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CURSO ON-LINE – ECONOMIA P/ AFRFB 2009 1

PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI

Aula 3 de Economia

AFRF

Caríssimos (as) estudantes,

Antes de qualquer coisa gostaria de fazer alguns comentários relativos a


estes momentos finais de preparação para a prova de Auditor que se avizinha.
Acredito que vocês devam estar bastante preocupados e ao mesmo tempo ansiosos
com a proximidade da prova, especialmente pelo fato da série de alterações
ocorridas nos conteúdos programáticos de muitas disciplinas. A esse respeito,
gostaria de dizer-lhes que vocês devem tirar um ponto bastante positivo de todas
estas mudanças. O que é novo para um é novo para todos, ou seja, vocês chegarão
na prova com o mesmo tempo que todos os demais candidatos tiveram para estudar
as novas matérias. Isso sendo fato consumado, digo a vocês que só resta na
verdade é “baixar o queixo” e se dedicar a cada novo ponto, deixando de lado a
tristeza, que muitas vezes se transforma em raiva, até porque cada minuto a mais de
indignação é um minuto a menos de estudo.

Sei que pode até parecer bobagem para alguns este comentário logo no início
da aula de economia, mas essa é a verdade. Mãos a obra!

A nossa aula de número 3 tratará os conceitos pertinentes a Macroeconomia


Keynesiana, nome derivado do famoso economista John Maynard Keynes,
responsável por grande parte da revolução do entendimento econômico a partir do
século XX.

Esta matéria não se fez presente na prova de auditor de 2005, tão quanto tem
sido objeto de questões elaboradas pela ESAF nos últimos certames (ver lista de
questões ao final da aula). De todo modo, vocês verão que o histórico de questões e
recheado de perguntas elaboradas pela ESAF nos demais concurso já realizados

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para a Receita Federal, motivo pelo qual digo a vocês que me parece ser grande a
probabilidade de cobrança desta matéria na prova.

Então é isso. Tenham todos uma ótima aula, sempre lembrando-os que estou
a disposição de vocês no fórum de tira-dúvidas.

Um grande abraço,

Francisco

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Macroeconomia Keynesiana

Até 1930 os economistas acreditavam que as forças de mercado (Oferta e


Demanda) se encarregariam de equilibrar o fluxo econômico, levando a economia
automaticamente ao pleno emprego de recursos (fábricas produzindo na sua
capacidade máxima, todas as pessoas capazes de trabalhar, estando
trabalhando). No entanto, a crise econômica vivida pelo mundo capitalista a partir
da quebra da Bolsa de Nova York em 1929, que redundou na queda brutal do
nível de atividade econômica e numa elevação do desemprego e de capacidade
ociosa, mostrou que o mercado (empresas e consumidores) sozinho não levaria
por si só ao pleno emprego.

A partir desse marco histórico o economista inglês JOHN MAYNARD


KEYNES passa a desenvolver suas teorias, cuja base se assenta no pressuposto de
que era necessária a intervenção do governo, no sentido de regular a atividade
econômica, levando-a ao pleno emprego de recursos. O governo, principalmente
através de seus gastos, seria o elemento fundamental para a inversão do quadro de
recessão e desemprego, uma vez que, aumentando seus gastos, estaria
aumentando a despesa agregada e, conseqüentemente, o nível de produção (dada
à capacidade ociosa das empresas).

Desde então o grande paradigma da teoria macroeconômica tem sido a


questão do grau de intervenção do Estado na atividade econômica, contrapondo-
se aos chamados economistas liberais ou conservadores (ou ainda clássicos,
neoclássicos ou monetaristas) que defendem a não intervenção do Estado,
governo, na atividade econômica.

A parte do estudo econômico que adentramos é denominada de Teoria


Determinação do Equilíbrio da Renda Nacional, ou modelo keynesiano básico,
que se divide em Lado Real (Mercado de Bens e Serviços e Mercado de
Trabalho), e Lado Monetário (Mercado Monetário e de Títulos Públicos).

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Hipóteses do Modelo Keynesiano Básico

O modelo keynesiano básico ou simplificado parte de algumas hipóteses que


servem de fundamentação para o desenvolvimento da análise. São elas:

9 Desemprego de recursos (subemprego)

Supõe-se que a economia esteja abaixo do pleno emprego, isto é, produzindo


abaixo do seu potencial. As empresas estão com capacidade ociosa e uma
parcela da forca de trabalho está desempregada.

9 Nível geral de preços fixado

Como a economia está em desemprego, não há razões para as empresas


elevarem os preços de seus produtos num eventual aumento da demanda. Ou
seja, supõe-se que as empresas elevem sua produção e não os preços.

Esta hipótese implica que todas as variáveis do modelo que veremos a


seguir são classificadas como variáveis reais (deflacionadas).

9 Curto prazo

O modelo keynesiano é essencialmente de curto prazo. Curto prazo é o


período em que pelo menos um fator de produção permanece constante. A
teoria keynesiana supõe que o estoque de fatores de produção (mão-de-obra,
capital, tecnologia, etc.) não se altera no curto prazo (altera-se apenas o grau
de utilização desse estoque: por exemplo, existe um "estoque" de 20 milhões de
trabalhadores disponíveis, mas 10% não estão empregados).

A oferta agregada de bens e serviços (OA) é o total da produção de bens


e serviços finais colocados a disposição da coletividade num dado período. É o

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próprio produto real ou PIB (Y). Ela varia em função da disponibilidade de


fatores de produção. Como a teoria keynesiana supõe curto prazo, o que
significa a existência de fatores fixos de produção, a oferta agregada
permanece constante.

