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(Rafael Magagnin)
#MegeDPE-SP
• CUIDADO!! A fim de afirmar a ideia de INCLUSÃO, a Lei Federal n. 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com
Deficiência) estabeleceu que a DEFICIÊNCIA NÃO AFETA a prática de diversos ATOS DA VIDA CIVIL, dentre
eles, especificamente:
CONCEITO de pessoa com DEFICIÊNCIA (art. 2º): “Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas”. Barreiras podem ser: urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes, nas
comunicações e na informação, atitudinais (decorrente das atitudes) e tecnológicas.
OUTRAS IMPLICAÇÕES NO CCB:
1) TESTEMUNHAR: aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem
discernimento para a prática dos atos da vida civil e os cegos e surdos podem servir como
testemunhas = tecnologia assistiva.
2) O CASAMENTO NÃO É MAIS NULO quando contraído pelo enfermo mental sem o necessário
discernimento para os atos da vida civil. Só a infringência de impedimento constitui causa de nulidade
(art. 1.548, II, CCB).
4) Somente o defeito FÍSICO irremediável e a moléstia grave e transmissível, capaz de pôr em risco a
saúde do outro cônjuge ou de sua descendência, são causas de erro essencial sobre a pessoa
(ignorância ANTERIOR ao casamento). Deficiência de qualquer tipo e a doença mental grave não são
causas.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA:
1) Diferenças substanciais.
2) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior:
- Lei de Execução Fiscal é especial com relação ao CPC, que é geral – prazo para embargos (REsp 977.980);
- CDC é especial ao Código Civil – prazos prescricionais (REsp 1.036.230);
- Lei de Locações é especial com relação ao CC - vedação da majoração unilateral do aluguel (REsp 1.027.229);
- o ECA prevalece sobre a Lei Geral de Previdência Social – guarda e pensão por morte (EREsp 1.141.788).
3) Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência:
- só se admite a repristinação expressa. Na ADIN é diferente, pois há a retirada “ex tunc” (REsp 1.122.490);
4) Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito:
- relação homoafetiva – analogia à união estável – plano de assistência médica (REsp 238.715);
- licença de servidor público estadual para desempenho de mandato classista (RMS 22.880).
5) Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum:
- são abusivas as cláusulas de contrato de plano de saúde limitativas do tempo de internação (REsp 361.415).
LEMBRETES A RESPEITO DA LINDB:
6) A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada:
- Causa de interrupção da prescrição tributária só a partir da LC 118 de 2015 (RE 1.058.409);
- A decisão que os aprecia legitima REsp e não RExt – conceito na Lei Federal (REsp 1.056.281).
7) Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo
começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem:
- não existe direito adquirido a regime de remuneração, desde que resguardada a irredutibilidade de vencimentos
(REsp 1.110.753).
8) Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso:
- relativização da coisa julgada nas ações de DNA (REsp 1.071.458);
9) As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil,
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes:
- dívida de jogo contraída no estrangeiro tem validade no Brasil (REsp 1.628.974-SP).
10) O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for
diverso, a do primeiro domicílio conjugal:
- casal domiciliado no Brasil – aplicação da lei brasileira ao tempo do casamento (REsp 275.985);
- cônjuges residentes em países distintos - casamento no exterior e primeiro domicílio no Brasil – aplicação da lei
brasileira quanto ao regime de bens (REsp 134.346).
BEM DE FAMÍLIA
a) ALTERAÇÃO LEGISLATIVA:
(i) Não constitui mais exceção (agora NÃO PODE PENHORAR) o crédito de trabalhadores da residência e suas
contribuições do INSS (LC 150 de 2015);
(ii) Continua sendo inoponível à execução de alimentos, mas agora deve ser resguardada a meação do companheiro ou
cônjuge, salvo se obrigação conjunta (Lei 13.144 de 2015).
BENS PÚBLICOS
a) SÚMULA 619 STJ: A ocupação de bem público constitui mera detenção. Não
gera retenção e indenização por acessões ou benfeitorias.
CONTRATO DE FIANÇA
REGRA DA INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO: é personalíssima. No caso da fiança, é EXCEÇÃO: pela
gravitação jurídica, se interrompida contra o devedor afiançado, também estará contra o fiador.
