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Aula 11

Arquivologia e Recursos Materiais p/


PG-DF (Técnico Jurídico - Apoio
Administrativo) - Pós-Edital

Autor:
Carlos Xavier
Aula 11

12 de Janeiro de 2020
Carlos Xavier
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Sumário

1. RECURSOS PATRIMONIAIS ................................................................................................................... 3

1.1. CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS PATRIMONIAIS .................................................................. 6

1.2. AVALIAÇÃO DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS ..................................................................... 12

2. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL PERMANENTE........................................................................... 13

2.1. TOMBAMENTO E CARGA PATRIMONIAL ................................................................................ 13

2.2. MOVIMENTAÇÃO, TRANSFERÊNCIA, ALIENAÇÃO E BAIXA DE BENS............................. 15


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2.3. VIDA ÚTIL, DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO DE BENS ....................................................... 25

2.4. INVENTÁRIO ................................................................................................................................... 33

3. ADMINISTRAÇÃO DO PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO ...................................................................... 34

3.1. MANUTENÇÃO DE BENS IMÓVEIS ........................................................................................... 37

4. ASPECTOS ESSENCIAIS PARA A PROVA ......................................................................................... 38

5. QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................ 45

6. LISTA DE QUESTÕES ........................................................................................................................... 52

7. GABARITO .............................................................................................................................................. 56

8. BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL .................................................................................................................. 57

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PALAVRAS INICIAIS
Oi!
Hoje teremos uma aula de administração com enfoque diferente. Estudaremos a administração de
recursos patrimoniais, que envolve a própria ciência da administração, mas também tem muita relação
com as ciências contábeis.
Sem traumas: é um estudo mais cheio de conceitos, mas que é possível estudar e se dar bem na prova,
como você verá.
Abraço e bons estudos!
Prof. Carlos Xavier
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Observação importante:
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1. RECURSOS PATRIMONIAIS
A primeira coisa que precisamos fazer para entender a administração de recursos patrimoniais é saber o
que é um bem patrimonial.
Apesar de parecer simples, há duas grandes correntes sobre o significado desse termo: uma das ciências da
administração de recursos materiais e patrimoniais e outra das ciências contábeis. Comecemos com a
primeira.
Para a administração de recursos materiais e patrimoniais, um recurso patrimonial pode ser definido
como elementos físicos (bens tangíveis), de caráter permanente, utilizados pela organização para o
funcionamento de suas atividades, e adquiridos esporadicamente.
Essa não é a única definição possível, mas é uma compilação das principais definições existentes. Assim, é
comum que se considere que um bem patrimonial é:

• Permanente: em razão de seu uso, não perdem a identidade física, ou possuem durabilidade
superior a dois anos.
• Base para o funcionamento da organização: sem os bens patrimoniais a organização não consegue
funcionar.
• Adquirido esporadicamente: bens patrimoniais são adquiridos eventualmente, não se tratando (em
condições normais) de mercadoria estocável para posterior venda.
Quer alguns exemplos de recursos patrimoniais?

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Prédios, salas, casas, caminhões, tratores, equipamentos, gruas, etc., todos são elementos físicos
(tangíveis) que são adquiridos esporadicamente e são necessários para o funcionamento da organização.
Todos eles são recursos patrimoniais, ou seja, fazem parte do patrimônio de quem os possui.
A administração de recursos patrimoniais, dessa forma, busca executar um conjunto de atividades
necessárias para a compra, recebimento, registro, conservação, manutenção, alienação, baixa e controle
desses bens.

Nas ciências contábeis, a definição de patrimônio é um pouco diferente. Isso acontece porque, enquanto
nas ciências administrativas o foco é o conjunto de processos que se executa sobre o bem patrimonial, nas
ciências contábeis o foco está sobre os registros do patrimônio.
Assim, para as ciências contábeis o patrimônio de alguém é composto pelo conjunto de bens, direitos e
obrigações de sua propriedade, sendo passível de avaliação monetária.

Não estamos em uma aula de contabilidade, mas muitos conceitos cobrados em prova misturam os
conceitos de contabilidade com os conceitos de administração patrimonial, assim, é prudente que você
entenda melhor:

• Bens: é tudo aquilo que possui valor econômico e pode ser convertido em
dinheiro, sendo utilizado na realização do objetivo principal de quem o possui.
Podem ser de diferentes tipos, móveis, imóveis, tangíveis, intangíveis, etc.
Exemplos: móveis, equipamentos, materiais, instalações, obras de arte, marca,
etc.
• Direitos: são constituídos pelos valores a receber. São os direitos de recebimento
exigidos contra terceiros. Exemplos: contas a receber, adiantamentos aos
empregados, etc.
• Obrigações: são constituídos por tudo aquilo que se deve a terceiros. Exemplo:
contas a pagar, financiamentos bancários, salários a pagar, etc.

Na contabilidade, o patrimônio será formado por: Bens + Direitos - Obrigações.


Isso é facilmente verificável no Balanço Patrimonial (note, trata-se do balanço contábil que busca explicitar
a composição do patrimônio). Vejamos um exemplo simplificado:

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Balanço Patrimonial – Empresa XYZ – Em 31/12/2020

Ativo R$ 50.000,00 Passivo R$20.000,00


(Bens + direitos) (obrigações com terceiros)

Patrimônio Líquido R$30.000,00


(patrimônio real da empresa)

Existe uma regra contábil essencial que estabelece que ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
Invertendo a fórmula, temos que:

Patrimônio Líquido = Ativo (bens e direitos) – Passivo (obrigações)

Assim, se a empresa tem R$50.000 em máquinas e equipamentos, mas deve R$20.000 para terceiros, o seu
patrimônio líquido contábil é de apenas R$30.000. Apesar disso, do ponto de vista da administração,
todas as máquinas e equipamentos terão que ser registradas, gerenciadas, conservadas, etc.
Apresentei tudo isso para que você tivesse clareza sobre as diferentes perspectivas (contábil e de
administração) sobre o patrimônio. No estudo do assunto, as coisas às vezes se misturam, e o mesmo
acontece nas questões de prova. Você deve ter atenção sempre, para interpretar corretamente!
Um exemplo: uma fábrica produz computadores. O estoque de computadores prontos para a venda é
material ou patrimônio? R.: O estoque de produtos para venda é considerado patrimônio no conceito
contábil, mas na ciência da administração de materiais e patrimônio é considerado um material (produto
acabado) para venda.

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Sei que muita gente se treme quando pensa em estudar contabilidade, mas já vou
dizendo que do ponto de vista dos recursos patrimoniais, o que precisamos saber para
prova é bem tranquilo. Mantenha a tranquilidade, tome um suco de laranja com gelo, e
vamos em frente!

Superando essa diferença essencial entre os conceitos de patrimônio, podemos seguir em frente e estudar
com mais cuidado os detalhes da nossa matéria... vamos lá!

1.1. CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS PATRIMONIAIS

Um dos pontos importantes de estudo da matéria é a compreensão das diferentes classificações que
podem ser utilizadas para o patrimônio de uma organização. As classificações dos tipos de patrimônio são
múltiplas, mas são simples de serem aprendidas.
Vejamos a classificação quanto à existência física de um bem. Sob este critério, eles podem ser classificados
como:

• Corpóreos/tangíveis: quando possuem um corpo, uma massa/matéria tangível, concreta,


fisicamente existente. Exemplos: um carro, um prédio.
• Incorpóreos/intangíveis: quando não possuem matéria/massa tangível. São ativos patrimoniais,
apesar de não existirem fisicamente. Exemplos: marcas, patentes, direitos de exploração do solo,
etc.

Vamos entender as principais categorias de bens que fazem parte do contexto da administração de
patrimônio. Quanto à sua mobilidade, os bens tangíveis podem ser classificados em:

• Bens móveis: são ativos tangíveis cuja movimentação pode ser feita sem gerar dano ou modificar
suas características originais. Exemplos comuns são os itens de mobiliário, veículos, dinheiro,
equipamentos, etc.. É comum que se classifiquem os bens móveis em fungíveis e infungíveis:
o Fungíveis: bens que podem ser substituídos por outros de mesma espécie, sem que isso
implique em qualquer alteração das características originais.
Dinheiro é um bem fungível por excelência: se eu lhe dou
uma nota de R$10,00, você pode me devolver outra do
mesmo valor, sem que isso implique qualquer modificação

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da característica de valor da nota. Além de dinheiro, é comum que se relacionem como


fungíveis as commodities, tais como o milho, trigo, soja, etc.

o Infungíveis: são os bens móveis que não podem ser


substituídos por outros com o mesmo valor e uso.
Exemplo: o quadro “A Noite Estrelada” de Vincent Van
Gogh não é substituível por uma cópia impressa em alta
resolução. O quadro original é único, insubstituível (e
lindo, diga-se de passagem).

• Bens imóveis: são os ativos imobilizados, de natureza permanente para a organização, servindo
para o funcionamento de suas atividades, e que perdem sua natureza física original caso sejam
movidos. Exemplos: um terreno, uma fazenda, uma jazida mineral, etc.. Note que, por sua natureza,
todos os bens imóveis são infungíveis.

Essa primeira classificação é essencial para compreensão da matéria como um todo. Não custa nada
lembrar: a administração patrimonial envolve tanto os bens patrimoniais móveis quanto os imóveis!

(Câmara de Salvador - BA/Analista – Compras, Material e Patrimônio) Dentro do contexto da gestão


patrimonial das empresas, os bens corpóreos destinados à manutenção das atividades de uma companhia
ou exercidos com essa finalidade são classificados como:
A) ativo contábil;
B) ativo imobilizado;
C) bens intangíveis;
D) despesa operacional;
E) despesa permanente.
Comentário:
A questão apresenta a definição perfeita para o ativo imobilizado, que é aquilo que serve de base para o
funcionamento da organização.
GABARITO: B.
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Quanto à divisibilidade, podemos classificar os bens patrimoniais como:

• Divisíveis: quando podem ser divididos em partes sem que percam suas características originais.
Exemplo: um terreno, se dividido, vira mais de um terreno, mas sua característica de servir para
construções continua existindo.
• Indivisíveis: quando não podem ser divididos sem que percam suas características originais.
Exemplo: se dividirmos um carro ao meio, não temos dois carros pequenos. Nenhuma das partes
permitirá o uso normal do carro.

Quanto à sua disponibilidade, os bens podem ser:

• Disponíveis: quando seu uso imediato é possível.


• Indisponíveis: quando não é possível o seu uso imediato.

Na área contábil-financeira e fiscal, é comum se classificar os bens em:

• Bens de capital: é a classificação dos bens que podem ser utilizados para gerar produtos e serviços,
como máquinas, ferramentas, equipamentos diversos, etc.
• Bens de consumo: são os bens objeto de utilização e consumo, que não servem para criar novos
bens. Geralmente são divididos em:
o Bens de consumo duráveis: são os que podem ser utilizados várias vezes e no longo prazo,
em mais de um exercício fiscal, como um carro, uma geladeira, etc.
o Bens de consumo não duráveis: são os bens consumíveis de imediato, que perdem
totalmente o seu valor, como uma refeição, um copo de suco, etc.

De forma mais específica do que nos livros de administração de patrimônio, o Manual SIAFI e a Portaria
448/2002 da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) estabelecem uma classificação de materiais em material
de consumo e material permanente, que é essencial para provas.
Segundo o Manual SIAFI, especificamente na Norma de Execução n. 04, DE 31/10/97, que está de acordo
com as normas contábeis vigentes:

a) Material de Consumo, aquele que, em razão de seu uso corrente e da definição da Lei n.
4.320/64, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada a dois
anos;

b) Material Permanente, aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua identidade
física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos.

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A Portaria 448/2002 da STN, por sua vez, apresenta cinco condições que excluem a classificação de um
material como permanente. Vejamos o texto legal:

Art. 3º - Na classificação da despesa serão adotados os seguintes parâmetros excludentes,


tomados em conjunto, para a identificação do material permanente:

I - Durabilidade, quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições de

funcionamento, no prazo máximo de dois ano

II - Fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser quebradiço ou deformável,
caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade;

III - Perecibilidade, quando sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou que se deteriora ou


perde sua característica normal de uso;

IV - Incorporabilidade, quando destinado à incorporação a outro bem, não podendo ser retirado
sem prejuízo das características do principal; e

V - Transformabilidade, quando adquirido para fim de transformação.

Seguindo em frente, vejamos a classificação de materiais quanto à sua singularidade:

• Singulares: são os bens que, mesmo que reunidos, se consideram individualmente, separados dos
demais. Um boi, mesmo que reunido numa boiada, pode ser considerado um bem singular, objeto
de uma relação jurídica de propriedade que lhe é específica.
• Coletivos: são resultantes de diferentes objetos/coisas tomadas em conjunto, sem que a condição
particular desapareça. São também chamados de universalidades, sendo classificados em:
o Universalidade de fato: é a pluralidade de bens singulares que, tomados em conjunto,
possua uma única destinação. É possível considerar que o boi só tem sentido em uma
boiada, que uma árvore só é reflorestamento em uma floresta, que uma abelha só se
constitui em bem em um enxame, por exemplo. É possível estabelecer relações jurídicas
(como a propriedade, compra, venda, etc.) em relação ao conjunto.
o Universalidade de direito: é o complexo de relações jurídicas de uma pessoa, dotado de
valor econômico, como sua herança, por exemplo.

Há ainda outras classificações de bens. Apresento, a seguir, algumas delas:

• Numerários: trata-se de dinheiro e títulos de liquidez imediata;


• Semoventes: são os animais, que “se movem” por si só, sem necessidade de motorização;
• Etc.

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Você já deve ter percebido que várias dessas classificações podem ser utilizadas ao mesmo tempo. Por isso,
não se desespere em entender como cada exemplo específico se encaixaria em cada classificação –
algumas vezes o “encaixe” é perfeito, e outras não. Concentre-se em aprender o que cada um é “em tese”,
deixando os eventuais exemplos para a hora da prova (se vier, será muito simples).

A classificação de bens possui importante base na legislação, especialmente no Código Civil (Lei
10.406/2002), onde se estabelecem definições específicas para vários tipos de bens.
Resolvi reproduzir aqui o texto legal sobre boa parte dessas classificações, para que você saiba exatamente
como está na lei.
Não se preocupe em decifrar cada palavra da lei. O foco é aprender o que já expliquei logo acima. O que
mostrarei agora é só para você saber que as seguintes palavras exatas podem aparecer na sua prova:

(...)

LIVRO II

DOS BENS

TÍTULO ÚNICO

Das Diferentes Classes de Bens

CAPÍTULO I

Dos Bens Considerados em Si Mesmos

Seção I

Dos Bens Imóveis

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:

I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;

II - o direito à sucessão aberta.

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Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:

I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas
para outro local;

II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

Seção II

Dos Bens Móveis

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia,
sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:

I - as energias que tenham valor econômico;

II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;

III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados,
conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição
de algum prédio.

Seção III

Dos Bens Fungíveis e Consumíveis

Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie,
qualidade e quantidade.

Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria
substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.

Seção IV

Dos Bens Divisíveis

Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância,
diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou
por vontade das partes.

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Seção V

Dos Bens Singulares e Coletivos

Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si,
independentemente dos demais.

Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à
mesma pessoa, tenham destinação unitária.

Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações
jurídicas próprias.

Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa,
dotadas de valor econômico.

(...)

1.2. AVALIAÇÃO DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS

Dependendo de quais os elementos patrimoniais considerados, há formas diferentes de avaliar. Para efeito
do que estamos estudando agora, nos termos da Lei 4.320/1964, você precisa saber que a avaliação dos
elementos patrimoniais seguintes será feita:

• Débitos, créditos e títulos de renda: pelo seu valor nominal, feita a conversão (quando em moeda
estrangeira) à taxa de câmbio vigente na data do balanço;
• Bens móveis e imóveis: pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou construção, sendo
passíveis de reavaliações.
• Bens de almoxarifado: pelo preço médio ponderado das compras.

Lembre-se: para efeitos contábeis (assunto do qual a Lei 4.320/1964 trata) o patrimônio é composto pelo
ativo – passivo!

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2. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL PERMANENTE


A administração patrimonial propriamente dita diz respeito à administração dos bens permanentes da
organização, especificamente aos bens móveis permanentes.
A administração de recursos patrimoniais geralmente é organizada como um processo com várias
atividades. A estruturação básica desse processo é simples, incluindo a entrada de patrimônio na
organização, as alocações internas e a eventual saída. Cada uma dessas operações pode ser desdobrada
em atividades e medidas administrativas correspondentes, da seguinte forma:

Operação Atividade Medida administrativa

Recebimento
Entrada Tombamento
Registro

Transferência
Alocações internas Guarda e conservação
Movimentação

Saída Desfazimento Alienação/baixa

Vamos estudar os aspectos centrais desse assunto, com foco na forma específica que costuma cair em
provas.

2.1. TOMBAMENTO E CARGA PATRIMONIAL

As atividades de recebimento e registro de um material acontecem fisicamente no almoxarifado da


organização, onde várias tarefas específicas são desempenhadas em conjunto com outras áreas da
organização, como o recebimento da documentação fiscal, contagem dos materiais, encaminhamento para
verificação técnica, aceitação do material e seu registro, negativa do recebimento de material avariado,
devolução, etc.
Do ponto de vista da administração de patrimônio propriamente dita, a medida administrativa a ser
tomada após o recebimento e registro do material é o seu tombamento, que medida essencial para que o
material permanente possa ser devidamente controlado ao longo de seu uso pela organização.
Tombamento é o procedimento administrativo de identificação de um bem permanente registrado no
patrimônio da organização.
No tombamento, se registram as características do bem, seu valor de aquisição, etc.. Tudo isso vai para um
sistema (hoje em dia é quase tudo informatizado!), que associa esse bem específico a um número de
registro patrimonial, que identifica aquela unidade patrimonial especificamente. Tal número deve ser

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sequencial e único para cada item específico. Os números de cada item do patrimônio não devem ser
reutilizados, independentemente da causa da baixa do bem originalmente registrado sob um número
específico. A única possibilidade de reuso do número é se o mesmo bem for reincorporado ao patrimônio
da organização.
Assim, se um órgão público tem 200 aparelhos de telefone da mesma marca, do mesmo valor, cada um
desses aparelhos possui um registro patrimonial específico.
Sempre que possível, o registro do número
patrimonial é afixado com uma plaquinha,
gravação ou etiqueta no próprio bem (no caso de
material bibliográfico, aceita-se o registro
mediante carimbo). Assim, todo mundo sabe que
se trata de um bem da organização, e sabe
especificamente qual bem é aquele, e a quem
recebe a carga patrimonial (ou seja, quem é
encarregado pelo seu uso nas atividades e, por
conseguinte, responsável por sua boa guarda).
Algumas vezes não é possível afixar etiquetas identificadoras do tombamento, como em uma pintura
histórica, por exemplo. Neste caso, mesmo sem a plaquinha identificadora, o material será tombado,
sendo devidamente registrado nos sistemas de controle da organização.
Lembrando: o tombamento é a regra para o material permanente, e não para o material de consumo.
Apesar disso, algumas vezes o tombamento pode ser desnecessário, sendo substituído por um controle
simplificado quando os custos do controle completo do material forem maiores.

(EBSERH/Analista Administrativo – Qualquer Área) Móveis que eventualmente sejam furtados de um


hospital deverão ser baixados do inventário de bens dessa entidade e os seus números de patrimônio
poderão ser reutilizados em novos móveis que forem adquiridos no mesmo padrão.
Comentário:
Neste caso, a baixa dos bens realmente deve ocorrer, já que não se encontram mais como patrimônio
efetivo da organização.
Apesar disso, o número de patrimônio utilizado para um bem que sofra baixa não poderá ser reutilizado
para outro bem. A única possibilidade de reuso do número é caso o bem original seja reincorporado ao
patrimônio da organização.
GABARITO: Errado.

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(Câmara de Salvador - BA/Analista – Compras, Material e Patrimônio) A administração patrimonial trata


como material permanente tangível todos aqueles que se enquadram como material permanente, imóveis
ou instalações.
Para os materiais permanentes, o procedimento de identificação de um bem patrimonial por ocasião de
sua incorporação ao patrimônio de uma organização é definido como:
A requisição;
B comodato;
C movimentação de bens;
D inventário;
E tombamento.
Comentário:
Questão bem direta: a identificação do patrimônio, no momento em que é incorporado ao patrimônio da
organização, inclusive pela afixação de placa, gravação, etiqueta ou carimbo (este último, para obras
literárias) é o tombamento.
GABARITO: E.

(CEPS-UFPA/Assistente em Administração) A unidade responsável pela gestão patrimonial de uma


instituição acaba de receber novos servidores. Sendo assim, é fundamental que o gestor da unidade
oriente sobre alguns conceitos básicos. Um desses conceitos é relacionado ao procedimento de
identificação de um bem patrimonial, efetuado na incorporação do bem ao patrimônio de uma organização
denominado de
A) sistema de gestão de materiais.
B) logística sustentável.
C) almoxarifado.
D) protocolo.
E) tombamento.
Comentário:
A identificação do patrimônio por meio da gravação, afixação de placas, etiquetas ou carimbos (em livros) é
chamada de tombamento patrimonial.
GABARITO: E.

