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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE DIREITO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO

POLÍTICAS FAMILIARES: POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O FORTALECIMENTO


DOS VÍNCULOS FAMILIARES COMO EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS
FUNDAMENTAIS

FORTALEZA

2023
POLÍTICAS FAMILIARES: POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O FORTALECIMENTO
DOS VÍNCULOS FAMILIARES COMO EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS
FUNDAMENTAIS

Projeto de pesquisa apresentado à Comissão


Examinadora como requisito parcial para
seleção para admissão ao Curso de Doutorado
do Programa de Pós-Graduação em Direito da
Universidade Federal do Ceará. Área de
Concentração: Constituição, Sociedade e
Pensamento Jurídico. Linha de pesquisa 1:
Direitos Fundamentais e Políticas Públicas
(item “h” Políticas Públicas e Direitos
Fundamentais).

FORTALEZA

2023
I – TÍTULO

POLÍTICAS FAMILIARES: POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O FORTALECIMENTO DOS


VÍNCULOS FAMILIARES COMO EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

II – INDICAÇÃO DA LINHA DE PESQUISA

Área de Concentração: Constituição, Sociedade e Pensamento Jurídico. Linha de pesquisa 1:


Direitos Fundamentais e Políticas Públicas (item “h” Políticas Públicas e Direitos
Fundamentais)

III – JUSTIFICATIVA

No artigo 226 da Constituição Federal de 1988 afirma-se que a família é base da


sociedade e, portanto, o Estado deve protegê-la, especialmente. Segue-se a leitura dos
dispositivos constitucionais, e se depara com uma série de deveres da família com relação à
criança e ao adolescente, ao idoso, ou mesmo com relação à pessoa com deficiência. Há uma
sequência de normas relativas ao papel da família para realização dos direitos fundamentais.

Assim observa-se que: (1) O art. 226 da Constituição Federal de 1988 (CF/88) afirma
que “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado", (2) O art. 226, § 7º,
estabelece que, "fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade
responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar
recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma
coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas". (3) O art. 226 § 8º, determina que "O
Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações", (4) O art. 227 da CF/88 traz a
convivência familiar como direito fundamental da criança e do adolescente, (5) O art. 229 da
CF/88 estabelece que "os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os
filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade",
(6) O art. 230 da CF/88 determina que "A família, a sociedade e o Estado têm o dever de
amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua
dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida".

Portanto, a família, pelas normas constitucionais, deve ser fortalecida desde sua unidade
interna, ou seja, ser empoderada com autonomia e competência para exercer, com
responsabilidade, as tarefas que lhe são próprias. No mesmo sentido, ao Estado cabe
desenvolver políticas públicas familiares, nas três esferas de Governo (União, estados, DF e
municípios), articuladas, bem como no âmbito dos três poderes - Executivo, Legislativo e
Judiciário - que levem à efetividade do papel dos núcleos familiares na sociedade brasileira.

A preocupação do constituinte com as famílias fundamenta-se na necessidade de olhar


para o primeiro espaço de socialidade humana, o familiar. Além de ser o espaço das relações
humanas mais próxima, na família, o indivíduo encontra a proteção e o tratamento pessoalizado,
que outros atores e espaços sociais, por mais que emulem, não conseguem substituir – os
vínculos que se estabelecem no âmbito familiar têm uma dimensão afetiva, volitiva a racional
que impacta diretamente na pessoa humana.

A família possui um importante papel social, tanto que juridicamente a convivência


familiar é reconhecida como direito fundamental da criança e do adolescente. Disposição
constitucional que se reflete no Estatuto da Criança e do Adolescente e demais legislações
específicas. Há unanimidade quando o assunto é o pertencimento à família, fazer parte de uma
família é direito fundamental, direito humano, inscrito no Pacto de São José da Costa Rica e
outros tratados internacionais, bem como direito natural intrínseco à dignidade da pessoa
humana.

Contudo, ao se observarem as políticas públicas voltadas para o fortalecimento das


famílias, existem ações pontuais1 dos governantes, no que se refere às políticas estatais. O Poder
Judiciário, especialmente, realiza por vezes, programas de apoio às famílias que passam por
divórcios, dissoluções, questões que envolvem guarda, alimentos, violência doméstica,
alienação parental etc. Embora sejam ações que mereçam prosperar, há que se pensar em
políticas sistemáticas e contínuas, que tenham um alcance amplo (aos mais variados tipos e
contextos familiares), bem como respeitem as especificidades de cada pessoa.

