 = 𝑞 2 + 6𝑞
a. Determine analiticamente a curva da oferta de cada empresa no curto prazo.
b. Sabendo que existem 800 empresas neste mercado, determine a situação de equilíbrio da
indústria. Determine a quantidade que cada uma irá produzir, assim como o seu lucro.
Suponha que, em resultado de um aumento do rendimento dos consumidores, ceteris paribus, a curva
da procura desta indústria passou a ser representada pela função 𝑄 𝐷 = 9600 − 200𝑃.
c. Qual o impacto deste facto sobre o lucro das empresas no curto prazo?
d. Através de um gráfico devidamente legendado, represente graficamente o equilíbrio de curto
prazo do mercado e de cada empresa, assim como o lucro do produtor.
e. Utilizando o gráfico da alínea anterior, represente os ajustamentos que são de esperar no longo
prazo. Caracterize o novo equilíbrio de longo prazo, quanto ao preço praticado, à quantidade
produzida por cada empresa, ao lucro por si obtida bem como ao número de empresas.

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XII.

Considere uma empresa produtora de um bem X que se encontra inserida num mercado de
1
concorrência perfeita com a seguinte função de custo total: 𝐶𝑇 = 2 𝑞 2 + 6𝑞 + 200
a. Determine analiticamente a curva da oferta da empresa no curto prazo. Qual o preço mínimo
que deverá vigorar no mercado de forma a induzir o empresário a produzir no curto prazo? A
este preço, qual o lucro do produtor?
b. Sabendo que existem 200 empresas idênticas que produzem o bem X e que a curva da procura
de mercado é dada por 𝑄 𝐷 = 4800 − 100𝑃, determine o equilíbrio de curto prazo, tanto ao
nível da empresa como da indústria.
c. Represente graficamente o equilíbrio da indústria e de cada empresa.
d. Será que esta empresa deverá continuar a produzir no curto-prazo? Justifique a sua resposta.
e. Suponha que o governo deste país, perante as dificuldades vividas por esta indústria, decide
atribuir um subsídio monetário por unidade de produto transacionada. Quantifique o montante
do subsídio que deverá ser atribuído pelo governo para que o número de empresas desta indústria
se mantenha constante.

XIII.

Num mercado de concorrência perfeita, 100 empresas concorrem na venda do bem X. Todas as
empresas têm os mesmos custos de produção, sendo o custo total dado por 𝐶𝑇 = 100 + 𝑞 2 . A curva
da procura de mercado é 𝑄 = 1200 − 10𝑝.
a. Calcule quantas unidades do bem X vão ser vendidas no mercado e o lucro de cada empresa.
b. Represente graficamente o equilíbrio da indústria e de cada empresa. (Não se esqueça de legendar
devidamente os seus gráficos)
c. Suponha que, para estimular a oferta deste mercado, o Governo está a considerar atribuir um
subsídio em valor de 100 unidades monetárias a cada uma das empresas que compõe a indústria
do bem X, qualquer que seja a quantidade que produza. No curto prazo, será que esta medida
terá os efeitos pretendidos?
d. Utilizando os gráficos da resposta à alínea b), identifique graficamente o novo equilíbrio de longo
prazo, assim como o lucro do produtor, após a atribuição do subsídio.

XIV. (BAYE 8.2)

Uma empresa atua num mercado de concorrência perfeita onde as restantes empresas cobram 80€
por cada unidade do produto. A curva de custo total da empresa é dada por 𝐶𝑇 = 40 + 8𝑞 + 2𝑞 2.
a. No curto prazo, quanto deve a empresa produzir?
b. Que preço deve a empresa praticar?
c. Que lucro obterá?
d. A longo prazo, que ajustamentos são de prever?

XV. (KREPS 11.6)

Em certa indústria perfeitamente concorrencial, cada empresa tem uma curva de custo total dada por
1
𝐶𝑇 = 10000000 + 2𝑞 + 100000 𝑞 2. A procura é dada por 𝑄 = 500000(42 − 𝑃).

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a. Se a indústria for composta por 5 empresas, não havendo a possibilidade de entrada ou saída,
qual será o equilíbrio?
b. Se não existirem obstáculos a entrada ou saída desta indústria, qual será o equilíbrio?

XVI.

Uma indústria em regime de concorrência perfeita é composta por 100 empresas com a mesma
estrutura de custos de produção, dada pela seguinte função custo total
𝐶𝑇 = 10 + 3𝑞 + 0,1𝑞2
Contudo, 50 dessas empresas localizadas no interior recebem, por esse facto, um subsídio
governamental de 2 u.m. por unidade vendida.
a. Sabendo que o preço de equilíbrio no mercado do bem produzido por esta indústria é de 10 u.m.,
determine a quantidade transacionada no mercado.
b. Determine a expressão analítica da função oferta desta indústria (sugestão: atenção ao subsídio).

XVII.

Uma indústria perfeitamente competitiva encontra-se em equilíbrio de longo prazo, sendo a função
custo de período curto de uma empresa tipo dessa indústria dada pela seguinte expressão:
𝐶𝑇 = 45 + 44𝑞 + 0,2𝑞 2
A curva de procura de mercado é dada por:
𝑄 = (15)(134 − 𝑃)
a. Determine a situação de equilíbrio (q, Q e n)
b. Analise os efeitos sobre a situação de equilíbrio decorrentes de:
1. um aumento do preço dos fatores fixos para o dobro;
2. um aumento dos custos dos fatores variáveis conducentes a:
𝐶𝑇 = 45 + 54𝑞 + 0,45𝑞2
c. Suponha que o governo lança um imposto de 30 u.m. por cada unidade vendida. Determine a
nova situação de equilíbrio de longo-prazo. Tome como situação inicial a que consta em a).

XVIII.

Uma indústria perfeitamente concorrencial está em equilíbrio de longo prazo. A curva da procura é
dada por 𝑄 𝐷 = 140 − 2𝑝. Cada uma das empresas existentes na indústria tem uma curva de custo
total dada por 𝐶𝑇 = 𝑞 2 + 10𝑞 + 25.

a. Quantas empresas existem nesta indústria? Qual é a quantidade transacionada e qual o preço
praticado?
b. O governo decidiu lançar um imposto de 12 unidades monetárias por unidade vendida a pagar
pelas empresas desta indústria. No curto prazo, qual será o impacto deste imposto sobre o preço
praticado, a quantidade transacionada e o lucro obtido por cada empresa? Quanto é que o
governo cobrará de imposto?
c. Sem fazer cálculos, descreva as alterações que são de prever nesta indústria até se chegar ao novo
equilíbrio de longo prazo. No novo equilíbrio de longo prazo, qual será o preço praticado no
mercado?

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d. Suponha agora que esta indústria passava a ser um monopólio e que a curva de custo marginal
do monopolista era idêntica à curva da oferta da indústria perfeitamente concorrencial (apenas
com a substituição da variável 𝑝 pela variável 𝐶𝑀𝑔). Qual seria o novo preço de equilíbrio? E
qual o impacto no imposto cobrado pelo governo?

XIX.

Suponha um mercado perfeitamente concorrencial em equilíbrio de longo prazo. Nesse mercado


𝑞2
atuam N empresas idênticas, cada uma com custo total de longo prazo dado por 𝐶𝑇(𝑞) = 100 − 𝑞 +
100. A procura de mercado é dada por 𝑄𝐷 = 2 500 000 − 500 000𝑝.

a. Caraterize este equilíbrio quanto ao número de empresas existentes, à quantidade vendida por
cada uma delas, à quantidade total transacionada e ao preço praticado.
b. Admita que a curva da procura por este produto se altera para 𝑄𝐷 = 5 500 000 − 500 000𝑝.
Determine o novo equilíbrio de curto prazo, ao nível da empresa e do mercado.
c. Explique (sem fazer cálculos) que alterações serão de esperar até que se chegue a um novo
equilíbrio de concorrência perfeita. Justifique em face dos pressupostos do modelo de
concorrência perfeita.

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

I.

Há alguns anos, quando as minhas filhas eram pequenas, o Chiquiparque surgiu como uma grande
novidade na oferta de entretenimento infantil. No Chiquiparque, as crianças podiam saltar em
colchões elásticos, mergulhar em piscinas de bolas, escorregar em longos escorregões, etc. Durante
algum tempo, o Chiquiparque foi o único estabelecimento deste tipo na zona do Grande Porto: nessa
altura, estava sempre cheio. Depois, foram surgindo outros estabelecimentos semelhantes e a clientela
do Chiquiparque foi diminuindo. Hoje em dia, há muitos estabelecimentos do género e o
Chiquiparque já desapareceu.

Interprete estes acontecimentos à luz do modelo de concorrência perfeita.

II.

Há alguns anos, o mercado de computadores pessoais de secretária (desktop) era dominado por um
número limitado de empresas de grande dimensão e muito conhecidas: IBM, Compaq, HP, etc. O
fabrico destes computadores era visto como um grande negócio e o facto de não haver fabricantes
de computadores em Portugal era até apontado como um exemplo de como a nossa indústria era
atrasada.

Nos últimos anos, verificou-se uma transformação radical neste mercado. Das grandes empresas, a
única que ainda vende computadores pessoais é a HP (que, entretanto, comprou a Compaq). A IBM
vendeu este negócio aos chineses da Lenovo. Hoje em dia, quem quer comprar um computador
pessoal encontra marcas antes desconhecidas, como Tsunami (uma marca portuguesa), e muitas
“marcas brancas”. O mais frequente hoje em dia, aliás, é o cliente dizer que características pretende
do computador e a loja montar um equipamento “à medida”.

Em que medida é que o modelo de concorrência perfeita ajuda a interpretar estes acontecimentos?

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III.

O negócio da prostituição funciona em Portugal de forma clandestina: as (e os) prostitutas não


declaram os seus rendimentos e não pagam os correspondentes impostos. Suponha que as
autoridades conseguiam passar a cobrar impostos sobre esta atividade. Quais serão os previsíveis
efeitos da sua iniciativa no mercado da prostituição, a curto e a longo prazo?

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CAPÍTULO 2 – MONOPÓLIO

Workshops 2, 6, 8(DL1), 9(DL2) e 10 (quinta-feira): exercícios I e III;

Workshops 3, 4, 5 e 7 (sexta-feira): exercícios II e IV.

EXERCÍCIOS

EXEMPLO (MATA 7.1)

Considere a curva da procura de um mercado monopolizado 𝑄 𝐷 = 1000 − 10𝑃. A curva de Custo


Total do monopolista é 𝐶𝑇 = 1000 + 20𝑄 + 0.25𝑄 2.

Determine o preço e quantidade de equilíbrio. Represente graficamente o equilíbrio.

A empresa pretende maximizar 𝐿𝑇 = 𝑅𝑇(𝑄) − 𝐶𝑇(𝑄). A condição de primeira ordem é


𝜕𝐿𝑇(𝑄) 𝜕𝑅𝑇(𝑄) 𝜕𝐶𝑇(𝑄)
=0⇔ − = 0 ⇔ 𝑅𝑀𝑔 = 𝐶𝑀𝑔
𝜕𝑄 𝜕𝑄 𝜕𝑄
𝜕𝐶𝑇(𝑄) 1
𝐶𝑀𝑔 = = 20 + 𝑄
𝜕𝑄 2
1
𝑄 𝐷 = 1000 − 10𝑃 ⇔ 𝑃 = 100 − 𝑄
10
1 1
𝑅𝑇(𝑄) = 𝑃(𝑄) × 𝑄 = (100 − 𝑄) × 𝑄 = 100𝑄 − 𝑄 2
10 10
𝜕𝑅𝑇(𝑄) 2
𝑅𝑀𝑔 = = 100 − 𝑄
𝜕𝑄 10
2 1
𝑅𝑀𝑔 = 𝐶𝑀𝑔 ⇔ 100 − 𝑄 = 20 + 𝑄 ⇔ 𝑄 ≈ 114.4
10 2
A condição de segunda ordem é
𝜕 2 𝐿𝑇 𝜕 2 𝑅𝑇 𝜕 2 𝐶𝑇 𝜕𝐶𝑀𝑔 𝜕𝑅𝑀𝑔
2
< 0 ⇔ 2
− 2
<0⇔ >
𝜕𝑄 𝜕𝑄 𝜕𝑄 𝜕𝑄 𝜕𝑄
1 2
Como 2 > − 10, esta condição cumpre-se. Portanto, a empresa maximiza o lucro quando vende 𝑄 ≈
1
114.4. Recorrendo à curva da procura, 𝑃 = 100 − 10 𝑄 ≈ 88.6.

€/Q
100 CMg
88.6
77.1

20 D

114.4 RMg 1000 Q

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I.

Considere um mercado monopolizado onde a curva da procura inversa deste mercado é representada
por 𝑃 = 100 − 𝑄.
a. Demonstre que, independentemente da estrutura de custos que o monopolista possa ter, a
quantidade que o mesmo irá oferecer no mercado, será sempre inferior a 50 unidades.
1
b. Considere que a função 𝐶𝑇 = 200 + 40𝑄 + 2 𝑄 2 representa o Custo Total de Produção deste
monopolista. Determine qual o lucro máximo que este monopolista pode obter. Represente
graficamente a situação de equilíbrio.
c. Calcule os Excedentes do Consumidor e do Produtor neste mercado e identifique-os no gráfico
representado na alínea anterior.
d. Quantifique e represente a perda de bem-estar social resultante do comportamento monopolista
desta empresa.
e. Suponha que o governo lança um imposto de 30 u.m. por cada unidade vendida. Qual o impacto
desta medida sobre o lucro do monopolista? Será que a empresa deve continuar a produzir?
f. Represente graficamente a nova situação de equilíbrio.

II. (BAYE 8.4)

A curva da procura em certo mercado monopolizado é 𝑃 = 200 − 2𝑄. A curva de custo total do
monopolista é 𝐶𝑇 = 3𝑄 2 + 2000.
a. Que combinação preço-quantidade maximiza o lucro da empresa?
b. Calcule o lucro máximo que pode ser obtido. Represente graficamente a situação de equilíbrio.
c. Para a combinação preço-quantidade que maximiza o lucro, a procura é elástica, inelástica ou tem
elasticidade unitária?
d. Que combinação preço-quantidade maximiza a receita da empresa?
e. Calcule a receita máxima que pode ser obtida.
f. Para a combinação preço-quantidade que maximiza a receita, a procura é elástica, inelástica ou
tem elasticidade unitária?

III.

Considere a curva da procura de um mercado monopolizado 𝑄 𝐷 = 55 − 5𝑃. A curva de Custo Total


do monopolista é 𝐶𝑇 = 1.25 + 9.5𝑄 − 0.2𝑄 2 + 0.02𝑄 3. Suponha que, devido a uma alteração dos
preços dos fatores, a empresa monopolista passou a enfrentar o seguinte custo total 𝐶𝑇 = 15 +
10𝑄 − 0.4𝑄 2 + 0.04𝑄 3.
a. Determine as situações de equilíbrio (antes e após alteração dos preços dos fatores) e represente-
as graficamente.
b. Será que a empresa deve continuar a produzir? Justifique adequadamente a sua resposta.

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IV.

Assuma que uma única empresa serve a totalidade do mercado com a seguinte procura 𝑄 𝐷 =
1
2500 − 50𝑃 e com recurso à seguinte tecnologia: 𝐶𝑇 = 2625 + 5𝑞 + 100 𝑞 2 .

a. Calcule o equilíbrio do monopolista (𝑝, 𝑞, 𝜋) e quantifique os excedentes do produtor e do


consumidor.
b. Suponha que os gestores desta empresa monopolista a geriam de forma a maximizar a receita
total, em vez de maximizarem o lucro. Quantifique o impacto deste comportamento sobre o
bem-estar de consumidores, monopolista e conjunto da sociedade em comparação com
concorrência perfeita.

V. (BARBOT & CASTRO 3.2.1)

Considere a curva da procura de um mercado monopolizado 𝑄 𝐷 = 55 − 5𝑃. A curva de Custo Total


do monopolista é 𝐶𝑇 = 1.25 + 9.5𝑄 − 0.2𝑄 2 + 0.02𝑄 3.
a. Determine o volume de produção de equilíbrio, o preço a que se vende cada unidade e o lucro
do monopolista.
b. Qual o valor assumido pela elasticidade preço da procura para a quantidade de equilíbrio?
c. Identifique graficamente o equilíbrio do monopolista, incluindo o excedente de consumidor,
excedente do produtor e perda de bem-estar.
d. Qual seria o preço e o volume de produção deste bem socialmente ótimos?

VI.
1
Um monopolista tem custos dados por 𝐶𝑇 = 4 𝑞 2 + 5𝑞 + 25. A curva da procura de mercado é
dada por 𝑃 = 40 − 1,5𝑄 𝐷 .
a. Determine a quantidade que o monopolista venderá e o preço que cobrará. Represente a situação
graficamente.
b. No equilíbrio anterior, determine o valor do excedente do produtor e do consumidor. Compare
esses valores com os que se verificariam se este mercado fosse de concorrência perfeita.
c. Determine o valor do custo marginal na situação de equilíbrio e compare-o com o preço. Porque
é que o monopolista não vende uma quantidade maior se o preço que os consumidores estão
dispostos a pagar é maior do que o custo de produzir uma unidade adicional?
d. Suponha que o monopolista tinha que pagar um imposto no montante de 100. Determine a
quantidade vendida e o preço cobrado pelo monopolista nestas novas circunstâncias.

VII.

Considere que o mercado dado por 𝑄 𝐷 = 10.000 − 80𝑃 é dominado por uma empresa
monopolista caracterizada pela estrutura de custos 𝐶𝑇 = 25𝑄 + 5.000.
a. Calcule o lucro do monopolista.
b. Determine o excedente do produtor, o excedente do consumidor e a perda de bem-estar.
Represente graficamente a situação, identificando cada elemento pedido.

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c. Calcule a elasticidade da procura no ponto em que o monopolista maximiza o lucro. Discuta o


resultado obtido à luz da seguinte afirmação: “o monopolista nunca se situa na parte inelástica
da curva da procura”.
d. Comente a seguinte afirmação: “Alguns monopólios podem ser bons para a sociedade”.

VIII.

Considere que a curva da procura inversa num determinado mercado é 𝑃 = 600 − 3𝑄. Neste
mercado existe apenas uma empresa com a seguinte curva de custo total 𝐶𝑇 = 400 + 180𝑄.
a. Represente graficamente e quantifique: (i) o excedente do consumidor, (ii) o excedente do
produtor e (iii) a perda de bem-estar (por comparação com a concorrência perfeita) no equilíbrio
maximizador do lucro.
b. Calcule a elasticidade da procura para o equilíbrio maximizador do lucro.

IX.

Considere um mercado monopolizado onde a curva da procura do produto é representada por:


𝑄 𝐷 = 50 − 0,25𝑃
Sendo os custos marginais do monopolista constantes e iguais a 40 u.m.
a. Qual o volume de produção e o preço do bem que maximizam o lucro do monopolista?
b. Qual seria o preço e o volume de produção deste bem socialmente ótimos?
c. Represente e quantifique a perda social resultante do comportamento monopolista desta
empresa.

X. (SCHOTTER 9.3)

Suponha que gere uma ponte onde se cobram portagens e que não tem quaisquer custos de
funcionamento. A procura por atravessamentos da ponte é 𝑃 = 12 − 2𝑄.
a. Represente graficamente a procura por atravessamentos.
b. Qual é o preço socialmente ótimo para o atravessamento da ponte? Quantas pessoas atravessarão
a esse preço?
c. Se tiver um monopólio neste negócio, que preço cobrará?
d. Qual é a elasticidade preço da procura ao preço de monopólio?

XI.

Suponha que num determinado mercado, apenas atua uma empresa que não tem quaisquer custos
fixos, tendo custos marginais constantes iguais a 𝑐. A curva da procura deste mercado é dada por
𝑃 = 2𝛼 − 𝛽𝑄. Considere que 2𝛼 > 𝑐.
a. Determine o volume de produção e o preço de equilíbrio que maximizam o lucro do
monopolista. Que lucro obtém o monopolista, nestas circunstâncias? Represente graficamente a
situação de equilíbrio e o lucro do monopolista.
b. Calcule o Excedente do Consumidor neste mercado e identifique-o (de forma clara) no gráfico
representado na alínea anterior.

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c. Quantifique e represente a perda de bem-estar social resultante do comportamento monopolista


desta empresa.
d. Suponha que o preço de um dos fatores de produção utilizados por esta empresa vai aumentar
no decorrer do próximo ano.
1. Represente, graficamente, o impacto desta alteração no equilíbrio de mercado.
2. Em que situação se assistiria a um maior aumento dos preços de mercado, se o mercado
funcionasse em monopólio ou em concorrência perfeita? Justifique adequadamente a
sua resposta.

XII. (MATA 7.4)

A empresa A é monopolista no mercado AA e a empresa B no mercado BB. A elasticidade preço da


procura é maior em AA do que em BB.
a. Em qual dos mercados subirão mais os preços em resposta a um aumento do preço da matéria-
prima?
b. Em que mercado subiriam mais os preços em resposta a uma subida da renda das instalações da
empresa?

XIII.

Uma empresa promotora de eventos está a organizar um concerto da banda HOTPLAY. Admita que
a procura do concerto é dada por P = 180 − 1,2𝑄𝐷 . Os custos fixos de organização do concerto
são 1000 u.m. (aluguer de pavilhão) e os custos variáveis são 60 u.m. por bilhete (pago aos vendedores
e à banda).
a. Determine o equilíbrio (preço, quantidade, lucro) e os excedentes (produtor, consumidor, social).
b. Considere, em alternativa, que o objetivo da empresa é maximizar a receita total. Calcule o novo
equilíbrio e os excedentes. Compare os novos excedentes face aos obtidos no pedido anterior.
c. Dado o forte interesse da população em torno do concerto, a Câmara Municipal propôs oferecer
o aluguer do pavilhão (eliminando os custos fixos) em troca do preço do bilhete situar-se em
“equilíbrio de concorrência perfeita de curto-prazo”. Calcule o novo excedente do produtor e
avalie se a empresa promotora deve aceitar a proposta da Câmara.

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

I.

As empresas farmacêuticas são empresas com bastante poder de mercado: quando inventam um novo
medicamento registam a sua patente o que lhes permite, durante 20 anos, não enfrentarem
concorrência.

Estudamos anteriormente que o poder de mercado implica uma perda de bem-estar para a sociedade:
o que os vendedores ganham com o poder de mercado é inferior ao que os consumidores perdem.
Não seria então preferível não permitir o registo de patentes, para que as novas descobertas fossem
exploradas pelo maior número de empresas possível?

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II.

Pense em exemplos de empresas …

• monopolistas;
• com muito poder de mercado mas que não sejam monopolistas;
• com pouco poder de mercado.
O que é que explica a diferença de poder de mercado destas empresas? É resultado de estratégias
seguidas deliberadamente pelas empresas? Que estratégias? Ou é independente da estratégia da
empresa?

III.

Suponha que se verifica um aumento no custo marginal da empresa em 10 euros, qualquer que seja
a quantidade produzida (Por exemplo, suponha que o governo lançou um imposto de 10 euros por
unidade vendida). Partindo de uma situação de equilíbrio de período longo, em que estrutura de
mercado é que se verificará um maior agravamento do preço? Em concorrência perfeita ou em
monopólio? Porquê?