2.2. MOVIMENTAÇÃO, TRANSFERÊNCIA, ALIENAÇÃO E


BAIXA DE BENS

Os bens permanentes, uma vez incorporados à organização, são alocados e movimentados conforme a
necessidade organizacional se apresente.

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Na administração pública (que é o que importa, nesse momento, para o seu concurso público), essas
atividades possuem alguns requisitos específicos.
Nos termos do Decreto 9.373/2018, a movimentação dos bens poderá se dar por meio de cessão ou
transferência:

Art. 4º A cessão, modalidade de movimentação de bens de caráter precário e por prazo


determinado, com transferência de posse, poderá ser realizada nas seguintes hipóteses:

I - entre órgãos da União;

II - entre a União e as autarquias e fundações públicas federais; ou

III - entre a União e as autarquias e fundações públicas federais e os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios e suas autarquias e fundações públicas.

Parágrafo único. A cessão dos bens não considerados inservíveis será admitida,
excepcionalmente, mediante justificativa da autoridade competente.

Art. 5º A transferência, modalidade de movimentação de caráter permanente, poderá ser:

I - interna - quando realizada entre unidades organizacionais, dentro do mesmo órgão ou


entidade; ou

II - externa - quando realizada entre órgãos da União.

Parágrafo único. A transferência externa de bens não considerados inservíveis será admitida,
excepcionalmente, mediante justificativa da autoridade competente.

Qual a essência da Cessão e Transferência de bens na administração pública federal direta, autárquica e
fundacional? Vejamos:

• Cessão: a movimentação da posse do material é temporária, e se dará entre a União, seus órgãos,
autarquias, fundações e os órgãos, autarquias e fundações de Estados, DF e municípios. A regra é
que isso aconteça apenas para os bens inservíveis (que não servem), mas também poderá ser feita
com bens que servem para o órgão que cede, desde que justificada pela autoridade competente.
• Transferência: a transferência, por sua vez, é permanente. O material que era de um órgão passa
definitivamente para o outro, seja interna ou externamente à União. Mais uma vez: a regra é que
isso aconteça apenas para os bens inservíveis (que não servem, especialmente os ociosos e
recuperáveis), mas também poderá ser feita com bens que servem para o órgão que cede, desde
que justificada pela autoridade competente.

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(TCE-PB/Agente de Documentação) Durante o inventário de bens patrimoniais na sede de um órgão da


administração pública, constatou-se que algumas cadeiras de escritório do setor de compras haviam sido
levadas para a sala de reuniões da diretoria.
Considerando-se que os diretores tenham decidido manter referidas cadeiras na sala de reuniões, o
recurso administrativo a ser utilizado para regularizar a ocorrência descrita nessa situação hipotética será
A a transferência.
B a cessão.
C a permuta.
D a alienação.
E o desfazimento.
Comentário:
A movimentação de bens móveis em caráter definitivo é a transferência. Como a questão não dá a
entender que o caráter é temporário (que transformaria a movimentação em “cessão”), entende-se que
houve transferência.
GABARITO: A.

(Câmara de Salvador - BA/Analista – Compras, Material e Patrimônio) O empréstimo de equipamentos


realizado entre órgãos públicos é definido como:
A) comodato;
B) cessão;
C) aquisição;
D) incorporação;
E) movimentação.
Comentário:
Existem dois tipos específicos de movimentação de bens móveis: cessão e transferência.
Relembremos os aspectos essenciais de cada uma das formas de movimentação:
Cessão: a movimentação da posse do material é temporária, e se dará entre a União, seus órgãos,
autarquias, fundações e os órgãos, autarquias e fundações de Estados, DF e municípios.
Transferência: a transferência, por sua vez, é permanente.
Sabendo que apenas a cessão funciona temporariamente, um verdadeiro “empréstimo”, já que o bem
deve ser devolvido, a resposta só poderia estar na letra B.

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Sei que algumas pessoas contestaram a banca afirmando que a cessão é uma forma de movimentação (e
isso está certo), mas como havia uma resposta mais específica, não haveria a menor chance de a banca
anular. Acostume-se: busque sempre a resposta mais específica possível!
GABARITO: B.

Neste momento, é possível que você esteja se perguntando o que é um bem inservível. O mesmo Decreto
9.373/2018 define:

Art. 3º Para que seja considerado inservível, o bem será classificado como:

I - ocioso - bem móvel que se encontra em perfeitas condições de uso, mas não é aproveitado;

II - recuperável - bem móvel que não se encontra em condições de uso e cujo custo da
recuperação seja de até cinquenta por cento do seu valor de mercado ou cuja análise de custo e
benefício demonstre ser justificável a sua recuperação;

III - antieconômico - bem móvel cuja manutenção seja onerosa ou cujo rendimento seja
precário, em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo; ou

IV - irrecuperável - bem móvel que não pode ser utilizado para o fim a que se destina devido à
perda de suas características ou em razão de ser o seu custo de recuperação mais de cinquenta
por cento do seu valor de mercado ou de a análise do seu custo e benefício demonstrar ser
injustificável a sua recuperação.

E quem faz essa classificação, ou eventuais avaliações dos bens?


R.: uma comissão especial composta por ao menos três servidores do órgão ou entidade. Cabe à
autoridade competente criar tal comissão.

E se o bem móvel for inservível para a administração pública, mas seu reaproveitamento for considerado
inconveniente ou inoportuno?
Bem... Neste caso a organização deve buscar realizar a alienação do bem, definida como “toda
transferência de domínio de bens a terceiros”, nos termos da Lei 8.666/1993.
Antes da alienação, é indispensável que a Administração Pública proceda com a avaliação do bem a ser
alienado para que, posteriormente, seguindo todas as regras previstas na legislação sobre licitações, e
outas aplicáveis, proceda com a alienação.

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Há uma seção específica da lei de licitações sobre alienação de bens. Como, dentro do domínio da
administração de patrimônio (e não do direito administrativo), o principal é que você conheça o texto legal
e que o tenha “tatuado na pele”, resolvi apresentá-lo por aqui (texto compilado até 15/12/2018):

Seção VI

Das Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse


público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e


entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais,
dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta
nos seguintes casos:

a) dação em pagamento;

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública,


de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i;

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta
Lei;

d) investidura;

e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo;

f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou


permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente
utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse
social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de


dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em
cuja competência legal inclua-se tal atribuição;

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou


permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m²
(duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização
fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;

i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da
União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de que trata o § 1o do art. 6o da Lei no
11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos
legais; e
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II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes
casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua
oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de
alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração


Pública, em virtude de suas finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração


Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

§ 1o Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as razões que
justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua
alienação pelo beneficiário.

§ 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso


de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se:

I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do


imóvel;

II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normativo do órgão
competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e
exploração direta sobre área rural, observado o limite de que trata o § 1o do art. 6o da Lei no
11.952, de 25 de junho de 2009;

§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de autorização legislativa, porém


submetem-se aos seguintes condicionamentos:

I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja comprovadamente


anterior a 1o de dezembro de 2004;

II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da


destinação e da regularização fundiária de terras públicas;

III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei agrária, nas
leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento
ecológico-econômico; e

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IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de


declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social.

§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo:

I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento ou


inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias;

II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos
hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite;

III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alínea g do
inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo.

IV – (VETADO)

§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei:

I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de


obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao
da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante
da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei;

II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de
imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas,
desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a
categoria de bens reversíveis ao final da concessão.

§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente os


encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato,
sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado;

§ 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel em


garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por
hipoteca em segundo grau em favor do doador.

§ 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior
ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o
leilão.

§ 7o (VETADO).

Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à
comprovação do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação.

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da
autoridade competente, observadas as seguintes regras:
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I - avaliação dos bens alienáveis;

II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;

III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão.

Alguns pontos essenciais da Lei 8.666/93 supramencionados já foram explicados ao longo da aula. Outros
serão melhor explorados nos próximos pontos. O momento é apenas de conhecer o texto legal...

Vamos em frente:
Uma forma específica de desfazimento do bem é por doação, que só será permitida para fins e uso de
interesse social, após avaliação da oportunidade e conveniência socioeconômica em relação às outras
formas de alienação.
A doação poderá ser feita para diferentes órgãos e entidades, a depender do tipo de bem. Apresento, na
tabela abaixo, um esqueminha com todos os possíveis destinatários da doação, dependendo do tipo de
bem. Note que todos os possíveis destinatários foram colocados em cada tipo de bem, e que os
impertinentes foram riscados, para que você perceba que há uma “evolução” entre cada tipo e seus
destinatários possíveis:

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Tipo de bem inservível Possíveis destinatários da doação

.Autarquias e fundações públicas federais


.Estados, DF e municípios;
.Autarquias e fundações públicas dos estados, DF e municípios.
OSCIPS (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público)
Ocioso ou recuperável Associações ou cooperativas que atendam a requisitos legais
específicos (Dec. 5.940/2006)

OBS.: Há a possibilidade excepcional, mediante ato motivado da


autoridade máxima do órgão ou entidade, vedada a delegação, de
doação desses bens para as OSCIP.

Autarquias e fundações públicas federais


.Estados, DF e municípios;
.Autarquias e fundações públicas dos estados, DF e municípios;
Antieconômico
.OSCIPS (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público).
Associações ou cooperativas que atendam a requisitos legais
específicos (Dec. 5.940/2006)

Autarquias e fundações públicas federais


Estados, DF e municípios
Autarquias e fundações públicas dos estados, DF e municípios
Irrecuperável
.OSCIPS (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público);
.Associações ou cooperativas que atendam a requisitos legais
específicos (Dec. 5.940/2006).
Elaborado pelo autor, com base no Decreto 9.373/2018.

É preciso que haja uma preocupação também com a destinação final do bem, caso o mesmo seja
inutilizado ou abandonado. Neste caso, nos termos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei
12.305/2010), a destinação ou disposição final deve ser ambientalmente adequada, o que vale também
para os alienatários e beneficiários de qualquer transferência de bens.
O Decreto 9.373/2018 apresenta ainda alguns detalhes adicionais sobre o movimentação e alienação de
materiais, para os quais eu preferi trazer o texto legal cru, pois a cobrança em provas pode ser mero cópia
+ cola dos mesmos:

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Art. 13. O disposto no art. 8º não se aplica às aeronaves, simuladores e demais produtos
aeronáuticos cedidos, até a data de publicação deste Decreto, para utilização na formação e
adestramento de pessoal de aviação civil, pela Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC a
aeroclubes, que poderão ser a estes doados, dispensada a licitação, desde que comprovados os
fins e uso de interesse social e após avaliação de sua oportunidade e conveniência
socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação.

