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DIREITO SOCIAL A EDUCAÇÃO

Os direitos sociais pertencem à segunda dimensão ou geração dos direitos


fundamentais, resumidamente, a primeira dimensão trata-se de valores ligados à liberdade,
são os direitos civis e políticos. A segunda, dos valores econômicos, sociais e culturais. Já
a terceira dimensão trata-se da fraternidade, do desenvolvimento, e do meio ambiente. E
a quarta, dos direitos à democracia e a informação. De um lado os direitos individuais de
primeira dimensão servem para proporcionar liberdade aos indivíduos, limitando a atuação
coercitiva do estado. Do outro, os diretos sociais garantem uma compensação das
desigualdades entre as pessoas. Assim, os direitos sociais não são mero poder de agir,
como as liberdades públicas, mas são poderes de exigir. São também conhecidos como
direitos de crédito, pois exigem uma atuação positiva do Estado, na implementação da
igualdade social, proporcionando melhor qualidade de vida principalmente aos
desamparados.
Dessa forma, são também conhecidos como direitos prestacionais, ou direitos a uma
prestação, por se tratarem de direitos fundamentais, tem aplicabilidade imediata descrito
no art. 5º, §1º. E no caso de omissão legislativa, é possível buscar sua efetiva
implementação através dos instrumentos de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN)
por omissão, ou do mandado de injunção.
No Brasil, a primeira Constituição a introduzir os direitos sociais foi a de 1934,
influenciada pela Constituição alemã de Weimar de 1919, que foi responsável pela
introdução desse contexto social nas constituições. Já a Constituição Federal de 1988 traz
um extenso rol de direitos fundamentais de segunda dimensão, principalmente no art. 6º. A
amplitude dos temas inscritos nesse dispositivo deixa claro que os direitos sociais não são
apenas aqueles enumerados pelos artigos 7º, 8º,9º,10º e 11º da CF/88, eles podem ser
principalmente localizados no titulo VII da CF/88, que trata da Ordem Social.
Os direitos sociais podem ser:
Dos trabalhadores ou do homem consumidor. Usando como tema principal sobre direitos
sociais do homem consumidor que são os direitos a saúde, à segurança social, ao
desenvolvimento intelectual, ao igual acesso das crianças e adultos à instrução, a cultura,
a garantia ao desenvolvimento da família e a EDUCAÇÃO, previsto no art. 6º da CF/88 da
qual falaremos a seguir.
A Constituição de 1988 é nosso documento mais antigo na educação, e a partir dela,
outros documentos foram surgindo, por isso que é muito comum encontrarmos na Lei
9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, citações idênticas que
apareceram primeiramente na Constituição Federal/88.
As informações que aparecem nos dois documentos são encontradas em três
conteúdos da LDB: funções da educação, garantias da educação e princípios da educação.
A Constituição Federal é mais enxuta, a LDB vai ampliar, e, nesta pesquisa faremos uma
comparação, do que já existia e o que foi ampliado.
Iniciaremos com o princípio de acesso e permanência na escola, descrito no art.
206, I, da CF/88 e no art. 3º, I, da LDB/96, ou seja, todas as pessoas tem direito não só de
ingressar na escola, mas também de ser dado a ela condições necessárias para que
consiga participar efetivamente da escola. De forma prática são os estímulos financeiros
que são dados para as famílias quando são matriculadas na escola, e também,
financiamento de materiais escolares ou uniformes por exemplo. Muitas famílias não teriam
condições de comprar o uniforme e materiais pedagógicos, então o Estado garante essas
condições mínimas.
Outro princípio é a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber, descrito o art. 206, II, da CF/88 e no art. 3º, II, da LDB/96.
A seguir, outros pontos importantes:
→ Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais, descrito no art.206, IV, da
CF/88 e no art. 3º, IV, da LDB/96.
→ Garantia de padrão de qualidade, descrito no art.206, VII, da CF/88 e no art. 3º, VII, da
LDB/96.
→ Garantia do direito a educação e a aprendizagem ao longo da vida, descrito no art.206,
IX, da CF/88 e no art. 3º, IX, da LDB/96.
→ Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo
a capacidade de cada um, descrito no art. 206, V, da CF/88 e art. 3º, V, da LDB.
Ou seja, que tenhamos a possibilidade de continuar estudando. Como mencionado
os programas suplementares esses que fornecem material didático, transporte,
alimentação, para que as crianças consigam frequentar a escola também está previsto nos
dois documentos, art. 206, VII, da CF/88 e art. 3º, VII, da LDB/96.