CUIDADO! Se interrompida contra o fiador, em regra não prejudica o afiançado, salvo se forem
devedores solidários (renúncia ao benefício de ordem; se coloque como principal pagador/solidário ou se
o devedor principal for insolvente ou falido).
b)Pai que tem condições e não auxilia MATERIALMENTE o filho, tem o dever de
indenizar, porque gera ato ilícito (art. 186). Não se trata de mero atraso eventual
no pagamento. Abandono afetivo é diferente.
d) Pais são responsáveis pelos atos praticados pelo filho esquizofrênico já adulto;
RESPONSABILIDADE CIVIL
e) A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, condicional, mitigada
e equitativa, enquanto que a responsabilidade dos pais dos filhos menores será substitutiva,
exclusiva e não solidária.
f) O fato do pai não estar, fisicamente, ao lado do filho não afasta o dever dele de indenizar.
g) Suicídio premeditado ocorrido DEPOIS dos 2 primeiros anos gera o dever da SEGURADORA pagar
a indenização. SÚMULA 610 STJ: O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do
contrato de seguro de vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva
técnica formada.
h) SÚMULA 403 STJ: direito de imagem x fato histórico de repercussão social = não há direito à
indenização. LEMBRAR da ADI 4815: não é necessária autorização prévia para obras biográficas
literárias ou audiovisuais (art. 20 CCB). Não há indenização, tampouco, quando houver a
representação da imagem por coadjuvante.
RESPONSABILIDADE CIVIL
i) Concessionária de rodovia não responde por roubo ou sequestro. Fortuito externo. A
segurança diz respeito ao bom estado de conservação e sinalização da rodovia apenas.
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos
responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as
pessoas designadas no art. 932.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios
suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não
terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Espécies de Usucapião
(todas exigem a posse MANSA, PACÍFICA, CONTÍNUA e com ANIMUS DOMNI)
Espécies Prazo Outros requisitos
Extraordinária 15 anos ----
- Justo título; +
Móvel especial 3 anos
-Boa-fé.
Usucapião Familiar
Espécie Prazo Requisitos
-Posse mansa, pacífica, contínua, ininterrupta e sem oposição;
-Posse direta e com exclusividade;
-Imóvel urbano de até 250 m2;
Familiar 2 anos -Propriedade dividida com cônjuge ou companheiro que abandonou o lar
(não basta a mera separação de fato, deve haver o abandono
voluntário);
-Moradia sua ou de sua família;
-Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural
a) JUSTO TÍTULO: consiste em qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a propriedade, independentemente de
registro (Enunciado 86), inclusive a promessa de compra e venda quitada (Enunciado 87).
b) USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA: permite-se que o herdeiro que já residia no imóvel ao tempo da abertura da sucessão
some a posse do seu antecessor. Admite-se que recaia sobre unidades autônomas de condomínios edilícios (Enunciado 85),
mas a área comum não é computada no limite (Enunciado 314). Se a área for superior a 250m2, não é permitido o seu
fracionamento (Enunciado 313).
OBSERVAÇÕES SOBRE A USUCAPIÃO:
c) USUCAPIÃO ESPECIAL DE IMÓVEL URBANO: Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de
cinco anos e cuja área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros
quadrados por possuidor são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam
proprietários de outro imóvel urbano ou rural. O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este
artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas. Na sentença, o juiz
atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada
um ocupe, salvo hipótese de acordo. É indivisível, salvo 2/3 dos condôminos. Deliberações por maioria dos votos.
c) CONVERSÃO DA DETENÇÃO EM POSSE: é possível, desde que rompida a subordinação (Enunciado 301);
d) USUCAPIÃO DE IMÓVEL DA CEF: apesar de ser empresa pública, quando a CEF atua no sistema financeiro da
habitação, ela explora serviço público, o que torna o imóvel de sua propriedade imprescritível pela afetação (REsp
1.448.026). Não se admite nem mesmo a utilização dos interditos possessórios (mero detentor), salvo em face de
particular (REsp. 1.296.964).
e) DECLARAÇÃO DE OFÍCIO: o juiz não pode reconhecer de ofício a usucapião (REsp 1.106.809).