Nesse sentido, a questão da violência intrafamiliar (situação que embora recorrente, é


excepcional) também é preocupação estatal, na medida em que o ambiente doméstico deve ser
de proteção e segurança, não mais um espaço de violação de direitos e instabilidade. No §8º do
artigo 226 da Constituição de 1988 ficou estabelecido que o poder público deve envidar
esforços para coibir a violência doméstica – essa proteção ganha dimensões ainda maiores ao
se observar os direitos da criança e do adolescente, na medida em que são pessoas que devem
receber especial atenção da família, seja nuclear ou ampliada.

1
As políticas de transferência de renda; incentivos à escolarização; programas de apoio às famílias que passam por
divórcios; programas de amparo às situações de violência intrafamiliar e doméstica etc.
Na medida em que se verificam as necessidades das pessoas, nota-se a importância do
espaço familiar, e que a convivência familiar, mais que um direito da criança e do adolescente,
é imprescindível à pessoa – por diversos motivos. Em todas as etapas da vida, a família é o
locus social em que o indivíduo, realmente, é ser irrepetível – ou seja, é no âmbito familiar que
se pode encontrar a expressão da dignidade humana no sentido de proteção à identidade e
valorização dos laços humanos.

A família é o espaço da solidariedade por natureza – essencialmente, os vínculos


desenvolvidos no ambiente familiar singularizam a pessoa e conferem ao indivíduo a
possibilidade de desenvolvimento no sentido de respeitar as potencialidades da pessoa humana:
sua razão, vontade e afetividade.

Ainda que existam situações de famílias desestruturadas, no Direito, por vezes, se parte
do dever ser. Ou seja, ainda que haja violação de direitos em núcleos familiares, o esperado e o
normal é que a família seja ambiente de cuidado, educação, amor e alegria. Além disso, cabe
ao Estado e a comunidade política – para não dizer sociedade de forma difusa – buscar mapear
os problemas e almejar encontrar as soluções. Quando a política deixa de se ocupar do bem
comum, e opera para fins particulares, perde-se o sentido republicano estabelecido no texto
constitucional.

Deste modo, a proposta de pesquisa apresenta algumas reflexões sobre a família, a


atuação estatal (a partir das políticas públicas) e como ocorre a relação entre os diversos atores
na sociedade civil – especialmente no âmbito da civilização ocidental, em que predominam
Estados democráticos, com um catálogo de direitos fundamentais com enfoque na proteção e
preservação da dignidade da pessoa humana – sendo esta, alicerce dos países livres e signatários
dos direitos humanos.

Dado o contexto atual das famílias no Brasil, almeja-se definir o que são políticas
familiares e os motivos que devem justificar a devida preocupação governamental para a sua
realização. Há uma pluralidade de situações que devem ser pensadas, por isso, o escopo central
da pesquisa é a busca por construir uma estrutura de política estatal que esteja voltada ao
fortalecimento dos vínculos familiares como pilar para realização dos direitos fundamentais.

IV – PROBLEMATIZAÇÃO, COM INDICAÇÃO DAS REFERÊNCIAS TEÓRICAS E


PRÁTICAS DA PESQUISA

Quanto mais há propostas de realização de intervenções estatais, amplia-se a busca por


arrecadação tributária, e, por conseguinte, é importante que os cidadãos/contribuintes saibam
em que será empregado o orçamento público – por tudo isso, o estudo de políticas públicas é,
absolutamente necessário, pois é o modo de realização dos direitos fundamentais pelo Estado.

A atuação deve ser exigida, sobretudo, porque há um programa normativo-


constitucional que visa fins republicanos por intermédio de mecanismos democráticos – a
justiça é finalidade do Direito, mas se realiza a partir de ações práticas. A construção de uma
sociedade livre, justa e solidária passa pelo fortalecimento das famílias, na medida que esta é
base do tecido social por albergar os indivíduos como primeiro e principal espaço de
socialização, conhecimento do outro e autoconhecimento.

Por óbvio que ao se tratar sobre políticas públicas depara-se com um amplo espectro de
atuação – análise que não é a finalidade do presente trabalho. Mas, especialmente, pretende-se,
com a pesquisa proposta, analisar as políticas estatais específicas para família e que tenham
como finalidade o fortalecimento dos vínculos familiares, expressão da eficácia horizontal dos
direitos fundamentais.

As políticas públicas são programas de ação governamental com finalidades específicas


para locais determinados em um momento definido. Portanto, falar em políticas públicas
voltadas à família é tratar de um tema que interessa diretamente o núcleo familiar na sua
compreensão como alicerce da sociedade – conforme dispõe a Constituição de 1988.

Apesar de ter se afirmado alhures a compreensão do constituinte, ressalta-se que a


afirmação não é decorrência de uma perspectiva reduzida da família, apenas como um espaço
econômico, mas a família em todas as suas dimensões (social, econômica, jurídica, afetiva) –
na medida em que é a instituição da sociedade que proporciona o primeiro contato da pessoa
em crescimento com outros indivíduos, e ao mesmo tempo, também, é o ambiente que deve
recepcionar os que necessitam de acolhimento na senilidade ou adoecimento.

