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ECA (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)

Disposições Preliminares – Do Art. 1º ao 6º


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DISPOSIÇÕES PRELIMINARES – DO ART. 1º AO 6º

LEI N. 8.069/1990 E ALTERAÇÕES – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE

Esta lei possui uma parte penal que, regra geral, é bastante cobrada em provas voltadas
à carreira policial e outra parte cível, prevendo a guarda, tutela e adoção, mais voltada, por
exemplo, para cargos de psicólogo ou de assistente social, além da carreira educacional.

É fundamental acompanhar o curso com a leitura da letra da lei.


5m

ESTRUTURA DO CURSO

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é dividido em Livro I e Livro II, a saber:

LIVRO I

TÍTULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES – DO ART. 1º AO 6º


TÍTULO II – DIREITOS FUNDAMENTAIS – DO ART. 7º AO 69
TÍTULO III – DA PREVENÇÃO – DO ART. 70 AO 85

Nessa parte, costumam ser mais cobrados em provas as Disposições Preliminares e os


Direitos Fundamentais, independente do nível exigido (médio ou superior).

LIVRO II – PARTE ESPECIAL

TÍTULO I – DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO – DO ART. 86 AO 97


ANOTAÇÕES

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Disposições Preliminares – Do Art. 1º ao 6º
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TÍTULO II – DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO – DO ART. 98 AO 102


TÍTULO III – DA PRÁTICA DO ATO INFRACIONAL – DO ART. 103 AO 128
TÍTULO IV – MEDIDAS APLICADAS AOS PAIS OU RESPONSÁVEL – DO ART.
129 AO 130
TÍTULO V – DO CONSELHO TUTELAR – DO ART. 131 AO 140 (Alterado em 2019)
TÍTULO VI – DO ACESSO À JUSTIÇA – DO ART. 141 AO 199

PROCEDIMENTOS, RECURSOS, MP E ADVOGADO


TÍTULO VII – CRIMES – DO ART. 225 AO 244B
INFILTRAÇÃO POLICIAL VIRTUAL – DO ART. 190-A AO 190-E
INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS – DO ART. 245 AO 258-C

Nessa parte, costumam ser mais cobrados em provas: prática do ato infracional; medi-
das aplicadas aos pais ou responsável; Conselho Tutelar, recentemente alterado (em 2019);
acesso à Justiça; recursos; crimes praticados contra a criança e o adolescente.

LIVRO I – DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES – DO ART. 1º AO 6º

1. PRINCÍPIOS

Começamos os estudos com o Artigo 227 da Constituição Federal (CF):

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao


jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.

A CF trouxe o princípio da responsabilidade tripartida, englobando a família, a socie-


dade e o Estado.
O Artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é mais específico:

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,


com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à edu-
cação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária.
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Por ser uma lei mais específica, o ECA previu a comunidade no lugar da sociedade, pre-
vista na CF, por ser mais próxima da família.
10m
Além desse princípio, a CF prevê o princípio da proteção integral ou princípio da
proteção absoluta, sendo reproduzido no artigo 1º do ECA e é considerado verdadeiro
supraprincípio.
Dessa forma, significa que o Estado deve fazer políticas públicas voltadas para a criança
e para o adolescente, a fim de atender os direitos a eles previstos.
Outro princípio muito importante é o princípio do respeito à condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento.
Os menores de 18 anos estão em desenvolvimento e, por esta razão, possuem uma lei
específica que lhes atribui tratamento diferenciado pelo Estado. Se cometido um ato infracio-
nal, ao menor não se aplica o Código Penal, mas aplica-se as disposições do ECA, de modo
a não cumprir pena, mas medida socioeducativa e/ou medida protetiva. Desta forma, crian-
ças e adolescentes são sujeitos de direito.

ATENÇÃO
O princípio da responsabilidade tripartida, o princípio da proteção integral ou princípio da
proteção absoluta e o princípio do respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvi-
mento estão na CF e no ECA.
15m

Anteriormente vigorava a doutrina da situação irregular, mas, em 1990, nasceu o ECA,


que revogou o Código de Menores de 1979 e adotou a doutrina da Proteção Integral à Criança
e ao Adolescente, inserida pela CF (arts. 227 e 228) e pela Assembleia-Geral das Nações
Unidas, em 20/11/1989.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incomple-
tos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pes-
soas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
20m

Este artigo define quem é criança (pessoa com 0-2 anos incompletos), adolescente
(pessoa entre 12 e 18 anos) e jovem adulto (pessoa entre 18 e 21 anos), sendo de funda-
mental importância sua compreensão para avançar nos estudos.
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ATENÇÃO
A Convenção Internacional dos Direitos da Criança conceitua criança como pessoa menor
de 18 anos, mas prevê que cada país deve definir internamente.

Criança também pratica ato infracional? Sim, porém não poderá ser privada de liberdade,
ou seja, não poderá cumprir medida socioeducativa.
Quando o ECA se aplica ao jovem adulto?
Numa situação hipotética, um adolescente praticou um ato infracional grave, como latro-
cínio (ou tentativa de latrocínio) ou homicídio (ou tentativa de latrocínio) quando possuía 17
anos e 10 meses e fugiu. Porém, foi localizado apenas com 19 anos de idade, tendo sido
apreendido, pois já havia mandado de busca e apreensão.
Nesta situação não será aplicado o Código Penal, mas o ECA, pois quando praticou o
ato infracional, o adolescente era inimputável, sendo levada em consideração a sua idade na
data do fato.
25m
Por esta razão, a lei prevê a aplicação excepcional, podendo alcançar o infrator até com-
pletar os 21 anos de idade.
Como o Código Penal, o ECA adotou a teoria da atividade para considerar quando ocor-
reu o ato infracional: no momento da ação ou da omissão, ainda que outro seja o resultado.
O ECA adotou o critério biológico ou cronológico ou etário, pois será verificada sempre a
idade do menor na data dos fatos, sendo o limite a idade de 17 anos 11 anos 29 dias.
A criança só cumpre medida protetiva, conforme artigo 105 do ECA:

Art. 105. Ao ato infracional praticado por corresponderão as medidas previstas no Art. 101.

O adolescente pode receber medidas socioeducativas, previstas no artigo 112 do ECA e


também medidas protetivas, previstas no artigo 101.
30m
A aplicação excepcional é aplicável ao jovem adulto, conforme exemplo acima.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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Disposições Preliminares – Do Art. 1º ao 6º II
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DISPOSIÇÕES PRELIMINARES – DO ART. 1º AO 6º II

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) pode ter aplicação excepcional aplicável


ao jovem adulto, ou seja, aquele entre 18 e 21 anos.
Porém, numa situação hipotética, em que um adolescente praticou um ato infracional
grave, quando possuía 17 anos e fugiu, tendo sido localizado com mais de 21 anos de idade,
o que acontece?
Aplicam-se as mesmas regras de prescrição penal, conforme a seguinte súmula:

Súmula n. 338 do STJ


A prescrição penal é aplicada nas medidas socioeducativas.
Deste modo, a medida socioeducativa prescreve, até porque o ECA também prevê que
se o menor completar 21 anos durante sua internação (medida mais gravosa, privativa de
liberdade e que possui prazo máximo de 3 anos), terá sua liberação compulsória, obriga-
toriamente.
Neste sentido, sua defesa – advogado particular ou defensoria pública – irá alegar a
prescrição.
E no caso de ato infracional cometido por menor de 17 anos e 10 meses com a prática de
crimes permanentes e crimes continuados, como um sequestro por três meses?
Neste caso, considerando sua idade (após 3 meses, totalizando 18 anos e 1 mês) há
crime (Código Penal) e não ato infracional (ECA).
5m

ATO INFRACIONAL

É a conduta descrita como crime ou como contravenção penal.


Desta forma, o ECA adotou a tipicidade delegada, em que o ato praticado pelo menor,
ou seja, a conduta, tem que estar prevista no Código Penal ou em Lei Extravagante.
Portanto, em prova deve-se escrever ato infracional análogo ao homicídio ou ao tráfico
de drogas etc., por exemplo.

Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas
nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à
data do fato.
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Disposições Preliminares – Do Art. 1º ao 6º II
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Obs.: trata-se do critério biológico ou cronológico ou etário, devendo ser observada a idade
do menor na data do fato.

ATENÇÃO
Importante conhecer as súmulas sobre este tema:

Súmula n. 74 do STJ
Para efeitos penais o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por docu-
mento hábil.

Obs.: somente com prova é possível saber se era menor à época dos atos.

Súmula n. 108 do STJ


A aplicação de medida socioeducativa ao adolescente pela prática de ato infracional é da
competência exclusiva do juiz.
10m

Obs.: o MP pode propor acumulação de medidas, mas é o juiz quem homologa.

Súmula n. 338 do STJ


A prescrição penal é aplicada nas medidas socioeducativas.

Obs.: a medida socioeducativa prescreve e aplica-se a prescrição do Código Penal (Art.


109). De acordo com a jurisprudência do STJ, a prescrição penal para o adolescen-
te que recebeu medida de internação prescreve em 4 anos, com base no critério
mais benéfico.

Súmula n. 605 do STJ


A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem na
aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto
não atingida a idade de 21 anos.

Obs.: esta Súmula vem sendo muito cobrada em provas. Considerando a liberação com-
pulsória de 3 anos, a medida socioeducativa poderá ser aplicada até os 21 anos de
idade, independentemente de ter completado 18 anos de idade durante a internação.
15m
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Disposições Preliminares – Do Art. 1º ao 6º II
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Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa hu-
mana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por
outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes,
sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou
crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica,
ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias
ou a comunidade em que vivem.

Obs.: artigo que só requer leitura do candidato e que se relaciona ao princípio da dignidade
da pessoa humana, lembrando que do artigo 7º ao 69 do ECA há todos os direitos
fundamentais previstos às crianças e aos adolescentes. Importante notar que de
acordo com o Art. 5º da Constituição Federal (CF), a criança e o adolescente são
sujeitos de direitos, e não meros “objetos” da intervenção estatal.

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,


com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à edu-
cação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
20m a. primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b. precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c. preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d. destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância
e à juventude.

Obs.: diferentemente da CF, o ECA previu a comunidade. Fique atento pois as bancas cos-
tumam cobrar o parágrafo único.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discrimi-
nação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por
ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Obs.: o ECA prevê os crimes praticados contra a criança e contra o adolescente (do artigo
228 ao artigo 244-B) e as infrações administrativas (do artigo 245 ao artigo 258-C).
Esse artigo está de acordo com o art. 227, caput, da CF e arts. 34 e 36, da Con-
venção da ONU sobre os Direitos da Criança, de 1989. Não obstante, os arts. 18 e
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70, do ECA impõem a todos o dever de velar pelos direitos assegurados a crianças
e adolescentes, auxiliando no combate a todas as formas de violência, negligência
ou opressão.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as
exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da
criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
25m

Obs.: trata-se de um artigo muito importante, pois indica que a interpretação adotada pelo
ECA é a interpretação teleológica. A Lei de Introdução ao Código Civil (Decreto-
-Lei n. 4.657/1942) traz importante regra de interpretação, que por sua vez deve ser
analisada em conjunto com os arts. 1º, 5º e 100 (este referindo-se aos princípios
expressos e autoexplicativos) do ECA.

DIRETO DO CONCURSO
1. (FUNIVERSA/AGENTE DE POLÍCIA/DF/2009) A respeito do Estatuto da Criança e do
Adolescente:
a. O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê a aplicação de medidas de internação
e semiliberdade ao jovem adulto cuja prática do ato infracional tenha ocorrido antes
da maioridade penal.

COMENTÁRIO
O fundamento está previsto no Art. 2º do ECA.

b. O Estatuto da Criança e do Adolescente será interpretado conforme a intenção do


legislador, in casu, a interpretação autêntica ou literal.

COMENTÁRIO
O fundamento está previsto no Art. 6º do ECA.

2. (MPDFT/2021) Assinale a alternativa CORRETA, entre as seguintes assertivas relacio-


nadas aos crimes relacionados à criança e ao adolescente:
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A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem


na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, enquanto não atingida a idade
de 21 anos.

COMENTÁRIO
A banca extraiu o texto da Súmula n. 605 do STJ.
30m

3. (CESPE/2018/PF) Julgue os próximos itens, a respeito das Leis ns. 13.445/2017,


11.343/2006, 8.069/1990 e suas alterações.
Situação hipotética: Francisco, com dezessete anos e dez meses de idade, praticou ato
infracional equiparado a furto. O promotor de justiça ofereceu representação ao juiz,
propondo a instauração de procedimento para a aplicação da medida socioeducativa.
Entretanto, com a demora na tramitação do procedimento, Francisco completou deze-
nove anos de idade antes da sentença. Assertiva: Nessa situação, o juiz ainda poderá
aplicar medida socioeducativa a Francisco, mesmo que este já tenha completado a
maioridade penal.

COMENTÁRIO
O fundamento está previsto no Art. 2º do ECA combinado com a Súmula n. 605 do STJ.
A banca mesclou situação hipotética e conhecimento de súmulas para testar o candidato.

4. (TEXTO 1A8AAA) Em determinado dia - dia X -, foi registrado flagrante relativo ao co-
metimento de condutas tidas por criminosas por: André, com dez anos de idade, Bruna,
com treze anos de idade, Carla, com dezessete anos de idade, e Diego, com dezoito
anos de idade completados no referido dia.
Na situação hipotética descrita no texto 1A8AAA, conforme as disposições do ECA e da
Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, no dia X,
a. poderiam ser aplicadas a Bruna, Carla e Diego medidas socioeducativas previstas no
ECA, desde que presentes os requisitos legais.
b. Bruna e Carla seriam consideradas adolescentes à luz do ECA, ainda que, para a
Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, todos os indivíduos referidos
fossem considerados crianças.
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Disposições Preliminares – Do Art. 1º ao 6º II
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c. Bruna, Carla e Diego não seriam considerados crianças à luz do ECA, ao passo que,
conforme a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, André, Bruna e
Carla seriam considerados como tal.
d. os quatro indivíduos referidos seriam considerados crianças, e a eles poderiam ser
aplicadas medidas socioeducativas previstas no ECA.
e. Bruna e Carla seriam consideradas adolescentes, porém, mesmo se presentes os
requisitos legais, a elas não poderiam ser aplicadas medidas de proteção previs-
tas no ECA.

COMENTÁRIO
De acordo com o enunciado, André é criança; Bruna e Carla são adolescentes e Diego
é adulto (cuidado, pois não é jovem adulto e, portanto, não está abrangido pelo ECA).
Medidas socioeducativas e medidas protetivas podem ser aplicadas ao adolescente, às
crianças apenas as medidas protetivas.
35m

GABARITO
1. a. C
1. b. E
2. C
3. C
4. a. E
4. b. E
4. c. C
4. d. E
4. e. E

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição em vídeo pela leitura exclusiva deste
material.
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ECA - (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Do Direito à Vida e à Saúde (Do Art 7º ao 14)
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DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE (DO ART 7º AO 14)

DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

ATENÇÃO
Não houve atualização do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em 2021, tendo
sido a última promovida em 2019. Recomenda-se a leitura dos artigos do ECA diretamente
na lei, pois muitas questões são adaptadas da literalidade, com a troca de alguns termos.
Por fim, a Teoria dos Direitos Fundamentais estudada na disciplina de Direito Constitucio-
nal também é aplicável nesta aula. Com base nas características dos Direitos Fundamen-
tais, lembrar-se que não há direito absoluto.

