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REC2110
O Comportamento Monopolista
Exercício 1) Um monopolista vende em dois mercados. A curva de demanda inversa
pelo seu produto é dada por 𝑝1 = 50−𝑞1 no primeiro mercado de 𝑝2 = 80− 32 𝑞2 no segundo
mercado, sendo 𝑞𝑖 a quantidade vendida no mercado 𝑖 e 𝑝𝑖 o preço de venda no mercado
𝑖, com 𝑖 ∈ {1, 2}. O custo marginal da empresa é 𝐶𝑀 𝑔 = 20 e seu custo fixo é 𝐶𝐹 = 100.
Exercício 2) O único cinema de uma cidade concluiu que a demanda pode ser parti-
cionada em duas, uma para estudantes e outra para não estudantes. A demanda para
estudantes encontrada foi 𝑄𝑒 = 500𝑝−3/2 e a de não estudantes 𝑄𝑛 = 50𝑝−5 . O custo para
cada bilhete de cinema vendido é 𝐶𝑇 = 4𝑄, sendo 𝑄 = 𝑄𝑒 + 𝑄𝑛 . Calcule o preço e as
quantidades de equilíbrio que maximizam o lucro do cinema.
2 −2 1 −1
Demandas inversas: 𝑝𝑒 = 500 3 𝑄𝑒 3 e 𝑝𝑛 = 50 5 𝑄𝑛 5 . A partir daí, temos as seguintes ex-
2 1 1 4
pressões para a receita em cada um dos mercados: 𝑅𝑒 = 𝑝𝑒 ×𝑄𝑒 = 500 3 𝑄𝑒3 e 𝑅𝑛 = 50 5 𝑄𝑛5 .
Derivando 𝑅𝑒 com relação a 𝑄𝑒 e 𝑅𝑛 com relação a 𝑄𝑛 , encontramos as receitas maginais:
2 −2 1 −1
𝑅𝑀 𝑔𝑒 = 500 3 13 𝑄𝑒 3 e 𝑅𝑀 𝑔𝑛 = 50 5 54 𝑄𝑛 5 . Derivando 𝐶𝑇 = 4(𝑄𝑒 + 𝑄𝑛 ) com relação a
𝑄𝑒 , encontramos 𝐶𝑀 𝑔𝑒 = 4. Analogamente, 𝐶𝑀 𝑔𝑛 = 4. Igualando 𝑅𝑀 𝑔𝑒 = 𝐶𝑀 𝑔𝑒 ,
3
encontramos 𝑄*𝑒 = 12− 2 500. Substituindo esse resultado na função de demanda inversa
para os estudantes, encontramos 𝑝*𝑒 = 12. Igualando 𝑅𝑀 𝑔𝑛 = 𝐶𝑀 𝑔𝑛 , temos 𝑄*𝑛 = 5−5 50.
Substituindo na respectiva demanda inversa, chegamos a 𝑄*𝑛 = 5. O lucro do cinema será:
𝜋 = 𝑝𝑒 𝑄𝑒 + 𝑝𝑛 𝑄𝑛 − 4(𝑄𝑒 + 𝑄𝑛 ) = 8𝑄𝑒 + 𝑄𝑛 .
Exercício 3) Considere um monopolista que se defronta com uma demanda 𝑞 = 100 − 𝑝.
A produção pode ser dividida em duas fábricas 1 e 2, que possuem curvas de custo total
𝑞2
𝐶1 = 21 + 10 e 𝐶2 = 𝑞22 + 20, respectivamente.
a) Quanto o monopolista produzirá em cada fábrica? Qual será o preço cobrado? Qual
será o lucro do monopolista?