IV.

Num hipermercado, uma garrafa de cerveja pode custar menos de 50 cêntimos. A mesma garrafa de
cerveja bebida numa discoteca pode custar vários euros.

Como se pode explicar o diferente preço a que a cerveja é vendida nestes locais?

V.

Os economistas preocupam-se com os efeitos sociais do poder de mercado: as empresas com poder
de mercado, e nomeadamente os monopolistas, tendem a vende menos e mais caro do que as
empresas concorrenciais. A Microsoft é muitas vezes acusada de ser quase um monopolista: quase
todos os computadores pessoais têm instalado o sistema operativo desta empresa, o Windows. E a
Microsoft atualiza periodicamente o Windows, introduzindo-lhe capacidades adicionais, o que
dificulta muito a vida aos concorrentes.

Que vantagens ou inconvenientes veem no poder de mercado da Microsoft? Deveria a Microsoft


poder introduzir capacidades adicionais no Windows?

VI.

Suponha que é proprietário de uma empresa que atua num mercado de concorrência perfeita. Que
tipo de estratégias poderia seguir para tentar reforçar o seu poder de mercado?

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CAPÍTULO 3 – INCENTIVOS

Workshops 2, 6, 8(DL1), 9(DL2) e 10 (quinta-feira): exercícios I e III;

Workshops 3, 4, 5 e 7 (sexta-feira): exercícios II e IV.

EXERCÍCIOS

EXEMPLO (MATA 8.5)

O proprietário de um táxi pretende contratar um motorista. Há muitos candidatos ao lugar e cada


um deles tem função utilidade 𝑈 = 𝑊 − 0,5𝐻 − 0,1𝐻2, em que W é o salário recebido e H é o
número de horas de circulação. A utilidade de reserva dos motoristas é 10. A receita total obtida pelo
proprietário do táxi é dada por 𝑅𝑇 = 8,5𝐻 − 0,3𝐻 2 e o seu único custo é o salário pago ao
motorista.

a. Qual o número de horas que o proprietário quererá que o motorista circule? Que salário tem que
pagar para o conseguir?
Os motoristas só estão dispostos a aceitar o emprego se o salário oferecido respeitar a sua restrição
de participação:
𝑈(𝑊, 𝐻) ≥ 𝑈𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎 ⇔ 𝑊 − 0,5𝐻 − 0,1𝐻2 ≥ 10 ⇔ 𝑊 ≥ 10 + 0,5𝐻 + 0,1𝐻2
O proprietário pretende maximizar o seu lucro. Por isso, para o número de horas de circulação que
contratar, vai oferecer o menor salário que induz o motorista a aceitar o emprego: 𝑊 = 10 + 0,5𝐻 +
0,1𝐻 2. Logo, o lucro do proprietário pode escrever-se
𝐿𝑇 = 𝑅𝑇(𝐻) − 𝑊(𝐻) = 8,5𝐻 − 0,3𝐻2 − (10 + 0,5𝐻 + 0,1𝐻 2 ) = 8𝐻 − 0,4𝐻2 − 10
A condição de primeira ordem é
𝜕𝐿𝑇
= 0 ⇔ 8 − 0,8𝐻 = 0 ⇔ 𝐻 = 10
𝜕𝐻
𝜕2 𝐿𝑇
E a condição de segunda ordem verifica-se porque = −0,8 < 0.
𝜕𝐻 2

Portando, o proprietário deseja “comprar” 10 horas de condução. De acordo com a restrição de


participação do motorista, para isso, tem que pagar:
𝑊 = 10 + 0,5 × 10 + 0,1 × 102 = 25
b. Não podendo fiscalizar permanentemente a sua atividade, qual o contrato que o proprietário
deve oferecer ao motorista?
O proprietário observa a receita obtida mas não o número de horas de circulação. Por isso, o salário
a pagar não pode ser função do número de horas mas pode depender da receita obtida. A forma geral
do contrato é
𝑊 = 𝑊0 + 𝛽 × 𝑅𝑇
É necessário determinar 𝑊0 e 𝛽.
Como 𝑅𝑇 = 8,5𝐻 − 0,3𝐻2, vem
𝑊 = 𝑊0 + 𝛽 × (8,5𝐻 − 0,3𝐻2 )
Como o “patrão” não observa as horas de circulação, é o taxista que vai escolher H, procurando
maximizar a sua utilidade.

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𝑈 = 𝑊 − 0,5𝐻 − 0,1𝐻 2 = (𝑊0 + 𝛽 × (8,5𝐻 − 0,3𝐻 2 )) − 0,5𝐻 − 0,1𝐻 2


A primeira condição de maximização é
𝜕𝑈 8,5𝛽 − 0,5
=0⇔𝐻=
𝜕𝐻 0,6𝛽 + 0,2
𝜕2 𝑈 1
E a segunda condição verifica-se desde que 𝜕𝐻2 = −0,6𝛽 − 0,2 < 0 ⇔ 𝛽 > − 3.

Para conseguir os seus objetivos, o proprietário deve escolher 𝛽 de forma a que


8,5𝛽 − 0,5
𝐻= = 10 ⇔ 𝛽 = 1
0,6𝛽 + 0,2
Falta determinar 𝑊0 , o que se consegue recorrendo à restrição de participação:
𝑈 = 10 ⇔ (𝑊0 + 𝛽 × (8,5𝐻 − 0,3𝐻2 )) − 0,5𝐻 − 0,1𝐻 2 = 10 ⇔ 𝑊0 = −30
Portanto, o contrato seria
𝑊 = −30 + 𝑅𝑇
Ou seja, o motorista pagaria 30 pelo direito de guiar o táxi e depois ficaria com toda a receita que
obtivesse.
c. Que efeitos terá um contrato em que o salário seja função da receita bruta?
O agente poderá descuidar outros aspetos da performance. Neste caso, por exemplo, poderá não
fazer a necessária manutenção ao táxi, guiar de forma descuidada, etc.

I.

O senhor F tem uma cadeia de snack-bares que vendem apenas francesinhas. O preço de venda das
francesinhas é de 10€. Os ingredientes necessários à preparação de uma francesinha custam 2€. O
único outro custo da atividade é o salário do cozinheiro. Cada cozinheiro consegue preparar 6
francesinhas por hora.

a. O senhor F pretende abrir mais um dos seus snack-bares e, para isso, necessita de contratar um
cozinheiro. Há muitos interessados neste emprego. Cada um dos potenciais candidatos ao
emprego tem, na sua situação atual, uma utilidade de 368. A função utilidade dos cozinheiros é
1
𝑈 = 4𝑊 − 2 𝐻 2 , em que W é o salário mensal que auferem e H é o número de horas que
trabalham por mês. Como não pode estar presencialmente em cada um dos snack-bares a
verificar quantas horas os cozinheiros trabalham, o senhor F celebra com os cozinheiros
contratos que estipulam quantas francesinhas eles têm que vender. Para maximizar o seu lucro,
quantas francesinhas deve o senhor F exigir que o seu novo cozinheiro venda e que salário mensal
lhe deve pagar em contrapartida? Que lucro obterá o senhor F nesse caso?
b. Suponha que o senhor F pretende propor ao cozinheiro um contrato em que a remuneração é
dada por 𝑊 = 𝐴 + 𝐵𝑓, em que f é o número de francesinhas vendidas. Que valores devem
tomar A e B, para que o senhor F maximize o seu lucro?
c. Em geral, quais poderão ser os inconvenientes para uma empresa de utilizar um contrato de
trabalho que remunere os trabalhadores com base na quantidade individualmente produzida?

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II.

A produção de cada unidade de determinado produto exige matérias-primas no valor 80 unidades


monetárias e uma unidade de esforço humano. Cada unidade do produto é vendida ao preço de 200
unidades monetárias. Uma empresa produtora deste produto pretende contratar um trabalhador para
o produzir. Há muitos trabalhadores interessados neste emprego. Aceitando o emprego, cada
trabalhador obtém uma utilidade de 𝑈(𝑊, 𝑒) = 𝑊 − 4𝑒 2 , em que 𝑊 é o salário recebido e 𝑒 é o
esforço exercido. Não aceitando o emprego, os trabalhadores têm uma utilidade nula.

a. Que nível de esforço desejará a empresa que o trabalhador exerça? Quanto terá que pagar para o
obter? Que lucro obterá?
b. Suponha que a empresa pretendia utilizar um esquema de remuneração, com uma parte fixa e
uma parte variável, do tipo 𝑊 = 𝛼 + 𝛽 × 𝑒. Que valores deverão tomar os parâmetros 𝛼 e 𝛽
para a empresa obter o máximo lucro?
c. Comente brevemente os resultados obtidos, nomeadamente no que respeita à sua semelhança
com os contratos de trabalho reais.

III.

Um monopolista tem função custo total 𝐶𝑇 = 1 + 4𝑄 e enfrenta uma procura 𝑃 = 8 − 𝑄.


a. Admitindo que o objetivo da empresa é maximizar o lucro, determine a quantidade vendida, o
preço praticado e o lucro obtido. Qual o excedente do consumidor e do produtor?
b. Que valores tomariam estas variáveis se o objetivo da empresa fosse maximizar a receita? Qual
o excedente do consumidor e do produtor?
c. Qual o impacto do lançamento de um imposto de 2 unidades monetárias por unidade vendida
nas hipóteses descritas nas alíneas anteriores?

IV.

Um monopolista tem função custo total 𝐶𝑇 = 10𝑄 e enfrenta uma procura 𝑃 = 100 − 𝑄.
a. Admitindo que o objetivo da empresa é maximizar o lucro, determine a quantidade vendida, o
preço praticado e o lucro obtido. Qual o excedente do consumidor e do produtor?
b. Que valores tomariam estas variáveis se o objetivo da empresa fosse maximizar a receita? Qual
o excedente do consumidor e do produtor?
c. Qual o impacto do lançamento de um imposto de 2 unidades monetárias por unidade vendida
nas hipóteses descritas nas alíneas anteriores?

V.

No país B, a curva da procura pelo produto Y é 𝑄 𝐷 = 53000 − 300𝑃. O produto é vendido por
uma única empresa. Este monopolista tem custo marginal constante de 70. A empresa é gerida por
um gestor cujo contrato estabelece que a sua remuneração anual corresponde a 20% da receita total
obtida pela empresa.
a. Qual a quantidade que irá ser vendida neste mercado, caso o gestor pretenda maximizar o seu
rendimento? Compare com a quantidade que seria vendida se a empresa procurasse maximizar
o lucro e explique a diferença.
b. Dê exemplos de dois mecanismos que os acionistas desta empresa pudessem utilizar para
conseguir que as decisões do gestor fossem de encontro aos interesses deles.

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VI.

Uma empresa pretende celebrar um contrato com um trabalhador para carregar areia. A quantidade
de areia carregada (x) é proporcional ao esforço do trabalhador (e). Concretamente, 𝑥 = 𝑒. A utilidade
do trabalhador aumenta com o seu salário (w) mas diminui com o seu esforço (e) de acordo com 𝑈 =
𝑤 − 𝑒 2. Há muitos trabalhadores interessados em carregar areia e a sua utilidade de reserva é zero.
O lucro da empresa é dado por Π = 32𝑥 − 𝑤.
a. Que nível de esforço quereria a empresa que o trabalhador efetuasse? Que salário teria que pagar
ao trabalhador e que lucro obteria?
b. Suponha que a empresa pretendia oferecer um contrato do tipo 𝑊 = 𝑎 + 𝑏𝑥. Determine os
valores de a e b que permitiriam obter o resultado da alínea anterior.

VII.

Uma empresa pretende celebrar um contrato com um trabalhador para carregar areia. A quantidade
de areia carregada (x) é proporcional ao esforço do trabalhador (e). Concretamente, 𝑥 = 𝑒. A utilidade
do trabalhador aumenta com o seu salário (w) mas diminui com o seu esforço (e) de acordo com 𝑈 =
√𝑤 − 𝑒 2 . Há muitos trabalhadores interessados em carregar areia e a sua utilidade de reserva é zero.
O lucro da empresa é dado por Π = 32𝑥 − 𝑤.
a. Que nível de esforço quereria a empresa que o trabalhador efetuasse? Que salário teria que pagar
ao trabalhador e que lucro obteria?
b. Suponha que a empresa pretendia oferecer um contrato do tipo 𝑊 = 𝑎 + 𝑏𝑥. Determine os
valores de a e b que permitiriam obter o resultado da alínea anterior.

VIII.

Um ginásio pretende contratar um instrutor. Há muitos candidatos, cada um com a seguinte função
utilidade e utilidade de reserva: U = W − 0,2H e Ur = 5. Em que W é o salário recebido pelo
instrutor e H é o número de horas de instrução. O lucro do ginásio é dado por: π = 6H − 0,1H 2 −
W.

a. Quantas horas quereria o ginásio que o instrutor trabalhasse?


b. Que salário teria de pagar ao instrutor?
c. Que lucro obteria, assumindo que é possível controlar o número de horas de instrução?

IX.

A empresa XYZ pretende contratar um novo vendedor. O vendedor em que a empresa está
interessada, o Monteiro, ganha atualmente 18.496€ anuais. A função utilidade deste indivíduo
determina que a sua utilidade é igual à raiz quadrada do seu salário. Porque não se dá bem com o seu
atual diretor, o Monteiro está disposto a aceitar qualquer proposta de emprego que lhe garanta o nível
de utilidade de que atualmente usufrui.
O lucro que a XYZ conseguirá com a contratação do Monteiro depende de este conseguir angariar
novos clientes ou não. Se angariar novos clientes, o lucro da empresa é de 100.000€ deduzidos do
salário do Monteiro. Se não conseguir novos clientes, é de apenas 10.000€ deduzidos daquele salário.
A probabilidade do Monteiro conseguir novos clientes é de 70%, valor que é independente do seu
comportamento.

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A empresa está a considerar dois esquemas de salário. Uma possibilidade é oferecer ao Monteiro um
salário fixo de 18.496€. A outra é oferecer-lhe um salário fixo de 8.959€ acrescido de um prémio de
P no caso de conseguir novos clientes.
a. Qual é o valor de P que torna o Monteiro indiferente entre os dois esquemas de salário?
b. Tendo em conta que a empresa é neutra em relação ao risco, isto é, que apenas lhe interessa o
valor esperado do seu lucro, qual dos dois esquemas de salários deve propor?
c. Suponha que a probabilidade de angariar novos clientes dependia do esforço e diligência do
Monteiro. Em que medida manteria a conclusão da alínea anterior?

X.

Um monopolista tem procura 𝑃 = 120 − 4𝑄 e custo total 𝐶𝑇 = 6𝑄 2 + 40𝑄 + 140.


a. Quanto produzirá se quiser maximizar o lucro? A que preço venderá? Que lucro obterá?
b. Qual será a sua produção, preço e lucro se quiser maximizar a receita total?
c. Qual será a sua produção, preço e lucro se quiser maximizar a receita total mas com a restrição
de que o lucro não possa ser inferior a 10?
d. O que acontecerá em cada um dos casos anteriores, se o seu custo fixo aumentar para 144? E
para 150?

XI. (SCHOTTER 8.8)

Smith & Co. é um conhecido fabricante de ferramentas que deseja contratar um investigador para
acelerar o desenvolvimento da próxima geração de ferramentas para canhotos. Se o investigador se
esforçar a sério, há uma probabilidade de 80% de que encontre a solução desejada, proporcionando
uma receita de $50000 à empresa e uma probabilidade de 20% de que não o consiga, não
proporcionando qualquer receita à empresa. Se for preguiçoso, a probabilidade de encontrar a solução
é de apenas 30%.
a. Se os investigadores podem ganhar $20000 noutros empregos, que contrato deverá a Smith &
Co. oferecer? Assuma que um esforço sério tem, para o investigador, um custo equivalente a
$10000 enquanto ser preguiçoso não tem custo. Assuma também que a Smith & Co. não tem a
possibilidade de observar o nível de esforço dos investigadores e que os outros empregos que
estes podem aceitar não têm qualquer custo de esforço.
b. Se os investigadores puderem ganhar $45000 noutros empregos, qual é o contrato ótimo que a
Smith & Co. deve oferecer?
c. Qual é o valor máximo que os investigadores podem ganhar noutros empregos para que a
empresa ainda tenha interesse em contratar um investigador?

XII.

O Boavista Futebol Clube (BFC) pretende contratar um novo treinador para a sua equipa de futebol
principal. O treinador em que o clube está interessado, o Sanchez, ganha atualmente 36.100€ por ano.
Sanchez tem a seguinte função utilidade, 𝑢(𝑤) = √𝑤, em que 𝑤 representa o seu salário. Sanchez
está disposto a aceitar qualquer proposta de emprego que lhe garanta o nível de utilidade que
actualmente usufrui.
O lucro que o BFC conseguirá com a contratação do Sanchez depende deste conseguir, ou não,
treinar a equipa para ganhar as competições nacionais (por exemplo, a Taça de Portugal). Se a equipa
ganhar as competições nacionais, os lucros do BFC serão de 100.000€ deduzidos do salário do

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Sanchez. Se não conseguir ganhar, os lucros serão apenas de 50.500€ deduzidos do salário. A
probabildade do Sanchez fazer a equipa ganhar uma competição nacional é de 40%.
O BFC está a considerar dois esquemas salariais: (i) oferecer um salário fixo de 36.100€ anuais; (ii)
oferecer um salário fixo de 25.600€ anuais acrescido de um prémio (P) no caso de ganhar as
competições nacionais.
a. Qual é o valor do prémio que torna o Sanchez indiferente entre os dois esquemas de salário?
b. Sabendo que o BFC é neutro face ao risco, qual dos dois esquemas de salário deve propor?
c. Suponha que o BFC está a oferecer o esquema salarial (ii) onde o prémio é 26.384€. Será que o
Sanchez vai aceitar o emprego?

XIII.

A empresa Atomic quer contratar um trabalhador para produzir skates. A quantidade de skates (S)
produzidos é proporcional ao esforço do trabalhador (E), concretamente, 𝑆 = 𝐸. Cada trabalhador
tem um custo diário (𝐶) associado com o esforço de produzir cada skate dado por: 𝐶(𝐸) = 2𝐸 2 .
Sabe-se que a utilidade do trabalhador aumenta com o seu salário (W), mas diminui com o custo do
esforço. Existem muitos candidatos para este emprego e a sua utilidade de reserva é zero. Suponha
que a empresa optou por pagar aos seus trabalhadores baseando-se no número de skates produzidos,
i.e., 𝑊 = 𝛼 + 𝛽𝐸.
Cada skate é vendido por €160 e os custos para a empresa são os salários que esta paga aos
trabalhadores mais €120 por unidade produzida gastos noutros materiais.
a. Qual o nível de esforço que a empresa quer que os trabalhadores exerçam? Que salário teria que
pagar ao trabalhador e que lucro obteria? Determine os valores ótimos de 𝛼e 𝛽.
b. O diretor dos recursos humanos da empresa fez a seguinte afirmação: “Na minha opinião, esta
não é a política de remuneração mais indicada para a empresa uma vez os trabalhadores não têm
incentivos em se esforçarem e, por consequência, é a empresa que suporta todos os riscos”.
Comente a afirmação do diretor.

XIV.

O lucro da empresa é dado por Π = 10𝑥 − 𝑤 − 5. Sabe-se que a utilidade de um trabalhador


aumenta com o salário (w), mas diminui com o esforço (e): 𝑈 = 𝑤 − 𝑒 2 . A quantidade de 𝑥 é
proporcional ao esforço dos trabalhadores: 𝑥 = 𝑒. Há um grande número de trabalhadores que
concorrem para obter este emprego e, se não o conseguirem, a sua utilidade é 0. Qual o nível de
esforço que a empresa quererá que o trabalhador exerça?

XV.

Um proprietário rural pretende contratar um lavrador para cultivar um terreno. Para o efeito, oferece-
lhe um contrato prevendo um pagamento fixo (F) e uma percentagem (p) da receita proporcionada
pela colheita.
O lavrador aceita a proposta se ela lhe proporcionar um nível de utilidade pelo menos igual à que
pode obter na melhor aplicação alternativa do seu tempo (u0). Se aceitar o contrato, o lavrador decide
o seu nível de esforço (x) que não é observado pelo proprietário. O esforço (x) é aqui medido em
termos de receita gerada esperada. No entanto, a receita efetiva pode não corresponder à receita
esperada, sendo o risco existente quantificado pela variável r.
Se aceitar o contrato, a utilidade do lavrador é dada por

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𝑥2
𝑢 = 𝑝𝑥 + 𝐹 − − 𝑝𝜆𝑟
2𝑎
Nesta expressão, os dois primeiros termos do segundo membro representam a remuneração. O
terceiro termo é o custo inerente a exercer esforço que cresce com x e diminui com a, variável que
representa a capacidade do agricultor. O último termo é o custo inerente ao risco. Este custo é maior
quando o rendimento do lavrador varia muito com a receita (p), quando o lavrador é muito sensível
ao risco (𝜆) e quando o risco é grande r.
a. Determine o nível de esforço que maximiza a utilidade do lavrador, para determinada
especificação do contrato (p,F). Determine a utilidade que o lavrador obtém quando exerce esse
nível ótimo de esforço.
b. Tendo em conta a utilidade que é necessário proporcionar ao lavrador para o levar a aceitar o
contrato, determine o valor de F como função dos restantes parâmetros.
c. Suponha que o proprietário é neutro em relação ao risco, estando apenas preocupado em
maximizar o seu lucro esperado. Escreva a sua função lucro.
d. Determine a percentagem da receita que o proprietário oferecerá ao lavrador (p) e analise os seus
determinantes.
e. Determine o valor ótimo da parte fixa da remuneração e analise os seus determinantes.

XVI. (SCHOTTER 8.6)

Suponha que uma trabalhadora cuja utilidade corresponde ao montante de dólares que tem e que
pode ganhar $100 por dia como caixa num banco. Ela tem também a oportunidade de conseguir um
emprego numa fábrica de camisas. Aí, os trabalhadores são fiscalizados de forma aleatória para
verificar se estão a exercer o nível de esforço exigido, de 𝑒 ∗ = 15. Este é o mesmo nível de esforço
que é exigido a um caixa de um banco. A probabilidade de ser fiscalizado é 𝑝. Se a trabalhadora for
fiscalizada e estiver a exercer o nível exigido de esforço, recebe um salário 𝑤̅ > $100. Se estiver a
exercer um nível de esforço inferior, recebe 𝑤 < 𝑤 ̅. A trabalhadora tem uma desutilidade marginal
de $2 por unidade de esforço.
a. Explique porque é que, se exercer algum esforço, a trabalhadora exercerá exatamente 𝑒 ∗ = 15.
b. Suponha que 𝑤
̅ = $140 e 𝑤 = 60. A trabalhadora irá exercer o nível exigido de esforço ou não?
c. A trabalhadora preferirá o emprego na fábrica ou no banco?

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QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

I.

