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DIREITO CIVIL

(Rafael Magagnin)
#MegeDPE-SP
• CUIDADO!! A fim de afirmar a ideia de INCLUSÃO, a Lei Federal n. 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com
Deficiência) estabeleceu que a DEFICIÊNCIA NÃO AFETA a prática de diversos ATOS DA VIDA CIVIL, dentre
eles, especificamente:

a) casar-se e constituir união estável;


b) exercer direitos sexuais e reprodutivos;
c) exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre
reprodução e planejamento familiar;
d) conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
e) exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária;
j) exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas.

CONCEITO de pessoa com DEFICIÊNCIA (art. 2º): “Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas”. Barreiras podem ser: urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes, nas
comunicações e na informação, atitudinais (decorrente das atitudes) e tecnológicas.
OUTRAS IMPLICAÇÕES NO CCB:
1) TESTEMUNHAR: aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem
discernimento para a prática dos atos da vida civil e os cegos e surdos podem servir como
testemunhas = tecnologia assistiva.

2) O CASAMENTO NÃO É MAIS NULO quando contraído pelo enfermo mental sem o necessário
discernimento para os atos da vida civil. Só a infringência de impedimento constitui causa de nulidade
(art. 1.548, II, CCB).

3) A pessoa com deficiência mental ou intelectual poderá se casar, manifestando vontade


diretamente, por meio do responsável ou pelo curador (art. 1.550, 2º).

4) Somente o defeito FÍSICO irremediável e a moléstia grave e transmissível, capaz de pôr em risco a
saúde do outro cônjuge ou de sua descendência, são causas de erro essencial sobre a pessoa
(ignorância ANTERIOR ao casamento). Deficiência de qualquer tipo e a doença mental grave não são
causas.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA:
1) Diferenças substanciais.

2) É decenal o prazo prescricional aplicável às hipóteses de pretensão


fundamentadas em inadimplemento contratual.
- execução específica ou pagamento por perdas e danos (mora);
- execução pelo equivalente ou resolução contratual (inadimplemento).

3) É adequada a distinção dos prazos prescricionais da pretensão de


reparação civil advinda das responsabilidades contratual e
extracontratual.
LEMBRETES A RESPEITO DA LINDB:
1) A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior:
- não existe relação hierárquica entre lei complementar e lei ordinária (RE 377.457);

2) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior:
- Lei de Execução Fiscal é especial com relação ao CPC, que é geral – prazo para embargos (REsp 977.980);
- CDC é especial ao Código Civil – prazos prescricionais (REsp 1.036.230);
- Lei de Locações é especial com relação ao CC - vedação da majoração unilateral do aluguel (REsp 1.027.229);
- o ECA prevalece sobre a Lei Geral de Previdência Social – guarda e pensão por morte (EREsp 1.141.788).

3) Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência:
- só se admite a repristinação expressa. Na ADIN é diferente, pois há a retirada “ex tunc” (REsp 1.122.490);

4) Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito:
- relação homoafetiva – analogia à união estável – plano de assistência médica (REsp 238.715);
- licença de servidor público estadual para desempenho de mandato classista (RMS 22.880).

5) Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum:
- são abusivas as cláusulas de contrato de plano de saúde limitativas do tempo de internação (REsp 361.415).
LEMBRETES A RESPEITO DA LINDB:
6) A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada:
- Causa de interrupção da prescrição tributária só a partir da LC 118 de 2015 (RE 1.058.409);
- A decisão que os aprecia legitima REsp e não RExt – conceito na Lei Federal (REsp 1.056.281).

7) Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo
começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem:
- não existe direito adquirido a regime de remuneração, desde que resguardada a irredutibilidade de vencimentos
(REsp 1.110.753).

8) Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso:
- relativização da coisa julgada nas ações de DNA (REsp 1.071.458);

9) As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil,
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes:
- dívida de jogo contraída no estrangeiro tem validade no Brasil (REsp 1.628.974-SP).

10) O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for
diverso, a do primeiro domicílio conjugal:
- casal domiciliado no Brasil – aplicação da lei brasileira ao tempo do casamento (REsp 275.985);
- cônjuges residentes em países distintos - casamento no exterior e primeiro domicílio no Brasil – aplicação da lei
brasileira quanto ao regime de bens (REsp 134.346).
BEM DE FAMÍLIA
a) ALTERAÇÃO LEGISLATIVA:
(i) Não constitui mais exceção (agora NÃO PODE PENHORAR) o crédito de trabalhadores da residência e suas
contribuições do INSS (LC 150 de 2015);
(ii) Continua sendo inoponível à execução de alimentos, mas agora deve ser resguardada a meação do companheiro ou
cônjuge, salvo se obrigação conjunta (Lei 13.144 de 2015).

B)SÃO AINDA CAUSAS DE INOPONIBILIDADE = o bem É PENHORADO:


(i) Financiamento destinado à construção ou aquisição do imóvel e IPTU;
(ii) Crédito constituído pela PGF para INSS ou LOAS recebido por dolo, fraude ou coação ou 3º que sabia;
(iii) Execução de hipoteca, nos seus limites, mesmo que não registrada no RI (REsp 1.455.554);
(iv) Adquirido com produto de crime ou decorrente execução de sentença penal (ressarcimento, indenização
ou perdimento), mesmo que tenha havido a extinção da punibilidade pelo “sursis” (REsp 1.091.236);
(v) Fiança em contrato de locação (Súmula 549 do STJ);
(vi) Vaga de garagem com matrícula própria (Súmula 449 do STJ).
BEM DE FAMÍLIA

C) SÃO AINDA CAUSAS DE IMPENHORABILIDADE:

(i) O imóvel residencial e o comercial do devedor, quando o aluguel paga a locação


residencial dele;
(ii) Se o bem é ocupado por um familiar ou parente;
(iii) O imóvel de pessoas solteiras, separadas ou viúvas;
(iv) A pequena propriedade rural, cabendo ao executado comprovar que a área é
qualificada como pequena; e ao exequente demonstrar que não há exploração
familiar da terra;
(v) O imóvel em nome da sociedade empresária, desde que nele resida o sócio
devedor.
BEM DE FAMÍLIA

d) Os direitos do devedor fiduciante sobre o imóvel objeto de contrato de


alienação fiduciária em garantia possuem a proteção da
impenhorabilidade legal.

BENS PÚBLICOS

a) SÚMULA 619 STJ: A ocupação de bem público constitui mera detenção. Não
gera retenção e indenização por acessões ou benfeitorias.
CONTRATO DE FIANÇA
REGRA DA INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO: é personalíssima. No caso da fiança, é EXCEÇÃO: pela
gravitação jurídica, se interrompida contra o devedor afiançado, também estará contra o fiador.
CUIDADO! Se interrompida contra o fiador, em regra não prejudica o afiançado, salvo se forem
devedores solidários (renúncia ao benefício de ordem; se coloque como principal pagador/solidário ou se
o devedor principal for insolvente ou falido).

- Admite-se a penhora de bem de família do fiador em contrato de locação;


- Não admite interpretação extensiva = limitação da fiança deve ser respeitada.
- Pode ser estipulada sem a oitiva ou o consentimento do devedor principal;
- Pode ser estipulada por dívida futura; pode prorrogar automaticamente em mútuo bancário;
- Obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, salvo se resultar da incapacidade do devedor, mas só
não abrange o mútuo feito a menor;
- REGRA: se prestada por duas pessoas = devedores solidários, salvo se reservarem a divisão.
COMPRA E VENDA
Situações em que a liberdade de comprar e vender é restringida:

Anulável se os demais descendentes ou o cônjuge


Venda de ascendente para (salvo na separação obrigatória de bens) não
descendente consentiram. Prazo decadencial de 02 anos a contar da
data do ato!
Venda a cônjuge Bens comuns
Condômino de bem indivisível Primeiro deve oferecer ao outro condômino
CUIDADO!! O consentimento dos herdeiros e do cônjuge é também necessário na permuta
desigual, na dação em pagamento, no compromisso de compra e venda, na cessão onerosa de
direitos hereditários e em outros negócios em que for possível a fraude.

E como fica na DOAÇÃO de ascendente a descendente?


RESPONSABILIDADE CIVIL

a)Adulto que agride criança gera dano moral in re ipsa.

b)Pai que tem condições e não auxilia MATERIALMENTE o filho, tem o dever de
indenizar, porque gera ato ilícito (art. 186). Não se trata de mero atraso eventual
no pagamento. Abandono afetivo é diferente.

c)Correlação entre a sentença criminal e a cível:


- Juiz cível não pode reconhecer de ofício a culpa concorrente;

d) Pais são responsáveis pelos atos praticados pelo filho esquizofrênico já adulto;
RESPONSABILIDADE CIVIL
e) A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, condicional, mitigada
e equitativa, enquanto que a responsabilidade dos pais dos filhos menores será substitutiva,
exclusiva e não solidária.

f) O fato do pai não estar, fisicamente, ao lado do filho não afasta o dever dele de indenizar.

g) Suicídio premeditado ocorrido DEPOIS dos 2 primeiros anos gera o dever da SEGURADORA pagar
a indenização. SÚMULA 610 STJ: O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do
contrato de seguro de vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva
técnica formada.

h) SÚMULA 403 STJ: direito de imagem x fato histórico de repercussão social = não há direito à
indenização. LEMBRAR da ADI 4815: não é necessária autorização prévia para obras biográficas
literárias ou audiovisuais (art. 20 CCB). Não há indenização, tampouco, quando houver a
representação da imagem por coadjuvante.
RESPONSABILIDADE CIVIL
i) Concessionária de rodovia não responde por roubo ou sequestro. Fortuito externo. A
segurança diz respeito ao bom estado de conservação e sinalização da rodovia apenas.

j) É ineficaz perante terceiros a cláusula de exclusão da cobertura securitária no caso do


acidente advir de embriaguez do segurado ou a quem foi confiada a direção. Mas perante o
próprio segurado ou a quem confiou é válida a exclusão securitária.

l) SÚMULA 620 STJ: A embriaguez do segurado não exime a seguradora do pagamento da


indenização prevista em contrato de seguro de vida.

m) É cabível o pedido de indenização por danos morais decorrentes do descumprimento de


ordem judicial em outra demanda, que já tenha sido objeto de fixação de astreintes.
RESPONSABILIDADE CIVIL DOS FILHOS
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua
companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas
condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a
concorrente quantia.
RESPONSABILIDADE CIVIL DOS FILHOS

Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos
responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as
pessoas designadas no art. 932.

Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios
suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não
terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Espécies de Usucapião
(todas exigem a posse MANSA, PACÍFICA, CONTÍNUA e com ANIMUS DOMNI)
Espécies Prazo Outros requisitos
Extraordinária 15 anos ----

Extraordinária Especial 10 anos - Moradia habitual OU obras serviços de caráter


produtivo
Ordinária 10 anos Justo título + boa-fé
-Aquisição onerosa +
Tabular 5 anos -Registro cartorial cancelado posteriormente +
-Moradia OU investimento de interesse social ou
econômico (posse-trabalho).
Imóvel especial urbana -Área de até 250 m2; +
Constitucional urbana -Não ser proprietário de outro urbano ou rural; +
5 anos -Moradia sua E OU de sua família.
Especial de imóvel urbano
Pró-morare ou habitatione
Espécies de Usucapião
(todas exigem a posse MANSA, PACÍFICA, CONTÍNUA e com ANIMUS DOMNI)
Espécies Prazo Outros requisitos
- Núcleos urbanos informais; +
- Posse sem oposição há + de 5 anos; +
Especial coletiva urbana 5 anos
- Área total dividida menor que 250m2 por
possuidor; +
-Não ser proprietário de outro urbano ou rural.

Especial rural -Não ser proprietário de imóvel; +


Constitucional rural -Terreno de no máximo 50 ha; +
5 anos
-Tornar produtiva com trabalho OU família; +
Rural Pró-labore -Para moradia

Indígena 10 anos - Ocupar como própria terra inferior a 50 ha

Móvel geral 5 anos ----

- Justo título; +
Móvel especial 3 anos
-Boa-fé.
Usucapião Familiar
Espécie Prazo Requisitos
-Posse mansa, pacífica, contínua, ininterrupta e sem oposição;
-Posse direta e com exclusividade;
-Imóvel urbano de até 250 m2;
Familiar 2 anos -Propriedade dividida com cônjuge ou companheiro que abandonou o lar
(não basta a mera separação de fato, deve haver o abandono
voluntário);
-Moradia sua ou de sua família;
-Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural

OBSERVAÇÕES SOBRE A USUCAPIÃO:

a) JUSTO TÍTULO: consiste em qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a propriedade, independentemente de
registro (Enunciado 86), inclusive a promessa de compra e venda quitada (Enunciado 87).

b) USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA: permite-se que o herdeiro que já residia no imóvel ao tempo da abertura da sucessão
some a posse do seu antecessor. Admite-se que recaia sobre unidades autônomas de condomínios edilícios (Enunciado 85),
mas a área comum não é computada no limite (Enunciado 314). Se a área for superior a 250m2, não é permitido o seu
fracionamento (Enunciado 313).
OBSERVAÇÕES SOBRE A USUCAPIÃO:
c) USUCAPIÃO ESPECIAL DE IMÓVEL URBANO: Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de
cinco anos e cuja área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros
quadrados por possuidor são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam
proprietários de outro imóvel urbano ou rural. O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este
artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas. Na sentença, o juiz
atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada
um ocupe, salvo hipótese de acordo. É indivisível, salvo 2/3 dos condôminos. Deliberações por maioria dos votos.

b) “INTERVERSIO POSSESSIONIS”: é admitida na hipótese do possuidor direto demonstrar ato exterior e


inequívoco de oposição ao antigo possuidor indireto, tendo por efeito o animus domni (Enunciado 237);

c) CONVERSÃO DA DETENÇÃO EM POSSE: é possível, desde que rompida a subordinação (Enunciado 301);

d) USUCAPIÃO DE IMÓVEL DA CEF: apesar de ser empresa pública, quando a CEF atua no sistema financeiro da
habitação, ela explora serviço público, o que torna o imóvel de sua propriedade imprescritível pela afetação (REsp
1.448.026). Não se admite nem mesmo a utilização dos interditos possessórios (mero detentor), salvo em face de
particular (REsp. 1.296.964).

e) DECLARAÇÃO DE OFÍCIO: o juiz não pode reconhecer de ofício a usucapião (REsp 1.106.809).
DIREITO DE FAMÍLIA:

a)UNIÃO ESTÁVEL: não exige escritura pública, mesmo que comunhão universal (REsp 1.459.97);

(i) CONTRATO DE CONVIVÊNCIA: se não elaborado, importa na comunhão parcial de bens (art. 1.725);

deve ser escrito e não admite efeitos retroativos (REsp 1.383.624).

(ii) DIREITO REAL DE HABITAÇÃO: é garantido, mesmo que ela venha a adquirir outro imóvel com o
dinheiro do seguro de vida do “de cujus”. Não pressupõe a inexistência de outros bens pelo supérstite.

(iii) PROTEÇÃO PATRIMONIAL: somente será invalidada a venda de imóvel se comprovada a publicidade da
união, pela averbação do contrato de convivência ou da decisão judicial que reconheceu a união estável no
Registro de Imóveis em que cadastrados os bens comuns; ou então no caso de comprovada má-fé do
adquirente.

(iv) ALIMENTOS: são irrenunciáveis, mesmo que por escritura pública (REsp 1.178.233).

(v) CONVERSÃO EM CASAMENTO: tanto faz se pela via administrativa ou judicial.


UNIÃO ESTÁVEL:

O prazo para anular partilha amigável é de 04 anos. 01 ano aplica-se para a


anulação de partilha em inventário.

É possível a doação de bens de um companheiro a outro. Neste caso, o bem não


será partilhável. São regimes de bens no casamento que admitem a doação de
bens:
- separação convencional de bens;
- comunhão parcial (com bens particulares);
- participação final nos aquestos (bens particulares).
ALIMENTOS:
a) JUSTIFICAÇÃO POR TESTEMUNHAS: É possível, mas deve ocorrer no tríduo.

b) REEMBOLSO DAS DESPESAS: o prazo prescricional para reembolso das despesas pagas unicamente por
um dos genitores, em razão do inadimplemento do outro, é de 10 anos;

c) EFEITOS DA SENTENÇA REVISIONAL: não importa se ela irá majorar, reduzir ou exonerar, os efeitos
retroagem à data da citação, por força do art. 13, parágrafo 2º, Lei 5.478 de 68), não admitindo-se, apenas,
a repetição do que foi pago a maior ou eventual compensação ( SÚMULA 621 STJ);

d) RESPONSABILIDADE DO ESPÓLIO: o Espolio só será obrigado a manter a obrigação alimentar se já tiver


sido constituído o título executivo ao tempo da morte; do contrário, não.

e) AVOENGA: é subsidiária e complementar, devendo ser comprovada a impossibilidade de ambos os pais


arcar com as despesas do alimentando. Nem mesmo a morte do pai é causa automática. SÚMULA 596 STJ:
impossibilidade total ou parcial dos pais.

f) PRESCRIÇÃO: alimentos retroativos, tem início no trânsito em julgado da sentença investigatória.


ALIMENTOS:
f) Filho maior de 18 anos com doença mental incapacitante = necessidade presumida.

g) ATÉ QUANDO PAGA? Em regra, até os 18 anos, mas não é automática = Súmula 358 STJ. Deve
poder se defender, pois enquanto estiver frequentando curso superior ou técnico, ainda será
devida a pensão e agora com fundamento na relação de parentesco (não mais no poder familiar) e
prevalece que até os 24 anos (ainda presumida e com base no parentesco). Mestrado, doutorado e
especialização não é presumida.

h) GRAVÍDICOS: com o parto, converte em alimentos. Ocorre “sucessão processual”.

i) SÚMULA 594 STJ: legitimidade do MP para ajuizar ação de alimentos independentemente do


poder familiar, de situação de risco ou da existência da DPE no local. MP = substituto processual;
DPE = representante processual.

j) ADMITE-SE a COMPENSAÇÃO de valor pago “IN NATURA” de OBRIGAÇÃO ALIMENTAR fixada em


$$. Mera liberalidade ou efetivo pagamento quando for condomínio, IPTU, saúde e alimentação??
ALIMENTOS:
l) Não se aplica a teoria do adimplemento substancial em relações familiares.

m) Excepcionalmente, admite-se a fixação de alimentos em valores ou percentuais


diferentes entre os filhos.

n) Admite-se o desconto em folha cumulado com a penhora de outros bens do devedor


de alimentos. Ideia de complementação – “poder geral de efetivação da tutela pelo
Magistrado”.

o) Alimentos acordados voluntariamente entre ex-cônjuges somente são corrigidos


monetariamente caso haja previsão expressa no pacto.
RELAÇÃO DE PARENTESCO:
a) DESCONSTITUIÇÃO DA PATERNIDADE REGISTRAL: somente é possível em caso de “erro substancial”, ou
seja, se o genitor foi enganado (vício no consentimento). Ainda, não pode ter sido criado vínculo de
afetividade com o filho. “Adoção à brasileira” não legitima a desconstituição, pelo “venire contra factum
proprium”).

b) RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO DA PATERNIDADE: não admite anulação. MAS O FILHO PODE:


situação diferente é a do filho, que pode desconstituir a “adoção à brasileira” e buscar o registro da
paternidade biológica. RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA: admite-se no caso de ação julgada
improcedente; mas não se admite quando o pai ou herdeiros não comparecem no laboratório (S. 301 STJ).

c) PLURIPARENTALIDADE: é admitida, no caso de existência da paternidade socioafetiva e biológica.


Ambos os pais figurarão no registro e todos os direitos inerentes à paternidade serão garantidos (RExt
898.060);

d) “POST MORTEM”: é possível o reconhecimento “pos mortem” da paternidade socioafetiva, mesmo


depois da morte do pai (REsp. 1.500.999). MAS NÃO É POSSÍVEL DEPOIS DA MORTE DO FILHO, em
respeito à sua memória e imagem (REsp 1.688.470-RJ).
RELAÇÃO DE PARENTESCO

e) ALCANCE CONTRA TERCEIROS: a viúva pode impugnar ação de paternidade, mesmo que não seja
herdeira (REsp 1.466.423). Os efeitos da sentença que reconhece a paternidade atinge terceiros, a
exemplo dos avós, que irão figurar no registro, mesmo sem participar do processo (REsp 1.331.815).

f) RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA: em regra, admite-se, nos casos em que não reconhecida a
paternidade por falta de provas. Contudo, se ela foi reconhecida porque o investigado (ou os seus
herdeiros) se recusaram a comparecer, não é mais possível a relativização, conforme STJ.

g) É possível a fixação das astreintes para garantir o direito à convivência. Admite-se, também, a busca
e apreensão, mas ela é bem mais dramática e deve ser “ultima ratio”.
RELAÇÃO DE PARENTESCO

h) Dissolução de entidade familiar = possibilidade de convivência com os animais de estimação.


SEPARAÇÃO, DIVÓRCIO e DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL:
a) Na separação e no divórcio, é possível a cobrança de indenização pelo uso exclusivo de bem
comum, desde que haja definição da parte de cada um por meio inequívoco. PRESTAÇÃO DE
CONTAS: pode ser exigida de quem está na posse dos bens comuns, independente de irregularidade,
prejuízo ou crédito.
b) Não é partilhado o FGTS auferido antes do casamento ou da união estável, se regidos pela
parcial.
c) É possível a partilha dos direitos de concessão de uso para fins de moradia de imóvel público em
dissolução de união estável.
d) Para o STJ, ainda existe a separação judicial, mesmo depois da EC 66 de 2010.
e) Admite-se a desconsideração inversa. Mas o beneficiado e a empresa devem figurar como réus
também.
f) Previdência complementar fechada não entra na partilha da união estável.
g) PREMIO LOTERIA e UNIÃO ESTÁVEL e separação OBRIGATÓRIA de bens (art. 1.660, II, CCB).
SEPARAÇÃO, DIVÓRCIO e DISSOLUÇÃO DE UNIÃO
ESTÁVEL:

h) Na separação legal de bens, comunicam-se desde que


comprovado o esforço comum para a sua aquisição. Não é
presumido (pena de ineficácia do regime da separação legal).
Súmula 377 STF.
DIREITO DAS SUCESSÕES
a)HERDEIROS NECESSÁRIOS:

Cônjuge;

Ascendentes;

Descendentes.

O(a) companheiro(a) não é herdeiro necessário.

Aos herdeiros necessários, é resguardo 50% do patrimônio deixado pelo “de cujus”, quota
esta que é chamada de “legítima”.

OBS: é possível voltar a usar o nome de solteiro(a) pela viuvez. Sobre o NOME, lembrar: não é
necessária a realização de cirurgia de transgenitalização para alteração do nome!
DIREITO DAS SUCESSÕES

b) SUCESSÃO DO(A) COMPANHEIRO(A):

(i) Só quanto aos bens onerosamente adquiridos na constância da união estável;


(ii) Não há a reserva de ¼ do patrimônio;
(iii) Se concorrer com filhos comuns – quota = à deles;
(iv) Se concorrer com filhos exclusivos - ½ da quota de cada um;
(v) Se concorrer com outros parentes - 1/3 de toda herança;
(vi) Não havendo parentes sucessíveis – tem direito a toda herança;
(vii) Tem direito real de habitação (REsp 1.203.144).

OBS: É inconstitucional a diferenciação de regimes sucessórios entre cônjuges e


companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime estabelecido no
artigo 1.829 do Código Civil. Em caso de sucessão causa mortis do companheiro, deverão ser
aplicadas as mesmas regras da sucessão causa mortis do cônjuge (STF – repercussão geral e STJ).
DIREITO DAS SUCESSÕES

b) SUCESSÃO DO(A) CÔNJUGE(A):


(i) Não tem direito sucessório: casado pelos regimes:
- comunhão universal de bens;
- separação obrigatória;
- comunhão parcial, sem bens particulares.
- também se separado judicialmente ou de fato há mais de 02 anos.

(ii) Independentemente do regime, tem direito real de habitação, desde que seja o único bem a
inventariar;

(iii) Se concorrer com os descendentes, terá direito a quinhão = ao deles; nunca poderá ser inferior a
¼ da herança, se for ascendente dos herdeiros com quem concorrer;
DIREITO DAS SUCESSÕES

b) SUCESSÃO DO(A) CÔNJUGE(A):

(iv) Não havendo descendentes = ascendentes. Havendo igualdade em grau e diversidade em linha,
cada linha recebe metade (mesmo que um dos avós vier a falecer). Não há distinção de grau
(havendo só uma mãe, ela recebe toda a parte dos ascendentes). Se o cônjuge concorrer com
ascendente de 1º grau, ganha 1/3 da herança; se não, ganha ½.

(v) Não havendo descendentes e ascendentes = tudo vai para o cônjuge.

(vi) Se não houver cônjuge = a herança vai para colaterais até o quarto grau = 1º os mais próximos.

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