Sabemos que o monopolista irá escolher o nível de produção em cada fábrica de forma
a igualar seus custos marginais. Derivando 𝐶1 em relação a 𝑞1 , encontramos 𝐶𝑀 𝑔1 =
𝑞1 . Analogamente, 𝐶𝑀 𝑔2 = 2𝑞2 . Portanto, as quantidades que maximizam o lucro
do monopolista serão tais que 𝑞1 = 2𝑞2 . Para maximizar o lucro, o monopolista
iguala seu custo marginal (igual em ambas as fábricas) à receita marginal. A receita
é 𝑅 = 𝑝𝑞 = (100 − 𝑞)𝑞. Derivando a receita em relação a 𝑞, temos a seguinte
expressão para a receita marginal: 𝑅𝑀 𝑔 = 100 − 2𝑞. Como 𝑞 = 𝑞1 + 𝑞2 , podemos
escrever 𝑅𝑀 𝑔 = 100 − 2𝑞1 − 2𝑞2 . Fazendo 𝐶𝑀 𝑔1 = 𝑅𝑀 𝑔 e substituindo 2𝑞2
por 𝑞1 , encontramos 𝑞1* = 25. Logo, 𝑞2* = 12, 5. O total produzido será então
𝑞 * = 𝑞1* + 𝑞2* = 37, 5, o que implica 𝑝* = 62, 5, pela função de demanda. Portanto, o
lucro do monopolista será 𝜋 = 𝑝* 𝑞 * − 𝐶1 (𝑞1* ) − 𝐶2 (𝑞2* ) = 62, 5 × 37, 5 − ( 625
2
+ 10) −
(156, 25 + 20) = 1845.
Exercício 4) Suponha que um parque de diversões pretenda cobrar uma tarifa em duas
partes pelo uso de suas atrações. Existe somente um tipo de consumidor, com demanda
𝑞 = 30 − 2𝑝, onde 𝑝 é a taxa cobrada pela entrada em cada atração e 𝑞 é o número de
atrações visitadas. O custo mensal de manutenção do parque é 𝐶 = 100 + 5𝑞. Além da
taxa por atração, o parque cobra um valor fixo 𝐸 para entrada no parque. Que valores o
parque de diversões cobrará pela utilização das atrações (𝑝) e pela entrada no parque (𝐸)?
Esse é um caso de tarifa bipartida com custo marginal constante, semelhante ao exem-
plo discutido na seção 26.6 do Varian. Sabemos que o parque de diversões irá cobrar um
preço pelas atrações igual a seu custo marginal. Derivando a função custo em relação a 𝑞,
vemos que 𝐶𝑀 𝑔 = 5. Logo, 𝑝* = 5. A esse preço e na ausência de uma tarifa de entrada,
o excedente do consumidor seria 𝐸𝐶 = (15−5)×20
2
= 100. Esse excedente do consumidor
determina o máximo que o parque de diversões pode cobrar pela entrada no parque. Além
disso, para maximizar os lucros, o parque de diversões irá escolher o valor da entrada, 𝐸,
de forma a se apropriar de todo o excedente do consumidor. Portanto, 𝐸 = 100.
a) Uma firma monopolista que opera com várias fábricas aloca sua produção entre elas
de forma a igualar o custo médio em cada uma das fábricas.
Falso. A firma irá igualar o custo marginal em cada uma das fábricas.
b) Uma firma capaz de discriminação de preços de terceiro grau obtém lucro maior ou
igual, em comparação com a situação na qual ela não fosse capaz de discriminar.
Verdadeiro.
c) Uma firma monopolista que se depara com curva de demanda com elasticidade
constante é indiferente sobre a quantidade produzida.
Falso. Nesse caso o nível de produção que maximiza o lucro é aquele no qual a curva
de custo marginal cruza a curva de demanda.
O Mercado de Fatores
Exercício 7) Uma firma utiliza dois fatores de produção (trabalho e capital) para pro-
duzir um único produto. Seu produto é vendido e o capital é comprado sob condições
de competição perfeita, ao passo que a firma possui poder de monopsônio no mercado de
trabalho. A função de produção é dada por 𝑄 = 2000𝐿0,5 𝐾 0,5 , em que 𝑄 mede o produto
anual da firma em unidades, 𝐿 representa o número de empregados e 𝐾 denota o número
de unidades de capital. A oferta de trabalho com a qual a firma se defronta é dada por
36 2
𝐿 = 10 8 𝑤 , em que 𝑤 representa o salário anual. Sabe-se também que o preço do produto
é dado por 𝑝 = 18 e que 𝐾 = 25. Qual o produto médio do trabalho associado à solução
ótima dessa firma?
