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INSTITUTO POLITÉCNICO SUMAYYA

MÓDULO: RPSC

CURSO: Gestão de Recursos Humanos

TEMA: Problemas que envolvem Função Custo, Receita, Lucro

SALA: 11 CV3

 Formanda:
1. Violeta Da Gilda João Macie

Formador: Dr. Armando João

Maputo, ao 15 de Julho de 2021

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Índice Pág.

1. Função Custo……………………..……………………………………………….…….3
2. Receita…………………………………………………………………………….…….4
3. Lucro……………………………………..……………………………………….….….5
4. Função Demanda……………………………………………………………….……….6
5. Funções Marginais……………………………………………………………….….…..7
6. Função Receita Marginal……………………………………………………….……….8
7. Exercícios Resolvidos…………………………………………………………………..9

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RESUMO

Este trabalho tem como objectivo investigar a habilidade dos alunos em relacionar os conceitos
sobre funções polinomiais do primeiro grau (domínio, imagem, gráfico, intersecção com os eixos
coordenados) e a teoria económica que envolve lucro, custo e receita, aplicações específicas da
área profissional. O estudo proposto analisa a aplicação de uma actividade prática, com dados
reais de uma empresa do ramo têxtil, compreendendo conhecimentos económicos e matemáticos,
leitura e interpretação de dados e resultados. Esta pesquisa, de cunho descritivo, foi aplicada na
Universidade Federal do Rio Grande, RS, Brasil, em uma turma do 2º semestre de Administração

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I. Desenvolvimento

Função Custo

O custo fixo (CF) é a soma dos custos associados aos insumos fixos, ou seja, insumos cujas
quantidades utilizadas independem do nível de produção e, sobretudo, recebem pagamento,
havendo ou não produção. Em suma, o custo fixo independe do nível de produção e tem de ser
pago mesmo que a firma não produza.
CF = k , para todo q ≥ 0 , sendo k um número real positivo. Obviamente, no longo prazo CF =0,
isto é, não há custo fixo.
A partir do conceito de custo fixo, podemos definir o conceito de custo fixo médio (CFMe), que
é simplesmente o custo fixo por unidade de produto, ou seja, a função custo fixo médio pode ser
definido pela seguinte regra de associação:
CF
CFMe(q) = , para todo q >0, sendo q a quantidade de produto gerada em um dado período de
q
produção.

Exemplo: (custo fixo e custo fixo médio)

Considere uma firma com custo fixo CF = 98 unidades monetárias. Caso a firma decida produzir
98
q = 7 unidades de produto, seu custo fixo médio será: CFMe (7)¿ =14 unidades monetárias.
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Generalizando, se a firma decidir produzir q unidades de produto, segue que seu custo fixo
98
médio será CFMe(q)¿ unidades monetárias.
q

Exemplo 2.2
(custo variável e custo variável médio)
Seja q a quantidade produzida por uma firma uniproduto em um dado período de tempo.
Para q > 0 , o custo variável pode se comportar como uma função polinomial de grau 3 Por
exemplo, poderíamos definir uma função custo variável como:
0 se q=0
{
CV (q)¿ 3
q −12q 2+ 60 q se q> 0

Neste caso, o custo variável de se produzir, digamos, q =10 unidades de produto, é


CV (10) = (10)3 −12(10)2 + 60(10) = 400 unidades monetárias. Em Matemática, CV (10) é o
“valor da função CV em q =10 ”.

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RECEITA

Uma firma é classificada como tomadora de preços quando não tem poder de mercado, ou seja,
não é capaz de diferenciar o seu produto, e seu volume de produção é tão pequeno com relação
ao mercado que não é capaz de afectar o preço (médio) de mercado do bem que produz quando
varia sua quantidade ofertada. Por sua vez, uma firma é denominada formadora de preço quando
tem poder de mercado, ou seja, é capaz de afectar o preço (médio) de mercado quando varia sua
quantidade ofertada de produto.