Não é possível resumir o conceito de ser humano, assim como não cabe reducionismos
quanto ao significado de família. Por isso, ainda que não exista definição legal precisa, a família
é uma instituição da sociedade e ao mesmo tempo é um espaço de desenvolvimento afetivo,
ambiente de segurança e cuidado, que permite o desenvolvimento e o liame de pertença que
todo ser humano necessita.

Observe-se que faz parte da condição humana a construção do espaço familiar, o homem
na perspectiva de Hannah Arendt (2007) passa por algumas etapas ao longo da história, mas o
que se percebe desde os gregos é a dualidade entre vida pública e vida privada. Para participar
da polis, o homem grego, necessitava do espaço privado, da oika. O espaço da necessidade é o
espaço familiar, imprescindível ao ser humano.

Hodiernamente, há uma certa confusão sobre os elementos constitutivos da família,


sobretudo, porque há uma aparente percepção de que família é “apenas” afetividade. Nesse
sentido, importa reforçar o que há fora do espaço jurídico, e entender que a afetividade são os
sentimentos, emoções e estados de ânimos das pessoas (SARRÁIS, 2018), e que as decisões, a
vontade humana não é direcionada somente por preferências, estados e sentimentos, mas
envolvem também atitudes de racionalidade, de assunção de compromissos e deveres que serão
cobrados, na medida em que compreendem a realização de direitos para justos titulares.

Portanto, pensar e repensar o conceito de família se traduz num dos objetivos do trabalho
que ora se pretende realizar. Assim como outras definições, vastamente utilizadas pelos
pesquisadores do Direito e demais juristas, mas de uma certa incompreensão ou imprecisão do
efetivo conceito técnico, por exemplo, a própria dignidade humana, que é fundamento do
Estado. No pensando de Luís Fernando Barzotto (2010, p. 27) considera-se que a pessoa detém
dignidade na medida em que sua existência é reconhecida pelo outro, deste modo, a dignidade
existe na convivência. Deve-se ter a dignidade como algo ligado à identidade humana e a sua
irrepetibilidade. Assim, observa-se que:

A dignidade da pessoa humana expressa a exigência do reconhecimento de todo ser


humano como pessoa. Dizer, portanto, que uma conduta ou situação viola a dignidade
humana, isso significa que nesta conduta ou situação o ser humano não foi
reconhecido como pessoa: ‘o que não quer respeitar os homens como pessoas, ou lhes
nega o título de pessoas, ou considera o conceito de pessoa como supérfluo e
inadequado para caracterizar algo. O emprego do conceito de pessoa é idêntico a um
ato de aceitação de determinados deveres frente ao que denominados assim’
(BARZOTTO, 2010, p. 29)
A importância da família no desenvolvimento e realização da dignidade humana da
criança e adolescente, por exemplo, foi positivada na Constituição Federal de 1988, no Estatuto
da Criança e Adolescente, e no Código Civil de 2002, que albergam dispositivos relativos à
convivência familiar, exercício do poder familiar e deveres parentais para o melhor interesse
dos filhos. Nesse sentido, em 2009, houve uma importante mudança do ECA que reforçou a
necessidade de se favorecer a convivência familiar, a Lei 12.010 de 03 de agosto de 2009.

A vivência no espaço familiar é o alicerce para a convivência comunitária, por isso é


mais relevante. Haja vista que, como regra, a proximidade da família permite compreender as
necessidades, limitações e potencialidades da criança e do adolescente, com mais clareza e
presteza, em regra, que outras instituições sociais ou estatais. O papel da família se observa nas
políticas de prevenção à violência ou vício em drogas ou entorpecentes, por exemplo.
Nesse sentido, é fulcral compreender a função do Estado quando se trata das relações
familiares. O Estado, enquanto ente da sociedade civil, foi criado para suprir as necessidades
da própria sociedade. Embora exerça diversas funções na sociedade brasileira, o ideal seria que
atuasse o menos possível, segundo o princípio da subsidiariedade, conferindo, portanto, maior
autonomia e empoderamento aos cidadãos (PEREIRA JÚNIOR, 2005, p. 169):