Substituindo 𝐾 = 25 na função de produção, temos a produção como função apenas do
1 1 1
trabalho: 𝑄(𝐿) = 2000(𝐿 2 )25 2 = 10000𝐿 2 . Derivando em relação a 𝐿, encontramos o
produto marginal do trabalho, 𝑃 𝑀𝐿 :
𝑃 𝑀𝐿 = 𝜕𝑄(𝐿)
𝜕𝐿
1
= 10000( 12 )(𝐿− 2 ) (1)
1
= 5000(𝐿− 2 )
Como o mercado em que a firma vende sua produção é competitivo, sabemos que sua
receita marginal será igual ao preço. Ou seja: 𝑅𝑀 𝑔 = 𝜕𝑅(𝑄)
𝜕𝑄
= 𝜕(𝑝𝑄)
𝜕𝑄
= 𝑝 = 18.
Com isso, podemos calcular o “produto da receita marginal” do trabalho1 , 𝑃 𝑅𝑀𝐿 ,
que corresponde ao efeito na receita derivado do aumento marginal no uso do insumo
trabalho.
𝜕𝑅(𝑄)
𝑃 𝑅𝑀𝐿 = 𝜕𝐿
𝜕𝑅(𝑄) 𝜕𝑄(𝐿)
= 𝜕𝑄
× 𝜕𝐿
(2)
= 𝑅𝑀 𝑔 × 𝑃 𝑀𝐿
1
= 18 × 5000(𝐿− 2 )
Para maximizar lucros, a firma com poder de monopsônio irá empregar uma quanti-
dade de trabalho 𝐿* tal que 𝐶𝑀 𝐺𝐿 (𝐿* ) = 𝑃 𝑅𝑀𝐿 (𝐿* ). Em outras palavras, reconhecendo
que a quantidade de trabalho que emprega tem efeito sob o preço do insumo, 𝑤, a firma irá
escolher a quantidade de trabalho empregada de forma a igualar o custo de uma unidade
adicional de trabalho à receita associada ao uso dessa unidade em seu processo produtivo.
Para prosseguir, precisamos encontrar a função de oferta inversa do trabalho. Resol-
4 1
vendo a função de oferta de trabalho para 𝑤, encontramos 𝑤(𝐿) = 106 𝐿 2 . Portanto, o
4 3
custo associado ao uso do insumo trabalho será 𝑤(𝐿)𝐿 = 106 𝐿 2 . Derivando essa última
4 1 4 1
expressão em relação em relação a 𝐿, encontramos 𝐶𝑀 𝐺𝐿 (𝐿) = 106 32 𝐿 2 = 104 𝐿 2 .
Portanto:
=⇒ 𝐿 = 36
Portanto, a solução ótima da firma é 𝐿* = 36. O produto médio do trabalho, 𝑃 𝑀 𝐸𝐿 ,
será a quantidade produzida (em unidades de produto, 𝑄) por unidade de trabalho em-
pregada no processo produtivo. Logo, pela função de produção e usando 𝐾 = 25:
1
* 𝑄(𝐿* ) 10000(36 2 ) (2 × 5000) × 6 5000
𝑃 𝑀 𝐸𝐿 (𝐿 ) = *
= = = (4)
𝐿 36 2×3×6 3
1
Essa é a terminologia utilizada na tradução do Varian. Prefiro a expressão “receita marginal do
trabalho”, mas nesse exercício irei adotar o padrão do livro.
Exercício 8) Uma firma é monopolista no mercado do bem 𝑌 , que produz contratando
trabalho, 𝐿, em um mercado competitivo. A demanda de mercado pelo bem é 𝑌 = 100−𝑃
√
e a função de produção é dada por 𝑌 (𝐿) = 𝐿, sendo 𝐿 a quantidade de trabalho utilizada
e 𝑤 = 24 o salário por unidade de 𝐿, em unidades monetárias. Julgue a veracidade das
afirmações a seguir:
Exercício 9) Com relação ao mercado de fatores, indique quais das afirmações abaixo
são verdadeiras e quais são falsas: