Você está na página 1de 5

UNIDADE CURRICULAR: Leitura e Sociedade

CÓDIGO: 11075

DOCENTE: Ana Novo

A preencher pelo estudante

NOME:

N.º DE ESTUDANTE:

CURSO: Licenciatura em Educação

DATA DE ENTREGA: 14 de fevereiro de 2024

Página 1 de 5
RESOLUÇÃO:

1.O excerto de Álvaro Seiça, publicado no jornal Público, aborda a


intensificação e consolidação da censura durante o Estado Novo em
Portugal, um regime que se estendeu de 1933 a 1974. Este período foi
marcado por uma forte repressão e controlo sobre a expressão e a
disseminação de ideias, que teve impatos profundos, tanto na sociedade
portuguesa como na sua cultura. Escritores, artistas, jornalistas e
intelectuais foram impedidos de expressar livremente as suas ideias, críticas
e visões do mundo, limitando assim, o desenvolvimento cultural, político e
social do país. A censura promoveu também, a uniformização do
pensamento e da cultura, alinhando-os aos ideais do regime, resultando
numa perda significativa de diversidade cultural e intelectual, com a
supressão de correntes de pensamento consideradas contrárias ou
perigosas para o Estado. A repressão e a vigilância constantes geraram um
ambiente de medo e desconfiança e muitas pessoas, passaram a
autocensurar-se, evitando expressar ideias que pudessem ser consideradas
subversivas ou críticas ao regime. Este clima de medo afetou
profundamente as relações sociais e a criatividade individual. A censura e o
controlo rígido sobre os meios de comunicação e a produção cultural
contribuíram para o isolamento de Portugal em relação às correntes
culturais, científicas e intelectuais internacionais, limitando o acesso a novas
ideias e inovações e atrasando o desenvolvimento do país em várias áreas.
Em contrapartida, a repressão e a censura também fomentaram formas de
resistência e expressão clandestinas, surgiram movimentos literários,
artísticos e intelectuais que, apesar dos riscos, procuraram preservar a
liberdade de pensamento e expressão, contribuindo para a manutenção de
um espírito crítico e resistente na sociedade. As décadas de censura
deixaram um legado de cuidado e um processo de reconstrução cultural e
intelectual pós-ditadura. Durante o Estado Novo, em Portugal, a censura
teve consequências profundas e duradouras, afetando não apenas a
geração que viveu sob o regime, mas também as gerações futuras, no que
diz respeito à reconstrução e compreensão da identidade cultural e histórica
do país.

Página 2 de 5
2. Os "10 Direitos Inalienáveis do Leitor", propostos por Daniel Pennac no
seu livro "Como um Romance", oferecem uma perspetiva libertadora e
pessoal sobre a leitura. O direito de reler, dá-nos a ideia de que a leitura
não é uma atividade linear ou limitada a uma única interpretação ou
experiência. Reler um livro pode oferecer novas perceções, emoções e
entendimento. A releitura permite uma apreciação mais profunda de
pormenores e detalhes que podem ter passado despercebidos inicialmente.
Concordo plenamente com esse direito, pois ele valoriza a evolução pessoal
e a profundidade que a literatura pode oferecer ao longo do tempo.

O direito de ler não importa o quê, defende a liberdade de escolha na


leitura, seja qual for o género, o autor ou o assunto, destaca a importância
da autonomia do leitor em explorar diversos tipos de textos, sem
julgamentos externos ou restrições pré-estabelecidas. Isso encoraja a uma
exploração ilimitada do conhecimento e do prazer que a leitura pode
proporcionar. Concordo com esse direito, pois acredito que cada leitor deve
ter a liberdade de seguir os seus próprios interesses e curiosidades,
contribuindo para um desenvolvimento pessoal mais rico e diversificado.

O direito de amar os “Heróis” dos romances, evidencia a capacidade dos


leitores em formar laços emocionais com as personagens, envolvendo-se
profundamente nas suas histórias e experiências. Amar os heróis dos
romances permite uma imersão mais completa na narrativa, enriquecendo a
experiência da leitura através da empatia e da conexão emocional.
Concordo com este direito, pois ele reconhece a literatura como uma forma
dominante de experiência humana participada, onde os leitores podem
encontrar conforto, inspiração e entendimento através das viagens das
personagens. Estes direitos destacam a leitura como uma experiência
profundamente pessoal e subjetiva, onde o leitor tem liberdade total para
escolher, revisitar e ligar-se emocionalmente com os textos e com as
personagens. Essa abordagem não só respeita a individualidade do leitor,
mas também celebra a diversidade e a riqueza da experiência literária.

3. A imagem apresenta uma ilustração da personagem Mafalda, criada por


Quino, conhecida pelas suas reflexões críticas sobre a sociedade e a política.
Nela, Mafalda lê um livro e questiona: "Não seria maravilhoso o mundo se

Página 3 de 5
as bibliotecas fossem mais importantes que os bancos?" Esta pergunta leva-
nos a pensar sobre a valorização do conhecimento e da cultura em
comparação com o poder financeiro e económico. O que diz Mafalda,
sugere-nos um mundo em que as prioridades estejam voltadas para o
crescimento intelectual e a sabedoria, em vez de somente para o aumento
de capital e o sucesso económico. A pergunta feita é especialmente
provocatória, pois toca numa questão fundamental sobre os valores em que
a sociedade escolhe priorizar. As bibliotecas representam o acesso à
educação, à literatura e à informação, enquanto os bancos são símbolos do
capitalismo e da economia de mercado. A suposição implícita na pergunta
de Mafalda é que, num mundo ideal, o bem-estar social e intelectual seria
mais valorizado do que a riqueza material. A ideia das bibliotecas serem
mais importantes do que os bancos pode ser interpretada como uma forma
da sociedade perceber que se deve investir mais no desenvolvimento
humano e na equidade de acesso ao conhecimento, não significando que os
bancos não sejam importantes, mas insinua que uma sociedade equilibrada
deve também assegurar que as instituições culturais e educacionais sejam
altamente valorizadas e acessíveis a todos.

Referências Bibliográficas:

APEL – Associação Portuguesa de Editores e Livreiros.(2023). Book


2.0.Recomendações. ISBN 978-972-9202-54-4. Consultado em dezembro
2023. https://book.apel.pt/Book2.0_PT2023_digital.pdf

Biblioteca Nacional de Portugal.(2022)(a). Obras proibidas e censuradas no


estado Novo. Exposição. Consultado em novembro 2023.Espaço Central da
Unidade Curricular.

Biblioteca Nacional de Portugal.(2022)(b). Guia de Exposição. Consultado


em novembro 2023.Espaço Central da Unidade Curricular.

Lopes, P.C.(2011). Hábitos de leitura em Portugal: Uma abordagem


transversal-estruturalista de base extensiva. Consultado em novembro
2023. https://repositorio.ual.pt/handle/11144/193

Página 4 de 5
RTP – Radio Televisão Portuguesa.(1999). Adeus ao Lápis Azul. [Vídeo].
Consultado em novembro 2023. https://ensina.rtp.pt/artigo/adeus-ao-lapis-
azul/

Santos, M.L.L.(Coord.), Neves J.S., Lima M.J. & Carvalho M. (2007). A


Leitura em Portugal. Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação
(GEPE).Ministério da Educação. Consultado em outubro 2023. Espaço
Central da Unidade Curricular.

Página 5 de 5

Você também pode gostar