Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1ª Edição
Indaial - 2022
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
ORIGENS DA HISTÓRIA CULTURAL............................................... 7
CAPÍTULO 2
CONTEXTUALIZED GRAMMAR: WAYS TO UNDERSTAND REA-
DING AND WRITING....................................................................... 51
CAPÍTULO 3
BASIC TRANSLATION AND REFLECTIONS ABOUT READING.103
APRESENTAÇÃO
A língua é um dos preceitos fundamentais enquanto unidade da cultura de
um grupo. Desta maneira, compreender os aspectos que permeiam a cultura de
um povo é entender como a língua é vivenciada pelos pares que o formam. A Lín-
gua Inglesa tem a gênese nas Ilhas Britânicas. Portanto, é de suma importância
compreender e analisar como o idioma foi formado e quais os aspectos culturais
dos diversos povos que influenciaram tal formação. Além disso, a Língua Inglesa
é a mais difundida ao redor do globo. É preciso que o professor tenha um olhar
crítico acerca das influências culturais, que são ocasionadas em decorrência dos
avanços tecnológicos em que nossa sociedade contemporânea está inserida.
Por fim, espera-se que nesta disciplina seja possível fomentar, também, dis-
cussões acerca de como os conceitos aqui apresentados estão intrinsecamente
ligados à cultura e, como através de uma visão empática, é possível utilizar a cul-
tura popular em que os alunos estão inseridos para ter um processo de ensino e
aprendizado da Língua Inglesa ainda mais assertivo.
C APÍTULO 1
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste capítulo, serão abordadas as conceituações acerca de “cultura”, “cul-
tura popular”, “tradição”, e como estas estão arraigadas no idioma, em especial
na Língua Inglesa haverá uma análise acerca da gênese da Língua Inglesa e de
como os povos que habitaram as Ilhas Britânicas contribuíram culturalmente para
a formação da língua.
Desta forma, podemos então, antes de qualquer coisa, nos questionar acer-
ca do ponto inicial: afinal, o que é cultura? Para elucidar a conceituação sobre cul-
tura, alguns autores trazem reflexões importantes. Antes de vermos as definições
de alguns autores sobre cultura, é importante entender a História Cultural.
9
Língua Inglesa E Cultura
Burke (2008) elucida que a História Cultural remontava-se a uma linha tradi-
cional, na qual o objetivo é que a história e a cultura sejam contadas a partir do
que às pessoas comuns tem a dizer, sobre as histórias cotidianas e que marca-
ram a vida dos indivíduos. E a grande questão é em como não fazer da história
o agente que chancela qual a voz do povo deve ser ouvida, sem que haja uma
espécie de direcionamento com base no gosto do pesquisador (BURKE, 2008).
É preciso que os conflitos de narrativas, dentro do próprio grupo de pessoas co-
muns, sejam abordados, dando vasão, ainda, ao pensamento crítico para criar o
senso narrativo (BURKE, 2008).
Logo, nota-se que Burke (2008) lança um olhar crítico à análise da história
sobre a cultura, trazendo a discussão sobre como a História Cultural fundamenta-
-se na investigação sobre a produção da expressividade das narrativas populares,
os sujeitos que as constroem e o conflito entre quem produz a cultura popular
(nesse caso de análise é o povo) e quem a analisa (o meio acadêmico). Sobre
isso, Burke relembra que:
10
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
O que Burke (2008) define é que a História Cultural tem como ferramenta ine-
gável a interdisciplinaridade. Ou seja, ao realizar o estudo acerca de uma cultura,
é utilizado o olhar em conjunto com outros campos do saber. Além disso, o autor
define que: “o terreno comum dos historiadores culturais pode ser descrito como a
preocupação com o simbólico e suas interpretações” (BURKE, 2008, p. 07).
Tendo em vista que Burke (2008) define que o terreno comum dos historiado-
res culturais está na análise acerca do simbólico, veremos agora um importante
autor sobre a temática. Carl Jung (2016, p.96), no livro “O homem e seus símbo-
los”, traz a seguinte reflexão:
Com esta fala do autor, é preciso relembrar que a sociedade ocidental pas-
sou por vários períodos de florescer da ciência: o Renascimento; o Iluminismo;
e, como produto do conhecimento científico acumulado, a Revolução Industrial.
René Descartes (pensador considerado o pai do racionalismo moderno e pioneiro
para a fomentação do Iluminismo) foi um dos primeiros pensadores a fundamen-
tar a necessidade de um método científico, para que a ciência não fosse perme-
ada por crenças pessoais. O método científico é extremamente necessário tanto
para as pesquisas históricas e culturais quanto para as ciências.
11
Língua Inglesa E Cultura
Logo, nota-se mais uma vez que em nós há algo de primitivo. E que o ter-
mo “primitivo” não é ligado à inferioridade, e sim remete aos primeiros humanos.
Como é mencionada por Gombrich (2000), a arte é um instrumento capaz de ligar
o homem contemporâneo ao homem primitivo. E a arte, por sua vez, é a manifes-
tação concreta da cultura. Roger Chartier segue pensamento semelhante ao de
Burke (2008) ao afirmar que:
12
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
Não existe sociedade sem cultura e nem cultura sem sociedade. Não existe
pessoa sem cultura própria e também não existe sujeito sem cultura da própria
sociedade, na qual ele também cria e recebe a cultura do meio. Morin (2001) lem-
bra que a cultura é transmitida de geração para geração. “Tradição” é uma palavra
oriunda do latim traditione e significa ato de transmitir ou entregar (FERREIRA,
2009). Desta maneira, a tradição está em passar a cultura de uma geração para a
outra. Dermeval Saviani (1991) traz para o contexto da escola a necessidade de
que a população precisa do saber erudito para que possa ter ferramentas para fo-
mentar e passar de uma geração para a outra a cultura popular, que é a que mais
interessa a maior parte da população.
13
Língua Inglesa E Cultura
Para nós, professores, é algo cotidiano lidar com as pluralidades das culturas
populares em sala de aula, mesmo que ainda isso seja complexo. Ao lidarmos
com o ensino da Língua Inglesa, outros aspectos da pluralidade da cultura popu-
lar surgem.
Essa imersão na cultura dos países que tem o inglês como idioma oficial é
algo extremamente positivo didaticamente para o aumento do léxico por parte dos
alunos. O professor deve sempre reforçar e trazer aspectos da cultura estrangeira
para o ensino do inglês. Porém, podem ocorrer algumas nuances que devem ser
compreendidas. É preciso respeitar a cultura popular na qual o sujeito está inse-
rido.
14
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
Não é fácil abordar um idioma novo para o aluno quando ele simplesmente
não se identifica com nada da produção cultural na qual a língua estrangeira está
inserida. Nesse momento é preciso compreender com o que o aluno tem identi-
ficação. Pergunte para ele o que ele gosta de manifestação cultural popular que
é feita em Língua Portuguesa. A partir disso, tente aproximar a produção cultural
com a qual o aluno identifica-se em Língua Portuguesa, com alguma produção em
Língua Inglesa.
15
Língua Inglesa E Cultura
We can’t breathe”
(H.E.R, 2020, Disponível em: https://www.letras.mus.br/her/i-
-cant-breathe/. Acesso em: 18 jul. 2022.)
O YouTube Kids é uma ferramenta excelente para tal atuação. Utilizar de-
senhos animados em inglês promove muita interação das crianças e desperta a
imaginação, pois, ainda que obviamente não dominem todo o léxico da cena re-
tratada, a imaginação é capaz de suprir a necessidade lexical e possibilita a com-
preensão das principais ações da cena. Ao mesmo tempo, algumas palavras são
reconhecidas por elas, fazendo com que o léxico seja colocado em um contexto.
16
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
Em uma dinâmica realizada em uma turma dos anos iniciais do Ensino Fun-
damental, utilizou-se um vídeo da “Sesame Street”. Este é um programa infantil
de televisão que está no ar desde 1969 nos Estados Unidos. Ele é composto por
bonecos e alguns dos mais famosos são o Elmo e o Big Bird (conhecido no Brasil
como Garibaldo). Há episódios no próprio canal do YouTube da Sesame Street.
Em alguns desses episódios há a representação de situações nas quais é preciso
haver acordos entre as personagens. Logo, para os anos iniciais do Ensino Fun-
damental é algo que eles estão vivenciando na prática: compreender as regras e
acordos da sociedade.
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a2/Tourism_Gnome_meets_
Big_Bird_on_Sesame_Street_%2834082765534%29.jpg>. Acesso em: 26 jul. 2022.
17
Língua Inglesa E Cultura
18
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
em comunidades rurais, utilize aspectos permeados pelo cultivo, pela terra, pelos
animais e pela geografia que cerca aquele aluno.
Se for um aluno que gosta do folclore brasileiro, pesquise por textos em in-
glês que falem sobre o folclore nacional. Ao mesmo tempo, aborde também o
mundo que há para além da realidade do aluno. Lidar com as diferentes culturas
populares é uma maneira de demonstrar que podemos (e devemos) conviver com
as diferenças.
19
Língua Inglesa E Cultura
20
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
A Irlanda do Norte faz fronteira com a Irlanda. Essa última não faz parte do
Reino Unido. Dentre os quatro países que compõem o Reino Unido, três (Ingla-
terra, País de Gales e Escócia) fazem parte da Ilha da Grã-Bretanha. Somente a
Irlanda do Norte faz parte de outra ilha que se divide em dois países: Irlanda do
Norte e Irlanda.
FONTE: <https://www.whereig.com/united-kingdom/where-is-
great-britain.html>. Acesso em: 16 jul. 2022.
21
Língua Inglesa E Cultura
Como a Grã-Bretanha é uma divisão geográfica apenas, ela não possui ban-
deira. Vejamos, a seguir, a bandeira de cada um dos países que compõem o Rei-
no Unido:
22
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
Inglaterra
País de Gales
23
Língua Inglesa E Cultura
Escócia
Irlanda do Norte
É o único país que não tem bandeira atualmente. Utiliza desde 1972 a ban-
deira do Reino Unido.