Vale observar que permanece constante a curva de oferta agregada


(Oferta das empresas), que só se altera quando houver alterações na
quantidade física de fatores de produção. Destacamos no entanto que a
produção pode se alterar ao longo da curva, dependendo do grau de utilização
dos recursos produtivos.

Trecho clássico
(pleno emprego)

Y
Trecho keynesiano
(desemprego)

A demanda agregada é a responsável pelas variações do produto e renda


nacional no curto prazo (PRINCIPIO DA DEMANDA EFETIVA – quem gera a
oferta é exatamente a demanda por bens e serviços)

A mesma demanda agregada de bens e serviços (DA) é representada pela


soma dos gastos dos quatro agentes macroeconômicos: consumidores (C),
empresas, por meio da realização de investimentos (I), governo (G) e o setor
externo líquido (X - M) (exportações menos importações), isto é,

DA = C + I +G + (X – M)

Uma vez que a oferta agregada permanece fixada no curto prazo, as


alterações do nível de equilíbrio da renda e do produto nacional devem-se

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exclusivamente às variações da demanda agregada de bens e serviços. Assim,


numa situação de desemprego, a política econômica deve procurar elevar a
demanda agregada, o que permitirá às empresas recuperar sua produção
potencial, aumentando em conseqüência os níveis de renda e emprego.

Embora a elevação da demanda agregada possa se dar por políticas que


estimulem o consumo, o investimento privado e as exportações, KEYNES
enfatizava o papel dos gastos do governo, para que a economia saísse mais
rapidamente da crise de desemprego.

p DA0
DA1 OA

Trecho clássico
(pleno emprego)

Y
y0 yp

Trecho keynesiano
(desemprego)

O nível de equilíbrio de renda e do produto em uma economia fechada e


sem governo. As funções consumo, poupança e investimento

Parte da renda das famílias se destina ao consumo, sendo a parte


excedente a responsável pela formação da poupança. Conforme dissemos
anteriormente, as pessoas ou famílias de mais baixa renda tendem a destinar a
maior parte dos seus recursos, ou mesmo integralmente, ao consumo. A medida
que a renda cresce, o consumo aumenta, mas não na mesma proporção do
aumento da renda. Desse entendimento deduz-se que quanto maior o nível de
renda, maior será a capacidade de formação de poupança.

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A função consumo agregado

A função consumo agregado ou global mostra a relação entre o consumo


da coletividade e a renda nacional.

C = f(y), ou seja, o consumo se dá em função da renda.

De outra forma, pode-se dizer que o consumo é uma função linear da


renda nacional:

C = c0 + c1 (y)

A fórmula acima nos diz que as famílias necessitam de um mínimo de


consumo autônomo (subsistência) “C0”, mais uma parte dependente da renda
nacional, onde “y” é a renda. O “c1” é definido como a propensão marginal a
consumir, ou seja, a letra “c1” representa o percentual da renda que é gasta com
consumo de bens e serviços.

Vejamos a função abaixo,

C = 20 + 0,75y

Vejamos a análise das variáveis:

20 = consumo mínimo, o qual independe do nível de renda, pois, por mais


que esta seja zero, as famílias precisam consumir para sua sobrevivência.

0,75 = a Propensão Marginal a Consumir (PMGC), que mede a relação entre


a variação do consumo e a variação da renda, isto é, nos diz qual a proporção
de aumento do consumo resultante de um aumento da renda das famílias. Em
resumo, significa dizer que para cada $ 1,00 de acréscimo na renda nacional, $
0,75 se destina ao consumo agregado.

y = renda nacional (PIB real)

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Vejamos a representação matemática da propensão marginal:

PMGC = ΔC
ΔY

Já comentamos anteriormente, mas podemos dizer que, algebricamente, a


função consumo costuma ser representada por:

C = c0 + c1 (y)

sendo c0 = consumo mínimo da coletividade (se a renda for zero) c1 = propensão


marginal a consumir.

C
C = 20 + 0,75(y)
C1 = 0,75
c0 = 20

Vejamos uma questão de concurso:

(Economista da Codevasf – 2003) Dentro da função consumo, encontra-se


um tópico de alta relevância, a propensão marginal a consumir, ou o coeficiente
“c” da equação cY. A definição mais plausível para a propensão marginal a
consumir pode ser o:

a) aumento do consumo por unidade de aumento da renda.


b) somatório das demandas por consumo e dos bens de investimento.
c) sinônimo de demanda agregada.
d) ponto de equilíbrio entre poupança e investimento.
e) mesmo que demanda de equilíbrio.

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Sabemos que a propensão marginal a consumir representa o percentual


de aumento no consumo proveniente do aumento da renda.

Imaginemos que PMgC = 0,5 e que ocorra um aumento na renda no valor de


R$ 1, por exemplo. Como resultado teremos um aumento do consumo no valor
de R$ 0,50.

Gabarito: letra a

O conceito de propensão média a consumir

Outro conceito importante é a propensão média a consumir PmeC, que nada


representa do que o nível de consumo dividido pelo o nível de renda.

PmeC = C
y

Exemplo 2:

A observação empírica revela que países mais pobres apresentam


propensões médias e marginais de consumo maiores que em países ricos.
Julgue a afirmação.

Considerando que países mais pobres as pessoas recebem, em tese,


rendas menores que nos países mais ricos, para cada percentual de aumento
na renda dessas famílias, a maior parte irá diretamente para sua subsistência
na forma de consumo. Estamos falando da propensão marginal a consumir.

