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AGENTE, ESCRIVÃO E PERITO DA POLÍCIA FEDERAL


Disciplina: Noções de Economia
Prof.: Edmo Menini

MATERIAL DO PROFESSOR
AULA 5
Continuação de Políticas Fiscais e Monetárias

Os estudos de Keynes que justificam a intervenção do governo na economia parte da premissa de que são
os denominados gastos autônomos do consumo, investimento, gasto do governo, exportação e
importação, com base na Demanda Agregada que induziriam a retomada do crescimento econômico.
Relembrando:
O Modelo Keynesiano Simples ou Básico (MKS) pressupõe que o equilíbrio econômico ocorra
abaixo do pleno emprego, com taxa de juros (i) e nível geral de preços (P) constantes, para uma
economia no curto prazo.
Nota: O curto prazo na economia é considerado quando pelo menos um dos fatores de produção seja
fixo (constante).
Exemplificando, se o estoque de capital (K) for constante a economia se encontra no curto prazo e o
produto dela depende apenas do número de trabalhadores empregados:
Y = f ( N , K ) , onde Y = produto da economia;
N = mão-de-obra;
K = estoque de capital (fixo)
Lembrando que o nível de produto (Y) de uma economia (visto em Contabilidade Nacional) se
refere a todos os bens e serviços finais ofertados durante um determinado período e depende do nível de
investimento (I) desejado pelos produtores e do consumo (C) esperado pelas famílias, Keynes
desenvolveu o Princípio da Demanda Agregada Efetiva (DA) dado por:
DA = C + I = Y
- Os gastos determinam o produto e a renda
- O produto e a renda determinam os gastos
O princípio da Demanda Agregada considera ainda uma Economia fechada e sem governo.
Nota: Economia fechada = não há trocas com o Resto do Mundo (X=M=0) e não há renda enviada ou
recebida do exterior, tampouco transferências unilaterais;
Economia sem Governo = não há gastos (G), nem tributos (T).
Considerando ainda que toda produção seja vendida, no curto prazo o produto da economia é
função apenas do número de trabalhadores empregados e corresponde a uma situação de equilíbrio entre
Oferta Agregada (OA) e Demanda Agregada (DA), responsável, conforme Keynes, pelo nível de equilíbrio
da economia. Em situação de desequilíbrio teremos duas possibilidades:
1) OA > DA: Variação de Estoques > 0 = produziu-se mais do que demandou;
2) OA < DA: Variação de Estoques < 0 = produziu-se menos do que demandou.
O ajuste desta diferença, com vistas ao equilíbrio, será dado pelos produtores ao determinarem o
volume de produção no período seguinte – conseqüentemente ocorrerá redução ou aumento no nível de
emprego da economia.
Tanto os economistas clássicos quanto os keynesianos consideram condição de equilíbrio na
economia a igualdade entre oferta e demanda. Nestes termos o estudo desenvolvido para o Sistema de
Contas Nacionais, bem como suas identidades definidas, como a identidade Produto Nacional=Despesa
Nacional=Renda Nacional e o equilíbrio na economia entre os fluxos monetário e real ao
identificar a igualdade entre poupança e investimento (S = I) aplicam-se para calcular valores

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do que já aconteceu ou foi realizado dentro de um determinado período de tempo. Por isso se diz que sua
análise ocorre a posteriori ou ex post (Despesa Nacional).
A Teoria Macroeconômica, com base nas relações contábeis e respectivas identidades do
Sistema de Conta Nacionais, procura estimar o produto potencial de uma economia. Por isso sua análise
se denomina a priori ou ex ante por interpretar o que virá a ocorrer com base nos valores disponíveis
(Demanda Agregada).
Portanto, estudar a Demanda Agregada é aplicar a mesma formulação encontrada para a Despesa
Nacional:
DA = C + I + G + X – M
Onde: DA = Produto (Y) = Despesa (D) = Renda Agregada (R)
C é o Consumo das Famílias
I é o Investimento
X são as exportações
M são as Importações
Com base nesta formulação, o Modelo Keynesiano Simples (Básico) ou Modelo de
Determinação da Renda irá estudar a relação existente entre a Despesa Agregada (= renda agregada)
com os agregados macroeconômicos, consumo e investimento.
Posteriormente o Modelo Keynesiano Generalizado (MKG) derrubará algumas hipóteses para considerar
nos cálculos a presença do Governo (G), das exportações (X) e das importações (M) com objetivo de
enfatizar a aplicação de políticas econômicas voltadas à estabilização de uma economia no curto prazo.

