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A criança é o ser humano entre 0 e 12 anos incompletos. Qualquer conduta tipificada como crime ou contravenção
praticada pela criança, será considerada ato infracional e sujeita a uma medida protetiva “art.101,ECA”.
O adolescente é o ser humano com 12 anos completos até 18. Qualquer conduta tipificada como crime ou
contravenção praticada por um adolescente, será considerada ato infracional e estará sujeito a uma medida
protetiva do 101 do ECA, ou a uma medida socioeducativa do 102 do ECA. O juiz irá decidir de acordo com o melhor
para o adolescente.
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre
outras, as seguintes medidas:
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e
do adolescente;
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes
medidas:
I - advertência;
IV - liberdade assistida;
a)Proteção integral: Os direito fundamentais do ECA são adaptados a condição de ser humano em
desenvolvimento e são amplamente protegidos.
b)Prioridade absoluta: Todas as medidas no ECA devem ser atendidas com a máxima brevidade. De forma rápida,
sob pena de tornarem-se inócuas, devido as rápidas mudanças físicas, psicológicas e emocionais que sofrem as
crianças e adolescente.
c)Condição peculiar de ser humano em desenvolvimento: O ECA é benevolente porque a criança e adolescente
ainda são seres humanos em desenvolvimento, por isso são previstas medidas para ressocializar e educar.
d)Melhor atendimento a criança e ao adolescente: O juiz irá buscar interpretando a norma, o melhor atendimento
ao interesse da criança e do adolescente.
e)Princípio da brevidade e excepcionalidade: Não existirão penas perpétuas, pois a medida extrema de internação
não deverá exceder a três anos. A privação de liberdade, neste contexto, surge como ultima ratio, após outras
formas de advertência e repreensão, de conformidade à gravidade do ato infracional, não como um fim em si
mesma.
f)Princípio da convivência familiar: A criança ou o adolescente tem o direito de ser criado pela sua própria família
natural/extensa, como regra geral e, excepcionalmente, por família substituta.
Princípios:
1.Proteção integral: Os direitos fundamentais da proteção da criança e do adolescente são ampliados e possui uma
nova roupagem para proteger a criança e o adolescente. São ampliados e adaptados a condição de ser humano em
desenvolvimento. Tudo deve ser aplicado de forma rápida, deve haver prioridades. Deve buscar sempre o melhor
para a criança e para o adolescente, o melhor é que ele seja cuidado no seio saudável da sua família natural. No
entanto, quando isso não for possível, será buscado na colocação da família substituta:
a)Guarda: Posse jurídica da criança e do adolescente, dá direito e deveres ao guardião, inclusive ele poderá se opor
aos pais, pode ser atribuída em situações distintas: Pode ser para regularizar situação de fato, durante um processo
de adoção ou tutela, ou para atender uma situação peculiar ou suprir situação eventual. O guardião tem dever de
assistência material, moral e educacional. A guarda não rompe com o poder familiar, ele apenas se tornará limitado.
Os pais continuam a ter o direito de visitação e sustento de alimentos. Então o guardião não será o único
responsável.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito,
inclusive previdenciários.
Uma das modalidades de guarda, é a guarda liminar/incidental no processo de adoção, então irá requerer a guarda
da criança antes do início do processo ou no decorrer dele, embora o processo de adoção ainda esteja tramitando.
Não existe a guarda definitiva, ela pode ser modificada a qualquer tempo, não faz coisa julgada.
E qual a diferença entre estes três tipos de guarda?
A guarda compartilhada ocorre quando os pais são separados, divorciados ou com dissolução de união estável,
ambos os pais detêm a guarda jurídica dos filhos, sendo que a guarda física pode ou não ser alternada.
Para que a guarda compartilhada consiga atingir seu objetivo, a participação conjunta dos pais nas decisões que
envolvem os filhos se torna necessária a convivência harmônica entre os genitores. É um tipo de guarda, na qual o
detentor da guarda permite ao outro, não detentor da guarda, a ampla convivência deste com sua prole, para que
ambos os pais possam decidir em conjunto tudo o que diz respeito à formação do menor. A guarda fica com um, o
poder de decisão é dos dois, e a convivência é ampla.
No que tange a guarda unilateral, a previsão legal é que somente poderá ser fixada, se não possível a
compartilhada. A guarda unilateral, prevista no artigo 1.583 do Código Civil, é aquela “atribuída a um só dos
genitores ou a alguém que o substitua”, cabendo ao juiz atribuir a guarda ao genitor que possuir melhores
condições de proteger os direitos da criança e do adolescente, o que nem sempre é fácil de determinar. A posse
do menor é estabelecida a um dos pais, restando ao outro o direito de visitação e obrigação alimentar, sem que
possa conviver mais amplamente com seus filhos, cabendo a decisão da formação do menor inteiramente a quem
detém a guarda. A guarda fica com um, o poder de decisão é de quem fica com a guarda, e a convivência é restrita,
sobrando o direito de visitas e alimentos a quem não tem guarda.
Enfim, independentemente de quem fica com a guarda, conforme visto anteriormente, ambos continuam com o
poder/dever de proteger e garantir o desenvolvimento saudável de seus filhos. Ao genitor que não ficou com a
guarda, atribui-se o direito de visitação e convivência, além da obrigação de supervisionar os interesses do filho,
conforme dispõe o artigo 1.589 do Código Civil. Esse direito de convivência pode ser regulamentado segundo a
concordância de ambos os genitores ou por determinação do juiz, levando-se sempre em consideração o melhor
interesse da criança e do adolescente.
