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24 de novembro de 2011
1. A função de custo de uma empresa monopolista é dada por C T (q) = 0, 5q2 , sendo C T o custo total da
empresa e q a quantidade por ela produzida. A função de demanda dessa empresa é p = 120 − 2q na qual
p é o preço de demanda.
(a) Determine a produção e o preço que maximizam o lucro da empresa.
(b) Caso uma agência reguladora queira fazer com que essa empresa produza a quantidade eficiente, qual
é o preço máximo que ela (agência) deve impor à empresa?
SOLUÇÃO:
(a) Sabemos que a empresa monopolista maximiza seu lucro ao igualar o custo marginal à receita margi-
nal. O custo marginal é
d
CMg(q) = C T (q) = q.
dq
Como a receita total da empresa é RT(q) = q × p(q) = 120q − q2 , a receita marginal é
d
RMg = RT(q) = 120 − 2q.
dq
Logo, o monopolista maximiza seu lucro fazendo
q = 120 − 2q ⇒ q = 40.
O preço que ele irá cobrar é o preço de demanda para esse nível de produção:
p = 120 − 40 = 80.
(b) De modo a garantir que o monopolista oferte a quantidade eficiente, a agência reguladora deve es-
tabelecer o preço máximo igual ao preço correspondente ao ponto de cruzamento entre as curvas de
demanda e de custo marginal:
CMg = p(q) ⇒ q = 120 − q ⇒ q = 60.
Calculando o preço de demanda para essa quantidade, obtemos o preço a ser fixado pelo regulador:
p∗ = 120 − 60 = 60.
Note que o custo médio do monopolista ao produzir 60 unidades é
CT(60) 0, 5 × 602
CM(60) = = = 30.
60 60
Esse valor é inferior ao preço máximo fixado pelo regulador, o que garante que a atividade do mono-
polista continue viável após a introdução do preço máximo p∗ = 60.
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2. Com relação à questão anterior, imagine que o preço do monopolista não seja regulado e que o governo
imponha um imposto de R$20, 00 por unidade de produto vendida pela empresa. O que ocorrerá com a
quantidade vendida pelo monopolista? E com o preço ao consumidor?
SOLUÇÃO:
A introdução desse imposto equivale a reduzir a receita marginal do monopolista em R$ 20, 00, isto é, com
o imposto, sua receita marginal líquida fica igual à receita marginal bruta, calculada no exercício anterior,
menos o imposto:
RMg(q) = 120 − 2q − 20 = 100 − 2q.
Obtemos a quantidade a ser produzida pelo monopolista igualando seu custo marginal a essa nova receita
marginal:
100
q = 100 − 2q ⇒ q = .
3
O preço do monopolista subirá para
100 200
p = 120 = = .
3 3
2
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3. Um monopolista tem uma função de custo de produção dada por c( y) = y 2 na qual c( y) é o custo total
associado a produção de y unidades do produto. A função de demanda pelo produto desse monopolista
é dada pela expressão p = a − b y. Quanto esse monopolista deverá produzir? Qual será o preço por ele
praticado?
SOLUÇÃO:
Novamente, tudo o que precisamos fazer é igualar o custo marginal do monopolista à sua receita marginal.
O custo marginal é
d
CMg( y) = c( y) = 2 y.
dy
Como a receita total é RT( y) = p × y = a y − b y 2 , a receita marginal será:
d
RMg = RT = a − 2b y.
dy
CMg( y) = RMg( y) ⇒ 2 y = a − 2b y.
a b 2 + 2b − b 2+ b
pm = a − b ym = a − b = a 1− =a =a
2 + 2b 2 + 2b 2 + 2b 2 + 2b
3
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4. Um monopolista tem uma função de custo de produção dada por c( y) = y 2 na qual c( y) é o custo total
associado a produção de y unidades do produto. A função de demanda pelo produto desse monopolista
é dada pela expressão y = ap−α . Quanto esse monopolista deverá produzir? Qual será o preço por ele
praticado?
SOLUÇÃO:
Para resolver esse exercício, poderíamos igualar, como fizemos no exercício anterior, receita e custo mar-
ginais. Todavia, há um caminho um pouco menos árduo. Note que a curva de demanda apresenta elas-
ticidade preço constante igual a ε = −α. Lembre-se também que, ao maximizar seu lucro, o monopólio
estabelece a seguinte relação entre preço e custo marginal, conhecida como regra do markup:
1
p = CMg 1
.
