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Realizando duas transformações monotônicas na função utilidade, chega-se a uma função Cobb-
Douglas: 𝑈(𝑥, 𝑦) = 𝑥 𝑎 𝑦 𝑏 .
A partir da condição de ótimo da maximização de 𝑈(𝑥, 𝑦) restrita a 𝑝𝑥 𝑥 + 𝑝𝑦 𝑦 = 𝐼:
𝑎𝑥 𝑎−1 𝑦 𝑏 𝑝𝑥
𝑎 𝑏−1
=
𝑏𝑥 𝑦 𝑝𝑦
𝑎𝑦 𝑝𝑥
=
𝑏𝑥 𝑝𝑦
Reorganizando e substituindo na restrição orçamentária:
𝑎𝑝𝑦 𝑦
+ 𝑝𝑦 𝑦 = 𝐼
𝑏
𝑏𝐼 𝑏𝐼 𝑎𝐼 𝑎𝐼
Implicando em: 𝑦 = (𝑎+𝑏)𝑝 = 𝑝 e 𝑥 = (𝑎+𝑏)𝑝 = 𝑝 .
𝑦 𝑦 𝑥 𝑥
𝑑𝑥
Por fim, derivando a função demanda em termos da renda, 𝑑𝐼 = a/px > 0. O mesmo resultado
pode ser apreendido do formato da curva de Engel. A partir de um procedimento análogo para o bem
y, conclui-se que ambos os bens são normais, isto é, crescem na quantidade demandada com
aumentos de renda.
2. A função utilidade 𝑈(𝑥, 𝑦) = (𝑥 2 + 𝑦 2 )𝑘 representa preferências côncavas. Demonstre e explique
a natureza da escolha ótima neste caso (1 ponto).
A denominação preferência côncava decorre do formato das curvas de indiferença, que, ao
contrário do caso convencional, constitui um conjunto côncavo. Especificando 𝑈(𝑥, 𝑦) = 𝑘, as
curvas de indiferença são dadas por circunferências, restritas ao quadrante positivo. A figura abaixo
demonstra que a tangência não representa um ponto de escolha ótima, uma vez que, seguindo a
mesma restrição orçamentária, é possível alcançar uma curva de indiferença mais elevada. No caso
ilustrado abaixo, o consumidor, dadas as suas preferências e os preços relativos, escolhe por
consumir uma quantidade positiva de y e uma quantidade nula de x. Portanto, com preferências
côncavas, as soluções são de fronteira. A diferença principal frente às preferências convexas reside
na hipótese de balanceamento do consumo; isto é, o consumidor não prefere uma combinação linear
de duas cestas as quais se concentram em ou em outro dos bens.
(a) Dada a probabilidade de p1 = 0,25 para o pior cenário possível, encontre os valores de p2 e p3 tais
que o investimento na renda variável seja tão atraente quanto o investimento de renda fixa, para o
investidor acima representado (1 ponto).
Como a soma das probabilidades deve ser 1, define-se p2 = 0,75 – p3. A fim de se ter uma
comparação entre as aplicações que considere a postura do investidor frente ao risco, é preciso uma
relação baseada na utilidade esperada, e não somente no valor esperado do investimento:
0,25 ln 70 + 𝑝2 ln 105 + (0,75 − 𝑝2 ) ln 140 = ln 115
𝑝2 (ln 105 − ln 140) = ln 115 − 0,25 ln 70 − 0,75 ln 140
𝑝2 (−0,2877) = −0,0234
𝑝2 = 0,0814
Se p2 = 0,0814 e, logo, p3 = 0,6686, então ambas as aplicações, de renda variável e de renda
fixa, são equivalentes ao investidor.
(b) Considerando a possibilidade de diversificação, e dado o vetor de probabilidade p = (p1, p2, p3) =
(0,15; 0,5; 0,35), é preferível o investimento concentrado em renda variável ou a ponderação dada
por 50% alocado em renda variável e 50% em renda fixa? (1 ponto)
(c) Supondo um vetor de probabilidade p = (p1, p2, p3) = (0,25; 0; 0,75), qual é o equivalente certo à
aplicação na renda variável? Isto é, qual é o valor que proporciona utilidade igual à utilidade
esperada da aplicação em renda variável? Represente graficamente e interprete o resultado (1 ponto).
O equivalente certo corresponde ao valor que proporciona a mesma utilidade do que o valor
esperado da utilidade do retorno do investimento em renda variável:
0,25 ln 70 + 0,75 ln 140 = 4,7684
ln 𝐸𝐶 = 4,7684
𝐸𝐶 = ℮4,7684
𝐸𝐶 = 117,73
Observa-se que deve haver uma compensação pelo risco de se investir nesta opção sujeita a perda,
uma vez que, comparando-se o equivalente certo com o retorno da renda fixa, esta é inferior ao
primeiro. Assim, não basta somente o valor obtido de maneira garantida através da renda fixa ($115),
também demanda-se um adicional pelo risco por conta da incerteza envolvida na renda variável.
Falso. O bem de Giffen é uma classe especial de bem inferior, aquela classe de mercadorias
na qual um aumento de renda diminui a quantidade demandada. Para que isto ocorra, é necessário
que o efeito renda seja, então, negativo, e em uma magnitude absoluta que supere o módulo do efeito
substituição. A equação de Slutsky justifica formalmente o argumento:
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝑐 𝜕𝑥
= −𝑥
𝜕𝑝𝑥 𝜕𝑝𝑥 𝜕𝐼
Como o efeito substituição, medido pelo primeiro termo, é necessariamente negativo, para que um
aumento de preço eleve a quantidade demandada, é preciso que o efeito renda (o segundo termo) seja
negativo e superior, em módulo, ao valor absoluto do primeiro, de forma que o resultado final seja
positivo.
(c) Se as preferências entre dois bens para um consumidor são completas, reflexivas, transitivas e
não saciáveis, então o módulo da taxa marginal de substituição será decrescente ao longo de suas
curvas de indiferença. (1 ponto)