Na hierarquia entre as entidades que envolvem o menor de idade, a família ocupa a


primeira posição numa ordem de precedência, pois é o órgão imediato de sua
formação. A sociedade civil (‘sociedade política’, em Maritain) está em um segundo
plano, pois precede o organismo estatal na existência, o qual, por sua vez, é produto
dela e a ela deve servir. Em terceiro lugar, coloca-se o Estado, estrutura (instrumental)
que tem por função zelar pelos serviços públicos como representante da sociedade
política na gestão dos poderes que pertencem a ela
A liberdade humana precisa da ação. Os indivíduos são os agentes dos processos de
transformação na sociedade. É próprio da pessoa afirmar sua natureza autônoma, sua
criatividade e individualidade, mediante o que se enriquece a sociedade civil. Por isso, o Estado,
nesse contexto, deve favorecer a autonomia, em prol da própria sociedade, de quem é acólito.
Como base da sociedade, a família tem funções primárias, principalmente, quanto às pessoas
que apresentam situações específicas de vulnerabilidade – criança, adolescente, idosos, pessoas
com deficiência, situações de endividamento, problemas de violência doméstica ou
intrafamiliar etc.

No século IV a.C, Aristóteles expôs a diferença das relações de amizade entre pais e
filhos – antes de se fazer uma análise anacrônica, é importante observar a percepção do filósofo
quanto às relações humanas, pois, ele destacava a importância da paternidade no contexto da
Grécia Antiga.

O Estagirita compara o sentimento da criança com relação aos pais, ao do amor dos
cidadãos gregos aos seus deuses. Ao falar sobre a amizade em sua Ética a Nicômaco, o estagirita
descreve dentre as relações de amizade, as de parentalidade. Apesar do amplo espaço temporal,
a definição pode ser empregada ainda hoje, pois o poder familiar dos pais implica uma
autoridade pautada pela convivência, e pela sensibilidade do amor e respeito – e sobretudo, pela
percepção que as relações familiares se traduzem em deveres, que são independentes das
preferências e afetos dos sujeitos. A noção dos antigos pode ser interpretada e aplicada à
realidade dos contemporâneos – pois o ser humano é o mesmo, nesse contexto é preciso
diferenciar acidente de essência.

A amizade das crianças por seus pais, assim como a devoção dos homens pelos deuses,
é aquela que se sente por um ser bom e que nos é superior, pois os pais concederam
aos seus filhos os maiores benefícios ao dar-lhes a vida, criá-los e, uma vez nascidos,
assegurar-lhes sua educação. E essa amizade entre pais e filhos possui ainda uma
superioridade em benefícios à amizade entre pessoas estranhas, superioridade que é
maior conforme maior for a convivência (ARISTÓTELES, 2015, p. 231).
Em outra de suas obras, a Política, o Estagirita ressalta ainda mais a importância dos
vínculos familiares, na medida em que a cidade está fundada na família – realidade, que sem
anacronismos, permanece atual. Notório que o liame familiar não se trata de criação artificial,
a relação entre pais e filhos, também não é existente apenas pela previsão legal. É universal e
inerente às civilizações e organizações humanas – a família é alicerce da vida em sociedade
(ARISTÓTELES, 2012).

Entre as razões de sua criação cultural nas sociedades, certamente está a proteção da
criança e adolescente, e preservação do modo de vida de determinado povo em determinado
período – está no espectro cultural, no âmbito da tradição. Mas a família surge
espontaneamente. Não é, portanto, artificial, criada como instituição em processo deliberativo,
tem mais de associação de caráter comunitário, tendo por finalidade a proteção das pessoas
(HAYEK, 1985, p. 63).

A evolução social do instituto significa que ele acompanha as modificações da


sociedade e das relações individuais, principalmente, àquelas de cunho privado. Por isso, não
se olvida que a autoridade dos pais não pode sofrer ingerências e interferências abusivas do
Estado.

Existe, portanto, a primazia da família – não por autoritarismo, mas por ser um espaço
diferenciado de relações humanas – não pode ser substituída por outras formas de organização
da sociedade, e, muito menos pelo governo. O que não significa que os agentes estatais não
devam ser operativos e conscienciosos com relação aos deveres decorrentes da atuação estatal.
Afinal, o Estado também tem a responsabilidade pela realização de direitos fundamentais.
Logo, os governos, independente da linha ideológica, devem estar voltados à realização de
políticas para as famílias – e pensar em como de forma sistemática e organizada as políticas
podem contribuir para concretização dos escopos republicanos.

Ao trabalharem-se as políticas voltadas especialmente às famílias é importante pensar


na organização voltada ao fortalecimento dos vínculos familiares e da própria atuação da
família a partir das pessoas no contexto familiar que são responsáveis pela concretização de
direitos fundamentais.

Há, sobretudo, que se levar em consideração a subsidiariedade da atuação estatal bem


como as matérias de cooperação. Por exemplo, a educação é dever, primeiro, da família,
especialmente, porque na família, a pessoa é considerada em sua individualidade, singularidade
e qualidade de ser irrepetível. Vê-se, que o papel do Estado é estrutural, na medida em que
deve possibilitar o acesso à educação e permitir iniciativas do âmbito privado – cabe às ações
governamentais o mínimo para garantia da efetividade do Direito.