Imaginemos o caso de países pobres em que a renda é extremamente


baixa e que o destino dessa é praticamente o consumo de alimentos. Fica claro

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que a propensão média a consumir tende a ser maior em países mais pobres do
que nos países mais ricos.

Veja a fórmula:

PmeC = C
y

Se o C (consumo) é quase igual à renda, maior ser a propensão média a


consumir. O numerador é muito próximo do valor do denominador.

A função poupança agregada

A poupança é a parte residual da renda nacional, ou seja, é a parcela da


renda que não está alocada em bens de consumo. Veja que, como a função
consumo é dada por C = 20 + 0,75y, a função poupança será:

S = -20+0,25(y) (exatamente o complemento da função consumo agregado)

sende: S = poupança

- 20 = representa a despoupança, que é igual ao consumo mínimo


obrigatório quando a renda for igual a zero.

y = renda nacional

0,25y = Propensão Marginal a Poupar (PMgS)

A propensão marginal a poupar é a relação entre a variação da poupança e


a variação da renda nacional; isto é, se a propensão marginal a consumir for
0,75, a propensão marginal a poupar será 0,25.

PMgS = ΔS
ΔY

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Algebricamente a função poupança fica representada por:

S = - c0 + (1- c1) Y

sendo (1- c1) a propensão marginal a poupar

Evidentemente, verifica-se que a PMgC + PMgS = 1, ou c1 + (1- c1) = 1, já


que consumo e poupança são parcelas da renda que se complementam.

S = -20 + 0,25(y)

1- c1 = 0,25

S0 = -20 y

4.1.1.1. Propensão média a poupar

Da mesma forma que representamos a propensão média a consumir,


podemos representar a propensão média a poupar:

PmeS = S
y

Exemplo 3:

Se a função consumo é dada por C = 10 + 0,4(y), qual seria a função


poupança? Sendo a renda de um país igual a R$ 100, qual seria a propensão
média a poupar?

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Aprendemos a pouco que a função poupança é exatamente o


complemento da função consumo.

Se temos disposta a função consumo (C = 10 + 0,4(y)), é fácil derivar a


função poupança.

A poupança inicial de uma economia é sempre negativa, devido ao fato


de que deve existir um consumo mínimo para as famílias sobreviverem. Da
expressão acima, podemos dizer que o consumo mínimo é igual a R$ 10,00.

Com essa informação, podemos dizer que a poupança inicial da economia


será igual a “-10”.

Um outro fator é o que definimos por propensão marginal a consumir, que


é a variação no consumo derivado do aumento de uma unidade adicional de
renda.

É importante compreendermos que a propensão marginal a consumir


varia entre “0” e “1”, ou seja 0 ≤ PMgC ≤ 1.

Por definição sabemos ainda que a poupança é a parte da renda não


consumida. Com isso, podemos dizer que PMgS + PMgC = 1.

Se PMgC = 0,4, a PMgS = 1 – 0,4 = 0,6.

A expressão da função poupança será S = -10 + 0,6(y)

Ainda na questão é perguntado o valor da propensão média a poupar.

Lembremos que PmeS = S, ou seja, a poupança dividida pela renda.


y
S = -10 + 0,6(y) = -10 + 0,6 (100) = 50

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PmeS = 50/100 = 0,5

A função investimento

O Investimento é definido como a aplicação de capital na economia que


leva ao crescimento da capacidade produtiva do país (instalações, máquinas,
etc.). Ele pode ser visto sob dois ângulos: No curto prazo, este é definido como
sendo os gastos necessários para a ampliação da capacidade produtiva. Como
decorre certo período de tempo até a maturação do investimento (período de
introdução de novas máquinas), considera-se que ele afetará a produção ou
oferta agregada apenas no longo prazo. Com essa hipótese, afirmamos que, no
curto prazo, o investimento afeta apenas a demanda agregada.

Vocês se lembram da fórmula da demanda agregada quando temos em


uma economia apenas famílias e empresas?

DA(Y) = C + I (investimento)

Sabemos que o investimento agregado depende de uma série de variáveis,


como taxa de rentabilidade esperada (qual será o retorno com o investimento
feito?), taxas de juros, expectativas (será que o investimento dará resultado
positivo?), etc. No modelo keynesiano básico supõe-se, por simplificação, que o
investimento é autônomo em relação à renda nacional; ou seja, o investimento
não depende de variações da renda nacional.

4.1.2. A renda de equilíbrio em uma economia de 2 setores

Em uma economia fechada e sem governo, onde só temos empresas e


famílias, a demanda agregada é dada pelo somatório do consumo e do
investimento. Com essa definição, podemos dizer que o equilíbrio entre a oferta
agregada (o produto ou renda nacional (y)) e a demanda agregada por bens e
serviços (C + I) é dado por:

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OA = DA

Y=C+I

Exemplo 4:

Se considerarmos a função consumo como: C = 20 + 0,75y e o


investimento I = 60, qual será a renda de equilíbrio?

A renda de equilíbrio é dada por Y = C + I, com isso,


y = 20 + 0,75y + 60
0,25y = 80

y = 320 = nível de renda de equilíbrio entre a oferta e a demanda


agregada.

A determinação da renda de equilíbrio também pode ser calculada


através do que chamamos de igualdade entre vazamentos e injeções.