Exemplo 2.4
(demanda e função receita total de uma firma tomadora de preços)
Considere uma firma tomadora de preço que vende um produto cujo preço unitário vigente no
mercado é p = 60 unidades monetárias. Se representarmos a quantidade vendida q no eixo das
abscissas e o preço de mercado no eixo das ordenadas do plano cartesiano estaremos, do ponto
de vista matemático, expressando o preço como uma função da quantidade, de maneira que
p = 60 pode ser interpretada como uma função constante, Do ponto de vista económico, esta
representação gráfica sintetiza a situação de ausência de poder de mercado da firma, já que para
ela não se abre a possibilidade de manipular o preço por meio de variações da quantidade
vendida. Em outros termos, a firma sabe que venderá qualquer quantidade ao preço de mercado
vigente. A firma em análise, ao vender, por exemplo, 5 unidades de produto obterá uma receita
total de 300 = 60×5 unidades monetárias. Generalizando, a firma, ao vender q unidades de
produto, obterá uma receita total de R(q) = 6q unidades monetárias. Enfim, esta firma tomadora
de preço defronta-se com uma função demanda inversa constante e tem uma função receita total
linear.

Exemplo 2.5
(demanda e receita de uma firma formadora de preço)
Considere uma firma monopolista que se depara com a seguinte função demanda:

q ( p ) = 192−2 p se 0 ≤ p ≤ 96
{ 0 se p> 96

Sendo q a quantidade demanda no mercado quando o preço unitário do bem é p . O gráfico desta
função está desenhado na Figura 2.8. Daqui para frente, trabalharemos apenas com os valores de
preço economicamente relevantes, a saber, 0 ≤ p ≤ 96. Em outros termos, restringiremos o
domínio da função demanda, fazendo D(q) = {p∈ 0 ≤ p ≤ 96}.

Como a firma é, por hipótese, a única produtora do bem, a quantidade demanda no mercado é
igual à quantidade vendida pela firma. Portanto, a firma em questão sabe, por exemplo, que, se
cobrar um preço de p = 3 reais por unidade de seu produto, venderá q =192 − 2×3 =186 unidades
de produto; mas, se cobrar um preço um pouco mais alto, digamos p = 5, venderá um pouco
menos, mais precisamente q =192 − 2×5 =182.
p(q) = 96 − 0,5q , para todo 0 ≤ q ≤192

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Esta função demanda inversa informa qual o preço unitário máximo p que poderá ser cobrado
para se vender a quantidade q de produto. Assim, por exemplo, se a firma pôr a venda q =14
unidades de produto no mercado, venderá cada unidade deste volume de produção por
p = 96 − 0,5×14 = 89 unidades monetárias. Por sua vez, se a firma reduzir o volume ofertado do
seu produto para q =10 unidades de produto, o preço unitário máximo que poderá cobrar
aumenta para p = 96 − 0,5×10 = 91 unidades monetárias.
Em suma, a firma monopolista em questão, ao vender q unidades de produto, poderá cobrar
p = 96 − 0,5q unidades monetárias, obtendo uma receita total de R(q) = pq = (196 − 0,5q)
q = 96q − 0,5q2 reais para todo 0 ≤ q ≤192 .

LUCRO

O lucro total de uma firma é simplesmente o que sobra da receita total após subtrairmos o custo
total. Logo, a função lucro total de uma firma é definida como:
L(q) = R(q) −C(q)

Exemplo 2.6 (determinação de um ponto de nivelamento)


Suponhamos que as firmas dos exemplos 2.4 e 2.5 apresentem a mesma estrutura de custos,
caracterizada pela função custo total do Exemplo 2.3:
C(q) = q3 −12q2 + 60q + 98 para todo q ≥ 0 trata-se de uma função custo total de curto prazo, pois
CF = C(0) = 98 > 0.

Usando esta função custo total e a função receita total do Exemplo 2.4, obtemos a seguinte
função lucro total:
L(q) = R(q)-C(q)

=60q−( q 3−12 q2 +60 q +98 )

¿−q3 +12 q 2−98

No curto prazo, quando a firma não produz, o seu lucro será igual ao negativo do custo fixo, ou
seja, L(0) = −98 = −CF . Em outras palavras, a firma incorre em um prejuízo (lucro negativo).
Um ponto de nivelamento q deve satisfazer a condição L(q) = −q3 +12q 2 − 98 = 0 . Usando um
pacote matemático computacional obtemos os pontos q ≅ 3,37 e q ≅ 11,22 , que são os dois
pontos de nivelamento da firma em análise,
Um ponto de nivelamento q deve satisfazer a condição L(q) = −q3 +11,5q 2 − 60q − 98 = 0 .
Resolvendo esta equação de terceiro grau, usando um pacote matemático computacional,
obtemos os pontos q ≅ 1,83 e q ≅ 13,62 , que são os dois pontos de nivelamento da firma
monopolista,