1− |ε|
Como, |ε = α| e, conforme vimos no exercício anterior para a mesma função de custo do presente exercício,
CMg = 2 y, obtemos que o preço do monopolista deve ser:
1 2α
p = 2y 1
=y
1− α−1
α
Substituindo nessa equação a condição y = ap−α , dada pela função de demanda, obtemos, enfim o preço
de equilíbrio do monopolista:
1
2α 2aα 2aα
α+1
−α 1+α
p = ap ⇒p = ⇒ pm =
α−1 α−1 α−1
−α α
2aα α−1
1−α 1 1+α
ym = a =a 1+α
α−1 2α
4
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5. Em sala de aula, vimos que, quando há a introdução de um imposto sobre a venda do produto de um
monopolista,o resultado sobre o preço praticada por esse monopolista depende do formato da curva de
demanda. Se a demanda for linear e o custo marginal constante, por exemplo, vimos que, com a adoção
do imposto, o preço cresce 50% do valor desse imposto. Se a demanda apresentar elasticidade-preço
constante, por outro lado, vimos que o preço sobe acima do valor do imposto cobrado. O formato da curva
de custo marginal também altera a forma pela qual o preço de monopólio é afetado pela introdução de
um imposto sobre a venda do produto. Para ver isso, considere novamente o caso de uma demanda linear
com fórmula p = a − b y. Suponha que a função de custo do monopolista seja dada por c( y) = y 2 na qual
c( y) é o custo total associado a produção de y unidades do produto. Quanto o monopolista deve produzir
caso seja introduzida uma cobrança de um imposto t sobre a venda de cada unidade do produto? Compare
sua resposta com a resposta dada ao exercício 3. De quanto cresce o preço praticado pelo monopolista em
consequência da introdução do imposto?
SOLUÇÃO:
Vimos no exercício 3 que, para um monopolista com essa função de custo e essa função de demanda, a
receita marginal é RMg = a − 2b y e o custo marginal é CMg = 2 y. Do ponto de vista do monopolista a
introdução do imposto gera uma aumento de t em seu custo marginal ou, equivalentemente, uma redução
de t em sua receita marginal. Assim, a nova condição de equilíbrio passa a ser CMg + t = RMg, ou,
equivalentemente, RMg − t = Cmg. Assim, após a introdução do imposto, o monopolista deve escolher y
de modo a fazer
′
a−t
CMg + t = RMg ⇒ 2 y + t = a − 2b y ⇒ ym = .
2 + 2b
Substituindo essa quantidade na função de demanda, encontramos o preço a ser praticado com o imposto:
′
a−t a(2 + b) + bt
pm =a−b = .
2 + 2b 2 + 2b
A diferença entre o preço com imposto e o preço sem imposto (quando t = 0) é
a(2 + b) + bt a(2 + b) bt
− = .
2 + 2b 2 + 2b 2 + 2b
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SOLUÇÃO:
Para todos os itens, a curva de demanda é a mesma: Q = 70 − p ou, na forma inversa, p = 70 −Q. A receita
total será, portanto, RT (Q) = pQ = 70Q − Q2 e a receita marginal será a derivada da receita total, isto é,
RMg = 70 − 2Q. Nos itens (a) a (c), para encontrarmos a quantidade produzida, iremos igualar essa receita
marginal ao custo marginal.
(a) Como o custo marginal é constante igual a 6, o monopolista deverá fazer
70 − 2Q = 6 ⇒ Q = 32.
P = 70 − 32 = 38
0, 5Q − 5 = 70 − 2Q ⇒ Q = 30.
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(c) Para não nos perdermos com números, assumamos que o número 0, 0133 que aparece na função de
custo seja um arredondamento de 0, 0133 . . . = 1/75. O custo marginal da empresa é
CMg = 0, 04Q2 − 5.
2
Igualando-o à receita marginal, encontramos a quantidade de equilíbrio de nosso monopolista:
(d)
CM
70 70
60 60
50 RMg 50
40 40
p(Q) p(Q)
30 30
π
π
20 20
CMg
10 CM=CMg 10
RMg
0 Q 0 Q
0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40
(a) (b)
70
CMg
60
50
40
p(Q)
30
CM
20 π
10
RMg
0 Q
0 5 10 15 20 25 30 35 40
(c)
2
Essa função de custo marginal também é estranha, pois, para Q pequeno, o custo marginal fica negativo.
7
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7. Uma empresa é a única compradora do único insumo que emprega em seu processo de produção. Sua
função de produção é y = 5x na qual x é a quantidade empregada desse insumo e y é o produto obtido. O
preço de por unidade de seu produto é R$ 50,00 e o preço do insumo é determinado pela função de oferta
inversa w = 5x. Determine:
SOLUÇÃO:
(a) Encontramos a quantidade empregada do insumo pelo monopsônio ao igualar o custo marginal da
contratação desse insumo ao valor de seu produto marginal. Como y = 5x, o produto marginal de
x é PMg = 5, e, sendo p = 50, o valor do produto marginal é 5 × 50 = 250. O custo de contratação
do insumo é C x = 5x × x = 5x 2 . Logo, o custo marginal de contratação é CMg x = 10x. Desse modo,
para maximizar seu lucro, o monopsônico deve fazer
(b) Substituindo x = 25 na função de oferta do insumo, encontramos a que preço ele será contratado:
w m = 5 × 25 = 125.
