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14 de janeiro de 2023
Aula 1 – O Fim da Existência Humana: Deus
Primeiro, algumas ideias básicas:
Como é o ser humano – características básicas
Felicidade: Todos nós temos o desejo de felicidade. Facilmente, nos decepcionamos
com a transitoriedade dos bens materiais, porque buscamos a felicidade transcendente –
e, a encontramos em Deus.
Nosso desejo de felicidade absoluta vai sendo satisfeito na medida em que conhecemos
e amamos a Deus.
Princípios de vida: todos temos princípios de vida, mesmo quem afirma não ter
princípios, os tem. Os princípios são os alicerces da nossa vida.
Tendências: temos duas tendências, um para o bem e outra para o mal, elas não
decidem por nós, mas influenciam nossas decisões.
Inteligência e Vontade:
Primeiro, noções metafísicas: Substância – “o que faz com que algo seja o que é (por
exemplo, o que faz uma cadeira ser uma cadeira)”; Acidentes – “propriedades
acrescentadas a esse algo, que não modificam a sua substância (cor, tamanho, material,
etc.)”; Conceitos – “aprendemos um conceito quando sabemos distinguir o que é
substancial do que é acidental em algo (no exemplo, sabemos reconhecer uma cadeira,
mesmo que nunca tenhamos visto outras com os mesmos acidentes, porque captamos
sua substância prescindindo de seus acidentes)” (MANNARINO, 2020, p. 19)
No ser humano: Inteligência é a capacidade de aprender e relacionar conceitos;
Vontade é escolha. Não podemos confundir a inteligência com a memória (imitação,
adestramento), porque ela é superior; assim como não podemos confundir a vontade
com o desejo ou instinto. O escopo da inteligência é conhecer a Verdade, e o objetivo da
vontade é escolher o Bem.
Pela Inteligência e Vontade temos Liberdade (responsabilidade). A liberdade aumenta
na medida em que mais verdadeiro for o conhecimento e mais decidida for a vontade.
Para formar a inteligência devemos refletir, para formar a vontade nós temos de ir até o
fim nas próprias decisões.
A Verdade: existem verdades subjetivas e verdades objetivas. As verdades objetivas
estão na realidade, que podemos reconhecer pela evidência imediata, pelo raciocínio e
pela fé humana. O pré-requisito para conhecer a verdade é querer – aspecto volitivo da
inteligência.
Corpo e Alma: existem seres: puramente materiais (minerais, vegetais, animais);
puramente espirituais (Deus, anjos e demônios); espirituais e materiais ao mesmo tempo
– seres humanos.
Todo ser humano tem corpo e alma. Não somos nem animais irracionais, nem anjos.
Nosso corpo tem necessidades (comer, beber, dormir, mover-se, vestir-se etc.), e nossa
alma tem necessidades (conhecer, amar, saber-se amada). Não podemos desprezar
nenhum dos dois – pois, somos uma unidade substancial.
Por que estou aqui?
A questão é descobrir o propósito da nossa existência. Afinal, qual a finalidade da vida
humana? Questionamentos que são comuns aos indivíduos.
A dimensão religiosa sempre fez parte da humanidade – numa dimensão radical,
sempre encontramos a explicação da existência, do mundo e da vida num único Deus,
que fundamenta a realidade e é cumprimento de nossa aspiração de felicidade.
Encontramos no prólogo do Catecismo da Igreja Católica: “Deus, infinitamente
Perfeito e Bem-aventurado em si mesmo, num desígnio de pura bondade, criou
livremente o homem para fazê-lo participar da sua vida bem-aventurada” (1)
Então, surge outro questionamento: Para que nos fez Deus?
Deus nos cria para mostrar sua bondade – Ele o faz por Deus.
Não há razão maior que Deus para realização de algo.
Ele nos cria para sua honra e glória. Mas, não podemos pensar em termos humanos.
Se pensarmos assim, parecerá que há egoísmo e vaidade em Deus – porque estamos
analisando do ponto de vista humano.
“Pensamos em Deus como se fosse uma criatura igual a nós. Mas a verdade é que não
existe nada nem ninguém que mais mereça ser objeto do pensamento de Deus ou do seu
amor que o próprio Deus.” (TRESE, 2014, p. 8)
Deus nos faz para participar da sua vida bem-aventurada – por isso nos criou com uma
alma espiritual e imortal.
Não o faz por necessidade – a glória que damos é exterior – “glória extrínseca”.
2 fases de uma mesma moeda: “a bondade de Deus fez-nos participar da sua felicidade e
a nossa participação na sua felicidade mostra a bondade de Deus” (TRESE, 2014, p. 9)
Como será a felicidade no Céu? Exemplo do Soldado que volta da guerra para casar-se
com a jovem que ama.