24
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
Após a anexação de boa parte do que hoje é o atual território inglês ao Impé-
rio Romano, em aproximadamente 43 d.C., a cultura celta foi fortemente influen-
ciada pela cultura romana. Os celtas não formavam um país único. Eram divididos
em vários grupos. As terras das Ilhas Britânicas passaram a ser uma província
romana, que era chamada de Britânia.
A Língua Inglesa tem a gênese nas línguas faladas pelos anglos e pelos
saxões. O domínio deles sobre os celta-bretões foi tão grande que até o idioma
foi transformado. Por outro lado, os anglo-saxões sofreram interferências nos pró-
prios idiomas falados em decorrência da conversão ao cristianismo. Desta forma,
os idiomas anglo-saxões passam a ser fortemente influenciados pelo latim, idioma
oficial utilizado pela Igreja Católica na época das missões cristãs (por volta da pri-
meira metade do primeiro século d.C.).
25
Língua Inglesa E Cultura
Old English: falado entre 500 e 1.100 d.C, é também chamado de Anglo-Sa-
xon. A gênese do Old English está no germânico, que era falado pelos povos do
sul da Escandinávia e da Alemanha setentrional.
26
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
Great Vowel Shift: foi a massiva mudança na pronúncia das vogais longas
da Língua Inglesa. Tais mudanças ocorreram de forma gradual entre os séculos
XV e XVIII. Por exemplo, a palavra “bite” (o verbo “morder” em inglês) era pronun-
ciada, por volta dos anos de 1400, da mesma maneira que se escreve, por nós
falantes de português dos dias atuais. Atualmente, no inglês moderno, a pronún-
cia é “bait”. Utilizando o alfabeto fonético internacional, a vogal “i” da palavra “bite”
teria a pronúncia /iː/, por volta dos anos de 1400, e a pronúncia atual é /aɪ/.
27
Língua Inglesa E Cultura
Os celtas, como já vimos, são um dos primeiros povos que habitaram a re-
gião das Ilhas Britânicas. Até os dias de hoje, a cultura celta proporciona bastan-
te curiosidade para os homens contemporâneos. Stonehenge, o monumento de
pedras sobrepostas em forma de círculo, muito provavelmente foi criado antes
da formação do povo celta. Porém, há várias pistas históricas de que os celtas
utilizavam o local para cultos e ritos. Os druidas eram os sacerdotes do povo celta
e eram eles os responsáveis pelos ritos, incluindo em Stonehenge. Esses sacer-
dotes também eram considerados sábios e tinham o papel de realizar aconse-
lhamentos no âmbito educacional. Ana Estácio (2021) relembra que os druidas
são uma das inspirações para a criação de Merlim, que é uma personagem muito
presente na literatura de Língua Inglesa. Por exemplo, nos livros de Harry Potter,
que fazem parte da cultura popular britânica contemporânea, Merlim é citado com
bastante recorrência. Logo, é possível notar como a cultura celta ainda está viva
na cultura popular de Língua Inglesa ainda nos dias de hoje.
FIGURA 9 - STONEHENGE
FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/stonehenge-inglaterra-
monumento-3402627/>. Acesso em: 18 jul. 2022.
28
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
FONTE: <https://pixabay.com/pt/vectors/cat%c3%b3lico-c%c3%a9ltico-cristo-
crist%c3%a3o-1297460 HYPERLINK “https://pixabay.com/pt/vectors/cat%c3%b3lico-
c%c3%a9ltico-cristo-crist%c3%a3o-1297460%3e”>. Acesso em: 17 jul. 2022.
29
Língua Inglesa E Cultura
Uma das principais árvores cultuadas pelos celtas era o carvalho. Isso ocor-
ria porque o carvalho perdia as folhas no outono, porém o visco, que é uma planta
que cresce atrelada ao carvalho, mantinha-se verde, simbolizando a imortalidade
da árvore (BLANC, 2021). O culto ao carvalho era, acima de tudo, um culto à
imortalidade.
Ceridwen preparou uma poção, mas somente as três primeiras gotas eram
para dar conhecimento a quem dela tomasse; o restante era um veneno mortal.
O menino que mexia a poção deixou as três gotas caírem sobre a mão e, para
livrar-se da sensação de queimação, lambeu a mão. O menino, chamado Gwion,
tornou-se muito inteligente e isso enfureceu Ceridwen, que batalhou com o me-
nino, ambos transformando-se em diversos animais. Quando ele transformou-se
em um grão de milho, ela metamorfoseou-se em galinha e comeu a semente, o
que a fez estar grávida tempos depois. Ela, então, jogou o menino ao mar quando
o garoto nasceu e ele teve como destino a costa britânica; ao crescer, o menino
tornou-se o bardo Taliesin (BLANC, 2021).
Os bardos são outras figuras celtas de relevância até os dias atuais. Esses
personagens eram os contadores de histórias, aqueles que repassavam a tradi-
ção cultural popular celta de uma geração para outra. Como já foi visto anterior-
mente, a cultura popular tem forte concretização na tradição, esta que é repassa-
da de uma geração para outra. Algo que os celtas já faziam muito tempo atrás e
existia até uma figura especializada para tal questão: o bardo.
Em sala de aula, abordar a cultura dos celtas, por meio de textos em Língua
Inglesa, é uma maneira de demonstrar para os alunos como culturas diferentes
ainda têm marcas nos dias atuais. Ao relembrar o exemplo citado mais ao come-
ço, sobre o aluno que se sentia incomodado com o Halloween - uma festividade
30
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
que se acredita ter origens na cultura celta - pode-se abordar com os discentes
que, as culturas podem ser diferentes, e ao mesmo tempo, elas não são maléfi-
cas.
Muito do que se pensou sobre os celtas de forma negativa é dito por outros
povos, que enxergavam uma cultura diferente como uma “concorrente”. Por isso,
era preciso espalhar medo a respeito de outras culturas, para que ela não tivesse
mais adeptos.
FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/boudica-est%c3%a1tua-
londres-252247>. Acesso em: 18 jul. 2022.
31
Língua Inglesa E Cultura
forma violenta. Essa era uma maneira, ao contar uma mentira, de aproximar os
vikings da figura do mal.
Vikings
Assim como os celtas, os vikings não possuíam uma unidade central. Eles
eram divididos em vários grupos. No imaginário popular, é possível que a maioria
das pessoas vislumbre os vikings como pessoas violentas, sanguinárias e com
pouco conhecimento. Isso não era uma verdade absoluta.
Na realidade, “viking” foi o nome dado àqueles guerreiros que buscavam no-
vas terras e tomavam-nas e escravizavam as pessoas que lá moravam. Real-
mente, a ação era violenta. Porém, este era um grupo de guerreiros que passou a
assimilar-se a todas as pessoas de origem germânica da Escandinávia.
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Barco_de_Oseberga#/media/
Ficheiro:Osebergskipet_2016.jpg>. Acesso em: 18 jul. 2022.
32
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/35/
Osebergskipet-Detail.jpg>. Acesso em: 18 jul. 2022.
Mais uma vez, é possível notar como a cultura de outros povos ainda man-
tem-se viva nos dias atuais. A saga de “The Lord of the Rings” é algo popular. Re-
cebeu, inclusive, adaptação para o cinema. Algumas casas vikings eram constru-
ídas de forma que o teto externo era coberto por vegetação, algo muito parecido
com a casa dos hobbits, seres que habitavam os livros de Tolkein.
33
Língua Inglesa E Cultura
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-premium/vila-viking_28984218.htm#query=traditional%20
viking%20house&position=41&from_view=search> Acesso em: 18 jul. 2022.
34
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
ideia de “raça pura” é uma grande inverdade. Além disso, outra grande inverdade
é pensar que existe divisão de raças entre os homens. Raça só existe uma e é a
humana, à qual todos nós pertencemos. Quando falamos em etnia, há a referên-
cia, na verdade, ao termo grego “éthnos”, que significa povo. Portanto, “etnia” é
um conceito ligado à origem comum de um grupo e não à “raça” ou algo ligado às
características físicas. “Etnia” é um conceito ligado à origem comum cultural.
Loki
Freya
35
Língua Inglesa E Cultura
Falar sobre a cultura dos vikings é um assunto extenso. Porém, aqui o ob-
jetivo é demonstrar como essa temática pode ser relacionada à Língua Inglesa
nos dias de hoje, e como o assunto pode ser abordado em sala de aula com os
alunos. Como exemplos, é possível demonstrar para os alunos que até um dia da
semana, na atualidade, originou-se como forma de homenagear uma divindade
viking.
36
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
Desta maneira, ao longo das décadas do século XX, tendo em vista a grande
produção de filmes estadunidense aos cinemas mundiais, cada vez mais fomos
acostumados com essa cultura estrangeira que era trazida até nós. Principalmen-
te durante o século XX, o “American way of life” (ou o modo como era idealizada
uma vida repleta de prazer e conforto, principalmente através do consumismo),
foi fortemente difundido pelo governo e pela mídia e o cinema foi uma forte arma
para isso. Assim, boa parte do resto do globo passa a ver o modo de vida estadu-
nidense como um objetivo a ser alcançado.
Aqui, então, podemos lançar olhos a uma discussão. Quando Burke (2008)
aborda as questões sobre “o que é cultura popular”, o autor menciona que, apesar
da complexidade em defini-la, é sem dúvidas feita pelas pessoas comuns. Quan-
do os meios de comunicação em massa difundem fortemente os filmes produzi-
dos nos Estados Unidos, por exemplo, estão propagando a ideia de uma indústria
e, em muitas vezes, atrelada aos interesses governamentais. Sendo assim, po-
deríamos considerar que a cultura estadunidense que chega até nós é popular?
Ao fazer-se um paralelo entre a cultura dos vikings e dos celtas, por exemplo,
pode parecer que para eles, a cultura estava mais próxima das expressões e re-
presentações emanadas do povo ao compararmos com a cultura estadunidense
do século XX. E, de fato, essa pode ser uma verdade. Afinal, na época dos celtas
e dos vikings não existia os meios de comunicação em massa. E aqui está a di-
ferença principal ao compararmos esses períodos da história: a comunicação em
massa é consolidada no século XX.