(c) O nível eficiente (x ∗ ) de contratação do insumo é aquele que iguala o preço desse insumo ao valor de
seu produto marginal:
5x = 250 ⇒ x = 50.
(d) A perda de peso morto do monopsônio PPM<++> é a área abaixo da curva do valor do produto
marginal do insumo (250) e acima da curva de oferta desse insumo (w = 5x) calculada entre a
contratação do monopsônio, x m , e a contratação ótima, x ∗ :
Z 50
50
PPM = (250 − 5x)d x = 250x − 2, 5x 2 25 = 1562, 5
25
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p
8. Refaça o exercício anterior supondo agora que a função de oferta do insumo de produção seja x = w.
SOLUÇÃO:
(a) Como não mudaram os dados referentes à função de produção e ao preço do protuo, o valor do
produto marginal segue sendo p × PMg = 250. Para determinarmos o custo de contratação do insumo
em função de x, invertemos a curva de oferta, obtendo w = x 2 e, portano C x = x 2 × x = x 3 . Logo, o
custo marginal de contratação é CMg x = 3x 2 . Desse modo, para maximizar seu lucro, o monopsônico
deve fazer r
10
3x 2 = 250 ⇒ x m = 5 .
3
(b) Substituindo x = 25 na função de oferta do insumo, encontramos a que preço ele será contratado:
r !2
10 250
wm = 5 = .
3 3
(c) O nível eficiente (x ∗ ) de contratação do insumo é aquele que iguala o preço desse insumo ao valor de
seu produto marginal: p
x 2 = 250 ⇒ x = 5 10.
(d) A perda de peso morto do monopsônio PPM<++> é a área abaixo da curva do valor do produto
marginal do insumo (250) e acima da curva de oferta desse insumo (w = 5x) calculada entre a
contratação do monopsônio, x m , e a contratação ótima, x ∗ :
p
5 10 5p10 r
x3
Z
2500 10
PPM = (250 − x 2 )d x = 250x − = .
5
Æ
10 3 5
Æ
10 3 3
3 3
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9. As empresas Gargantuan possuem o monopólio na produção de antimacassares. Sua fábrica está localizada
na cidade de Pantagruel. Não há outra empresa em Pantagruel e a oferta de trabalho lá é dada por
W = 10 + 0, 1L na qual W é o salário diário e L é o número de pessoas-dia de trabalho. Antimacassares
são produzidos com uma função de produção Q = 10L na qual L é a provisão diária de trabalho e Q é
Q
o produto diário. A demanda por antimacassares é P = 41 − 1.000 na qual P é o preço e Q a quantidade
vendida diariamente. Econtre:
(a) O produto que maximiza o lucro da empresa e o preço a ser cobrado pelo antimacassar.
(b) A quantidade contratada de trabalho e o salário diário.
SOLUÇÃO:
Este é um caso diferente do analisado em sala de aula, pois temos uma empresa que é, ao mesmo tempo,
monopolista no mercado de seu produto e monopsonista no mercado de seu insumo. Sejam RT(Q) a
função que descreve a relação entre a receita dessa empresa com a quantidade produzida, f (L), a função
de produção e C L (L) a função que relaciona o custo de contratação do fator à quantidade contratada do
mesmo. A empresa deseja maximizar RT(Q) − C L (L), sabendo que Q = f (L). Assim o problema dela é
encontra L que maximize
RT f (L) − C L (L).
A condição de primeiro ordem requer que
d d
f ′ (L) RT = CL
dQ dL
isto é, o produto marginal vezes a receita marginal (a receita do produto marginal) deve igualar-se ao custo
marginal de contratação do fator de produção L:
Q
RMg × PMg = 410 − .
50
O custo total de contratação do insumo de produção é
10
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L
CMg L = 10 + .
5
Assim, a condição de lucro máximo do monopsonista é
Q L
410 − = 10 + .
50 5
Para encontrarmos Q, substituímos L = Q/10 (função de produção inversa) obtendo
Q Q
410 − = 10 + ⇒ Q = 10.000
50 50
Substituindo essa quantidade na função de demanda, obtemos o preço a ser cobrado pelo antimassa-
car:
10000
P = 41 − = 31.
1000
(b) Em equilíbrio Q = 10.000 e, sendo que Q = 10L, L = 10.000/10 = 1.000. Substituindo na função de
oferta de trabalho, ficamos com W = 10 + 0, 1 × 1.000 = 110.
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