Conceito de gastos autônomos no Modelo Keynesiano Simples - MKS


C é o gasto total com consumo das famílias, representado por uma função linear do tipo C = a + bY ,
onde “a” e “b” são parâmetros constantes da equação e “Y” é a renda das famílias. Logo a função
Consumo, que representa o consumo total das famílias em uma economia, é formada por duas partes:
1) Uma relativa ao consumo autônomo (Ca), tais como desejos dos agentes, necessidades básicas de
subsistência, que não são analisadas no modelo – são denominadas variáveis exógenas – todas as
variáveis que afetam a decisão de consumir sem correlação com a renda (exceto a renda), estão
incorporadas no valor da constante “a”: Consumo autônomo = a
2) A outra parte é a parcela do consumo que depende do nível da renda e esta vinculada com a
decisão das famílias em direcionar sua renda para o consumo com base na Propensão Marginal a
Consumir (PMgC), dado pela constante “b”, multiplicada pela renda “Y” (bY)
3) A propensão a consumir “b” indica qual parcela da renda será destinada ao consumo, bem como
qual o efeito de uma variação na renda sobre a decisão de consumir
4) Exemplo: Propensão marginal varia entre 0< b < 1, se b=0,65, significa que a sociedade destina
65% de sua renda para consumo.
5) O restante? Vai para poupança, representada pela letra “S”!
6) Parcela da renda que não é consumida, vai para poupança!
Graficamente verificamos então pela ilustração que o nível de consumo das famílias (C) é uma
função crescente da renda (Y). A constante “a” representa o intercepto, denominado de consumo
autônomo – parcela do consumo que não depende da renda) e a constante “b” é a declividade da reta
ou a propensão a consumir (b) porque representa um valor percentual da renda na qual o consumidor
estará disposto a gastar, não sendo negativo, nem superior à renda (em termos agregados).

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Função Consumo

Y
A análise da figura permite visualizar que quando a renda vale zero, as pessoas não deixam de
consumir, dado pelo consumo autônomo – parâmetro “a” da fórmula do consumo.
A declividade da reta dada pela constante “b”, denominada de Propensão Marginal a Consumir
(PMgC), é calculada pela divisão entre a variação do consumo (ΔC) com a variação da renda (ΔY).

Conclusão, ao avaliarmos a renda das famílias, parte é destinada ao consumo (autônomo e que
depende da renda) e parte não será gasta em determinado período, que se constitui em poupança.
A poupança das Famílias (S – inglês savings) no MKS, modelo hipotético de economia fechada sem
governo, com formação de capital, corresponde à parcela da renda (Y) que não será destinada ao
consumo (C).
S=Y–C

S = poupança; Y = renda; C = a + bY (consumo das famílias)


Substituindo a equação da Função Consumo (C) na equação da poupança (S), tem-se a Função
Poupança para uma economia fechada sem governo:
S = Y – (a + bY)
S = Y – a – bY; fatorando a equação;
S = – a + (1 – b)Y
S = – a +sY
O parâmetro “s” variando de 0 < s < 1, dado por s = (1 – b), denominado de Propensão
Marginal a Poupar (PMgS) é calculado pelo coeficiente entre a variação da poupança agregada (ΔS)
pela variação da renda nacional (ΔY).
O leitor deve perceber que o parâmetro “b” da Propensão Marginal a Poupar é o mesmo definido
na Função Consumo, a Propensão Marginal a Consumir (PMgC = b).
Temos então que: PMgS = 1 – PMgC; ou
Vale dizer que as famílias também apresentam uma propensão marginal a poupar (PMgS).
Desta forma, entendido que da renda que você recebe ou vai para o consumo, ou vai para poupança, caso
você consiga ganhar um real a mais (unidade adicional de renda, que equivale a dizer unidade marginal =
R$1,00) alguns centavos iram para o consumo e os demais para poupança. Desta análise pode-se concluir
que a somatória das duas propensões marginais, consumo e poupar, sempre será igual a 1.
PMgC + PMgS = 1

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Variáveis Autônomas do MKS

O Modelo Keynesiano Simples considera dentre diversas hipóteses uma economia fechada e sem
governo.
Neste sentido diversas variáveis poderão ser consideradas ou não quando da apresentação de
exercícios porque atuam ou existem de forma independente ou autonomamente com relação ao modelo.
São ditas também variáveis exógenas.