Lembrando a distribuição da primeira parte do ECA:


LIVRO I
TÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO ART. 1º AO 6º
TÍTULO II DIREITOS FUNDAMENTAIS DO ART. 7º AO 69
TÍTULO III DA PREVENÇÃO DO ART. 70 AO 85

ATENÇÃO
Artigos que devem destacados no seu ECA:
5m
1. (2019) - Art.8º-A e Parágrafo único; Art. 53-A; Art.83, §1º, alínea “a” e “b”; Art.132 e
Art. 227-A.
2. (2018) - Art. 23, § 2º.
3. (2017) - Art.10, VI; Art. 14, § 5º; Art. 19; Art. 19-A e parágrafos; Art. 19-B e parágrafos;
Art. 39; Art. 46; Art. 46, § 2º-A, § 3º, §3º-A e § 5º; Art. 47, § 10; Art. 50, § 10 e § 15; Art. 51,
incisos I e III; Art. 101, § 10; Art. 151, Parágrafo único; Art. 152, § 2º; Art. 157, § 1º e § 2º;
Art. 157, § 1º e § 2º; Art. 158, § 3º e § 4º; Art. 161; Art. 161, § 1º ao § 4º; Art. 162, § 2º, § 3º
e § 4º; Art. 166, § 1º, incisos I e II, § 3º, § 4º e § 7º; Art.190-A/Art. 190-E; Art. 197-C, § 1º e
§ 2º; Art. 197-E e parágrafos; Art.197-F; Art. 208-XI e Art. 244-A.
Lembrando que o que é novo na lei é mais cobrado em prova.
Destacam-se as alterações ocorridas em 2019, os temas sobre Conselhos Tutelares e a
autorização de viagem.
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Do Direito à Vida e à Saúde (Do Art 7º ao 14)
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Esta aula inicia-se com a ilustração a seguir:

Esta ilustração foi tema de redação na prova para oficial da PM/MG, trabalhando com os
direitos fundamentais da criança e do adolescente, como: direito à vida, à saúde, à alimenta-
ção, à convivência familiar, ao lazer, mesmo que a criança ou o adolescente seja deficiente,
inclusive tendo direito ao tratamento diferenciado.
Os direitos fundamentais da criança e do adolescente são:
1. Direito à vida e à saúde (Art.7º ao 14);
2. Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade (Art. 15 ao 18-B);
3. Direito à convivência familiar e comunitária (Art. 19 ao 52-D);
4. Direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer (Art.53 ao 59);
5. Direito à profissionalização e à proteção no trabalho (Art.60 ao 69).
Nesta aula, destaca-se o DIREITO À VIDA E À SAÚDE (Art. 7º ao 14)
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Do Direito à Vida e à Saúde (Do Art 7º ao 14)
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Art. 7º A criança e o adolescente têm direito À proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação
de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmo-
nioso, em condições dignas de existência.

Neste artigo, destacam-se o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana e o Princípio da


Proteção Integral, significando que o Estado deve fazer Políticas Públicas voltadas à criança
e ao adolescente, cujo tratamento diferenciado se justifica por serem pessoas em desen-
volvimento.
10m
São ainda destaques:

• Os direitos fundamentais estão elencados no Art. 227 CF – não é rol taxativo – a criança
e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de polí-
ticas públicas.
• A gestante tem o direito ao atendimento pré-natal, perinatal e pós-parto.

As bancas frisam apenas o procedimento pré-natal e pós-natal, porém, a lei também con-
templa o direito ao procedimento perinatal.

Art. 8º, § 2º Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no


último trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o direito
de opção da mulher.

Obs.: a gestante tem o direito de escolher onde deseja fazer o parto.

Art. 8º, § 6º A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência du-
rante o período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.

Obs.: bancas tentam induzir o candidato ao erro, quando indicam que o acompanhante deve
ser o pai.

Art. 8º, § 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infân-
cia que se encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda
às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em
articulação com o sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da criança.
15m
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Obs.: o que é a primeira infância? A doutrina indica que são os primeiros 6 (seis) anos
completos ou 72 (setenta e dois) meses de vida da criança. Cuidado com o pre-
visto no Código de Processo Penal, pois a mãe tem direito à conversão da prisão
preventiva em prisão domiciliar se tiver filho com idade até os doze anos, conforme
previsto em seu Art. 318. Deste modo, uma norma não exclui a outra.

Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante
e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conse-
lho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.

Obs.: este dispositivo foi incluído no ECA pela chamada Lei da PalMada (Lei n. 13.010/2014).
Cuidado, pois as bancas costumam trocar Conselho Tutelar por Delegado, Ministério
Público etc.

• É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades


sanitárias, conforme previsto no Art. 14, §1º.
20m

Obs.: apesar de polêmica a questão, sim, a lei prevê a obrigação. Quanto às vacinas do
calendário do Plano Nacional de Imunizações, mais comuns nos primeiros anos de
vida, um grupo contrário alegava a liberdade de consciência e de convicção filosófica
para não vacinar seus filhos, por exemplo, em razão de sua religião. A questão foi
avaliada no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao analisar o pedido, o Tribunal decidiu
ser ilegítima a recusa dos pais à vacinação.
Quanto à COVID-19, o STF entendeu que o poder público pode determinar aos cida-
dãos que se submetam, compulsoriamente, à vacinação, impondo punições àqueles
que se recusem (multa, impedimento de frequentar lugares etc.). Contudo, não po-
deria fazer a imunização à força ou forçada, conforme STF, ADI n. 6.586. Portanto,
se houver questão referente ao assunto fundamentando-se nos termos do ECA, a
resposta deve seguir para a conclusão da obrigatoriedade da vacinação da criança
e do adolescente, nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. Se os pais
descumprirem os deveres do poder familiar, como no caso das vacinas, praticam
infrações administrativas de modo que, estarão sujeitos a penalidades como multa.
25m
ANOTAÇÕES

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ECA - (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Do Direito à Vida e à Saúde (Do Art 7º ao 14)
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• Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser


realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de
disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para
a redução da incidência da gravidez na adolescência, conforme atualização do ECA,
incluída em 2019.

Obs.: tema que pode ser cobrado em provas de concursos para a carreira educacional e
para a área de saúde.

DIRETO DO CONCURSO
1. (PROCURADOR MUNICIPAL) De acordo com a Lei n. 8.069/90 – Estatuto da Criança e
do adolescente, em relação ao Direito à Vida e à Saúde, analise as assertivas abaixo:
I – Incumbe ao poder público garantir à gestante e à mulher com filho, na primeira in-
fância, que se encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência
que atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o
acolhimento do filho, em articulação com o sistema de ensino competente, visando ao
desenvolvimento integral da criança.
II – É assegurado às mulheres que demonstrarem hipossuficiência econômica o acesso
aos programas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às
gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpé-
rio e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único
de Saúde.
30m
III – Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante, somen-
te no período pré-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências
do estado puerperal. Quais estão corretas?
a. Apenas I.
b. Apenas II.
c. Apenas III
d. Apenas I e III.
e. Apenas II e III.
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ECA - (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Do Direito à Vida e à Saúde (Do Art 7º ao 14)
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COMENTÁRIO
É assegurada a todas as mulheres e não apenas às hipossuficientes economicamente. A
assistência psicológica abrange os períodos pré-natal, perinatal e pós-parto.

GABARITO
1. a

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preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
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údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
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ECA
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade (Do Art 15 ao 18B)
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DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE


(DO ART 15 AO 18–B)
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas
humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais
garantidos na Constituição e nas leis.

Obs.: refere-se ao Princípio da Proteção Integral.

Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo
físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou
qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pe-
los agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada
de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera- se castigo físico:

Obs.: a lei traz distinções entre castigo físico e tratamento cruel ou degradante. Numa si-
tuação hipotética de uma mãe, num shopping, puxar uma criança (seu filho ou sua
filha) pelos cabelos e dar algumas palmadas, após acesso de birra na criança, seria
tratamento cruel e degradante nos termos do ECA? Não.
5m

Para a lei, a situação hipotética trata-se de castigo físico. Castigo físico é “FF”, ou seja,
envolve força física, enquanto tratamento cruel ou degradante é aquele que vai ridicularizar,
ameaçar ou humilhar a criança. Muito cuidado!

I – castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre
a criança ou o adolescente que resulte em:
a) sofrimento físico; ou
b) lesão;
II – tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança
ou ao adolescente que:
a) humilhe; ou
b) ameace gravemente; ou
c) ridicularize.

Obs.: (Castigo Físico) CF = FF (Força Física).


ANOTAÇÕES

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ECA
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade (Do Art 15 ao 18B)
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Tratamento Cruel = RAH (ridiculariza, ameaça ou humilha)

O direito à liberdade compreende o direito da criança e do adolescente de ir, de vir e de


permanecer em logradouros públicos permitidos para eles. A exemplo de um policial condu-
zindo um adolescente que se encontrava em praça pública para delegacia. Não há ato infra-
cional em permanecer numa praça pública e, por isso, o policial comete crime, pois houve
apreensão ilegal.
10m
Pontos polêmicos relacionados com o direito à liberdade da criança e do adolescente:

POSIÇÃO DO STJ QUANTO AO TOQUE DE RECOLHER E QUANTO AO


ROLEZINHO

Em determinado local, o Juiz da Vara da Infância e Juventude, fundado no artigo 149 do


ECA, instituiu o toque de recolher para crianças e adolescentes em certos horários. O Supe-
rio Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que o juiz da Vara da Infância e Juventude não pode
privar a criança e o adolescente do direito fundamental à liberdade.

• Informativo n. 511 do STJ

É vedada a veiculação de material jornalístico com imagens que envolvam criança em


situações vexatórias ou constrangedoras, ainda que não se mostre o rosto da vítima.
Esta decisão originou-se da apresentação de exames de DNA em programa de televisão.
Tema que foi cobrado em prova.

• BULLYING E CYBERBULLING (Lei n. 13.185/2015).

ATENÇÃO
Frisar que o ECA não prevê práticas de bullying e cyberbulling, de modo que, quando a
banca quer cobrar este tema, deverá prever no programa do concurso a Lei n. 13.185/2015,
que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática.
15m
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ECA
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade (Do Art 15 ao 18B)
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DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/DP/2019) Maurício, com treze anos de idade, foi atendido em hospital público.
Depois de realizados os exames clínicos e a entrevista pessoal com o adolescente, o
médico que o atendeu comunicou ao conselho tutelar local a suspeita de que Maurício
havia sido vítima de castigo físico praticado pelos próprios pais.
O conselho tutelar averiguou o caso e concluiu que os pais de Maurício haviam lesio-
nado os braços do garoto, mediante emprego de pedaço de madeira, em razão de ele
ter se recusado a ir à escola. Com base nisso, o conselho tutelar aplicou aos pais uma
advertência e os encaminhou para tratamento psicológico. Com referência a essa situ-
ação hipotética, julgue os itens que se seguem, de acordo com o Estatuto da Criança e
do Adolescente (Lei n. 8.069/1990).
1.1. ( ) O médico adotou providência obrigatória quando comunicou ao conselho tutelar
a suspeita de que Maurício havia sofrido castigo físico.
1.2. ( ) O conselho tutelar extrapolou suas atribuições ao ter aplicado advertência dire-
tamente aos pais de Maurício, uma vez que essa medida constitui verdadeira reserva
jurisdicional.
1.3. ( ) O Estatuto da Criança e do Adolescente faz distinção entre castigo físico e trata-
mento cruel ou degradante e, nos termos do Estatuto, a lesão sofrida por Maurício não
é considerada tratamento cruel ou degradante.
20m

COMENTÁRIO
Esta questão está relacionada ao Art. 245 do ECA. Se o médico deixar de comunicar ao
Conselho Tutelar, trata-se de uma infração administrativa. O Art. 129 do ECA permite que o
Conselho Tutelar dê advertência aos pais. Lembrando que o CEBRASPE sempre aproveita
a letra da lei e cria uma situação hipotética.

DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA (DO ART. 19 AO 52-D)

É direito da criança e do adolescente conviver principalmente com a sua família biológica.


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Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade (Do Art 15 ao 18B)
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Lembrando que atualmente o conceito de família é muito amplo. De acordo com a lei,
toda criança e todo adolescente deve ficar com sua família biológica/família natural, que é
aquela formada pelos pais e a criança ou o adolescente ou aquela formada por apenas um
dos pais e a criança ou adolescente. Não interessa se é família adotiva ou não, sendo vedado
constar em certidão de nascimento que a criança ou o adolescente é filho(a) adotivo(a). Inter-
namente, no cartório, há essa anotação, porém, na certidão não.
Não sendo possível a criança ou o adolescente ficar com a família biológica/família natu-
ral, ficará com a família extensa, família ampliada ou família parental.
25m
Neste sentido, o ECA adotou um sistema trinário de família.

Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excep-
cionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente
que garanta seu desenvolvimento integral.

A colocação da criança ou do adolescente numa família substituta se dá por meio de


guarda, tutela ou adoção.
Este artigo se refere ao Princípio da Proteção Integral e o Princípio do Melhor Interesse
da Criança ou do Adolescente.
A música dos Titãs, representa muito bem o que é família nos termos do ECA:
Família, família Papai, mamãe, titia Família, família.
Almoça junto todo dia.
Nunca perde essa mania.
Mas quando a filha quer fugir de casa Precisa descolar um ganha pão.
Filha de família se não casa.
Papai, mamãe não dão nenhum tostão Família ê.
Família A.
Família.
Vovô, vovó, sobrinho... (Titãs).

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

De acordo com o ECA, toda criança ou adolescente deve ficar com:


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Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade (Do Art 15 ao 18B)
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Família Natural, aquela formada por pais e a criança ou adolescente ou apenas um dos
pais e a criança e o adolescente. Inclusive, se esta criança ou adolescente for abandonada,
o Estado deve procurar esta família por 30 dias.
Não encontrando a família natural, o Estado vai procurar a família extensa ou família
ampliada, por 90 dias, prorrogáveis.
Não encontrou nem a família natural nem a família extensa, a criança ou o adolescente
será colocada(o) em uma família substituta, por meio de guarda, tutela ou adoção.
30m
O estrangeiro apenas poderá adotar uma criança brasileira e em último caso, ou seja, se
não houver nenhuma outra família brasileira querendo adotar.

GABARITO
1. 1.1. C
 1.2. E
 1.3. C

Família Natural – 30d

Família extensa/ampliada – 90d

Família subst
• Guarda
• Tutela
• Adoção
estrang

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preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
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Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária (Do Art 19 ao 52D)
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DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA


(DO ART 19 AO 52D)

Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária (do Art. 19 ao 52D)

1. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda
ou a suspensão do poder familiar.
Prova: A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder
familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão
contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro des-
cendente. (Redação dada pela Lei n. 13.715, de 2018)
Ex.: se o pai da criança comete um crime, é sentenciado e cumpre pena, ele não perde o
poder familiar, mas por estar cumprindo pena, se ela for a partir de dois anos de reclusão, o
poder familiar do indivíduo será suspenso.
5m
Ex.: se o pai da criança comete um crime doloso contra o próprio filho (ou mesmo contra
a esposa) e cumpre pena de reclusão, ocorrerá a perda do poder familiar.

Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento
injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22.

Perderá o poder familiar aquele que descumprir os deveres do poder familiar (abandono,
entrega a outrem).
10m
2. Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado
de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóte-
ses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autori-
zação judicial.

Obs.: a entrada da criança no presídio, para visitar o pai ou a mãe, independe da autoriza-
ção do juiz.

3. Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente que estiver
em acolhimento institucional.
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Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária (Do Art 19 ao 52D)
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Ex.: uma adolescente de 17 anos, em situação de vulnerabilidade, que está em um aco-


lhimento institucional, tem uma criança de 6 meses. É garantida a ela a convivência integral
com a criança.
4. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas
por suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento.
Ex.: a mãe abandona o filho. A responsabilidade é da família, da sociedade e do Estado.
Este deve dar acolhimento institucional à criança e buscar a família biológica. Ao não encon-
trá-la, após 30 dias a partir do acolhimento, a criança será cadastrada para adoção, a fim de
se procurar a família extensa, a qual tem prioridade.

5. O QUE É O APADRINHAMENTO?

O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente


vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colabora-
ção com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e
financeiro.
Pode ser padrinho ou madrinha de uma criança que está em acolhimento institucional ou
em acolhimento familiar.
Para o acolhimento institucional, que era chamado de abrigo, o juiz pode mandar a
criança, assim, esta pode receber uma madrinha ou um padrinho.
15m

6. QUEM PODE SER PADRINHO OU MADRINHA?

Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas
nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apa-
drinhamento de que fazem parte. Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adoles-
cente a fim de colaborar para o seu desenvolvimento.
20m
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ECA
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária (Do Art 19 ao 52D)
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Obs.: estrangeiro só pode adotar, em último caso, criança brasileira.

Hoje, um casal homoafetivo pode adotar uma criança. No Estatuto da Criança e do Ado-
lescente não há qualquer artigo sobre isso, é a jurisprudência que o estabelece.
Esse tipo de situação é recorrente. Por isso, em provas, é preciso tomar cuidado quando
se diz “termos da Lei n. 8069/90” e da jurisprudência mais recente dos tribunais superiores”.
O ECA, por exemplo, estabelece que só pode adotar conjuntamente se for marido e
mulher, casado civilmente ou vivendo em união estável. Mas o casal homoafetivo pode adotar
conjuntamente, pois trata-se de uma construção da jurisprudência.
O ECA estabelece que a pessoa pode adotar postumamente, para proteger a criança,
se a pessoa falecida já havia entrado com processo. Mas a jurisprudência estabelece que,
mesmo sem ter dada a entrada no processo de adoção, se houver provas suficientes quanto
à intenção de adoção do falecido, a adoção ocorrerá.
25m
Poder familiar é um conjunto de deveres, obrigações e direitos que o pai tem com a
criança e com o adolescente. Didaticamente, é 50% da mãe e 50% do pai. Mesmo com o
divórcio, o poder familiar continua, pois o que é rompido é o matrimônio.
Mesmo o casal divorciado, o pai ou a mãe pode viajar livremente pelo território nacional
com a criança e com o adolescente, pois possui o poder familiar.

