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Teoria Microeconômica II

REC2110

Lista de exercícios 04 Professora Elaine Toldo Pazello


2º semestre de 2019 Monitor: André Luís Menegatti
FEA-RP/USP E-mail: andre.menegatti@usp.br

O Comportamento Monopolista
Exercício 1) Um monopolista vende em dois mercados. A curva de demanda inversa
pelo seu produto é dada por 𝑝1 = 50−𝑞1 no primeiro mercado de 𝑝2 = 80− 32 𝑞2 no segundo
mercado, sendo 𝑞𝑖 a quantidade vendida no mercado 𝑖 e 𝑝𝑖 o preço de venda no mercado
𝑖, com 𝑖 ∈ {1, 2}. O custo marginal da empresa é 𝐶𝑀 𝑔 = 20 e seu custo fixo é 𝐶𝐹 = 100.

a) Considerando que a empresa consegue comprar um preço diferente em cada mer-


cado, calcule os preços e as quantidades de equilíbrio que maximizam o lucro do
monopolista.
Nesse caso, a empresa irá igualar sua receita marginal em cada mercado a seu custo
marginal. As receitas marginais dos mercados 𝑖 = 1 e 𝑖 = 2 são, respectivamente,
𝑅𝑀 𝑔1 = 50 − 2𝑞1 e 𝑅𝑀 𝑔2 = 80 − 3𝑞2 . Igualando cada expressão ao custo marginal,
𝐶𝑀 𝑔 = 20, encontramos as quantidades que maximizam o lucro do monopolista em
cada mercado, 𝑞1* = 15 e 𝑞2* = 20. Substituindo esses valores nas respectivas funções
de demanda inversa, temos os preços que maximizam o lucro, 𝑝*1 = 35 e 𝑝*2 = 50.

b) Supondo que o monopolista não consiga discriminar entre os mercados, encontre o


preço, quantidades e o lucro do monopolista.
Se o monopolista não consegue discriminar, ele cobra um único preço, 𝑝, e se defronta
com uma única curva de demanda, dada pela soma das curvas de demanda de cada
mercado. A partir das funções de demanda inversa, encontramos as respectivas
demandas para os mercados 𝑖 = 1 e 𝑖 = 2: 𝑞1 = 50 + 𝑝 e 𝑞2 = 160 3
− 23 𝑝. Portanto, a
demanda total, 𝑞 = 𝑞1 + 𝑞2 , é dada por 𝑞 = 3103
− 53 𝑝, o que implica uma demanda
inversa 𝑝 = 62− 35 𝑞 e receita marginal 𝑅𝑀 𝑔 = 62− 65 𝑞. Igualando esta expressão para
a receita marginal a 𝐶𝑀 𝑔 = 20, encontra-se 𝑞 * = 35. Substituindo esse resultado
na demanda inversa do mercado único, chega-se a 𝑝* = 41. É importante verificar
se esse preço resulta em quantidades não negativas nos mercados 𝑖 = 1 e 𝑖 = 2,
substituindo esse preço nas funções de demanda de cada um dos mercados. Caso isso
ocorra, o monopolista escolherá vender a apenas um dos mercados. No entanto, é
fácil verificar que nesse exercício o preço 𝑝* = 41 resulta em quantidades positivas em
ambos os mercados. Portanto, se o monopolista não conseguir discriminar preços, ele
produzirá 𝑞 * = 35 e cobrará 𝑝* = 41 por unidade, auferindo lucro 𝜋 = 𝑝* 𝑞 * −𝐶(𝑞 * ) =
41 × 35 − (100 + 20 × 35) = 635.

c) Em qual das situações o excedente do produtor é maior? E o do consumidor?