Para além da discussão acerca das influências culturais que recebemos, por
meio dos veículos de comunicação em massa, é preciso lembrar que a tecnologia
37
Língua Inglesa E Cultura
38
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
39
Língua Inglesa E Cultura
40
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
A África do Sul, por exemplo, é um país que teve áreas colonizadas pela In-
glaterra. Como consequência do uso da Língua Inglesa, esta é uma das línguas
oficiais do país. Assim como o Brasil passou pelo período de colonização por par-
te de Portugal, e com isso carrega desigualdades sociais arraigadas ainda a este
período, a África do Sul também trouxe consequências do período colonial.
41
Língua Inglesa E Cultura
Martin Luther King Jr., ao lado de Rosa Parks, foi de extrema necessida-
de para a luta por direitos iguais nos Estados Unidos e combate ao racismo. A
importância dele é fundamental para a compreensão acerca dos movimentos de
direitos civis.
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ea/Martin_
Luther_King_Jr._addresses_a_crowd_from_the_steps_of_the_Lincoln_
Memorial%2C_USMC-09611.jpg>. Acesso em: 27 jun. 2022.
A seguir, algumas das principais informações sobre Martin Luther King Jr.:
42
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
Ao retornar o olhar para a África do Sul, Nelson Mandela é uma das princi-
pais vozes contra a segregação racial. Ele esteve preso por 27 anos, em decor-
rência da luta contra o “Apartheid”. Por meio de fortes pressões internacionais, ele
finalmente foi libertado pelo governo sul-africano e foi eleito pela população do
país o primeiro presidente negro de lá, governando de 1994 a 1999, deixando um
legado de esperança para a população sul-africana. Uma das frases mais céle-
bres ditas por ele foi: “As pessoas são ensinadas a odiar e, se podem aprender a
odiar, podem ser ensinadas a amar, porque o amor é algo mais natural para o co-
ração humano do que seu oposto.” (Disponível em: https://epocanegocios.globo.
com/Mundo/noticia/2018/07/centenario-de-mandela-frases-mais-famosas-e-mar-
cantes-do-lider-sul-africano.html. Acesso em 18 jul. 2022).
43
Língua Inglesa E Cultura
período em que o Brasil foi colônia portuguesa), descobriu-se que ele é retratado
sem comprovação histórica, exatamente porque é mencionado apenas em uma
nota de rodapé, em um texto escrito por Diogo de Vasconcelos em 1904 (SILVA,
2007).
No ensino da Língua Inglesa, tal pesquisa também deve ser realizada. É pre-
ciso que tenhamos a curiosidade em ouvir a voz das culturas populares negras.
Retornando ao contexto do “Apartheid”, e tomando-o como exemplo, muito é sabi-
do sobre o momento histórico e político. Mas o que se sabe sobre a cultura popu-
lar negra sul-africana durante o “Apartheid”? Burke (2008) bem diz que a cultura
popular está presente no que é feito pela população em geral. O que a população
negra em geral produzia na África do Sul? Como ela expressava-se? O ela dizia?
Uma atividade interessante para propor aos alunos é que seja feita tal inves-
tigação, para que eles possam desenvolver uma argumentação crítica acerca de
paralelos entre a história do Brasil e a esse momento da África do Sul.
Durante o “Apartheid” existia uma revista feita pela população negra. Ela
chamava-se “Drum”. Ainda hoje ela está em publicação. Porém, é interessante
notar que ela retratava a voz das pessoas negras na África do Sul sobre o que
elas pensavam sobre o “Apartheid”. Além de um ato corajoso, era também um ato
cultural. Pois, não era somente sobre política que a revista falava. Ela abordava
diversas outras questões, incluindo cultura popular. Abaixo, está o pensamento
de Albert Lutuli, professor sul-africano e ganhador do Nobel da Paz, que lutou de
forma não-violenta contra o Apartheid, em publicação da revista Drum:
44
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
45
Língua Inglesa E Cultura
Nos dias de hoje, nos quais ainda, infelizmente, ocorrem episódios diários
noticiados pela mídia de racismo no Brasil, é de extrema importância trazer o de-
bate contemporâneo, por meio de uma contextualização histórica, para a aula de
Língua Inglesa. Um dos recursos que se pode utilizar é trabalhar com a voz, dar o
lugar de fala, para quem lutou e luta contra as mazelas sociais que sofre. É função
do professor ser o mediador de conhecimento que fomenta os saberes para a
construção de um mundo mais igualitário.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Com base nas análises e reflexões aqui propostas, espera-se que tenha sido
possível abordar o debate contemporâneo de forma clara, acerca da multiplicida-
de cultural e como isso deve estar presente no ensino e aprendizado da Língua
Inglesa. Além disso, é sempre importante relembrar sobre o papel do professor
enquanto o mediador de novos horizontes e possibilidades, envolvendo os aspec-
tos culturais que permeiam cada discente.
46
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
1. Com base nas proposições de Edgar Morin (2001) acerca dos
aspectos que compõem uma possível definição de “cultura”, é correto
o que se afirma em:
47
Língua Inglesa E Cultura
REFERÊNCIAS
BBC NEWS. Centenário de Mandela: as frases mais famosas e marcantes do
líder sul-africano. Disponível em: Acesso em: 18 jul. 2022. .
BURKE, Peter. O que é História Cultural? Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora,
2008.
HUNT, Lynn. A Nova Historia Cultural. São Paulo: Martins Fontes, 1992
LUTHULI, Albert. “Should we get rid of the whites?” - Albert Luthuli answer
to a question, 5 March 1959. Disponível em. Acesso em 18 jul. 22.
MASTIN, Luke. “The Lord’s Prayer” in Old English. Disponível em: https://
www.thehistoryofenglish.com/mp3s/lords.html. Acesso em 18 jul. 22.
48
Capítulo 1 Concepções De Texto E Discurso
PUTUMAYO. Sing along with Putumayo. New Orleans: Putumayo Kids. 2004.
SILVA, Rubens Alves da. Chico Rei Congo do Brasil, em Memória Afro-brasileira.
Imaginário, cotidiano e poder, São Paulo: Selo Negro Edições, 2007. p. 43 a
54.
VIEIRA, Isabela. IBGE: negros são 17% dos mais ricos e três quartos da
população mais pobre. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/
noticia/2016-12/ibge-negros-sao-17-dos-mais-ricos-e-tres-quartos-da-populacao-
mais-pobre. Acesso em 05 de agosto de 2022.
49
C APÍTULO 2
CONTEXTUALIZED GRAMMAR:
WAYS TO UNDERSTAND READING
AND WRITING
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:
1. CONTEXTUALIZAÇÃO
O ensino da gramática de Língua Inglesa é desafiador, pois é preciso que
haja contexto prático para que o aprendizado seja efetivo e não apenas o acúmulo
de informações. Para o aluno, é fundamental que os saberes obtidos possam ser
utilizados na prática e no cotidiano.
Dentre algumas frases, cita-se as que podem ser ouvidas com frequência por
parte dos discentes:
- “Eu preferia ter tido aula de espanhol. Ao menos eu aprenderia algo a mais
e serviria para alguma coisa”;
- “Toda aula de inglês era a mesma coisa. A professora trazia uma caixa de
som, colocava uma música para tocar e ensinava o verbo ‘to be’”;
- “A única coisa que eu aprendi nas aulas de inglês é o verbo ‘to be’ e olhe
lá!”.
Muitos alunos que concluem a Educação Básica não veem como satisfatório
o aprendizado da Língua Inglesa ou a aplicabilidade do que foi aprendido. Isso
nos proporciona a reflexão sobre como o processo de ensino e aprendizado da
Língua Inglesa deve ser voltado para o contexto prático do cotidiano dos alunos.
53
Língua Inglesa e cultura
54
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
55
Língua Inglesa e cultura
56
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-premium/professor-fazendo-
uma-pergunta-para-sua-turma_2585409.htm#query=sala%20de%20
aula&position=9&from_view=search>. Acesso em 27 de julho de 2022.
57
Língua Inglesa e cultura
1 OS TEMPOS E OS MODOS
VERBAIS NO ENSINO E
APRENDIZADO DA LÍNGUA
INGLESA
Para que se possa refletir acerca de estratégias, que fomentem a aplicabi-
lidade do ensino dos tempos e modos verbais da Língua Inglesa, na prática dos
discentes, é preciso relembrar os aspectos fundamentais sobre a temática. Para
tanto, a seguir serão abordados e relembrados os tempos e os modos verbais da
Língua Inglesa.
FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-premium/o-professor-explica-como-os-
verbos-sao-usados-em-diferentes-tempos_11414864.htm#query=tenses%20
verb&position=5&from_view=search>. Acesso em 10 de agosto de 2022.
58
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
FONTE: a autora.
59
Língua Inglesa e cultura
FONTE: <https://descomplica.com.br/artigo/verbo-to-be-conjugacao-e-
exercicios-basico/V5F/>. Acesso em 27 de julho de 2022.
Na imagem 3, vemos como é feito o futuro do verbo “to be”. A palavra “will”
antecede o “be” na forma afirmativa. Na forma negativa, o “not” é acrescentado
após o “will” e na forma interrogativa o “will” inicia a oração. Ainda na imagem 3,
a forma “short” da utilização do verbo “to be” está indicada em itálico e abaixo da
forma extensa (que se encontra em negrito).
60
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
1.1 PRESENT
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-gratis/mulher-bonita-e-jovem-confusa-
segurando-um-relogio-olhando-para-o-lado-isolado-na-parede-laranja_13343789.
htm#query=tempo&position=24&from_view=search>. Acesso em 27 de julho de 2022.
Dentre os três tempos verbais da Língua Inglesa (Present, Past, Future), tal-
vez o Present seja o mais utilizado no cotidiano. Afinal, falar sobre as ações do
momento é algo corriqueiro para todos nós. Em inglês, existem 4 modos para tal
tempo verbal. Vejamos a definição e aplicabilidade de cada um.