1) INVESTIMENTO (I):
A Função Investimento especifica os determinantes do comportamento do investimento da
empresas. Neste momento o investimento é considerado totalmente autônomo. O conceito de autonomia
não significa que o valor seja necessariamente nulo, mas que existe de forma independente. A decisão
das empresas em investir não depende do nível de renda da sociedade e graficamente é uma reta
horizontal (conforme figura).
I = Ia ou I ¹ f (Y ) - investimento é indiferente a variação da renda.
Onde Ia representa o caráter autônomo dos investimentos.

Investimento
agregado
independente da
renda nacional

2) GASTOS DO GOVERNO (G)


Despesas totalmente autônomas, independentemente do modelo considerado – simples ou
generalizado. Não há fatores que determinam um maior ou menor nível das despesas públicas, ficando
tais níveis apenas sujeitos à estratégia orçamentária do governo (lembre-se de que a arrecadação
tributária do governo não impõe limites a seus gastos), logo:
G = Ga ou G ¹ f (Y )
Onde Ga representa o caráter autônomo dos gastos do governo.

3) EXPORTAÇÕES (X)
Também as exportações, tal como os gastos do Governo, são consideradas totalmente autônomas
porque não dependem da renda nacional, e, sim, do nível de renda no Resto do mundo. Como o nível da
renda no Resto do Mundo não pode ser influenciado pela política macroeconômica local, as exportações
são consideradas como uma variável exógena:
X = Xa ou X ¹ f (Y )
Onde Xa representa o caráter autônomo das exportações.

4) IMPORTAÇÕES (M)
As importações no MKS são consideradas autônomas, não ficando sujeita as variações da renda.
Claro que, posteriormente esta hipótese tem que ser revista porque as importações têm parcela
dependente da renda agregada.

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Cabe destacar também que tanto nas exportações, quanto nas importações as variáveis da taxa de
câmbio sobre estas operações de comércio internacional não estão previstas neste modelo simples de
determinação da renda (economia fechada).
M = Ma ou M ¹ f (Y )
Onde Ma representa o caráter autônomo das importações.

5) TRIBUTAÇÃO (T)
A exemplo dos investimentos e das importações, no MKS, a tributação é considerada totalmente
autônoma, não sendo influenciada pelas variações da renda. É claro que esta hipótese também será
posteriormente revista haja vista a existência de tributos que dependem exclusivamente da renda.
T = Ta ou T ¹ f (Y )
Onde Ta representa o caráter autônomo da tributação.

Diante destas considerações o MKS considera para cálculo da Renda Agregada (Y) as variáveis
Consumo (C) e Investimento (I): Y=C+I. Todas as demais são consideradas gastos autônomos –
independem da renda – podendo apresentar valores ou serem consideradas nulos.

Multiplicador Keynesiano no MKS

O multiplicador dos gastos autônomos ou multiplicador keynesiano de gastos será definido em


conformidade com o Modelo Keynesiano Simples (MKS) até então analisado para uma economia fechada
e sem governo com formação de capital (condição de existência para o investimento e a poupança),
sendo que os gastos do governo (G), exportação (X), importação (M) e tributação (T) são inexistentes ou
nulos.
ECONOMIA FECHADA E SEM GOVERNO
X=M=G=T=0
Para esta economia fechada e sem governo o Produto Nacional sob a ótica da produção será dado
pela soma do consumo com o investimento: Y = C + I; considerando que toda produção é vendida com
equilíbrio entre a Oferta Agregada e a Demanda Agregada.
Assim, em raciocínio análogo, o cálculo da Renda Nacional pela ótica das famílias detentoras dos
fatores de produção será a soma do consumo mais a poupança: RN = C + S;
Como a primeira identidade das contas nacionais iguala produto, despesa e renda, podemos e a
segunda iguala poupança com investimento, temos:
PN = RN e I = S – a equação para esta economia pode ser escrita como RN = Y = C + I.
Notem que o caminho inverso, a partir da fórmula geral para uma economia aberta e com governo,
definida no final do tópico anterior, chega-se ao mesmo resultado:
Y = C + I + G + X – M. Como G = X = M = 0, resta somente Y = C + I.
Algebricamente, o multiplicador dos gastos autônomos será deduzido a partir da aplicação da
fórmula do consumo, sendo o investimento considerado variável totalmente autônomo (Ia) em relação à
renda;
Lembrando a fórmula definida no “consumo das famílias”: C = a+bY, sendo “a” o consumo
autônomo (a=Ca) e “b”a Propensão Marginal ao Consumo das famílias (PMgC) e. Substituindo na fórmula
da Renda Nacional, temos:
1) Y = C + I
2) C = a + bY; reescrevendo: C = Ca + bY
3) Y = Ca + bY + Ia; isolando-se “Y” do lado esquerdo;
4) Y – bY = Ca + Ia; fatorando “Y”