Considerando que o fluxo básico de renda (fluxo circular) dá-se com as


empresas remunerando as famílias e as famílias gastando essa renda com as
próprias empresas, podemos definir vazamentos de renda como aquelas
transações que saem desse fluxo básico, isto é, não são gastas com a
compra de bens e serviços internos num dado período (exemplo: a
poupança, os impostos e as importações). Injeções de renda são todas as
adições ao fluxo básico de renda no período (investimentos, gastos do
governo e exportações).

Obs.: Vejamos a diferença entre renda de equilíbrio e renda de pleno


emprego. A renda de equilíbrio é determinada quando a oferta agregada iguala
a demanda agregada de bens e serviços. Isso pode ocorrer abaixo do pleno
emprego, significando que a produção agregada, apesar de abaixo da sua

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capacidade (capacidade ociosa), atende as necessidades da demanda. Trata -


se de uma situação tipicamente keynesiana, onde ocorre equilíbrio com
desemprego, ou equilíbrio abaixo do pleno emprego. A renda de pleno emprego
ocorre quando todos os recursos produtivos disponíveis estão empregados e a
economia está produzindo a plena capacidade.

Os gastos do governo

Partimos da suposição que os gastos do governo são autônomos em relação


à renda nacional. Na verdade, na teoria econômica, os gastos do governo bem
como a oferta de moeda são consideradas variáveis determinadas
institucionalmente, de forma que este as utiliza conforme a política econômica
adotada.

A renda de equilíbrio em uma economia de 3 setores

Estando caracterizados os 3 setores econômicos, quais sejam os


consumidores internos e o seu consumo, empresas e seus investimentos, e o
governo com seus gastos, podemos calcular a renda de equilíbrio.

OA = DA

Y=C+I+G

Exemplo 5:

Se considerarmos a função consumo como: C = 20 + 0,75y, investimento I


= 60 e G = 100, qual será a renda de equilíbrio?

Y = 20 + 0,75Y + 60 + 100 Y = 720

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O multiplicador keynesiano de gastos

Um dos principais conceitos criados por KEYNES foi o multiplicador de


despesas ou gastos.

Este multiplicador mostra que se uma economia estiver com recursos


desempregados, um aumento de uma unidade monetária nos gastos do governo
provocará um aumento da renda nacional mais que proporcional ao aumento
dos gastos do governo. Esse efeito ocorre porque, numa economia em
desemprego, abaixo do seu produto potencial, qualquer injeção de despesas,
seja via gastos com consumo, investimento, exportações, e das próprias
despesas do governo, provoca um efeito multiplicador nos vários setores da
economia.

O ciclo funciona da seguinte forma:

O aumento da renda do setor beneficiado com a injeção de gastos levará


os assalariados e empresários desse setor a gastarem a sua renda com outros
setores (com alimentação, vestuário, lazer, etc.), que por sua vez gastarão com
outros bens e serviços e assim continuamente.

É importante mencionar que essa multiplicação dependerá das propensões


marginais a consumir e a poupar dos agentes, ou seja, quanto maior a
propensão a consumir da coletividade, maiores serão os efeitos resultantes do
aumento dos gastos com bens e serviços.

Cada um dos elementos da demanda agregada possui o seu


correspondente multiplicador (investimentos, governo, etc.). Supondo, por
exemplo, um aumento da despesa de investimentos (ΔI), a magnitude do
aumento de renda nacional (Δy) é medida através do multiplicador keynesiano
de investimentos, dado pela fórmula:

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ki = Δy ou seja, variação na renda proveniente do aumento das


ΔI despesas com investimento

Calculando o multiplicador

Lembremos que a renda (y) é dada pelo somatório do consumo (C = c0 +


c1 (Y)); pelo investimento (I); e pelos gastos do governo (G).

Assim, temos:

Y = c0 + c1(Y) + I + G

Y – c1 (Y) = c0 + I + G

Y * (1- c1) = c0 + I + G, rearranjando os termos,

Y = (1/ 1- c1) * c0 + (1/ 1- c1) * I + (1/ 1- c1) * G

Lembremos que “c1” foi denominado por nós como PMgC (Propensão
Marginal a consumir).

O nosso multiplicador é (1/ 1- c1)

Podemos simplificar a expressão (1/ 1- c1), chamando o multiplicador de


“k”

Exemplo 6:

Utilizando-se dos dados do exemplo 5, calcule o impacto na renda


agregada proveniente de um aumento de R$ 60 para R$ 80 no investimento.

Dados do exercício anterior: C = 20 + 0,75y, investimento I = 60 e G = 100.

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A primeira coisa que precisamos saber é saber de quanto foi o aumento no


investimento: Ele passou de R$ 60 para R$ 80, ou seja, aumento em R$ 20 (ΔI)!

O nosso multiplicador é dado por (1/ 1-c1). Já a sua simplificação é


chamada de “k”.

Organizando o pensamento, temos:

A variação da renda proveniente do aumento do investimento é dada por:

ΔY = (1/ 1-c1) x ΔI = K(I) x ΔI

Sendo a PMgC for 0,75, temos que:

ΔY = (1/1-0,75) x 20 = 4 x 20 = 80

A renda de equilíbrio no exercício anterior era de R$ 720. Com o aumento de


R$ 20 no investimento, a renda aumento em R$ 80, passando para R$ 800.

Para comprovarmos o resultado encontrado, basta determinar o novo ponto


de equilíbrio, supondo que o investimento agora é de R$ 80 (I= 80).

Y=C+I+G

Y = 20 +0,75y + 80 + 100

Y = 800

Obs: O multiplicador também tem um efeito perverso: uma redução no


investimento reduz a renda num múltiplo da queda do investimento.
Experimente reduzir o investimento em R$ 20!