EP com preço único: 𝐸𝑃𝑢 = 41 × 35 − 20 × 35 = 735.
EP com discriminação de preços: 𝐸𝑃𝑑 = (35 × 15 + 50 × 20) − 20 × 35 = 825.
EC no mercado 𝑖 = 1 com preço único: 𝐸𝐶1𝑢 = (50−41)×9
2
= 81
2
.
(80−41)×26 1014
EC no mercado 𝑖 = 2 com preço único: 𝐸𝐶2𝑢 = 2
= 2 = 507.
EC em ambos os mercados, com preço único: 𝐸𝐶𝑢 = 𝐸𝐶1𝑢 + 𝐸𝐶2𝑢 = 1095 2
.
(50−35)×15 225
EC no mercado 𝑖 = 1 com discriminação de preços: 𝐸𝐶1𝑑 = 2
= 2 .
(80−50)×20
EC no mercado 𝑖 = 2 com discriminação de preços: 𝐸𝐶2𝑑 = 2
= 600
2
= 300.
EC em ambos os mercados, sob discriminação de preços: 𝐸𝐶𝑑 = 𝐸𝐶1𝑑 +𝐸𝐶2𝑑 = 825 2
.
Portanto, 𝐸𝑃𝑑 > 𝐸𝑃𝑢 , mas 𝐸𝐶𝑑 < 𝐸𝐶𝑢 .
No entanto, é interessante observar que os consumidores no mercado 𝑖 = 1 têm
excedente maior quando o monopolista é capaz de diferenciar preços, pois 𝑝*1 =
35 < 41 = 𝑝* .

Exercício 2) O único cinema de uma cidade concluiu que a demanda pode ser parti-
cionada em duas, uma para estudantes e outra para não estudantes. A demanda para
estudantes encontrada foi 𝑄𝑒 = 500𝑝−3/2 e a de não estudantes 𝑄𝑛 = 50𝑝−5 . O custo para
cada bilhete de cinema vendido é 𝐶𝑇 = 4𝑄, sendo 𝑄 = 𝑄𝑒 + 𝑄𝑛 . Calcule o preço e as
quantidades de equilíbrio que maximizam o lucro do cinema.
2 −2 1 −1
Demandas inversas: 𝑝𝑒 = 500 3 𝑄𝑒 3 e 𝑝𝑛 = 50 5 𝑄𝑛 5 . A partir daí, temos as seguintes ex-
2 1 1 4
pressões para a receita em cada um dos mercados: 𝑅𝑒 = 𝑝𝑒 ×𝑄𝑒 = 500 3 𝑄𝑒3 e 𝑅𝑛 = 50 5 𝑄𝑛5 .
Derivando 𝑅𝑒 com relação a 𝑄𝑒 e 𝑅𝑛 com relação a 𝑄𝑛 , encontramos as receitas maginais:
2 −2 1 −1
𝑅𝑀 𝑔𝑒 = 500 3 13 𝑄𝑒 3 e 𝑅𝑀 𝑔𝑛 = 50 5 54 𝑄𝑛 5 . Derivando 𝐶𝑇 = 4(𝑄𝑒 + 𝑄𝑛 ) com relação a
𝑄𝑒 , encontramos 𝐶𝑀 𝑔𝑒 = 4. Analogamente, 𝐶𝑀 𝑔𝑛 = 4. Igualando 𝑅𝑀 𝑔𝑒 = 𝐶𝑀 𝑔𝑒 ,
3
encontramos 𝑄*𝑒 = 12− 2 500. Substituindo esse resultado na função de demanda inversa
para os estudantes, encontramos 𝑝*𝑒 = 12. Igualando 𝑅𝑀 𝑔𝑛 = 𝐶𝑀 𝑔𝑛 , temos 𝑄*𝑛 = 5−5 50.
Substituindo na respectiva demanda inversa, chegamos a 𝑄*𝑛 = 5. O lucro do cinema será:
𝜋 = 𝑝𝑒 𝑄𝑒 + 𝑝𝑛 𝑄𝑛 − 4(𝑄𝑒 + 𝑄𝑛 ) = 8𝑄𝑒 + 𝑄𝑛 .
Exercício 3) Considere um monopolista que se defronta com uma demanda 𝑞 = 100 − 𝑝.
A produção pode ser dividida em duas fábricas 1 e 2, que possuem curvas de custo total
𝑞2
𝐶1 = 21 + 10 e 𝐶2 = 𝑞22 + 20, respectivamente.

