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REC2110
Monopólio
Exercício 1) Uma empresa monopolista opera com custo 𝐶(𝑞) = 5𝑞. A curva de demanda
do mercado é 𝐷(𝑝) = 550 − 10𝑝.
1
Nesse exemplo específico, 𝐶𝑀 𝑔(𝑞𝑚 ) = 𝑝𝑒 , em razão de o custo marginal ser constante (horizontal).
No entanto, esse nem sempre é o caso. Compare com o item e) do exercício 5, por exemplo.
Exercício 2) Considere um monopolista com função demanda inversa 𝑝(𝑞) = 90 − 5𝑞 e
custos iguais a 𝐶(𝑞) = 200 + 10𝑞.
𝑅𝑀 𝑔 = 𝐶𝑀 𝑔 =⇒ 90 − 10𝑞 = 10 =⇒ 𝑞𝑚 = 8 (7)
(︁ )︁
𝜋(𝑝𝑚 , 𝑞𝑚 ) = 𝑝𝑚 𝑞𝑚 − 𝐶(𝑞𝑚 ) = 50(8) − 200 + 10(8) = 120 (9)
𝑃 = 𝐶𝑀 𝑔 =⇒ 90 − 5𝑞 = 10 =⇒ 𝑞𝑒 = 16 (10)
Vemos que o lucro da empresa seria negativo caso o regulador conseguisse imple-
mentar o nível eficiente de produção. Nesse cenário, a empresa preferiria sair do
mercado, o que prejudicaria os consumidores, que não teriam mais a oferta do bem.
Portanto, essa estratégia regulatória não seria adequada. Temos indícios de um
monopólio natural.
d) Uma regulação alternativa seria obrigar a firma produzir no ponto onde o custo
médio iguala a receita média. Calcule o nível de produto, o preço e lucro da firma
com essa política regulatória.
200 + 10𝑞
𝑃 = 𝐶𝑀 𝑒 =⇒ 90 − 5𝑞 = =⇒ −5𝑞 2 + 80𝑞 − 200 = 0 (13)
𝑞
Resolvendo a equação quadrática acima por meio da fórmula de Bhaskara, encon-
√ √
tramos duas soluções: 𝑞 ′ = 8 − 2 6 e 𝑞 ′′ = 8 + 2 6. Como 𝑞 ′ < 𝑞𝑚 , essa solução
√
pode ser desconsiderada. Substituindo 𝑞 ′′ = 8 + 2 6 na demanda inversa:
√
𝑝(𝑞 ′′ ) = 90 − 5𝑞 ′′ =⇒ 𝑝′′ = 50 − 10 6 (14)
e) Argumente através da forma das curvas de custo médio e marginal qual das duas
políticas é mais adequada.
Este caso traz indícios de um monopólio natural, com 𝐶𝑀 𝑒 > 𝐶𝑀 𝑔 para qualquer
quantidade produzida, pois a empresa possui custos marginais pequenos e custos
fixos elevados. Uma intervenção que obrigasse a empresa a produzir a quantidade
eficiente resultaria em lucros negativos e não seria adequada. Uma solução seria
impor preço e quantidade em que a empresa apresenta lucro nulo (𝐶𝑀 𝑒 = 𝑝), de
forma a obter uma quantidade maior (e preços menores) do que a solução de mo-
nopólio. Portanto, a segunda opção seria mais adequada. No entanto, é importante
ressaltar que, na prática, esse tipo de problema regulatório é bastante complexo,
porque o regulador dificilmente conhecerá a real estrutura de custos da empresa,
havendo grande assimetria informacional entre as duas partes.
Exercício 3) Um monopolista com custo marginal constante opera num nível de produção
em que |𝜀| = 3. O governo impõe um imposto de R$6,00 por unidade produzida.
Para esse exercício, vide exemplo da seção 25.3 do Varian.
1 1
𝑚𝑎𝑟𝑘𝑢𝑝 = 1 = 1 =2 (18)
1 − |𝜀| 1− 2
𝑃 = (𝐶𝑀 𝑔 − 𝑠) 1−1 1
|𝜀|
𝑃 = (𝑃 − 𝑠)2
𝑃 = 2𝑃 − 2𝑠 (19)
𝑠 = 𝑃2
𝑠 = 𝐶𝑀 2
𝑔
Portanto, o governo deveria subsidiar metade do custo marginal do monopolista
para induzir a produção da quantidade que seria produzida sob competição per-
feita.
Exercício 5) Um monopolista cujos custos de produção são dados por 𝑐(𝑞) = 𝑞 2 + 100
defronta-se com a demanda de mercado 𝑝 = 𝐴 − 3𝑞, em que 𝐴 > 0 é uma constante.
Analise a veracidade das afirmativas a seguir.
c) Se 𝐴 = 45, será possível regular o monopólio de modo que este produza quantidade
competitiva sem ter prejuízo.
Falso. Vimos que 𝑞𝑒 = 𝐴5 . Portanto, para 𝐴 = 45, temos 𝑞𝑒 = 9. Substituindo
essa quantidade na demanda inversa, encontramos 𝑝𝑒 = 18. Calculando o lucro do
monopolista nesse cenário: 𝜋(𝑝, 𝑞) = 𝑝𝑞−(𝑞 2 +100) = 8(9)−(92 +100) = 162−181 =
−19. Portanto, o lucro é negativo e a afirmativa é falsa.