O multiplicador keynesiano depende diretamente da propensão marginal a


consumir (e, por complemento, da propensão marginal a poupar). Vimos que se
PMgC = 0,75 , k(I) = 4 . Se supormos que PMgC = 0,8, k(I) = 5. Ou seja, um
aumento da PMgC (ou uma queda na PMgS) eleva o multiplicador, seja do
investimento, dos gastos, etc).

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Vamos a um novo exemplo, agora mais completo!

Dados

C= 10+0,8y; I=20; G = 50

pede-se determinar:

a) a renda de equilíbrio

b) o consumo e a poupança de equilíbrio

c) a variação dos gastos do governo, para elevar a renda de equilíbrio ao nível


de pleno emprego, se a renda de pleno emprego for 500.

Resposta:

y=C+l+G

y= 10+0,8y+20 + 50 0,2y = 80

y = 400

b) Determinada a renda de equilíbrio, basta substituí-la nas funções consumo e


poupança, assim:

C =10+0,8y = 10+0,8(400) = 330

S = -10+0,2y=-10+0,2(400) = 70

c) para responder essa pergunta precisamos calcular o multiplicador dos gastos


do governo:

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kG = 1/1-c1, como c1 = 0,8, kG = 5; sendo este = 5, necessitamos aumentar os


gastos em 20 para chegarmos à renda da economia de 500, 400 + 20 * kG =
400 + 100 = 500

Vamos a algumas observações:

Por conta do funcionamento do multiplicador keynesiano, repousam três


suposições:

a) economia em desemprego. Se a economia estiver em pleno emprego, um


aumento autônomo da demanda agregada provocara apenas inflação, e
não aumento da renda e do emprego.
b) mercado monetário passivo, ou seja, a política fiscal expansionista
(aumento dos gastos do governo) não afeta as taxas de juros, o que
poderia provocar quedas do investimento privado, que compensariam o
aumento da demanda. Esse ponto ficará mais claro quando interligarmos o
mercado monetário da economia ao mercado de bens, o que será feito em
tópico posterior (Análise IS-LM).
c) manutenção do fluxo adicional de gastos. Por exemplo, se o governo
gastar 100, deve manter em todos os períodos seguintes esse nível de
gastos. Supondo que o multiplicador seja igual a 4, se o governo baixar
seus gastos para 90, a renda cairá em 40 (10 vezes 4) em relação ao
período anterior. Ou seja, há um efeito multiplicador perverso sobre a
demanda agregada.

A economia aberta e com governo

Em uma economia aberta e com governo, a equação de equilíbrio da


renda é dada por:

Y = C+ I + G + X - M

sendo:

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Y = renda; C = consumo; I = investimento; G = gastos do governo; X =


exportação; M = importação

Observações:

Quando incluirmos os gastos governamentais, temos que levar em


consideração a forma pela qual o governo se financia, como arrecada recursos
para manter a atividade estatal interventiva.

Diante dessa mesma consideração, torna-se necessário introduzir no


modelo, além dos gastos do governo (G), os impostos agregados (T), de forma
a inferir o que chamamos de Renda Nacional Disponível (Yd), que nada mais é
que o total da renda nacional menos os impostos.

Considerando que a decisão de consumir e de poupar depende muito


mais da renda disponível (o que "sobra" após pagar os impostos), tem-se uma
alteração nas funções consumo e poupança:

C = c0 + c1 y(d) ou C = c0 + c1 (Y - T)

S = - c0 + (1- c1) y (d) ou S = - c0 + (1- c1) (y - T)

O Estabilizador Automático – Breve Comentário

Um conceito que surge quando introduzimos a atividade do governo no


modelo é o que chamamos de estabilizador automático.

Supondo que os impostos totais sejam função crescente da renda nacional,


eles desempenham um papel que chamamos de anticíclico, ou seja, de
amortecedor dos ciclos econômicos: quando a renda (y) aumenta, os impostos
também aumentam, o que faz com que a renda disponível (yd) varie menos que
a renda nacional y.

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De outro modo, quando a renda (y) nacional diminui, os impostos também


diminuem, mas em uma menor proporção, o que faz com que a renda disponível
não varie muito.

O efeito sobre o consumo agregado é amortizado, quando a tributação e


função crescente da renda.

Trataremos deste tópico em momento oportuno, ao analisarmos as


modalidades de impostos no país e seus impactos sobre as empresas e as
famílias.

Os componentes adicionais do Multiplicador Keynesiano Generalizado

O multiplicador da renda no modelo completo ou generalizado, segue o


mesmo raciocínio do multiplicador para os três setores pertencentes a uma
economia fechada.

As diferenças a serem consideradas são devidas ao fato de que, agora,


teremos outros elementos compondo a demanda agregada, assim como a
dependência destes elementos à renda nacional.

Os impostos

Conforme dissemos antes, a arrecadação de impostos é derivada da


renda nacional. Quanto maior a renda, maior a quantidade de impostos
arrecadados.

Com essa definição, podemos derivar a função impostos:

T = t0 + t1Y, sendo t1 a PMgT – Propensão Marginal a tributar

Lembre-se! (Y – T) é o que chamamos de renda disponível.

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As importações

Perceba que as importações são o que chamamos de vazamentos, que


nada mais seria do que a parte da renda nacional destinada ao consumo de
bens produzidos fora das fronteiras do país.

Quando a renda gerada em nossa economia se desloca para o exterior,


menores são os impactos da circulação da renda dentro do país. Traduzindo
para nossa linguagem, menor será o efeito multiplicador sobre a renda.

Toda economia aberta necessita importar bens e serviços pois, caso não
realizasse, também não conseguiria vender seus produtos. Trata-se de uma
condição do comércio internacional. Você só consegue exportar alguma coisa a
alguém se também importar algo. São as regras do jogo!

A função importação, componente da demanda agregada, é disposta


conforme a fórmula abaixo:

M = M = m0 + m1Y, sendo m1 a PMgM – Propensão Marginal


a Importar

Os Investimentos

No início de nossa análise dissemos que o investimento era autônomo, ou


seja, não era dependente da renda nacional. Com a introdução do modelo
Keynesiano Generalizado, o conceito da variável investimento passa a ser
dependente da renda da economia, ou seja, quanto maior for a renda, maior
será o estímulo dos empresários para realizarem investimentos.

Essa interpretação é muito razoável, pois, na medida em que a economia


encontra-se aquecida, maior é o interesse dos empresários em produzir bens e
serviços.

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Diante desse fato, podemos considerar a nova formulação para a função


investimento:

I = i0 + i1Y, sendo i1 a PMgI - Propensão Marginal a investir

Obs.: Pessoal, para ajudar a desenrolar a cabeça em função de tantas


variáveis, vale lembrar que só teremos propensão marginal, seja de consumir,
de tributar, de importar ou mesmo de investir, quando estas variáveis forem
dependentes da renda da economia.

O multiplicador keynesiano generalizado

Com todos os componentes da renda já descritos, precisamos chegar ao


multiplicador generalizado (k), que nada mais é do que colocarmos os
componentes da demanda agregada ordenados, fazendo as devidas
manipulações, chegando a seguinte fórmula:

K= 1
1 – c1(1 - t1) + m1 - i1

Deve-se observar que os componentes t1 (Propensão Marginal a tributar),


e m1 (Propensão Marginal a Importar) reduzem o valor do multiplicador, por
representarem vazamentos de renda. O componente i1 (Propensão Marginal a
investir) aumenta o efeito multiplicador, porque é uma injeção (a cada aumento
da renda, uma parcela é destinada ao aumento de investimentos, reforçando o
multiplicador).

Por fim, é importante sabermos que, com base no multiplicador genérico,


podemos remover algumas hipóteses e derivar multiplicadores simplificados, ou
seja, sem a precisa de algumas propensões marginais.

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Vejamos um exemplo:

Se supormos o investimento (I) como função da renda, mantendo-se T e


M autônomos, desaparecerão as propensões marginais a tributar (t1) e a
importar (m1), ficando a fórmula da seguinte maneira:

K= 1
1 – c1 - i1

Entendido os conceitos referentes ao multiplicador keynesiano, cabe-nos


agora depositar uma fórmula que resolver grande parte dos exercícios referentes ao
modelo keynesiano. Trata-se pois apenas do resumo de tudo o que foi aprendido
nesta aula.

A fórmula apenas representa o resultado da renda de equilíbrio a partir do


somatório das variáveis componentes da demanda agragada.

Y (renda) = k (multiplicador) * (C0 + I0 + G0 – T0+ X0 – M0),

sendo cada um dos componentes autônomos, impactantes no multiplicador


para cálculo da renda de equilíbrio.

Exemplo: Se essa economia não apresentar a participação governamental,


basta apenas excluir o componente G0. O mesmo será válido para cada uma das
variáveis autônomas existentes.

Passemos então à resolução de uma bateria de exercícios baseada em


questões retiradas de certames, especialmente de questões da ESAF.

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Exercícios:

25 - (APO/MPOG – ESAF/2000) Considere o modelo keynesiano simples de uma


economia fechada e sem governo, com uma função consumo linear, com consumo
autônomo igual a 10 e a propensão marginal a poupar igual a 0,25. É correto afirmar
que:

a) se o investimento passar de 10 para 15, a renda de equilíbrio passara de 78 para


98.
b) se o investimento passar de 4 para 10, a renda de equilíbrio passara de 58 para
82.
c) se o investimento passar de 3 para 6, a renda de equilíbrio passara de 50 para 62.
d) se o investimento passar de 5 para 9, a renda de equilíbrio passara de 58 para
74.
e) se o investimento passar de 5 para 7, a renda de equilíbrio passara de 60 para
68.

26 - (AFRF/SRF – ESAF/2000) Considere as seguintes informações para uma


economia hipotética, num determinado período de tempo, em unidades monetárias:

Consumo autônomo = 100;


Investimento agregado = 150;
Gastos do governo = 80;
Exportações = 50;
Importações = 30.

Pode-se então afirmar que,

a) se a propensão marginal a consumir for 0,8, a renda de equilíbrio será de 1700.


b) se a propensão marginal a poupar for 0,2, a renda de equilíbrio será de 1750.
c) se a propensão marginal a consumir for de 0,6, a renda de equilíbrio será de
1730.
d) se a propensão marginal a poupar for 0,3, a renda de equilíbrio será de 1700.

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e) se a propensão marginal a consumir for 0,7, a renda de equilíbrio será de 1800.

27 – (APO/MPOG – ESAF/2002) Com relação ao multiplicador keynesiano, é correto


afirmar que:

a) se a propensão marginal a consumir for igual à propensão marginal a poupar, o


seu valor será igual a um.
b) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a poupar,
pode ser menor do que um e só é válido para os gastos do governo.
c) numa economia aberta seu valor depende da propensão marginal a consumir e
importar, pode ser negativo e vale apenas para os gastos do governo e exportações
autônomas.
d) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a poupar,
não pode ser menor do que um e vale para qualquer componente dos denominados
gastos autônomos agregados.
e) seu valor para uma economia fechada é necessariamente menor do que para
uma economia aberta.

28 – (AFRF/SRF – ESAF/2003) Considere as seguintes informações para uma


economia fechada e com governo:

Y = 1200
C = 100 + 0,7.Y
I = 200
onde:
Y = produto agregado;
C = consumo agregado; e
I = investimento agregado.

Com base nestas informações, pode-se afirmar que, considerando o modelo


keynesiano simplificado, para que a autoridade econômica consiga um aumento de
10% no produto agregado, os gastos do governo terão que sofrer um aumento de:

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a) 60%
b) 30%
c) 20%
d) 10%
e) 8%

29 – (AFRF/SRF – ESAF/2002) Considere os seguintes dados:

C = 500 + c.Y
I = 200
G = 100
X = M = 50

onde:

C = consumo;
c = propensão marginal a consumir;
I = investimento;
G = gastos do governo;
X = exportações;
M = importações.

Com base nestas informações, é correto afirmar que:

a) se a renda de equilíbrio for igual a 2.500, a propensão marginal a poupar será


igual a 0,68.
b) se a renda de equilíbrio for igual a 1.000, a propensão marginal a consumir será
maior que a propensão marginal a poupar.
c) se a renda de equilíbrio for igual a 2.000, a propensão marginal a consumir será
igual a 0,5.
d) se a renda de equilíbrio for igual 1.600, a propensão marginal a consumir será
igual a propensão marginal a poupar.
e) não é possível uma renda de equilíbrio maior que 2.500.

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30 – (AFPS/MPAS – ESAF/2002) Considere as seguintes informações: C = 100 +


0,7Y; I = 200; G = 50; X = 200; M = 100 + 0,2Y, onde C = consumo agregado; X =
exportações; M = importações. Com base nessas informações, a renda de equilíbrio
e o valor do multiplicador são, respectivamente,

a) 900 e 2
b) 1.050 e 1,35
c) 1.000 e 1,5
d) 1.100 e 2
e) 1.150 e 1,7

31 – (Analista/Bacen – ESAF/2002) Considere C = 100 + 0,8Y; I = 300; G = 100; X =


100; M = 50 + 0,6Y, onde: C = consumo agregado; I = investimento agregado; G =
gastos do governo; X = exportações; e M = importações. Supondo um aumento de
50% nos gastos do governo, pode-se afirmar que a renda de equilíbrio sofrerá um
incremento de, aproximadamente:

a) 9,1 %
b) 15,2 %
c) 60,1 %
d) 55,2 %
e) 7,8 %

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Determinantes do investimento

Imaginemos uma empresa muito atuante na economia. Esta empresa deseja


realizar novos investimentos de forma a ampliar o seu parque fabril e, por
conseqüência, aumentar a sua participação no mercado de bens e serviços.

Diante desta programação, qual seria a principal duvida econômica da


empresa em decidir realizar o investimento planejado?

Trata-se de uma resposta não muito fácil, especialmente porque essa


empresa não sabe o que pode acontecer amanhã com o seu mercado comprador.

Não obstante a esta questão, destaca-se o fato da empresa pensar qual seria
o retorno financeiro que essa cobraria caso resolvesse bancar a nova empreitada.

A dúvida desta empresa é a mesma de toda empresa que planeja realizar


investimentos, uma vez que a variável chave da decisão e aquela que compara o
retorno obtido com o investimento versus a possibilidade de aplicar o seu dinheiro,
por exemplo, no mercado financeiro, ganhando juros pela aplicação feita.

Este entendimento pode ser derivado a partir da seguinte função abaixo, em


que é relacionada à decisão de investimento da empresa levando-se em
consideração a taxa de retorno esperada do negócio a se realizar e os juros que
esta poderia obter com a simples aplicação financeira.

I = f(taxa de retorno esperada do investimento; taxa de juros)1

Em economia, a taxa de retorno esperada dos investimentos das empresas e


também chamada de eficiência marginal do capital (EMC).

1
Expressão retirada como exemplo do livro economia Micro e Macro, pág. 284, 2006. Marco Antonio Sandoval
Vasconsellos.

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A EMC é a taxa pela qual os empresários irão utilizaram para descontar os


fluxos de caixa esperado de seus investimentos, verificando assim a viabilidade de
implantação do projeto de investimento.

Toda essa análise serve, na verdade, para se saber se o retorno


esperado do investimento é superior a taxa de juros do mercado, aquela que
remunera as aplicações financeiras (i).

Diante desse entendimento, podemos resumir o pensamento do


empresário da seguinte forma: Toda vez que a taxa esperada de rentabilidade
do capital a ser aplicado for superior à taxa de juros de mercado, torna-se
interessante a realização do investimento.

Caso a taxa esperada de rentabilidade do capital a ser aplicado seja


inferior à taxa de juros oferecida pelo mercado financeiro, os empresários não
realizarão novos investimentos.

Todo o desenvolvimento do conceito de investimento baseou-se até agora


na idéia de que as empresas já possuem o capital necessário para realizarem
os investimentos. No entanto, importa-nos saber também qual seriam os pontos
a serem considerados pela empresa que deseja realizar investimentos, mas não
possui recursos em seu caixa.

Segundo a teoria macroeconômica aplicada a decisão de investimentos,


as empresas decidirão investir através da análise entre a receita auferida com a
aplicação de capital menos o custo da tomada do financiamento.

