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DIREITO CIVIL

Família II
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FAMÍLIA II

5. Princípio da Proteção Integral da Criança e do Adolescente

Em primeiro lugar, há quem defenda que esse princípio consiste, na verdade, em uma
doutrina. A título de prova, recomenda-se não levar em conta a nomenclatura adotada.
Esse princípio estabelece que todas as crianças e todos os adolescentes são protegidos
pelo ordenamento; daí falar-se em proteção integral, proteção completa.
A doutrina da proteção integral foi adotada pela Constituição Federal de 1988, em que
consta de seu art. 227. Além disso, o Estatuto da Criança e do Adolescente regulamentou
essa doutrina no plano infraconstitucional.
Anteriormente à Constituição Federal de 1988, a doutrina adotada pela legislação e pelo
ordenamento era a doutrina da situação irregular, que foi superada pela doutrina da proteção
integral. No que tange à proteção, as antigas leis focavam em crianças e em adolescentes
em situação de vulnerabilidade. A doutrina atual contempla todas as crianças e todos os ado-
lescentes, em situação de vulnerabilidade ou não.
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6. Princípio da Parentalidade Responsável

Em primeiro lugar, atente-se à palavra parental. Ela pode apresentar dois significados:
parental pode referir-se aos pais – pai e/ou mãe – ou aos parentes. Isto posto, é preciso
observar o contexto em que a palavra é empregada, a fim de definir se ela está a se refe-
rir aos pais ou aos parentes. Especificamente sobre o princípio em questão, ele diz res-
peito aos pais.
O princípio da parentalidade responsável estabelece que os genitores – pai e mãe – têm
o dever de proporcionar o melhor aos filhos. Aqui, por melhor entenda-se o melhor bem-estar
dos filhos no que tange à sua criação, à sua manutenção, ao seu sustento etc.
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Note que os alvos desse princípio são os filhos menores de 18 anos e os filhos incapazes
maiores de 18 anos. Especialmente sobre os filhos incapazes maiores de 18 anos, eles tor-
nam-se alvos desse princípio por força do art. 1.590 do Código Civil, que equipara os filhos
maiores incapazes aos filhos menores para fins de guarda e para fins alimentícios.
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 Obs.: em caso de filhos incapazes maiores de 18 anos, a tendência do Judiciário na práti-


ca não é fixar a eles uma guarda – isto é, não é aplicada a disposição do art. 1.590
do Código Civil –, mas fixar um curador, e às vezes os pais são nomeados como
curadores.

7. Princípio da Proteção Integral do Idoso

Esse princípio consta do art. 230 da Constituição Federal de 1988 e do Estatuto do Idoso
que dispõe de diversas regras destinadas a promover a inclusão social dos idosos, uma vez
que eles não são incapazes, mas contam com maior vulnerabilidade a depender da idade
em relação às crianças, aos adolescentes e aos adultos. Além do disposto, tenha em mente
que a história da civilização humana conta com um histórico de maus-tratos contra os idosos,
como políticas eugenistas ou políticas exterminadoras. Daí a necessidade de ser do princípio
da proteção integral do idoso.
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De acordo com esse princípio, o ordenamento precisa garantir dignidade aos idosos em
todos os ramos do Direito.

A título de prova de concurso, confira a seguir três exemplos de aplicação prática desse
princípio:
a) O art. 12 do Estatuto do Idoso estabelece que os parentes listados no art. 1.694 e nos
artigos seguintes do Código Civil, independentemente da ordem de subsidiariedade, têm
obrigação solidária a pagar alimentos ou pensão alimentícia ao idosos;

 Obs.: considerando a linha reta ascendente e descendente, todos os parentes são obriga-
dos a pagar pensão alimentícia para o outro. Contudo, na linha colateral, o limite da
obrigação é entre irmãos. Assim, primos e tios não são obrigados a pagar pensão
alimentícia.
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b) O art. 1.048, I, do Código de Processo Civil e os arts. 70 e 71 do Estatuto do Idoso


dispõem do direito dos idosos à preferência na tramitação de processos judiciais e admi-
nistrativos;
c) O art. 53, III, do Código de Processo Civil dispõe da competência territorial dos proces-
sos na residência do idoso.
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ATENÇÃO
O Princípio da proteção integral do idoso é aplicado independentemente da situação finan-
ceira do idoso.

8. Princípio da Proteção do Jovem

Esse princípio consta do art. 227, § 8º, da Constituição Federal e do Estatuto da Juven-
tude (Lei n. 12.852/2013). O Estatuto da Juventude estabelece que o ordenamento deve pro-
curar garantir proteção e dignidade aos jovens. Por jovem entende-se aquele que tem idade
de 15 a 29 anos.
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Esse princípio objetiva viabilizar a emancipação cultural, social e econômica dos jovens.
Para tanto, o Poder Público deve procurar ao máximo estimular os jovens e os ajudar no
início da vida profissional.

9. Princípio da Convivência Familiar

Esse princípio consta do arts. 5º, VI, e 227 da Constituição Federal de 1988.
Por esse princípio, o ordenamento deve prestigiar o convívio familiar para mirins, jovens e
idosos – isto é, deve estimular que mirins, jovens e idosos pertençam a um ambiente familiar.
Exemplo prático da aplicação desse princípio ocorre quando uma criança é abandonada
pelos pais. Na ocasião, anteriormente à colocação da criança em um abrigo (opção tida como
último recurso), o ordenamento jurídico brasileiro procura reposicionar a criança abandonada
em um ambiente familiar, como abrigá-la na casa de seus avós ou de seus tios, por exemplo.
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10. Princípio da Afetividade

A doutrina majoritária, com base nos arts. 226 e 227 da Constituição Federal de 1988,
reconhece a existência desse princípio; logo, está-se diante de uma norma.
Esse princípio estabelece que o afeto deve ser levado em conta no Direito de Família;
assim, o afeto tem efeitos jurídicos para definir novos vínculos familiares e, por consequên-
cia, para estabelecer deveres. O princípio da afetividade dispõe que o afeto pode ser mais
importante do que o vínculo biológico, em algumas hipóteses.
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Dada sua definição, há no Direito de Família várias discussões sobre esse princípio.
Dentre as discussões surge a seguinte controvérsia: quais são os limites da definição da afe-
tividade? Essa controvérsia baseia-se na banalização da afetividade em si.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Carlos Elias.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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