Ao se ampliar o recorte dos direitos fundamentais, notório que o devedor principal da


efetividade dos direitos é da família – porque na realidade, o Estado e seus agentes não têm
rosto ou afetividade – o espaço de envolvimento por mérito é a família – daí, sua importância
em todos os textos normativos.

A redução da atuação e protagonismo das famílias é um indicador de que há um


problema no desenvolvimento da sociedade que precisa ser acertado – nesse momento, a
atuação governamental é imprescindível. O Estado não é substituto da família, mas é/deve ser
auxiliar dos núcleos familiares no seu fortalecimento, para que sejam reais atores de mudança
na sociedade.

A família nasce da esfera “privada”, que na compreensão clássica, não era o espaço do
político – mas veja-se que todo cidadão ateniense, era antes de tudo chefe de seu espaço familiar
– o ambiente privado é lugar do negócio, da ocupação para sobrevivência, é o locus da
necessidade, portanto, é o que sustenta a sociedade – não tão somente no sentido material.
Destarte, importa observar a relevância e o papel da família no contexto hodierno, conforme
propõe Antonio de Oliveira (2017, p. 196):

A família, nas sociedades ocidentais contemporâneas, é vista como instância


encarregada da proteção e provisão material e afetiva de seus membros. Contudo, uma
abordagem histórica mostra que nem sempre o caráter afetivo constituiu elemento de
destaque nos grupos familiares (Ariès, 1981; Azevedo; Guerra, 2000). Suas formas de
organização, ao longo dos tempos, passaram por diversas modificações até, na
Modernidade, assumirem a da família nuclear burguesa, tal como a conhecemos hoje.
O imaginário social1 está tão impregnado dessa ideia subliminar, que grupos
familiares, com configurações e modos de funcionamento distintos, muitas vezes são
considerados potencialmente produtores de “desajustes”.

São exemplos de políticas que se ocupam com a família: assistência à mãe solteira e
núcleos monoparentais, políticas de regularização de adoções, políticas de combate ao
abandono paterno, políticas de mediação familiar, políticas de terapia familiar, políticas de
formação familiar, políticas de formação para afastamento de gravidez precoce, educação
para maternidade e paternidade, assessoria para planejamento familiar, apoio ao
empreendedorismo familiar, educação financeira familiar etc.

Segundo Abrão e Mioto (2017) é importante que que se observem como essas políticas
ocorrem nos diferentes locais. Na Europa há um histórico de preocupação com a conciliação
do trabalho e família – que tem relação com o Welfare State, enquanto na América Latina,
existe um histórico paternalista, populismo estatal, que gera a dependência de programas
assistencialistas.

No continente latino-americano, as autoras entendem que há uma falha de unidade das


políticas, deveriam, portanto, serem observados três eixos: o apoio à família para o cuidado; o
combate à pobreza; e, a harmonização da vida em família com o tempo de trabalho,
especialmente, observando-se a desigualdade de gênero (ABRÃO, MIOTO, 2017).

Nesse sentido, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico


(OCDE) apresenta a necessidade de se pensarem políticas relacionadas às famílias para
sustentabilidade da sociedade. Pensar, portanto, políticas que têm relação com o aumento de
recursos para famílias com dependentes (crianças, adolescentes, idosos etc.), promoção do
desenvolvimento das crianças, redução de barreiras para as pessoas terem filhos (promoção da
natalidade), promoção da conciliação entre trabalho e vida familiar, igualdade de emprego e
renda entre homens e mulheres.

Portanto, compreender o conceito de família e as diversas circunstâncias sociais e


peculiaridades, as políticas públicas e de que forma se concretizam os direitos fundamentais, é
importante na medida em que o profissional do Direito lida de forma direta ou indireta com
problemas que estão relacionados ao espaço familiar.

V – INEDITISMO E ORIGINALIDADE DA PESQUISA (2)

A família é estudada no ramo do Direito Privado do Direito Civil de Família, porém, há


uma dimensão social relevante na família. Deste modo, faz-se necessário perceber que na
família a pessoa realiza suas diversas dimensões na medida em que ao mesmo tempo sujeito de
direitos e deveres. Logo, o núcleo familiar é um espaço para concretização de direitos
fundamentais – talvez, seja o local em que a pessoa em toda a sua totalidade é considerada.

A temática das políticas públicas voltada aos direitos das pessoas no âmbito familiar
não é usual no âmbito jurídico. Embora o tema não seja ignorado, haja vista existência de
produções científicas e literárias sobre a matéria, pensar o impacto dos vínculos familiares no
direito fundamental, requer esse diálogo entre ramos, aparentemente separados, mas que se
encontram na medida em que a realização dos direitos depende do modo como se aplicam as
normas.