Pelo lado da receita com o investimento, entende-se que as empresas, ao


aplicarem o capital, igualam preço deste ao produto marginal do capital. Dessa
forma, o investimento é efetivamente realizado se o produto marginal do capital
(ganho adicional) for superior ao seu custo de captação.

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Todas essas analises não são estáticas, mas sim dinâmicas, pois a cada
momento do tempo os detentores e solicitantes de capital estão realizando
análises quanto à viabilidade de realizarem novos projetos de investimento.

Com o estudo dos determinantes dos investimentos realizados pelas


empresas, encerramos a nossa aula de número três. Relembro a vocês o que
dissemos no início da aula. Calma e persistência ajudarão a lecionar os
melhores no certame.

Um grande abraço e bons estudos a todos vocês,

Francisco

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Exercício:

32 - (AFRF/SRF – ESAF/2002) Com relação aos determinantes do investimento, é


correto afirmar que:

a) as decisões de investir dependem do parâmetro "q de Tobin". Se q < 1, haverá


incentivo por parte das empresas em aumentar o estoque de capital.
b) o incentivo a investir depende da comparação entre a taxa de depreciação e a
taxa de retorno do investimento. Se a taxa de retorno do investimento excede a taxa
de depreciação, então as empresas terão incentivos em aumentar o seu estoque de
capital.
c) o incentivo a investir depende apenas do custo do capital. Nesse sentido, as
empresas terão incentivos em aumentar o seu estoque de capital enquanto o custo
do capital for negativo.
d) o incentivo a investir depende da comparação entre o valor de mercado do capital
instalado e o custo de reposição do capital instalado. Nesse sentido, as empresas
terão incentivos em aumentar o seu estoque de capital se o custo de reposição do
capital instalado for maior do que o valor de mercado do capital instalado.
e) o incentivo a investir depende da comparação entre o custo do capital e o produto
marginal do capital. Se o produto marginal do capital excede o custo do capital,
então as empresas terão incentivos em aumentar o seu estoque de capital.

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Gabarito comentado:

Questão 25: letra “e”

Renda de equilíbrio inicial:


Se (1- C1) = propensão marginal a poupar, temos que k = 1/0,25 = 4

Renda de equilíbrio inicial (Y) = 4 (10 + 5) = 60;


Como o investimento aumentou em “2”, o impacto no aumento da renda será de
“8”, pois var. Y = var. I x k = 2 x 4;

A renda de equilíbrio aumenta de 60 para 68.

Questão 26: letra “b”

Aplicando-se a propensão marginal a consumir igual a 0,2, temos o resultado:

Y = (1/(1-C1))* (100+ 150 + 80 + 50 - 30) = 1/0,2 * 350 = 1750

Questão 27: letra “d”

Considerando que o multiplicador Keynesiano é do pela fórmula 1/1-C1, sendo


C1 a propensão marginal a consumir e (1-C1) a propensão marginal a poupar,
somente se a propensão marginal a consumir fosse maior do que 1, é que o
multiplicador seria menor do que um. De acordo com o modelo Keynesiano, o
consumo máximo é o da própria renda, não podendo o indivíduo auferir
empréstimos.

Outra coisa, considerando que estamos em uma economia fechada, os gastos


autônomos serão representados pelo aumento ou do consumo, ou do
investimento ou dos gastos do governo, não dependendo nenhum deles de
outro parâmetro (por exemplo, o investimento não é dependente da renda ou
das taxas de juros).

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Questão 28: letra “a”

No equilíbrio inicial temos:

1200 = 1/1-07 * (100 + 200 + G) =


G = 60.

Um aumento da renda em 10% significa que esta passará de 1200 para 1320,
ou seja, um aumento de 120. Assim, para se calcular a variação nos gastos do
governo que leva a uma variação de 120 na renda, temos apenas que montar a
fórmula já conhecida:

Var. Y = k x Var. G
120 = 1/0,3 x Var. G.
Var G = 36

Sabendo-se que G era igual a 60, uma variação de 36 corresponde a um


percentual de 60%, dado que 36/60 = 0,6 ou 60%.

Questão 29: letra “d”

Sendo a propensão marginal a consumir igual a propensão marginal a poupar, o


multiplicador “k” será igual a 2. k = 1/1-05 = 2.

A partir da fórmula que mede a renda de equilíbrio, temos:

Y = K (C0 + I0 + G0 + X0 – M0)
Y = 2 (500 + 200 + 100 + 50 – 50) = 1600

Questão 30: letra “a”

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O multiplicador na questão será:

1 / 1- C1 + M1 = 1/1 - 0,7 + 0,2 = 2.

A renda de equilíbrio será: Y = k * (C0 + I0 + G0 + X0 - M0) = 2 * 450 = 900

Questão 31: letra “a”

Inicialmente obtendo-se a renda inicial, temos

y = 100 + 0,8y + 300 + 100 + 100 - 50 - 0,6y = 687,5

Um aumento de 50% nos gastos, leva este para 150, (100 + 50);
Temos que Var Y = Var G x k, sendo k = 1/1-0,8+0,6 = 1,25;
50 * 1,25 = 62,5.
Mas quanto será 62,5 de aumento na renda se está era inicialmente igual a
687,5?
O resultado será 62,5/687,5 = 0,0909 = 9.1% aproximadamente.

Questão 32: letra “e”

O gabarito da questão é o próprio conceito narrado na descrição do item sobre


os determinantes do investimento.

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