Há muitos mecanismos que podem ser utilizados para levar os trabalhadores a não descuidarem as
suas tarefas: o pagamento “à peça”, o pagamento de prémios ocasionais, as promoções e aumentos
salariais, a vigilância ocasional ou através de câmaras vídeo, etc. Que mecanismos lhe parecem mais
apropriados a cada uma das seguintes situações?
• Administradores de um banco;
• Trabalhadores numa linha de montagem de calçado;
• Professores universitários;
• Médicos num hospital;
• Uma mulher-a-dias que trabalha quando os patrões não estão em casa.

II.

Comente a seguinte afirmação: “O caminho mais fácil e comum para motivar os quadros de uma
organização é o do dinheiro. Uma motivação sustentável faz-se com um aumento do salário mais
comissões.” (Jornal de Negócios, 16/11/2007)

III.

Tipicamente, nas grandes empresas, a remuneração dos gestores de topo é muito mais variável do
que a dos trabalhadores de base. Não é invulgar que os gestores de topo recebam prémios que são
várias vezes o seu salário anual enquanto os prémios dos trabalhadores de base, a existirem, raramente
ultrapassam um ou dois meses de salário.

O que explicará esta diferença?

IV.

Há alguns anos atrás, Vale e Azevedo, o então presidente do Benfica, procurou alterar os contratos
dos respetivos jogadores de futebol, baixando a parte fixa e aumentando a parte variável com o
desempenho. Segundo a imprensa, muitos jogadores não aceitaram de bom grado a alteração.

O futebol parece-lhe uma atividade em que os problemas de agência sejam significativos? Nesta
atividade, parece-lhe haver vantagem em pagar remunerações variáveis, determinadas pelo
desempenho, em vez de uma remuneração fixa? Quais os problemas que poderão surgir com a ligação
da remuneração ao desempenho?

V.

Depois de analisarem as estatísticas dos anos anteriores, os professores de Economia da Empresa


concluíram que, em média, 70% dos alunos conseguem aprovação à disciplina. Os professores têm
que preparar o regulamento de avaliação para o ano seguinte e estão a considerar as seguintes
alternativas:
• Como de costume, os alunos que tirarem pelo menos 10 valores passam e os outros
reprovam, o que, de acordo com as estatísticas passadas, resultará em 70% de aprovações;

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• Passam os 70% melhores alunos e os outros reprovam, independentemente da nota que


tenham no exame.
a. Discuta as vantagens e desvantagens dos dois sistemas, do ponto de vista do incentivo individual
para estudar.
b. Nos exames, um número significativo de alunos tem o hábito de copiar pelos colegas. Que efeitos
é de esperar de cada um dos sistemas sobre esse comportamento?

VI.

Comente a seguinte afirmação: “Quando a empresa se preocupa com a qualidade das bicicletas, o
pagamento de um salário à peça aos trabalhadores é preferível a uma remuneração com base no valor
de mercado das ações da empresa (stock options)”.

VII.

“O mercado de fusões e aquisições cai 45% em julho em Portugal para 15 transações” (in Dinheiro
Vivo, 03/08/2018).
(i) Identifique a restrição externa à não maximização do lucro implícita nesta manchete de jornal, e
(ii) explique brevemente de que forma a presença dessa restrição pode operar como um incentivo à
maximização de lucro.

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CAPÍTULO 4 – MERCADO E ORGANIZAÇÕES

Workshops 2, 6, 8(DL1), 9(DL2) e 10 (quinta-feira): exercícios I e QDI;

Workshops 3, 4, 5 e 7 (sexta-feira): exercícios II e QDII.

EXERCÍCIOS

I.

A empresa GreenTech estabeleceu um contrato com a empresa EcoMateriais para a aquisição de uma
mercadoria por um preço total de 85.000€. No momento em que o contrato foi celebrado, a
GreenTech tinha a expectativa de revender essa mercadoria por 110.000€. Após a celebração do
contrato, a EcoMateriais investiu 15.000€ na aquisição de equipamentos específicos para produzir a
mercadoria e planeia gastar 35.000€ em matéria-prima. Devido a uma crise económica global, a
GreenTech reviu as suas expectativas de preço de revenda para 75.000€. Com base nisso, a
GreenTech informou a EcoMateriais que já não pretende prosseguir com a compra da mercadoria.

a. Calcule o lucro que a EcoMateriais previa quando celebrou o contrato.


b. Calcule o lucro da EcoMateriais caso a GreenTech desista agora da compra.
c. Determine o preço mais baixo que a GreenTech pode oferecer para que a EcoMateriais ainda
prefira produzir a mercadoria. Qual seria o lucro da EcoMateriais nesse caso?

II.

Uma empresa de biotecnologia está a considerar a oportunidade de produzir um componente


essencial para um novo medicamento, cuja patente pertence a uma empresa farmacêutica. A empresa
farmacêutica planeia adquirir 150 milhões de unidades desse componente por ano. Para atingir essa
quantidade, a empresa de biotecnologia precisa de adquirir matéria-prima no valor de 400 milhões de
euros, pagar salários aos trabalhadores totalizando 250 milhões de euros e utilizar equipamento com
uma vida útil prevista de 12 anos, gerando uma amortização anual de 600 milhões de euros.

a. Qual é o preço mínimo que a empresa de biotecnologia pode aceitar, de forma a não ter prejuízo?
b. Suponha que a empresa de biotecnologia já adquiriu o equipamento, o qual não possui valor de
revenda. Qual é o preço mínimo que a empresa farmacêutica pode agora oferecer?
c. Como poderá a empresa de biotecnologia precaver-se contra a possibilidade de renegociação por
parte da empresa farmacêutica?

III. (ADAPTADO DE MATA 9.5)

Uma empresa farmacêutica pretende subcontratar uma empresa de biotecnologia para que lhe
produza um dos componentes de um novo medicamento, de que a empresa farmacêutica detém a
patente. A empresa farmacêutica pretende adquirir 100 milhões de unidades do componente por ano.
Para atingir este volume, a empresa que o produzir precisa de adquirir matéria-prima no valor de 300
milhões de euros, empregar trabalhadores cujos salários totalizam 200 milhões e usar equipamento
com uma vida prevista de 10 anos cujo amortização anual atinge 500 milhões de euros.
a. A empresa de biotecnologia está a avaliar esta oportunidade de negócio, não tendo ainda feito
qualquer investimento. Qual é o preço mínimo que poderá aceitar, se não quiser ter prejuízo?

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b. Suponha que a empresa de biotecnologia já adquiriu o equipamento que, devido ao seu grau de
especialização, não tem qualquer valor de revenda. Qual o preço mínimo que a empresa
farmacêutica lhe poderá agora oferecer?
c. Como poderá a empresa de biotecnologia precaver-se contra a possibilidade de renegociação pela
sua contraparte?

IV.

A ChipComp, que atualmente vende batatas fritas, está a considerar a hipótese de passar a vender
também computadores. Para o fazer, tem que montar uma nova linha de produção, o que envolve
um custo de 250. A linha de produção só serve para fazer computadores e o investimento necessário
é afundado. Para fazer os computadores, a ChipComp precisa de comprar processadores à empresa
Infax, a quem pediu um orçamento: a Infax prontificou-se a vender os processadores pelo preço total
de 300, o que lhe assegura um lucro de 50. Os computadores podem ser vendidos pelo preço total
de 700.
a. Determine o lucro que a ChipComp obterá se passar a vender computadores.
b. Face ao resultado da alínea anterior, a ChipComp montou a nova linha de produção e solicitou
à Infax o início do fornecimento de processadores. Entretanto, a Infax alegou que devido à
subida do preço das matérias-primas, não poderia afinal fornecer os processadores por menos
de 500. O que deve a ChipComp fazer?
c. Se, antes da montagem da linha de produção, a ChipComp previsse a subida do preço dos
processadores, o que teria feito? Quais seriam as consequências para a ChipComp e a Infax?
d. Suponha que não é previsível qualquer subida dos preços das matérias-primas da Infax mas que
a ChipComp receia que a Infax tenha comportamentos oportunistas e procure renegociar o preço
dos processadores a seu favor. Como se poderão evitar as consequências negativas desta
possibilidade?

V.

A empresa XIS acordou com a empresa IPSLON que esta lhe forneceria determinada mercadoria
pelo preço total de 100.000€. No momento em que celebrou o contrato, XIS esperava revender a
mercadoria por 120.000€. Depois de celebrar o contrato, para poder produzir a mercadoria, IPSLON
já investiu 20.000€ na aquisição de uma nova máquina e espera vir a gastar 40.000€ em matéria-prima.
Entretanto, devido à crise económica internacional, a expectativa de XIS quanto ao preço porque
espera poder revender a mercadoria caiu para 70.000€. Com esse argumento, XIS informou IPSLON
que já não está interessado na mercadoria.
a. Determine o lucro que IPSLON previa quando celebrou o contrato.
b. Determine o lucro de IPSLON caso XIS desista, agora, da compra.
c. Qual o preço mais baixo que XIS poderá oferecer de modo a que IPSLON prefira produzir a
mercadoria? Que lucro teria, nesse caso, IPSLON?

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

I.

Discuta o método ótimo para adquirir fatores produtivos que tenham especificações de qualidade
bem definidas e mensuráveis e que exijam investimentos altamente especializados. Quais são as

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principais vantagens e desvantagens de adquirir fatores produtivos por este meio? Dá um exemplo
que utilize este método de aquisição.

II.

Discuta o método ótimo para adquirir uma quantidade modesta de fatores produtivos padronizados
que são vendidos por várias empresas no mercado. Quais são as principais vantagens e desvantagens
de usar este método para adquirir inputs? Dá um exemplo que utilize este método de aquisição.

III.

Um artigo de 1993 na revista Mckinsey Quarterly, da conhecida empresa de consultoria com o mesmo
nome, discute “When and when not to vertically integrate”. A determinada altura, o artigo descreve
a situação de uma empresa metalomecânica que recorreu aos serviços da McKinsey para decidir se
deveria ou não encerrar um departamento interno de serviços de maquinação que dava bastante
prejuízo. O departamento prestava dois tipos de serviço:
• Serviços ligeiros de maquinação – estes serviços, para os quais havia vários fornecedores
disponíveis no mercado, tinham natureza e periodicidade previsível e utilizavam máquinas
estandardizadas;
• Serviços pesados de maquinação – a necessidade destes serviços, para os quais só existia um
fornecedor no mercado, surgia de forma imprevisível, sobretudo quando havia avarias no
equipamento da metalomecânica, e exigiam máquinas altamente especializadas.
A McKinsey recomendou que a empresa mantivesse um departamento de maquinação de menor
dimensão, dedicado apenas a um destes tipos de serviços. Com base nesta informação, quais os
serviços que a McKinsey terá recomendado que se mantivessem e quais os que terá sugerido que se
encerrassem. Justifique cuidadosamente a sua resposta.

IV.

Durante vários anos, o Clube de Golfe realizou internamente a jardinagem dos seus campos de golfe.
No entanto, recentemente, contratou uma empresa de jardinagem para realizar essa atividade. Discuta
as vantagens e desvantagens desta decisão do Clube de Golfe.

V.

A Logoplaste (www.logoplaste.com) é uma empresa portuguesa de grande sucesso. A Logoplaste


vende soluções de embalagem, especialmente para produtores de alimentos e bebidas. O modelo de
negócio da empresa, a que ela chama “hole in the wall”, baseia-se numa parceria muito estreita com
os clientes: a Logoplaste instala as suas operações (máquinas, funcionários, etc.) nas próprias fábricas
dos clientes e aí produz as embalagens à medida que são necessárias.

Onde situaria este tipo de relação no contínuo integração vertical – mercado à vista? Que vantagens
e riscos terá este modelo de negócio, para cada um dos parceiros?

VI.

Tradicionalmente, muitas grandes empresas levavam a cabo internamente atividades como a


produção de refeições para os seus empregados, a limpeza das instalações, etc. No entanto, nos
últimos 10 ou 20 anos, surgiu uma tendência muito forte para entregar essas atividades a fornecedores
externos. É o chamado outsourcing. O outsourcing atingiu inclusivamente atividades mais nucleares: por

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exemplo, a PT entregou as atividades de montagem e reparação de telefones a fornecedores externos.


Muitas empresas entregam a terceiros a gestão dos seus sistemas informáticos.

Quais as vantagens e inconvenientes do outsourcing? O que poderá explicar que haja hoje um maior
recurso a esta opção de organização das atividades do que no passado?

VII.

A Zara e a Benetton adotam estratégias diferentes quanto à venda dos seus produtos. A Zara é uma
empresa verticalmente integrada, sendo proprietária de fábricas e das lojas que vendem os seus
produtos. A Benetton especializa-se na produção e marketing dos seus produtos, que são vendidos
por uma rede de lojas em regime de franchising. Outras marcas seguem uma terceira estratégia,
vendendo através de lojas independentes. Discuta as vantagens e inconvenientes destas várias
soluções.

VIII.

Os restaurantes compram a carne e o peixe de que precisam para preparar as suas refeições no
mercado à vista. Em contrapartida, os fabricantes de aviões compram os motores de que necessitam
a empresas especializadas via contratos de longo prazo.

Discuta quais são as vantagens e desvantagens da aquisição dos fatores produtivos utilizando os dois
métodos referidos (contratos de longo prazo e mercado à vista) e porque é que cada um deles é
utilizado nas situações descritas

IX. (ADAPTADO DE BAYE 6.4)

Os fabricantes de automóveis fabricam os motores, mas não os espelhos, de que necessitam. Em


contrapartida, os fabricantes de aviões não fabricam os respetivos motores, adquirindo a empresas
especializadas.

Procure explicar a razão destas diferentes opções em termos de aquisição de materiais. Que tipo de
relação existirá entre os fabricantes de aviões e os de motores para aviões? Contratos de longo prazo
ou trocas à vista?

X. (BESANKO 4.2)

Em muitas indústrias, é possível constatar os seguintes factos:

• Empresas pequenas recorrem frequentemente à aquisição de inputs de que necessitam,


enquanto empresas grandes preferem fabricá-los;
• As empresas recorrem mais ao mercado para se abastecerem de inputs simples e de utilização
generalizada na sua indústria do que de inputs complexos que tenham que ser fabricados à
medida das suas necessidades.
Explique porque é que isto não é surpreendente.

XI. (BAYE 6.1)

Discuta o melhor método para aceder a inputs que têm especificações de qualidade bem definidas e
mensuráveis e que requerem investimentos altamente especializados. Quais são as grandes vantagens
e desvantagens de utilizar este método?

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XII.

Na generalidade dos estados modernos, o Estado cobra impostos utilizando os seus próprios
funcionários. Não entanto, esta não é a única forma de desenvolver esta atividade. No Império
Romano, era prática habitual que o Senado leiloasse o direito a cobrar impostos em cada uma das
províncias. O vencedor do leilão pagava ao Senado o montante que tinha oferecido e ficava com o
direito a cobrar os impostos na respetiva província durante um certo período. Discuta as vantagens
e inconvenientes de cada uma das soluções e procure explicar porque é que a solução utilizada pelos
romanos era diferente das que atualmente são comuns.

XIII.

Para exercer a sua atividade, a UCP carece de professores e de seguranças. A Universidade contrata
os professores de que necessita mas recorre a serviços externos de segurança. Discuta as razões destas
opções.

XIV. (BESANKO 3.6)

As universidades tendem a ser organizações muito integradas, compreendendo muitos


departamentos com diferentes especialidades. Não há nenhuma razão técnica que impeça que uma
universidade seja antes composta por departamentos autónomos ligados por contratos ou outro tipo
de mecanismos de mercado. Porque será que as universidades não são organizadas dessa forma?

XV.

Suponha que decidiu montar uma banca junto à praia para vender sumos naturais de fruta: sumo de
laranja, limonada, etc. Para que seja possível vender os sumos de fruta é necessário levar a cabo um
número muito elevado de atividades: é preciso plantar e colher laranjas e limões, é preciso transportá-
los desde o local onde são cultivados até banca junto à praia, é preciso espremê-los; é necessário
plantar e colher cana-de-açúcar e levar a cabo todas as transformações necessárias para produzir o
açúcar; é preciso produzir copos e espremedores de citrinos; é preciso fabricar e montar a própria
banca; etc.

Dê exemplos de atividades que seriam levadas a cabo pela própria empresa detentora da banca de
sumos e de atividades que provavelmente seriam levadas a cabo por outras empresas. No caso destas
últimas, há alguma em que lhes pareça provável que a banca de sumos recorresse a contratos de longo
prazo? Expliquem a razão das vossas escolhas.

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CAPÍTULO 5 – DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS

Workshops 2, 6, 8(DL1), 9(DL2) e 10 (quinta-feira): exercícios I e III;

Workshops 3, 4, 5 e 7 (sexta-feira): exercícios II e IV.

EXERCÍCIOS

EXEMPLO (BARBOT & CASTRO 3.2.8)


1
Uma empresa tem custo total 𝐶𝑇 = 75000 + 150𝑄 + 6 𝑄 2 . A empresa vende para dois mercados,
cujas curvas da procura são dadas por 𝑃𝐴 = 1500 − 5𝑄𝐴 e 𝑃𝐵 = 600 − 𝑄𝐵 .

a. Determine o equilíbrio com discriminação de preços de terceiro grau (preço, quantidade, lucro e
excedente do consumidor).
A empresa quer maximizar 𝐿𝑇(𝑄𝐴 , 𝑄𝐵 ) = 𝑅𝑇𝐴 (𝑄𝐴 ) + 𝑅𝑇𝐵 (𝑄𝐵 ) − 𝐶𝑇(𝑄𝐴 + 𝑄𝐵 ). As condições de
primeira ordem são
𝜕𝐿𝑇 𝜕𝑅𝑇𝐴 (𝑄𝐴 ) 𝜕𝑅𝑇𝐵 (𝑄𝐵 ) 𝜕𝐶𝑇(𝑄𝐴 + 𝑄𝐵 )
=0⇔ + − = 0 ⇔ 𝑅𝑀𝑔𝐴 + 0 − 𝐶𝑀𝑔 = 0
𝜕𝑄𝐴 𝜕𝑄𝐴 𝜕𝑄𝐴 𝜕𝑄𝐴
⇔ 𝑅𝑀𝑔𝐴 = 𝐶𝑀𝑔
𝜕𝐿𝑇 𝜕𝑅𝑇𝐴 (𝑄𝐴 ) 𝜕𝑅𝑇𝐵 (𝑄𝐵 ) 𝜕𝐶𝑇(𝑄𝐴 + 𝑄𝐵 )
=0⇔ + − = 0 ⇔ 0 + 𝑅𝑀𝑔𝐵 − 𝐶𝑀𝑔 = 0
𝜕𝑄𝐵 𝜕𝑄𝐵 𝜕𝑄𝐵 𝜕𝑄𝐵
⇔ 𝑅𝑀𝑔𝐵 = 𝐶𝑀𝑔
As condições de segunda ordem são cumpridas (verificar).
𝜕𝐶𝑇 1 1
𝐶𝑀𝑔 = = 150 + 𝑄 = 150 + (𝑄𝐴 + 𝑄𝐵 )
𝜕𝑄 3 3
𝜕𝑅𝑇𝐴 (𝑄𝐴 ) 𝜕(1500𝑄𝐴 − 5𝑄𝐴 2 )
𝑅𝑀𝑔𝐴 = = = 1500 − 10𝑄𝐴
𝜕𝑄𝐴 𝜕𝑄𝐴
𝜕𝑅𝑇𝐵 (𝑄𝐵 ) 𝜕(600𝑄𝐵 − 𝑄𝐵 2 )
𝑅𝑀𝑔𝐵 = = = 600 − 2𝑄𝐵
𝜕𝑄𝐵 𝜕𝑄𝐵
Portanto
1
1500 − 10𝑄𝐴 = 150 + (𝑄𝐴 + 𝑄𝐵 ) 𝑄 = 125 𝑃 = 1500 − 5 × 125 = 875
{ 3 { 𝐴 ⇒{ 𝐴
1 𝑄𝐵 = 175 𝑃𝐵 = 600 − 175 = 425
600 − 2𝑄𝐵 = 150 + (𝑄𝐴 + 𝑄𝐵 )
3
1
𝐿𝑇 = 125 × 875 + 175 × 425 − (75000 + 150 × (125 + 175) + (125 + 175)2 )
6
= 48750
1
𝐸𝐶𝐴 = × (1500 − 875) × 125 = 39062,5
2
1
𝐸𝐶𝐵 = × (600 − 425) × 175 = 15312,5
2
𝐸𝐶 = 𝐸𝐶𝐴 + 𝐸𝐶𝐵 = 54375
b. Calcule o custo médio da empresa e explique como é que ela pode estar a maximizar o lucro num
dos mercados a preço inferior ao custo médio.

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1 135000
CT = 75000 + 150 × (125 + 175) + (125 + 175)2 = 135000 ⇒ CMd =
6 125 + 175
= 450
O preço em B é, de facto, inferior ao custo médio. Mas
1 60000
CVT = 150 × (125 + 175) + (125 + 175)2 = 60000 ⇒ CVMd = = 200
6 125 + 175
O custo variável médio é apenas 200. Cada unidade vendida em B recebe um preço que cobre os
custos variáveis associados à sua produção e ainda contribui para pagar parte dos custos fixos. Por
isso, é preferível vender essas unidades, mesmo que com prejuízo, do que não as vender.
c. Determine o equilíbrio com um preço uniforme.
Se o preço é uniforme, a empresa toma as suas decisões com base na procura total.
1
𝑃𝐴 = 1500 − 5𝑄𝐴 ⇔ 𝑄𝐴 = 300 − 𝑃𝐴
5
𝑃𝐵 = 600 − 𝑄𝐵 ⇔ 𝑄𝐵 = 600 − 𝑃𝐵
1
𝑄𝑇 = 𝑄𝐴 + 𝑄𝐵 = 900 − 1,2𝑃 ⇔ 𝑃 = 750 − 𝑄 𝑠𝑒 𝑃 ≤ 600(⇔ 𝑄 ≥ 180)
1,2
𝐷𝑇 : {
1
𝑄𝑇 = 𝑄𝐴 = 300 − 𝑃 ⇔ 𝑃 = 1500 − 5𝑄 𝑠𝑒 𝑃 > 600(⇔ 𝑄 < 180)
5
É preciso procurar a solução ótima nos dois ramos da procura. No primeiro ramo,
2
𝑅𝑀𝑔 = 750 − 𝑄
1,2
2 1
𝑅𝑀𝑔 = 𝐶𝑀𝑔 ⇔ 750 − 𝑄 = 150 + 𝑄 ⇔ 𝑄 = 300 ⇒ 𝑃 = 500
1,2 3
Estes valores cumprem as condições para uma solução no 1º ramo.
1
𝐿𝑇 = 500 × 300 − (75000 + 150 × 300 + × 3002 ) = 15000
6
No segundo ramo,
𝑅𝑀𝑔 = 1500 − 10𝑄
1
𝑅𝑀𝑔 = 𝐶𝑀𝑔 ⇔ 1500 − 10𝑄 = 150 + 𝑄 ⇔ 𝑄 ≈ 130,6 ⇒ 𝑃 ≈ 846,8
3
Estes valores também cumprem as condições para uma solução válida.
1
𝐿𝑇 = 130,6 × 846,8 − (75000 + 150 × 130,6 + × 130,62 ) ≈ 13185,5
6
Comparando os lucros, a empresa escolheria a solução no primeiro ramo.
1
𝐸𝐶𝐴 = × (1500 − 500) × 200 = 100000
2
1
𝐸𝐶𝐵 = × (600 − 500) × 100 = 5000
2
𝐸𝐶 = 𝐸𝐶𝐴 + 𝐸𝐶𝐵 = 105000
O preço uniforme favorece os consumidores de A mas prejudica os de B e a empresa.