A família, por vezes, é vista apenas na perspectiva das relações privadas, olvidando-se,
destarte, o importante papel social desempenhado pelo núcleo familiar – não é por outra razão
que a família é constitucionalmente reconhecida como base da sociedade, conforme o artigo
226 da Constituição Federal de 1988.

O Direito não pode se isolar do contexto social, especialmente, no que se refere às


situações relativas à família – em 2023 foi divulgado o Censo do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, em que se verifica uma redução da taxa de fecundidade
(atualmente, está 1,76 filho por mulher) (BRASIL, 2023, online), uma mudança que em médio
e longo prazo pode impactar no setor econômico e laboral e atingir políticas estatais que
dependem da população economicamente ativa – o Brasil não é alheio ao que ocorre no
continente Europeu e em alguns países asiáticos, em que os governos estão aplicando políticas
voltadas ao aumento da natalidade diante da drástica redução.

O tema a ser trabalhado guarda, também, originalidade na medida que se pretende


desenvolver um conceito de políticas familiares a partir da análise bibliográfica e, também, da
pesquisa de dados, de que estados e entes da federação têm adotado políticas nesse sentido. Se
a família é base da sociedade por definição Constitucional, por que quase não está em evidência
nos debates políticos? Por que poucos se ocupam em estabelecer e concretizar políticas que
visem o fortalecimento dos núcleos familiares? Por que no Direito e em ciências afins a família
reduz-se apenas aos afetos e esquece o seu papel promotor de desenvolvimento da
personalidade humana e do bem comum?

No que é pertinente ao ineditismo, a pesquisa tem o intento de estabelecer a definição


do que é uma política familiar, para além de políticas pontuais que foquem ou nos aspectos
econômicos, ou de saúde, reprodução, alimentação etc. E, no contexto da definição,
compreender a importância do fortalecimento dos vínculos familiares como um objetivo
congruente com a efetivação dos direitos fundamentais.

Diante da necessidade de se repensar a atuação do Estado e da sociedade com relação


às famílias, em princípio apresentar-se-á a definição de políticas familiares e concluir com
propostas legais que visem a concretizar o fortalecimento dos vínculos familiares com ações
que fomentem a estabilidade das famílias a partir de seus atores internos e externos. Não se
trata de olhar um viés competitivo, mas cooperativo entre os atores sociais responsáveis pelos
direitos de acordo com o pacto constitucional.

A pesquisa que será desenvolvida enquadra-se na área das ciências sociais aplicadas,
mas interessa sobretudo ao jurista, na medida em que a realização de políticas destinadas ao
fortalecimento dos núcleos familiares, em seus diversos aspectos, compreende o programa
normativo estabelecido na Constituição de 1988 – logo, a gestão de políticas estatais e as
relações familiares são temas inerentes ao Direito – tanto na sua vertente pública quanto privada
– o que demonstra a presença do fenômeno jurídico em diversas áreas da sociedade.

VI – OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS, BEM COMO A INDICAÇÃO DE SUA


PERGUNTA-PROBLEMA (2)

O objetivo da pesquisa é analisar as políticas familiares no Brasil e desenvolver um


conceito específico destas políticas, na medida em que incumbe aos profissionais e estudiosos
do Direito, compreender de que forma se efetivam os direitos fundamentais das pessoas que
fazem parte dos núcleos familiares – especialmente, idosos, crianças e pessoas com deficiência,
devido a sua condição de vulnerabilidade.

Deste modo, a investigação ora proposta, pretende ocupar-se de análise geral sobre as
políticas públicas, de forma dedutiva estabelecer o que significa a política familiar. Bem como,
almeja-se o desenvolvimento de pesquisa de dados (oficiais governamentais nas três esferas
federais: municípios, distrito federal, estados e união, e, também no âmbito dos três poderes:
Legislativo, Executivo e Judiciário; dados de outros países ou organizações internacionais; ou
mesmo de organizações civis que pesquisem o tema).

A pergunta problema que será trabalhada na pesquisa é: existem, realmente, políticas


familiares (qual a sua definição?), políticas públicas realizadas pelos agentes estatais e
direcionadas ao fortalecimento dos vínculos familiares e efetivação dos direitos
fundamentais a partir da família?