• I love chocolate;
61
Língua Inglesa e cultura
“this car belongs to my mother” e “she prays every night”. Quando o verbo ter-
minar em -o, -z, -ss, -ch, -sh ou –x, deve-se acrescentar “es” à forma básica. Já
para os verbos terminados em “y” e antecedidos por consoante, retira-se o “y” e
acrescenta “ies”. E para aqueles antecedidos por vogal, apenas acrescenta-se o
“s”. Exemplos: “fly” torna-se “flies” e “play” torna-se “plays”.
• Do I love chocolate?
62
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
- Se o verbo finalizar em “e” e esta vogal for antecedida por consoante, retira-
-se o “e” e acrescenta-se o “ing. Exemplo: “make” torna-se “making”.
63
Língua Inglesa e cultura
Para formar o Present Perfect, deve-se utilizar o verbo “have” mais a forma
“past participle” do verbo principal. Como ocorre no exemplo acima: “have” acres-
cido de “arrived”, que é o “past participle” de “arrive” (“chegar” em português).
64
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
65
Língua Inglesa e cultura
FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/tocando-ilustracao-do-conceito-de-
jazz_20134800.htm?query=m%C3%BAsica&collectionId=903&&position=0&from_
view=collections/>. Acesso em 10 de agosto de 2022.
66
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-gratis/beleza-feminina-natural-na-chuva-de-outono_10675166.
htm#page=5&query=rain&position=29&from_view=search>. Acesso em 27 de julho de 2022.
• I have been waiting for months / I’ve been waiting for months.
• She has been waiting for months / She’s been waiting for months.
• I have not been waiting for months. Forma contracta: I’ve not been wai-
ting for months ou I haven’t waiting for months.
• She has not been waiting for months. Forma contracta: She’ not been
waiting for months ou She hasn’t been waiting for months.
67
Língua Inglesa e cultura
Até o momento, viu-se que o tempo presente possui quatro modos, os quais
podem retratar ações passadas também e que são trazidas até o tempo presente.
Ao lecionar tal conteúdo, em sala de aula é preciso que o aluno entenda de forma
contextualizada como tais recursos da Língua Inglesa são usados no cotidiano.
Vejamos abaixo a letra da música “Ride”, da cantora estadunidense Lana Del Rey:
Ainda na primeira estrofe, há a frase: “Singing blues has been getting old”,
que está em Present Perfect Continuous, indicando que algo teve a gênese no
passado e continua até o presente. A tradução da frase é: “Cantar blues está fi-
cando velho”. Ou seja, com base no primeiro verso analisado, percebe-se que
68
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
Finalmente, com o verso “I’ve been travelin’ too long” é confirmado que o eu-
-lírico viajou no passado por muito tempo e ainda continua viajando no presente. A
ação que ocorreu em um passado indeterminado, como se viu por meio de verso
descrito no Present Perfect, continua até os dias de hoje, ao ser retratada também
agora no Present Perfect Continuous, já que além do tempo e modo verbal em-
pregado propriamente ditos, há a condução semântica do passado para o tempo
presente, até o agora.
Quando são ditos os versos “I’ve been trying too hard with one pretty song”,
nota-se que o eu lírico está tentando, desde o passado até o agora, de forma
persistente, alcançar reconhecimento com uma música. Essa infor’mação liga-se
com o fato de que o blues está tornando-se ultrapassado, tendo em vista que o
eu-poético já está na carreira musical por algum tempo, ou seja, “na estrada”, e
com base nas vivências percebeu que o gênero blues já está ultrapassado e per-
dendo lugar ainda mais no cenário musical.
Como ação que é conduzida do passado até o agora, vê-se que é dito: “Been
trying hard not to get into trouble, but I I’ve got a war in my mind”, que representa
que o eu-poético luta, já faz algum tempo, contra as inquietações que existem na
própria mente e que o atormentam de forma assustadora. Por isso, no presente
momento a ação realizada por ele é representada pelo verso: “I just ride”. O eu-lí-
rico no momento apenas dirige e vai para longe do que o atormenta há tempos na
própria mente.
69
Língua Inglesa e cultura
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-gratis/jovem-musico-de-jazz-afro-americano-
tocando-saxofone-no-azul_13685276.htm#query=blues&position=8&from_
view=search>. Acesso em 27 de julho de 2022.
70
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-premium/doodle-do-curso-de-
ensino-de-linguas-estrangeiras_10848540.htm#query=l%C3%ADngua%20
inglesa&position=18&from_view=search>. Acesso em: 27 de julho de 2022.
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-premium/close-da-ampulheta-no-por-do-sol-
da-praia-do-temporizador-de-areia_26735455.htm#query=deadline%20clock%20
beach&position=11&from_view=search>. Acesso em 27 de julho de 2022.
71
Língua Inglesa e cultura
• PAST
• I slept badly.
Exemplo:
72
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
Observe que o verbo principal volta para a forma básica. Nesse caso, o verbo
“open” continuou na forma básica. Há também a forma contracta do negativo do
Simple Past. Exemplo:
Note que o verbo principal permanece na forma base ao utilizar o “did” para
fazer uma pergunta.
• They were not sleeping, so they got up / They weren’t sleeping, so they
got up.
73
Língua Inglesa e cultura
O Past Perfect é formado com o passado do verbo “have”, que é “had”, mais
o verbo principal utilizando o mesmo que já foi mencionado anteriormente para a
construção da forma “-ed”, para os verbos regulares, ou usando o “past participle”
dos verbos irregulares, conforme o link “Base Form, Past Simple e Past Partici-
ple”, presente no item 3.1.3. Exemplo:
Nota-se que, no próprio passado, o sujeito da oração diz que estava com as
mãos molhadas (My hands were wet) e que isso é devido a uma ação do passado
contínua, que era estar lavando o chão (I had been washing the floor). Ou seja,
há uma ação com continuidade no próprio passado.
74
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
75
Língua Inglesa e cultura
FONTE: <https://pixabay.com/pt/illustrations/taylor-swift-desenho-animado-
pessoas-6048968/.html>. Acesso em 10 de agosto de 2022.
O eu- lírico da canção traz para nós a mensagem inicial de que “It was the
best of times, the worst of crimes” (Aquele foi o melhor dos tempos, o pior dos
crimes), anunciando que algo não foi bom, porém finalizado, ao utilizar o Simple
Past.
Mais uma vez, há uma tessitura textual. O leitor é preparado para entender
que houve um relacionamento, que foi finalizado, e que no meio deste relacio-
namento, o eu-lírico mentia para si e a ação foi interrompida ao perceber que
nunca houve uma chance real para um caminho de felicidade. Observe o título da
música: “Getaway Car” ou, traduzido para o português, “Carro de fuga”. Já há a
metáfora de que há uma fuga nesse relacionamento. Logo, não aparenta ser algo
concreto e sadio para ambas as partes.
76
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
Portanto, uma atividade possível para usar em sala de aula é, a partir dessa
visão de que semântica e sintaxe caminham juntas, o professor propor a apli-
cação prática dos conceitos aprendidos por meio dos tempos e modos verbais,
através da estimulação da escrita dos alunos. O docente pode propor, além da
escrita em verso como já citada anteriormente, a construção de textos de diversos
gêneros textuais em prosa, como notícia, conto e e-mail.
Os gêneros textuais conto e e-mail são também ótimas ferramentas para pra-
ticar a escrita com os quatro modos do tempo verbal “past”, tendo em vista que o
conto narra fatos já finalizados e no e-mail também é possível contar sobre even-
tos anteriores.
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-premium/maos-do-motorista-no-volante-viagem-dirigindo-
na-estrada-da-floresta-com-luz-solar-brilhante_28106695.htm#page=2&query=getaway%20
car&position=13&from_view=search>. Acesso em 27 de julho de 2022.
77
Língua Inglesa e cultura
3.3 FUTURE
O futuro é o tempo verbal para retratar situações que abordam questões re-
lacionadas aos planejamentos e às ações que ainda não ocorreram por completo
no momento presente. A seguir, serão vistas as maneiras existentes de retratar o
tempo futuro em Língua Inglesa.
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-gratis/homem-tiro-medio-usando-oculos-vr_19265130.
htm#query=future&position=3&from_view=search>. Acesso em 27 de julho de 2022.
A forma negativa é feita ao colocar o “not” após o “will”. Exemplo: I will not
wait for you. A forma contracta é “won’t”. Exemplo: I won’t wait for you.
78
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
O Future Continuous também é usado para falar sobre ações que resulta-
ram em algo cotidiano/rotineiro (EASTWOOD,2002). Exemplo: “I’ll be phoning
my mother tonight. I always phone her on Fridays”. (EASTWOOD,2002, p. 100).
I’ll have finished this book soon. I’m nearly at the end.
enough by lunch-time.
Our neighbours are moving soon. They’ll have only been here
a year. (EASTWOOD,2002, p. 102)
79
Língua Inglesa e cultura
• Forma negativa: When we finish this graduate degree, we will not have
been learning French for five years.
80
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
How to be brave
How can I love
When I’m afraid to fall
But watching you stand alone
All of my doubt suddenly goes away somehow
One step closer
I have died every day waiting for you
Darling don’t be afraid
I have loved you for a thousand years
I’ll love you for a thousand more
Time stands still
Beauty in all she is
I will be brave
I will not let anything take away
What’s standing in front of me
Every breath
Every hour has come to this
One step closer
I have died every day waiting for you
Darling don’t be afraid
I have loved you for a thousand years
I’ll love you for a thousand more
And all along I believed I would find you
Time has brought your heart to me
I have loved you for a thousand years
I’ll love you for a thousand more
One step closer
One step closer
I have died every day waiting for you
Darling don’t be afraid I have loved you
For a thousand years
I’ll love you for a thousand more
And all along I believed I would find you
Time has brought your heart to me
I have loved you for a thousand years
I’ll love you for a thousand more
81
Língua Inglesa e cultura
O eu-lírico fala no primeiro verso que “o coração bate acelerado” (Heart beats
fast), utilizando o Simple Present, demonstrando assim que é a ação que ocorre
no momento, no agora. O eu-poético questiona-se: como ele pode ser valente e
como ele pode amar, quando ele tem medo de cair - o que é uma metáfora para
decepcionar-se (How to be brave; How can I love when I’m afraid to fall). Ainda
utilizando o SImple Present, o eu-lírico conlui: “But watching you stand alone all
of my doubt suddenly goes away somehow” (Mas assistindo você permanecer
sozinho, todas as minhas dúvidas repentinamente vão embora de alguma forma).