a) Quanto o monopolista produzirá em cada fábrica? Qual será o preço cobrado? Qual
será o lucro do monopolista?
Sabemos que o monopolista irá escolher o nível de produção em cada fábrica de forma
a igualar seus custos marginais. Derivando 𝐶1 em relação a 𝑞1 , encontramos 𝐶𝑀 𝑔1 =
𝑞1 . Analogamente, 𝐶𝑀 𝑔2 = 2𝑞2 . Portanto, as quantidades que maximizam o lucro
do monopolista serão tais que 𝑞1 = 2𝑞2 . Para maximizar o lucro, o monopolista
iguala seu custo marginal (igual em ambas as fábricas) à receita marginal. A receita
é 𝑅 = 𝑝𝑞 = (100 − 𝑞)𝑞. Derivando a receita em relação a 𝑞, temos a seguinte
expressão para a receita marginal: 𝑅𝑀 𝑔 = 100 − 2𝑞. Como 𝑞 = 𝑞1 + 𝑞2 , podemos
escrever 𝑅𝑀 𝑔 = 100 − 2𝑞1 − 2𝑞2 . Fazendo 𝐶𝑀 𝑔1 = 𝑅𝑀 𝑔 e substituindo 2𝑞2
por 𝑞1 , encontramos 𝑞1* = 25. Logo, 𝑞2* = 12, 5. O total produzido será então
𝑞 * = 𝑞1* + 𝑞2* = 37, 5, o que implica 𝑝* = 62, 5, pela função de demanda. Portanto, o
lucro do monopolista será 𝜋 = 𝑝* 𝑞 * − 𝐶1 (𝑞1* ) − 𝐶2 (𝑞2* ) = 62, 5 × 37, 5 − ( 625
2
+ 10) −
(156, 25 + 20) = 1845.

b) A partir da resposta ao item anterior, nota-se que o monopolista produz quantidades


diferentes em cada uma das fábricas. Por que isso ocorre?
Isso ocorre porque o custo de produção de uma unidade adicional na fábrica 1 é
menor do que o custo de se produzir a mesma unidade na fábrica 2. Desta forma,
a empresa aumenta seus lucros ao produzir uma quantidade maior na fábrica 1. De
fato, como vimos acima, é vantajoso para a empresa aumentar a produção na fábrica
1 em detrimento da produção na fábrica 2 até o ponto em que 𝐶𝑀 𝑔1 = 𝐶𝑀 𝑔2 , o
que ocorre quando 𝑞1 = 2𝑞2 .

Exercício 4) Suponha que um parque de diversões pretenda cobrar uma tarifa em duas
partes pelo uso de suas atrações. Existe somente um tipo de consumidor, com demanda
𝑞 = 30 − 2𝑝, onde 𝑝 é a taxa cobrada pela entrada em cada atração e 𝑞 é o número de
atrações visitadas. O custo mensal de manutenção do parque é 𝐶 = 100 + 5𝑞. Além da
taxa por atração, o parque cobra um valor fixo 𝐸 para entrada no parque. Que valores o
parque de diversões cobrará pela utilização das atrações (𝑝) e pela entrada no parque (𝐸)?
Esse é um caso de tarifa bipartida com custo marginal constante, semelhante ao exem-
plo discutido na seção 26.6 do Varian. Sabemos que o parque de diversões irá cobrar um
preço pelas atrações igual a seu custo marginal. Derivando a função custo em relação a 𝑞,
vemos que 𝐶𝑀 𝑔 = 5. Logo, 𝑝* = 5. A esse preço e na ausência de uma tarifa de entrada,
o excedente do consumidor seria 𝐸𝐶 = (15−5)×20
2
= 100. Esse excedente do consumidor
determina o máximo que o parque de diversões pode cobrar pela entrada no parque. Além
disso, para maximizar os lucros, o parque de diversões irá escolher o valor da entrada, 𝐸,
de forma a se apropriar de todo o excedente do consumidor. Portanto, 𝐸 = 100.

Exercício 5) Em relação à Teoria do Monopólio, julgue a veracidade das afirmativas a


seguir:

a) Uma firma monopolista que opera com várias fábricas aloca sua produção entre elas
de forma a igualar o custo médio em cada uma das fábricas.
Falso. A firma irá igualar o custo marginal em cada uma das fábricas.

b) Uma firma capaz de discriminação de preços de terceiro grau obtém lucro maior ou
igual, em comparação com a situação na qual ela não fosse capaz de discriminar.
Verdadeiro.

c) Uma firma monopolista que se depara com curva de demanda com elasticidade
constante é indiferente sobre a quantidade produzida.
Falso. Nesse caso o nível de produção que maximiza o lucro é aquele no qual a curva
de custo marginal cruza a curva de demanda.

d) Para obter eficiência econômica, o regulador de um monopólio natural deve escolher


a alocação que minimiza o custo médio unitário da firma.
Falso. Vide seção 25.6 do Varian.

