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Brasilidade
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Boa leitura!
0Sumário
Apresentação 04
1. Cultura X Arte 05
1.1 Cultura 09
1.2 Arte 11
4. Brasilidades 21
Referências Bibliográficas 27
Apresentação
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se entende pela expressão artística na concepção de seus objetos e
sensações. Na segunda parte há uma série de exemplos de docu-
mentários e reportagens especiais que descrevem movimentos na
cultura e arte brasileiras em as mais distintas expressões. Na parte
final questiona-se se há uma ou múltiplas brasilidades no território
nacional e, para isso, parte-se de duas visões dicotômicas, uma cal-
cada no nacionalismo cujos ancestrais são o Brasil Colônia e Brasil
Império e outra, uma brasilidade não brasileira com propostas do
começo do século XX e que se desdobram até a atualidade. O obje-
tivo é demonstrar, com essa fatia singela de exemplos, a riqueza de
trabalhos atualmente desenvolvidos no país.
1. CULTURA X ARTE
Anotações
Muitas vezes, o uso destes dois termos é quase como sinôni-
mos, mas, observando com atenção, eles ganham sentidos diferen-
tes em determinados contextos e/ou sob determinadas intenções.
Talvez para a maior parte das pessoas entender arte e cultura como
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homólogas serve no uso coloquial da linguagem, mas para estudan-
tes e pesquisadores desse campo específico cumpre realizar minu-
ciosa investigação. A seguir identifica-se as diferentes acepções no
uso dos dois termos e se como colocar a posição assumida nesse
material. Ao fim do capítulo exemplifica-se manifestações culturais
e expressões artísticas no contexto brasileiro.
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Por exemplo: expressa esse modo taxonômico de diferenciar
arte e cultura o fato de ser o Ministério da Cultura (atualmente
Secretaria Especial de Cultura) responsável pelos editais de
fomento e patrocínio das manifestações artísticas; ou ainda, o
fato de a Fundação Nacional de Artes (FUNARTE) ser um órgão
subalterno ao órgão máximo da cultura no país (BRASIL, 2004).
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uma das pastas já demonstra a relevância notória da educação so-
bre a cultura.
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1.1 CULTURA
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outra, uma espécie de Cultura com C maiúsculo – pois parte dessas
práticas, que os sujeitos e as sociedades estabelecem, não podem
ser reduzidas a valores econômicos, políticos e/ou religiosos.
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às três categorias, tais como: o uso expandido da tonalidade de mi
menor; os diálogos entre os instrumentos ao longo de toda peça;
a riqueza e pujança dinâmica da obra; o virtuosismo técnico distri-
buído homogeneamente entre os quatro instrumentos; o desen-
volvimento temático por variação ou por abstração; etc. Nenhuma
dessas características tem valor que se possa expressar financeira-
mente, politicamente ou misticamente, fazendo desse quarteto de
Beethoven um bem cultural.
1.2 ARTE
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Deleuze e Guattari concebem a obra de arte como um ser de
sensações, algo que tem existência em si. Os objetos de sensações
são compostos por perceptos e afectos e aqui é importante uma ex-
plicação: perceptos não são percepções e afectos não são afecções
(sentimentos) na medida que têm existências independente das
experiências de um sujeito. Desse modo, a percepção se dá como
consequência dos efeitos perceptuais na consciência de um sujei-
to, ou de sujeitos em geral. Assim, também, afecções (sentimentos)
são consequências produzidas por afectos nos sujeitos. E, de certo
modo, todos estão, o tempo todo, sendo penetrados e atravessados
por infinitos perceptos e afectos. Claramente uma ínfima parte dis-
so comporá a superfície da psique configurando uma percepção ou
afecção consciente.
Isso não quer dizer que qualquer percepto ou afecto, tal qual
um raio de sol ou o calor por ele provocado, seja uma obra de arte.
Uma obra de arte é um ser de sensações, ou seja, um ponto no qual
congrui uma série de fluxos de perceptos e afectos (fluxo de forças)
que se aglutinam em sinergia sensorial. Isso demonstra que a obra
de arte tem existência em si e é independente da confecção de um
sujeito e, ademais, tem existência anterior a sua confecção e, por
Anotações conseguinte, posterior até mesmo à morte de seu autor.
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desejo no artista, valores morais e contexto histórico do tempo e
localidade em que foi elaborada (sociedade) e, até mesmo, a pode-
res econômicos, políticos e religiosos do momento em questão. De
certo modo, toda ciência no campo da crítica de arte, estética, histó-
ria da arte, etnologia da arte, técnica e tecnologia da arte se dedica
exatamente nesse ponto: em como particularmente se deu ou se
dá a confecção artística.
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figurou a partir de elementos literários. Também nessa concepção,
esse ser de sensação continua existindo após a confecção artística
e, até mesmo, após a morte do autor – pois o autor é apenas um
agente pelo qual a arte passa. Kafka, por exemplo, jamais publicou
nenhuma de suas obras – ou foram publicadas por terceiros ou pos-
tumamente. Esse é o caso de O Processo que foi publicado pela
primeira vez somente um ano após a morte do escritor e, claro, tem
existência (nem maior nem menor) até os dias de hoje.