Após utilizar o Present Perfect, no verso “I have died every day waiting for
you”, o eu-poético finalmente assume, também por meio do Present Perfect, que
“I have loved you for a thousand years” (Eu te amei por mil anos), indicando que o
amor já existia e que persiste nos dias de hoje, como é possível ver na análise do
primeiro verso, “Heart beats fast” (coração bate acelerado), ao perceber a mani-
festação corporal do sentimento ainda não verbalizado.
Após confessar que o amor vem do passado e perdura até os dias de hoje,
por meio do verso “I have loved you for a thousand years”, o eu-poético faz uma
promessa, uma pretensão que ele tem para o futuro, por meio do Simple Future:
I’ll love you for a thousand more (eu te amarei por mais mil anos), já que ele de-
monstrou que do passado até o agora, por meio do Present Perfect, ele já amou a
pessoa por mil anos.
Note como a tessitura textual mais uma vez une a sintaxe (que é o uso das
formas e tempos verbais) com a semântica (que é o sentido da mensagem que o
texto traz). O eu-lírico prepara o terreno para as promessas que fará. Para isso,
usa elementos sintáticos para descrever o que do passado é trazido para o pre-
sente e quais são os sentimentos dele no presente, pois assim, finalmente é pos-
sível fazer promessas para o futuro.
82
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
Por fim, o eu-lírico finalmente admite algo que sentia e desejava, por meio do
Simple Past: “and all along I believed I would find you” (e durante todo este tempo
eu acreditei que eu encontraria você). Se através do Present Perfect ele admite
que amou esta pessoa por mil anos e ainda ama, com a utilização do Simple
Past é possível notar que existiu, também, o desejo de encontrar o ser amado. O
eu-poético usou o Simple Past, tendo em vista ser uma ação já finalizada no mo-
mento presente, pois ele encontrou o ser amado.
Logo após este último verso citado, o eu-lírico diz “Time has brought your
heart to me” (o tempo tem trazido seu coração para mim). Notem que ele usa mais
uma vez o Present Perfect, pois a ação começou no passado (o coração da pes-
soa amada encaminhou-se para junto do eu-lírico por mil anos) e permanece no
presente, já que agora o tempo permite que o coração do ser amado esteja com
o eu-poético, por isso há o uso do Present Perfect, unindo mais uma vez sintaxe
e semântica.
FIGURA 12 – O EU-LÍRICO
FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-poesia_22636419.
htm#query=poetry&position=1&from_view=search>. Acesso em 27 de julho de 2022.
83
Língua Inglesa e cultura
A própria BNCC (2018) fala sobre a capacidade que o discente deve ter de
interpretar músicas em inglês, a partir do que é trabalhado em sala de aula. Con-
tudo, é importante frisar mais uma vez que a desconexão entre a dinâmica com
música proposta e o que é ensinado em sala de aula, faz com que os objetivos da
BNCC (2018) não sejam atingidos, o processo de ensino e aprendizado seja defi-
citário e os discentes percam o interesse/credibilidade na aula de Língua Inglesa.
84
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-gratis/amigos-aprendendo-em-um-grupo-de-estudo_22377268.
htm#query=leitura&position=20&from_view=search>. Acesso em 27 de julho de 2022.
Além disso, a música pode fazer parte do cotidiano dos discentes, sendo um
fator que desperta o interesse sobre o aprendizado da Língua Inglesa em sala de
aula. As músicas a serem trabalhadas podem ser colocadas em votação para a
escolha dos alunos, para que possam ter participação nas decisões que envolvem
os processos de ensino e aprendizado do idioma, e para que haja um despertar
do interesse de descobrir novos saberes.
85
Língua Inglesa e cultura
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-gratis/bate-papo-nas-redes-
sociais-para-criancas_16474109.htm#query=social%20media%20
kids&position=5&from_view=keyword>. Acesso em 27 de julho de 2022.
Vejamos o texto abaixo, intitulado “When mothers suffer, babies suffer. It’s
time the world realized this, say maternal mental health experts”, de Meera Senthi-
lingam para a rede de notícias CNN:
When mothers suffer, babies suffer. It’s time the world realized
this, say maternal mental health experts
By Meera Senthilingam, CNN
(CNN)Postpartum depression (PPD) is estimated to affect more
than one in ten women who have a baby and is just one of
many mood disorders that a woman can get during pregnancy
or in the first year after birth, known as the perinatal period.
Yet these conditions, known as perinatal mood disorders, re-
86
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-gratis/trabalhador-leitura-de-noticias-com-a-tabuleta_934102.
htm#query=not%C3%ADcia&position=2&from_view=search>. Acesso em 27 de julho de 2022.
87
Língua Inglesa e cultura
No primeiro capítulo deste estudo aqui feito, abordou-se o fato de que, cultu-
ralmente, alguns alunos podem não sentir afinidade com o que os aspectos que
permeiam a Língua Inglesa. Indicou-se que fossem pesquisados, então, pelo pro-
fessor conteúdos em inglês, que abordassem os aspectos da cultura popular na
qual o discente está inserido. No texto abaixo, por exemplo, são abordados as-
pectos da própria cultura popular brasileira, como pratos típicos como a canjica e
seres folclóricos como Curupira e Caipora. Vejamos:
88
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
Como forma de fazer uma aproximação com a cultura popular brasileira, que
faz parte do cotidiano e da realidade dos alunos, o texto aborda a existência de
Curupira e Caipora, inclusive com a definição desses seres folclóricos em inglês
por meio do “vocabulary”. Logo em seguida, há a descrição do prato típico “canji-
ca”, extremamente comum nas festas juninas brasileiras e, muito provavelmente,
a grande maioria dos alunos sabe o que é este prato. Mais uma vez, o texto obvia-
mente está em inglês.
Como indicativo de uma ação passada que foi interrompida por outra ação
passada, há o uso do Past Continuous na frase: “The wind was blowing in the
girl’s hair”. A ação de ter o vento passando pelos cabelos da personagem princi-
pal, Estafania, é interrompida quando a garota passa a sentir-se dentro de uma
espiral, conforme é dito, logo em seguida, pela frase: “She felt like into a spiral”.
89
Língua Inglesa e cultura
da pelo fato da garota sentir-se envolver-se por uma espiral. É um artifício sintáti-
co usado para transpor sensorialmente quem lê para a narrativa.
FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/leitura-de-livro-mistico-com-
elementos_22793529.htm#page=2&query=fantasy%20book&position=27&from_
view=search>. Acesso em: 27 de julho de 2022.
90
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
Debbie: Have you seen the ski shop that’s just opened in the
High Street?
Nicola: I haven’t skied for ages actually. I’ve got some skis -
I’ve had them for years. I used to ski a lot when I was younger.
91
Língua Inglesa e cultura
O diálogo continua com Nicola falando que não esteve ainda na loja de ski.
Desde o tempo em que houve a inauguração até o presente momento. Debbie
responde que esteve na loja ontem, mais uma vez indicando uma ação finalizada
e que comprou algumas luvas. Nicola responde que, de um tempo passado inde-
terminado até o presente, ela não esquia por anos e que tem até hoje os esquis
que usava quando mais nova.
Para referir-se ao lugar para qual Nicola viajou, Debbie usa o Simple Past
como forma sintática, tendo em vista ser uma ação finalizada. Chama-se a aten-
ção para o fato de o uso do Present Perfect e do Simple Past estar contextualiza-
do. Alguns alunos relatam que, nas aulas de Língua Inglesa, o conteúdo sintático
era apresentado de forma monótona.
92
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
FONTE: <https://www.freepik.es/vector-gratis/estudiantes-que-aprenden-
lengua-extranjera-vocabulario_11235885.htm#query=lengua%20y%20
literatura&position=6&from_view=keyword>. Acesso em: 27 de julho de 2022.
93
Língua Inglesa e cultura
Mrs Webster, em diálogo com Ted, diz que está esperando por três anos em
uma lista para operar a perna. É algo que se iniciou no passado e perdura ainda
pelo presente. É esperado o fim para essa ação (o que não ocorreria com o Pre-
sent Perfect).Ted menciona que o sofrimento de Mrs Webster perdurou nos últi-
mos três anos e ainda continua no presente, e que isso ocorre pelo hospital estar
cortando gastos. Mrs Webster responde que o filho dele está fazendo o possível,
desde então, para que a cirurgia seja realizada da forma mais breve possível.
FONTE: <https://pl.freepik.com/darmowe-zdjecie/srednio-strzelani-uczniowie-
w-klasie_13819159.htm>. Acesso em 27 de julho de 2022.
94
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
Miranda lay on her bed and stared at the ceiling. She was
depressed. Her boyfriend Max had gone on holiday with his
brother the day before. He hadn’t invited Miranda to go with
him. He hadn’t even said goodbye properly. And everything
had been going so well. What had she done wrong? (EAS-
TWOOD, 2002, p. 92)
Aqui, foram vistos de forma sucinta os principais aspectos dos tempos e mo-
dos verbais da Língua Inglesa, pois o objetivo é demonstrar como tais aspectos
sintáticos podem ser trabalhados em sala de aula, por meio de artifícios culturais
que envolvem a Língua Inglesa. Desta forma, é importante ressaltar que existem,
ainda, obviamente mais possibilidades de aplicações práticas e cotidianas acer-
ca dos tempos e modos verbais. É preciso lembrar, também, que os teóricos e
gramáticos da Língua Inglesa possuem visões próprias sobre o idioma, podendo
existir nuances em cada visão acerca da mesma temática, o que inclui o estudo e
análise dos diferentes tempos e modos verbais do idioma.