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5) Y(1-b) = Ca + Ia; “trocando” de lado (1-b) que passa dividindo;


1 1
Y= (C a + I a ) onde k=
1- b 1- b
6) Y = k.( Ca + Ia)

Olhando este último item, Keynes verificou que a Renda Nacional (Y) para uma economia fechada
e sem governo corresponde à multiplicação de um parâmetro “k”, denominado de multiplicador
keynesiano, com os gastos autônomos (Ca=consumo autônomo e Ia=investimento autônomo).
Destaque-se ainda que o valor do multiplicador keynesiano (k) para uma economia fechada e sem
governo:
• depende somente da propensão marginal a consumir – parâmetro “b”;e
• quanto maior a propensão marginal a consumir (maior o valor de b), maior será o valor do
multiplicador dos gastos autônomos

Vamos verificar um caso prático de aplicação do multiplicador keynesiano para uma economia
fechada e sem governo, com a seguinte função de consumo:
C = 25 + 0,4Y
Lembre que neste modelo o investimento (I) é considerado totalmente independente (autônomo)
em relação à renda e para um determinado momento zero será dado por Ia0 = 200.
Por definição (economia fechada e sem governo) vale a fórmula: Y = C + I
Por substituição, calcula-se a renda para esta economia em um momento zero (Y0):
Y = 25 + 0,4Y + 200
Y - 0,4Y = 225
Y0 = 375
O valor encontrado corresponde a um determinado momento quando a economia apresenta
equilíbrio entre oferta e demanda, por isso é denominado de renda de equilíbrio no momento zero:
Y0*= 375
Por hipótese o investimento das unidades produtoras (empresas) independe da renda da
economia, logo, estas podem decidir aumentar o volume de investimentos (Ia).
Nova situação na economia: Decisão autônoma das empresas elevando o volume de investimento
para 650. Este investimento ocorre em outro momento da economia que denominaremos de instante (1):
Ia1 = 650.
O consumo das famílias (C) permanecendo constante utiliza-se a mesma equação para o momento
seguinte (1), que possibilita estimar uma nova renda de equilíbrio Y1*:
Y = 25 + 0,4Y + 650
Y1* = 1.125
Perceba que a decisão autônoma das empresas em elevar os investimentos - variação positiva nos
gastos com investimentos de R$450 (650–200) - aumentou a renda nacional de equilíbrio em R$750
(1.125–375).
Este efeito (aumento da renda pelo aumento autônomo dos gastos com investimento) é
denominado de multiplicador dos gastos autônomos ou multiplicador keynesiano dos gastos ( k ) que tem
por finalidade demonstrar o efeito amplificador de uma despesa autônoma sobre a renda da economia:
ΔY Y1 - Y0 1125 - 375
k= = = = 1,67
ΔI I1 - I 0 650 - 200
Nota: No exemplo hipotético desta economia, recapitule a fórmula do consumo
(C=25+0,4Y) e compare com a fórmula estudada no tópico Consumo das Famílias

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(C=a+bY). Descubra os valores das constantes a e b. Percebeu que a=25 e b=0,4.


Lembre-se que “b” é a Propensão Marginal ao Consumo (PMgC).
Com base neste raciocínio e na fórmula definida no início deste tópico para uma economia fechada
e sem governo, atente o leitor que se o examinador não oferecer a variação do gasto autônomo o cálculo
do valor para o multiplicador keynesiano dos gastos ( k ) se faz a partir da fórmula do consumo através da
propensão marginal a consumir (b).
1 ¶Y
k= ou k=
1- b ¶I
Substituindo o valor de b=0,4, encontrará o mesmo valor: k=1,67. Eventualmente, o cálculo do
multiplicador keynesiano de gastos se faz também pela derivada parcial da função apresentada.
Para questões do concurso quero frisar novamente que para uma economia fechada e sem governo
o valor do multiplicador keynesiano dos gastos ( k ) depende somente da propensão marginal a consumir
(b). Quanto maior a propensão marginal a consumir (b) de uma economia (ou menor propensão marginal
a poupar), maior será o efeito do multiplicador keynesiano dos gastos ( k ) – maior será seu valor.