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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Do Direito a Convivência Familiar e Comunitária – Guarda, Tutela e Adoção
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DO DIREITO A CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA – GUARDA,


TUTELA E ADOÇÃO

RELEMBRANDO
Princípio da condição peculiar da pessoa em desenvolvimento, da proteção integral e da
responsabilidade tripartida (família, sociedade e Estado).
Direito à convivência familiar e comunitária: preferencialmente, a criança fica com sua fa-
mília natural/biológica, se não for possível, vai à família extensa, se não for possível, é
colocada em uma família substituta, a qual pode ocorrer por meio de três institutos: guarda,
tutela e adoção.

O poder familiar é da mãe e do pai.


Se o pai da criança cumpre pena, e a avó cuida do neto, pois oferece assistência mate-
rial, moral e educacional, trata-se de guarda.
A tutela só é necessária se o indivíduo tiver menos de 18 anos e não tiver nem pai nem
mãe. O tutor administra os bens até que o adolescente complete 18 anos, assim como ofe-
rece assistência.
Já a adoção é como se filho biológico fosse.
5m
ANOTAÇÕES

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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Do Direito a Convivência Familiar e Comunitária – Guarda, Tutela e Adoção
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GUARDA Art. 33 ao 35 TUTELA Art. 36 ao 38 ADOÇÃO Art. 39 ao 50


1. Assistência material, moral e 1. Rompe-se o vínculo com a famí-
1. Assistência material, moral e
educacional, bem como a adminis- lia natural, salvo impedimento para
educacional.
tração dos bens. o casamento.
2. De acordo com o ECA, a adoção
é irrevogável.
Jurisprudência do STJ: a adoção
2. Revogável a qualquer tempo. 2. Revogável a qualquer tempo.
poderá ser revogada em nome do
princípio do melhor interesse da
criança e do adolescente.
10m
3. Há perda ou suspensão do
3. Não há perda do poder familiar. 3. Há perda do poder familiar.
poder familiar.
15m
4. Há todos os direitos garanti-
dos, inclusive, o direito sucessó-
4. ECA: há direitos previdenciários rio. A criança passa a ser herdeira
garantidos à criança e ao adoles- 4. Lei previdenciária: há direitos da família adotiva, pois já rompeu
cenete, pois a criança passa a ser previdenciários. o vínculo com a família biológica.
dependente do guardião. Mesmo com o falecimento da famí-
lia adotiva, não é reatado o vínculo
com a família natural.
20m
5. O guardião não pode alterar o 5. O tutor não pode alterar o nome
5. Há alteração do sobrenome e
nome nem o sobrenome da criança nem o sobrenome da criança ou do
poderá ocorrer alteração do nome.
ou do adolescente. adolescente.
6. Unilateral, conjunta/bilateral,
6. Tutela legítima (formada pelos póstuma (proteção da criança e do
parentes mais próximos da criança, adolescente quando a futura mãe
6. Guarda de fato (não é legali- sem determinação testamentária, e o futuro pai falecem durante o
zada, não há solicitação judiciária) com os quais possui mais proximi- processo de adoção), à brasileira
ou de direito (é legalizada). dade, afeto e vínculo ), dativa (indi- (é um crime, registrar o filho de
25m cada pelo juiz) ou testamentária outrem como próprio, mas se pode
(no testamento, define-se o tutor). deixar de aplicar a pena por gesto
de bondade).
30m
A tutela implica o dever de guarda, pois tutela é assistência acrescida à administração.
A lei determina que o adolescente adotado com mais de 12 anos deve ser escutado em
audiência. Houve um caso em que o indivíduo foi adotado, mas não escutado. Não se adap-
tou à família e, após os 18 anos, solicitou a revogação da adoção, o que o STJ autorizou
devido ao princípio do melhor interesse da criança e do adolescente.
A criança sob guarda de determinada pessoa passa a ser dependente desta.
O guardião pode opor a guarda a terceiro, inclusive, aos pais da criança.
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Do Direito a Convivência Familiar e Comunitária – Guarda, Tutela e Adoção II
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DO DIREITO A CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA


GUARDA, TUTELA E ADOÇÃO II

GUARDA, TUTELA E ADOÇÃO II


CARACTERÍSTICAS

A guarda regulariza a posse de fato de uma criança ou adolescente. Pode ser requerida
por um processo de adoção. O guardião pode, ainda, se opor à guarda a terceira pessoa,
inclusive aos pais. O instituto da guarda não vai ser deferido a estrangeiro, ou seja, nenhum
estrangeiro terá guarda de crianças brasileiras.
A tutela pode ser testamentária, legítima, ou dativa, e vai até 18 anos de idade, quando a
pessoa adotada passa a ser responsável por seus atos. Há a possibilidade de o tutor ter um
pró-tutor, que irá fiscalizá-lo. Na tutela legítima, o parente não é obrigado a exercer a tutela,
conforme diz o CC. Por fim, são deveres do tutor: dar toda assistência, e administrar os bens
da criança/adolescente; e prestar contas ao juiz. Não é permitido ao tutor vender nenhum
bem do tutelado sem autorização judicial.
Os tipos de adoção são:

• Unilateral: em que uma só pessoa adota a criança ou adolescente. Isso acontece


quando o cônjuge do pai ou mãe biológicos do adotando decide formalizar a adoção,
ou quando uma pessoa solteira opta por adotar uma criança ou um adolescente.
• Bilateral, ou conjunta: em que duas pessoas casadas ou vivendo em união estável
adotam a mesma criança. De acordo com o ECA, só as pessoas casadas ou em
união estável podem adotar bilateralmente. O ECA não dispõe sobre casal homoafe-
tivo, mas a jurisprudência permite, sempre pensando no princípio do melhor interesse
da criança.
5m

ATENÇÃO
A literalidade da lei coloca que apenas pessoas casadas ou em união estável podem ado-
tar conjuntamente, mas a jurisprudência já flexibilizou isso, dando adoção para duas pes-
soas que não viviam em união estável.
ANOTAÇÕES

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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Do Direito a Convivência Familiar e Comunitária – Guarda, Tutela e Adoção II
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O ECA exige uma diferença de 16 anos de idade entre o adotante e o adotado. Contudo,
a jurisprudência dispõe que esse requisito não pode ser empecilho para adoção; assim, de
acordo com a jurisprudência, esse requisito pode ser dispensado.
Nos termos da lei, avós e irmãos (crianças ou adolescentes) são impedidos de adotar
seus respectivos netos e irmãos. É possível que tenham guarda ou tutela, mas não é permi-
tida a adoção de fato.
Um julgado excepcional: uma avó adota o neto em razão de a filha (mãe do bebê) ser
ainda muito nova, e ter engravidado após sofrer violência sexual. Assim, a avó acabou por
registrar a criança como sua própria filha. Mas isso é uma jurisprudência isolada; adoção
avoenga em geral não é permitida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A partir dos 12 anos, o adolescente a ser adotado deve ser ouvido em audiência. Até essa
idade, o juiz tem o apoio de uma equipe multidisciplinar psicossocial no tribunal, composta
por psicólogos, pedagogos, assistentes sociais etc. A criança é escutada por esses profissio-
nais, que darão um laudo que não vincula o juiz, mas o auxilia no processo; então, haverá
um estágio de convivência para adoção (de 90 dias), que pode ser prorrogado (no máximo,
mais 90 dias). Em resumo: crianças menores de 12 anos são escutadas pela equipe multi-
disciplinar psicossocial; a partir dos 12 anos, o adolescente deve ser escutado em audiência,
durante a qual o juiz pergunta diretamente para o adotando se ele ou ela quer ser adotado,
sempre com o princípio de melhor interesse para a criança.
10m
A adoção de crianças índias ou descendentes de quilombo difere um pouco da adoção
geral: o ECA dispõe que é necessário que haja o respeito à cultura da criança, de modo que
terá preferência de adoção quem pertença à mesma cultura. No caso de uma criança índia,
é preciso ainda ter atuação da FUNAI.

O PULO DO GATO
Já foi cobrado em prova: há princípio de isonomia na adoção de crianças índias, ou seja, a
adoção de crianças índias segue os mesmos princípios da de não índias? Falso.

Jurisprudência em teses

O PULO DO GATO
Toda a jurisprudência a seguir é muito cobrada em provas!
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Do Direito a Convivência Familiar e Comunitária – Guarda, Tutela e Adoção II
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Adoção Avoenga

A redação literal do ECA proíbe a adoção avoenga (adoção do neto pelos avós), no
entanto, o STJ admite que isso ocorra em situações excepcionais. É possível a mitigação da
norma geral impeditiva contida no §1º do art. 42 do ECA, de modo a se autorizar a adoção
avoenga em situações excepcionais. STJ. 4ª Turma. REsp 1.587.477-SC, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 10/03/2020 (Info 678).

Adoção Conjunta Feita por Dois Irmãos

Pelo texto do ECA, a adoção conjunta somente pode ocorrer caso os adotantes sejam
casados ou vivam em união estável. No entanto, a 3ª Turma do STJ relativizou essa regra
do ECA e permitiu a adoção por parte de duas pessoas que não eram casadas nem viviam
em união estável. Na verdade, eram dois irmãos (um homem e uma mulher) que criavam um
menor há alguns anos e, com ele, desenvolveram relações de afeto. STJ. 3ª Turma. REsp
1.217.415-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 19/06/2012.

Adoção Post Mortem

É possível uma adoção ser feita postumamente, desde que o processo já esteja trami-
tando no momento do falecimento do adotante. Dessa forma, a criança passa a ser herdeira
da família. Essa possibilidade é trazida pelo art. 42, §6º, do ECA.

ATENÇÃO
Relembrar que o ECA exige a existência de um processo de adoção tramitando; contudo,
o STJ entende que a adoção póstuma pode ocorrer mesmo sem um processo, desde que
haja provas suficientes (documental ou testemunhal) de que a pessoa que faleceu tinha
a intenção de adotar essa criança ou esse adolescente, sempre de acordo com o melhor
interesse dessa criança.
15m
ANOTAÇÕES

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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Do Direito a Convivência Familiar e Comunitária – Guarda, Tutela e Adoção II
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ATENÇÃO
Em relação à adoção, há a literalidade da lei, mas a jurisprudência vai caminhando junto
com a sociedade atual. Por exemplo, a jurisprudência permite a adoção por casais homo-
afetivos, embora essa possibilidade não conste na lei.

Em resumo, a adoção póstuma ou nuncupativa é aquela que se aperfeiçoa mesmo tendo


o adotante já falecido. E, mesmo que o adotante não tenha iniciado o procedimento formal
enquanto vivo, pelo texto do ECA, a adoção post mortem (após a morte do adotante) somente
poderá ocorrer se o adotante, em vida, manifestou inequivocamente a vontade de adotar e
iniciou o procedimento de adoção, vindo a falecer no curso do procedimento, antes de pro-
latada a sentença. Se o adotante, ainda em vida, manifestou inequivocamente a vontade
de adotar o menor, poderá ocorrer a adoção post mortem mesmo que não tenha iniciado o
procedimento de adoção quando vivo. STJ. 3ª Turma. REsp 1.217.415-RS, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 19/06/2012.

Possibilidade de Revogação da Adoção

Nas adoções unilaterais, há a possibilidade de revogação se isso for o melhor para o ado-
tando. Nesses casos, a irrevogabilidade prevista no art. 39, §1º do ECA pode ser flexibilizada
no melhor interesse do adotando. É possível ainda a rescisão de sentença concessiva de
adoção se a pessoa não desejava verdadeiramente ter sido adotada e, após atingir a maiori-
dade, manifestou-se nesse sentido.
Nota-se, então, que a interpretação sistemática e teleológica do §1º do art. 39 do ECA
conduz à conclusão de que a irrevogabilidade da adoção não é regra absoluta, podendo ser
afastada sempre que, no caso concreto, verificar-se que a manutenção da medida não apre-
senta reais vantagens para o adotado, tampouco é apta a satisfazer os princípios da proteção
integral e do melhor interesse da criança e do adolescente. STJ. 3ª Turma. REsp 1.892.782/
PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/04/2021 (Info 691).
ANOTAÇÕES

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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Do Direito a Convivência Familiar e Comunitária – Guarda, Tutela e Adoção II
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Diferença Etária Entre Adotante e Adotado

A diferença etária mínima de 16 anos entre adotante e adotado, prevista no art. 42, §3º
do ECA, não é absoluta e pode ser flexibilizada à luz do princípio da socioafetividade, sempre
seguindo o princípio do que é melhor para o adotando.
A literalidade da lei afirma que o adotante deve ser, no mínimo, 16 anos mais velho do
que o adotando. Ex.: se o adotando tiver 4 anos, o adotante deverá ter, no mínimo, 20 anos.
Contudo, a adoção é sempre regida pela premissa do amor e da imitação da realidade bio-
lógica, sendo o limite de idade uma forma de evitar confusão de papéis ou a imaturidade
emocional indispensável para a criação e educação de um ser humano, e o cumprimento
dos deveres inerentes ao poder familiar. Dessa forma, incumbe ao magistrado estudar as
particularidades de cada caso concreto, a fim de apreciar se a idade entre as partes realiza
a proteção do adotando.

DIRETO DO CONCURSO

1. (MP/SP/2019) Assinale a alternativa correta:


a. A condenação criminal de pai ou mãe, por si só, não implicará em destituição do
poder familiar, senão por qualquer crime doloso.
b. A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio
de convivência, que será de 45 dias, excepcionalmente prorrogado por igual período. .
20m
c. A adolescente em acolhimento institucional terá garantida a convivência integral com
seu filho, inclusive com acompanhamento multidisciplinar.
d. A família extensa ou ampliada vai além da unidade formada pelos pais e seus filhos,
podendo incluir parentes próximos sem vínculo de afinidade.
e. O cadastro de adotantes não admite exceções de prioridade, senão para adoções
de irmãos.
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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Do Direito a Convivência Familiar e Comunitária – Guarda, Tutela e Adoção II
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COMENTÁRIO

a) O ECA dispõe que perderá o poder familiar a mãe ou o pai que praticar um crime doloso
contra o próprio filho, com pena de reclusão, ou um cônjuge contra o outro. Isso está na
letra da lei.
b) O estágio de convivência para adoção nacional é de 90 dias; e, para adoção internacio-
nal, de 30 a 45 dias, ambos podendo ser prorrogados por igual período.
c) A adolescente tem o direito à convivência familiar, de forma que ela tem direito de convi-
ver com seu filho, inclusive dentro do acolhimento.
d) A lei dispõe que “família extensa” são os parentes mais próximos que tenham relação de
afinidade e afetividade com a criança.
e) Como visto anteriormente, há a questão da proibição. E, também, o STJ já estipulou que
o cadastro pra adoção não é absoluto.

GABARITO
1. c

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
ANOTAÇÕES

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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer– Do Art.53 ao 59
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DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER –


DO ART. 53 AO 59

Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer (ARTS. 53 A 59)

É direito da criança e do adolescente:

Art. 53. (...)


I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – direito de ser respeitado por seus educadores;
III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
IV – direito de organização e participação em entidades estudantis;
V – acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo se vagas no mesmo
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica.
(Redação dada pela Lei n. 13.845, de 2019).
5m Art. 54. É dever do Estado:
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na
idade própria;
II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na
rede regular de ensino;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade;
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
VII – atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didáti-
co-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

O PULO DO GATO
• Costuma aparecer em prova que o dever do Estado é apenas fornecer ensino funda-
mental, mas está expresso na lei que há progressiva extensão dessa obrigatoriedade,
até o ensino médio.
• É comum trocarem a palavra “preferencialmente” por “necessariamente”, o que faz
com que a frase não seja verdadeira. Muito atenção à redação das questões.
• Atenção para as idades: aos 6 anos, a criança inicia o Ensino Fundamental; portanto,
a creche e pré-escola atendem crianças de 0 a 5 anos.
ANOTAÇÕES

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Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer– Do Art.53 ao 59
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ATENÇÃO
Segundo o art. 54, § 3º, “Compete ao poder público recensear os educandos no ensino
fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência
à escola” (grifo da professora).

O art. 55 dispõe que a obrigação de matricular a criança ou adolescente na escola é


de seus pais ou responsáveis. O pai, a mãe ou o responsável que deixa de realizar essa
matrícula na data correta ou que deixa de vacinar essa criança ou adolescente quando reco-
mendado por autoridade competente está descuidando dos deveres do poder familiar e, de
acordo com o ECA, está praticando infração administrativa, podendo ser multado. Não é
crime, mas infração administrativa.

Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tu-


telar os casos de:
I – maus tratos envolvendo seus alunos;
II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;
III – elevados níveis de repetência.
10m

ATENÇÃO
Em conjunto com o art. 245 do ECA, ao tratar das comunicações de maus tratos à criança,
a lei diz que o Conselho Tutelar deve ser obrigatoriamente comunicado. Um artigo não anu-
la o outro, pelo contrário: eles se complementam. Assim, os dirigentes de estabelecimentos
de ensino fundamental, assim como professores, médicos, entre outros profissionais que
testemunhem maus tratos a seus alunos, são obrigados por lei a comunicar o Conselho
Tutelar (art. 245); a não comunicação desses casos é considerada infração administrativa,
e o infrator estará sujeito a multa.

Jurisprudências

ATENÇÃO
É muito comum cair as jurisprudências em provas, especialmente as do Cebraspe.
ANOTAÇÕES

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Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer– Do Art.53 ao 59
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• No Brasil, não é possível atualmente (ou seja, mesmo durante a pandemia) o ensino
domiciliar (homeschooling), pois não há lei específica mostrando a estrutura desse tipo
de ensino. O homeschooling no Brasil, então, só será possível depois de criada uma
lei a respeito.
• “São constitucionais a exigência de idade mínima de quatro e seis anos para ingresso,
respectivamente, na educação infantil e no ensino fundamental, bem como a fixação
da data limite de 31 de março para que referidas idades estejam completas”. STF. Ple-
nário. ADPF 292/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 1º/8/2018 (Info 909). .
15m
• A exigência de idade mínima de quatro anos para ingresso na educação infantil, bem
como a fixação da data limite de 31 de março para que a idade esteja completa, são
constitucionais. O Pleno do STF pacificou entendimento no sentido de que são cons-
titucionais a exigência de idade mínima de quatro anos para ingresso na educação
infantil, bem como a fixação da data limite de 31 de março para que referida idade
esteja completa.

O importante é que seja assegurado ao aluno entre quatro e dezessete anos o acesso à
educação, de acordo com a sua capacidade.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/UNB/2017/Monitor/SEEDF) À luz do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
n. 8.069/1990 e da CF), julgue os itens seguintes:
a. Situação hipotética: Paula, que tem doze anos de idade e é aluna do sétimo ano do
ensino fundamental, discordou dos critérios de avaliação propostos pela professora
de sua classe durante uma avaliação da aprendizagem. Assertiva: Nessa situação,
de acordo com o ECA, se houver recusa da referida professora em rever os critérios
de avaliação, Paula terá direito de contestar os critérios avaliativos no conselho de
classe da escola.
b. Conforme o ECA, professores que submeterem estudantes sob sua autoridade,
guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento cometem crime.
c. Situação hipotética: Lorena, que tem dez anos de idade, relatou à sua professora que
está sofrendo maus tratos em casa. Assertiva: Nesse caso, a professora deverá rela-
tar o episódio ao diretor da escola; este, por sua vez, terá de, imediatamente, comu-
ANOTAÇÕES

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Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer– Do Art.53 ao 59
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nicar o caso ao conselho tutelar, sendo o injustificável retardamento e(ou) a omissão


puníveis na forma estabelecida no ECA. .
20m
d. Os conselhos tutelares das regiões administrativas do DF são compostos por seis
membros indicados pela SEE/DF, com mandatos fixos de quatro anos.

COMENTÁRIO
Alternativa a: É direito da aluna contestar os critérios de avaliação; é, ainda, direito da
aluna levar essa reclamação ao conselho de classe da escola caso a referida professora
se recuse a rever seus critérios.
Alternativa b: de acordo com o art. 232 do ECA, a pessoa que tenha guarda, autoridade
ou vigilância sobre a criança e adolescente e que submeta essa criança a constrangimento
ou vexame, comete crime tipificado no próprio estatuto. Assim, o professor comete crime
ao fazer um aluno passar por constrangimento.
Alternativa c: os arts. 56 e 245 do ECA afirmam que a própria professora poderia comuni-
car o conselho tutelar diretamente, sem necessidade de comunicar o diretor. Essa situação
hipotética muito provavelmente foi escrita dessa forma por conta de critérios de hierarquia,
em que a professora não desejou passar por cima da autoridade do diretor da escola, ou
por questão de respeito à essa autoridade, denunciando o que estava acontecendo na
escola sob sua responsabilidade.
Alternativa d: um conselho tutelar é composto por cinco conselheiros, cada um com man-
dato de 4 anos. A respeito do Conselho tutelar será visto em outras aulas.

Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho (arts. 60 ao 69)

O art. 60 do ECA deve ser interpretado conforme a CF, senão o artigo ficará inconstitu-
cional: a CF dispõe que a criança ou o adolescente pode começar a trabalhar como aprendiz
a partir dos 14 anos de idade, enquanto a redação do art. 60 do ECA é passível de desen-
tendimento.
ANOTAÇÕES

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Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer– Do Art.53 ao 59
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Constituição Federal

A Constituição dispõe o seguinte:

Art. 7º. XXXIII. proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de qua-
torze anos (CF);
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão. (grifos da professora)

ATENÇÃO
O art. 227 é muito cobrado em provas.

O art. 227 dispõe sobre o Princípio da Responsabilidade Tripartida, ou seja, a responsa-


bilidade por qualquer criança e adolescente é, em primeiro lugar, da família, da sociedade
em segundo e, por fim, do Estado. Em paralelo, o art. 4º do ECA dispõe que essa respon-
sabilidade é, em ordem de prioridade, da família, da comunidade, da sociedade, e então do
Estado. .
25m
A respeito do direito do adolescente à profissionalização:

§3º. O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:


I – idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7
º, XXXIII;
II – garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III – garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola.

Estatuto da Criança e do Adolescente

ATENÇÃO
O art. 60 já caiu em provas para policiais militares do DF.
ANOTAÇÕES

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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer– Do Art.53 ao 59
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O artigo 60 do ECA foi redigido de maneira ambígua, podendo levar ao entendimento


errôneo de que crianças e adolescentes menores de 14 anos de idade podem trabalhar na
condição de aprendizes. Essa leitura tornaria o art. 60 inconstitucional.

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição
de aprendiz.

Assim, lendo os artigos do ECA e da CF em conjunto, as leis sobre trabalho infantil


dispõem que:

• Menor de 14 anos de idade: não pode exercer trabalho;


• A partir dos 14 anos de idade: pode trabalhar como aprendiz, com direitos previdenci-
ários e trabalhistas;
• A partir dos 16 anos: pode exercer regularmente o trabalho, salvo trabalho noturno,
insalubre, perigoso ou penoso;
• A partir dos 18 anos: pode exercer regularmente o trabalho.

O ECA não trata diretamente do trabalho do aprendiz, que possui uma lei específica para
a proteção do adolescente. .
30m

Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo
do disposto nesta Lei.
Art. 62. Considera se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretri-
zes e bases da legislação de educação em vigor.

GABARITO
1. d

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição em vídeo pela leitura exclusiva deste
material.
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ECA (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho – Do Art. 60 ao 69 e
Autorização para Viajar – Art. 83
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DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO TRABALHO


– DO ART. 60 AO 69 E AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR – ART. 83

O PULO DO GATO
Em relação ao ECA e aos Direitos Fundamentais da Criança e do Adolescente, as bancas
costumam cobrar a letra da lei com palavras trocadas. Por ex.: “preferencialmente” é troca-
da por “necessariamente”, tornando falsa a alternativa ou questão.

O art. 63 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) trata do direito do adolescente


(apenas maior de 14 anos) à profissionalização, sempre em conjunto com o ensino regular.

Art. 63. A formação técnico profissional obedecerá aos seguintes princípios:


I – garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular;
II – atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
III – horário especial para o exercício das atividades.

ATENÇÃO
Importante lembrar que um dos princípios fundamentais do ECA é o do respeito à condição
peculiar de pessoa em desenvolvimento, que perpassa todos os artigos.

Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados os


seguintes aspectos, entre outros:
I – respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
II – capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

A CLT proíbe o trabalho ao menor de 16 anos, salvo na condição de aprendiz (o que


também aparece na CF), a partir dos 14 anos (art. 403). E o art. 428 dispõe que o contrato de
aprendizagem exige requisitos, como o jovem ser inscrito em programa de aprendizagem e
formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral
e psicológico.
Em resumo, de acordo com a CF, a CLT e o ECA, só é permitido o trabalho de menor de
idade a partir dos 14 anos, e apenas na condição de aprendiz; a partir dos 16 anos, o menor
pode exercer trabalho, desde que se cumpram os requisitos da lei.
ANOTAÇÕES

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Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho – Do Art. 60 ao 69 e
Autorização para Viajar – Art. 83
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Em relação a trabalhos artísticos (como fotografia, cinema, televisão etc.) envolvendo


crianças e adolescentes, dispõe o art. 149:

Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar, me-
diante alvará:
I – a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou res-
ponsável, em
a. estádio, ginásio e campo desportivo;
b. bailes ou promoções dançantes;
c. boate ou congêneres;
d. casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
e. estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
II – a participação de criança e adolescente em:
a. espetáculos públicos e seus ensaios;
b. certames de beleza (grifos da professora).
5m Por exemplo: uma criança de 11 anos pode trabalhar como modelo em um desfile de moda, mas
apenas se houver autorização dos pais ou responsáveis, e do juiz da Vara da Infância e da Juven-
tude, que tem poder normativo (por meio de portaria ou alvará).
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:
(...) Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é tam-
bém competente a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:
a. conhecer de pedidos de guarda e tutela;
b. conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação da tutela ou guarda;
c. suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
d. conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao exercício
do poder familiar;
e. conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais; (...) (grifos da
professora).

ATENÇÃO
A criança ou adolescente que se enquadra no art. 98 do ECA está em situação de risco, de
vulnerabilidade. Nessas situações, é o juiz da Vara da Infância e da Juventude que tomará
as providências citadas no art. 148.

Cabe à Justiça Comum (ou seja, o juiz que atua na Vara da Infância e da Juventude)
autorizar o trabalho artístico para crianças e adolescentes em teatros, programas ou novelas
produzidas por emissoras de rádio e televisão, conforme decisões do STF.
ANOTAÇÕES

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ECA (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho – Do Art. 60 ao 69 e
Autorização para Viajar – Art. 83
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ATENÇÃO
Não é a Justiça do Trabalho, nem juízes trabalhistas que autorizam o trabalho artístico de
criança ou adolescente. Essa autorização compete à Justiça Comum, na Vara da Infância
e da Juventude.

“Somente em 2019 das mais de 159 mil denúncias de violações a direitos humanos rece-
bidas pelo Disque 100, cerca de 86 mil tinham como vítimas crianças e adolescentes. Con-
forme informações do Ministério da Ministério da Mulher, da Família e do Direitos Humanos,
mais de 4,2 mil desses registros eram relacionados ao trabalho ilegal de crianças e adoles-
centes.” (MPT). O trabalho infantil atinge mais de 2 milhões de brasileiros e brasileiras com
idade entre 5 e 17 anos.
10m

O que o ECA Dispõe Sobre o Trabalho Infantil

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,


com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à edu-
cação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária.

Esse artigo reproduz uma parte do art. 227 da Constituição Federal, que estabelece o
princípio da proteção integral da criança e do adolescente.

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de
sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade.
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo
do disposto nesta Lei.

A respeito do direito à profissionalização, em resumo, os arts. 7º e 227 da CF, e os arts.


60 a 69 do ECA são os que regem os princípios a serem seguidos, desde que se faça a leitura
do ECA nos termos da Constituição Federal.
ANOTAÇÕES

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Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho – Do Art. 60 ao 69 e
Autorização para Viajar – Art. 83
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PARTE II

LIVRO I – TÍTULO III – DA PREVENÇÃO (ARTS. 70 A 85)

Autorização para viajar, Art. 83

O PULO DO GATO
• O artigo 83, que trata da autorização para viajar, é muito cobrado em provas recen-
tes, pois sofreu uma alteração em 2019 (Lei n. 13.812/2019): antes, um adolescente
a partir dos 12 anos poderia viajar livremente pelo território nacional apenas com sua
documentação. Após a Lei n. 13.812/2019, que ainda está em vigor, menores de 16
anos não podem viajar sem a companhia dos pais ou responsáveis, e/ou autorização
judicial.
15m
• O ECA traz regras tanto para o embarque nacional quanto o internacional. A mudança
ocorreu apenas em relação ao embarque nacional.

Embarque para o exterior

Aplica-se, aqui, o art. 2º do ECA, definindo quem é a criança e quem é o adolescente.


A regra geral é que nenhuma criança ou adolescente sairá do território nacional sem
autorização judicial, salvo nos casos em que tal criança ou adolescente esteja na companhia
de ambos os pais ou responsáveis, ou esteja na companhia de um dos pais e com autoriza-
ção do outro (por meio de documento com firma reconhecida).
Caso um dos pais seja falecido ou não compartilhe do poder familiar por alguma razão,
considera-se que o poder familiar está 100% nas mãos do pai/mãe ou responsável presente,
de modo que este pode viajar sozinho com a criança ou adolescente sem precisar de auto-
rização judicial.
Hoje há um campo no passaporte da criança ou adolescente em que os pais ou respon-
sáveis assinam suas respectivas autorizações na Polícia Federal, sendo assim desnecessá-
rias outras autorizações. Mas isso não está previsto na lei.
De acordo com a jurisprudência, nos casos em que a mãe da criança sofre violência
doméstica, o juiz da Vara de Violência Doméstica pode resolver a questão da guarda e de
autorização para viajar para o exterior, se necessário.
ANOTAÇÕES

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ECA (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho – Do Art. 60 ao 69 e
Autorização para Viajar – Art. 83
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Embarcar criança e adolescente para o exterior sem observar as formalidades legais, ou


se são observadas as formalidades, mas a criança é embarcada com o intuito de obter lucro,
é crime, de acordo com o art. 239 do ECA (ou seja, é considerado tráfico infantil).
20m

ATENÇÃO
Só é permitido o embarque de criança ou adolescente para o exterior acompanhado de
estrangeiro mediante autorização judicial.

Embarque no território nacional

A regra geral é que adolescentes a partir dos 16 anos podem viajar livremente, sem
necessitar de autorização (Lei n. 13.812/2019).

ATENÇÃO
Menores de idade que sejam maiores de 16 anos podem viajar desacompanhados, mas
não podem se hospedar em hotéis, motéis, hospedarias etc. sozinhos. Se isso acontece, o
estabelecimento está praticando uma infração administrativa.

Os menores de 16 anos só podem viajar mediante autorização judicial; essa autorização


é dispensada caso a criança ou adolescente esteja acompanhado dos pais ou responsáveis,
ou de ascendente colateral maior até o 3º grau (no caso, tios, irmãos e avós), mediante prova
documental do parentesco.
No caso de pais divorciados, a regra continua a mesma: se um dos pais deseja viajar
internacionalmente com a criança ou adolescente, deve ter a autorização do outro pai ou de
um juiz. Já nos casos de viagem dentro do território nacional, os pais ou responsáveis tran-
sitam livremente com a criança, sem necessidade de autorizações. Isso está relacionado a
poder familiar, e independe do estado civil dos pais ou responsáveis.
25m
ANOTAÇÕES

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ECA (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho – Do Art. 60 ao 69 e
Autorização para Viajar – Art. 83
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O PULO DO GATO
As provas costumam cobrar muito a questão de se é necessária autorização judicial no
caso de primos. Primo é parente de 4º grau, logo, para que este possa embarcar para outro
estado levando a criança, será necessária a autorização da mãe, do pai ou do responsá-
vel do menor.

Em resumo, antes da Lei n. 13.812/2019 o adolescente podia fazer viagens nacionais


mesmo que estivesse desacompanhado dos pais ou responsável, não sendo necessária
autorização judicial. As restrições que existiam eram apenas para viagens de crianças (ou
seja, menores de 12 anos). Depois da Lei n. 13.812/2019, que ainda está em vigor, foi deter-
minado que as mesmas restrições impostas para viagens nacionais de crianças também
devem ser estendidas para adolescentes menores de 16 anos.
Assim, a regra geral para viagens nacionais é: nenhum menor de 16 anos pode transi-
tar livremente pelo país; a partir dos 16 anos, o adolescente pode viajar desacompanhado
dentro do território brasileiro. Os menores de 16 anos podem viajar, desde que estejam acom-
panhados de um ou ambos os pais ou responsáveis, ou parente até 3º grau, ou mediante
autorização dos pais, responsáveis ou juiz da Vara da Infância e da Juventude. Contudo, a
lei dispõe que o adolescente pode transitar livremente até comarca próxima (contígua), na
mesma unidade da federação, ou na mesma região metropolitana. Por exemplo: adolescen-
tes da cidade de São Paulo podem viajar desacompanhados para as cidades do “ABC”, que
são comarcas contíguas.

DIRETO DO CONCURSO
1. (VUNESP/2019/TJ-RO/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Em relação às autorizações
judiciais de viagem para crianças e adolescentes, e nos termos do que estabelece o
ECA, é correto afirmar:
a. Em se tratando de viagem ao exterior de adolescente maior de 16 anos de idade
desacompanhado, a autorização judicial será dispensada se houver autorização por
escrito de um dos pais, com firma reconhecida por autenticidade, ainda que ambos
estejam vivos e em local conhecido.
ANOTAÇÕES

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Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho – Do Art. 60 ao 69 e
Autorização para Viajar – Art. 83
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b. A autorização judicial para criança viajar no território nacional desacompanhada dos


pais ou responsáveis não será exigida se estiver acompanhada de ascendente ou
colateral maior, até o quarto grau.
c. A pedido dos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá, exclusivamente
para as viagens dentro do território nacional, conceder autorização válida por até três
anos, não sendo possível a concessão de autorização para viagens ao exterior por
prazo maior que 06 meses.
d. Dentro do mesmo Estado da Federação, e independentemente da distância, da
contiguidade das comarcas ou do pertencimento à mesma região metropolitana, os
adolescentes, maiores de 12 anos de idade, poderão viajar para fora da comarca
onde residem, desacompanhados dos pais ou responsáveis, dispensada autoriza-
ção judicial.
e. Dentro do território nacional, não se exige autorização judicial para a criança ou ado-
lescente menor de 16 anos de idade viajar para fora da comarca onde reside, desa-
companhada dos pais ou responsáveis, desde que se trate de comarca contígua à da
residência da referida criança ou adolescente, se na mesma unidade da Federação,
ou incluída na mesma região metropolitana.

COMENTÁRIO

a) Para viagens internacionais, a regra é que toda criança e adolescente precisa de autori-
zação do juiz; essa autorização só é dispensada quando a criança ou adolescente estiver
acompanhado de ambos os pais, ou de um dos pais com expressa autorização do outro.
b) A lei permite que a criança viaje sem autorização dos pais ou responsáveis caso esteja
acompanhada de parentes até o 3º grau.
30m
c) A lei coloca que é possível fazer uma autorização judiciária válida por até dois anos.
d) A criança ou adolescente menor de 16 anos não pode viajar desacompanhado para lo-
cais fora de sua região metropolitana, independentemente de ser ou não maior de 12 anos.

GABARITO
1. e

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ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição em vídeo pela leitura exclusiva deste
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Da Prevenção Especial
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DA PREVENÇÃO ESPECIAL

Da informação, cultura, lazer, esportes, diversões e espetáculos

• Continuação da Lei n. 806/90.

Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e espetáculos pú-
blicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e
horários em que sua apresentação se mostre inadequada.

Obs.: caso uma sala de Cinema, por exemplo, não disponibilizar a classificação de faixa
etária adequada para exibição de conteúdo, estará cometendo uma Infração Admi-
nistrativa.

Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar, em lu-
gar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza
do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação.
5m Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos classificados
como adequados à sua faixa etária.
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos
locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para o públi-
co infanto-juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua classifi-
cação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que explorem a venda
ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em
desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólucro, informação sobre a
natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e adoles-
centes deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens pornográfi-
cas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.
10m

Obs.: caso a Editora, ou comerciante, por exemplo, não respeitarem a imposição da lei
constante no Art. 78, estará cometendo Infração Administrativa sujeito à multa.
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Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilus-
trações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e muni-
ções, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.

ATENÇÃO
A venda ou distribuição de bebida alcoólica para crianças e adolescentes caracteriza cri-
me, e não Infração Administrativa. Assim como, a venda, distribuição de substância que
possam causar dependência física ou psíquica a crianças ou adolescentes, também pode-
rá ser tratada como crime de acordo com o art. 243 do ECA. Da mesma forma, a adminis-
tração medicamentosa de substâncias que possam causar dependência física ou psíquica
a crianças ou adolescentes, é considerada crime de acordo com o Estatuto da Criança e
do Adolescente; salvo quando receitado por justa causa por um profissional médico. No en-
tanto, caso a substância ministrada possa causar dependência e for considerada ‘droga’,
responderá pela Lei de Drogas e não pelo ECA.

Obs.: relacionado ao artigo, a entrega de arma de fogo, explosivo ou munição a criança ou


adolescente é proibido por Lei que responderá pelo Estatuto do Desarmamento. No
caso de ‘arma branca’ responderá pelo ECA (Estatuto da Criança e Adolescente).
15m

Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou
congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventual-
mente, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e adolescen-
tes no local, afixando aviso para orientação do público.

DOS PRODUTOS E SERVIÇOS

Art. 81. É Proibida a venda à criança ou ao adolescente de:


I. Armas, munições e explosivos: a violação deste dispositivo importa, em tese, na prática de
crime art. 242, do ECA e art. 16, parágrafo único, da Lei n. 10.826/2003. Sobre a proibição da fa-
bricação, venda, comercialização e importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de
fogo, que com estas se possam confundir, vide art. 26, da Lei n. 10.826/2003.
II. Bebidas alcoólicas [364]; 364 Vide arts. 243 e 258-C, do ECA.

Obs.: no caso, se um profissional como um garçom, por exemplo, servir bebida alcoólica
para uma criança ou adolescente, ainda que gratuitamente, responderá por crime de
acordo com o Art. 243, do ECA. Juridicamente, o estabelecimento comercial poderá
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responder por Infração Administrativa com pena de multa, permanecendo fechado o


estabelecimento até que a mesma seja cumprida.

III. Produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica, ainda que por
utilização indevida. A violação desta regra importa, em tese, também na prática do crime previsto
no art. 243, do ECA.
20m IV. Fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam in-
capazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida. A violação desta regra
importa, em tese, na prática do crime previsto no art. 244.

ATENÇÃO
Nesses casos, só é caracterizado crime quando os fogos de artifício e estampido possuí-
rem potencial para causar lesão.

V. Revistas e publicações a que alude o art. 78 e art. 257.


VI. Bilhetes lotéricos e equivalentes (art. 80).

LIVRO II: PARTE ESPECIAL


DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO

• Art. 86 a 97 do ECA

Para que a criança e o adolescente tenham seus direitos garantidos, é preciso efetivar
políticas sociais básicas na área da saúde, educação e cultura.

Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:


I. Políticas sociais básicas.
II. Serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção social
e de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências.
III. Serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligên-
cia, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão.
25m IV. Serviço de identificação e localização de pais, responsáveis, crianças e adolescentes de-
saparecidos.
V. Proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
VI. Políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do convívio
familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescentes.
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Da Prevenção Especial
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VII.Campanhas de estímulo ao acolhimento sob a forma de guarda de crianças e adolescentes


afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou de
adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos.

ATENÇÃO
É importante comparar paralelamente todos os pontos do art. 87 de linhas de ação da polí-
tica de atendimento com o art. 88 de diretrizes da política de atendimento (extensivamente
cobrados em exames, especialmente, artigos referentes ao Conselho Tutelar).

Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:


I. Municipalização do atendimento.
II. Criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescen-
te, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurados a participa-
ção popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e
municipais.
III. Criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-admi-
nistrativa.
IV. Manutenção de fundos nacionais, estaduais e municipais vinculados aos respectivos conselhos
dos direitos da criança e do adolescente.
V. Integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança Pú-
blica e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do
atendimento inicial a adolescente a quem se atribui autoria de ato infracional.
VI. Integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conselho Tute-
lar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de
agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em programas de acolhimento
familiar ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução
se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família substituta, em quaisquer das
modalidades previstas no art. 28 desta Lei.
VII.Mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos da
sociedade.
VIII. Especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes áreas
da atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre de-
senvolvimento infantil.
IX. Formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do adolescente que
favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimen-
to integral.
X. Realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção da
violência.
30m

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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Das Entidades de Atendimento
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DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO

(art. 90 ao art. 97 do ECA)

Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades,
assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e socioeducativos destina-
dos a crianças e adolescentes, em regime de:
I. Orientação e apoio sócio familiar.
II. Apoio socioeducativo em meio aberto.
III. Colocação familiar.
IV. Acolhimento institucional.
V. Prestação de serviços à comunidade.
VI. Liberdade assistida.
VII.Semiliberdade.
VIII. Internação.

Obs.: nos casos de medida protetiva de acolhimento institucional, o prazo foi alterado para,
no máximo, 18 meses. No entanto, o prazo poderá ser prorrogado pelo juiz, depen-
dendo da situação.

QUAIS SÃO AS PENALIDADES QUE PODEM SER APLICADAS ÀS


ENTIDADES?

As entidades governamentais e não governamentais referidas no art. 90 serão fiscaliza-


das pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.

QUANTO ÀS ENTIDADES GOVERNAMENTAIS:

1. Advertência.
2. Afastamento provisório do dirigente.
3. Afastamento definitivo dos dirigentes.
4. Fechamento da entidade.

Obs.: essas são punições, sanções impostas pela Lei nos casos de Entidades Governa-
mentais, fiscalizadas pelo Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar.
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Das Entidades de Atendimento
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QUANTO ÀS ENTIDADES NÃO GOVERNAMENTAIS:

1. Advertência.
2. Suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas.
3. Interdição ou suspensão do programa.
4. Cassação do registro.
5m

Obs.: em relação à Prevenção Especial, artigos relacionados ao Conselho Tutelar são ex-
tensivamente cobrados em todos os níveis de exames. Lembrando que as últimas
alterações no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), na letra da Lei, ocorre-
ram em 2019.

Até 2019, o conselheiro era eleito pela comunidade local, por voto facultativo, para um
mandato de quatro anos, permitindo apenas uma recondução, caso eleito novamente, tota-
liza um mandato de oito anos. No entanto, de acordo com a alteração prevista pelo Legis-
lativo em 2019, não existe mais limitação para a recondução de conselheiro, sendo que o
mesmo pode ser eleito por novos processos de escolha.

ATENÇÃO
De acordo com o ECA, toda vez que uma criança ou adolescente sofrer maus tratos, a Le-
tra da Lei dita que o Conselho Tutelar tem de ser obrigatoriamente comunicado. No caso de
um profissional da saúde, como um médico, por exemplo, estiver prestando atendimento a
uma criança, ou adolescente, e notar que a mesma foi vítima de maus tratos, o profissional
é obrigado a comunicar o fato ao Conselho Tutelar. Caso contrário, o profissional está pra-
ticando Infração Administrativa.
10m

DO CONSELHO TUTELAR (art. 131 ao art. 140 do ECA):


a. Conceito: órgão permanente, autônomo, sem função jurisdicional.
b. Objetivo: zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
c. Natureza Jurídica: órgão colegiado.
15m

• É fiscalizado pelo Ministério Público (MP).


• Regido pelo princípio da Democracia Participativa.
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d. Base Legal: art. 227 da Constituição Federal (CF), § 7º; Art. 204, II CF; Art. 131 ECA.
e. Composição: 5 conselheiros em cada Conselho Tutelar.
f. Mandato: 4 anos, permitida várias reconduções (Lei 13.824/ 2019).
g. Processo de escolha dos conselheiros: eleição pela comunidade, sob a fiscaliza-
ção do Ministério Público.
h. Requisitos para concorrer ao cargo de conselheiro:
a) É preciso ter mais de 21 anos de idade.
b) Residir no local.
c) Idoneidade moral.
i. Remuneração: a remuneração dos conselheiros é atualmente obrigatória, tem cober-
tura previdenciária, licença-maternidade-paternidade, gratificação natalina e férias.

• É a lei orçamentária do município que deve trazer previsão dos recursos necessários
ao funcionamento do Conselho Tutelar.
• O Conselho Tutelar tem presunção relativa de idoneidade moral.
• É considerado funcionário público em comissão.
• Não tem direito a prisão especial até o trânsito em julgado.

Obs.: a remuneração do conselheiro depende da lei orçamentária do local, ou seja, não


é unificada em todo território nacional. Diferentemente da eleição para membro do
Conselho Tutelar que é unificada.
20m

ATENÇÃO
O Conselho Tutelar atua em função do cumprimento dos direitos fundamentais da criança.

j. Atribuições do Conselho Tutelar: art. 136, I ao XI.


k. Limites de competência: Territorial (no município).
l. Impedimentos para atuar no mesmo Conselho tutelar:

I. Marido e mulher.
II. Ascendentes e descendentes.
III. Sogro-genro ou nora.
IV. Irmãos, cunhado (durante o cunhadio), tio, sobrinho, padrasto, madrasta e enteado.
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Das Entidades de Atendimento
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m. Decisões: não precisam ser homologadas pelo Judiciário.


n. Revisão: as decisões podem ser apreciadas pelo Judiciário.
25m
A Lei municipal ou distrital disporá sobre local, dia e horário de funcionamento do Conse-
lho Tutelar, remuneração dos membros do Conselho e aos conselheiros tutelares são asse-
gurados os seguintes direitos: cobertura previdenciária, férias remuneradas, 1/3 de férias,
licença-maternidade ou paternidade e gratificação natalina.

Obs.: o Conselho Tutelar é constituído de 5 membros eleitos pela comunidade local para
mandato de 4 anos e, em cada região administrativa do Distrito Federal deverá ter no
mínimo um Conselho.
30m

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Conselho Tutelar, Terminologia e Prazos
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CONSELHO TUTELAR, TERMINOLOGIA E PRAZOS

MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: (10 medidas)
I – Encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promo-
ção da família;
II – Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras
e toxicômanos;
III – Encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV – Encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
V – Obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e aproveitamen-
to escolar;
VI – Obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;
VII – Advertência;
VIII – Perda da guarda;
IX – Destituição da tutela;
X – Suspensão ou destituição do poder familiar.

Obs.: as medidas I a VII podem ser aplicadas pelo juiz e pelo Conselho Tutelar. Entretan-
to, as medidas de VIII até X (perda da guarda, destituição da tutela e suspensão do
poder familiar) estão sob reserva jurisdicional, ou seja, somente o juiz possui o poder
para aplicá-las.
5m

ATENÇÃO
A criança e o adolescente não praticam crime, mas sim ato infracional.
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Conselho Tutelar, Terminologia e Prazos
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PARTE IV: PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL

1. Terminologia utilizada pelo ECA:

LEIS PENAIS (MAIOR) ECA (CRIANÇA E ADOLESCENTE)


1. Crime e contravenção Ato infracional
2. Flagrante delito Flagrante de ato infracional
3. Mandado de prisão Mandado de busca e apreensão
4. Maior preso Apreendido
5. Prisão provisória Internação provisória
6. Imputação de crime Atribuição de ato infracional
7. Pena Medidas socioeducativas e protetivas
8. Denúncia Representação
9. Réu Representado
10. Interrogatório Audiência de apresentação
11. Sumário de acusação e de defesa Audiência em continuação
12. Defesa prévia Defesa prévia

 Obs.: a criança somente receberá medidas protetivas, o adolescente poderá receber medi-
das protetivas e socioeducativas.
10m

• O maior, ao praticar um crime de ação penal pública incondicionada, receberá a “denún-


cia” do Ministério Público e, dessa forma, iniciará a ação penal. Entretanto, ao se tratar
do adolescente que cometeu ato infracional, o Ministério Público usará a “representa-
ção”, sendo importante destacar que apenas o promotor pode representar.

2. Tabela de prazos

• Os prazos no ECA são contados em dias corridos.


15m
ANOTAÇÕES

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1. Permanência em estabelecimento policial


Caso o delegado descumpra o prazo máximo de 5 dias do adolescente
5 dias
dentro do estabelecimento policial (delegacia), o mesmo responderá
por crime tipificado no ECA.
2. Apresentação ao Ministério Público (art. 175) 24 horas
3. Internação provisória (art. 108)
45 dias
Antes da sentença.
4. Internação sanção (art. 122)
Ocorre quando o adolescente descumprir uma medida anteriormente 3 meses
imposta pelo juiz.
5. Internação (art. 121, §, 3º)
3 anos
• Medida privativa da liberdade.
6. Semiliberdade (art. 120) 3 anos
7. Reavaliação da internação/semiliberdade (art. 121) A cada 6 meses
8. Recursos (art. 198)
10 dias, salvo embargos de
O Ministério Público (MP) não possui prazo dobrado para recursos,
declaração (5 dias)
apenas a defensoria.
9. Liberação compulsória (art. 121, §, 5º) Aos 21 anos

10. Prestação de serviços à comunidade (art. 117) 6 meses


11. Liberdade assistida (art. 11, 8§, 3º)
A liberdade assistida, também chamada de medida padrão, é a única
6 meses
medida socioeducativa com prazo mínimo, ou seja, que pode ser pror-
rogada.
12. Adolescente privado da liberdade / visitas (art. 124) Semanalmente
13. Mandato dos conselheiros (art. 132) 4 anos
20m
14. Membros do Conselho Tutelar (art. 132) 5 membros em cada Conselho
15. Manutenção de documentos no hospital (art. 10) 18 anos
Mínimo 30 dias e Máximo 45
16. Estágio de convivência / estrangeiro adoção (art. 39)
dias
A Adoção Internacional pode ser feita através do estrangeiro ou do
Pode ser prorrogada uma única
brasileiro residente no exterior.
vez por igual período.
17. Procedimento para perda do poder familiar (art. 163) 120 dias

18. Contestação (art. 158) 10 dias


19. Vista dos autos ao Ministério Público (art. 162) 5 dias
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Conselho Tutelar, Terminologia e Prazos
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20. Apuração de irregularidade em entidade de atendimento (defesa)


10 dias
(art. 192)
21. Apuração de Infração Administrativa às normas de proteção à
10 dias
criança e ao adolescente (defesa) (art. 195)
90 dias
22. Prazo para infiltração policial virtual (art. 190)
Prorrogações: 720 dias
18 meses
23. Permanência em acolhimento institucional
Revisão: a cada 3 meses
24. Prazo para ação de adoção pelo detentor da guarda 15 dias
25. Desistência de entregar o filho para adoção (acompanhamento) 180 dias
90 dias
26. Estágio de convivência para adoção nacional Pode ser prorrogado por igual
período.