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I.

A empresa TRAP tem o monopólio dos voos diretos entre o Porto e Lisboa. Considere que esta
empresa tem dois tipos de passageiros: procura elevada (H) e procura baixa (L). A curva da procura
individual de cada passageiro com procura elevada é dada por 𝑞𝐻 = 380 − 0,2𝑃 e a curva da procura
individual de um passageiro com procura baixa é dada por 𝑞𝐿 = 1000 − 𝑃, onde 𝑞𝑖 é o número de
voos de cada tipo de passageiro e 𝑃 o preço de cada bilhete (em euros). Sabe-se que existem 30
passageiros com procura elevada e 20 passageiros com procura baixa. Suponha que o custo de
transportar um passageiro adicional é de 500 euros e que a capacidade dos aviões é superior ao
número total de passageiros.

a. Suponha que a empresa TRAP pode discriminar entre os dois tipos de passageiros (vendendo
dois tipos de bilhetes: primeira classe e turística). Que preços praticaria e que lucro obteria?
b. Que condições teriam que se verificar para a empresa querer e poder praticar preços diferentes
aos dois grupos de consumidores?
c. Se a empresa TRAP praticasse um preço uniforme, qual seria o preço único ótimo de um bilhete
de avião e o lucro da empresa?

II.

O único restaurante de um campus Universitário tem dois tipos de cliente: estudantes (E) e professores
(P), em que a procura individual de refeições é dada por:

𝑞𝐸 = 6 − 0,5𝑃

𝑞𝑃 = 4 − 0,2𝑃

Os custos fixos são 500 unidades monetárias (u.m.) e os custos variáveis são de 3 u.m. por refeição.
Frequentam o campus (e são clientes do restaurante) 90 estudantes e 25 professores. O restaurante
conhece o tipo de cada cliente.

a. Considere que o restaurante pratica um preço uniforme. Determine o equilíbrio (preço,


quantidade total, lucro).
b. Calcule o equilíbrio caso o restaurante escolhesse fazer discriminação de preços de 3º grau.
c. Que condições teriam que se verificar para a empresa querer e poder praticar preços diferentes
aos dois grupos de consumidores?

III. (SCHOTTER 9.6)

Uma empresa vende video-jogos pelo correio sendo monopolista nas cidades de Alexandria e
Babilónia. A procura em Alexandria é 𝑄𝐴 = 55 − 𝑃𝐴 e na Babilónia é 𝑄𝐵 = 70 − 2𝑃𝐵 . Esta
empresa tem um custo marginal de 5€ na venda dos vídeo-jogos.
a. Se os jogos vendidos numa cidade não puderem ser revendidos na outra, quantos jogos serão
vendidos em cada uma delas? A que preços? Que lucro obterá a empresa?
b. Suponha que os jogos vendidos numa cidade podem ser revendidos para a outra sem custos
adicionais. Que alterações haverá no comportamento no monopolista? E no seu lucro?

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IV. (KREPS 7.1)

Uma empresa tem um custo marginal de 5 e vende para dois mercados com procuras dadas,
respectivamente, por:
1
𝑃𝑆 (𝑦) = 15 − 𝑦
500
1
𝑃𝑅 (𝑦) = 20 − 𝑦
2.000
a. Suponha que a empresa pratica um preço uniforme. Determine o preço e o lucro.
b. Suponha que a empresa pratica discriminação de preços de terceiro grau. Determine o preço e o
lucro.

V. (PINDYCK & RUBINFELD 11.4)

Suponha que a BMW consegue produzir qualquer quantidade de carros com um custo marginal de
15000€ e um custo fixo de 20 milhões de euros. Suponha também que a procura por carros desta
marca é dada, respetivamente, por 𝑄𝐸 = 18000 − 400𝑃𝐸 e 𝑄𝑈 = 5500 − 100𝑃𝑈 . Nos cálculos,
considere os preços e custos em milhares de euros.
a. Suponha que não é viável revender carros de um lado para o outro do Atlântico. Que quantidades
venderá a BMW em cada mercado e a que preços? Que lucro obterá?
b. Se a BMW fosse obrigada a praticar o mesmo preço nos dois mercados, que alterações se
verificariam no seu comportamento e no seu lucro?

VI.

Um monopolista vende o seu produto a dois tipos de consumidores cujas funções procura são,
respetivamente, Q1 = 50 − 10P1 e Q 2 = 40 − 8P2 .Esta empresa não tem quaisquer custos.
a. Suponha que a lei impunha a prática de um preço uniforme, igual para todos os clientes. Que
preço praticaria o monopolista e que lucro obteria?
b. Suponha agora que a empresa tinha condições para praticar discriminação de preços de 3º grau.
Que preços praticaria e que lucro obteria? Explique o resultado obtido.
c. As salas de cinema praticam, muitas vezes, discriminação de preços de terceiro grau nos bilhetes,
que têm preços mais baixos para estudantes e outros grupos de consumidores. No entanto, não
é frequente que pratiquem discriminação de preços nas pipocas. Porquê?

VII.

Considere uma empresa com 𝐶𝑀𝑔 = 4 que vende para dois mercados cujas curvas da procura são
dadas, respectivamente, por 𝑃1 = 32 − 8𝑄1 e 𝑃2 = 20 − 10𝑄2 .
a. Determine o equilíbrio (preços, quantidades e lucro) se a empresa conseguir discriminar entre o
grupo de consumidores 1 e 2.
b. Dê um exemplo prático de uma situação onde se pratique discriminação por grupos. Justifique.
c. “É tão eficiente praticar discriminação de preços de 1º grau como ter uma situação de
concorrência perfeita”. Comente.

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VIII.

Uma empresa vende a dois grupos de consumidores cujas curvas da procura são dadas,
respetivamente, por 𝑃1 = 5 − 𝑞1 e 𝑃2 = 15 − 3𝑞2 . O custo total da empresa é dado por 𝐶𝑇 =
1 2
2
𝑄 .
a. A lei proíbe a discriminação de preços pelo que o monopolista tem que cobrar o mesmo preço a
todos os consumidores. Que preço praticará o monopolista? Quanto venderá a cada grupo?
Determine o lucro e o excedente do consumidor.
b. A discriminação de preços é permitida. Que preço cobrará o monopolista a cada grupo de
consumidores? Quanto venderá a cada grupo? Determine o lucro e o excedente do consumidor.
c. Explique porque é que, em caso de discriminação de preços, o preço cobrado aos consumidores
do grupo 2 aumenta.

IX.

Uma empresa farmacêutica produz um único produto, ANTIZAC. O custo marginal de produção é
zero. Existem dois mercados, um definido pelos (1) países desenvolvidos e outro pelos (2) países
menos desenvolvidos. As funções de procura de ANTIZAC nos dois mercados são:
𝑄1 = 1 − 𝑃1
𝑄2 = 𝑎 − 𝑏𝑃2
a. Determine o equilíbrio com discriminação de preços de terceiro grau (preço, quantidade, lucro e
excedente do consumidor), assumindo que a empresa abastece os dois mercados.
b. Discuta resumidamente como o rácio de preços nos dois mercados depende da dimensão relativa
dos mercados (dada por 𝑎) e do grau de sensibilidade ao preço relativa (dada por 𝑏).
c. Utilizando o resultado anterior, discuta se o preço ótimo do produto nos países menos
desenvolvidos será sempre inferior (ao dos países desenvolvidos) quando se permite à empresa
discriminar preços.
d. Analise a sustentabilidade da estratégia de discriminação de preços descrita.

X.

Imagine que a Universidade está a considerar alterar a estrutura de preços da Licenciatura. A nova
estrutura de preços poderá incluir uma anualidade, um preço por disciplina-hora ou ambos.
Um estudo sobre os alunos da Universidade demonstra que a sua disponibilidade para pagar pela
Licenciatura depende do preço por disciplina-hora. O mesmo estudo demonstra também que os
alunos da universidade podem ser divididos em dois grupos: estudantes “normais” (𝑁) e estudantes
workaholics (𝑊) em termos do número de horas que procurarão se a Universidade cobrar um preço
por disciplina-hora.
A procura de um estudante “normal” é dada por:
1
𝑄𝑁 = 135 − 𝑃
2
enquanto que a procura de um estudante workaholic é dada por:
2
𝑄𝑊 = 180 − 𝑃
3

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Em ambos os casos, 𝑄 expressa o número de disciplina-horas por ano académico e 𝑃 expressa o


preço por disciplina-hora.
A Universidade admitirá 100 estudantes de cada grupo. O custo marginal da Universidade é constante
e igual a €30 por estudante para cada disciplina-hora, enquanto que o custo fixo é de €2 milhões por
ano. Considere que o objetivo da Universidade é maximizar o lucro com o programa de Licenciatura.
a. Considere que a Universidade opta por não cobrar qualquer anualidade, cobrando apenas um
preço por disciplina-hora, que por imposição legal tem de ser igual para todos os alunos. Que
preço praticaria a Universidade e que lucro obteria? Qual o excedente do consumidor de cada
aluno?
b. No contexto descrito acima em que a Universidade apenas cobra um preço por disciplina-hora,
determine o equilíbrio com discriminação de preços de terceiro grau (preço, quantidade e lucro
e excedente do consumidor).

XI.

Considere uma empresa em situação de monopólio que vende um produto a dois grupos de
consumidores, situados em mercados perfeitamente separados cujas procuras são, respetivamente:
𝑄1 = 4 − 0,125𝑃1
𝑄2 = 2 − 0,1𝑃2 .
A função custo total da empresa é 𝐶𝑇 = 𝑄 3 − 6𝑄 2 + 15𝑄 + 10.
a. Qual será a produção da empresa se vender ao mesmo preço para os dois grupos de
consumidores? Como se repartirá a produção entre os mercados? Que lucro obterá o
monopolista?
b. Que preços praticará e quanto venderá o monopolista se puder praticar preços diferentes nos
dois mercados? Que lucro obterá?
c. Como se designa esta prática, de vender a preços diferentes a grupos de consumidores diferentes?
Que condições têm que se verificar para que seja possível e rentável?

XII. (BAYE 11.4)

Um monopolista vende para dois grupos de consumidores. A elasticidade preço da procura é de 2


no grupo 1 e 6 no grupo 2. O custo marginal do monopolista é de 10€.
a. Determine os preços que o monopolista cobrará se praticar discriminação de preços de terceiro
grau.
b. Em que condições é que a discriminação de preços de terceiro grau aumenta o lucro de um
monopolista?

XIII.

Uma empresa monopolista produtora de aspiradores domésticos suporta os seguintes custos de


produção: (i) custos de matérias-primas e mão de obra: 30 euros por aspirador; e (ii) aluguer de
instalações: 30 000 euros (com capacidade de produção até 5 000 aspiradores).
Atualmente a empresa vende os aspiradores unicamente na Europa (E), onde, de acordo com um
estudo recente, a procura de mercado é dada por 𝑄𝐷𝐸 = 2400 − 20𝑝 . Além disso, o estudo
identificou uma nova oportunidade de negócio num mercado do Médio Oriente (MO), onde a
procura é dada por 𝑄𝐷𝑀𝑂 = 6500 − 100𝑝.

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a. Suponha que a revenda de aspiradores entre região é permitida e que os custos de transporte
entre a Europa e o Médio Oriente são nulos. Quantos aspiradores seriam vendidos em cada
região? A que preço? Que lucro obteria a empresa?
b. Suponha que a revenda de aspiradores entre regiões (Europa e Médio Oriente) é proibida e que
a venda no Médio Oriente obriga a empresa a suportar um custo de transporte de 20 euros por
aspirador. Quantos aspiradores seriam vendidos em cada região? A que preço? Que lucro obteria
a empresa?
c. Nas mesmas circunstâncias descritas no pedido b., considere que a revenda de aspiradores entre
regiões é permitida. Tendo em conta a diferença nos custos de abastecer as duas regiões, explique
se tal alteração (permissão de revenda) teria impacto no equilíbrio calculado na alínea anterior.

XIV.
1
Uma empresa monopolista tem custo total de produção dado por 𝐶𝑇 = 2 𝑄 2 . A empresa vende para
dois grupos de consumidores cujas curvas da procura são dadas por 𝑄𝐴 = 100 − 𝑃𝐴 e 𝑄𝐵 = 60 −
𝑃𝐵 .

a. Suponha que a empresa tem a possibilidade de cobrar preços diferentes a cada um dos grupos
de consumidores. Que preços cobrará? Que lucro obterá? Qual será o excedente dos
consumidores de cada um dos grupos?
b. Que condições teriam que se verificar para a empresa querer e poder praticar preços diferentes
aos dois grupos de consumidores?
c. Admita agora que a prática de preços diferentes a consumidores diferentes era ilegal. Que preço
praticaria a empresa para maximizar o lucro? Que lucro obteria? Qual seria o excedente dos
consumidores de cada um dos grupos?

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

I.

Um passe de três dias para o Disney World, na Florida, custa mais de 200 dólares. No entanto, para
os residentes na Florida, o mesmo passe custa apenas 119 dólares.

Como explicar este esquema de preços utilizado pela Disney? Porquê cobrar menos aos visitantes
locais? Que condições têm que estar reunidas para que este esquema funcione em favor da empresa?

II.

Em 10 de Outubro de 2000, um certo livro sobre gestão de recursos humanos estava à venda no site
Amazon.com por $102.75. No mesmo dia, este livre podia ser comprado no site Amazon.co.uk
website pelo equivalente em libras de $36.29. Era rigorosamente o mesmo livro, publicado pela
mesma editora, no mesmo formato. Como explicar isto?

III.

A entrada no Museu de Arte Contemporânea de Serralves custa 5 euros. No entanto, estudantes,


portadores do cartão jovem e maiores de 65 anos beneficiam de um desconto de 50%.

Que interesse tem o Museu em ter diferentes preços para diferentes tipos de consumidores? A
estrutura desta tabela de preços será compatível com o que estudou sobre discriminação de preços?

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IV.

As empresas farmacêuticas são, muitas vezes, acusadas de cobrar preços demasiado altos pelos
medicamentos, o que impede que os doentes de países menos desenvolvidos a eles tenham acesso.

Num caso como este, uma política de discriminação de preços seria desejável ou indesejável? Porque
será que as empresas farmacêuticas não a põem em prática?

V. (KREPS 7.4)

Identifique dois casos de discriminação de preços de que tenha conhecimento. Em que medida o que
estudou ajuda a explicar esses casos?

VI.

Em abril e maio de 2015, investigadores da Universidade de Northwestern, em Boston, analisaram


os resultados obtidos de um estudo feito a 300 pessoas que visitaram 16 websites de empresas
retalhistas e de agências de viagens. Os investigadores descobriram que, em 9 dos websites, os clientes
obtinham preços diferentes para as mesmas pesquisas. (1) Nalguns desses sites, grupos de clientes
com diferentes características apresentavam preços diferentes. (2) Noutros sites, cada cliente iria obter
um preço diferente. Como classifica os tipos de discriminação de preços utilizados em cada um destes
casos? O que pode explicar o tipo de discriminação de preços utilizado pelas empresas?

VII.

Suponha que existe discriminação de preços de 3º grau para dois tipos de consumidores: 1 e 2. Os
consumidores 1 têm procura inelástica e os consumidores 2 têm procura elástica. Na prática, qual o
tipo de consumidores é que pode pagar preços mais elevados? Utilizando os conhecimentos
adquiridos nas aulas teóricas prove, através de cálculos, que preço está inversamente relacionado com
elasticidade.

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CAPÍTULO 6 – PREÇOS NÃO LINEARES

Workshops 2, 6, 8(DL1), 9(DL2) e 10 (quinta-feira): exercícios I e III;

Workshops 3, 4, 5 e 7 (sexta-feira): exercícios II e IV.

EXERCÍCIOS

EXEMPLO

O Bar do Zé é frequentado por executivos e universitários sendo as respetivas procuras dadas por
𝑞𝐸 = 10 − 2𝑝 e 𝑞𝑈 = 18 − 5𝑝. O custo de produção de cada bebida é de 2€.

a. Determine o equilíbrio (preço, quantidade, lucro, excedente do consumidor) se for proibida a


discriminação de preços.
A empresa maximiza o lucro com base na procura total. Supondo que o preço é suficientemente
baixo para que haja procura dos dois tipos de clientes
𝑞𝑇 = 𝑞𝐸 + 𝑞𝑈 = 10 − 2𝑝 + 18 − 5𝑝 = 28 − 7𝑝
ou, em forma inversa,
1
𝑞𝑇 = 28 − 7𝑝 ⇔ 𝑝 = 4 − 𝑞𝑇
7
Invertendo as curvas da procura,
1
𝑞𝐸 = 10 − 2𝑝 ⇔ 𝑝 = 5 − 𝑞𝐸
2
1
𝑞𝑈 = 18 − 5𝑝 ⇔ 𝑝 = 3.6 − 𝑞𝑈
5
Verificamos que este ramo da procura total só é válido se 𝑝 ≤ 3.6. Para preços acima deste nível, só
os executivos compram.
Admitindo que ambos os tipos compram, o equilíbrio acontece quando
2 1 𝑞 = 10 − 2 × 3 = 4
𝑅𝑀𝑔𝑇 = 𝐶𝑀𝑔 ⇔ 4 − 𝑞𝑇 = 2 ⇔ 𝑞𝑇 = 7 ⇒ 𝑝 = 4 − 7 = 3 ⇒ | 𝐸
7 7 𝑞𝑈 = 18 − 5 × 3 = 3

𝐿𝑇 = 3 × 7 − 2 × 7 = 7
1
𝐸𝐶𝐸 = × (5 − 3) × 4 = 4
2
1
𝐸𝐶𝑈 = × (3.6 − 3) × 3 = 0.9
2
𝐸𝐶𝑇 = 𝐸𝐶𝐸 + 𝐸𝐶𝑈 = 4.9
Verificando agora se a empresa não poderia preferir vender só aos executivos (𝑝 > 3.6), teríamos
1
𝑅𝑀𝑔𝑇 = 𝐶𝑀𝑔 ⇔ 5 − 𝑞 = 2 ⇔ 𝑞 = 3 ⇒ 𝑝 = 5 − × 3 = 3.5
2
Logo, não há nenhum equilíbrio com estas características.

b. Determine o equilíbrio com discriminação de preços, supondo que é possível identificar os


membros de cada grupo.

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A empresa maximiza o lucro com base nas procuras de cada um dos tipos de clientes:
1
𝑅𝑀𝑔𝐸 = 𝐶𝑀𝑔 ⇔ 5 − 𝑞𝐸 = 2 ⇔ 𝑞𝐸 = 3 ⇒ 𝑝𝐸 = 5 − × 3 = 3.5
2
2 1
𝑅𝑀𝑔𝑈 = 𝐶𝑀𝑔 ⇔ 3.6 − 𝑞𝑈 = 2 ⇔ 𝑞𝑈 = 4 ⇒ 𝑝𝑈 = 3.6 − × 4 = 2.8
5 5
𝐿𝑇 = 3.5 × 3 + 2.8 × 4 − 2 × (3 + 4) = 7.7
A discriminação aumenta o lucro da empresa.
1
𝐸𝐶𝐸 = × (5 − 3.5) × 3 = 2.25
2
O excedente dos executivos diminui com a discriminação.
1
𝐸𝐶𝑈 = × (3.6 − 2.8) × 4 = 1.6
2
O excedente dos universitários aumenta.
𝐸𝐶𝑇 = 𝐸𝐶𝐸 + 𝐸𝐶𝑈 = 3.85
O excedente total dos consumidores diminui.
c. Determine o equilíbrio, nas mesmas circunstâncias, com uma tarifa bipartida.
Tarifa do tipo: 𝑇 = 𝐹 + 𝑣 × 𝑞. É necessário determinar 𝐹 e 𝑣. Para a empresa, a lógica subjacente é
a de utilizar a parte fixa da tarifa para se apoderar do excedente que o consumidor teria. Interessa,
por isso, que, na ausência de 𝐹, o excedente do consumidor fosse grande.
𝑞 = 18 − 5 × 2 = 8
𝑣 = 𝐶𝑀𝑔 = 2 ⇒ | 𝑈
𝑞𝐸 = 10 − 2 × 2 = 6
Na ausência de 𝐹, o excedente dos consumidores seria
1
𝐸𝐶𝐸 = × (5 − 2) × 6 = 9
2
1
𝐸𝐶𝑈 = × (3.6 − 2) × 8 = 6.4
2
Mas a empresa fixa
𝐹𝐸 = 9
𝐹𝑈 = 6.4
Reduzindo os excedentes a zero. O lucro é 𝐿𝑇 = 9 + 6.4 = 15.4 (porque a parte variável da tarifa
cobre exatamente os custos de produção).
Nota: reduzindo a parte variável do preço ainda mais, por exemplo para 𝑣 = 0, a empresa poderia
cobrar um 𝐹 ainda maior. Mas não compensa fazê-lo. As unidades adicionais que os consumidores
comprariam valem para eles menos do que o que custa produzi-las. Por isso, o aumento em 𝐹 não
compensaria os custos acrescidos.
d. Supondo que é impossível distinguir os dois grupos, que resultados pode o Zé conseguir com
preços por blocos?
Começamos por verificar quais os preços por blocos que a empresa praticaria se pudesse distinguir
os grupos. Da alínea anterior, sabemos que a empresa quereria vender 𝑞𝑈 = 8 e 𝑞𝐸 = 6. Sabemos
também que o máximo que os consumidores estão dispostos a pagar por estas quantidades é 𝑇𝑈 =
6.4 + 2 × 8 = 22.4 e 𝑇𝐸 = 9 + 2 × 6 = 21. Portanto, podendo distinguir os grupos, a empresa
ofereceria 𝐵𝑈 = (𝑇 = 22.4; 𝑄 = 8) e 𝐵𝐸 = (𝑇 = 21; 𝑄 = 6).