Parágrafo único. O disposto no caput também se aplica às aeronaves, simuladores e demais


produtos aeronáuticos doados pela União e revertidos ao patrimônio da ANAC por
descumprimento do encargo até a publicação deste Decreto.

Art. 14. Os equipamentos, as peças e os componentes de tecnologia da informação e


comunicação classificados como ociosos ou recuperáveis poderão ser doados a Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público que participem do programa de inclusão digital do Governo
federal, conforme disciplinado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações.

Parágrafo único. Os bens referidos neste artigo poderão ser doados a entidades sem fins
lucrativos regularmente constituídas que se dediquem à promoção gratuita da educação e da
inclusão digital, desde que não se enquadrem nas categorias arroladas nos incisos I a VIII, X e
XIII do caput do art. 2º da Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999.

Art. 15. Os resíduos perigosos serão remetidos a pessoas jurídicas inscritas no Cadastro
Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos, conforme o disposto no art. 38 da Lei nº 12.305,
de 2010, contratadas na forma da lei.

Art. 16. Os símbolos nacionais, as armas, as munições, os materiais pirotécnicos e os bens


móveis que apresentarem risco de utilização fraudulenta por terceiros, quando inservíveis, serão
inutilizados em conformidade com a legislação específica.

Art. 17. O Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão poderá:

I - expedir instruções complementares necessárias para a execução do disposto neste Decreto; e

II - estabelecer, por meio de sistema de tecnologia da informação, solução integrada e


centralizada para auxiliar na operacionalização das disposições deste Decreto.

Seguindo em frente...
Em qualquer um dos casos mencionados de desfazimento, ou até em outros, como a perda, extravio,
roubo, etc., o desfazimento gera a necessidade de baixa do bem, que é a simples retirada do bem do
acervo patrimonial. Assim, após a baixa, o bem deixa de constar nos registros da organização como
pertencente ao seu patrimônio físico e financeiro.

Vamos em frente com o conteúdo!


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2.3. VIDA ÚTIL, DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO DE BENS

Imagine que você passou no concurso e, com o seu primeiro salário, entrou numa agência de automóveis,
apresentou seu contracheque, pegou um lindo financiamento e resolveu comprar um carro zero
quilômetro...
Maravilha, hein?!
Só tem um detalhe: na hora que você coloca a chave no carro e tira da concessionária, em seu nome (na
verdade, no nome do banco que financiou sua compra...), o carro já perde 20% do seu valor (sendo bem
otimista). Sério... se você quiser vender no momento seguinte, ninguém dará mais o valor que você acabou
de pagar. É que o carro já teve algum uso (ainda que pouco) e, por isso, parte do seu valor já foi
depreciado...

Mas o que significa, exatamente, “depreciação”?

Costuma-se definir depreciação de um bem como a perda de valor, decorrente do uso,


deterioração ou obsolescência tecnológica.

O conceito de depreciação está intimamente ligado ao de vida útil, que nada mais é do que o tempo que se
espera que aquele bem possa ser utilizado. Seu carro zero, por exemplo, espera-se que, depois de uns 5
anos, ele deixe de funcionar bem. Há ainda o conceito de valor residual, que nada mais é do que o valor
que se espera receber quando for vender o bem no final de sua vida útil econômica, que é o período de
tempo estimado tecnicamente, durante o qual se espera obter fluxos de benefícios futuros de um ativo1 .

Muitos conceitos, não é?!

Resolvi organizar todos os principais conceitos do assunto em uma tabela-resumo, para você não ter
dúvidas!

1
O MANUAL SIAFI estabelece diferentes fatores que devem ser considerados ao se estimar qual a vida útil econômica de
um ativo, incluindo: a) A capacidade de geração de benefícios futuros; b) O desgaste físico decorrente de fatores
operacionais ou não; c)A obsolescência tecnológica; e d) Os limites legais ou contratuais sobre o uso ou a exploração do
ativo.
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Conceito Definição

Redução do valor de um bem pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação
Depreciação
da natureza ou obsolescência ao longo de sua vida útil.

Redução do valor aplicado na aquisição de direitos de propriedade e quaisquer


outros, inclusive ativos intangíveis, com existência ou exercício de duração
Amortização
limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou
contratualmente limitado.

Perda do valor, decorrente da exploração de direitos, cujo objeto seja recursos


Exaustão minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

Período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo ou o número


Vida útil de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera
obter pela utilização do ativo.

Período de tempo definido ou estimado tecnicamente, durante o qual se espera


Vida útil econômica
obter fluxos de benefícios futuros de um ativo.

Soma do preço de compra de um bem com os gastos suportados direta ou


Valor de aquisição
indiretamente para colocá-lo em condição de uso.

Montante líquido que a entidade espera, com razoável segurança, obter por um
Valor residual ativo no fim de sua vida útil econômica, deduzidos os gastos esperados para sua
alienação.

Valor depreciável,
Valor original de um ativo deduzido do seu valor residual, quando possível ou
amortizável e
necessária a sua determinação.
exaurível
Fonte: elaborado pelo autor com base em Manual SIAFI2

Ufa! Tá bom de tanto conceito pra memorizar, não é mesmo?!

Voltando ao estudo da depreciação...

2
Disponível em: < https://bit.ly/2PzUeTD>.
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Note que o tempo possui papel chave na vida útil e depreciação, pois com o tempo você poderá usar o
produto, ele se deteriorará e a tecnologia avançará (tornando a tecnologia do bem que você possui
obsoleta).

É fundamental que se saiba quando começar a depreciação!


O Manual SIAFI estabelece que:

Como regra geral, a depreciação será iniciada a partir do primeiro dia do mês seguinte à data
da colocação do bem em utilização. Porém, em casos cujo custo de registro seja pequeno tendo
em vista o benefício da informação, ou quando valor do bem adquirido e o valor da depreciação
no primeiro mês sejam relevantes, admite-se, em caráter de exceção, o cômputo da
depreciação em fração menor do que 1 (um) mês.

Essa informação é importante apenas para uma questão teórica na hora da prova. As questões que pedem
que você calcule a depreciação não necessitarão deste nível de detalhamento dos lançamentos contábeis.

Talvez você esteja se perguntando: e por que eu preciso saber dessa depreciação, meu Deus? Qual a
razão para terem inventado esse negócio, só para complicar minha vida na prova...
Tudo tem uma razão de ser: a depreciação gera importantes efeitos financeiros e econômicos para as
empresas, já que o registro do valor dos bens na contabilidade pode levar à ilusão de que a organização
está “rica”, cheia de bens caros, quando na verdade esses bens não valeriam nada, se houvesse a tentativa
de vendê-los. Também gera impactos nos lucros da empresa, já que a depreciação é considerada uma
despesa operacional e, se for muito alta, reduz o valor do lucro tributável, diminuindo a arrecadação
tributária da União.
Para que não houvesse dúvida, a Receita Federal estabeleceu norma sobre qual a vida útil e taxa de
depreciação a ser utilizada para cada tipo específico de bem (Instrução Normativa 162/1998).
O documento é enorme, pois tenta elencar todos os grupos possíveis de bens, sua vida útil (em anos) e sua
taxa anual de depreciação, de acordo com a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Além dessas,
apresenta também a vida útil e taxa anual de depreciação de instalações e edificações, que mostro para
vocês, logo a seguir, como exemplo:

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Prazo de Taxa anual


Bens vida útil de
(anos) depreciação
Instalações 10 10 %

Edificações 25 4%

Fonte: IN RFB 162/1998

Tal padronização já foi muito útil para o setor público, mas, hoje em dia, o Manual SIAFI já apresenta
procedimentos, normativos, percentual de depreciação e vida útil dos mais diferentes bens, para uso pela
Administração Pública Direta da União, suas Autarquias e Fundações3 .
Existem diferentes critérios para realizar a depreciação do bem, mas o mais utilizado e aceito pelos órgãos
de controle é a depreciação linear (método das quotas constantes), pela qual se depreciam partes iguais ao
longo do tempo, mesmo que no mundo real a depreciação inicial de um bem normalmente se dê de
maneira mais acelerada no início de sua vida, desacelerando com o tempo (que é o comum).
O método de depreciação linear pode ser utilizado pela simples aplicação do percentual de depreciação ao
valor inicial do bem, até que se chegue ao seu valor residual (quando não se pode mais aplicar a
depreciação4 ).
Assim:

𝐷𝑡 = 𝑃 × 𝑇𝑑

Onde:
Dt = Valor da depreciação anual
P = Valor do custo inicial do bem
Td = Taxa anual de depreciação.

A aplicação da fórmula é muito simples.

3
Segundo o Manual SIAFI, o cálculo da depreciação nos órgãos da Administração Pública direta, autarquias e fundações
públicas será realizado pelo sistema de controle patrimonial de cada órgão, seguindo as orientações e critérios desta
orientação. As empresas públicas e sociedades de economia mista devem seguir a Lei nº 6.404/76.
4 Segundo o MANUAL SIAFI, ao final da vida útil preestabelecida para o bem exista a possibilidade de que ele ainda possa

estar em condições de ser utilizado. Neste caso, caso o valor residual não reflita o valor adequado, deverá ser feita uma
reavaliação que atribuirá um novo valor ao bem, baseado em laudo técnico. A partir de então, é possível o início de um
novo período de depreciação.
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Exemplo de aplicação:
Uma edificação foi adquirida por R$1.000.000 (um milhão de reais). A taxa anual de depreciação é de 4%.
Qual o valor da depreciação anual?

O valor da depreciação será o preço (R$1.000.000) x 4% (taxa).


Resposta: a depreciação anual é de R$40.000,00.

Outra fórmula para o mesmo cálculo considera o valor residual e a vida útil do bem, quando não se possui
a taxa de depreciação. Parece um pouco mais difícil, mas é tão fácil quanto a anterior:

𝑃 − 𝑉𝑅
𝐷𝑡 =
𝑁

Onde:
Dt = Valor da depreciação anual
P = Valor do custo inicial do bem
VR = Valor residual
N = vida útil do bem (em anos)

A aplicação dessa fórmula é simples.

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Exemplo de aplicação:
Imagine um bem cujo custo inicial foi de R$10.000, cujo valor residual é de R$5.000 e cuja vida útil é de 5
anos. Qual o valor da depreciação anual?
Vamos relembrar a fórmula:
𝑃 − 𝑉𝑅
𝐷𝑡 =
𝑁

No nosso caso, queremos encontrar Dt. Sabemos que:


P = R$10.000
VR = R$5.000
N=5
Agora é só aplicar na fórmula:

𝑃 − 𝑉𝑅 10.000 − 5.000 5.000


𝐷𝑡 = = = = 1.000
𝑁 5 5

Resposta: a depreciação anual é de R$1.000,00.

Na área de gestão patrimonial da administração pública, para efeitos de concurso, temos que saber
diferenciar a amortização da depreciação. Relembremos os conceitos, nos termos do Manual SIAFI:

Conceito Definição

Redução do valor de um bem pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação
Depreciação
da natureza ou obsolescência ao longo de sua vida útil.

Redução do valor aplicado na aquisição de direitos de propriedade e quaisquer


outros, inclusive ativos intangíveis, com existência ou exercício de duração
Amortização
limitada, ou cujo objeto seja bem de utilização por prazo legal ou
contratualmente limitado.

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Note que a depreciação se dá sobre os bens, enquanto a amortização se dá sobre


direitos de propriedade e quaisquer outros (direitos), inclusive os ativos intangíveis.

Exemplo: enquanto um carro é um bem depreciável, um direito de exploração mineral do


solo, ou a propriedade de uma marca é passível de amortização.

Sobre amortização, de maneira mais específica, afirma o Manual SIAFI5 que:

11.1 - O cálculo da amortização nos órgãos da Administração Pública direta, autarquias e


fundações públicas será realizado pelo sistema de controle patrimonial de cada órgão, seguindo
as orientações e critérios desta orientação.

11.2 - São exemplos de ativos intangíveis amortizáveis:

a) Softwares;

b)Patentes, direitos autorais e direitos sobre filmes cinematográficos adquiridos;

c) Direitos sobre recursos naturais;

d) Franquias e direitos de comercialização adquiridos;

e) Gastos na fase de desenvolvimento da pesquisa; e

f) Outros direitos contratuais de qualquer natureza adquiridos.

O método de amortização para a administração pública deverá ser o das quotas constantes (método
linear)6 , sendo exatamente igual ao que já estudamos para a depreciação, por isso não precisa se
preocupar em aprender mais um... tá “de boa”! =)

5
Disponível em: < https://bit.ly/2PzUeTD>.
6
Empresas públicas e sociedades de economia mista deverão seguir a Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas).
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Também há, no Manual SIAFI, um conjunto de informações relevantes sobre a estimativa de vida útil
econômica de bens intangíveis, que reproduzo a seguir:

12 - ESTIMATIVA DE VIDA ÚTIL ECONÔMICA DE BENS INTANGÍVEIS

12.1 – A amortização de ativos intangíveis com vida útil definida deve ser iniciada a partir do
momento em que o ativo estiver disponível para uso. A amortização deve cessar na data em que
o ativo é classificado como mantido para venda, quando estiver totalmente amortizado ou na
data em que ele é baixado, o que ocorrer primeiro.

12.2 - Tanto a vida útil como o valor residual do bem amortizável são definidos pelo gestor da
Administração Pública Direta da União, suas autarquias e fundações.

12.3 - Deve-se presumir que o valor residual de ativo intangível com vida útil definida é zero,
exceto quando:

a) haja compromisso de terceiro para comprar o ativo ao final da sua vida útil; ou

b) exista mercado ativo para ele e:

I. o valor residual possa ser determinado em relação a esse mercado; e

II. seja provável que esse mercado continuará a existir ao final da vida útil do ativo.

12.4 - O valor amortizável de ativo com vida útil definida é determinado após a dedução de seu
valor residual. Um valor residual diferente de zero implica que a entidade espera a alienação do
ativo intangível antes do final de sua vida econômica.

12.5 - O período de amortização de ativo intangível com vida útil definida deve ser revisado pelo
menos ao final de cada exercício. Caso a vida útil prevista do ativo seja diferente de estimativas
anteriores, o prazo de amortização deve ser devidamente alterado.

(Câmara de Salvador - BA/Analista – Compras, Material e Patrimônio) Um bem adquirido por R$


1.000.000,00 possui uma depreciação anual de R$ 85.000,00. Adotando o método de depreciação linear, o
valor residual desse bem no 6º ano, em reais, será:
A 660.000,00;
B 575.000,00;
C 490.000,00;
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D 405.000,00;
E 320.000,00.
Comentário:
A depreciação linear será de R$85.000 por ano. Ao final do sexto ano, terá sido de 6 x R$85.000 =
R$510.000. Ao final do 6º ano, o valor residual será de R$1.000.000 – R$510.000 = R$490.000.
GABARITO: C.

2.4. INVENTÁRIO

O inventário é um instrumento para verificação cuidadosa dos saldos de estoque de materiais existentes,
para que se possa confrontar com os saldos constantes nos registros contábeis.
As técnicas pertinentes à realização de inventário físico já foram estudadas na aula sobre armazenagem e
almoxarifados, por isso não há necessidade de estudar as mesmas coisas aqui!

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3. ADMINISTRAÇÃO DO PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO


O patrimônio imobiliário público compreende todos os imóveis pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público interno (União, estados, DF e municípios). Todos os outros são considerados particulares. Os
bens públicos não estão sujeitos ao usucapião, e podem ser divididos em:

• Bens de uso comum do povo: como rios, mares, estradas, ruas, etc. São inalienáveis.
• Bens de uso especial: edifícios ou terrenos destinados ao serviço da Administração Pública e suas
autarquias. São inalienáveis.
• Bens dominicais: constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de
direito pessoal ou real, mas não estão ligados a uma função pública específica, como um terreno da
União sem construção ou um prédio municipal desocupado. Só podem ser alienados seguindo as
exigências legais.

(COPEVE-UFAL/Prefeitura de Chã Preta – AL/Agente Administrativo) Antônio Pedro necessita classificar os


bens pertencentes ao patrimônio público de um Município, mas está com dúvida de como seria a
classificação do prédio onde funciona a sede de sua secretaria. Considerando a situação hipotética,
segundo o critério jurídico, o prédio onde funciona a secretaria seria classificado como bem imóvel de uso
A público.
B comum.
C privativo.
D dominial.
E especial.
Comentário:
Os bens do patrimônio público são tipicamente classificados como de uso comum (praças, praias, etc.), de
uso especial (afetados à prestação de algum serviço público, como o prédio de uma secretaria de estado), e
dominicais (patrimônio desocupado, como terrenos sem uso ou prédios vazios).
Assim, como no caso específico temos que saber sobre qual o tipo de patrimônio de um prédio onde
funciona uma secretaria, temos a clareza de que é um imóvel de uso especial.
GABARITO: E

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Os imóveis públicos de uso especial da União7 são administrados pela Secretaria do Patrimônio da União
(SPU), com base no Sistema de Gerenciamento dos Imóveis de Uso Especial da União (SPIUnet), que possui
como objetivos específicos:

• Manter controle sobre os imóveis, utilizações e usuários;


• Emitir relatórios gerenciais;
• Permitir utilização de elementos gráficos (mapas, plantas, fotos, etc.).
O SPIUnet possui vários detalhes operacionais, mas que não possuem tradição de serem cobrados em
concursos públicos, por isso não abordarei por aqui8 .

As principais regras sobre a ingresso e alienação de bens imóveis no âmbito da Administração Pública estão
na lei 8.666/1993. Em resumo, seus dispositivos apontam para:

• A alienação de bens imóveis dependerá de (Lei 8.666/93, Art. 17):


o Para órgãos da administração direta, autarquias e fundações públicas: autorização
legislativa.
o Para todos os órgãos e entidades, inclusive paraestatais: avaliação prévia e licitação na
modalidade concorrência.
• Será dispensada a licitação para alienação de bens imóveis nos seguintes casos (Lei 8.666/93, Art.
17):
o Dação em pagamento;
o Doação para outro órgão ou entidade de qualquer esfera;
o Permuta;
o Investidura;
o Venda a outro órgão ou entidade da administração pública de qualquer esfera;
o Alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou
permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente
utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse
social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;
o Procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de
dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública
em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;
o Alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou
permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m²
(duzentos e cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de

7
A definição do Manual SPIUnet para Imóveis de Uso Especial da União é mais ampla do que a utilizada na definição dos
bens públicos. No referido manual: “Imóveis de Uso Especial da União - São os imóveis de propriedade da União, os
imóveis de terceiros que a União utiliza, os imóveis de propriedade das Fundações e Autarquias e os imóveis das Empresas
Estatais dependentes, nos termos da Lei Complementar n.º 101, de 04 de maio de 2000, de acordo com a Portaria
Interministerial Nº 322 de 23 de agosto de 2001, publicada no Diário Oficial no dia 27 de agosto, Ministério da Fazenda,
Seção 1”.

8
Caso deseje conhecer o Manual SPIUnet completo, acesse em: < https://bit.ly/2A04Tlw>
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regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da


administração pública;
o Alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais
da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de que trata o § 1o do art. 6o da
Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização fundiária, atendidos os
requisitos legais.
• Como regra, a compra ou alienação de bens imóveis pela Administração pública se dará na
modalidade licitatória de concorrência, qualquer que seja o valor.
o Exceção: Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da
autoridade competente, observadas as seguintes regras: I - avaliação dos bens alienáveis; II
- comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; III - adoção do procedimento
licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão (Lei 8.666/93, Art. 19);

Marquei de amarelo os pontos que são mais relevantes dentro do estudo da administração patrimonial,
considerando-os mais prováveis na sua prova. Os detalhes adicionais eu não acredito serão cobrados, pois
são muito mais pertinentes ao estudo da Lei de Licitações no Direito Administrativo. Nas raras cobranças
do assunto dentro da administração patrimonial, o assunto é cobrado de forma mais direta, sem
necessidade de compreensão profunda dos vários termos jurídicos que são utilizados nos pontos acima –
temas que na verdade são objeto de estudo do Direito Administrativo, e não do nosso.

(EBSERH/Analista Administrativo – Qualquer Área) A venda de um bem imóvel pertencente a uma unidade
da administração pública para outro órgão público dependerá de autorização legislativa, de avaliação
prévia do seu valor e de licitação na modalidade concorrência.
Comentário:
Segundo o Art. 17 da Lei 8.112, a autorização legislativa será necessária para a alienação de bens imóveis
(órgãos públicos) e de avaliação prévia (inclusive para paraestatais). A regra é a licitação na modalidade
concorrência, mas há exceções nas quais a licitação é dispensada, sendo uma delas a venda para outros
órgãos públicos, de qualquer esfera de governo.
Assim, quando a questão fala que a licitação será na modalidade concorrência, para o caso específico,
torna-se errada.
GABARITO: Errado.

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3.1. MANUTENÇÃO DE BENS IMÓVEIS

A manutenção dos bens imóveis e seus sistemas prediais (energia elétrica, água, esgoto, refrigeração, etc.)
é fundamental para que os mesmos não se deteriorem por completo com o passar do tempo.
Há três tipos essenciais de manutenção que podem ser feitas sobre os imóveis e seus sistemas:

Tipo de
Explicação
manutenção

Conduzida periodicamente, de acordo com um calendário específico, tem como


objetivo evitar (prevenir) a ocorrência de problemas e deterioração. Ocorre antes
==1536d0==

da constatação de um problema. Busca reduzir o custo total de manutenção,


sendo vantajosa quando seu custo for menor do que a estimativa dos custos da
Preventiva
manutenção corretiva que será evitada. Assim, busca evitar a necessidade de
elevados gastos para verificação e antecipação de problemas, além de gastos
vultosos com a eventual paralização do funcionamento da organização para
correção de problemas.

A manutenção preditiva busca prever eventuais problemas prediais a partir de


análises técnicas, aumentando ao máximo o tempo necessário entre uma
Preditiva intervenção e outra. Requer o uso de tecnologias e ferramentas de ultrassom,
infravermelho, medição de vibrações, etc., para verificar o estado atual das
instalações e, por isso, possui elevado custo.

A manutenção corretiva é a que acontece após a ocorrência de um problema,


buscando corrigir a falha. Pode comprometer o funcionamento da organização
Corretiva por um certo período de tempo e, por isso, pode ser a mais cara de todas. Deve
se evitar que seja necessária, mas é fundamental que seja bem feita, se tal
intervenção tiver que acontecer.

Vamos ficando por aqui com a parte teórica da aula.


Foi um prazer estar com você para estudarmos mais esse tema.
Um abraço e muito sucesso!
Prof. Carlos Xavier
www.youtube.com/profcarlosxavier
Instagram: @Professorcarlosxavier

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4. ASPECTOS ESSENCIAIS PARA A PROVA

Recursos patrimoniais
A primeira coisa que precisamos fazer para entender a administração de recursos patrimoniais é saber o
que é um bem patrimonial.
Apesar de parecer simples, há duas grandes correntes sobre o significado desse termo: uma das ciências da
administração de recursos materiais e patrimoniais e outra das ciências contábeis. Comecemos com a
primeira.
Para a administração de recursos materiais e patrimoniais, um recurso patrimonial pode ser definido
como elementos físicos (bens tangíveis), de caráter permanente, utilizados pela organização para o
funcionamento de suas atividades, e adquiridos esporadicamente.
Nas ciências contábeis a definição de patrimônio é um pouco diferente. Isso acontece porque, enquanto
nas ciências administrativas o foco é o conjunto de processos que se executa sobre o bem patrimonial, nas
ciências contábeis o foco está sobre os registros do patrimônio.
Assim, para as ciências contábeis o patrimônio de alguém é composto pelo conjunto de bens, direitos e
obrigações de sua propriedade, sendo passível de avaliação monetária.
Existe uma regra contábil essencial que estabelece que ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
Invertendo a fórmula, temos que:

Patrimônio Líquido = Ativo (bens e direitos) – Passivo (obrigações)

Classificação dos recursos patrimoniais


Vejamos a classificação quanto a existência física de um bem. Sob este critério, eles podem ser classificados
como:

• Corpóreos/tangíveis: quando possuem um corpo, uma massa/matéria tangível, concreta,


fisicamente existente. Exemplos: um carro, um prédio.
• Incorpóreos/intangíveis: quando não possuem matéria/massa tangível. São ativos patrimoniais,
apesar de não existirem fisicamente. Exemplos: marcas, patentes, direitos de exploração do solo,
etc.
Vamos entender as principais categorias de bens que fazem parte do contexto da administração de
patrimônio. Quanto à sua mobilidade, os bens tangíveis podem ser classificados em:

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• Bens móveis: são ativos tangíveis cuja movimentação pode ser feita sem gerar dano ou modificar
suas características originais. É comum que se classifiquem os bens móveis em fungíveis e
infungíveis:
o Fungíveis: bens que podem ser substituídos por outros de mesma espécie, sem que isso
implique em qualquer alteração das características originais.
o Infungíveis: são os bens móveis que não podem ser substituídos por outros com o mesmo
valor e uso.

• Bens imóveis: são os ativos imobilizados, de natureza permanente para a organização, servindo
para o funcionamento de suas atividades, e que perdem sua natureza física original caso sejam
movidos.
Quanto à mobilidade, podemos classificar os bens patrimoniais como:

• Divisíveis: quando podem ser divididos em partes sem que percam suas características originais.
• Indivisíveis: quando não podem ser divididos sem que percam suas características originais.
Quanto à sua disponibilidade, os bens podem ser:

• Disponíveis: quando seu uso imediato é possível.


• Indisponíveis: quando não é possível o seu uso imediato.
Na área contábil-financeira e fiscal, é comum se classificar os bens em:

• Bens de capital: é a classificação dos bens que podem ser utilizados para gerar produtos e serviços,
como máquinas, ferramentas, equipamentos diversos, etc.
• Bens de consumo: são os bens objeto de utilização e consumo, que não servem para criar novos
bens. Geralmente são divididos em:
o Bens de consumo duráveis: são os que podem ser utilizados várias vezes e no longo prazo,
em mais de um exercício fiscal, como um carro, uma geladeira, etc.).
o Bens de consumo não duráveis: são os bens consumíveis de imediato, que perdem
totalmente o seu valor, como uma refeição, um copo de suco, etc.
Quanto à sua singularidade:

• Singulares: são os bens que, mesmo que reunidos, se consideram individualmente, separados dos
demais. Um boi, mesmo que reunido numa boiada, pode ser considerado um bem singular, objeto
de uma relação jurídica de propriedade que lhe é específica.
• Coletivos: são resultantes de diferentes objetos/coisas tomadas em conjunto, sem que a condição
particular desapareça. São também chamados de universalidades, sendo classificados em:
o Universalidade de fato: é a pluralidade de bens singulares que, tomados em conjunto,
possua uma única destinação. É possível considerar que o boi só tem sentido em uma
boiada, que uma árvore só é reflorestamento em uma floresta, que uma abelha só se
constitui em bem em um enxame, por exemplo. É possível estabelecer relações jurídicas
(como a propriedade, compra, venda, etc.) em relação ao conjunto.

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o Universalidade de direito: é o complexo de relações jurídicas de uma pessoa, dotado de


valor econômico, como sua herança, por exemplo.

Há ainda outras classificações de bens. Apresento, a seguir, algumas delas:

• Numerários: trata-se de dinheiro e títulos de liquidez imediata;


• Semoventes: são os animais, que “se movem” por si só, sem necessidade de motorização;
• Etc.
Avaliação dos elementos patrimoniais
Dependendo de quais os elementos patrimoniais considerados, há formas diferentes de avaliar. Para efeito
do que estamos estudando agora, nos termos da Lei 4.320/1964, você precisa saber que a avaliação dos
elementos patrimoniais seguintes será feita:

• Débitos, créditos e títulos de renda: pelo seu valor nominal, feita a conversão (quando em moeda
estrangeira) à taxa de câmbio vigente na data do balanço;
• Bens móveis e imóveis: pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou construção, sendo
passíveis de reavaliações.
• Bens de almoxarifado: pelo preço médio ponderado das compras.

Administração de material permanente


A administração patrimonial propriamente dita diz respeito à administração do bens permanentes da
organização, especificamente aos bens móveis permanentes.
Tombamento é o procedimento administrativo de identificação de um bem permanente registrado no
patrimônio da organização.
Na realização do tombamento se registram as características do bem, seu valor de aquisição, etc.. Tudo
isso vai para um sistema (hoje em dia é quase tudo informatizado!), que associa esse bem específico a um
número de registro patrimonial, que identifica aquela unidade patrimonial especificamente. Tal número
deve ser sequencial e único para cada item específico. Os números de cada item do patrimônio não devem
ser reutilizados, independentemente da causa da baixa do bem originalmente registrado sob um número
específico. A única possibilidade de reuso do número é se o mesmo bem for reincorporado ao patrimônio
da organização.
Sempre que possível, o registro do número patrimonial é afixado com uma plaquinha, gravação ou etiqueta
no próprio bem (no caso de material bibliográfico, aceita-se o registro mediante carimbo).
Movimentação, transferência e baixa
Tipos de movimentação de bens na administração pública:

• Cessão: a movimentação da posse do material é temporária, e se dará entre a União, seus órgãos,
autarquias, fundações e os órgãos, autarquias e fundações de Estados, DF e municípios. A regra é

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que isso aconteça apenas para os bens inservíveis (que não servem), mas também poderá ser feita
com bens que servem para o órgão que cede, desde que justificada pela autoridade competente.
• Transferência: a transferência, por sua vez, é permanente. O material que era de um órgão passa
definitivamente para o outro, seja interna ou externamente à União. Mais uma vez: a regra é que
isso aconteça apenas para os bens inservíveis (que não servem, especialmente os ociosos e
recuperáveis), mas também poderá ser feita com bens que servem para o órgão que cede, desde
que justificada pela autoridade competente.

A baixa é a retirada do bem do acervo patrimonial da organização como consequência do fato de que ele já
não se encontra mais na propriedade da organização, seja por alienação, perda, ou qualquer outra causa.
Vida útil, depreciação e amortização
Conceitos principais:

Conceito Definição

Redução do valor de um bem pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação
Depreciação
da natureza ou obsolescência ao longo de sua vida útil

Redução do valor aplicado na aquisição de direitos de propriedade e quaisquer


outros, inclusive ativos intangíveis, com existência ou exercício de duração
Amortização
limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou
contratualmente limitado.

Perda do valor, decorrente da exploração de direitos, cujo objeto sejam


Exaustão recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

Período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo ou o número


Vida útil de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera
obter pela utilização do ativo.

Período de tempo definido ou estimado tecnicamente, durante o qual se espera


Vida útil econômica
obter fluxos de benefícios futuros de um ativo.

Soma do preço de compra de um bem com os gastos suportados direta ou


Valor de aquisição
indiretamente para colocá-lo em condição de uso.

Montante líquido que a entidade espera, com razoável segurança, obter por um
Valor residual ativo no fim de sua vida útil econômica, deduzidos os gastos esperados para sua
alienação.

Valor depreciável, Valor original de um ativo deduzido do seu valor residual, quando possível ou
amortizável e necessária a sua determinação.

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exaurível
Fonte: elaborado pelo autor com base em Manual SIAFI9
O método de depreciação linear pode ser utilizado pela simples aplicação do percentual de depreciação ao
valor inicial do bem, até que se chegue ao seu valor residual (quando não se pode mais aplicar a
depreciação).
Assim:

𝐷𝑡 = 𝑃 × 𝑇𝑑

Onde:
Dt = Valor da depreciação anual
P = Valor do custo inicial do bem
Td = Taxa anual de depreciação.

Outra fórmula para o mesmo cálculo considera o valor residual e a vida útil do bem, quando não se possui
a taxa de depreciação. Parece um pouco mais difícil, mas é tão fácil quanto a anterior:

𝑃 − 𝑉𝑅
𝐷𝑡 =
𝑁

Onde:
Dt = Valor da depreciação anual
P = Valor do custo inicial do bem
VR = Valor residual

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Disponível em: < https://bit.ly/2PzUeTD>.
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Administração do patrimônio imobiliário


O patrimônio imobiliário público compreende todos os imóveis pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público interno (União, estados, DF e municípios). Todos os outros são considerados particulares. Os
bens públicos não estão sujeitos ao usucapião, e podem ser divididos em:

• Bens de uso comum do povo: como rios, mares, estradas, ruas, etc. São inalienáveis.
• Bens de uso especial: edifícios ou terrenos destinados ao serviço da Administração Pública e suas
autarquias. São inalienáveis.
• Bens dominicais: constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de
direito pessoal ou real, mas não estão ligados a uma função pública específica, como um terreno da
União sem construção ou um prédio municipal desocupado. Só podem ser alienados seguindo as
exigências legais.

As principais regras sobre a ingresso e alienação de bens imóveis no âmbito da Administração Pública estão
na lei 8.666/1993. Seus principais elementos:

• A alienação de bens imóveis dependerá de (Lei 8.666/93, Art. 17):


o Para órgãos da administração direta, autarquias e fundações públicas: autorização
legislativa.
o Para todos os órgãos e entidades, inclusive paraestatais: avaliação prévia e licitação na
modalidade concorrência.
• Será dispensada a licitação para alienação de bens imóveis nos seguintes casos (Lei 8.666/93, Art.
17):
o Dação em pagamento;
o Doação para outro órgão ou entidade de qualquer esfera;
o Permuta;
o Investidura;
o Venda a outro órgão ou entidade da administração pública de qualquer esfera;
o Outros.
• Como regra, a compra ou alienação de bens imóveis pela Administração pública se dará na
modalidade licitatória de concorrência, qualquer que seja o valor.
o Exceção: Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da
autoridade competente, observadas as seguintes regras: I - avaliação dos bens alienáveis; II
- comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; III - adoção do procedimento
licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão (Lei 8.666/93, Art. 19);

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Manutenção de bens imóveis


Há três tipos essenciais de manutenção que podem ser feitas sobre os imóveis e seus sistemas:

Tipo de
Explicação
manutenção

Conduzida periodicamente, de acordo com um calendário específico, tem como


objetivo evitar (prevenir) a ocorrência de problemas e deterioração. Ocorre antes
da constatação de um problema. Busca reduzir o custo total de manutenção,
sendo vantajosa quando seu custo for menor do que a estimativa dos custos da
Preventiva
manutenção corretiva que será evitada. Assim, busca evitar a necessidade de
elevados gastos para verificação e antecipação de problemas, além de gastos
vultosos com a eventual paralização do funcionamento da organização para
correção de problemas.

A manutenção preditiva busca prever eventuais problemas prediais a partir de


análises técnicas, aumentando ao máximo o tempo necessário entre uma
Preditiva intervenção e outra. Requer o uso de tecnologias e ferramentas de ultrassom,
infravermelho, medição de vibrações, etc., para verificar o estado atual das
instalações e, por isso, possui elevado custo.

A manutenção corretiva é a que acontece após a ocorrência de um problema,


buscando corrigir a falha. Pode comprometer o funcionamento da organização
Corretiva por um certo período de tempo e, por isso, pode ser a mais cara de todas. Deve
se evitar que seja necessária, mas é fundamental que seja bem feita, se tal
intervenção tiver que acontecer.

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5. QUESTÕES COMENTADAS

QUESTÕES SOBRE ADMINISTRAÇÃO PATRIMONIAL

1. (CESPE/EBSERH/Analista Administrativo – Qualquer Área/2018) A venda de um bem imóvel


pertencente a uma unidade da administração pública para outro órgão público dependerá de
autorização legislativa, de avaliação prévia do seu valor e de licitação na modalidade concorrência.
Comentário:
Segundo o Art. 17 da Lei 8.112, a autorização legislativa será necessária para a alienação de bens imóveis
(órgãos públicos) e de avaliação prévia (inclusive para paraestatais). A regra é a licitação na modalidade
concorrência, mas há exceções nas quais a licitação é dispensada, sendo uma delas a venda para outros
órgãos públicos, de qualquer esfera de governo.
Assim, quando a questão fala que a licitação será na modalidade concorrência, para o caso específico,
torna-se errada.
GABARITO: Errado.

2. (CESPE/EBSERH/Analista Administrativo – Qualquer Área/2018) Móveis que eventualmente


sejam furtados de um hospital deverão ser baixados do inventário de bens dessa entidade e os seus
números de patrimônio poderão ser reutilizados em novos móveis que forem adquiridos no mesmo
padrão.
Comentário:
Neste caso, a baixa dos bens realmente deve ocorrer, já que não se encontram mais como patrimônio
efetivo da organização.
Apesar disso, o número de patrimônio utilizado para um bem que sofra baixa não poderá ser reutilizado
para outro bem. A única possibilidade de reuso do número é caso o bem original seja reincorporado ao
patrimônio da organização.
GABARITO: Errado.

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3. (CESPE/TCE-PB/Agente de Documentação/2018) Durante o inventário de bens patrimoniais na


sede de um órgão da administração pública, constatou-se que algumas cadeiras de escritório do setor de
compras haviam sido levadas para a sala de reuniões da diretoria.
Considerando-se que os diretores tenham decidido manter referidas cadeiras na sala de reuniões, o
recurso administrativo a ser utilizado para regularizar a ocorrência descrita nessa situação hipotética
será
A a transferência.
B a cessão.
C a permuta.
D a alienação.
E o desfazimento.
Comentário:
A movimentação de bens móveis em caráter definitivo é a transferência. Como a questão não dá a
entender que o caráter é temporário (que transformaria a movimentação em “cessão”), entende-se que
houve transferência.
GABARITO: A.

4. (CESPE/COPEVE-UFAL/Prefeitura de Chã Preta – AL/Agente Administrativo/2015) Antônio Pedro


necessita classificar os bens pertencentes ao patrimônio público de um Município, mas está com dúvida
de como seria a classificação do prédio onde funciona a sede de sua secretaria. Considerando a situação
hipotética, segundo o critério jurídico, o prédio onde funciona a secretaria seria classificado como bem
imóvel de uso
A público.
B comum.
C privativo.
D dominial.
E especial.
Comentário:
Os bens do patrimônio público são tipicamente classificados como de uso comum (praças, praias, etc.), de
uso especial (afetados à prestação de algum serviço público, como o prédio de uma secretaria de estado), e
dominicais (patrimônio desocupado, como terrenos sem uso ou prédios vazios).
Assim, como no caso específico temos que saber sobre qual o tipo de patrimônio de um prédio onde
funciona uma secretaria, temos a clareza de que é um imóvel de uso especial.
GABARITO: E
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5. (FGV/Câmara de Salvador - BA/Analista – Compras, Material e Patrimônio/2018) O empréstimo


de equipamentos realizado entre órgãos públicos é definido como:
A) comodato;
B) cessão;
C) aquisição;
D) incorporação;
E) movimentação.
Comentário:
Existem dois tipos específicos de movimentação de bens móveis: cessão e transferência.
Relembremos os aspectos essenciais de cada uma das formas de movimentação:
Cessão: a movimentação da posse do material é temporária, e se dará entre a União, seus órgãos,
autarquias, fundações e os órgãos, autarquias e fundações de Estados, DF e municípios.
Transferência: a transferência, por sua vez, é permanente.
Sabendo que apenas a cessão funciona temporariamente, um verdadeiro “empréstimo”, já que o bem
deve ser devolvido, a resposta só poderia estar na letra B.
Sei que algumas pessoas contestaram a banca afirmando que a cessão é uma forma de movimentação (e
isso está certo), mas como havia uma resposta mais específica, não haveria a menor chance de a banca
anular. Acostume-se: busque sempre a resposta mais específica possível!
GABARITO: B.

6. (FGV/Câmara de Salvador - BA/Analista – Compras, Material e Patrimônio/2018) Dentro do


contexto da gestão patrimonial das empresas, os bens corpóreos destinados à manutenção das
atividades de uma companhia ou exercidos com essa finalidade são classificados como:
A) ativo contábil;
B) ativo imobilizado;
C) bens intangíveis;
D) despesa operacional;
E) despesa permanente.
Comentário:
A questão apresenta a definição perfeita para o ativo imobilizado, que é aquilo que serve de base para o
funcionamento da organização.

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GABARITO: B.

7. (FGV/Câmara de Salvador - BA/Analista – Compras, Material e Patrimônio/2018) Referente à


gestão patrimonial de empresas, é correto afirmar que:
A) o gerenciamento da depreciação é de importância secundária, uma vez que esta não impacta no
resultado operacional da empresa;
B) a vida econômica de um bem é o tempo que ele demora para perder todo o seu valor contábil;
C) o valor contábil de um bem depende de como esse bem é utilizado e mantido, uma vez que é a
diferença entre o valor depreciado e o valor de mercado;
D) a decisão de substituir equipamentos deve ser tomada com base nas estimativas de custo anual
equivalente do equipamento defendente e do equipamento desafiante;
E) patentes e direitos autorais não são incluídos no balanço patrimonial por serem bens intangíveis.
Comentário:
Bela questão, mas de nível mais difícil. Vejamos cada alternativa:
a) errado. O gerenciamento da depreciação é ponto muito relevante na administração patrimonial.
b) errado. A vida econômica de um bem é o tempo que ele gera benefícios econômicos.
c) errado. O valor contábil depende do valor de aquisição e sua depreciação.
d) certo! O texto nessa assertiva tenta confundir o candidato com o uso dos termos “equipamento
defendente” e “equipamento desafiante”. Trata-se, respectivamente, do equipamento hoje utilizado na
organização e daquele que se está considerando trazer para substituir o atual. Sabendo disso, fica claro que
a comparação feita na letra D faz todo sentido!
e) errado. Patentes e direitos autorais são ativos intangíveis e devem integrar o balanço patrimonial.
GABARITO: D.