120 dias
27. Ação de adoção Pode ser prorrogado por igual
período.
30 dias (a contar a partir do aco-
28. Encontrar a família natural
lhimento)
90 dias
29. Encontrar a família extensa Pode ser prorrogado por igual
período.

25m

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Medidas Socioeducativas
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MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

RELEMBRANDO
Posto que o adolescente não pratica crime, mas sim ato infracional, ele só pode cumprir
medidas socioeducativas ou protetivas, nunca pena.
As medidas socioeducativas podem ser decoradas pelo mnemônico “PAI LIO”, já as medi-
das protetivas pelo mnemônico “MIA RECO”.

Posto isso, será observado o cabimento dessas medidas.

3. RESUMO DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS:

a. Advertência – Art. 115: Trata-se de admoestação verbal, é a mais branda das medi-
das. Requisitos: prova da materialidade e indícios suficientes da autora do ato infracional.
Essa medida gera efeitos jurídicos, ficará registrada na Vara da Infância e Juventude.
b. Obrigação de reparar o dano – Art. 116: Trata-se de medida por tarefa e não por
desempenho. Uma vez reparado o dano, extingue-se a medida. O objetivo é promover a
compensação da vítima, restituir o bem. Essa medida será aplicada quando o adolescente
atingiu a esfera patrimonial da vítima. Requisitos: prova da autoria e da materialidade.
C. Prestação de serviço à comunidade – Art.117: Será realizada gratuitamente, tarefas
de interesse geral. O juiz deve estabelecer a carga horária máxima de prestação do serviço
durante a semana, sendo o limite de oito horas semanais.
Prazo: Max. 06 meses. Requisitos: materialidade e autoria.
A advertência é a medida mais branda, é uma admoestação verbal somente. Ela é deter-
5m minada por dois requisitos: prova da materialidade do ato infracional e indícios suficientes de
autoria do ato infracional. Sendo esse último essencial para a prova.

ATENÇÃO
A advertência é a única medida socioeducativa que pode ser aplicada com indício suficien-
te de autoria e prova da materialidade. Obviamente, tal ato ficará registrado na Vara da
Infância e Juventude.
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Por exemplo, se o adolescente comete um ato infracional sem violência, sem grave
ameaça, o juiz aplicará para ele a advertência e, assim, será obrigação do jovem reparar o
dano, caso este tenha condições de reparar o dano.
O objetivo dessa medida está em reparar o dano feito pelo jovem à vítima, quando o ado-
lescente praticou um ato infracional que teve repercussão na esfera patrimonial da vítima.
Sendo assim, mediante as provas materiais, o juiz pode solicitar que o jovem preste ser-
viços à comunidade. Tal prestação tem prazo máximo de seis meses, com uma carga horária
de, no máximo, oito horas semanais.
Aliás, o juiz pode acumular medidas socioeducativas quando forem compatíveis.

ATENÇÃO
Essa medida só é aplicada com prova material e quando atinge a esfera material da vítima.
Ou seja, se só houver indícios do crime, essa medida não é posta em prática. Aliás, a res-
ponsabilidade de reparação não é dos responsáveis pelo adolescente.

d. Liberdade assistida – Arts. 118-119: O adolescente receberá um orientador e perma-


necerá com a família, não há privação da liberdade.
Prazo: min. 06 meses.
e. Inserção em regime de semiliberdade – Art. 120: Trata-se de medida restritiva da
liberdade. É privação no noturno e liberação no diurno. Trata-se de privação relativa. Prazo:
indeterminado, limitado a no máximo 03 anos. Requisitos: materialidade e autoria. Essa
medida não poderá ser aplicada com a remissão. Essa medida pode ser aplicada de início
ou como forma de transição para o regime meio aberto.
f. Internação – Arts. 121-122: Atenção para a Súmula n. 492 do STJ. Trata-se de medida
privativa da liberdade. Em regra, aplicada para atos infracionais praticados com violência
ou grave ameaça à pessoa. Princípios: brevidade, excepcionalidade e respeito à condição
10m
peculiar de pessoa em desenvolvimento. Prazo: não comporta prazo determinado, mas não
excederá 03 anos. Súmula n. 342 do STJ (é vedada a sua aplicação com fundamento exclu-
sivamente na confissão do adolescente. Também poderá ser aplicada por reiteração no
cometimento de infrações graves).
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A liberdade assistida (LA) é uma medida padrão para o adolescente que está em liber-
dade assistida, ou seja, uma liberdade “vigiada”. Nesse caso, o jovem precisa de um orienta-
dor para participar de programas na Vara da Infância. Além disso, ele é obrigado a frequen-
tar a escola.

O PULO DO GATO
Das medidas socioeducativas que têm prazo, a única que tem prazo mínimo é a LA, o res-
tante só tem prazo máximo. Com isso, a liberdade assistida é a única medida que pode ser
prorrogada. Aliás, o prazo mínimo é de seis meses.

Isso não quer dizer que a LA, como medida padrão, não tenha um prazo máximo, que, no
caso, não pode passar de três anos.
Já a inserção em regime de semiliberdade e a internação são as medidas mais gravosas,
tomadas quando o adolescente comete um ato infracional. Ainda mais, são as medidas que
mais caem em provas.

Internação
1) Cabimento da Internação:
O Art.122 do ECA diz que o só pode aplicar a medida de internação em três casos:
a) se o adolescente praticar um ato infracional com violência ou grave ameaça à pessoa, ex. crime
15m
análogo ao homicídio;
b) se descumprir reiteradamente medida anteriormente imposta, conhecida, nesse caso, como inter-
nação sanção e só pode ter prazo de, no máximo, três meses;
Obs. no caso da reiteração o STJ demanda apenas duas condutas.
c) se reitera em condutas graves.
Nesse último caso, a Súmula 492 STJ afirma que o tráfico de drogas praticado pelo adolescente por
si só não levará à internação, pois, embora o crime seja análogo ao tráfico de drogas, não teve nem
violência, nem grave ameaça.
Lembrando-se também da Súmula 342 do STJ reitera a ideia de que não basta a confissão do ado-
lescente, as provas são fundamentais.

20m O PULO DO GATO


Caso a banca coloque uma situação hipotética em que um adolescente, que praticou trá-
fico de drogas, recebe uma medida socioeducativa de internação, sem hesitar, marque
como falso.
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Medidas Socioeducativas
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 Obs.: pontuando-se que a internação é regida por três princípios que estão na Constitui-
ção Federal no Art. 227: brevidade, pois os prazos no ECA são rápidos; excepcio-
nalidade, posto que a Internação é a medida mais gravosa, só poderá ser aplicada
em último caso; e, por último, o princípio do respeito à condição peculiar de pessoa
em desenvolvimento, em que há um tratamento diferenciado ao jovem. Nesse último
princípio, cabe, por exemplo, à Polícia Militar levar o adolescente para a delegacia.

O PULO DO GATO
Se a banca colocar a seguinte afirmativa: “A internação é de 03 anos”, coloque “falso”, pois
o prazo máximo é de 03 anos.
Caso a prova afirme que: “A internação, não comporta prazo determinado”, marque “verda-
deiro”, porque a cada seis meses o juiz tem que reavaliar a medida.

PEGADINHA DA BANCA
O concurso SEJUS de Minas Gerais cobrou uma questão de alternativas com o seguinte
enunciado: “o adolescente só poderá ser internado se praticar ato infracional com violência
ou grave ameaça.”. Essa afirmativa é falsa, porque o Art. 122 traz um rol taxativo de três
hipóteses e não só uma.

Regime de Semiliberdade
1) Observando os Arts. 118-119, nesse caso, o adolescente tem sua liberdade privada no
noturno e liberada no diurno. Ou seja, ele frequenta a escola e cursos de forma presencial.
Essa medida pode ser aplicada de início ou como forma de transição para o meio aberto.
Por exemplo, quando um jovem praticou um ato infracional grave e, com isso, foi internado.
Na reavaliação do juiz, mediante o bom comportamento do adolescente, ele é colocado em
semiliberdade. Nesse caso específico há uma progressão do adolescente.
Obs.: a semiliberdade não comporta prazo determinado, mas também não excederá o prazo
máximo de três anos. Aliás, aqui também é essencial lembrar que o juiz só pode aplicar tal
25m medida mediante a materialidade.

É importante pontuar que a escolarização e a profissionalização, na internação, são


feitas dentro do estabelecimento; na semiliberdade, os adolescentes usam os recursos da
comunidade.
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Medidas Socioeducativas
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Obs.: nem a internação nem a semiliberdade podem ser aplicadas com a remissão.

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Medidas Protetivas
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MEDIDAS PROTETIVAS

MEDIDAS PROTETIVAS

A criança só pode receber medida protetiva, jamais medida socioeducativa

MIIIA RECO: M de matrícula em escola; I de inclusão em serviço ou programas oficiais


ou comunitários de proteção, apoio, promoção da família, da criança e do adolescente; I de
inclusão em programa social oficial ou comunitário de orientação e tratamento a alcoólatras
e toxicômanos. Exemplo: adolescente que é usuário de drogas, álcool; I de Inclusão em pro-
grama de acolhimento familiar; A de acolhimento institucional, que era chamado de abrigo,
antes da lei ser alterada; R de requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico,
em regime hospitalar ou ambulatorial; E de encaminhamento aos pais ou responsável,
mediante termo de responsabilidade; C de colocação em família substituta; e O de orien-
tação, apoio e acompanhamento temporários.

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá
determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV – inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da
família, da criança e do adolescente;
V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou am-
bulatorial;
VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras
e toxicômanos;
VII – acolhimento institucional;
VIII – inclusão em programa de acolhimento familiar; e
IX – colocação em família substituta.

Competência

A competência para aplicar medida protetiva é do juiz e do Conselho Tutelar. Contudo, o


Conselho Tutelar não pode aplicar todas as medidas protetivas.
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Medidas Protetivas
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É reserva jurisdicional: acolhimento institucional, inclusão em programa de acolhimento


familiar e colocação em família substituta. Em caso de urgência, o Conselho Tutelar pode
encaminhar uma criança para o acolhimento institucional, mas precisa da carta-guia do juiz.
As outras medidas podem ser aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem necessidade de homo-
logação do Poder Judiciário.
5m

Abrangência

As medidas protetivas poderão ser aplicadas à criança, ao adolescente e, excepcional-


mente, ao jovem adulto. A medida protetiva não é exclusiva da criança, mas se uma criança
vier a praticar ato infracional, ela só pode receber medida protetiva.

 Obs.: acolhimento institucional

• O acolhimento institucional tem prazo de 18 meses. Então, o juiz reavaliará, e pode,


dependendo da necessidade da criança e do adolescente, aumentar esse prazo.
• O acolhimento institucional e a inclusão em programa de acolhimento familiar são
medidas excepcionais e temporárias.
• A cada 3 meses o juiz deve reavaliar essas medidas.
• Medida socioeducativa só pode ser aplicada pelo juiz.
• Uma criança ou adolescente é colocada em família substituta por meio de guarda,
tutela ou adoção.

Art. 98

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III – em razão de sua conduta.

Medida protetiva não será aplicada para uma criança ou adolescente somente quando for
praticado ato infracional. Quando a criança ou adolescente estiver em situação de vulnerabi-
lidade, de risco, é possível aplicar medida protetiva.
10m
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Medidas Protetivas
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O Art. 98 dispõe sobre quando uma criança ou adolescente estará em situação de vulne-
rabilidade. São três hipóteses:

• Quando por ação, omissão o abuso dos pais ou responsável;

Exemplo: o pai abandona a criança. A criança, então, está em situação de vulnerabili-


dade. O Estado pode levar a criança para acolhimento institucional.

• Quando por ação e omissão do Estado;


• Quando pela conduta do menor quando ele praticou o ato infracional.

Exemplo: uma criança de 10 anos praticou ato infracional com violência ou grave ameaça
à pessoa – não é possível aplicar medida socioeducativa para ela, somente medida protetiva.

A criança não é sujeito passivo de medida socioeducativa, só pode protetiva.

Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado à
autoridade judiciária.

Se a apreensão do adolescente foi por ordem judicial, então o adolescente será apresen-
tado ao juiz.

Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado
à autoridade policial competente.
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e
em se tratando de ato infracional praticado em coautoria com maior, prevalecerá a atribuição da
repartição especializada, que, após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará
o adulto à repartição policial própria.

Se a apreensão do adolescente foi em flagrante, a polícia encaminhará o adolescente


para a autoridade policial competente.
Em se tratando de ato infracional praticado em coautoria, ambos serão conduzidos à
delegacia especializada.
15m

 Obs.: flagrante – autoridade policial competente


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Exemplo: o adolescente foi apreendido em flagrante de ato infracional. O adolescente é


conduzido para a autoridade policial competente.

 Obs.: ordem judicial – juiz

Exemplo: o adolescente foi apreendido por ordem judicial. O adolescente é conduzido


para o juiz.

 Obs.: flagrante de ato infracional e ordem judicial

O adolescente só poderá ser apreendido em dois casos: em flagrante de ato infracional


ou por ordem judicial.
Se o adolescente não está em flagrante de ato infracional e o delegado realiza a apre-
ensão dele, o delegado responde por crime que está tipificado no ECA, e não pelo abuso de
autoridade.

10. Auto de Investigação do Ato Infracional (AIAI): (do artigo 171 ao 190)

• Fase policial.
• Fase ministerial.
• Fase judicial.

ATO INFRACIONAL

• Com flagrante
– Com violência (Ex.: roubo) → Oitiva → Auto de Apreensão → Autoridade Policial →
Juiz → Ministério Público (MP) (Art.180).
– Sem violência (Ex.: furto) → Oitiva → Boletim de Ocorrência Circunstanciado (BCO)
→ Autoridade Policial → Juiz → Ministério Público (MP) (Art.180).

• Sem flagrante
– Com violência (Ex.: latrocínio) → Oitiva → Relatório Policial → Juiz → Ministério
Público (MP) (Art. 180).
– Sem violência (Ex.: Tráfico de drogas) → Oitiva → Boletim de Ocorrência Circuns-
tanciado (BOC) → Juiz → Ministério Público (MP) (Art. 180).
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• Fase policial.
• Fase ministerial.
• Fase judicial.

O adolescente só poderá ser apreendido em 2 casos: em flagrante de ato infracio-


nal ou por ordem do juiz.

O 1º requisito é saber se o ato infracional teve flagrante ou não teve flagrante.


O 2º requisito é saber se o ato infracional praticado pelo adolescente foi com violência ou
grave ameaça ou sem violência ou grave ameaça à pessoa.
20m
Exemplo: o adolescente foi apreendido em flagrante em ato infracional com violência. O
adolescente praticou um ato infracional análogo ao roubo. Esse adolescente deve ser enca-
minhado imediatamente para a autoridade policial competente.
Na delegacia acontece a oitiva, e a autoridade policial lavrará o Auto de Apreensão. O
adolescente tem o direito de ser ouvido pela autoridade policial, pelo delegado. Foi dada
a entrada no cartório judiciário, e é mandado para o Ministério Público, que utilizará o Art.
180 do ECA.
O Ministério Público poderá representar, dar remissão para o adolescente ou promover o
arquivamento dos autos.

Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o representante do Ministério
Público poderá:
I – promover o arquivamento dos autos;
II – conceder a remissão;
III – representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-educativa.