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Como a empresa não sabe quem pertence a cada grupo, temos, no entanto, que verificar se não isto
não coloca problemas de compatibilidade de incentivos. Isto é, se os consumidores de um grupo não
prefeririam a oferta dirigida ao outro grupo.
Grupo U
Se comprarem 𝐵𝑈 , têm excedente nulo.
E se comprarem 𝐵𝐸 ? Para os consumidores deste grupo, quanto valem 6 bebidas? É necessário
calcular a área sob a curva da procura para a quantidade 6. Podemos dividir essa área num triângulo
e num retângulo se soubermos o preço que estes consumidores estariam dispostos a pagar por 6
bebidas:
1
𝑝𝑈 = 3.6 − × 6 = 2.4
5
PU
3.6
2.4
DU

6 QU
Portanto, o valor de 6 bebidas para estes consumidores é (área sob a curva da procura)
1
𝑉𝑞=6 𝑈 = 6 × 2.4 + × (3.6 − 2.4) × 6 = 18
2
Como, no bloco 𝐵𝐸 , 6 bebidas custam mais do isto (21), os universitários preferem 𝐵𝑈 (que lhes dá
um excedente nulo) a 𝐵𝐸 (que lhes daria um excedente negativo).
Grupo E
Se comprarem 𝐵𝐸 , têm excedente nulo. E se comprarem 𝐵𝑈 ? Repetindo o procedimento anterior,
1
𝑝𝐸 = 5 − × 8 = 1
2
1
𝑉𝑞=8 𝐸 = 8 × 1 + × (5 − 1) × 8 = 24
2
8 bebidas valem 24 para o grupo E. Por isso, este grupo, comprando 𝐵𝑈 , que custa apenas 22.4,
conseguiria um excedente positivo de 1.6. Portanto, não estarão interessados em comprar 𝐵𝐸 . Para
os convencer o comprar 𝐵𝐸 , a empresa tem que baixar o seu preço de forma a que fiquem indiferentes
em relação à alternativa de comprar 𝐵𝑈 :
𝑇𝐸 ′ = 21 − 1.6 = 19.4
Em resumo, o melhor que a empresa pode fazer, como não sabe quem pertence a cada grupo, é
oferecer 𝐵𝑈 = (𝑇 = 22.4; 𝑄 = 8) e 𝐵𝐸 = (𝑇 = 19.4; 𝑄 = 6).
O lucro da empresa é 𝐿𝑇 = (9 − 1.6) + 6.4 = 13.8. Com informação imperfeita, o seu lucro é
inferior ao da alínea anterior. Os universitários têm excedente nulo mas os executivos conservam um
excedente de 1.6.

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I.

Uma empresa monopolista tem dois tipos de consumidores. Cada consumidor do tipo A tem uma
procura dada por 𝑞𝐴 = 8 − 4𝑃. Cada consumidor do tipo B tem uma procura dada por 𝑞𝐵 = 8 −
𝑃. O custo marginal da empresa é de 1 u.m. e o custo fixo de 2 u.m. Sabe-se que a empresa consegue
observar todas as características dos consumidores e que há apenas um consumidor de cada tipo.

a. Suponha que a empresa pratica preços por blocos. Determine os preços, as quantidades, o lucro
e o excedente dos consumidores em equilíbrio.
b. Considere agora que a empresa utiliza tarifa bi-partida. Determine as duas partes das tarifas (fixa
e variável), as quantidades, o lucro e o excedente dos consumidores em equilíbrio. Compare os
resultados obtidos com os que obteve na questão anterior e justifique as diferenças/semelhanças
que encontrou.
c. Assuma que a empresa é forçada a praticar um preço uniforme. Determine o preço, a quantidade,
o lucro e o excedente dos consumidores em equilíbrio.

II.

Uma empresa monopolista vende um produto em dois mercados, nos quais as procuras são dadas
por 𝑞1 = 200 − 20𝑃 e 𝑞2 = 160 − 20𝑃, onde 𝑞𝑖 é a quantidade procurada pelos consumidores
em cada mercado e 𝑃 é o preço. O custo de produzir este produto é dado por: 𝐶(𝑄) = 2𝑄 + 10,
onde 𝑄 = 𝑞1 + 𝑞2.

a. Suponha que a lei impunha a prática de um preço uniforme, igual para todos os consumidores.
Que preço praticaria o monopolista, qual a quantidade que venderia em cada mercado e que lucro
obteria?
b. Suponha agora que a empresa tinha condições para praticar discriminação de preços de 3º grau.
Que preços praticaria e que lucro obteria? Em relação ao equilíbrio em a), quem fica a ganhar e
a perder quando se faz discriminação de preços de terceiro grau?
c. Suponha que a empresa conhecia a existência dos dois tipos de consumidores e as respetivas
curvas da procura, mas não sabia qual a curva correspondente a cada consumidor. Utilizando
preços por blocos, qual o lucro máximo que a empresa poderia obter?

III.

Uma empresa tem a função custo total CT = 25Q e vende para dois mercados com procuras PA =
100 − 2Q A e PB = 50 − Q B.
a. Determine o equilíbrio (preço, quantidade e lucro) se for proibida a discriminação de preços.
b. Supondo que o vendedor consegue identificar os dois tipos de consumidores, determine o
equilíbrio com uma tarifa bipartida.
c. “O resultado da alínea anterior seria o mesmo se se conseguisse praticar discriminação de
primeiro grau.” Justifique.

IV.

A MONOP é o único fornecedor de computadores mega-hiper-super rápidos, em todo o mundo.


Em vez de vender os seus computadores, a MONOP aluga os seus serviços. Os seus gestores estão
indecisos entre cobrar um preço constante x por hora de utilização do computador ou uma tarifa em
duas partes, composta por uma taxa de acesso f acrescida de um preço v por hora de utilização do

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computador. Cada utilizador do computador tem uma procura dada por 𝑃 = 45 − 0,025𝑄. Os
engenheiros da MONOP estimam que o custo marginal de utilização do computador é 30.
a. Que preço é que a MONOP deverá cobrar se utilizar um preço constante por hora? Que lucro
obtém neste caso?
b. Que valores deverão tomar f e v se a MONOP utilizar uma tarifa em duas partes? Que lucro
obtém a empresa?
c. Suponha que nem todos os clientes da MONOP têm a mesma procura. Discuta em que medida
isto pode restringir a rentabilidade de uma tarifa em duas partes.

V.

A empresa XPTO é monopolista no mercado em que atua e atualmente cobra um preço uniforme a
dois grupos de clientes (1 e 2). A empresa pondera investir numa tecnologia que lhe irá permitir
distinguir os dois grupos e, assim, cobrar preços diferenciados. A empresa sabe que:
𝑄1 = 5 − 0,2𝑃1
𝑄2 = 4 − 0,1𝑃2
𝐶𝑀𝑔 = 6, 𝐶𝐹 = 0
a. Caso a empresa XPTO opte por não adquirir a referida tecnologia, qual será o equilíbrio de
mercado (quantidades, preço, lucro)?
b. Qual o lucro da empresa caso tenha acesso gratuito à tecnologia? Com base na sua resposta,
indique o preço máximo que a empresa estaria disposta a pagar pela licença de tecnologia,
considerando que se trata de uma licença de valor fixo, i.e. independente da quantidade
produzida.
c. Considere que a empresa investe na tecnologia – pagando 2 u.m. pela licença anual – e opta por
alterar a sua política de preços de modo a cobrar aos seus clientes uma componente fixa e outra
variável. Calcule a tarifa para cada grupo de clientes, assim como o novo equilíbrio de mercado
(quantidades, preços, lucro).

VI.

Um monopolista vende o seu produto a dois tipos de consumidores cujas funções procura são,
respetivamente, Q1 = 50 − 10P1 e Q 2 = 40 − 8P2. A empresa não tem quaisquer custos.
a. Suponha que a lei impunha a prática de um preço uniforme, igual para todos os clientes. Que
preço praticaria o monopolista e que lucro obteria?
b. Suponha agora que a empresa tinha condições para praticar discriminação de preços de 3º grau.
Que preços praticaria e que lucro obteria? Explique o resultado obtido.
c. Suponha que a empresa conhecia a existência dos dois tipos de consumidores e as respetivas
curvas da procura, mas não sabia qual a curva correspondente a cada consumidor. Utilizando
preços por blocos, qual o lucro que a empresa poderia obter? (Nota: admita, por simplificação,
que há apenas um consumidor de cada tipo).

VII.

Uma empresa tem um custo marginal de 5 e vende para dois mercados com procuras dadas,
respetivamente, por:
𝑄1 = 55 − 𝑃1

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𝑄2 = 25 − 𝑃2
a. Suponha que a empresa pratica discriminação de preços de terceiro grau. Determine o preço, a
quantidade, o lucro e o excedente dos consumidores.
b. Considere que a empresa consegue identificar os dois tipos de consumidores. Sabendo que a
empresa pratica preços diferenciados com uma tarifa bipartida (T = F + vq), determine as duas
partes das tarifas, a quantidade, o lucro e o excedente dos consumidores em equilíbrio.
c. Suponha que a empresa conhecia a existência dos dois tipos de consumidores e as respetivas
curvas da procura, mas não sabia a curva correspondente a cada consumidor. Utilizando preços
por blocos, qual o lucro que a empresa poderia obter? (Nota: admita, por simplificação, que há
apenas um consumidor de cada tipo).

VIII.

Uma empresa tem dois consumidores cujas procuras são dadas, respetivamente, por 𝑃 = 10 − 𝑄 e
𝑃 = 15 − 𝑄. A empresa tem custo marginal igual a 5.
a. Se utilizar preços por blocos, como deverá a empresa proceder para maximizar o seu lucro?
b. E se utilizar tarifas em duas partes?

IX.

Um monopolista tem dois tipos de clientes. Cada cliente de tipo X tem uma curva da procura dada
por 𝑄𝑋 = 20 − 𝑃. Cada cliente de tipo Y tem uma curva da procura dada por 𝑄𝑌 = 16 − 2𝑃. O
custo marginal do monopolista é de 4.
a. Supondo que o monopolista consegue identificar o tipo dos consumidores, como maximizaria o
seu lucro utilizando preços por blocos?
b. Admita, alternativamente, que o monopolista não consegue identificar o tipo dos consumidores.
Verifique se os preços por blocos que determinou na alínea a, satisfazem o requisito de
compatibilidade de incentivos. Se assim não acontecer, indique que alterações deveriam ser
efetuadas nos preços propostos para satisfazer esse requisito.

X.

Imagine que a Universidade está a considerar alterar a estrutura de preços da Licenciatura. A nova
estrutura de preços poderá incluir uma anualidade, um preço por disciplina-hora ou ambos.
Um estudo sobre os alunos da Universidade demonstra que a sua disponibilidade para pagar pela
Licenciatura depende do preço por disciplina-hora. O mesmo estudo demonstra também que os
alunos da universidade podem ser divididos em dois grupos: estudantes “normais” (𝑁) e estudantes
workaholics (𝑊) em termos do número de horas que procurarão se a Universidade cobrar um preço
por disciplina-hora.
A procura de um estudante “normal” é dada por:
1
𝑄𝑁 = 135 − 𝑃
2
enquanto que a procura de um estudante workaholic é dada por:
2
𝑄𝑊 = 180 − 𝑃
3

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Em ambos os casos, 𝑄 expressa o número de disciplina-horas por ano académico e 𝑃 expressa o


preço por disciplina-hora.
A Universidade admitirá 100 estudantes de cada grupo. O custo marginal da Universidade é constante
e igual a €30 por estudante para cada disciplina-hora, enquanto que o custo fixo é de €2 milhões por
ano. Considere que o objetivo da Universidade é maximizar o lucro com o programa de Licenciatura.
a. Considere que a Universidade decide cobrar apenas uma única mensalidade por ano académico
(e consequentemente define um preço por disciplina-hora de zero), sem qualquer limite no
número de disciplina-horas que os estudantes podem escolher. Determine a anualidade ótima.
Que lucro obteria a Universidade? Qual o excedente do consumidor de cada aluno?
b. Considere que a Universidade pode identificar o tipo de estudante e decide adotar um sistema
que discrimina entre os dois grupos, em que cobra uma tarifa em duas partes constituída por uma
anualidade e um preço por disciplina-hora diferentes para cada grupo de estudantes. Determine
as anualidades e os preços disciplina-hora ótimos. Que lucro obteria a Universidade? Qual o
excedente do consumidor de cada aluno?
c. Considere que a Universidade decide adotar uma tarifa em duas partes constituída por uma
anualidade e um preço por disciplina-hora igual para cada grupo de estudantes. Determine a
anualidade e o preço disciplina-hora ótimos. Que lucro obteria a Universidade? Qual o excedente
do consumidor de cada aluno?

XI.

O Clube de Golfe da UCP tem dois tipos de clientes: turistas e locais. A procura anual de partidas de
golfe é dada por 𝑄𝑡 = 180 − 3𝑃 para os jogadores turistas e por 𝑄𝑙 = 100 − 2𝑃 para os locais,
onde P é o preço de cada partida de golfe e Q a quantidade de partidas de golfe. Por simplificação,
suponha que existe apenas 1 cliente de cada tipo. O custo total do Clube é de 𝐶𝑇 = 30(𝑄𝑡 + 𝑄𝑙 ).
a. O Clube pratica discriminação de preços de terceiro grau. Determine o preço cobrado a cada
tipo de jogador e o lucro obtido pelo Clube. Determine o excedente do consumidor.
b. Considere que o gestor do Clube não consegue identificar os dois tipos de jogador de golfe.
Utilizando preços por blocos, qual o máximo lucro que poderá obter? Qual das estratégias a) ou
b) é preferível do ponto de vista do bem-estar?

XII. (MATA 11.2)

Uma empresa tem procura 𝑃 = 36 − 4𝑄 e cobra 60, preço que dá direito a um acesso ilimitado ao
produto.
a. Se a empresa passar a cobrar 4 por unidade, qual deve ser o valor da tarifa fixa para o bem-estar
do consumidor permanecer inalterado?
b. Compare a receita da empresa nas duas situações.

XIII.

Considere um mercado para um produto com dois tipos potenciais de consumidores: um grupo A
𝑞
em proporção 𝜆 com uma curva da procura inversa dada por 𝑝 = 5 − 2 e um grupo B com uma
curva da procura inversa dada por 𝑝 = 10 − 𝑞. Normalize o número total de consumidores em 1 e
considere um custo marginal de 𝑐 = 2.
a. Determine a tarifa em duas partes ótima (como função de 𝜆) que induz os dois grupos de
consumidores a comprar o produto.

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b. Determine a tarifa em duas partes ótima quando apenas consumidores com disponibilidade a
pagar mais elevada compram o produto.

c. Se 𝜆 = 1⁄2 qual das estratégias de preços proporciona um maior lucro? E se 𝜆 = 3⁄4?

XIV.
1
Uma empresa tem dois consumidores cujas procuras são dadas, respetivamente, por P1 = 5 − 2 Q1
e P2 = 10 − Q 2 . A empresa tem custo marginal igual a 2, não tendo outros custos.
a. Suponha que a empresa dispõe das condições ideais para praticar discriminação de preços de
terceiro grau. Determine os preços que praticará, as quantidades que venderá, o lucro que obterá,
o excedente dos consumidores e o excedente total.
b. Suponha que a empresa era forçada a praticar um preço uniforme para todos os consumidores.
A empresa continuaria a vender aos dois consumidores? Compare os resultados com a alínea
anterior.
c. Suponha agora que havia 1 consumidor de tipo 1 e quatro de tipo 2. Repita a análise da alínea
anterior.
d. Admitindo que continuam reunidas as condições ideais para a prática de discriminação de preços,
verifique o que aconteceria, em termos de preços, quantidades, lucro e excedentes, se a empresa
utilizasse tarifas em duas partes.
e. E, nas mesmas condições, o que aconteceria com preços por blocos?
f. Admita agora que a empresa conhecia as curvas da procura mas não sabia qual o consumidor a
que correspondia cada uma. Utilizando preços por blocos, como deveria proceder para
maximizar o lucro?
g. Nessas condições, qual é a tarifa em duas partes ótima? Nota: esta alínea corresponde a matéria
que não é objeto de avaliação.

XV. (SCHOTTER 9.10)

Um monopolista vende para três clientes que têm as seguintes curvas da procura: 𝑄1 = 120 − 5𝑃,
𝑄2 = 50 − 10𝑃 e 𝑄3 = 150 − 5𝑃. A empresa produz com a seguinte estrutura de custos: 𝐶𝑇 =
8 + 4𝑄.
a. Derive a procura agregada pelo produto deste monopolista.
b. Que preço praticará o monopolista, se tiver que cobrar o mesmo preço a todos os consumidores?
c. Nesse caso, que lucro conseguirá?
d. Suponha que o monopolista exige que cada consumidor que queira comprar os seus produtos
tenha que se inscrever num clube de clientes, pagando a respetiva joia de inscrição pagando,
depois, o preço de monopólio por cada unidade do produto. Há algum montante positivo da joia
para o qual os três clientes estejam interessados em pertencer ao clube?
e. Qual é o preço socialmente ótimo?
f. Suponha que o monopolista exige que cada consumidor que queira comprar os seus produtos
tenha que se inscrever num clube de clientes, pagando a respetiva joia de inscrição. No entanto,
o preço que cobra adicionalmente por cada unidade do produto é o preço socialmente ótimo.
Há algum montante positivo da joia para o qual os três clientes estejam interessados em pertencer
ao clube?
g. Compare o lucro obtido pelo monopolista nas situações das alíneas d. e f.

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XVI.

Determinada empresa vende para dois tipos de consumidores cujas curvas individuais são dadas,
1
respetivamente, por 𝑄1 = 5 − 𝑃 e 𝑄2 = 5 − 2 𝑃. O custo marginal da empresa é de 2€. A empresa
pratica preços por blocos.
a. Suponha que conhece o tipo de cada consumidor que quer comprar os produtos. Que tarifário
é que deve oferecer aos consumidores de cada tipo se quiser maximizar o lucro?
b. E que tarifário deve praticar se não souber a que grupo pertence cada comprador?

XVII.

Um monopolista tem dois tipos de consumidores. Cada consumidor do tipo X tem a procura dada
por 𝑄𝑋 = 10 − 𝑃 e cada consumidor do tipo Y tem a procura dada por 𝑄𝑌 = 40 − 𝑃. O custo
marginal é 5. Suponha que o monopolista não pode identificar o tipo de consumidor. De que forma
poderá este maximizar os lucros se utilizar preços por bloco? Verifique o requisito da compatibilidade
de incentivos. Caso este requisito não se verifique, ajuste os preços propostos para que a
compatibilidade de incentivos seja restaurada.

XVIII.

Uma discoteca está a criar uma nova estratégia de preços. A nova estratégia inclui uma taxa de entrada
fixa e um custo variável por bebida (tarifa em duas partes). No mercado, existem dois tipos de
consumidores: 100 estudantes (S) e 100 adultos (A). A procura dos consumidores do tipo S é dada
1 1
por 𝑄𝑆 = 135 − 2 𝑃 e a procura dos consumidores do tipo A é dada por 𝑄𝐴 = 165 − 2 𝑃. O custo
marginal é de 10 euros por consumidor e o custo fixo (CF) é 2000000.

a. Suponha que a discoteca conhece os tipos de consumidores, determine a taxa fixa ótima que
maximiza o lucro.
b. Quais os excedentes dos consumidores do tipo A e do tipo S?

XIX.

Considere que o clube de ténis da CPBS é o único clube de ténis na região. O dono do clube deve
decidir a tabela de preços por hora de aluguer do campo de ténis. Existem dois tipos de jogadores de
ténis: “adultos” e “juniores”. Cada jogador adulto tem a procura dada por 𝑞𝑎 = 10 − 𝑃 e cada
jogador júnior tem procura 𝑞𝑗 = 4 − 𝑃, onde P é o preço por hora para cada jogador individual e 𝑞
é o número de horas de aluguer do campo de ténis. Assuma que nesta região existem 100 jogadores
de cada tipo e que é fácil de identificar o tipo de jogador.
O custo marginal do clube de ténis é €2 por hora de utilização do campo e o seu custo fixo é de
€1000.

a. Considere que existe uma lei que proíbe cobrar preços diferentes pelo mesmo serviço a diferentes
consumidores. Determine o preço e a quantidade total que maximizam o lucro do clube. A este
preço será que ambos os tipos de jogador vão aderir ao clube?
b. Determine o equilíbrio (preços, quantidade total, lucro e excedente total dos consumidores) se o
clube puder cobrar preços diferentes.
c. Suponha que o clube está a considerar cobrar uma joia de acesso diferenciada de acordo com o
tipo de jogador, assim como um preço por hora de aluguer do campo de ténis. O clube está a

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ponderar as seguintes estratégias: (i) aceitar apenas jogadores adultos, o que implica uma redução
do custo fixo em €250, (ii) aceitar ambos os tipos de jogador. Qual das estratégias – (i) ou (ii) – é
que o clube deveria escolher? Justifique apresentando todos os cálculos necessários.

XX.

A lasanha bolonhesa Pingo Doce pode-se comprar na loja online daquela cadeia de supermercados
em embalagens de 0,4 quilos e 1 de quilo. A embalagem de 0,4 quilos custa 1,80€ (na realidade, são
1,79€ mas vamos arredondar para simplificar as contas). Suponha que o Pingo Doce tem dois tipos
de clientes, com curvas inversas da procura dadas, respetivamente, por 𝑝1 = 8,8 − 21,5𝑞1 e 𝑝2 =
6,2 − 𝛽𝑞2 e que, no momento da venda, a empresa não sabe qual é o tipo de cada cliente (por
simplificação, assuma que há apenas 1 cliente de cada tipo). Suponha também que a venda de lasanha
tem um custo marginal constante 𝐶𝑀𝑔 = 𝑐. Suponha ainda que o Pingo Doce está a maximizar o
lucro.

a. Qual é o custo marginal 𝑐 de vender lasanha? E qual é o valor do parâmetro 𝛽 da curva da


procura dos clientes de tipo 2?
b. A que preço vende o Pingo Doce as embalagens de 1 quilo de lasanha?
c. Se o Pingo Doce conhecesse a curva da procura de cada cliente, podendo assim praticar
discriminação de preços, e vendesse lasanha utilizando uma tarifa em duas partes, como deveria
proceder para maximizar o lucro? Que lucro obteria nesse caso?
d. Suponha que o governo proibia o Pingo Doce de praticar uma tarifa em duas partes que
discriminasse entre os dois tipos de clientes. Se o Pingo Doce tiver que utilizar a mesma tarifa
em duas partes independentemente do tipo do cliente, que valores é que esta tomará? Que lucro
terá o Pingo Doce nesse caso?

XXI.

A empresa TRAP tem o monopólio dos voos diretos entre o Porto e Lisboa. Considere que esta
empresa tem dois tipos de passageiros: procura elevada (H) e procura baixa (L). A curva da procura
individual de cada passageiro com procura elevada é dada por 𝑞𝐻 = 380 − 0,2𝑃 e a curva da procura
individual de um passageiro com procura baixa é dada por 𝑞𝐿 = 1000 − 𝑃, onde 𝑞𝑖 é o número de
voos de cada tipo de passageiro e 𝑃 o preço de cada bilhete (em euros). Sabe-se que existem 30
passageiros com procura elevada e 20 passageiros com procura baixa. Suponha que o custo de
transportar um passageiro adicional é de 500 euros e que a capacidade dos aviões é superior ao
número total de passageiros.

a. Suponha que a empresa TRAP pode discriminar entre os dois tipos de passageiros (vendendo
dois tipos de bilhetes: primeira classe e turística). Que preços praticaria e que lucro obteria?
b. Se a empresa TRAP praticasse um preço uniforme, qual seria o preço único ótimo de um bilhete
de avião e o lucro da empresa?
c. Suponha que a empresa conhecia a existência dos dois tipos de passageiros e as respetivas curvas
da procura, mas não sabia qual a curva correspondente a cada passageiro. Utilizando preços por
blocos, qual o lucro máximo que a empresa poderia obter? Comente o resultado.

XXII.