95
Língua Inglesa e cultura
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-gratis/reserve-na-biblioteca-com-livro-aberto_3737798.
htm#query=leitura&position=47&from_view=keyword>. Acesso em 27 de julho de 2022.
96
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Considerando o que aqui foi apresentado, nota-se como o ensino da Lín-
gua Inglesa precisa ser voltado para a contextualização dos conteúdos sintáticos
com a aplicabilidade na prática do discente, por meio, inclusive, de simulações
de conversação de diálogos cotidianos. Observaram-se, ainda, como os aspectos
culturais servem como fomentos para a análise prática dos conteúdos sintáticos
dispostos na aula de Língua Inglesa, por meio de análise da tessitura textual que
é envolta pela sintaxe.
É preciso que haja sentido nos elementos sintáticos na criação do texto e uso
cotidiano também. E no próprio ensino da Língua Inglesa é necessário o sentido
na atividade proposta em sala de aula. Não há mais espaço para atividades não
pensadas e improvisadas, que usam de artifícios como a música apenas como
prática de lazer durante a aula. Há a necessidade de atividades pensadas previa-
mente para serem complementares aos conteúdos abordados. A própria BNCC
(2018) enfatiza o uso de recursos culturais, como a música, no ensino da Língua
Inglesa. Contudo, é preciso que seja pensada e elaborada a atividade a ser reali-
zada.
Sendo assim, espera-se que o docente possa estar cada vez mais aberto ao
diálogo acerca dos anseios e expectativas dos discentes sobre processos de en-
sino e aprendizado da Língua Inglesa, para que cada vez mais sejam concretos e
prazerosos os aspectos que permeiam o estudo e a vivência do idioma.
97
Língua Inglesa e cultura
98
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
99
Língua Inglesa e cultura
REFERÊNCIAS
ANTONOFF, Jack; SWIFT, Taylor. Getaway Car. Disponível em: <https://www.
letras.mus.br/taylor-swift/getaway-car/>. Acesso em 26 jul. 2022
FINGERMANN, Dominique. O que falar quer dizer?. Revista IDE. São Paulo, v.
30, n. 45, p. 24-27, Dezembro. 2007. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31062007000200005>. Acesso em 26
jul. 2022.
FOGERTY, John. Have You Ever Seen The Rain?. Disponível em: <https://www.
letras.mus.br/rod-stewart/779712/>. Acesso em 26 jul. 2022.
100
Contextualized Grammar: Ways To Understand
Capítulo 2
Reading And Writing
RABELO, Vanessa Rodrigues. Estefania and the trip to the Deep Ranch
Kingdom. Tradução Júlia Tetzlaff Rosas. Belo Horizonte: Independently
published. 2020.
SENTHILINGAM, Meera . When mothers suffer, babies suffer. It’s time the
world realized this, say maternal mental health experts . Disponível em:
<https://edition.cnn.com/2022/05/26/world/mothers-care-babies-gender-as-
equals-intl-cmd/index.html>. Acesso em 26 jul. 2022.
101
C APÍTULO 3
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A tradução ainda não possui uma metodologia sistematizada quando se trata
da dicotomia Língua Inglesa e Língua Portuguesa. Para o ensino em sala de aula,
mais especificamente para a Educação Básica, em muitas ocasiões o docente
vê-se sem recursos metodológicos, para demonstrar ao aluno como pode ser rea-
lizada uma tradução efetiva.
Ao lermos um texto, não chegamos até ele como um “aquário vazio”. Quando
lemos um texto, já estamos preenchidos por informações e conhecimentos pré-
vios. Sendo assim, é possível notar que a cultura, enquanto fonte de saberes,
permite que a leitura de um texto torne-se facilitada. Ao mesmo tempo, enquan-
to educadores, é preciso que respeitemos a cultura popular na qual cada aluno
e aluna estão inseridos. Portanto, propõe-se aqui uma breve análise acerca da
história dos textos em Língua Inglesa, por meio da literatura, com a finalidade de
subsidiar o professor com conhecimentos que podem ser apresentados aos dis-
centes. Assim, ao ler um texto, seja ele literário ou jornalístico, o aluno poderá já
ter um saber prévio acerca da cultura em que a obra está inserida.
Por fim, espera-se que, com base nos saberes aqui debatidos, o docente
possa mediar o conhecimento em sala de aula, promovendo um ambiente de res-
peito à cultura de cada aluno e, ao mesmo tempo, proporcionando ferramentas
para que os discentes possam alcançar voos ainda maiores por intermédio da
Língua Inglesa.
105
Língua Inglesa e cultura
2. ASPECTOS INICIAIS DA
TRADUÇÃO “LITERAL” E
TRADUÇÃO “LIVRE”
Falar sobre tradução é adentrar ao campo dos aspectos culturais, que per-
meiam o idioma original em que a obra a ser traduzida foi elaborada. É possível
que ao assistir a um filme no idioma original e, posteriormente, também à ver-
são dublada, haja diferenças consistentes no texto trabalhado pelos atores. Isso
ocorre porque a tradução passa por aspectos que envolvem a decodificação, não
somente das palavras de maneira crua, mas também é preciso que exista sentido
e contexto. No caso dos filmes, por exemplo, uma piada precisa de contexto. Em
algumas ocasiões, a piada exigirá um conhecimento prévio, que pode envolver
aspectos culturais. Logo, a tradução precisa adaptar o contexto para o idioma que
será o produto final da tradução.
Nota-se, portanto, que os aspectos culturais mais uma vez interferem (e mui-
to) nas vivências de um novo idioma. Sobre os dilemas da tradução, José Souza
(1998) relembra que o principal conflito conceitual surge por meio de duas propo-
sições distintas acerca de como realizar uma tradução, já que ela pode ser “literal”
ou “livre”. Sobre isso, Souza (1998) define que a tradução “literal” é aquela que
se propõem manter-se fiel ao texto original e a tradução “livre” mantém-se fiel ao
sentido geral do texto.
106
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-premium/grupo-de-pessoas-
empolgadas-assistindo-a-um-campeonato-de-jogos-esportivos-em-
casa_16145389.htm?query=tv>. Acesso em 09 de agosto de 2022.
FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/composicao-isometrica-
de-pessoas-artista-de-rua_7199778.htm#query=programa%20de%20
audit%C3%B3rio&position=2&from_view=search>. Acesso em: 05 de agosto de 2022.
107
Língua Inglesa e cultura
108
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
pré-cristãos, passando pela Idade Média e durante a formação dos Estados mo-
dernos. Ainda sobre a tradução da Bíblia, Souza (1998, p. 52) salienta que “no sé-
culo XVI, Martinho Lutero, ao traduzir a Bíblia para o alemão, defendeu o mesmo
princípio básico de Cícero e de São Jerônimo, ou seja, o princípio da tradução do
sentido e não, da tradução literal”. (SOUZA, 1998, p.52)
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-premium/busto-de-gesso-branco-da-cabeca-de-cicero_9467059.
htm#query=c%C3%ADcero&position=11&from_view=search>. Acesso em 05 de agosto de 2022.
109
Língua Inglesa e cultura
léxico sobre alimentos comuns nos Estados Unidos da América (EUA), na maioria
das vezes. Um exemplo de fruta comum nos EUA (e pouco utilizada no Brasil) é
“Cranberry”. Em muitas ocasiões, é provável que se refiram a esta fruta como “fru-
ta vermelha”. Mas, ao pensarmos no léxico da Língua Portuguesa, a maçã é uma
fruta vermelha e ninguém se refere a ela dessa forma. O “Cranberry” talvez ganhe
essa tradução (“fruta vermelha”) por ser utilizado na torta de “frutas vermelhas”
(que já está mais popularizada no Brasil) e por ser dessa coloração. Há, portanto,
uma tradução “livre”, mesmo que exista uma tradução “literal” para o nome da fru-
ta, que em português é “arando”. Para as pessoas em geral, é pouco provável que
conheçam tal fruta com o nome traduzido para a Língua Portuguesa.
FIGURA 4 – CRANBERRY
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-premium/cacho-de-cranberry-isolado-no-branco_10003532.
htm#query=cranberry&position=13&from_view=search>. Acesso em 05 de agosto de 2022.
Da mesma maneira, a tradução “literal” tende a ser mais utilizada por notí-
cias, por exemplo, tendo em vista o objetivo de o gênero textual tenta, teorica-
mente, prezar por mais imparcialidade. Veja, a seguir, a versão original do trecho
de uma matéria feita para o portal de notícias britânico BBC: “Border irregularities
are found throughout Europe – and the world – but a 200m-long island that swaps
countries biannually is unfathomably odd. And few, curiously, know much about
Pheasant Island at all.” (MACEACHERAN, 2022a). Note como é repassada uma
informação de forma objetiva por meio do idioma original. Agora, veja a versão tra-
duzida pela própria rede de notícias BBC para português, perceba que a tradução
é feita, na maior parte, de uma maneira “literal”:
110
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
I don’t much wonder, for I myself could not get clear what I wa-
nted, and what I did not want, going round and round in circles.
In the living of life, things get mixed up. Life is like that: first it
blows hot, then, cold; it tightens, then loosens; it soothes, then
disquiets. What life demands of us is courage. (ROSA, 1963,
p. 264)
111
Língua Inglesa e cultura
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-gratis/foto-de-alto-angulo-de-um-prado-coberto-
de-grama-durante-o-por-do-sol_13006194.htm#query=ro%C3%A7a&position=19&from_
view=search>. Acesso em 05 de agosto de 2022.
112
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
signo para uma nova língua e cultura. Infelizmente, não houve viabilidade finan-
ceira para a construção do glossário ilustrado, porém é um artifício e um instru-
mento extremamente válido no campo da tradução, quando levamos em conta a
cultura popular da língua materna.