Fórmula do multiplicador dos gastos autônomos

Economia Fechada c/ Governo


Consumo, investimento e gastos do
governo
Consumo e tributação têm parcela induzida
pela renda;
Gastos do governo e investimento são
autônomos (variáveis exógenas)
1
k fechada =
1 - b(1 - t )

Caro aluno, o texto acima representa o pensamento keynesiano de que a Demanda Agregada é o
elemento norteador da retomado do crescimento econômico, tendo por referência o conceito de
multiplicador keynesiano.

Com base nos estudos de Keynes, a nossa aula procede com a proposta de 1937 de John Hicks ao propor
um Modelo Keynesiano Generalizado (MKG), que interliga o lado real da produção e renda (Investimento
e Poupança – IS) com o lado monetário (LM) da Economia ao construir um mecanismo gráfico de análise
denominado Curva IS/LM.
• 1937, John Hicks: “Mr Keynes and the Classics: A Suggested Interpretation”
Versão original do Modelo IS/LM:
– Execução de políticas fiscais e monetárias no pós-guerra;
– Sistema econômico organizado em dois mercados: mercado de bens (equilíbrio oferta e
demanda agregada – lado real) e mercado monetário (equilíbrio oferta e demanda por
moeda – lado monetário);
• MKS: equilíbrio independe do mercado monetário;
• MKG: equilíbrio depende do mercado monetário; economia fechada c/ governo, preços rígidos
(constantes)

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• Hipóteses - Modelo IS/LM


Nível geral de preços (P) constante – valores são apresentados em termos reais;
RÍGIDOS, EXÓGENO!
– tributação é considerada autônoma;
– equações apresentadas como funções lineares;
– Mostra o que induz a variação da renda no curto prazo;

• Partes do modelo IS/LM


CURVA IS
CURVA LM
TAXA DE JUROS
Interações entre estes mercados que determina a demanda agregada, mas não o equilíbrio da
economia porque IS e LM são calculados para um dado nível de preço.

Neste modelo o investimento na Economia, deixa de ser totalmente autônomo, apresentando uma parcela
que depende da renda, bem como a sua relação com a taxa de juros da economia é que fará a
interligação na economia entre o lado real e o lado monetário.
• Função Investimento: I f(i) – função inversa da taxa de juros nominais, representado por uma
função linear do tipo I = c – d.i
• I = nível de gastos com investimentos
• c=Investimento autônomo
• d=sensibilidade-juro da demanda por investimento
• i=taxa de juros nominal

Investimento (I)

Função Linear
I = c - di

Taxa de juros (i)

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Modelo IS/LM
Curva IS
Taxa de
Juros Para a direita: aumento de gastos
(i) autônomos

IS0 IS1
IS2
Para a esquerda: redução de gastos
autônomos
0 Y (Renda)

Taxa
de
Juros
(i)

IS
1 IS
0

0
Renda

• Inclinação da Curva IS
Depende essencialmente de dois fatores:
1) A sensibilidade (d) (elasticidade) do investimento em relação à taxa de juros;
2) A PMgC = b – Consumo das Famílias ou do multiplicador dos gastos autônomos (k).
“Quanto maior (d) e (k), maior o impacto de alterações em (i) sobre a renda – menos
inclinada a curva IS.”

(CESPE/UnB/2013/SEGER/ES/Ana do Executivo: Ciências Econômicas)


Com base no modelo IS/LM e nas teorias monetárias keynesianas, assinale a opção correta. (Adaptado)
32 ( ) Quanto menor a propensão marginal a consumir, menor a inclinação da curva IS.

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(CESPE/UnB/2013/SEGER/ES/Ana do Executivo: Ciências Econômicas)


Com base no modelo IS/LM e nas teorias monetárias keynesianas, assinale a opção correta. (Adaptado)
33 ( ) Uma redução da sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros aumenta a inclinação da
demanda agregada, ficando o produto mais sensível em relação ao nível geral de preços.

Teoria Monetária
• Política monetária: conjunto de ações promovidas pelas autoridades monetárias (Banco Central) no
sentido de determinar a liquidez do sistema econômico, e com isso determinar a taxa de juros da
economia.
• Liquidez é a capacidade que um ativo qualquer tem de realizar as transações econômicas. O ativo
mais líquido, por definição, é a moeda.
• Liquidez = facilidade com que um ativo pode ser convertido em meio de troca da economia

Gabarito das questões

32) Errada
33) Errada

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