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as características que compõem no presente a identidade de um
povo, nação, grupo religioso e/ou indivíduo são o somatório das cul-
turas ali estabelecidas (linguagem, sotaque, código moral, crenças,
hábitos, culinária, cantos, danças, festividades etc.). Ao pensar no fa-
zer artístico, o sentido é do presente para o futuro: o que importa
agora é notar com atenção como os fluxos perpassam e agitam os
corpos e colocam ante a tarefa de criar novas elaborações, novos fa-
zeres. O fiel da balança para a cultura é o belo, enquanto que para
a arte é o novo.
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Caboclinho (História do Caboclinho) Documentário –
Inventário Nacional de Referência Cultural.
16
Cultura Popular no Paraná – documentário apresentando mani-
festações da cultura popular no Paraná ligados aos povos originais,
europeus e afrodescendentes tais como a congada, folia de reis e o
fandango.
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3. EXPRESSÃO ARTÍSTICA NO BRASIL
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Zé Celso Martinez Correa – Evoé – documentário completo que
apresenta a vida e obra do ator e dramaturgo Zé Celso Martinez
Correa e seu contato umbilical com o Teatro Oficina na cidade de
São Paulo.
Villa-Lobos – Harmonia.
19
Figura 1 - Os Operários (1933) – Tarsila do Amaral
Fonte: Acervo do Estado de São Paulo, exposto atualmente no Palácio da Boa Vista.
20
Macunaíma e o Enigma do Herói às Avessas / José
Miguel Wisnik.
4. BRASILIDADES
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(mesmo na arte contemporânea). Mas nesses momentos, conside-
ra-se que não havia ainda um pensamento sobre cultura brasileira e
sobre arte brasileira.
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lhelm Haarberg; Antônio Garcia Moya; Georg Pryrembel; Mário de
Andrade; Oswald de Andrade; Menotti del Picchia; Sérgio Miliet; Plí-
nio Salgado; Ronald de Carvalho; Álvaro Moreira; Renato de Almeida;
Ribeiro Couto; Guilherme de Almeida; Heitor Villa-Lobos; Guiomar
Novaes; Ernani Braga; e Frutuoso Viana. (PITORESCO, 2020).
Figura 2 - Mário de Andrade (1921-22) – Anita Malfatti
Anotações
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4.2 – MANIFESTO ANTROPOFÁGICO
No imaginário poético de Oswald de Andrade já havia a figura
do antropófago desde o começo da década de 1910 (AZEVEDO, p.
20, 2012), mas é a partir do contato com Mário de Andrade e com
Tarsila do Amaral que a antropofagia ganha corpo e movimento. A
partir dos desdobramentos da Semana de Arte Moderna, em 1922 o
movimento se desenvolveu até a primeira publicação da Revista de
Antropofagia (1928) na qual destacou-se o texto integral do Mani-
festo Antropofago(sic) assinado por Oswald. Os principais atuantes
do movimento e que também publicavam na Revista, além dos três
artistas supracitados, foram: Raul Bopp; Carlos Drumond de Andra-
de; Alcântara Machado; Plínio Salgado; Cassiano Ricardo; Pagu; Di
Cavalcanti; Cícero Dias; e Murilo Mendes. A publicação contou com
vinte e seis números entre 1928 e 1929 e foi cancelada pelo jornal
Diário de São Paulo, que a financiava, por conta de pressões que
sofria dos leitores conservadores que se incomodavam diante das
críticas da revista ao sistema político e religioso da época (FONSE-
Anotações CA, 2010).
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Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade –
interpretação de Juliana Calligaris.
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dade e tem o olhar voltado para a cultura, ou seja, do presente para
o passado – aquilo que já é. Já Oswald de Andrade propõe a brasi-
lidade a partir do ato de comer a carne humana dos inimigos para
absorver seus nutrientes, suas potencialidades e transvalorizar em
outros fazeres, em outros signos ou, nas palavras do próprio poeta
“transformar tabu em totem”. Essa devoração propõe a brasilidade
da multiplicidade e tem o olfato voltado para a arte, para os brasis
que virão, dos presentes para os futuros – aquilo que devem:
Anotações
Conferência com Eduardo Viveiros de Castro –
Variações do Corpo Selvagem.
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Referências Bibliográficas
BOURDIEU, Pierre. A economia nas trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2005.
CASTRO, Eduardo Viveiros de. Variações do Corpo Selvagem – conferência final. SESC-
SP, 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=neWz33m6dgI> Acesso
em 2 abr. 2020.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O que é a Filosofia? São Paulo: Editora 34, 2007.
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2015.
ROSEN, Charles. The classical style: Haydn, Mozart, Beethoven. W. W. New York: W. W.
Norton and Company, 1998.
Anotações
28