Antes de dar prosseguimento a mais uma visão técnica acerca dos aspec-
tos que envolvem a tradução, ressalta-se uma importante experiência enquanto
tradução de texto falado. Era preciso escrever sobre o show da banda Pearl Jam,
que ocorreu no Brasil em 2018. A tradução ocorria sem precisar relatar as pala-
vras usadas pelo vocalista, Eddie Vedder, durante a apresentação. Na ocasião, foi
possível ter uma caderneta em mãos e anotar o que era falado. Contudo, tendo
em vista ser algo ao vivo, a tradução não ocorria como feita a partir de um texto
escrito, pois não havia o tempo para reler o objeto traduzido. Logo, é praticamen-
te inviável que na totalidade do tempo na qual a tradução ocorre se realize uma
tradução “literal”. Em alguns momentos, é preciso traduzir de forma “livre”, em
decorrência da dinâmica situacional.
113
Língua Inglesa e cultura
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-gratis/artista-tocando-violao-e-pulando-de-lado_11107863.
htm#query=rock&position=3&from_view=search>. Acesso em 09 de agosto de 2022.
É preciso que o aluno crie confiança. Sendo assim, ele precisa entender que
o nosso estado físico e emocional interferem também na nossa comunicação, já
que não somos partes difusas. O importante é que a comunicação seja realizada
de forma consistente. Para o aluno da Educação Básica, o docente deve demons-
trar que a tradução precisa atingir um objetivo e que a Língua Inglesa possui mui-
tos aprendizados novos a cada dia. E, realmente, é com o passar do tempo e de
novos estudos (e consequentemente novos saberes) que o domínio terá a cada
dia mais um passo no nível de excelência.
114
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
FONTE: <https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Shannon_Weaver_-_Modelo_de_
Comunica%C3%A7%C3%A3o.png>. Acesso em 04 de agosto de 2022.
A fonte da informação, em boa parte das vezes, é quem emite o que é falado.
A mensagem é o que se repassa por meio da comunicação. O transmissor é meio
pelo qual a mensagem é repassada; pode ser um computador, um celular, o espa-
ço em que ocorre a comunicação ou outra forma. O sinal representa o meio físico
pelo qual a mensagem é realizada, podendo ser as ondas de um rádio, as ondas
sonoras da voz, dentre outros.
115
Língua Inglesa e cultura
3. ASPECTOS CONCEITUAIS
SOBRE A TRADUÇÃO DE TEXTOS
ESCRITOS
Ao realizar a tradução de um texto, é necessário que conhecimentos prévios
estejam devidamente estabelecidos por parte de quem traduz. Especificamente
sobre os textos escritos para o processo de leitura há uma interligação entre co-
nhecimentos de “forma” e de “substância”. Souza (1998, p. 55) utiliza a frase a
seguir como exemplo: “If you tell the truth long enough you are bound to be
found out.(Se contarmos toda a verdade, com certeza seremos descobertos.)”
116
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
117
Língua Inglesa e cultura
Souza (1998) ainda nos lembra de que a interpretação do texto, algo para
além da tradução simplesmente dita, está em uma interlocução entre autor, texto
e leitor. Isso ocorre porque há o diálogo entre autor e leitor, e este é mediado pelo
texto e os aspectos do processo de leitura/tradução, envolvendo a estrutura cog-
nitiva do sujeito e os processos que lá ocorrem.
i need someone
who knows struggle
as well as i do
someone
willing to hold my feet in their lap
on days it is too difficult to stand
the type of person who gives
exactly what i need
before i even know i need it
the type of lover who hears me
even when i do not speak
is the type of understanding
i demand
- the type of lover i need (KAUR, 2015, p. 70)
Considerando os aspectos do “conhecimento de substância” inerentes a
mim, de forma pessoal (obviamente), a tradução da frase “willing to hold my feet
in their lap” seria como “disposto a segurar meus pés em seu colo”. Seria feita a
118
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
opção, também, por uma tradução “literal”, tendo em vista que, para o poema aci-
ma, não é preciso o conhecimento cultural popular e/ou regional/específico para
a decodificação do texto. O leitor conseguiria compreender de forma adequada o
que é passado pelo eu-lírico.
preciso de alguém
que conheça a dificuldade
tão bem quanto eu
alguém
disposto a colocar minhas pernas no colo
nos dias em que é muito difícil ficar em pé
o tipo de pessoa que ofereça
exatamente o que eu preciso
antes que eu saiba que preciso
o tipo de amante que me ouça
mesmo quando não falo
esse é o tipo de compreensão
que eu exijo
- o tipo de amante de que eu preciso (KAUR, 2017,p. 87)
Não se tece, aqui, críticas à tradução. O que se aponta é a demonstração
de como instrumentos diferentes podem nortear para uma tradução distinta. Na
opção de tradução aqui sugerida, utilizar-se-ia a tradução “literal”, porém na tra-
dução oficial foi utilizada uma tradução “livre”, como é possível observar em com-
paração com o texto original. Conforme mencionado anteriormente, para textos
jornalísticos é mais comum a utilização da tradução “literal” e para textos literários
utiliza-se mais a tradução “livre”, tendo em vista a necessidade de adequação
quanto aos aspectos culturais que permeiam, tanto o idioma de origem quanto
o segundo idioma para o qual a obra será traduzida. Contudo, em algumas situ-
ações nas quais não é necessária uma adequação do texto de aspecto cultural,
pode-se tranquilamente utilizar a tradução “literal”.
119
Língua Inglesa e cultura
FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-de-poesia-em-aquarela_22890672.
htm#query=poetry&position=1&from_view=search>. Acesso em 05 de agosto de 2022.
Há, contudo, obras (em especial as literárias) que possuem aspectos cultu-
rais brilhantes e que tornam a tradução algo mais complexo. Uma dessas obras
é “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, publicado originalmente em 1960,
por Carolina Maria de Jesus (1963). Observe o trecho a seguir:
Carolina Maria de Jesus foi uma mulher que não teve o acesso necessário
para o ensino formal, mais precisamente referindo-se à Educação Básica. Porém,
ela era uma mulher com muitos conhecimentos e saberes (até porque o conheci-
mento e o saber obviamente estão também fora dos muros da escola). É preciso
retirar o estigma de que o saber é restrito ao ambiente educacional. Os povos ori-
ginários possuíam conhecimentos próprios e que a ciência atual também utiliza.
120
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
FONTE: <https://br.freepik.com/fotos-gratis/bela-vista-de-uma-pequena-
cidade-nas-montanhas-durante-o-por-do-sol-no-brasil_15695652.
htm#query=favela&position=2&from_view=search>. Acesso em 05 de agosto de 2022.
121
Língua Inglesa e cultura
“Bingley.”
“Bingley.”
Somente no século XIX é que essa informação faz sentido, ou seja, no mo-
mento histórico no qual a obra foi publicada. Esse é um detalhe que não compro-
mete a compreensão do enredo como um todo, porém, ao realizar uma tradução
da obra, o profissional pode acrescentar notas de rodapé com informações his-
tóricas para enriquecer a experiência do leitor. Mesmo que o foco da construção
deste saber seja o ensino e aprendizado que envolvem a Língua Inglesa, há um
exemplo formidável de tradução feita pela Editora JBC quando transpõe para a
Língua Portuguesa aspectos culturais da sociedade japonesa por meio de notas
de rodapé.
122
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Jane_Austen#/media/Ficheiro:CassandraAusten-
JaneAusten(c.1810).jpg/>. Acesso em 05 de agosto de 2022.
4. A TRADUÇÃO E O ENSINO NA
EDUCAÇÃO BÁSICA
Até aqui foi falado sobre os processos cognitivos pertinentes à tradução; so-
bre como o meio interfere também na tradução, através da proposição Shannon–
Weave; falou-se, também, um pouco sobre os aspectos históricos da tradução; e
sobre alguns preceitos técnicos de tradução, como tradução “livre” e “literal” e co-
nhecimento de “forma” e “substância”. Além disso, falou-se ainda sobre aspectos
pertinentes à tradução de textos verbais e de escritos. Por fim, mostrou-se tanto
como o profissional pode utilizar os saberes vistos até aqui e pincelou-se acerca
de como o conhecimento abordado até o momento pode ser utilizado pelos dis-
centes por meio dos processos de ensino e aprendizado da Educação Básica.
Será feita, agora, uma análise acerca dos aspectos pedagógicos relaciona-
dos à tradução no cotidiano da aula de Língua Inglesa na Educação Básica. His-
toricamente, segundo Dorothy Kelly apud Marileide Esqueda (2018), nas aulas de
Língua Inglesa até a década de 1980, a tradução era feita de uma maneira mais
oral, na qual os alunos diziam qual a tradução do que liam e o professor “corrigia”
o que estava “errado”.
123
Língua Inglesa e cultura
Obviamente, esse processo citado como experiência não é algo fácil de ser
realizado principalmente em escolas públicas, pois há uma superlotação em sala
de aula, o que pode inviabilizar o ensino centrado em cada pessoa. Traz-se, con-
tudo, essa experiência para demonstrar a efetividade dela e fomentar o pensa-
mento para que nós, educadores, possamos pensar em estratégias para levar
o ensino centrado no aluno à aplicação em salas de aula com muitas pessoas,
tendo em vista ser a realidade de muitas escolas públicas brasileiras (mesmo não
sendo o ideal). Carl Rogers foi o primeiro a propor a “aprendizagem centrada no
aluno” e segundo Eliana Araújo e Vânia Vieira (2013, p. 98):
Darin apud Esqueda (2018) cita, ainda, que em algumas situações o docente
ouve, por parte dos discentes, as diferentes traduções que cada um produz e “ele-
ge” ou condiciona a classe a encontrar um consenso de qual é a mais adequada.
Quando a aprendizagem não é centrada no aluno, esse tipo de prática pedagó-
gica pode gerar insegurança. Em muitos casos, o aluno pode ter o conhecimento
necessário da Língua Inglesa, porém é inseguro ao aplicar o que foi aprendido.
Perceba como que o próprio processo de ensino, neste caso referindo-se especifi-
124
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
É preciso que o aluno tenha confiança em utilizar o que foi aprendido para
compreender com clareza o texto por ele lido. Cita-se, aqui, um breve relato de
como se utilizou em sala de aula a aprendizagem centrada no aluno, levando em
consideração a cultura popular dos discentes. Além de Língua Inglesa, há a expe-
riência de lecionar outras disciplinas, e o exemplo de como utilizar a vertente pe-
dagógica da aprendizagem centrada no aluno é válida para os variados saberes
e, em especial para o ensino do inglês, funciona de forma satisfatória (inclusive é
a metodologia que utilizo ao lecionar).