Exemplo: um adolescente praticou o roubo de um veículo, e a Polícia Militar realizou a


apreensão do adolescente em flagrante de ato infracional análogo ao roubo. O policial deve
encaminhar imediatamente o adolescente para a autoridade policial competente. Se houver
delegacia especializada na região, o adolescente deve ser entregue neste local.
Na delegacia especializada, será feito o procedimento, o advogado lavrará o Auto de
Apreensão. A peça está sendo Auto de Apreensão, visto que houve flagrante e foi com vio-
lência ou grave ameaça. O delegado comunica o fato imediatamente ao juiz e à família do
adolescente, ou uma pessoa indicada pelo adolescente.
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Depois desse Auto de Apreensão, é dada a entrada no cartório judiciário, então para o
promotor, que utiliza o Art. 180 do ECA.
Exemplo: o adolescente foi apreendido em flagrante de ato infracional, mas foi ato infra-
cional sem violência e grave ameaça. O adolescente praticou um furto.
25m
O adolescente será conduzido para a autoridade policial competente. Será feita a oitiva, e
o delegado fará o Boletim de Ocorrência Circunstanciado (BOC), pois não houve nem violên-
cia nem grave ameaça. É dada a entrada no cartório judiciário, e é mandado para o Ministério
Público, que utiliza o Art. 180 do ECA.
Exemplo: o adolescente pratica ato infracional análogo ao furto, ele furtou um celular. Ele
foi apreendido em flagrante de ato infracional, e foi apresentado para a autoridade policial
competente, o delegado da delegacia especializada. O delegado realizou o Boletim de Ocor-
rência Circunstanciado, comunicou o caso ao juiz e à família do adolescente ou responsável.
A família foi até a delegacia, assinou um termo de compromisso e apresentará o adolescente
em 24 horas ao membro do Ministério Público.
A lei estabelece, que neste caso, a autoridade policial vai liberar o adolescente da própria
delegacia, visto que o ato infracional foi sem violência, sem grave ameaça.
O Auto de Apreensão é quando ocorre flagrante e violência ou grave ameaça.
Exemplo: o adolescente praticou ato infracional, mas não houve flagrante, e foi com vio-
lência. Ocorreu uma tentativa de latrocínio. O delegado faz a oitiva, e o chamado Relatório
Policial. Não tem como ser Auto de Apreensão, visto que o adolescente fugiu. Em seguida, o
Relatório dá entrada no cartório judiciário, e é mandado para o Ministério Público. O promotor
utiliza o Art. 180 do ECA.
Mesmo que não haja prova suficiente contra o adolescente, o promotor pode representar.
Exemplo: o adolescente praticou ato infracional sem violência. O adolescente praticou
tráfico de drogas e fugiu. Escuta-se a testemunha, se houver, e o delegado realiza o Boletim
de Ocorrência Circunstanciado. É dada a entrada no cartório judiciário, e encaminhado ao
membro do Ministério Público. É utilizado o Art. 180 do ECA.

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Auto de Investigação do Ato Infracional e Remissão
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AUTO DE INVESTIGAÇÃO DO ATO INFRACIONAL E REMISSÃO

• Procedimento para apuração de ato infracional cometido por adolescente (Arts.


171 a 190 do ECA)

FASE POLICIAL
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– Auto de Apreensão: violência ou grave ameaça com o flagrante do ato infracional.


Se chama Auto de Apreensão, pois o adolescente ficará apreendido e poderá ser
encaminhado para internação provisória, que terá prazo máximo de 45 dias.

Se ocorrer sem violência, sem grave ameaça, com ou sem flagrante, tem se o boletim
de ocorrência circunstanciado. Se foi com violência ou grave ameaça, mas não ocorreu fla-
grante, é feito o relatório policial.

• Fase Policial

Houve a prática do ato infracional.


Se a apreensão foi em flagrante, o adolescente é entregue para o delegado.
Se o ato infracional foi cometido com violência ou grave ameaça contra à pessoa. Nos
termos do art. 173 do ECA, o delegado vai lavrar o Auto de Apreensão do adolescente.
Se o ato infracional foi cometido sem violência ou grave ameaça, será feito o boletim de
ocorrência circunstanciado (BOC).
Se o responsável estiver ausente, permanece na delegacia especializada, excepcional-
mente. Se o responsável foi até a delegacia, e assinou o termo, o delegado libera da própria
delegacia.
Quando é ato infracional com violência ou grave ameaça, o adolescente será conduzido
a uma unidade de atendimento. Poderá ficar internado pelo prazo máximo de 45 dias, sendo
a internação provisória.
O promotor fará uso do art. 180 do ECA. O art. 180 estabelece que o promotor pode pro-
mover o arquivamento dos autos, oferecer representação e conceder a remissão.

Não existe denúncia contra adolescente que praticou ato infracional.

art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o representante do Ministério
Público poderá:
I – promover o arquivamento dos autos;
II – conceder a remissão;
III – representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-educativa.
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Auto de Investigação do Ato Infracional e Remissão
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No ECA, a denúncia é do crime praticado pelo maior contra a criança e o adolescente.


Quando o adolescente pratica ato infracional, o promotor pode representar. A representação
é a peça que dá início à ação socioeducativa, visto que não existe ação penal contra adoles-
cente, e sim ação socioeducativa. A ação socioeducativa fica na mão do Ministério Público,
para utilizar a representação e encaminhar ao juiz.
5m
A denúncia dá início a ação penal, e a representação dá início à ação socioeducativa. A
representação é peça incondicionada, pois é exclusiva do Ministério Público.

art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido à identificação compulsória
pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvi-
da fundada.

Exemplo: o adolescente chegou à delegacia, e está com sua identidade. O adolescente


foi apreendido em flagrante de ato infracional, e quando chegou à delegacia especializada, o
delegado ficou em dúvida sobre a identificação dele. Se a autoridade policial tiver fundadas
dúvidas sobre a identificação do adolescente, mesmo ele sendo identificado civilmente, o
delegado poderá fazer a sua identificação criminal.

art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
I – entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;
II – peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III – avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV – ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
V – ser tratado com respeito e dignidade;
VI – permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus
pais ou responsável;
10m VII – receber visitas, ao menos, semanalmente;
VIII – corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX – ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
X – habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
XI – receber escolarização e profissionalização;
XII – realizar atividades culturais, esportivas e de lazer;
XIII – ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV – receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;
XV – manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los, receben-
do comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;
XVI – receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em
sociedade.
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
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Auto de Investigação do Ato Infracional e Remissão
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§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou


responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do
adolescente.

Na Lei do Sinase, é possível o adolescente ficar incomunicável até para sua própria segu-
rança. Contudo, de acordo com o ECA, em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
O juiz pode restringir a visita do familiar.
Exemplo: O juiz restringe a visita da mãe do adolescente, pois quando ela visitou o ado-
lescente, estando muito brava com a situação do adolescente, desferiu um murro na boca do
filho, dentro da internação.

• Remissão pré-processual (ministerial) e processual (judicial)

No art. 180, o promotor pode promover o arquivamento dos autos, oferecer representa-
ção, ou ainda conceder a remissão.
15m
O adolescente somente receberá remissão, perdão, se o juiz ou promotor analisar as cir-
cunstâncias do fato, a maior e menor participação do adolescente no ato infracional. A remis-
são é só para atos infracionais mais leves.
A. Natureza Jurídica: perdão/acordo/transação, que pode ser feito com o Ministério
Público ou com o juiz.
B. Classificação: remissão ministerial e remissão judicial
A remissão pode ser com exclusão do processo, com suspensão do processo, ou com
extinção do processo.

• Remissão pré-processual/ministerial:

Exemplo: Um adolescente praticou furto, e foi apreendido em flagrante de ato infracional.


O delegado fez o boletim de ocorrência circunstanciado, e o responsável foi até a delegacia e
assinou o termo. O adolescente foi apresentado ao membro do Ministério Público para uma
oitiva informal com membro do Ministério Público. O promotor pode usar o art. 180 do ECA e
conceder o perdão ao adolescente.
1. Legitimidade: Ministério Público
2. Momento: o promotor só pode conceder o perdão antes de iniciado o processo. Se
o processo começou, é porque o promotor representou, então ele não oferecerá remissão.
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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Auto de Investigação do Ato Infracional e Remissão
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3. Efeito: exclusão do processo, que é um ato administrativo praticado pelo promotor


de Justiça.
STJ: se houver conflito entre o Ministério Público e o juiz, a homologação da remissão
ministerial é feita pelo juiz.
Se houver conflito entre o Ministério Público e o juiz, ainda persiste no ECA a regra de
que os autos vão para o PGJ. O PGJ pode conceder remissão, pode representar ou designar
um novo promotor para o feito.
O STJ entende que o Ministério Público também quando concede remissão, pode acu-
mular a remissão com uma das hipóteses de medidas socioeducativas, salvo as duas mais
gravosas. Porém, quando o promotor faz isso, a homologação é feita pelo juiz.

• Remissão processual/judicial:

1. Legitimidade: juiz.
2. Momento: antes da sentença.
20m
3. Efeito: suspensão do processo ou a extinção do processo.
Obs.: o juiz pode conceder a remissão, e cumular a remissão com uma das hipóteses de
medida socioeducativa, mas só pode medida educativa em meio aberto. Ou seja, não pode
internação nem a inserção em regime de semiliberdade.
Exemplo: o juiz concede o perdão e dá uma advertência para o adolescente.

• DICA

A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da respon-


sabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a
aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-
liberdade e a internação.
25m
– Remissão própria/pura/simples/incondicionada é a remissão dada pelo juiz ou
pelo promotor sem medida socioeducativa. O processo é extinto, vai para o arquivo.
– Remissão imprópria/condicionada é a remissão com medida socioeducativa.

Exemplo: o adolescente praticou ato infracional sem violência e sem grave ameaça, foi
escutado pelo promotor, que resolveu conceder remissão ministerial, e cumulou com adver-
tência ou com prestação de serviço à comunidade. O juiz homologou, e foi concedido ao
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Auto de Investigação do Ato Infracional e Remissão
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adolescente uma remissão imprópria. O processo ficará suspenso, até o adolescente cum-
prir a medida.

• Concluindo:

Ministério Público

Para ter eficácia deve ser homologada pelo juiz;


Pode ser concedida após a oitiva informal do art. 179;
Não implica o reconhecimento ou a comprovação da responsabilidade;
Não prevalece para efeitos de antecedentes;
Pode ser concedida ante indícios de materialidade e autoria; e
Pode ser concedida para ato infracional de menor gravidade.

Juiz

Pode ser concedida antes da sentença;


Esse benefício exige um mínimo de instrução, razão pela qual não deve ser concedida
antes da audiência de apresentação;
Não implica reconhecimento ou a comprovação da responsabilidade;
Não prevalece para efeitos de antecedentes;
Pode ser cumulada com qualquer medida em meio ABERTO (não pode internação nem
inserção em regime de semiliberdade); e
30m
Aplicada para atos infracionais de menor gravidade.

• NOVO: INF 587 STJ

REMISSÃO Impossibilidade de modificação por magistrado dos termos de proposta de


remissão pré-processual. Se o representante do Ministério Público ofereceu a adolescente
remissão pré-processual (art. 126, caput, do ECA) cumulada com medida socioeducativa e
o juiz discordou dessa cumulação, ele não pode excluir do acordo a aplicação da medida
socioeducativa e homologar apenas a remissão. É prerrogativa do Ministério Público, como
titular da representação por ato infracional, a iniciativa de propor a remissão pré-processual
como forma de exclusão do processo. O juiz, no ato da homologação, se discordar da remis-
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Auto de Investigação do Ato Infracional e Remissão
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são concedida, deverá remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça para que ele decida,
tal como ocorre no art. 28 do CPP. O juiz, no ato da homologação, se discordar da remissão
concedida pelo Ministério Público, deverá remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça
e este terá três opções: a) oferecerá representação; b) designará outro Promotor para apre-
sentar a representação; ou c) ratificará o arquivamento ou a remissão, hipótese na qual o juiz
estará obrigado a homologar. Assim, mesmo que o juiz discorde parcialmente da remissão,
não pode modificar os termos da proposta oferecida pelo MP para fins de excluir aquilo que
não concordou. STJ. 6ª Turma. REsp 1.392.888-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti, julgado em
30/6/2016 (Info 587).

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição em vídeo pela leitura exclusiva deste
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Exercicios/Crimes Praticados contra Crianças e Adolescentes
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EXERCÍCIOS – CRIMES PRATICADOS CONTRA CRIANÇAS E


ADOLESCENTES

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

• TREINO

1. Assinale a alternativa INCORRETA


a. Se o adolescente descumprir remissão imprópria, não poderá haver conversão para
semiliberdade ou internação.
b. Segundo o STJ, os atos infracionais, mesmo gerando medidas chamadas de socioe-
ducativas, são prescritíveis, na forma do Código Penal.
c. A inimputabilidade penal do menor de 18 anos é absoluta e sua presunção decorre da
lei, por meio do critério etário.
d. Como ato infracional grave, o tráfico de drogas, por si só, permite a aplicação de
medida socioeducativa de internação.
e. Em relação ao tempo do ato infracional, o Estatuto da criança e do adolescente adotou
a Teoria da Ação.

COMENTÁRIO
a. A remissão imprópria é a remissão com medida socioeducativa. Com a remissão, não
pode aplicar nem a internação nem a inserção em regime de semiliberdade.
b. O item se refere à Súmula n. 338 do STJ, que dispõe que a medida socioeducativa pres-
creve, e é aplicada a prescrição do Código Penal.
c. A inimputabilidade do menor de 18 anos é absoluta, e o Estatuto da Criança e do Ado-
lescente adotou o critério biológico, etário.
d. De acordo com a Súmula n. 492 do STJ, o tráfico de drogas, por si só, não levará o ado-
lescente a internação.
e. Também é chamada de Teoria da Atividade.
Em 2019, houve alteração no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), na parte de
Conselho Tutelar.
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2. Assinale a alternativa correta.


a. O Conselheiro Tutelar é agente público municipal, eleito dentre residentes desse
município, maiores de 18 anos e com reconhecida idoneidade moral.
5m
b. Os Conselhos Tutelares são órgãos autônomos, com poder de requisição de serviços
públicos previstos em lei, mas suscetíveis de revisão jurisdicional.
c. Os Conselhos Tutelares são órgãos permanentes, cujos membros cumprem mandato
de quatro anos, permitida uma recondução.
d. Os acolhimentos de crianças e adolescentes realizados pelo Conselho Tutelar, nos
limites do artigo 101 do Estatuto da Criança e do Adolescente, prescindem de guia
específica.
e. Os Conselhos Tutelares, tais quais o Ministério Público e o Poder Judiciário, podem
fiscalizar entidades governamentais e não governamentais responsáveis pela execu-
ção de programas de proteção destinados a crianças e adolescentes, mas não socio-
educativas.

COMENTÁRIO
a. A lei exige três requisitos para Conselheiro: é preciso residir no local, ter idoneidade mo-
ral, e ser maior de 21 anos de idade.
b. O Estatuto da Criança e do Adolescente traz três características do Conselho Tutelar:
precisa ser um órgão autônomo, permanente e não jurisdicional. É um órgão que não é
subordinado ao Poder Judiciário, mas o Poder Judiciário pode revisar as decisões tomadas
pelo Conselheiro.
c. São permitidas várias reconduções por vários processos de escolha, não há mais limite
para recondução.
d. Há necessidade de guia específica do juiz.
e. Pode fiscalizar a questão socioeducativa também.

3. Do programa de apadrinhamento, conforme previsto no Estatuto da Criança e do


Adolescente:
a. poderão participar pessoas físicas e jurídicas previamente cadastradas perante o
Conselho Tutelar do Município.
b. não deverão participar adolescentes inseridos em programa de acolhimento familiar.
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Exercicios/Crimes Praticados contra Crianças e Adolescentes
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c. poderão participar pretendentes à adoção cadastrados desde que o perfil escolhido


para adoção seja distinto do perfil dos pretensos apadrinhados.
d. devem participar, prioritariamente, crianças com remota possibilidade de reinserção
familiar ou colocação em família substituta.
e. poderão participar, na modalidade de apoio financeiro, crianças oriundas de famílias
numerosas em situação de pré-acolhimento.

COMENTÁRIO
a. O cadastramento não vai ser no Conselho Tutelar do município.
b. A criança e o adolescente serão inseridos no apadrinhamento. Estarão no acolhimento
institucional ou incluídas em acolhimento familiar.
10m
c. Um dos requisitos para apadrinhamento é de que a pessoa não esteja no cadastro de
adoção. Pode apadrinhar pessoa física e jurídica a partir dos 18 anos de idade, contanto
que não esteja no cadastro de adoção.
d. Só terá padrinho e madrinha se for remota a possibilidade de voltar para a família ou de
ser colocado em família substituta.
e. Só podem participar crianças que estão no acolhimento institucional ou incluídas em
regime de acolhimento familiar.