“[...] Porque a primordial felicidade do céu consiste exatamente nisto: em que
possuiremos a Deus infinitamente perfeito e seremos possuídos por Ele, numa união tão
absoluta e completa que nem sequer remotamente podemos imaginar o êxtase que dela
nos advirá” (TRESE, 2014, p. 10)
Deus é Bondade, Verdade e Beleza infinitas.
Ao entrar no céu, deixamos o tempo – não há tempo no céu – aevum é o tipo de duração
que explicam os teólogos.
“É nisto que consiste a maravilha do céu: não acabará nunca. Estaremos absortos na
posse do maior Amor que existe, diante do qual o mais ardente dos amores humanos é
uma pálida sombra. E o nosso êxtase não será perturbado pelo pensamento de que um
dia terá de acabar, como acontece com todas as felicidades terrenas” (TRESE, 2014, p.
10).
Não há felicidade perfeita no mundo material.
Apesar disso, verificamos no mundo ocidental, que existe uma tendência moderna a
negar Deus – uma tentativa de exclui-Lo da cultura, vida social e civil – perspectiva
positivista de que a religião seria um conhecimento infantil.
Que devo fazer?
-O céu é mais que uma reunião de família. No céu amaremos a Deus – mas é preciso
que comecemos a amá-Lo nesta vida. Deve existir um princípio de amor.
-O homem que morre sem amar a Deus será um cego na eternidade – Deus estará
presente, mas ele será incapaz de vê-Lo.
-Para amar a Deus precisamos conhecê-Lo, posto que ninguém ama o que não conhece,
portanto, aí está o motivo de estudarmos religião, termos aulas de catecismo etc.
Além disso, precisamos provar nosso amor, e como o fazemos: com obras – “Obras é
que são amores, não as boas razões”. Obras, obras! - Propósito: continuarei a dizer-te
muitas vezes que te amo - quantas não te terei repetido hoje! -; mas, com a tua graça,
será sobretudo a minha conduta, serão as bagatelas de cada dia que - com eloqüência
muda - hão de clamar diante de Ti, mostrando-te o meu amor.”. Ponto 498, Forja, São
Josemaria.
“Algumas pessoas poderão sentir o seu amor a Deus de modo emotivo, mas não é isso o
essencial. Porque o amor a Deus reside na vontade. Provamos nosso amor a Deus não
pelo o que sentimos por Ele, mas pelo que estamos dispostos a fazer por Ele” (TRESE,
2014, p. 13)
São três verbos que levam a vida sobrenatural: amar, conhecer e servir.
A nossa felicidade no céu é uma felicidade sobrenatural – lumen gloriae. Para
alcançar essa felicidade, Deus nos concede a graça. A caridade é um tipo especial de
amor que nos é implantado no Batismo – residirá na nossa vontade.
Quem me ensinará?
O autor usa o exemplo de um operário que protesta ao patrão, ao ser deixado apenas
com um simples manual para lidar com uma máquina complexa.
Jesus encarna para nos Redimir e, também, para nos Ensinar – Corpo Místico de Cristo
é a Igreja.
Igreja Militante – parte da Igreja que está a caminho do Céu.
Igreja Padecente – os que morrem na graça de Deus, mas não estão purificados.
Igreja Triunfante – morrem na graça e amizade de Deus e estão perfeitamente
purificados.
Oração do Credo ou Símbolo dos Apóstolos.
Revelação divina – revelar vem de “retirar o véu”.
Revelação pré-cristã
Revelação cristã – verdades dadas por Cristo e após pelos 12 apóstolos, inspirados pelo
Espírito Santo.
Quando o Papa define dogmas, ele nos dá notícia de verdades que foram reveladas à
época dos apóstolos – não devemos confundir com a Revelação – está cessou com a
morte de São João. As revelações privadas, como por exemplo, as aparições de Fátima e
Lourdes não são parte do “depósito da fé”.
Sagrada Bíblia – é a Palavra de Deus – escrita pelo Espírito Santo.
Tradição da Igreja – as verdades transmitidas através dos tempos pela Voz de Cristo na
sua Igreja.
Manifestações do ateísmo:
Teórica – tentativa de negar positivamente a Deus, por via racional
Prática – negar a Deus com o próprio comportamento, vivendo como se Ele não
existisse
Agnosticismo e indiferença religiosa: a razão humana não pode concluir nada sobre
Deus e sua existência. A visão agnóstica identifica-se com o ateísmo prático. Já a
indiferença religiosa está ligada a noção de não levar o tema de Deus a sério, e ter uma
vida orientada para os bens materiais – apreciam-se os bens sagrados como se fossem
objetos de consumo com uma pseudo-religiosidade.