A fama é que os alunos seriam “difíceis” de lidar e eles eram de uma região
de Minas Gerais que tinha grandes dificuldades em infraestrutura para as cidades
e zona rural também. Ao preparar-me para a aula, havia em mente de que era
preciso ouvir os alunos. Essa era a primeira etapa para a criação de um laço de
confiança, através do qual eu poderia ser a mediadora do conhecimento.
125
Língua Inglesa e cultura
Carl Rogers (1972), aqui, observa que, como já foi falado no capítulo 1, a
cultura é repassada, por meio da tradição, de uma geração para a outra. Rogers
(1972) enfatiza que a escola tem papel primordial neste processo. Contudo, o
autor relatou sobre um problema da década de 1970 e que também pode ser
observado ainda hoje: a apatia de alguns jovens em relação à cultura na qual
estão inseridos. Isso pode estar refletido em sala de aula por meio, também, da
desmotivação já apresentada nos dois capítulos anteriores acerca do ensino e
aprendizado da Língua Inglesa. Contudo, Rogers (1972) propõe que uma visão
centrada na pessoa, incluindo principalmente as abordagens de ensino e apren-
dizado na escola (Educação Básica), é uma maneira de lidar com o quadro do
mundo contemporâneo que, em muitas vezes, se apresenta de forma caótica para
as pessoas.
126
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Rogers#/media/Ficheiro:Carl_
Ransom_Rogers.jpg>. Acesso em 05 de agosto de 2022.
5. A TRADUÇÃO ENQUANTO
PRODUTO CULTURAL
Com base no que foi apresentado até agora, é indiscutível o papel da cultura
nos processos de tradução. Com essa visão, Basil Hatim e Jeremy Munday enfa-
tizam que:
Logo, é preciso retornar ao que foi visto no primeiro capítulo, pois a tradução
é intrinsecamente ligada aos conceitos de cultura e cultura popular. Não há tradu-
ção sem considerar o conhecimento de “substância”, que é ligado às vivências e
experiências da cultura de um sujeito.
127
Língua Inglesa e cultura
FIGURA 14 – LITERATURE
FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/literatura-e-escrita-hobby-ocupacao_15128919.
htm#query=literature&position=0&from_view=search>. Acesso em 05 de agosto de 2022.
128
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
FONTE: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-de-poesia-em-aquarela_23309755.
htm#query=literatura&position=3&from_view=search>. Acesso em 05 de agosto de 2022.
• Trovadorismo:
129
Língua Inglesa e cultura
Vê-se, portanto, que o lirismo popular, provenientes dos celtas e dos povos
germânicos, influenciou certamente os poemas produzidos pelas classes domi-
nantes.
• Humanismo:
130
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
HIPPOLYTA
Four days will quickly steep themselves in night;
Four nights will quickly dream away the time;
And then the moon, like to a silver bow
New-bent in heaven, shall behold the night
Of our solemnities. (SHAKESPEARE,p. 04)
Note como a personagem é Hipólita, que na mitologia grega era a rainha das
amazonas. Na obra em questão, o cerne encontra-se nos amores impossíveis e
proibidos (tema recorrente nas obras de Shakespeare), que são afetados pelos
desejos e brincadeiras dos seres mitológicos que habitam um bosque. Perceba
a influência, aqui, da cultura celta mencionada no primeiro capítulo deste nosso
processo de estudo. Ao mesmo tempo em que Shakespeare resgata a cultura e
historicidade do passado, traz para o homem que ali se criava no período huma-
nista, questões complexas acerca da vontade e do desejo.
Se antes os casamentos podiam ter um olhar mais voltado para laços con-
tratuais, aqui Shakespeare traz a questão do desejo e da vontade, tão pertinentes
ao ser humano do período humanista, já que um dos preceitos desta época é o
antropocentrismo, ou seja, o homem no centro das questões (incluindo, portanto,
os desejos dele também). E o homem passar a ser o centro muito em decor-
rência de observar a capacidade em produzir tecnologia, como para os períodos
das grandes navegações que ocorriam. Em decorrência de tantas transformações
vividas para o ser humano daquela época, Shakespeare produz uma das frases/
pensamentos com grande apelo de reprodução em épocas posteriores e ainda
nos dias presentes. Observe na imagem abaixo:
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Shakespeare#/media/
Ficheiro:Shakespeare.jpg>. Acesso em 06 de agosto de 2022.
131
Língua Inglesa e cultura
• Classicismo:
• Elizabethan Age:
132
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Vit%C3%B3ria_do_Reino_Unido#/media/
Ficheiro:Queen_Victoria_by_Bassano.jpg>. Acesso em 09 de agosto de 2022.
• Jacobean Age:
• Caroline Era:
133
Língua Inglesa e cultura
• Puritan Age:
O período foi marcado pelas ações que objetivavam “purificar” a Igreja Angli-
cana, que era a oficial da Inglaterra e chefiada pelo rei, do que havia ainda de “ca-
tólico”, durante o século XVII. (BRITANNICA,2020d). É conhecido também como
Commonwealth Age. De acordo com Neil Keeble (2008, p.22):
• Arcadismo ou Neoclassicismo:
134
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
• Romantismo:
Half broken-hearted
135
Língua Inglesa e cultura
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Lord_Byron#/media/Ficheiro:Byron_1813_
by_Phillips.jpg>. Acesso em 09 de agosto de 2022.
136
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Mary_Shelley#/media/
Ficheiro:RothwellMaryShelley.jpg>. Acesso em 09 de agosto de 2022.
137
Língua Inglesa e cultura
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A partir do que aqui foi exposto, espera-se que o docente seja capaz de ter
uma escuta empática com os discentes, e que a aprendizagem centrada no alu-
no possa fornecer ferramentas para o ensino da tradução de forma humanística.
Além disso, o professor estará apto para identificar quais recursos, por meio do
conhecimento de “forma” e do conhecimento de “substância”, o aluno precisa de
um maior processo de desenvolvimento.
Na Educação Básica, percebemos que cada localidade do país tem sua pró-
pria dimensão cultural, que se desenvolveu a partir de sua experiência, e diferen-
tes classes econômicas também trazem outras dimensões aos grupos de pes-
soas que compõem nosso país. É bem provável que os professores recebam os
discentes de diversas partes da cidade, na mesma sala de aula. Há, inclusive,
138
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
outros preceitos que tornam grande a diversidade cultural. Até os professores po-
dem ser de outra região, para onde os alunos são enviados.
Experimentar e viver uma nova língua aprendida por meio de processos so-
ciais é essencial para que a língua seja internalizada pelo aluno. Por exemplo, no
Brasil, dado que o inglês não é tão utilizado no dia a dia, um grande desafio para
os professores é realizar essa imersão. Quando aprendemos uma nova língua,
todos nós temos nossos próprios símbolos não codificados, que nos influenciam
e vêm da cultura subjetiva e popular, que há em cada um de nós. Ademais, temos
que lidar com o simbolismo cultural da nova língua que estamos aprendendo. Isso
é simbólico, ao mesmo tempo, nutrido pelo sujeito que vivencia a nova linguagem,
transformando o indivíduo que a constrói.
Com base nas análises e reflexões aqui oferecidas, nas questões abordadas
nos capítulos 1, 2, e 3, espera-se que o debate contemporâneo sobre a diversida-
de cultural e como esta deve estar presente no ensino e na aprendizagem, possa
ser resolvido de forma inequívoca. Além disso, é importante sempre lembrar o pa-
pel do professor como mediador de novos horizontes e possibilidades, em relação
aos aspectos culturais já incutidos em cada aluno.
139
Língua Inglesa e cultura
Assim, os professores podem se tornar cada vez mais abertos ao diálogo so-
bre os desejos e expectativas dos alunos, e sobre o processo de ensino e apren-
dizagem de inglês, de modo que os aspectos do ensino e aprendizado do idioma
se tornem cada vez mais específicos e agradáveis.
140
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
141
Língua Inglesa e cultura
REFERÊNCIAS
A BÍBLIA. Isaías 34:14. Tradução da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias. Disponível em: <https://www.churchofjesuschrist.org/study/
scriptures/ot/isa/34?lang=por>. Acesso em: 08 de agosto de 2022a.
ARAÚJO, Eliana Silva Cassimiro de; VIEIRA, Vânia Maria de Oliveira. Práticas
docentes na Saúde: contribuições para uma reflexão a partir de Carl Rogers.
Psicologia Escolar e Educacional [online]. 2013, v. 17, n. 1 , pp. 97-104.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-85572013000100010>. Acesso
em: 08 de agosto de 2022.
142
Capítulo 3 Basic Translation And Reflections About Reading
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São
Paulo: Editora Ática. 1963
KAUR, Rupi. Honey and Milk. Kansas City: Andrews McMeel Publishing. 2015.
KAUR, Rupi. Outros jeitos de usar a boca. Tradução de Ana Guadalupe. São
Paulo: Planeta. 2017.
MACEACHERAN b, Mike. A curiosa ilha que ‘muda de país’ duas vezes por
ano. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/vert-tra-62152758>.
Acesso em: 08 de agosto de 2022b.
ROBINSON, Bonnie. British Literature II: Romantic Era to the Twentieth Century
and Beyond. Athens: University of Georgia Press. 2008.
143
Língua Inglesa e cultura
ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. São Paulo: Editora Nova
Aguilar. 1994.
ROSA, João Guimarães. The devil to pay in the backlands. Tradução de James
L. Taylor e Harriet de Onís. Nova York: Alfred A. Knopf. 1963.
SOUZA, José Pinheiro de. Teorias da tradução: uma visão integrada. Fortaleza:
Rev. de Letras. n. 20, v. 1/2 – jan/dez. 1998. Disponível em: <https://repositorio.
ufc.br/handle/riufc/16539>. Acesso em: 08 de agosto de 2022.
144