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DIREITO CIVIL

Família
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FAMÍLIA

DIREITO DE FAMÍLIA

Direito de Família é um dos ramos mais complexos do Direito Civil. Isso ocorre porque o
tema está muito atrelado aos valores mais íntimos da sociedade, o que envolve ideologias,
emoções e paixões – resultado disso é a recorrente divergência entre doutrinadores e juris-
prudências. A título de objetividade, limitaremos nosso estudo àquilo que é mais pacificado,
o que geralmente é cobrado nas provas de concursos.

Por razões didáticas, é possível dividir o tópico Direito de Família em três grandes grupos
temáticos:
I – Direito Afetivo;
II – Direito Parental;
III – Direito Protetivo.

O primeiro item acima pode ser dividido em Direito Matrimonial – que foi tratado quando
estudamos casamento e suas repercussões jurídicas – e em Direito Convivencial – que foi
tratado ao se estudar sobre a união estável. Em resumo, em Direito Afetivo estuda-se tudo o
que está relacionado ao casamento e à união estável.
Direito Parental diz respeito à relação de parentesco – por exemplo, maternidade e pater-
nidade. Esse grupo temático estuda as decorrências dessas relações.
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Por fim, Direito Protetivo trata do suporte a vulneráveis nas relações privadas. Embora
esse tema seja enquadrado pelo Código Civil dentro do Direito de Família, ele poderia estar
presente na parte geral do CC. O Direito Protetivo aborda os institutos de amparo aos vulne-
ráveis: tutela, curatela e a tomada de decisão apoiada.

PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA

Dentro do Direito de Família, os seguintes princípios são tidos como principais:


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1. Princípio da Solidariedade Familiar

Esse princípio é extraído do art. 3º, I e do art. 226 da Constituição Federal. O art. 3º, I, da
CF/1988 trata da construção de uma sociedade solidária como objetivo da República; daí a
exigência de solidariedade no Direito de Família. Nota-se, então, que ser solidário pode ser
um direito jurídico – isto é, a lei pode obrigar alguém a ser solidário em algumas hipóteses.
No âmbito do Direito de Família, observa-se algumas dessas hipóteses, como o pagamento
de pensão alimentícia para um parente.
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Esse princípio estabelece que os parentes têm dever jurídico de solidariedade recíproca,
nos termos da lei.

Dentre os principais exemplos de aplicação desse princípio, que estão expressos no


Código Civil, estão os seguintes:
a) O dever de mútua assistência entre os consortes (art. 1.566, II, e art. 1.724 do CC),
como o pagamento de alimentos entre consortes;
b) O dever de pagamento de alimentos entre parentes (art. 1.694 e seguintes do CC); e
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c) O dever do parente de ser tutor ou curador por no mínimo dois anos (arts. 1.731,
1.736, 1.765, 1.774 e 1.775 do CC), resultado de determinadas incapacidades ou de orfan-
dade de um parente, se observados os requisitos legais.

2. Princípio da Diversidade Familiar ou Princípio da Pluralidade de Entidades Fami-


liares

À luz da Constituição Federal (art. 226), devem ser admitidos como família núcleos de
convívio com vínculo afetivo relevante, mesmo fora da tipicidade legal. Observe que se dis-
pensa a necessidade de que tal entidade familiar esteja expressamente prevista em lei; isso
porque a CF/1988 prestigia a liberdade das pessoas em se organizarem, além de prestigiar
uma visão inclusiva no Direito de Família.
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Do ponto de vista ideológico, esse é o princípio que mais resulta em controvérsia nas
discussões referentes. A doutrina apresenta controvérsia no que tange à definição dos limi-
tes desse princípio; por exemplo, embora haja vínculo afetivo entre namorados, esse tipo de
relacionamento não é considerado uma entidade familiar.
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Foi com base nesse princípio que o Supremo Tribunal Federal e o Supremo Tribunal de
Justiça admitiram a “família homoafetiva”, que compreende a possibilidade de casamento
– oriundo do texto da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 132 – e de
união estável entre pessoas do mesmo sexo. A ADPC referida reinterpreta, conforme con-
texto atual permite – ao menos os contextos europeu e americano –, o texto legal que define
casamento como “união entre homem e mulher”.
O princípio da diversidade familiar admite, também, a parentalidade socioafetiva – isto é,
parentalidade sem vínculo sanguíneo.
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3. Princípio da Igualdade da Filiação

Esse princípio consta do art. 236, § 6º, da Constituição Federal. Ele dispõe que filhos
têm direitos iguais entre si, independentemente da origem da filiação – por exemplo, os
filhos oriundos da constância de um casamento ou de uma relação extraconjugal têm o
mesmo direito.
Esse princípio dispõe, ainda, que são vedadas quaisquer referências discriminatórias
entre os filhos. Observe que doutrinas e legislações antigas, além de atos infralegais antigos,
comumente rotulavam os filhos de acordo com sua origem; por exemplo, falava-se em filho
ilegítimo e legítimo e em filho adulterino e incestuoso – repare que se trata de nomenclaturas
extremamente estigmatizantes e excludentes. Essa rotulação era permitida até a Constitui-
ção Federal de 1988, que aboliu esse esquema. Resquícios dessa nomenclatura podem ser
observados na Lei de Registros Públicos.
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4. Princípio do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente

Esse princípio consta do art. 227 da Constituição Federal e dos arts. 4º, 6º e 39, § 3º,
do Estatuto da Criança e do Adolescente. Além disso, a aplicação desse princípio é confir-
mada na Convenção sobre Direito da Criança, incorporada pelo Brasil por meio do Decreto
n. 99.710/1990.
O princípio do menor interesse da criança e do adolescente estabelece que o ordena-
mento jurídico deve buscar soluções jurídicas mais favoráveis aos mirins em todos os aspec-
tos, como na produção de leis e nas discussões sobre a guarda das crianças em ocasião de
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separação dos pais e sobre a colocação das crianças em família substituta por ocasião de
orfandade etc.
O Ministério Público, enquanto fiscal da lei, deve intervir nos processos judiciais que
envolvam menores de 18 anos, uma vez que ele tem o dever de velar pelo respeito à lei em
si e pelo respeito aos vulneráveis.
Por fim, observa-se que esse princípio é estrutural e está relacionado à proteção dos mirins.
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Carlos Elias.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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