O único restaurante de um campus Universitário tem dois tipos de cliente: estudantes (E) e professores
(P), em que a procura individual de refeições é dada por:

𝑞𝐸 = 6 − 0,5𝑃

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𝑞𝑃 = 4 − 0,2𝑃

Os custos fixos são 500 unidades monetárias (u.m.) e os custos variáveis são de 3 u.m. por refeição.
Frequentam o campus (e são clientes do restaurante) 90 estudantes e 25 professores. O restaurante
conhece o tipo de cada cliente.

a. Considere que o restaurante pratica um preço uniforme. Determine o equilíbrio (preço,


quantidade total, lucro).
b. Calcule o equilíbrio caso o restaurante escolhesse fazer discriminação de preços de 3º grau.
c. Em alternativa, o restaurante pondera alterar a estratégia de preços de forma a vender blocos de
refeições, diferentes por tipo de cliente. Determine os blocos ótimos a oferecer a cada tipo de
cliente e calcule o lucro. Vale a pena alterar a estratégia de preços (em comparação com a
discriminação de preços de 3º grau)?

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

I.

A Portugal Telecom oferece duas opções de tarifação aos consumidores que pretendam uma ligação
ADSL à Internet com velocidades de 256 Kbps:

• Sapo pré-pago: não tem mensalidade mas implica um pagamento de 0,035€ por minuto de
ligação à Internet;
• Sapo free: carregamento obrigatório de 22,50€ de dois em dois meses; custo de 0,03€ por
minuto.
Para um vendedor, quais as potenciais vantagens de esquemas de tarifação como o Sapo free sobre os
do tipo do Sapo pré-pago? Que vantagem terá o vendedor em oferecer tarifários alternativos,
permitindo ao consumidor escolher? Explique cuidadosamente.

II.

O E-Views é um conhecido software de econometria, utilizado em muitas universidades. A tabela de


preços deste software indica os seguintes preços, em função do número de utilizadores simultâneos
na rede da Universidade:

• 1 utilizador - £ 475
• 3 utilizadores - £ 975
• 30 utilizadores - £ 2.160
• Número ilimitado de utilizadores - £ 2.400
Os manuais deste software custam £ 75 se comprados isoladamente mas um pacote de 10 custa £
475.

Procure explicar a política de preços desta empresa.

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III.

Em 2008, uma assinatura para o ciclo de piano da Casa da Música, composto por nove recitais,
custava 123 euros, o que equivalia a um preço por recital cerca de 30% inferior ao de um bilhete
isolado.

Os espectadores interessados na assinatura para o conjunto dos nove espetáculos são provavelmente
os com maior entusiasmo por recitais de piano. Qual, então, será a lógica de lhes oferecer um
desconto face ao preço normal dos bilhetes?

IV.

Suponha que é proprietário do único teatro na pequena cidade de Alguidares de Baixo. Na cidade, há
dois grupos de consumidores de teatro: um grupo de “aficionados”, com forte procura por este tipo
de produto, e a restante população que se interessa muito pouco por teatro, só o frequentando
ocasionalmente. Infelizmente para si, os habitantes de Alguidares de Baixo são todos clones do
fundador da cidade, sendo por isso fisicamente indistinguíveis uns dos outros. Que tipo de políticas
de preços poderia utilizar para tentar obter um lucro mais elevado do que com um preço idêntico
para todos os espectadores? Que dificuldades que se poderiam colocar à sua implementação?

V.

Tabela de preços do Hotel Boavista

Sem vista para o mar Com vista para o mar


Individual 71.60€ 83.60€
Duplo 79.80€ 91.80€
Triplo 89.80€ 101.80€
Suite --- 122.00€
Berço 12.00€ 12.00€
Regime Aposento e Pequeno Almoço
Preços Com todas as taxas incluídas

Comente esta tabela de preços. Com explicar as reduzidas diferenças de preços entre quartos
individuais, duplos e triplos?

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CAPÍTULO 7 – MERCADOS E CONCORRÊNCIA

Workshops 2, 6, 8(DL1), 9(DL2) e 10 (quinta-feira): exercícios I e QDI;

Workshops 3, 4, 5 e 7 (sexta-feira): exercícios II e QDII.

EXERCÍCIOS

I.

A tabela seguinte apresenta as quotas de mercado em 4 mercados diferentes:

A B C D
80% 25% 20% 40%
10% 25% 20% 20%
10% 25% 20% 10%
25% 20% 10%
20% 10%
10%

a. Ordene estes mercados em função do seu rácio de concentração das 4 maiores empresas.
b. Ordene estes mercados em função do índice de Herfindahl. Explique eventuais diferenças face à
ordenação resultante do rácio de concentração.

II.

A tabela seguinte apresenta as quotas de mercado em 4 mercados diferentes:

A B C D
45% 20% 30% 40%
30% 25% 25% 20%
10% 30% 15% 15%
8% 25% 10% 5%
7% 20% 10%
10%

a. Ordene estes mercados em função do seu rácio de concentração das 4 maiores empresas.
b. Ordene estes mercados em função do índice de Herfindahl. Explique eventuais diferenças face à
ordenação resultante do rácio de concentração.

III.

Segundo um relatório recente, o número de clientes de cada uma das três empresas nacionais de
telemóveis seria o seguinte:

Clientes (milhões)
TMN 5,3
VODAFONE 4,3
Optimus 2,3

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a. Utilizando o Índice de Herfindahl, caracterize o nível de concentração neste mercado em


Portugal? Explique as vantagens e desvantagens deste indicador.
b. Em face da evidência anterior e do que sabe este mercado, comente a seguinte afirmação: “O
mercado português das comunicações móveis é extremamente concentrado e, por isso, muito
pouco concorrencial.”

IV.

Da base de dados SABI, consultada em Setembro de 2011, retirou-se a seguinte informação sobre o
código “11050 - Fabricação de Cerveja” da Classificação das Atividades Económicas:

Empresa Volume de Negócios


Cervejolandia 805
Drink In 5691
Empresa de Cervejas da Madeira 31826
Fábrica de Cervejas e Refrigerantes João de Melo Abreu 4260
Folias de Baco 20
Praxis – Cervejas de Coimbra 489
SCC – Sociedade Central de Cervejas e Bebidas 384216
UNICER – Bebidas 451092

a. Caracterize o nível de concentração deste mercado, recorrendo ao rácio de concentração e ao


índice de Herfindahl.
b. Discuta a relevância económica dos resultados obtidos atendendo, nomeadamente, a eventuais
problemas na definição do mercado subjacente aos dados anteriores.

V. (MATA 15.1)

A elasticidade cruzada da procura entre o produto Z e quatro outros produtos é a seguinte:

A B C D
-1,8 1,2 0,05 -0,01

a. Classifique estes produtos como substitutos ou complementares.


b. Qual dos produtos é que mais provavelmente pertence ao mesmo mercado que Z?

VI.

Um estudo sobre o consumo de tabaco na Índia (John, RM, 2008, Price Elasticity Estimates for
Tobacco Products in India, Health Policy and Planning) apresenta as seguintes estimativas para as
elasticidades preço da procura e elasticidade cruzadas da procura entre três tipos de produto, nas
zonas rurais daquele país: bidis, cigarros e tabaco de enrolar (nota: o bidi é uma espécie de cigarro
feito partir de tabaco prensado entre folhas de plantas, sendo bastante mais barato do que os cigarros
convencionais).

Bidi Cigarro Tabaco de enrolar


Bidi -0,91 -0,117 -0,010
Cigarro -0,24 -0,41 0,010
Tabaco de enrolar -0,067 0,15 -0,87
Nota: os valores apresentados são os da elasticidade correspondente a uma variação do preço do
produto indicado na primeira coluna sobre a quantidade do produto indicado na primeira linha.

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Com base nesta informação, consideraria estes produtos complementos ou substitutos? E parece-lhe
que se deverá falar de um único mercado, abrangendo os três, ou de mercados separados para cada
um deles?

VII.

Suponha que a curva da procura por X é dada por 𝑄 = 10 − 2𝑃X + 𝑃Y , onde 𝑃X é o preço de X e
𝑃Y é o preço de outro produto. Actualmente, 𝑃Y = 2.

a. Suponha que 𝑃X = 1. Determine a elasticidade preço da procura de X e a sua elasticidade cruzada


com Y.
b. Suponha que 𝑃X = 2. Repita os seus cálculos.
c. Com base nestes resultados, qual é a sua opinião sobre a relação de substituibilidade entre X e
Y?

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

I.

Um gestor fez a seguinte afirmação: “Nos mercados em que os fornecedores possuem um elevado
poder de negociação e os produtos são altamente padronizados, as empresas enfrentam maiores
desafios para obter lucros.” Comente esta afirmação.

II.

Um gestor fez a seguinte afirmação: “Mercados em que os compradores possuem um elevado poder
de negociação e os produtos são altamente substituíveis tendem a ser menos atrativos para as
empresas investirem.” Comente esta afirmação.

III.

Um analista fez a seguinte afirmação: “Mercados em que há forte diferenciação e os consumidores


têm baixos custos de mudança são muito atrativos para as empresas investirem”. Comente esta
afirmação.

IV.

Num determinado país, há muitos vendedores de água e um único vendedor de vinho. Aos preços
atuais, a elasticidade cruzada da procura entre vinho e água é 2. Alguns comentadores têm
argumentado que o vendedor de vinho é um monopolista e defendem a criação de uma agência de
regulação com poderes para fixar um preço máximo para este produto, de forma a defender os
consumidores. O vendedor de vinho alega que isso não faz sentido porque o vinho e a água são
substitutos: “não existe um mercado do vinho, o que existe é um mercado das bebidas em que há
muita concorrência; vejam o valor da elasticidade cruzada da procura”. Este argumento fará sentido?

V.

Em Portugal existem três operadores de telefones móveis, a TMN, a Vodafone e a Optimus, com
quotas de mercado, respetivamente, de 45%, 37% e 18%.

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a. Que fatores lhe parecem mais importantes para explicar o elevado grau de concentração desta
indústria?
b. Discuta a problemática da delimitação dos mercados a propósito deste caso concreto. Fará
sentido falar de um mercado português das comunicações móveis?

VI.

Considere o mercado português de cerveja. Utilizando o modelo das 5 forças, faça uma breve
caracterização do mercado. Em face da sua caracterização, o que esperaria quanto ao nível de
rentabilidade das empresas que atuam neste mercado?

VII. (BESANKO 10.10)

Nos EUA, em média, por cada CD vendido, o lucro do artista é de 60 cêntimos, o da companhia
discográfica de 1,80 dólares e o do retalhista que vende o CD ao consumidor 60 cêntimos. Utilize o
modelo das 5 forças para explicar este padrão, tendo em conta que só há meia dúzia de companhias
discográficas de dimensão significativa.

VIII.

Em termos económicos, parece-lhe razoável falar de um mercado português da cerveja? Será que
“Portugal” e “cerveja” são as dimensões corretas do mercado? Que informação o pode ajudar a
decidir esta questão?

E falar de um mercado português dos transportes aéreos? E de um mercado português dos aviões de
médio e longo curso?

IX.

Considere o mercado da restauração no Porto. Utilizando o modelo das 5 forças, faça uma breve
caracterização do mercado. Em face da sua caracterização, o que esperaria quanto ao nível de
rentabilidade das empresas que atuam neste mercado?

X.

No mercado português das comunicações telefónicas móveis, as quotas de mercado são


aproximadamente as seguintes: MEO 45%; Vodafone 34%; NOS 21%.

a. Discuta a problemática da delimitação dos mercados a propósito deste caso concreto. Fará
sentido falar de um mercado português das comunicações móveis?
b. Caraterize o nível de concentração nesta indústria utilizando o índice de Herfindahl.
c. No capítulo 7, estudámos o chamado “modelo das 5 forças”. Indique quais as 5 forças que o
compõem.
d. De forma sintética (não mais de uma página no total), descreva o mercado português das
comunicações móveis à luz do modelo das cinco forças.

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CAPÍTULO 8 – INTERACÇÃO ESTRATÉGICA

Workshops 2, 6, 8(DL1), 9(DL2) e 10 (quinta-feira): exercícios I e III;

Workshops 3, 4, 5 e 7 (sexta-feira): exercícios II e IV.

EXERCÍCIOS

EXEMPLO

Suponha que duas empresas concorrentes, A e B, vendem os seus produtos num determinado
supermercado. Ambas têm conhecimento do comportamento dos consumidores e sabem que o seu
volume de vendas se encontra diretamente relacionado com a localização dos seus produtos e com a
proximidade dos seus produtos relativamente aos produtos vendidos pela sua concorrente. Se cada
uma delas escolher localizações diferentes, a empresa que escolher dispor os seus produtos no
corredor central do supermercado terá uma receita total de 1600 e o que estiver no corredor
secundário terá uma receita total de 1100. Se os produtos das duas empresas estiverem no corredor
central, cada uma terá uma receita total de 900, enquanto se os seus produtos estiverem ambos
localizados no corredor secundário terão uma receita total de 600.

Empresa B

cc cs

cc 800 ; 800 1500 ; 1050


Empresa A
cs 1050 ; 1500 550 ; 550

O supermercado cobra 100 unidades monetárias para que uma empresa possa expor os seus produtos
no corredor central e 50 unidades monetárias, no corredor secundário. (nota: Considere que as
empresas não têm qualquer custo de produção e que apenas têm de suportar as taxas impostas pelo
supermercado).

a. Suponha que as empresas decidem simultaneamente a localização dos seus produtos. Represente
o jogo na forma normal e determine o(s) equilíbrio(s) de Nash.
Cada empresa tem duas estratégias possíveis: corredor central (cc) ou corredor secundário (cs).

Empresa B
cc cs
cc 800 ; 800 1500 ; 1050
Empresa A
Cs 1050 ; 1500 550 ; 550

Dois equilíbrios de Nash: uma empresa coloca os produtos no corredor central e a outra no corredor
secundário.
b. Suponha que a empresa A consegue escolher em primeiro lugar, a localização dos seus produtos.
Indique quais as suas possíveis estratégias, assim como, as possíveis estratégias da empresa B.
Estratégias de A:
- corredor central (cc);
- corredor secundário (cs).
Estratégias de B:

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- corredor central se A escolher o corredor central e corredor secundário de A escolher o corredor


secundário (cc\cc,cs\cs);
- corredor secundário se A escolher o corredor central e corredor central de A escolher o corredor
secundário (cs\cc,cc\cs);
- corredor central quer A escolha corredor central quer escolha corredor secundário (cc\cc,cc\cs);
- corredor secundário quer A escolha corredor central quer escolha corredor secundário (cs\cc,cs\cs).
c. Represente o jogo na forma extensiva e calcule o(s) equilíbrio(s) perfeitos nos subjogos quando
a empresa A escolhe em primeiro lugar.

A
cc cs
B B
cc cs cc cs

800;800 1500;1050 1050;1500 550;550


0 0 0 0
O “caminho de equilíbrio” encontra-se por indução retroativa: A escolhe cc e B responde com cs.
Em equilíbrio, a estratégia de B é “corredor secundário se A escolher o corredor central e corredor
central de A escolher o corredor secundário (cs\cc,cc\cs)”. Os resultados de equilíbrio são 1500 para
A e 1050 para B.

I.

As empresas A e B concorrem na venda de um determinado produto. Na situação atual, cada uma


das empresas tem vendas de 80, não tendo quaisquer custos. As duas empresas estão a decidir se
fazer publicidade aos seus produtos. Se nenhuma fizer publicidade, mantêm as atuais vendas e cada
uma obtém um lucro de 80. Fazer publicidade tem um custo de 20 mas permite aumentar as vendas
da empresa que a faz em 30 à custa de uma redução no mesmo montante nas vendas da outra
empresa. Se ambas as empresas fizerem publicidade, as vendas permanecem inalteradas porque o
efeito da publicidade de uma empresa anula o da outra.
Suponha que a decisão relativa à publicidade era tomada pelas empresas de forma independente e
simultânea.
a. Represente esta situação como um jogo em forma normal.
a. O que é um equilíbrio de Nash? Verifique se este jogo tem algum equilíbrio de Nash.
b. Suponha que as empresas iam enfrentar esta situação em dois anos consecutivos. Considere a
seguinte estratégia: “No primeiro ano, não fazer publicidade. No segundo ano, fazer o que a
outra empresa tiver feito no primeiro.” Se ambas as ambas empresas utilizarem esta estratégia,
que lucro conseguem em cada ano? Discuta se a adoção desta estratégia por ambas as empresas
seria um equilíbrio deste jogo.

II.

Considere duas empresas (X e Y) que têm de decidir o seu nível de capacidade produtiva para o ano
seguinte. Existem duas possibilidades: (i) “sem expansão” (SE) e (ii) “com expansão” (CE) do nível
de capacidade atual. Sabe-se que quando ambas as empresas escolhem “sem expansão”, o lucro da
empresa X será de 19 u.m. e da empresa Y será de 18 u.m.. No entanto, se ambas escolherem “com
expansão”, o lucro da empresa X será de 20 u.m. e o lucro da empresa Y será de 19 u.m. Se apenas

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uma empresa escolher “com expansão” o seu lucro será de 22 u.m. e o lucro da empresa rival será
reduzido em 1 u.m.
a. Represente este jogo na forma normal.
b. Determine o equilíbrio de Nash do jogo.
c. Suponha agora que a empresa X tem uma vantagem no planeamento e decide primeiro o seu
nível de capacidade produtiva. Represente o jogo na forma extensiva e encontre o equilíbrio
perfeito em subjogos deste jogo.

III.

As empresas A e B concorrem na venda de um determinado produto. Na situação atual, cada uma


das empresas tem vendas de 80, não tendo quaisquer custos. As duas empresas estão a decidir se
fazer publicidade aos seus produtos. Se nenhuma fizer publicidade, mantêm as atuais vendas e cada
uma obtém um lucro de 80. Fazer publicidade tem um custo de 20 mas permite aumentar as vendas
da empresa que a faz em 30 à custa de uma redução no mesmo montante nas vendas da outra
empresa. Se ambas as empresas fizerem publicidade, as vendas permanecem inalteradas porque o
efeito da publicidade de uma empresa anula o da outra.
Admita que a empresa B só decidia o que fazer depois de conhecer a decisão da empresa A.

a. Represente esta situação como um jogo em forma extensiva.


a. Descreva todas as estratégias ao dispor de cada uma das empresas.
b. Determine o equilíbrio perfeito nos subjogos deste jogo.

IV. (BAYE 10.2)

Dois jogadores têm que escolher simultaneamente as estratégias A ou B. Se ambos escolhem A, cada
um ganha 500€. Se ambos escolhem B, cada um ganha 100€. Se um escolhe A e o outro B, o que
escolheu A ganha 0€ e o que escolheu B ganha 650€.
a. Represente este jogo na forma normal.
b. Verifique se os jogadores têm estratégias dominantes.
c. Determine o equilíbrio de Nash do jogo.
d. Determine a combinação de estratégias que, do ponto de vista do conjunto dos jogadores, seria
mais eficiente. Explique se essa combinação de estratégias pode, ou não, constituir um equilíbrio
e porquê.

V.

Considere que o Miguel trabalha na empresa X. A empresa X tem de decidir pagar-lhe um salário
fixo de €10.000 ou partilhar as suas receitas em partes iguais com o Miguel. O Miguel tem também
que decidir se faz formação que lhe irá custar €1.000 ou não. As receitas da empresa são positivamente
afetadas pela formação e pela partilha de receitas. Sabe-se que sem formação e com um salário fixo,
as receitas totais são €20.000, enquanto se a formação ou a partilha das receitas forem implementados,
as receitas sobem para €22.000. Se a formação e a partilha das receitas forem implementados, as
receitas são €25.000.

a. Sabendo que as decisões são simultâneas, construa o cenário apresentado num jogo no formato
normal.
b. Determine o(s) equilíbrio(s) de Nash deste jogo.

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c. Existe alguma estratégia dominante para cada jogador?

VI.

Numa dada indústria existem duas empresas, 1 e 2. Ambas as empresas vendem o mesmo produto
homogéneo. Cada empresa tem de decidir o seu nível de capacidade produtiva para o próximo ano.
Existem três possibilidades: (1) “Não expandir” e, então, manter o nível atual de capacidade; (2)
“Pequena expansão” do nível de capacidade atual; e (3) “Grande expansão”. A matriz dos resultados
que resume o lucro que cada empresa ganha, para cada combinação possível de estratégias é a
seguinte:

Empresa 2
Não expandir Pequena expansão Grande expansão
Não expandir 36; 36 30; 40 19; 36
Empresa 1 Pequena expansão 40; 30 32; 32 16; 24
Grande expansão 36; 18 24; 16 0; 0
a. Determine o(s) equilíbrio(s) de Nash deste jogo. Justifique.
b. Considere agora que o processo de decisão é sequencial, sendo a empresa 1 a primeira a decidir.
Represente o jogo no formato extensivo e determine o equilíbrio de Nash perfeito em subjogos.
Na sua resposta, descreva as estratégias de equilíbrio e o caminho do equilíbrio.

VII. (BAYE 10.4)

Considere o seguinte jogo:

Jogador 2

C D
Jogador 1 A 10, 10 60, -5
B -5, 60 50, 50

a. Identifique o seu equilíbrio de Nash.


b. Suponha que ambos os jogadores sabem que o jogo se repetirá 3 vezes. Poderão conseguir um
resultado mais favorável do que o que conseguiriam no jogo não-repetido?

VIII. (KREPS 21.8)

Numa cena do filme A Beautiful Mind, John Nash inventa o conceito de equilíbrio de Nash no
momento em que, estando num bar com alguns colegas, procura inventar uma técnica para “engatar”
raparigas (pode ver a cena em http://youtu.be/2d_dtTZQyUM). A cena do filme não se adequa à
ideia de equilíbrio de Nash mas a versão seguinte sim. Dois amigos, o Francisco e o João, estão num
bar onde também estão a Diana, a Mónica e a Sílvia. Cada um dos rapazes pretende meter conversa
com uma das raparigas. Quando um deles tenta meter conversa, por exemplo, com a Diana, a sua
probabilidade de sucesso é pDiana. Se os dois tentarem meter conversa com a Diana, a probabilidade
de sucesso de cada um desce para metade daquele valor. A utilidade de meter conversa com a Sílvia,
que é particularmente atraente, é de 10 enquanto com as outras duas raparigas, que são apenas giras,
é de 7. Mas, precisamente por ser mais atraente, a Sílvia tem mais pretendentes pelo que pSílvia= 0,2
enquanto pDiana = pMónica = 0,3.
a. Represente este jogo na forma normal e determine os seus equilíbrios de Nash.

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b. Se o João pudesse tomar a iniciativa de escolher com que rapariga meter conversa e o Francisco
agisse posteriormente, o que seria de esperar que acontecesse?

IX.

