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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
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Acadêmica do VI semestre do Curso de Graduação em Direito pela Universidade Regional Integrada
do Alto Uruguai e das Missões – URI – Campus de Santiago, RS. E-mail:
buenoamanda723@gmail.com
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Acadêmica do VI semestre do Curso de Graduação em Direito pela Universidade Regional Integrada
do Alto Uruguai e das Missões – URI – Campus de Santiago, RS. E-mail: 102451@urisantiago.br
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Acadêmica do VI semestre do Curso de Graduação em Direito pela Universidade Regional Integrada
do Alto Uruguai e das Missões – URI – Campus de Santiago, RS. E-mail: hillarysb6161@gmail.com
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Professora da disciplina de Projeto Integrador VI do Curso de Graduação em Direito pela
Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI – Campus de Santiago, RS. E-
mail: silvana.rosa@urisantiago.br
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documentação indireta já que terá como fonte livros, artigos científicos, sites
relacionados ao tema e a legislação pertinente.
O tema deste artigo se torna relevante na esfera jurídica e também social, já
que as crianças e adolescentes são possuidoras de direitos e garantias
fundamentais no sistema jurídico atual do Brasil e a desistência ou abandono
escolar que caracterizam o fenômeno da evasão são problemas públicos que
obstam o desenvolvimento do direito social a educação de qualidade, o qual deve
ser impulsionado pelo Estado em conformidade e em união com as famílias e a
sociedade em geral. Desta forma, a abordagem deste assunto e da problemática
levantada se tornam necessárias e indispensáveis na concepção de promoção à
justiça.
Percebe-se então que dois dos pontos básicos do Estado brasileiro são o
respeito a dignidade humana, ou seja, o respeito a individualidade de todos os seres
humanos e os direitos por eles conquistados, e ainda o respeito a cidadania que
está intrinsicamente ligado as garantias sociais que devem ser desenvolvidas pelo
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Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a
arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
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escola acontece por jovens que já se encontram nas fases finais de ensino e que
optam por não concluir o ensino médio, devido, principalmente, a necessidade de
trabalhar ou por situações atreladas a marginalização de adolescentes. (UNICEF,
2020).
Assim sendo, ainda de acordo com o mapa da UNICEF, a qual contabiliza os
dados do Censo Escolar de 2020, tem-se que entre as regiões do Brasil, a que
apresenta o melhor número é a região Centro Oeste em que apenas 0,5% dos
estudantes das redes públicas estão fora da escola. Entretanto, por outro lado, a
região Sul do país evidencia os piores números em que mais de 1,4% dos alunos
estão em situação de evasão escolar nas redes estaduais e municipais de ensino.
(UNICEF, 2020).
Tal fato demostra que apesar da região Sul possuir números satisfatórios em
relação ao desenvolvimento econômico, em comparação com outras regiões, a
mesma enfrenta a dificuldade de permanência de crianças e adolescentes na escola
refletindo, deste modo, a violação do direito constitucional de educação.
Outrossim, cabe ainda mencionar que dentre os 55.298 estudantes que não
frequentam as instituições de ensino na região Sul, mais de 24 mil representam os
alunos do Rio Grande do Sul, o qual possui a taxa mais alta de evasão entre os
Estados da região correspondendo a quase 50% dos números. (UNICEF, 2020).
Em conformidade com esse contexto, Isabella Sander no site do GZH,
explana a partir de dados do INEP 2021, que o Rio Grande do Sul tem a quarta pior
taxa de abandono do Ensino Médio do Brasil entre todos os estados da Federação,
configurando que 10,7% dos estudantes não concluíram essa etapa nas escolas
públicas. (SANDER, 2022).
Ainda reforçando esse panorama preocupante no RS, o jornalista Filipe
Faleiro, no site do Jornal A Hora, expõe que a partir dos números cedidos pela
Secretaria Estadual de Educação no ano de 2022, observa-se que a cada cem
alunos do Ensino Médio no Rio Grande do Sul, 11 abandonaram os estudos,
salientando que tal percentual se mostra maior que a média nacional.
Além disso, ainda em conformidade com os dados fornecidos pela Secretaria
Estadual de Educação, pode se observar que o estado do Rio Grande do Sul retoma
as piores taxas de evasão escolar na comparação de 10 anos, os quais os números
se igualam a 2012 em que a média era de 11% dos alunos fora do sistema
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educacional. Tais números podem ser analisados no gráfico presente no site A Hora
(2023), a partir do panorama concedido pela Secretaria de Educação do RS:
Sobre isso, no mesmo site, Filipe Faleiro ainda explica em seu estudo que até
pouco tempo o estado do RS era referência em educação, mas devido a situações
ligadas a desigualdades, crescimento do narcotráfico e da criminalidade, além da
escolha dos jovens ao trabalho em vez da educação são fatores que contribuíram
para que os dados de evasão escolar no território gaúcho tenham tido um
crescimento considerável, o qual se torna um alerta ao Poder Público e a sociedade
em geral para que medidas sejam tomadas e os altos percentuais possam ser
reprimidos. (FALEIRO, 2023).
Desta forma, contextualizando os entendimentos doutrinários e legais com o
panorama atual do território brasileiro frente a evasão escolar, percebe-se,
nitidamente que o direito fundamental de educação presente na Constituição
Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente e nas demais leis ordinárias é
diariamente violado quando jovens abandonam as escolas e o sistema educacional
brasileiro é enfraquecido por essas altas taxas de infrequência escolar, o que
prejudica todo o desenvolvimento do público infanto-juvenil e evidencia ainda mais
as desigualdades de condições presentes no Brasil.
Por isso, torna-se indispensável que se análise as possíveis causas destes
fatos, para que paralelamente sejam observadas as consequências para o
ordenamento jurídico brasileiro, a fim de se buscar soluções para a promoção plena
do direito à educação no país.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos fatos supracitados nesse artigo, o qual foi produzido a partir de
revisão bibliográfica através de livros doutrinários, artigos científicos e sites
relacionados ao tema, e principalmente por meio das disposições presentes na
Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente, além dos dados
referentes a situação de abandono escolar no Brasil, percebe-se que a educação é
um dos direitos máximos do ordenamento brasileiro, devendo ser difundida sem
qualquer distinção e que a infância e a adolescência, por se encontrarem em
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REFERÊNCIAS
______. Fundo das Nações Unidas para a Infância [UNICEF]. Busca Ativa
Escolar. Disponível em: https://buscaativaescolar.org.br/municipios. Acesso em: 03
set. 2023.
FALEIRO, Filipe. Alta taxa de evasão escolar. In: A Hora, 2023. Disponível em:
https://grupoahora.net.br/conteudos/2023/03/30/alta-taxa-de-evasao-escolar/
#:~:text=A%20cada%20cem%20estudantes%20do,do%20que%20a%20m
%C3%A9dia%20nacional. Acesso em: 03 set. 2023.
FERREIRA, Elen Cristina da Silva; OLIVEIRA, Nayara Maria de. Evasão escolar no
ensino médio: Causas e consequências. In: Scientia Generalis. Volume 1. 2020.
Disponível em: http://scientiageneralis.com.br/index.php/SG/article/view/v1n2a4/15.
Acesso em: 03 set. 2023.
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