OBJETIVO GERAL
O objetivo geral é investigar as políticas familiares no Brasil e desenvolver um conceito
jurídico destas, a fim de contribuir para normatização e concretização de ações governamentais
e de iniciativa da sociedade que visem ao fortalecimento dos vínculos entre as pessoas nas
famílias e efetivação dos direitos fundamentais no contexto familiar.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Investigar a existência de políticas públicas voltadas para a família no Brasil;
• Colacionar as políticas públicas, ainda que pontuais, realizadas para as famílias
brasileiras, nos últimos 10 (dez) anos, nos âmbitos federal, estaduais e municipais;
• Analisar os dados de desenvolvimento econômico e social das famílias – sejam
pesquisas realizadas por órgãos governamentais ou de outras entidades;
• Delimitar o conceito de políticas familiares, diferenciando-o no contexto jurídico, de
outras políticas que se voltem às famílias, mas que não tenham o mesmo escopo de
endurecimento das relações familiares e estabilidade dos núcleos;
• Verificar as limitações estatais para realização de políticas familiares;
• Analisar os diversos contextos sociais das famílias no Brasil;
• Observar os desafios atuais no que se refere aos problemas jurídicos, econômicos,
sociais e psicológicos das famílias brasileiras, na última década.

VII – METODOLOGIA

A pesquisa a ser desenvolvida, no que se refere às fontes, é bibliográfica (MARCONI,


LAKATOS, 2017, p. 63), na medida em que se volta às fontes secundárias que englobam
diversas formas de publicação: livros, revistas, artigos, pesquisas, monografias, teses,
dissertações, comunicações orais, gravações eletrônicas, audiovisual etc.

No mesmo sentido, será realizada pesquisa documental, por meio da coletada de dados
governamentais ou de outras entidades civis, arquivos públicos e particulares e fontes
estatísticas (MARCONI, LAKATOS, 2017, p. 55-56). Será, portanto, realizado o levantamento
de documentos, projetos de lei, legislações, documentos históricos e, também a seleção de
jurisprudências e julgados sobre o tema.

A pesquisa é qualitativa, na medida em que realizará toda a seleção de informações,


dados e estudos posteriores, para investigação do tema proposto (MARCONI, LAKATOS,
2018, p. 323). O escopo é explicar o problema que se identifica como relevante juridicamente
para a ampliação dos conhecimentos e reflexões na ciência do Direito.

VIII - POSSÍVEL SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1 A FAMÍLIA: EM BUSCA DE UMA DEFINIÇÃO


1.1 A compreensão antropológica-filosófica da família
1.2 O conceito sociológico de família
1.3 A definição econômica de família
1.4 A família juridicamente considerada: bem humano básico
1.4.1 A pessoa humana e os direitos fundamentais na família
1.4.2 A família antes da Constituição de 1988
1.4.3 A família após a Constituição de 1988
1.4.4 O permanente e o contingente no conceito de família
2 POLÍTICAS PÚBLICAS E SEU IMPACTO NAS FAMÍLIAS
2.1 O conceito de políticas públicas
2.2 Retrospecto das políticas públicas no Brasil realizada para famílias
2.3 Políticas públicas com enfoque na família realizadas nos últimos 10 anos
2.3.1 O bolsa família e as políticas econômicas
2.3.2 As políticas na área de saúde e o planejamento familiar
2.3.3 Políticas de enfrentamento à violência
2.3.4 Políticas sociais e fortalecimento de vínculos familiares
2.3.5 Políticas no âmbito do Poder Judiciário
2.4 As relações familiares e a interferência do Estado: limites e necessidades
2.4.1 Princípio da solidariedade
2.4.2 Princípio da subsidiariedade
2.4.3 Família, sociedade e Estado
3 AS POLÍTICAS FAMILIARES E FORTALECIMENTO DOS VÍNCULOS
FAMILIARES
3.1 A família é base da sociedade – qual o sentido desta afirmação para o Estado?
3.2 Quais políticas são familiares?
3.3 Políticas públicas para família e Políticas familiares
3.4 O significado de políticas familiares para o Direito: a convivência familiar é direito
fundamental?
3.5 O estabelecimento de normas com programas de políticas familiares – uma legislação
necessária?
3.5.1 O fortalecimento dos vínculos familiares e os diversos contextos familiares
3.5.2 A família e os direitos da criança e do adolescente
3.5.2.1 Acolhimento familiar e institucional
3.5.2.2 Apadrinhamento
3.5.2.3 Colocação em família substituta pela Adoção
3.5.2.4 Atos infracionais e a relação do adolescente com a família nuclear e ampliada
3.5.3 As relações familiares e a pessoa com deficiência
3.5.3.1 A família como primeiro espaço de socialização
3.5.3.2 Os direitos e deveres da pessoa com deficiência no âmbito familiar
3.5.4 A proteção dos idosos no âmbito familiar
3.5.4.1 O abandono inverso de idosos
3.5.4.2 Políticas de proteção aos idosos e o envolvimento familiar