e) Se o monopolista for capaz de realizar discriminação de preços de primeiro grau,


então a alocação de recursos será eficiente em termos paretianos.
Verdadeiro. Nesse caso, todo o excedente será capturado pelo produtor monopolista.
Consequentemente, não será possível melhorar a situação do consumidor sem pre-
judicar o produtor; qualquer alteração irá diminuir o excedente do produtor. Logo,
é possível afirmar que discriminação de preços de primeiro grau é Pareto-eficiente.
Exercício 6) Com relação à competição monopolística, julgue a veracidade das afirma-
tivas a seguir:

a) Uma das hipóteses do modelo de competição monopolística é a existência de bar-


reiras à entrada e à saída significativas.
Falso.

b) No modelo convencional de competição monopolística a empresa apresenta lucros


extraordinários no curto prazo.
Verdadeiro.

c) No longo prazo a empresa continua com poder de monopólio.


Verdadeiro.

d) No longo prazo o preço de equilíbrio é maior do que o custo marginal.


Verdadeiro.

e) No longo prazo as empresas não operam com excesso de capacidade.


Falso.

O Mercado de Fatores
Exercício 7) Uma firma utiliza dois fatores de produção (trabalho e capital) para pro-
duzir um único produto. Seu produto é vendido e o capital é comprado sob condições
de competição perfeita, ao passo que a firma possui poder de monopsônio no mercado de
trabalho. A função de produção é dada por 𝑄 = 2000𝐿0,5 𝐾 0,5 , em que 𝑄 mede o produto
anual da firma em unidades, 𝐿 representa o número de empregados e 𝐾 denota o número
de unidades de capital. A oferta de trabalho com a qual a firma se defronta é dada por
36 2
𝐿 = 10 8 𝑤 , em que 𝑤 representa o salário anual. Sabe-se também que o preço do produto

é dado por 𝑝 = 18 e que 𝐾 = 25. Qual o produto médio do trabalho associado à solução
ótima dessa firma?
Substituindo 𝐾 = 25 na função de produção, temos a produção como função apenas do
1 1 1
trabalho: 𝑄(𝐿) = 2000(𝐿 2 )25 2 = 10000𝐿 2 . Derivando em relação a 𝐿, encontramos o
produto marginal do trabalho, 𝑃 𝑀𝐿 :

𝑃 𝑀𝐿 = 𝜕𝑄(𝐿)
𝜕𝐿
1
= 10000( 12 )(𝐿− 2 ) (1)
1
= 5000(𝐿− 2 )
Como o mercado em que a firma vende sua produção é competitivo, sabemos que sua
receita marginal será igual ao preço. Ou seja: 𝑅𝑀 𝑔 = 𝜕𝑅(𝑄)
𝜕𝑄
= 𝜕(𝑝𝑄)
𝜕𝑄
= 𝑝 = 18.
Com isso, podemos calcular o “produto da receita marginal” do trabalho1 , 𝑃 𝑅𝑀𝐿 ,
que corresponde ao efeito na receita derivado do aumento marginal no uso do insumo
trabalho.

𝜕𝑅(𝑄)
𝑃 𝑅𝑀𝐿 = 𝜕𝐿
𝜕𝑅(𝑄) 𝜕𝑄(𝐿)
= 𝜕𝑄
× 𝜕𝐿
(2)
= 𝑅𝑀 𝑔 × 𝑃 𝑀𝐿
1
= 18 × 5000(𝐿− 2 )
Para maximizar lucros, a firma com poder de monopsônio irá empregar uma quanti-
dade de trabalho 𝐿* tal que 𝐶𝑀 𝐺𝐿 (𝐿* ) = 𝑃 𝑅𝑀𝐿 (𝐿* ). Em outras palavras, reconhecendo
que a quantidade de trabalho que emprega tem efeito sob o preço do insumo, 𝑤, a firma irá
escolher a quantidade de trabalho empregada de forma a igualar o custo de uma unidade
adicional de trabalho à receita associada ao uso dessa unidade em seu processo produtivo.
Para prosseguir, precisamos encontrar a função de oferta inversa do trabalho. Resol-
4 1
vendo a função de oferta de trabalho para 𝑤, encontramos 𝑤(𝐿) = 106 𝐿 2 . Portanto, o
4 3
custo associado ao uso do insumo trabalho será 𝑤(𝐿)𝐿 = 106 𝐿 2 . Derivando essa última
4 1 4 1
expressão em relação em relação a 𝐿, encontramos 𝐶𝑀 𝐺𝐿 (𝐿) = 106 32 𝐿 2 = 104 𝐿 2 .
Portanto:

𝐶𝑀 𝐺𝐿 (𝐿) = 𝑃 𝑅𝑀𝐿 (𝐿)


104 21 1
=⇒ 4
𝐿 = 18 × 5000(𝐿 2 )
1 1
=⇒ (𝐿 2 )(𝐿 2 ) = 18 × 5000 1044 (3)
4)
=⇒ 𝐿 = 18 × 2(10
104

=⇒ 𝐿 = 36
Portanto, a solução ótima da firma é 𝐿* = 36. O produto médio do trabalho, 𝑃 𝑀 𝐸𝐿 ,
será a quantidade produzida (em unidades de produto, 𝑄) por unidade de trabalho em-
pregada no processo produtivo. Logo, pela função de produção e usando 𝐾 = 25:
1
* 𝑄(𝐿* ) 10000(36 2 ) (2 × 5000) × 6 5000
𝑃 𝑀 𝐸𝐿 (𝐿 ) = *
= = = (4)
𝐿 36 2×3×6 3

1
Essa é a terminologia utilizada na tradução do Varian. Prefiro a expressão “receita marginal do
trabalho”, mas nesse exercício irei adotar o padrão do livro.
Exercício 8) Uma firma é monopolista no mercado do bem 𝑌 , que produz contratando
trabalho, 𝐿, em um mercado competitivo. A demanda de mercado pelo bem é 𝑌 = 100−𝑃

e a função de produção é dada por 𝑌 (𝐿) = 𝐿, sendo 𝐿 a quantidade de trabalho utilizada
e 𝑤 = 24 o salário por unidade de 𝐿, em unidades monetárias. Julgue a veracidade das
afirmações a seguir:

a) A curva da receita marginal do trabalho, dada pela multiplicação do produto mar-


ginal do trabalho pela receita marginal do bem, fica sempre acima da curva que
representa o valor do produto marginal do trabalho, dada pela multiplicação do
preço pelo produto marginal do trabalho.
Falso. Na verdade ocorre o contrário, o que explica o fato de que uma empresa
monopolista que adquire insumos em mercados competitivos emprega menos insu-
mos do que empregaria caso atuasse sob concorrência perfeita. Vide Figura 27.1 do
Varian.
50
b) A função receita marginal do trabalho é dada por 𝑅𝑀 𝑔𝐿 = √
𝐿
− 2.
Falso. A função receita marginal do trabalho é dada por:
𝜕𝑅(𝑌 ) 𝜕𝑅(𝑌 ) 1
𝑅𝑀 𝑔𝐿 (𝐿) = 𝜕𝐿
= 𝜕𝑌
× 𝜕𝑌𝜕𝐿(𝐿) = (100−2𝑌 )×( 12 𝐿 2 ) = 50−𝑌

𝐿
= 50

𝐿
− √𝑌𝐿 = 50

𝐿
−1

c) A firma maximizadora de lucros emprega quatro unidades de trabalho.


Verdadeiro. O custo marginal do trabalho é dado por: 𝐶𝑀 𝑔𝐿 = 𝜕𝑤𝐿 𝜕𝐿
= 24. Fazendo
*
𝐶𝑀 𝑔𝐿 = 𝑅𝑀 𝑔𝐿 , encontramos 𝑌 = 2. Pela função de produção, a quantidade de
trabalho necessária para atingir esse nível de produção é 𝐿* = 4.

d) O preço de 𝑌 será 𝑝 = 96.


Falso. Vimos no item anterior que 𝑌 * = 2. Portanto, pela função de demanda pelo
bem 𝑌 , temos 𝑃 * = 98.

Exercício 9) Com relação ao mercado de fatores, indique quais das afirmações abaixo
são verdadeiras e quais são falsas:

a) A demanda de um setor por determinado insumo é a soma horizontal das demandas


desse insumo por todas as empresas do setor.
Verdadeiro.

b) Se um monopolista upstream vender um fator de produção para um monopolista


downstream, o preço final do produto será afetado por um mark-up duplo.
Verdadeiro.

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