DIREITO DE FAMÍLIA:
a)UNIÃO ESTÁVEL: não exige escritura pública, mesmo que comunhão universal (REsp 1.459.97);
(i) CONTRATO DE CONVIVÊNCIA: se não elaborado, importa na comunhão parcial de bens (art. 1.725);
(ii) DIREITO REAL DE HABITAÇÃO: é garantido, mesmo que ela venha a adquirir outro imóvel com o
dinheiro do seguro de vida do “de cujus”. Não pressupõe a inexistência de outros bens pelo supérstite.
(iii) PROTEÇÃO PATRIMONIAL: somente será invalidada a venda de imóvel se comprovada a publicidade da
união, pela averbação do contrato de convivência ou da decisão judicial que reconheceu a união estável no
Registro de Imóveis em que cadastrados os bens comuns; ou então no caso de comprovada má-fé do
adquirente.
(iv) ALIMENTOS: são irrenunciáveis, mesmo que por escritura pública (REsp 1.178.233).
b) REEMBOLSO DAS DESPESAS: o prazo prescricional para reembolso das despesas pagas unicamente por
um dos genitores, em razão do inadimplemento do outro, é de 10 anos;
c) EFEITOS DA SENTENÇA REVISIONAL: não importa se ela irá majorar, reduzir ou exonerar, os efeitos
retroagem à data da citação, por força do art. 13, parágrafo 2º, Lei 5.478 de 68), não admitindo-se, apenas,
a repetição do que foi pago a maior ou eventual compensação ( SÚMULA 621 STJ);
g) ATÉ QUANDO PAGA? Em regra, até os 18 anos, mas não é automática = Súmula 358 STJ. Deve
poder se defender, pois enquanto estiver frequentando curso superior ou técnico, ainda será
devida a pensão e agora com fundamento na relação de parentesco (não mais no poder familiar) e
prevalece que até os 24 anos (ainda presumida e com base no parentesco). Mestrado, doutorado e
especialização não é presumida.
e) ALCANCE CONTRA TERCEIROS: a viúva pode impugnar ação de paternidade, mesmo que não seja
herdeira (REsp 1.466.423). Os efeitos da sentença que reconhece a paternidade atinge terceiros, a
exemplo dos avós, que irão figurar no registro, mesmo sem participar do processo (REsp 1.331.815).
f) RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA: em regra, admite-se, nos casos em que não reconhecida a
paternidade por falta de provas. Contudo, se ela foi reconhecida porque o investigado (ou os seus
herdeiros) se recusaram a comparecer, não é mais possível a relativização, conforme STJ.
g) É possível a fixação das astreintes para garantir o direito à convivência. Admite-se, também, a busca
e apreensão, mas ela é bem mais dramática e deve ser “ultima ratio”.
RELAÇÃO DE PARENTESCO
Cônjuge;
Ascendentes;
Descendentes.
Aos herdeiros necessários, é resguardo 50% do patrimônio deixado pelo “de cujus”, quota
esta que é chamada de “legítima”.
OBS: é possível voltar a usar o nome de solteiro(a) pela viuvez. Sobre o NOME, lembrar: não é
necessária a realização de cirurgia de transgenitalização para alteração do nome!
DIREITO DAS SUCESSÕES
(ii) Independentemente do regime, tem direito real de habitação, desde que seja o único bem a
inventariar;
(iii) Se concorrer com os descendentes, terá direito a quinhão = ao deles; nunca poderá ser inferior a
¼ da herança, se for ascendente dos herdeiros com quem concorrer;
DIREITO DAS SUCESSÕES
(iv) Não havendo descendentes = ascendentes. Havendo igualdade em grau e diversidade em linha,
cada linha recebe metade (mesmo que um dos avós vier a falecer). Não há distinção de grau
(havendo só uma mãe, ela recebe toda a parte dos ascendentes). Se o cônjuge concorrer com
ascendente de 1º grau, ganha 1/3 da herança; se não, ganha ½.
(vi) Se não houver cônjuge = a herança vai para colaterais até o quarto grau = 1º os mais próximos.