A Helena pretende contratar um advogado para defender os seus interesses. A Helena tem que
escolher se pagar bem (6 unidades monetárias) ou pagar mal (3 unidades monetárias) ao seu
advogado. O advogado tem que escolher se se vai esforçar muito ou esforçar pouco na defesa dos
interesses da Helena: quando se esforça muito incorre num sacrifício que é equivalente a deduzir 1
unidade monetária ao pagamento que recebe; se se esforça pouco, não há nenhum sacrifício desse
tipo. Quando o advogado se esforça pouco, a Helena consegue um ganho de 5, ao qual tem que
deduzir o pagamento feito ao advogado. Quando este se esforça muito, a Helena consegue um ganho
de 20, ao qual tem que deduzir igualmente os honorários do advogado.
a. Suponha que a Helena paga antecipadamente ao advogado, antes de este exercer qualquer
esforço. Represente esta situação em forma extensiva e determine o respetivo equilíbrio perfeito
nos subjogos.
b. Suponha que a Helena só paga depois de observar o esforço exercido pelo advogado. Represente
esta situação em forma extensiva e determine o respetivo equilíbrio perfeito nos subjogos.
c. Suponha que as decisões da Helena e do advogado são simultâneas, sem que qualquer um deles
conheça antecipadamente a decisão do outro. Represente esta situação em forma normal e
determine o seu equilíbrio de Nash.
d. Analise a eficiência dos resultados das alíneas anteriores e discuta a forma como, numa situação
real, se poderia estruturar a relação entre a Helena e o seu advogado para tentar obter resultados
mais eficientes.

X. (KREPS 21.7)

Considere o seguinte jogo em forma extensiva:

Andreia

a b c

Bernardete Bernardete Bernardete


a c a c a c
b b b

4,6 1,2 1,1 3,4 5,5 3,1 2,4 2,2 6,3

a. Analise o jogo por indução retractiva.


b. Enumere as 3 estratégias possíveis para a Andreia. Enumere as 27 estratégias possíveis para a
Bernardete.
c. Represente o jogo na forma normal e identifique os seus equilíbrios de Nash. Explique porque é
que a maioria desses equilíbrios não “sobrevivem” à indução retractiva.

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XI.

A Ana e o Bernardo vão jogar um jogo sequencial e repetido: em cada ronda, a Ana joga primeiro e
o Bernardo depois. Cada jogador tem duas ações possíveis: terminar o jogo ou permitir que ele
continue. Se, na primeira ronda, nenhum dos jogadores termina o jogo, inicia-se uma segunda ronda
em que se repete a sequência de decisões. Se nenhum dos jogadores o terminar anteriormente, o jogo
termina no final da segunda ronda.
Na primeira ronda, se a Ana terminar o jogo, ela ganha 2 euros e o Bernardo não ganha nada. Caso
a Ana permita que o jogo continue, é a vez do Bernardo jogar: se ele terminar o jogo, a Ana ganha
apenas 1 euro e o Bernardo ganha 3 euros; caso o Bernardo permita que o jogo continue, passa-se à
segunda ronda. Tudo se repete mas os resultados são 2 euros superiores aos da primeira ronda. Se
ambos os jogadores permitirem que o jogo continue, o jogo termina e a Ana ganha 6 euros e o
Bernardo 4.
a. Identifique todas as estratégias possíveis para cada um dos jogadores.
b. Represente o jogo em forma normal e determine todos os seus equilíbrios de Nash.
c. Represente o jogo em forma extensiva.
d. Analise o jogo por indução retractiva, determinando os seus equilíbrios perfeitos nos subjogos.
e. Explique porque é que nem todos os equilíbrios de Nash determinados na alínea b. são equilíbrios
perfeitos.

XII.

Da localidade A para a localidade B, pode ir-se pela estrada X ou pela estrada Y. Todos os dias, às 8
horas da manhã, 4 condutores viajam de A para B nos seus automóveis, tendo que escolher o percurso
a utilizar. Os condutores pretendem fazer a viagem no menor tempo possível. O tempo de viagem
depende do número de automóveis que utilizam a estrada. Se apenas um automóvel utilizar a estrada
X, a viagem faz-se em 28 minutos mas a sua duração aumenta 4 minutos por cada automóvel
adicional. Na estrada Y, a viagem faz-se em 35 minutos, se apenas um automóvel a utilizar,
aumentando a sua duração em 2 minutos por cada automóvel adicional.
a. Interprete esta situação como um jogo simultâneo. Que estratégia pode cada jogador/condutor
utilizar?
b. Quais são os equilíbrios de Nash deste jogo? (nota: verifique se a situação em que todos utilizam
a estrada X pode ser um equilíbrio; depois verifique se a situação em que três condutores vão por
X e um por Y é um equilíbrio; e assim sucessivamente).

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QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

I.

Hernan Cortéz, o conquistador do México, ao atingir a costa daquele país, vindo de Espanha, mandou
incendiar os seus navios. Discuta a lógica deste procedimento.

II.

Suponha que pretende vender um objeto a uma de entre um número limitado de pessoas: por
exemplo, suponha que pretende vender a solução desta questão a um aluno do 1º ano da FEG que
pode precisar dela no próximo ano. Suponha que não conhece os seus colegas do 1º ano mas que
eles se conhecem uns aos outros muito bem: especificamente, suponha que não sabe quanto é que
os seus colegas estariam dispostos a pagar pela solução mas que cada um deles sabe muito bem quanto
é que os outros estariam dispostos a pagar.

Uma possibilidade que poderia utilizar seria um leilão. Dois tipos de leilão muito conhecidos são o
leilão inglês e o leilão em envelope fechado. O leilão inglês é o que vemos habitualmente nos filmes:
os potenciais compradores reúnem-se num local e o leiloeiro pede ofertas; quando há uma oferta,
volta a pedir ofertas mais elevadas; quando já ninguém faz ofertas mais elevadas, o leilão termina e a
pessoa que fez a oferta mais elevada ganha; paga o que ofereceu e recebe o objeto. Num leilão em
envelope fechado, cada potencial comprador escreve secretamente quanto está a pagar num envelope
fechado; o leiloeiro abre os envelopes simultaneamente, compara as ofertas e ganha quem fez a oferta
mais elevada; paga o que ofereceu e recebe o objeto.

Se pretender receber o preço mais elevado pela solução que pretende vender, qual destes tipos de
leilão preferiria utilizar? Porquê? Consegue conceber leilões que obedeçam a regras diferentes?
Parecem-lhe preferíveis?

III.

Na maioria dos países, a formação de cartéis, isto é, de acordos entre empresas concorrentes para
combinar os preços a praticar ou as quantidades a produzir, é proibida. No entanto, as Autoridades
da Concorrência que têm que aplicar esta proibição debatem-se com grandes dificuldades para provar
a existência de cartéis. Para diminuir este problema, na última década muitos países têm adotado
“estatutos de clemência” mediante os quais o membro de um cartel que o denuncie às autoridades
apresentando provas da sua existência beneficia de impunidade, ficando isento do pagamento das
multas a que estaria sujeito. Este mecanismo tem sido muito bem-sucedido, levando á deteção e
punição de muitos cartéis.

Discuta a lógica subjacente à adoção destes mecanismos. Compare o “jogo” com que se confrontam
os membros de um cartel, consoante exista ou não um estatuto de clemência.

IV.

Suponha que é o dono de um dos dois supermercados de Cebolais de Baixo. Todos os dias, o seu
supermercado e o seu concorrente anunciam o preço das batatas, que pode ser um preço normal ou
um preço de saldo. Quando ambos anunciam o mesmo preço, os consumidores dividem-se por igual
pelos dois estabelecimentos. Quando um dos supermercados tem o preço de saldo e o outro o preço
normal, só os clientes “distraídos”, que são 20% do total, se distribuem pelos supermercados. Os
clientes “atentos” compram todos no supermercado com preço de saldo, que assim consegue um
lucro muito maior do que o outro.
Que tipo de política de preços deve usar no seu supermercado?

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CAPÍTULO 9 – OLIGOPÓLIO

Neste capítulo, os exercícios I a XVI relacionam-se com a Lecture 9 e os restantes com a Lecture 10.

1ª semana

Workshops 2, 6, 8(DL1), 9(DL2) e 10 (quinta-feira): exercícios I e III;

Workshops 3, 4, 5 e 7 (sexta-feira): exercícios II e IV.

2ª semana

Workshops 2, 6, 8(DL1), 9(DL2) e 10 (quinta-feira): exercícios XVII e XIX;

Workshops 3, 4, 5 e 7 (sexta-feira): exercícios XVIII e XX.

EXERCÍCIOS

EXEMPLO

Numa indústria de produto homogéneo existem 4 empresas, cada uma com custo marginal 100. A
curva da procura é 𝑃 = 500 − 2𝑄.

a. Qual o equilíbrio se as empresas concorrerem pelo preço?


Modelo de Bertrand
𝑃 = 𝐶𝑀𝑔 = 100 ⇒ 𝑄 = 200
200
Assumindo que a quantidade se reparte por igual entre os concorrentes, 𝑞𝑖 = = 50. O lucro é
4
nulo.
b. E se concorrerem pela quantidade?
Modelo de Cournot
𝐿𝑇𝑖 = (500 − 2 × 𝑞𝑖 − 2 × 𝑞−𝑖 ) × 𝑞𝑖 − 100 × 𝑞𝑖
Maximizando, obtêm-se as funções reação
𝜕𝐿𝑇𝑖 1
= 0 ⇔ 𝑞𝑖 = 100 − 𝑞−𝑖
𝜕𝑞𝑖 2
Dada a simetria dos pressupostos, 𝑞−𝑖 = 3 × 𝑞𝑖 . Portanto,
1
𝑞𝑖 = 100 − × 3 × 𝑞𝑖 ⇔ 𝑞𝑖 = 40 ⇒ 𝑄 = 4 × 40 = 160 ⇒ 𝑃 = 500 − 2 × 160 = 180
2
𝐿𝑇𝑖 = 180 × 40 − 100 × 40 = 3200
c. Em cada uma das situações, o que acontece ao preço de equilíbrio se o custo marginal duplicar?
Modelo de Bertrand: o preço também duplica.
Modelo de Cournot: repetindo a análise anterior, verifica-se que 𝑃′ = 260. Portanto, o preço cresce
menos do que o custo.
O nível dos preços é maior no modelo de Cournot do que no de Bertrand. Mas as variações dos
preços em resposta a variações dos custos são menores no primeiro do que no segundo.
d. Que lucros conseguiriam as empresas se formassem um cartel?

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Atendendo à simetria,
𝐿𝑇 = 4 × [(500 − 2𝑄) × 𝑞𝑖 − 100 × 𝑞𝑖 ] = (400 − 2𝑄) × (4 × 𝑞𝑖 ) = (400 − 2𝑄)𝑄
Para maximizar o lucro conjunto,
𝜕𝐿𝑇
= 0 ⇔ 𝑄 = 100 ⇒ 𝑃 = 300
𝜕𝑄
Admitindo que a quantidade se repartia por igual entre as empresas (o que não é obrigatório),
𝑞𝑖 = 25 ⇒ 𝐿𝑇𝑖 = (300 − 100) × 25 = 5000
e. Mostre que essa situação não é estável?
Na alínea b, vimos que para maximizar o lucro, cada empresa deve produzir uma quantidade
correspondente a
1
𝑞𝑖 = 100 − 𝑞−𝑖
2
Se as outras três estão a produzir 25 cada uma, a empresa i quererá produzir
1
𝑞𝑖 = 100 − × 75 = 62.5
2
Portanto, a solução de cartel não corresponde a um equilíbrio de Nash: cada uma das empresas não
está a dar a melhor resposta às restantes.

I.

Num determinado mercado de produto homogéneo, a procura é dada por 𝑃 = 6 − 𝑄. As duas


empresas que vendem o produto têm, respetivamente, 𝐶𝑀𝑔1 = 1 e 𝐶𝑀𝑔2 = 2.
a. Supondo que as empresas se comportavam como no modelo de Cournot. Quais seriam as
quantidades vendidas por cada uma e o lucro que obteriam?
b. Represente graficamente as funções reação das duas empresas e indique o equilíbrio. Suponha
que o custo unitário de produção da empresa 2 se reduzia para 1. Utilizando o gráfico (não
necessita de fazer cálculos), explique que consequências seriam de esperar para as quantidades de
equilíbrio e para os lucros das duas empresas.
c. Supondo que as empresas se comportavam como no modelo de Bertrand. Quais seriam as
quantidades vendidas por cada uma e o lucro que obteriam? (ignore a redução de custos)

II.

Suponha que a procura agregada de um produto homogéneo é dada por 𝑄 = 2500 − 25𝑃, em que
𝑄 representa a quantidade agregada do produto e 𝑃 o respetivo preço. Neste mercado existem duas
empresas, 1 e 2, que produzem este produto homogéneo. O custo total de cada empresa 𝑖 = 1,2 é
dado por 𝐶(𝑞𝑖 ) = 𝑐𝑖 𝑞𝑖 em que 𝑐1 = 40 e 𝑐2 = 30.

a. Suponha que as empresas decidem simultaneamente a quantidade a produzir. Determine o


equilíbrio de mercado (preço, quantidades e lucros) e os excedentes do consumidor e produtor.
Represente graficamente o equilíbrio.
b. Assuma que a empresa 1 decide primeiro quanto produzir. A empresa 2 observa a decisão da
empresa 1 e só depois toma a sua decisão. Determine o equilíbrio de mercado (preço, quantidades
e lucros). Compare os lucros das duas empresas e comente o resultado relacionando com a
estrutura de mercado e de custos.

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c. Considere agora que 𝑐1 = 𝑐2 = 30 e que a concorrência neste mercado opera por via do preço.
Determine o equilíbrio de mercado (preço, quantidades e lucros).

III.

A procura por determinado produto é dada por 𝑄 = 400 − 𝑃. Este produto é vendido por duas
empresas que escolhem de forma simultânea e independente a quantidade a vender. Uma das
empresas tem um custo unitário de produção de 50 euros e a outra não tem custos.

a. Determine o equilíbrio deste mercado: que preço será praticado? que quantidade venderá cada
uma das empresas? que lucro obterá cada uma?
b. Suponha, alternativamente, que a empresa que não tem custos só escolhe a quantidade a vender
depois de conhecer a quantidade oferecida pela outra empresa. Qual será o equilíbrio neste caso?
c. Em situações de interação estratégica, ser o primeiro a escolher é uma vantagem ou uma
desvantagem? Explique.

IV.

Considere duas empresas que produzem um produto homogéneo, cuja curva da procura inversa é
dada por 𝑃 = 10 − 𝑄 . As empresas escolhem quantidades e apresentam um custo marginal
constante. O custo marginal da empresa 1 é dado por 𝑐1 = 1, enquanto o custo marginal da empresa
2 é dado por 𝑐2 = 4.
a. Determine os volumes de produção, preço, lucros e excedente do consumidor de equilíbrio.
Determine o excedente social. Determine o índice de Herfindahl.
b. Considere que a fusão das duas empresas é aprovada pelo regulador. O custo marginal da
empresa resultante da fusão é dado por 𝑐1 = 1. Determine o volume de produção, preço, lucro
e excedente do consumidor de equilíbrio pós-fusão. Determine o excedente social. Determine o
índice de Herfindahl.
c. Avalie se a fusão deverá ser aprovada.

V.

Numa indústria de produto homogéneo existem 2 empresas. Cada uma tem 𝐶𝑇 = 8 + 10𝑞. A curva
da procura é 𝑃 = 100 − 𝑄.
a. Qual o equilíbrio, se as empresas escolherem simultaneamente a quantidade a vender?
b. Que lucros conseguiriam as empresas, se formassem um cartel, com quotas iguais para ambas?
c. Que lucros obterão, se uma produzir a quantidade que determinou na alínea a) e a outra a que
determinou na alínea b)?
d. Represente a situação em que ambas as empresas escolhem simultaneamente se produzir a
quantidade da alínea a) ou a da alínea b) como um jogo na forma normal e encontre o Equilíbrio
de Nash. Explique o resultado. (Nota: os lucros das empresas são os seus payoffs)

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VI.

Em determinado mercado de produto homogéneo, em que a curva da procura é dada por 𝑃 = 100 −
𝑄, concorrem duas empresas com custo marginal constante e igual a 10.
a. Suponha que as empresas escolhem simultaneamente a quantidade a produzir. Determine o
equilíbrio (quantidades, preço, lucros, excedente do produtor, excedente do consumidor).
b. Suponha que, devido às preferências pessoais dos seus gestores, em vez de maximizarem
simplesmente o lucro, estas empresas procuram maximizar as vendas. Determine o equilíbrio
(quantidades, preço, lucros, excedente do produtor, excedente do consumidor).
c. Suponha por fim que uma das empresas procura maximizar o lucro enquanto a outra procura
maximizar as vendas. Determine o equilíbrio (quantidades, preço, lucros, excedente do produtor,
excedente do consumidor).
d. Compare e interprete os resultados das alíneas anteriores.

VII.

Numa indústria existem 8 empresas e cada uma tem um custo marginal de 200 unidades monetárias.
A curva de procura do mercado é dada por 𝑃 = 1000 − 4𝑄.
a. Determine o equilíbrio assumindo que as empresas concorrem pelo preço.
b. O que aconteceria se as empresas decidissem concorrer pela quantidade?
c. Compare os resultados obtidos para estas estruturas de mercado com os que obteria no caso de
monopólio e concorrência perfeita.

VIII.

Duas empresas que concorrem à Cournot enfrentam uma curva de procura do mercado que é dada
por 𝑃 = 200 − 𝑄, onde Q é a procura total do mercado e P é o preço de mercado. Cada uma produz
com um custo marginal constante de 20.
a. Represente graficamente as funções reação das empresas e determine o preço, as quantidades e
os lucros de equilíbrio.
b. Considere que houve uma fusão entre as empresas no mercado e que a empresa resultante da
fusão continua a escolher a quantidade. Determine se a fusão será lucrativa. Comente a sua
resposta.

IX.

Num determinado mercado, duas empresas concorrem na venda de um produto homogéneo. O


custo marginal da empresa A é 5 e o da empresa B é 10, nenhuma delas tendo outros custos. Cada
empresa escolhe simultaneamente a quantidade que pretende vender, sendo o preço determinado
pela curva da procura inversa 𝑃 = 100 − 𝑄.
a. Determine o equilíbrio deste mercado (quantidade vendida por cada empresa, preço praticado,
lucro de cada empresa).
b. Analise a relação entre custo marginal e quota de mercado.

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X.

Numa determinada indústria existem duas empresas, 1 e 2, que vendem um produto homogéneo. A
procura de mercado deste produto é dada por 𝑃(𝑄) = 50 − 5𝑄., onde 𝑄 = 𝑞1 + 𝑞2 . As funções
custo das empresas são dadas por 𝐶1 (𝑞1 ) = 20 + 10𝑞1 e 𝐶2 (𝑞2 ) = 10 + 12𝑞2 .
a. Sabe-se que as duas empresas escolhem simultaneamente a quantidade a vender deste produto.
Caracterize o equilíbrio desta indústria em termos de preço, quantidades e lucros.
b. Suponha que as duas empresas formam um cartel e utilizam a mesma tecnologia da empresa com
menor custo marginal. Sabendo que as empresas dividem a quantidade da indústria igualmente
entre elas, caracterize o novo equilíbrio em termos de preço, quantidades e lucros. Determine o
efeito do cartel no bem-estar social.

XI.

Duas empresas concorrentes têm que escolher o montante 𝑎𝑖 ≥ 0 a gastar em publicidade. A


1
publicidade tem um custo dado por 𝑎𝑖2 mas proporciona um aumento de receita correspondente a
2
𝑎𝑖 (1 − 2𝑎𝑗 ), em que 𝑎𝑗 é o montante gasto em publicidade pelo concorrente.
a. Determine algebricamente as funções melhor resposta de cada uma das empresas supondo que
cada uma delas toma as suas decisões sem ter em conta o impacto na concorrente.
b. Represente graficamente essas funções melhor resposta e indique qual o único equilíbrio de Nash
deste jogo.
c. Suponha que as duas empresas tinham o mesmo proprietário e que este escolhia o montante a
gastar em publicidade de forma a maximizar o lucro conjunto das duas. Compare os resultados
com a alínea anterior.

XII.

Duas pessoas vão colaborar na execução de um projeto. Cada uma delas tem que escolher o seu nível
de esforço 0 ≤ 𝑥𝑖 ≤ 1. O esforço individual implica um sacrifício avaliado em 𝑥𝑖2 mas proporciona
3
um rendimento, que depende também do esforço da outra pessoa, dado por 2 𝑥𝑖 𝑥𝑗 , em que 𝑥𝑗 é o
esforço da outra pessoa.
a. Determine algebricamente as funções melhor resposta de cada uma das pessoas.
b. Represente graficamente essas funções melhor resposta e indique qual o único equilíbrio de Nash
deste jogo.

XIII.

Considere um oligopólio com 𝑛 ≥ 2 empresas, que escolhem quantidades. Considere também que
o custo marginal de produção é dado por 𝑐 > 0 e que a função de procura inversa é dada por
𝑃(𝑄) = 𝑎 − 𝑏𝑄.
a. Determine o equilíbrio de Nash (centre-se na solução simétrica).
b. Comente o impacto no preço, volumes de produção e margens de n → ∞.

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XIV. (BAYE CAP. 9, 2)

Numa indústria de produto homogéneo, existem duas empresas cujos custos são, respetivamente,
𝐶𝑇1 = 12𝑄1 e 𝐶𝑇2 = 20𝑄2 . A procura é 𝑃 = 100 − 𝑄. As empresas escolhem simultaneamente a
quantidade a produzir. Determine o equilíbrio.

XV.

Dois duopolistas de Cournot enfrentam uma curva de procura do mercado que é dada por 𝑃 = 40 −
2𝑄, onde Q é a procura total do mercado. Cada um pode produzir com um custo marginal constante
de 20 por unidade. Represente graficamente as suas funções reação e encontre o preço e quantidade
de equilíbrio.

XVI.

Duas empresas, 1 e 2, são produtoras de batatas em duas regiões distintas de Portugal, mas vendem
toda a sua produção no Porto, onde são os únicos produtores presentes. No Porto, a procura de
𝑄
batatas é dada por 𝑃 = 4 − 150, em que 𝑄 representa a quantidade de batatas produzidas pelas duas
empresas e 𝑃 o respetivo preço. Para produzir as batatas, cada uma das empresas tem de pagar €50
para alugar um campo e cada unidade de batatas tem um custo de produção associado de €1.
a. Suponha que a empresa 1 decide primeiro quantas batatas vai produzir. A empresa 2 observa a
decisão da empresa 1 e só depois toma a sua decisão. Determine o equilíbrio de mercado (preço,
quantidades e lucros) e os excedentes do consumidor e produtor.
b. Assuma que o mercado das batatas se caracteriza por concorrência à Cournot. Determine o
equilíbrio de mercado (preço, quantidades e lucros) e os excedentes do consumidor e produtor.
Represente graficamente o equilíbrio de Cournot-Nash.
c. Considere agora que a concorrência neste mercado opera por via do preço. Determine o
equilíbrio de mercado (preço, quantidades e lucros) e os excedentes do consumidor e produtor.
d. Em qual das três estruturas de mercado o bem-estar social é maior? Justifique adequadamente a
sua resposta.

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EXEMPLO (MATA 17.2)

A produção das duas variedades do produto tem um custo marginal de 40. A curva da procura das
variedades C e P é, respetivamente,

𝑄𝐶 = 1.000 − 2𝑃𝐶 + 0,6𝑃𝑃


𝑄𝑃 = 520 − 2𝑃𝑃 + 0,6𝑃𝐶

Cada variedade é vendida por uma empresa diferente. As empresas escolhem simultaneamente os
preços.

a. Quais são os preços de equilíbrio?


