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Microfundamentos e Macroeconomia
Intertemporal
Ilhéus, 2023.1
Consumo e Escolha intertemporal
• O consumo agregado é um importante componente da demanda agregada
que representa uma variável fundamental para os formuladores de política
econômica
• Como o governo pode estimular o consumo?
via redução de impostos ou;
Via implantação de medidas de estímulo ao crédito ao consumidor.
Essas ações tem o objetivo de se elevar o nível de utilização da capacidade
produtiva da economia.
• De maneira contrária, é comum adotar-se restrições ao consumo, para
desaquecer a economia e evitar, por exemplo, pressões inflacionárias pelo
lado da demanda.
Esta aula tem como objetivo explorar a variável Consumo, com base nos
trabalhos desenvolvidos por Keynes, Simon Kusnetz, Irving Fisher, Franco
Modigliani e Milton Friedman.
Keynes e a função consumo
• Na análise keynesiana, a renda é o principal determinante do consumo agregado:
quanto maior a renda, maior tende a ser o dispêndio das famílias. A relação entre
consumo e renda é dada pela Propensão Marginal a Consumir (PMgC), definida
como a proporção de unidades monetárias adicionais destinadas ao consumo.
Ou seja, a PMgC estaria entre zero e um, significando que as pessoas aumentam o
consumo quando a renda aumenta, mas não na mesma proporção. Isso se deve ao
fato de que o indivíduo poupa a diferença entre a sua renda efetiva e os gastos
necessários para manter o seu padrão habitual de vida.
Keynes e a função consumo
• A função consumo keynesiana é comumente representada da seguinte
forma linear:
C = + cY
Com e 0< c <1
Lembrando que:
C = consumo agregado
Y = renda
= consumo autônomo,
que independe da renda
c = Propensão Marginal
a Consumir
Y = C + I + G + X - M;
Substituindo C = + cY
=
onde representa o multiplicador da política fiscal que é maior do que um.
Considerando C = + cY
Assim, para longos períodos, a relação C/Y é estável, ou seja, não apresenta
nenhuma tendência a aumentar ou diminuir;
A função consumo no Longo Prazo: Kuznets
• Uma provável explicação para essa diferença pode residir no fato de que a função
consumo de curto prazo deve ser considerada em dado ano, com base nas classes
de renda, chamada de função consumo a partir de orçamentos familiares,
enquanto a longo prazo, tem-se uma função consumo a partir de séries de tempo.
Já no Longo prazo...
... os resultados estatísticos têm
revelado que a função consumo é
linear, e que a propensão marginal e
média a consumir são iguais (ou seja,
uma reta partindo da origem) e
constantes. No longo prazo essa
relação Y e C se estabiliza e se torna
proporcional.
• Consideremos ainda:
a renda e o consumo do consumidor quando jovem;
sua renda e consumo quando velho, respectivamente.
• A decisão do consumidor
pode ser facilmente
obtida, combinando-se as
curvas de indiferença com
a restrição orçamentária
intertemporal (R)
• O equilíbrio dá-se no
ponto E, onde a curva de
indiferença tangencia a
restrição orçamentária
intertemporal.
Consumo e escolha intertemporal: Fisher
2) No estágio II, referente à meia idade, a renda atinge um pico e os indivíduos pagam as
dívidas contraídas no estágio I, além de pouparem para a velhice;
3) No estágio III, referente à velhice, a renda tende a zero, e os indivíduos consomem
toda a poupança acumulada.
Sendo assim, as flutuações da renda corrente teriam impacto unicamente sobre a
poupança dos indivíduos, e não sobre a sua decisão de consumo.
Os avanços na economia
• Se para Keynes a consumo era função apenas da renda corrente, outras teorias sugerem
que o consumo também é influenciado por taxa de juros, renda permanente, riqueza e
expectativas quanto ao comportamento da renda futura.
• Nas novas abordagens, três considerações merecem destaques:
Efeitos da política econômica sobre o consumo. Considerando a função consumo
keynesiana, basta que a política atinja a renda disponível das pessoas para que o
consumo agregado sofra alterações. Se considerarmos o modelo de Friedman,
somente políticas que atinjam a renda permanente alteram o consumo.
O fato de o consumo depender da riqueza pode explicar as diferenças entre as
funções consumo de curto e de longo prazo. No curto prazo, a riqueza da pessoa
muda pouco, sendo a renda disponível o principal determinante do consumo. A longo
prazo, se considerarmos que tanto a renda quanto a riqueza sobem, a função consumo
passa a apresentar sucessivos deslocamentos para cima, mantendo assim a propensão
média a consumir constante ao longo do tempo.
Os modelos de escolha intertemporal chamam a atenção para a importância da
existência de mercados financeiros, que permitem às pessoas alocarem suas rendas
ao longo do tempo.
Ações de política econômica
Básica:
Artigo
Oreiro, F. D. G. Os Microfundamentos do Consumo: De Keynes até a Versão Moderna da
Teoria da Renda Permanente. Economia, Curitiba, 28/29, (26-27), p. 119-139, 2002/2003.
Editora UFPR