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Exercícios Resolvidos

01 — As funções de oferta e demanda para um certo produto são: O(p)  =  3 p  +  240  e D(p)  =
– 2 p  +  480,  respectivamente.
Determine:
a)  o preço de equilíbrio,  em reais.
b)  o número correspondente de unidades vendidas.

a) O preço de equilíbrio ocorre quando a oferta é igual a demanda.

O(p)  =  D(p)

3 p  +  240  =  – 2 p  +  480
3 p  +  2 p  =  480  –  240
5 p  =  240

240
p=
5

p=48

Assim,  o preço de equilíbrio é de   48,00Mt.

b)  Para se obter o número correspondente de unidades vendidas, tanto faz usar a função oferta
como a função demanda.
O(p)  =  3 p  +  240
O(48)  =  3  ⋅  48  +  240
O(48)  =  144  +  240
O(48)  =  384

D(p)  =  – 2 p  +  480
D(48)  =  – 2  ⋅  48  +  480
D(48)  =  – 96  +  480
D(48)  =  384

Assim: no ponto de equilíbrio são vendidas  384  unidades do produto.

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02 —  Um produtor pode fazer estantes ao custo de  20Mt cada.
Os números de venda indicam que se,  as estantes,  forem vendidas a, "x" meticais cada
aproximadamente  120  –  x  serão vendidas por mês.
a)  Encontre as funções custo total,  C(x),  e, receita,  R(x)  em função do preço de venda  "x".
b)  Expresse o lucro mensal do produtor em função do preço de venda.
c)  Qual é o lucro do produtor se o preço de venda for de  110Mt?
d)  Qual o preço de venda que gera um lucro de  4 560Mt?

a)  O custo total para fabricar  120  –  x  estantes à  20Mt cada:


C(x)  =  20  ⋅  (120  –  x)
C(x)  =  240  –  20 x

A receita total na venda de  120  –  x  estantes ao preço de venda de, "x"  metical cada,  é de:
R(x)  =  x  ⋅  (120  –  x)
R(x)  =  120 x  –  x2

b)O lucro,  que é a diferença entre a receita e o custo,  é:

L(x)  =  120 x  –  x2  –  (240  –  20 x)


L(x)  =  120 x  –  x2  –  240  +  20 x
L(x)  =  – x2  +  140 x  –  240

c)  O lucro para o preço de venda ser de  110Mt.


L(x)  =  – x2  +  140 x  –  240
L(110)  =  – 1102  +  140  ⋅  110  –  240
L(110)  =  – 12100  +  15400 – 240
L(110)  =  15400  –  12340
L(110)  =  3060

Assim,  o lucro será de  3 060,00Mt.

d)  O preço de venda para o lucro de  4 560Mt,  é:


L(x)  =  – x2  +  140 x  –  240
4560  =  – x2  +  140 x  –  240
4560  +  x2  –  140 x  +  240  =  0
x2  –  140 x  +  4800  =  0

∆=b 2−4 ∙ a ∙ c

∆  =  (– 140)2  –  4  ⋅  1  ⋅  4800


∆  =  19600  –  19200
∆  =  400

8
−b ± √ ∆
x=
2a

−(−140)± √ 400
x=
2 ∙1

140 ±20
x=
2

140−20 120
x 1= = =60
2 2

140+20 160
x 2= = =80
2 2

Assim,  vendendo à  60  ou  80  meticais o lucro é  4 560  meticais.

03 —  O custo total de fabricação de um produto, é composto por um custo fixo de 4 580,00Mt


e, um custo variável de 80,00Mt  por unidade produzida.
a)  Expresse  C(x)  em função de "x" de unidades produzidas.
b)  Que nível de produção gera um custo de 9 060,00Mt?

a) C(x)  =  4580  +  80 x

b)  Como já se sabe o custo total,  tem-se:


9060  =  4580  +  80 x
9060  –  4580  =  80 x
4480  =  80 x

4480
=x
80

X = 56

Tendo um custo de  9 060,00Mt são produzidas 56 unidades.

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