𝐿𝑇𝐶 = (𝑃𝐶 − 40) × (1000 − 2𝑃𝐶 + 0.6𝑃𝑃 )
𝜕𝐿𝑇𝐶
= 0 ⇔ 𝑃𝐶 = 270 + 0.15𝑃𝑃
𝜕𝑃𝐶
𝐿𝑇𝑃 = (𝑃𝑃 − 40) × (520 − 2𝑃𝑃 + 0.6𝑃𝐶 )
𝜕𝐿𝑇𝑃
= 0 ⇔ 𝑃𝑃 = 150 + 0.15𝑃𝐶
𝜕𝑃𝑃
O equilíbrio encontra-se resolvendo o sistema de funções reação:
𝑃 = 270 + 0.15𝑃𝑃 𝑃 ≈ 299.2
{ 𝐶 ⇔{ 𝐶
𝑃𝑃 = 150 + 0.15𝑃𝐶 𝑃𝑃 ≈ 194.9
b. O que aconteceria aos preços se as empresas se fundissem?
𝐿𝑇 = 𝐿𝑇𝐶 + 𝐿𝑇𝑃 = (𝑃𝐶 − 40) × (1000 − 2𝑃𝐶 + 0.6𝑃𝑃 ) + (𝑃𝑃 − 40) × (520 − 2𝑃𝑃 + 0.6𝑃𝐶 )
𝜕𝐿𝑇
= 0 ⇔ 𝑃𝐶 = 264 + 0.3𝑃𝑃
𝜕𝑃𝐶
𝜕𝐿𝑇
= 0 ⇔ 𝑃𝑃 = 144 + 0.3𝑃𝐶
𝜕𝑃𝑃
𝑃𝐶 = 264 + 0.3𝑃𝑃 𝑃 ≈ 337.6
{ ⇔{ 𝐶
𝑃𝑃 = 144 + 0.3𝑃𝐶 𝑃𝑃 ≈ 245.3
Os preços subiriam.

XVII.

Você é consultor da empresa 1, que concorre no mercado dos tablets (produto diferenciado) com a
empresa 2. As duas empresas concorrem pelo preço. Até agora foi capaz de recolher a seguinte
informação:
𝑄1 = 18 − 𝑃1 + 𝑃2
𝑄2 = 6 − 𝑃2 + 𝑃1
𝐶𝑇1 = 𝐶𝑇2 = 2𝑄𝑖

a. Derive a melhor função resposta de cada empresa. Represente-as graficamente e determine o


equilíbrio de mercado (preço, quantidade e lucro de cada empresa).
b. A empresa 1 está a ponderar investir numa nova linha de produção que irá eliminar os seus custos
marginais, suportando, ao invés, um custo fixo anual de 10 u.m. Determine o novo equilíbrio de
mercado (preço, quantidade e lucro de cada empresa) e represente-o no gráfico desenhado na
alínea anterior.

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c. Sabendo dos planos da empresa 1 em avançar com o investimento definido na ‘alínea b’, a
empresa 2 envia uma mensagem à empresa 1 a ameaçar que irá distribuir uns panfletos pelos seus
clientes com a seguinte campanha:
“Caso a empresa 1 decida investir na nova linha de produção, garantimos um desconto de 25%
no preço de equilíbrio dos nossos tablets”.
Será esta ameaça credível? Analise a situação utilizando um jogo na forma extensiva.

XVIII.

O produto X é vendido em duas variedades ligeiramente diferentes, a variedade 1 e a variedade 2. A


procura por estes produtos é dada pelas seguintes curvas da procura:
2
𝑞1 = (100 − 2𝑝1 + 𝑝2 )
3
2
𝑞2 = (100 − 2𝑝2 + 𝑝1 )
3
A produção de cada unidade do produto implica um custo unitário de 10. Cada uma das variedades
do produto é vendida por uma empresa diferente.
a. Suponha que as duas empresas celebravam um acordo quanto ao preço a praticar, de forma a
maximizarem o lucro conjunto. Que preços praticariam? Que quantidade venderiam? Que lucro
obteriam?
b. Suponha agora que as empresas se desentendem e cada uma passa a escolher o preço da sua
variedade do produto tendo apenas em vista a maximização do lucro individual. Que preços
praticariam? Que quantidade venderiam? Que lucro obteriam?
c. Represente graficamente as funções reação das duas empresas e indique o equilíbrio. Suponha
que o custo unitário de produção da empresa que vende a variedade 1 se reduzia para 5.
Utilizando o gráfico (não necessita de fazer cálculos), explique que consequências seriam de
esperar para os preços de equilíbrio e para os lucros das duas empresas.

XIX.

As empresas A e B vendem duas variedades ligeiramente diferentes de um mesmo produto, sendo as


respetivas procuras dadas por:
200 − 4 p A + 2 p B
qA =
3
200 − 4 p B + 2 p A
qB =
3
Os custos marginais das duas empresas são iguais a 10.
a. Determine as funções reação das duas empresas. Como se explica o seu declive positivo?
b. Determine o equilíbrio deste mercado (preço praticado por cada empresa, quantidade vendida e
lucro).
c. Represente graficamente as funções reação e o equilíbrio. Suponha que graças a um investimento
em investigação & desenvolvimento a empresa A tinha a possibilidade de reduzir o seu custo
marginal. Utilizando o gráfico, explique as consequências deste facto para as duas empresas e
para os consumidores.
d. Suponha que graças a um investimento em publicidade as empresas conseguiam convencer os
consumidores de que a diferença entre os seus produtos se tinha acentuado. Utilizando um

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gráfico como o da alínea anterior, explique as prováveis consequências deste facto para as
empresas e os consumidores.

XX.

As empresas 1 e 2 concorrem na venda de um produto diferenciado e enfrentam as seguintes curvas


da procura: 𝑞1 = 20 − 𝑝1 + 𝑝2 e 𝑞2 = 20 − 𝑝2 + 𝑝1 . Cada empresa tem um custo marginal de 10.
As empresas escolhem simultaneamente o preço.
a. Determine os preços, quantidades e lucros de equilíbrio.
b. Suponha que uma das empresas pode fazer um investimento de 100 (custo fixo) que lhe reduz o
custo marginal para zero. Determine o lucro que cada uma das empresas obterá em equilíbrio. O
investimento seria rentável?
c. Suponha que as duas empresas têm a possibilidade de fazer um investimento de 100 (custo fixo)
que lhes reduz o custo marginal para zero. Determine o lucro que cada uma das empresas obterá
em equilíbrio. O investimento seria rentável?
d. Represente a situação em que cada uma das empresas escolhe entre fazer ou não fazer o
investimento descrito anteriormente como um jogo na forma normal. Determine o ou os
equilíbrios de Nash deste jogo.

XXI.

As empresas 1 e 2 concorrem na venda de um produto diferenciado e enfrentam as seguintes curvas


da procura (cada empresa vende apenas uma das variedades do produto):
1 1
𝑞1 = 15 − 𝑝1 + 2 𝑝2 e 𝑞2 = 15 − 𝑝2 + 2 𝑝1
Cada empresa tem um custo marginal de 6. As empresas escolhem simultaneamente o preço.
a. Derive a função melhor resposta de cada empresa. Represente-as graficamente. Estas funções
indicam que os preços são substitutos estratégicos ou complementos estratégicos?
b. Determine os preços de equilíbrio. Qual o lucro de cada empresa, a estes preços?
c. Fazendo um investimento de 50, a empresa 1 pode adquirir uma tecnologia mágica que lhe reduz
o custo marginal para zero. Determine o impacto deste investimento no equilíbrio do mercado e
nos lucros de ambas as empresas. Aconselharia a empresa 1 a fazer o investimento?
d. Suponha, agora, que ambas as empresas podem fazer este investimento. O que prevê que
aconteça? Será que ambas o vão fazer? (sugestão: interprete esta situação como um jogo em que
cada empresa tem que decidir se fazer, ou não, o investimento; determine o lucro de cada empresa
para as várias combinações possíveis das suas decisões; represente a situação como um jogo na
forma normal e procure o seu equilíbrio de Nash).

XXII.

Considere que as empresas 1 e 2 vendem diferentes variedades do mesmo produto e têm as seguintes
3 1 3 1
funções procuras 𝑞1 = 180 − 2 𝑝1 + 2 𝑝2 e 𝑞2 = 180 − 2 𝑝2 + 2 𝑝1 . A empresa 1 tem um custo
marginal de 10 e a empresa 2 tem um custo marginal de 20. Ambas as empresas têm um custo fixo
de 5 e escolhem simultaneamente o preço.
a. Determine o equilíbrio (preços, quantidades e lucros). Caracterize o nível de concentração desta
indústria utilizando o índice de Herfindahl.

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b. Represente graficamente as funções resposta ótima das empresas e identifique o equilíbrio.


Suponha que o custo marginal da empresa 1 aumenta para 20. Utilizando o gráfico, explique as
consequências no equilíbrio calculado em a).
c. Suponha agora que, após o aumento do custo marginal, as duas empresas decidem fundir-se e
escolher os preços que maximizam o lucro conjunto. Determine o novo equilíbrio (preços,
quantidades e lucros).

XXIII.

Considere duas empresas que vendem variedades diferentes do mesmo produto e que concorrem
entre si através da fixação do preço. As respetivas curvas da procura são dadas por 𝑞1 = 100 −
5𝑝1 + 𝑝2 e 𝑞2 = 100 − 5𝑝2 + 𝑝1 . Por simplificação, admita que estas empresas têm custos nulos.
a. Suponha que cada uma das empresas tem que escolher se praticar um preço normal (𝑝 = 14) ou
um preço de saldo (𝑝 = 10). Esta escolha é feita em simultâneo e sem qualquer coordenação
entre as empresas. Represente esta situação como um jogo na forma normal.
b. Diga o que é um “equilíbrio de Nash”. Verifique se a situação anterior tem algum equilíbrio de
Nash.
c. Suponha, alternativamente, que as empresas escolhiam os preços de forma sequencial: a empresa
1 primeiro e a empresa 2 só depois de conhecer a decisão da empresa 1. Represente esta situação
como um jogo em forma extensiva e determine o seu equilíbrio por indução retroativa.
d. Suponha que uma empresa pratica o preço normal e outra o preço de saldo. Caraterize o nível
de concentração nesta indústria utilizando o índice de Herfindahl.

XXIV.

Três empresas vendem variedades diferentes de um certo produto. As empresas concorrem entre si
através da fixação do preço. Todas têm custos marginais constantes iguais a 100 unidades monetárias.
Nenhuma tem custos fixos. As curvas da procura por cada uma das três variedades do produto são
dadas por:
p2 + p3
q1 = 1000 − p1 +
2
p + p3
q2 = 1000 − p2 + 1
2
p + p2
q3 = 1000 − p3 + 1
2

a. Determine os preços de equilíbrio no mercado e o lucro de equilíbrio de cada empresa.


b. Suponha que a empresa 1 e 2 se fundiam, continuando, no entanto, a vender as duas variedades
do produto que vendiam anteriormente. Será que a terceira empresa seria prejudicada pela fusão?
Qual a intuição económica por detrás deste resultado?

XXV.

Cada uma das empresas 1, 2 e 3 vende uma variedade diferente de um produto diferenciado. As
empresas não têm custos de produção. A curva da procura de cada uma das empresas é dada,
respetivamente, por:
𝑞1 = 50 − 𝑝1 + 0,5𝑝2 + 0,5𝑝3

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𝑞2 = 50 − 𝑝2 + 0,5𝑝1 + 0,5𝑝3
𝑞3 = 50 − 𝑝3 + 0,5𝑝1 + 0,5𝑝2
a. As empresas concorrem à Bertrand. Determine o equilíbrio deste mercado. Que preços serão
praticados e que quantidades serão vendidas? Qual o lucro de cada uma das empresas?
b. Suponha que as empresas 1 e 2 se fundem. Qual o novo equilíbrio do mercado? Que
consequências tem a fusão para as empresas que se fundem? E para a empresa que permanece
independente?

XXVI.

Duas empresas, 1 e 2, produzem produtos diferenciados com um custo marginal de zero. As funções
de procura diretas correspondentes são dadas por 𝑞1 = 168 − 2𝑝1 + 𝑝2 e 𝑞2 = 168 − 2𝑝2 + 𝑝1
onde 𝑞𝑖 expressa a quantidade procurada do produto da empresa 𝑖, para 𝑖 = 1,2. As empresas
escolhem preços e 𝑝𝑖 expressa o preço definido pela empresa 𝑖, para 𝑖 = 1,2.
a. Determine o equilíbrio de Nash em preços e os lucros correspondentes.
b. Considere que as duas empresas se fundem. Determine o equilíbrio de Nash em preços e os
lucros correspondentes.

XXVII.

No capítulo 8, estudamos a noção de “estratégia dominante”. Mostre que, num leilão inglês, a
estratégia dominante é oferecer ligeiramente mais do que qualquer oferta concorrente se esta não
exceder o valor que atribuímos ao objeto que está a ser licitado.

XXVIII.

No capítulo 8, estudamos a noção de “estratégia dominante”. Mostre que, num leilão de segundo
preço, a estratégia dominante é oferecer o valor que atribuímos ao objeto que está a ser licitado.

XXIX.

Considere duas empresas que vendem variedades diferentes do mesmo produto e que concorrem
entre si através da fixação do preço. Suponha que o custo marginal de produção destas variedades é
o mesmo, igual a 100 unidades monetárias, não existindo quaisquer custos fixos. As curvas da procura
inversa das duas variedades são dadas pelas seguintes expressões:
𝑃1 = 400 − (𝑞1 + 𝑧𝑞2 )
𝑃2 = 400 − (𝑞2 + 𝑧𝑞1 )
a. Como interpreta o parâmetro z nas funções procura inversas? Queira apresentar o intervalo de
valores que o mesmo pode razoavelmente assumir. Justifique a sua resposta.
b. Considere que o parâmetro z assume um valor de 0,5. Determine as funções reação de cada
empresa.
c. Determine os preços de equilíbrio no mercado e o lucro obtido por cada empresa em equilíbrio.
d. Represente, num gráfico devidamente legendado, as funções reação e o equilíbrio.
e. Qual seria o preço de equilíbrio nos mercados do produto 1 e do produto 2, se o parâmetro z
assumisse um valor igual a zero. Como interpreta o resultado obtido?
f. Represente graficamente, utilizando o mesmo gráfico apresentado na alínea 4., as funções reação
e o equilíbrio.

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XXX.

As empresas 1 e 2 vendem versões ligeiramente diferentes de um mesmo produto. A curva da procura


pelos produtos de cada uma delas é dada por 𝑞1 = 50 − 2𝑝1 + 𝑝2 e 𝑞2 = 60 − 3𝑝2 + 𝑝1 ,
respetivamente. A função custo total de cada uma das empresas é, respetivamente, 𝐶𝑇1 = 19𝑞1 e
𝐶𝑇2 = 11𝑞2 .
1. Suponha que as empresas escolhem simultânea e independentemente o preço a praticar.
a. Determine e represente graficamente as funções melhor resposta de cada uma das empresas.
Explique o sinal (positivo ou negativo) do seu declive.
b. Determine os preços de equilíbrio. Que quantidade venderá e que lucro obterá cada empresa?
c. Admita que a empresa 1 tinha possibilidade de reduzir o seu custo marginal para o mesmo
nível do da empresa 2. Utilizando o gráfico que desenhou na alínea a, explique as previsíveis
consequências para os preços das duas empresas. Nota: não são necessários cálculos.
2. Suponha agora, em alternativa, que as empresas escolhem simultânea e independentemente a
quantidade a vender.
a. Determine a curva da procura inversa de cada uma das empresas (o preço em função da
quantidade).
b. Determine as quantidades que serão vendidas em equilíbrio, os preços praticados e o lucro
obtido por cada uma das empresas. Compare com os resultados da questão 1 e comente
brevemente sobre qual das variáveis (preço ou quantidade) leva a um mercado mais
concorrencial.

XXXI.

As empresas 1 e 2 vendem versões diferentes do mesmo produto, sendo as suas curvas da procura
dadas, respetivamente, por 𝑞1 = 90 − 2𝑝1 + 𝑝2 e 𝑞2 = 90 + 𝑝1 − 2𝑝2 . Por simplificação, suponha
que as empresas não têm quaisquer custos.

a. Admita que as empresas escolhem simultânea e independente os respetivos preços. Quais serão
os preços de equilíbrio deste mercado? Que quantidades serão vendidas? Que lucro obterá cada
empresa?
b. Se, em alternativa, estas empresas escolhessem simultânea e independente a quantidade que
pretendiam vender, que quantidades venderiam? Que preços cobrariam? Que lucro obteriam?
c. Comparando os resultados das alíneas anteriores, pronuncie-se quanto ao tipo de concorrência
que seria mais favorável às empresas e aos consumidores.

XXXII.

Um dado mercado é dominado por duas empresas (A e B). Embora o produto seja o mesmo, as
empresas vendem variedades diferentes. Suponha que as respetivas curvas da procura eram dadas
por:

𝑞𝐴 = 20 − 4𝑝𝐴 + 𝑝𝐵

𝑞𝐵 = 20 − 4𝑝𝐵 + 𝑝𝐴
Admita ainda que o custo marginal era 1 u.m. para a empresa A e 2 u.m. para a empresa B, sendo os
custos fixos nulos para ambas as empresas. A escolha do preço é feita de forma simultânea.

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a. Determine o equilíbrio (preços, quantidades e lucros), calcule a quota de mercado de cada


empresa e relacione o resultado com a eficiência relativa das empresas.
b. Represente graficamente as funções de resposta ótima das empresas, identifique o equilíbrio e
defina o conceito de equilíbrio de ‘Nash-Bertrand’.
c. Alternativamente, suponha que cada uma das empresas teria que escolher se praticar um preço
normal (p=4) ou um preço de saldo (p=3). Esta escolha é feita sequencialmente e sem qualquer
coordenação entre empresas, em que a empresa B escolhe os preços primeiro. Represente esta
situação como um jogo em forma extensiva e determine o seu equilíbrio.

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

I.

A certa altura, o Serviço de Finanças do Porto 4 realizou um leilão inédito em Portugal: foram
leiloados os passes de 7 jogadores de futebol do Boavista que as finanças tinham penhorado depois
de o clube não liquidar uma dívida fiscal de 1,180 milhões de euros. Os interessados deviam
apresentar as suas propostas em carta fechada, sendo o passe de cada jogador atribuído ao licitante
que efetuasse a maior oferta, pelo valor oferecido.

a. Este leilão é de “valores comuns” ou de “valores privados”?


b. O que é a “maldição do vencedor”? Parece-lhe provável que este fenómeno se verifique num
leilão como o aqui referido?

II.

A empresa XIS e a empresa IPSLON são os dois únicos vendedores de xisipslon. Neste mercado, as
empresas concorrem escolhendo o preço a que pretendem vender. Os consumidores consideram os
produtos das duas empresas substituíveis mas diferentes. O engenheiro-chefe da empresa XIS propõe
que se faça um investimento que permitiria reduzir significativamente o custo marginal de produção.
No entanto, para o nível de produção atual da empresa, as poupanças conseguidas seriam ligeiramente
inferiores ao custo do investimento. A administração de XIS deve, ou não, aprovar o investimento?
Que impacto tem o investimento na empresa IPSLON?

III.

A lisina é um aminoácido que é utilizado na composição de rações para animais. Até 1990, o único
produtor mundial de lisina era a empresa japonesa Ajinomoto que vendia o produto a 1,65 dólar por
libra (1 libra = 0,45 Kg). Em 1991, surgiu no mercado um segundo produtor, a americana ADM, o
que duplicou a capacidade produtiva mundial. De acordo com peritos nesta indústria, a Ajinomoto e
a ADM tinham estruturas de custo semelhantes que implicavam um custo marginal de cerca de 0,70
dólares por libra. A procura era de aproximadamente Q = 208-80P.

Pouco depois da entrada da ADM no mercado, o preço da lisina caiu para 0,70 dólares por libra. No
entanto, em 1993, já tinha voltado para 1,65 dólares por libra.

Utilizando as teorias estudadas, procure explicar o que se passou e fundamente com os cálculos
adequados. Parece-lhe a Ajinomoto e a ADM conseguirão manter os preços ao nível de 1,65?

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IV.

Que tipo de modelo lhe parece mais apropriado para interpretar o funcionamento de cada um dos
seguintes mercados:

• O mercado dos seguros de vida


• mercado da batata
• O mercado da areia para a construção civil
• mercado mundial do petróleo
• mercado das discotecas

V.

A empresa XIS e a empresa IPSLON são os dois únicos vendedores de xisipslon. Neste mercado, as
empresas concorrem escolhendo a quantidade que pretendem vender. O preço praticado é o
necessário para escoar toda a oferta. Os consumidores não têm preferência por nenhum dos
vendedores. O engenheiro-chefe da empresa XIS propõe que se faça um investimento que permitiria
reduzir significativamente o custo marginal de produção. No entanto, para o nível de produção atual
da empresa, as poupanças conseguidas seriam ligeiramente inferiores ao custo do investimento. A
administração de XIS deve, ou não, aprovar o investimento? Que impacto tem o investimento na
empresa IPSLON?

VI.

Quando a TVI entrou no mercado, a certa altura desenvolveu-se uma curiosa guerra entre os vários
canais: os telejornais, que tradicionalmente começavam às 20 horas foram sucessivamente
antecipados; uma emissora, começou a emiti-los às 19h59m; outra reagiu antecipando-os para as
19h58m; etc. Ao fim de algum tempo, esta guerra terminou e os telejornais voltaram para as 20 horas.

Como explicar o que se passou?

VII.

Na análise política diz-se muitas vezes que para ganhar eleições é preciso “ganhar o centro”. Por
exemplo, a propósito da realidade do Reino Unido, diz-se muitas vezes que Tony Blair conseguiu
levar o partido Trabalhista para o poder, depois de longos anos na oposição, quando lhe deu um tom
mais moderado, abandonando a tradicional linha “esquerdista” do partido; e, atualmente, o novo líder
do partido Conservador, David Cameron, parece estar a fazer algo de semelhante, abandonando as
posições mais “à direita” em favor de um discurso centrista.

Em que medida o modelo da cidade linear ajuda a explicar estes factos?

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VIII.

Os dois mais bem-sucedidos estúdios de cinema de animação da última década são a DreamWorks e
a Pixar. O cinema de animação permite uma enorme criatividade. No entanto:

• No final dos anos 90, a DreamWorks lançou o filme Antz, que contava a história de uma
formiga individualista que empreendia uma viagem que mudaria a sua vida e que se
apaixonava por uma princesa; quase em simultâneo, a Pixar lançou A Bug’s Life, cuja história
era praticamente idêntica;
• Em 2006, a Walt Disney, a proprietária da Pixar, lançou o filme The Wild cuja história é muito
semelhante à de Madagáscar, um filme lançado pouco antes pela DreamWorks, onde um
grupo de animais fogem do zoo e acabam por ir parar a África;
• Este ano, as duas empresas lançam Flushed Away e Ratatouille, em ambos os casos contando
a história de ratos que vão parar a esgotos.
Que tipo de teoria económica poderá ajudar a explicar que, tendo tantas oportunidades para
diferenciar os seus produtos, estas empresas lancem no mercado produtos praticamente idênticos?

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