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

IX – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS UTILIZADAS NO PROJETO


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introdução ao debate contemporâneo. R. Katál., Florianópolis, v. 20, n. 3, p. 420-429,
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ZATTI, Paolo. Rapporto educativo e intervento del giudice. In: L’autonomia dei minori tra
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X – CRONOGRAMA
2024
Mês Atividade
Janeiro Levantamento de dados e seleção dos mesmos a partir da pesquisa
bibliográfica e documental – organização e estruturação das leituras prévias
para sedimentação da pesquisa.
Fevereiro Continuação do Levantamento de dados (documental, bibliográfico)
Março Continuação do Levantamento de dados (documental, bibliográfico)
Abril Continuação do Levantamento de dados (documental, bibliográfico)
Maio Continuação do Levantamento de dados (documental, bibliográfico)
Junho Verificação das legislações e projetos de lei sobre a temática – direta ou
indiretamente.
Julho Análise de dados e estatísticas governamentais sobre as políticas públicas
familiares.
Agosto Análise de dados sobre as políticas no âmbito do Poder Judiciário no Brasil.
Setembro Análise de dados sobre as políticas no âmbito do Poder Judiciário no Ceará.
Outubro Organização do instrumental da pesquisa: livros, documentos: legislação,
súmulas, decisões, julgados e entendimentos dos tribunais (precedentes),
publicação em revistas, ou capítulos em obras coletivas.
Novembro Continuação da organização do instrumental da pesquisa.
Dezembro Continuação da organização do instrumental da pesquisa.
2025
Mês Atividade
Janeiro Revisão da literatura e dos dados coletados.
Fevereiro Revisão da literatura e dos dados coletados.
Março Revisão da literatura e dos dados coletados.
Abril Revisão da literatura e dos dados coletados.
Maio Reavaliação dos dados coletados da pesquisa.
Junho Verificação e atualização de dados coletados.
Julho Produção de registros e fichamentos sobre os dados coletados.
Agosto Produção de registros e fichamentos sobre os dados coletados.
Setembro Produção de registros e fichamentos sobre os dados coletados.
Outubro Produção de registros e fichamentos sobre os dados coletados.
Novembro Produção de registros e fichamentos sobre os dados coletados.
Dezembro Produção de registros e fichamentos sobre os dados coletados.
2026
Mês Atividade
Janeiro Produção do primeiro capítulo de conteúdo: A FAMÍLIA: O
ESTABELECIMENTO DE UMA DEFINIÇÃO
Fevereiro Produção do primeiro capítulo de conteúdo: A FAMÍLIA: O
ESTABELECIMENTO DE UMA DEFINIÇÃO
Março Produção do primeiro capítulo de conteúdo: A FAMÍLIA: O
ESTABELECIMENTO DE UMA DEFINIÇÃO
Abril Revisão do texto do primeiro capítulo de conteúdo.
Maio Produção do segundo capítulo de conteúdo: POLÍTICAS PÚBLICAS E
SEU IMPACTO NAS FAMÍLIAS
Junho Produção do segundo capítulo de conteúdo: POLÍTICAS PÚBLICAS E
SEU IMPACTO NAS FAMÍLIAS
Julho Produção do segundo capítulo de conteúdo: POLÍTICAS PÚBLICAS E
SEU IMPACTO NAS FAMÍLIAS
Agosto Revisão do texto do segundo capítulo de conteúdo.
Setembro Produção do terceiro capítulo de conteúdo: AS POLÍTICAS FAMILIARES
E FORTALECIMENTO DOS VÍNCULOS FAMILIARES
Outubro Produção do terceiro capítulo de conteúdo: AS POLÍTICAS FAMILIARES
E FORTALECIMENTO DOS VÍNCULOS FAMILIARES
Novembro Produção do terceiro capítulo de conteúdo: AS POLÍTICAS FAMILIARES
E FORTALECIMENTO DOS VÍNCULOS FAMILIARES
Dezembro Revisão do texto do terceiro capítulo de conteúdo.
2027
Mês Atividade
Janeiro Correção dos capítulos, revisão e atualização do texto dos capítulos.
Fevereiro Correção dos capítulos, revisão e atualização do texto dos capítulos.
Março Correção dos capítulos, revisão e atualização do texto dos capítulos.
Abril Elaboração dos elementos pré-textuais da tese.
Maio Elaboração dos elementos pós-textuais da tese.
Junho Organização das referências e anexos.
Julho Primeira revisão do texto completo da tese.
Agosto Correção da tese.
Setembro Segunda revisão do texto.
Outubro Apreciação final do orientador.
Novembro Apresentação da tese.

XI – INDICAÇÃO DE ATÉ 3 (TRÊS) DOCENTES COMO POTENCIAIS


ORIENTADORES DA TESE

Glauco Barreira Magalhães Filho


Maria Vital da Rocha
Raquel Coelho de Freitas

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