8. (FGV/Câmara de Salvador - BA/Analista – Compras, Material e Patrimônio/2018) A administração


patrimonial trata como material permanente tangível todos aqueles que se enquadram como material
permanente, imóveis ou instalações.
Para os materiais permanentes, o procedimento de identificação de um bem patrimonial por ocasião de
sua incorporação ao patrimônio de uma organização é definido como:
A requisição;
B comodato;
C movimentação de bens;
D inventário;
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E tombamento.
Comentário:
Questão bem direta: a identificação do patrimônio, no momento em que é incorporado ao patrimônio da
organização, inclusive pela afixação de placa, gravação, etiqueta ou carimbo (este último, para obras
literárias) é o tombamento.
GABARITO: E.

9. (FGV/Câmara de Salvador - BA/Analista – Compras, Material e Patrimônio/2018) Um bem


adquirido por R$ 1.000.000,00 possui uma depreciação anual de R$ 85.000,00. Adotando o método de
depreciação linear, o valor residual desse bem no 6º ano, em reais, será:
A 660.000,00;
B 575.000,00;
C 490.000,00;
D 405.000,00;
E 320.000,00.
Comentário:
A depreciação linear será de R$85.000 por ano. Ao final do sexto ano, terá sido de 6 x R$85.000 =
R$510.000. Ao final do 6º ano, o valor residual será de R$1.000.000 – R$510.000 = R$490.000.
GABARITO: C.

10. (IADES/CFM/Serviços Operacionais/2018) Assinale a alternativa que indica um recurso


patrimonial móvel.
A) Guindaste
B) Terreno
C) Projeto
D) Patentes
E) Jazidas
Comentário:
Bela questão.
O único exemplo de bem móvel (que pode ser removido de seu lugar para outro, sem perder suas
características) é um guindaste (apesar de ele poder ser “fixo”, é possível movê-lo sem problemas).
No mais:
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Terrenos e jazidas são imóveis.


Projetos e patentes são intangíveis.
GABARITO: A.

11. (IADES/CFM/Serviços Operacionais/2018) No que se refere a patrimônio, assinale a alternativa


que indica um bem patrimonial intangível.
A) Jazida
B) Terreno
C) Computadores
D) Patentes
E) Automóvel
Comentário:
Bens intangíveis são aqueles que não possuem substância ou massa física, como as patentes, direitos de
uso, etc.
Assim, os bens A, B, C, e E são tangíveis e apenas o que está na letra D é intangível.
GABARITO: D.

12. (CEPS-UFPA/CEPS-UFPA/Assistente em Administração/2018) O processo de aquisição, registro,


conservação e controle do acervo de bens permanentes de um órgão público ou que tenha este tipo de
controle exigido regimentalmente é denominado
A) gestão patrimonial.
B) análise de riscos.
C) codificação.
D) normalização.
E) classificação abc.
Comentário:
A questão apresenta o conjunto de processos que se entende como a administração/gestão patrimonial.
GABARITO: A

13. (CEPS-UFPA/CEPS-UFPA/Assistente em Administração/2018) A unidade responsável pela gestão


patrimonial de uma instituição acaba de receber novos servidores. Sendo assim, é fundamental que o

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gestor da unidade oriente sobre alguns conceitos básicos. Um desses conceitos é relacionado ao
procedimento de identificação de um bem patrimonial, efetuado na incorporação do bem ao patrimônio
de uma organização denominado de
A) sistema de gestão de materiais.
B) logística sustentável.
C) almoxarifado.
D) protocolo.
E) tombamento.
Comentário:
A identificação do patrimônio por meio da gravação, afixação de placas, etiquetas ou carimbos (em livros) é
chamada de tombamento patrimonial.
GABARITO: E.

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6.LISTA DE QUESTÕES

QUESTÕES SOBRE ADMINISTRAÇÃO PATRIMONIAL

1. (CESPE/EBSERH/Analista Administrativo – Qualquer Área/2018) A venda de um bem imóvel


pertencente a uma unidade da administração pública para outro órgão público dependerá de
autorização legislativa, de avaliação prévia do seu valor e de licitação na modalidade concorrência.

2. (CESPE/EBSERH/Analista Administrativo – Qualquer Área/2018) Móveis que eventualmente


sejam furtados de um hospital deverão ser baixados do inventário de bens dessa entidade e os seus
números de patrimônio poderão ser reutilizados em novos móveis que forem adquiridos no mesmo
padrão.

3. (CESPE/TCE-PB/Agente de Documentação/2018) Durante o inventário de bens patrimoniais na


sede de um órgão da administração pública, constatou-se que algumas cadeiras de escritório do setor de
compras haviam sido levadas para a sala de reuniões da diretoria.
Considerando-se que os diretores tenham decidido manter referidas cadeiras na sala de reuniões, o
recurso administrativo a ser utilizado para regularizar a ocorrência descrita nessa situação hipotética
será
A a transferência.
B a cessão.
C a permuta.
D a alienação.
E o desfazimento.

4. (CESPE/COPEVE-UFAL/Prefeitura de Chã Preta – AL/Agente Administrativo/2015) Antônio Pedro


necessita classificar os bens pertencentes ao patrimônio público de um Município, mas está com dúvida
de como seria a classificação do prédio onde funciona a sede de sua secretaria. Considerando a situação
hipotética, segundo o critério jurídico, o prédio onde funciona a secretaria seria classificado como bem
imóvel de uso
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A público.
B comum.
C privativo.
D dominial.
E especial.

5. (FGV/Câmara de Salvador - BA/Analista – Compras, Material e Patrimônio/2018) O empréstimo


de equipamentos realizado entre órgãos públicos é definido como:
A) comodato;
B) cessão;
C) aquisição;
D) incorporação;
E) movimentação.

6. (FGV/Câmara de Salvador - BA/Analista – Compras, Material e Patrimônio/2018) Dentro do


contexto da gestão patrimonial das empresas, os bens corpóreos destinados à manutenção das
atividades de uma companhia ou exercidos com essa finalidade são classificados como:
A) ativo contábil;
B) ativo imobilizado;
C) bens intangíveis;
D) despesa operacional;
E) despesa permanente.

7. (FGV/Câmara de Salvador - BA/Analista – Compras, Material e Patrimônio/2018) Referente à


gestão patrimonial de empresas, é correto afirmar que:
A) o gerenciamento da depreciação é de importância secundária, uma vez que esta não impacta no
resultado operacional da empresa;
B) a vida econômica de um bem é o tempo que ele demora para perder todo o seu valor contábil;
C) o valor contábil de um bem depende de como esse bem é utilizado e mantido, uma vez que é a
diferença entre o valor depreciado e o valor de mercado;
D) a decisão de substituir equipamentos deve ser tomada com base nas estimativas de custo anual
equivalente do equipamento defendente e do equipamento desafiante;
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E) patentes e direitos autorais não são incluídos no balanço patrimonial por serem bens intangíveis.

8. (FGV/Câmara de Salvador - BA/Analista – Compras, Material e Patrimônio/2018) A administração


patrimonial trata como material permanente tangível todos aqueles que se enquadram como material
permanente, imóveis ou instalações.
Para os materiais permanentes, o procedimento de identificação de um bem patrimonial por ocasião de
sua incorporação ao patrimônio de uma organização é definido como:
A requisição;
B comodato;
C movimentação de bens;
D inventário;
E tombamento.

9. (FGV/Câmara de Salvador - BA/Analista – Compras, Material e Patrimônio/2018) Um bem


adquirido por R$ 1.000.000,00 possui uma depreciação anual de R$ 85.000,00. Adotando o método de
depreciação linear, o valor residual desse bem no 6º ano, em reais, será:
A 660.000,00;
B 575.000,00;
C 490.000,00;
D 405.000,00;
E 320.000,00.

10. (IADES/CFM/Serviços Operacionais/2018) Assinale a alternativa que indica um recurso


patrimonial móvel.
A) Guindaste
B) Terreno
C) Projeto
D) Patentes
E) Jazidas

11. (IADES/CFM/Serviços Operacionais/2018) No que se refere a patrimônio, assinale a alternativa


que indica um bem patrimonial intangível.
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A) Jazida
B) Terreno
C) Computadores
D) Patentes
E) Automóvel

12. (CEPS-UFPA/CEPS-UFPA/Assistente em Administração/2018) O processo de aquisição, registro,


conservação e controle do acervo de bens permanentes de um órgão público ou que tenha este tipo de
controle exigido regimentalmente é denominado
A) gestão patrimonial.
B) análise de riscos.
C) codificação.
D) normalização.
E) classificação abc.

13. (CEPS-UFPA/CEPS-UFPA/Assistente em Administração/2018) A unidade responsável pela gestão


patrimonial de uma instituição acaba de receber novos servidores. Sendo assim, é fundamental que o
gestor da unidade oriente sobre alguns conceitos básicos. Um desses conceitos é relacionado ao
procedimento de identificação de um bem patrimonial, efetuado na incorporação do bem ao patrimônio
de uma organização denominado de
A) sistema de gestão de materiais.
B) logística sustentável.
C) almoxarifado.
D) protocolo.
E) tombamento.

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7.GABARITO

1. E
2. E
3. A
4. E
5. B
6. B
7. D
8. E
9. C
10. A
11. D
12. A
13. E

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8. BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais: uma introdução. São Paulo: Editora Atlas, 2015.

BRASIL. Lei 4.320/1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4320.htm>. Acesso em 14/12/2018.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2005.

DIAS, Marco A. P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 6ª Ed. São Paulo: atlas, 2015.

DIAS, Marco A. P. Administração de Materiais: princípios, conceitos, gestão. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2014.

GONÇALVES, Paulo S. Administração de Materiais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

MANUAL SIAFI. Disponível em: < http://manualsiafi.tesouro.fazenda.gov.br/> Acesso em 14/12/2018.

MARTINS, Petrônio G. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 3ª Ed. Revista e atualizada.


São Paulo: Saraiva, 2009.

PRADO, Luiz A. F. BRANDALIZE, A. Administração de Transporte: o grande diferencial logístico. Revista


Ciências Empresariais, Ano II, n. 3 ago/dez, 2008.

SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Portaria 448, de 13 de setembro de 2002. Disponível em:<


http://esaf.fazenda.gov.br/institucional/centros-regionais/sao-paulo/arquivos/portaria-
448.pdf/@@download/file/portaria%20448.pdf>. Acesso em: 14/12/2018.

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