E ainda, a educação infantil que acontece segundo a CF/88 em creches e pré-
escolas, vai ocorrer ou é um direito das crianças até 5 (cinco) anos de idade, como
preconiza o art.208, IV, da CF/88 e o art. 4º, II, da LDB/96.
Assim, os artigos referentes ao direito a educação, que a CF/88 trouxe, de forma
mais objetiva, a LDB/96 expandiu.
Quando falamos sobre os deveres do Estado, ou seja, a garantia da educação, o
texto constitucional preconiza que é um dever do poder público fazer-lhes a chamada e
zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola, descrito no art. 208 3º, VII
da CF/88. O qual, redigido pela LDB/96, art. 5º da forma abaixo:
I - Recensear anualmente as crianças e adolescentes em idade escolar, bem como os
jovens e adultos que não concluíram a educação básica;
II – Fazer-lhes a chamada publica;
III – Zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.
Quanto a iniciativa privada, a LDB/96 também fez alguma ampliação.
No Art. 208, da CF/88, temos também:
O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - Educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na
idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda
Constitucional nº 59, de 2009)
Já, o art. 4º, IV, da LDB/96 vai trazer a mesma informação ampliada: a) pré-escola
b) ensino fundamental c) ensino médio, e inclui um novo inciso “acesso público e gratuito
aos ensinos fundamental e médio para todos os que não os concluíram na idade própria”
(art. 4º, I, - LDB/96).
Falando também sobre as obrigações de Estados e Municípios em relação a
educação, a CF/88 traz um texto conciso, contudo, e a LDB/96 vai expandir esse assunto.
A constituição preconiza no art. 211 §2º: Os Municípios atuarão prioritariamente no
ensino fundamental e na educação infantil. No mesmo sentido, a LDB/96 explica: Art. 11, V
- Oferecer educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino
fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem
atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima
dos percentuais mínimos vinculados pela constituição Federal à manutenção e
desenvolvimento do ensino.
Nos Estados, segundo a CF/88 ocorre, mais ou menos a mesma lógica: Art. 211 §
3º - Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e
médio. Mais uma vez, a LDB/96 explica: art. 10, VI - assegurar o ensino fundamental e
oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto
no art. 38 desta Lei.
Falando um pouco mais sobre esses dois artigos, quando falamos sobre município,
ele vai garantir duas etapas, a educação infantil, e o ensino fundamental, porque, segundo
a LDB/96 é “prioritariamente” municípios e estados, se oferecidos com qualidade pode ser
criado outros tipos de instituições educacionais, mas somente se o básico, o prioritário tiver
sido atendido.
Quando falamos sobre os Estados Federados, é basicamente a mesma coisa, o
Estado irá organizar e desenvolver o ensino médio, contudo, após o “prioritário” atendido,
somente assim, o Estado poderá promover o ensino fundamental.
A pesquisa tem como objetivo identificar a importância do direito a educação escolar
na sociedade pela Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases LEI Nº 9.394.
Assim, em uma sociedade onde o homem é considerado como sujeito histórico e onde sua
formação aponta para o desenvolvimento físico, político, social, cultural, filosófico e
profissional, a ação educativa faz parte da perspectiva que concebe o homem como um
todo. Por outro lado, numa sociedade em que o homem se reduz a um indivíduo que vende
a sua força de trabalho, a educação tem por intenção disciplinar e colocar ideologicamente
ao serviço dos inúmeros grupos de trabalhadores ao serviço do mundo do trabalho. Nesta
conjectura, a educação é limitada ao treinamento da força de trabalho. Seleciona pessoas
qualificadas para recrutar e competir na esfera econômica e no mercado com poucos
empregos.
Tendo em vista, a importância de termos leis que deixem claro o papel da educação
tanto nos direitos fundamentais quanto sociais, considerando que sem essa ação do
Estado, as classes mais desamparadas não conseguirão superar as barreiras da
desigualdade econômica e social. Dessa forma, o Estado também tem o dever de promover
a igualdade das condições necessárias para garantir a permanência dos alunos no
ambiente escolar, fornecendo tudo o que for necessário, até políticas públicas que
correspondam ao realidades sociais relevantes, incluindo “Inside” (Parte ou superfície
interna ou fechada) pessoal.

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