A guarda alternada, é uma criação doutrinária e jurisprudencial, eis não há previsão deste instituto no código civil,
que assegura a posse dos filhos a ambos os pais, de modo que cada um dos pais alterna a guarda com o outro, ou
seja, cada um é guardião por um determinado tempo, fazendo com que a criança possua duas residências, ao
contrário das guardas compartilhada e unilateral, na qual o menor possui uma residência fixa.
b)Tutela: Pressupõe a prévia decretação de perda/suspensão do poder familiar, o tutor também exerce a guarda,
pode ser vista como um substitutivo do poder familiar. Também é a posse jurídica, porém ela ocorre no caso de
falecimento dos pais, suspensão do poder familiar (as causas que ensejam estão no art.1.637,cc, entre elas arruinar
os bens da prole) e destituição do poder familiar (as causas estão no art.1.638,cc, entre elas castigar
imoderadamente a criança e adolescente, que além de responder por maus tratos, tem o poder familiar destituído-
prazo de 120D). A ordem de preferência, é primeiro os ascendentes, depois os colaterais. Tutor deve prestar contas,
haverá um produtor para fiscalizar o tutor e receberá remuneração
Quando houver nomeação em testamento, a pessoa terá 30 dias para comunicar ao juiz, contados da abertura da
sucessão.
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando
os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça
reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por
sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
c)Adoção: É o vínculo de filiação, em regra com pessoa que a criança ou adolescente não tenha consanguinidade,
mas também pode haver adoção por parente. A partir dos 12 anos o adolescente deverá ser ouvido e sua opinião
considerada. Se um casal resolve adotar, mas no curso do procedimento ocorre a separação, não impede a adoção,
desde que acertem a guarda, visita e alimentos do adotado. Em relação ao tempo mínimo de convivência, se for
adoção nacional/brasileira, não existe tempo mínimo estipulado em lei, o juiz que irá verificar e aplicar o tempo.
Se for adoção internacional o prazo mínimo deverá ser de 30 dias, cumprido no Brasil. Se os pais adotivos
morrerem, não será reestabelecido automaticamente o vínculo com os pais biológicos, porque uma vez estipulada
a adoção, será cortado o vínculo com os pais biológicos.
Adoção internacional pode ser feita por estrangeiro ou brasileiro residente em território estrangeiro.
É possível a dispensa do cadastro prévio nos casos:
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado
previamente nos termos desta Lei quando:
II-for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e
afetividade;
III-oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente,
desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja
constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei.
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para: (sempre, independente de risco)
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato infracional atribuído
a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao
adolescente, observado o disposto no art. 209;
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à criança ou
adolescente;
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é também competente
a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de: (só julgará se a criança/adolescente estiver em situação de risco)
-ESPÉCIES DE FAMÍLIA:
2.Afetiva:
4.Anaparental: é a relação que possui vínculo de parentesco, mas não possui vínculo de ascendência e
descendência. É a hipótese de dois irmãos que vivam juntos.
5.Socioafetiva
6.Homoafetiva: é aquela decorrente da união de pessoas do mesmo sexo, as quais se unem para a constituição de
um vínculo familiar.
7.Unilateral
8.Multiparental: trata-se de uma família reconstruída, em que um ou ambos dos pais já vêm de um relacionamento
anterior e trazem para a nova relação os seus filhos
9.Eudemonista: é aquela decorrente do afeto, a consideração e o respeito mútuos entre os membros que a
compõe, independente do vínculo biológico.
-PODER FAMILIAR:
O poder familiar representa um conjunto de direitos e deveres dos pais para com a pessoa dos filhos bem como
seus bens. Claro estamos falando de filhos menores e não emancipados. Logo a seção III do Código Civil de 2002,
aponta como hipóteses de perda do poder familiar a suspensão e extinção do respectivo poder.
Art. 23,CC. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão
do poder familiar.
OBS: A prisão dos pais não é suficiente para a perca do poder familiar, salvo se ocorrer a prisão por crime doloso
contra a própria vida da criança ou do adolescente e punido com reclusão. De acordo com o artigo 1.635CC,
extinguisse o poder familiar nos seguintes termos, vejamos abaixo o que então assevera o suscitado artigo:
Na prática, nesses casos em que não há convivência entre os pais, é preciso estabelecer quem é o guardião da
criança, para que possa representá-lo em todos os atos da vida civil e proteger seus direitos perante todos.
Enquanto os pais estão convivendo, seja em união estável ou casamento, o poder familiar e a guarda é exercida
conjuntamente por ambos, mas com ruptura do convívio entre os genitores, ou a sua inexistência, é necessário a
definição da guarda legal da criança, respeitando o melhor interesse do menor, podendo ser unilateral, alternada
ou compartilhada.
Já o estatuto da criança e adolescente assevera que o procedimento para a perda ou suspensão do poder familiar
se dará por iniciativa do Ministério Público ou por quem tenha legítimo interesse. Assim disciplina o artigo 155
do Estatuto da Criança e Adolescente, notemos:
Artigo 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar terá início por provocação do
Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse.
Claro que em havendo grave motivação poderá a autoridade judiciária após ouvir o Ministério Público decretar
a suspensão do poder familiar seja liminar ou incidentalmente até que se conclua o julgamento definitivo da
causa, nesse ínterim ficará o menor confiado a pessoa idônea sob termo de responsabilidade.
*Lei da palmada proíbe o uso de castigo físico ou tratamento cruel ou degradante e traz as medidas a serem
aplicadas pelo conselho tutelar.
De acordo com o direito previdenciário, as crianças como indivíduos em desenvolvimento, devem ser amplamente
protegidas, independentemente de onde estiverem inseridas, portanto, o regime previdenciário deve ser
concedido a todas as crianças sob guarda, que comprovem condição de dependentes, para lhes proporcionarem
uma sobrevivência digna.