4. ( ) Um adolescente apreendido em flagrante de ato infracional análogo ao crime de


roubo foi imediatamente conduzido a uma delegacia especializada. Nessa situação, a
autoridade policial deverá lavrar o boletim de ocorrência circunstanciado, e, na presen-
ça dos pais ou do responsável, o adolescente, após assinar termo de compromisso e
de responsabilidade, deverá ser imediatamente posto em liberdade.

COMENTÁRIO
O adolescente que pratica ato infracional com violência ou grave ameaça, e teve o fla-
grante, a autoridade policial, o delegado, vai lavrar o Auto de Apreensão, e não o boletim
de ocorrência circunstanciado. O boletim é para quando não há violência e grave amea-
ça à pessoa.
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Exercicios/Crimes Praticados contra Crianças e Adolescentes
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5. ( ) Segundo entendimento do STJ, o adolescente apreendido em flagrante de ato infra-


cional análogo ao tráfico de entorpecentes não ficará necessariamente sujeito à impo-
sição de medida socioeducativa de internação.

COMENTÁRIO
O item se refere à Súmula n. 492 do STJ.

1. Crimes e infrações administrativas praticados contra criança/adolescente


15m

Exemplo: uma pessoa entrega uma arma de fogo para uma criança. Se for uma
arma branca, responde pelo ECA. Se for uma arma de fogo, responde pelo Estatuto do
Desarmamento.
Exemplo: uma pessoa entrega uma substância que pode causar dependência para
uma criança ou adolescente. Se a substância for droga, responde pela lei de drogas. Se
a substância não for droga, mas puder causar dependência, como a bebida alcoólica, res-
ponde pelo ECA.
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Exercicios/Crimes Praticados contra Crianças e Adolescentes
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CRIMES INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS


a. DO ART.: 228 ao 244-B a. DO ART.: 245 ao 258-C
b. PROCEDIMENTO: Denúncia b. PROCEDIMENTO:
c. AÇÃO PENAL: Pública Incondicionada
c. AÇÃO PENAL:
Art. 227 do ECA

d. APLICAÇÃO DE NORMAS: CP -parte geral


d. APLICAÇÃO DE NORMAS:
CPP – procedimento

e. PRESCRIÇÃO: Art. 109 do CP e. PRESCRIÇÃO:


F. PENA: Reclusão, detenção e multa
F. PENA:
Art. 244-A*
G. COMPETÊNCIA: Justiça Comum Estadual (Vara
Criminal)
Justiça Comum Federal (Ex: Art. 239 do ECA - Tráfico
G. COMPETÊNCIA:
Internacional de Criança e Adolescente)
25m #Juris: Art. 241, 241-A e 241-B (Internet) - J.C.F
241-A (Whatsapp, Facebook) - J.C.E
Obs: Dolo - Regra Geral
Obs:
Culpa – Art. 228 e 229

– Os crimes que estão tipificados no ECA, o procedimento sempre será por meio de
denúncia oferecida pelo Ministério Público, visto que o próprio Estatuto da Criança e
do Adolescente, no art. 227 do ECA, dispõe que todos os crimes que estão tipifica-
dos na lei do Estatuto, a ação penal é pública incondicionada.
– Não há nenhum artigo no ECA que fala sobre prescrição, mas aplica-se a prescrição
do Código Penal.
20m
– O Código Penal dispõe que se foi um crime relacionado à dignidade sexual de uma
criança ou adolescente, a prescrição só começará a contar a partir do momento que
ela completar 18 anos de idade, salvo se o processo já foi iniciado. Se for para o
menor de 21 anos de idade, a prescrição é pela metade.
– O art. 244-A dispõe sobre prostituição infantil. No ECA, a pena para esse crime será
de reclusão, multa e perda de bens e valores.
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Exercicios/Crimes Praticados contra Crianças e Adolescentes
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Exemplo: um dono de posto de combustível na rodovia, submeteu uma adolescente a


prostituição. O Ministério Público oferece denúncia ao juiz, e o dono do posto é condenado.
Sua pena será de reclusão, multa e perda de bens e valores que foram utilizados na pros-
tituição infantil. O dono pode perder o posto de combustível para o Estado, onde ocorreu a
prostituição.
– O Supremo decidiu que em se tratando do crime dos arts. 241, 241-A e 241-B, se
ocorreu a transnacionalidade, a Justiça Federal é quem vai julgar.

Exemplo: a pessoa pegou um celular, e por meio do WhatsApp mandou a imagem da


criança ou adolescente em cena de sexo explícito para outra pessoa.

Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer
meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.

Se a divulgação ocorreu por meio da internet livre, da internet aberta, a competência é da


Justiça Federal. Se não for em internet livre, a competência é da Justiça Comum Estadual.
– Os crimes que estão no ECA, em regra geral, só são punidos a título de dolo. Como
crime culposo, tem o Art. 228 e 229.
30m

1. Competência para julgar o delito do art. 241-A do ECA praticado por meio de
WhatsApp ou chat do Facebook: Justiça Estadual

O STF fixou a seguinte tese:


Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibili-
zar ou adquirir material pornográfico envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A
e 241-B do ECA), quando praticados por meio da rede mundial de computadores (internet).
STF. Plenário. RE 628624/MG, Rel. Orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Edson
Fachin, julgado em 28 e 29/10/2015 (repercussão geral) (Info 805).
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Exercicios/Crimes Praticados contra Crianças e Adolescentes
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GABARITO
1. d
2. c
3. d
4. E
5. C

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ECA (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Exercícios/Crimes Praticados contra Crianças e Adolescentes II
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EXERCÍCIOS/CRIMES PRATICADOS CONTRA


CRIANÇAS E ADOLESCENTES II

1. CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS PRATICADOS CONTRA


CRIANÇA/ADOLESCENTE

CRIMES INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS


A. DO ART.: 228 ao 244-B A. DO ART.: 245 ao 258-C
B. PROCEDIMENTO: Representação pelo MP ou
B. PROCEDIMENTO: Denúncia (MP) pelo CT
Auto de infração
C. AÇÃO PENAL: Pública Incond.
C. PROCESSO ADM.:
227ECA
D. APLICAÇÃO DE NORMAS: - CP – porte geral D. APLICAÇÃO DE NORMAS: ECA/ Direito adminis-
- CPP – proced. trativo
E. PRESCRIÇÃO: art. 109 CP E. PRESCRIÇÃO: 5 anos
F. PENA: Reclusões/detenções/multa
F. PENA: Multa
Art. 244-A
G. COMPETÊNCIA: J.C EST (Vara criminal)
G. COMPETÊNCIA: J.C. EST
J.C. FED

A infração administrativa trata-se de algo mais brando (mais leve), ela ocorre, por exem-
plo, em casos em que crianças conseguem comprar revistas inapropriadas para sua faixa
etária. Nesses casos, a pessoa que realiza a venda está praticando uma infração admi-
nistrativa.
Ela pode ser praticada tanto por pessoa física quanto por pessoa jurídica, e a sanção é
uma multa.

PEGADINHA DA BANCA
Às vezes, a banca dispõe que um crime é uma infração e vice-versa, é preciso ter cuidado.
ANOTAÇÕES

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Exercícios/Crimes Praticados contra Crianças e Adolescentes II
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Na aplicação de normas, tem-se o direito administrativo, por conta do processo admi-


nistrativo.

RELEMBRANDO
No penal, diferente desse caso, a multa prescreve em 2 anos.
5m

O PULO DO GATO
Os crimes relacionados a pornografia infantil estão sendo muito cobrados nas provas.

BLOCO 01– DO ART. 240 AO 241E

1. Produção de material pornográfico

Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8
(oito) anos, e multa.
§ 1º o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo
intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou
ainda quem com esses contracena.
§ 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade;
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por
adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título,
tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.

Classificação: Comum/tipo penal misto alternativo/doloso/delito formal.

O PULO DO GATO
O art. 240 costuma cair muito em prova, pois o parágrafo segundo traz o aumento da pena.

ATENÇÃO
Primo é parente de 4º grau, então em casos em que seja esse parente a cometer o crime,
não há aumento da pena.
10m
ANOTAÇÕES

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Exercícios/Crimes Praticados contra Crianças e Adolescentes II
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Esse crime é classificado como tipo penal misto alternativo, devido às diversas e dife-
rentes possibilidade expressas pelos verbos na lei, sendo eles: Produzir, reproduzir, dirigir,
fotografar, filmar e registrar.
A competência para julgar é da Justiça Comum Estadual.

O PULO DO GATO
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PORNOGRAFIA INFANTIL. MATE-
RIALIDADE DELITIVA. VESTÍGIOS DEIXADOS PELO AGENTE. INEXISTÊNCIA DE PE-
RÍCIA DIRETA. SUBSTITUIÇÃO POR PROVA TESTEMUNHA. IMPOSSIBILIDADE 1. Se-
gundo a pacífica jurisprudência desta Corte Superior, quando a conduta deixar vestígios,
o exame de corpo de delito é indispensável à comprovação da materialidade do crime. O
laudo pericial somente poderá ser substituído por outros elementos de prova se os ves-
tígios tiverem desaparecido por completo ou o lugar se tenha tornado impróprio para a
constatação dos peritos. 2.Na espécie, embora os vestígios não tenham desaparecido, não
foi realizado laudo pericial, revelando-se a impossibilidade de sua substituição por prova
testemunhal.3. Agravo regimental desprovido”.[AgRg no REsp 1622139/MG, Rel. Ministro
JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 22/05/2018, DJe 28/05/2018].
15m

2. Comércio de material pedófilo

Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa

Classificação: doloso/comum/tipo penal misto alternativo/instantâneo na conduta


VENDER e permanente na conduta EXPOR À VENDA.
Nesse crime não cabe juizado especial, pois ele só é aplicável quando a pena máxima
não passa de dois anos. Se ele foi praticado por meio da internet livre (aberta), a competên-
cia é da Justiça Federal, mas se foi por meio da Internet privada (como as redes sociais), a
competência será da Justiça Comum Estadual.
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3. Difusão da pedofilia

Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer
meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
20m Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de
que trata o caput deste artigo;
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou
imagens de que trata o caput deste artigo.
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são puníveis quando o
responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o
acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.

Classificação: Crime comum/doloso/comissivo/tipo penal misto alternativo.


A pedofilia não é o crime, mas sim a doença.
Considerando a pena, o crime acima não é de menor potencial ofensivo.

O PULO DO GATO
O parágrafo segundo já foi cobrado em prova.

No parágrafo segundo, há uma condição objetiva de punibilidade.

4. Posse de material pornográfico


25m

Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que
se refere o caput deste artigo.
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades
competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei,
quando a comunicação for feita por:
I – agente público no exercício de suas funções;
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucio-
nais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste
parágrafo.
ANOTAÇÕES

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Exercícios/Crimes Praticados contra Crianças e Adolescentes II
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III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado


por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autori-
dade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.
30m § 3º As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito referido.

Classificação: Crime comum/doloso/comissivo/cabe suspensão condicional do processo


(devido a pena mínima de um ano).
Nesse artigo, o parágrafo traz uma excludente da tipicidade.

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preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
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Infiltração Policial Virtual
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INFILTRAÇÃO POLICIAL VIRTUAL

O PULO DO GATO
A jurisprudência a seguir já caiu mais de uma vez em prova.

Dica

Em casos em que um indivíduo que tenha posse de material pornográfico resolva fazer
a divulgação deles:
“Regra geral, não há automática consunção quando ocorrem armazenamento e compar-
tilhamento de material pornográfico infanto-juvenil (art.241-A E art.241-B do ECA). Deveras,
o cometimento de um dos crimes não perpassa, necessariamente, pela prática do outro, mas
é possível a absorção, a depender das peculiaridades de cada caso, quando as duas condu-
tas guardem, entre si, uma relação de meio e fim estreitamente vinculadas” [REsp 1579578/
PR, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 04/02/2020, DJe
17/02/2020].
Nesse caso, o indivíduo vai responder em concurso material de crime, com duas ações,
ele praticou dois crimes.

5. Simulacro de pedofilia

Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou porno-
gráfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra
forma de representação visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui,
publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma
do caput deste artigo.
5m

Classificação: Comum/doloso/comissivo/tipo penal misto alternativo.


Nesse caso, como a pena mínima é de um ano, cabe a suspenção condicional do processo.

6. Aliciamento de menores

Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança,
com o fim de com ela praticar ato libidinoso:
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Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas in-
corre quem:
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica
com o fim de com ela praticar ato libidinoso;
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir de
forma pornográfica ou sexualmente explícita.

Classificação: Comum/doloso/comissivo/tipo penal misto alternativo.


O adolescente não entra nesse caso, apenas a criança (pessoa de 0 a 12 anos incomple-
tos), cabendo nele também suspensão condicional do processo.

Norma explicativa

Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou
pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades
sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adoles-
cente para fins primordialmente sexuais.
10m

Para o STJ, mesmo que a criança esteja com roupa, se o maior estiver focando em seus
órgãos genitais para fins sexuais, configura crime.

LEI N. 13.441, DE 8 DE MAIO DE 2017/INFILTRAÇÃO VIRTUAL

O estudo da Lei n. 13.441 é importante, pois ela acrescentou alguns artigos no Estatuto
da Criança e do Adolescente, do 190- A ao 190-E.
Altera a Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
para prever a infiltração de agentes de polícia na Internet, com o fim de investigar crimes
contra a dignidade sexual de criança e de adolescente.

Art. 1º O Capítulo III do Título VI da Parte Especial da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto
da Criança e do Adolescente), passa a vigorar acrescido da seguinte Seção V-A:
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Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes contra a Digni-


dade Sexual de Criança e de Adolescente”

Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar os crimes pre-
vistos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217- A, 218,
218-A e 218-B do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às
seguintes regras:
15m I – será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e fundamentada, que esta-
belecerá os limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público;
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representação de delegado de polícia
e conterá a demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou
apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que
permitam a identificação dessas pessoas;
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações,
desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva ne-
cessidade, a critério da autoridade judicial.
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requisitar relatórios parciais da operação
de infiltração antes do término do prazo de que trata o inciso II do § 1º deste artigo.
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo, consideram-se:
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, término, duração, endereço de
Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão;
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assinante ou de usuário re-
gistrado ou autenticado para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou código
de acesso tenha sido atribuído no momento da conexão.
§ 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não será admitida se a prova puder ser obtida
por outros meios.

Infiltração Policial Virtual

A Lei n. 13.441 permite a infiltração em casos dos crimes como os do ECA que envolvem
pornografia infantil (arts. 240 a 241-D), do Código Penal (art. 159-A) e aqueles relacionados
a dignidade sexual da criança.
Em casos em que haja indícios de que uma pessoa está produzindo material pornográ-
fico infantil (art. 240 do ECA) para venda, a autorização pode ser pedida ao juiz pela autori-
dade policial (por meio de representação) ou por um membro do Ministério Público (por meio
de requerimento).
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Infiltração Policial Virtual
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Uma vez nas mãos do juiz, este pode autorizar (em último caso) ou não a infiltração. Com
isso, caso seja autorizado, há um prazo para que o policial fique infiltrado, disposto na Lei n.
13.441, e após a infiltração, é preciso que seja feito um relatório policial (que fica em autos
apartados do inquérito policial).
20m
O ECA foi a primeira legislação brasileira a trazer a infiltração policial na Internet.

Lei n. 13.441/2017 instituiu a nova técnica investigativa na Internet.

TÓPICO 01: Quais os crimes que a nova lei permitiu a infiltração virtual policial?

• ECA, art. 240 (utilização de menor em cena pornográfica)


• art. 241 (comércio de material pedófilo)
• art.241-A (difusão da pedofilia)
• art.241-B (posse de material pornográfico)
• art.241-C (simulacro de pedofilia)
• art.241-D (aliciamento de menores) – sendo que aqui refere-se somente à criança, e
não ao adolescente
• CP art. 154-A (invasão de dispositivo de Informática)
• art. 217-A (estupro de vulnerável)
• art. 218 (corrupção de menores)
• art. 218-A (satisfação de lascívia)
• art. 218-B (prostituição infantil)

Os arts. 217-A ao 218-B referem-se à dignidade sexual da criança.


TÓPICO 02: Quem pode requerer?
REPRESENTAÇÃO DA AUTORIDADE POLICIAL
REQUERIMENTO DO MP
TÓPICO 03: Prazos:

• Não poderá exceder o prazo de 90 dias.


• Eventuais renovações: totalizando 720 dias.
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TÓPICO 04: Características da Infiltração:


1. Prova subsidiária, 2. Sigiloso, 3. Rol taxativo e 4. Técnica especial. CUIDADO: A lei de
Drogas, a Lei de Organização Criminosa e a Convenção de Palermo permitem a infiltração
policial no meio físico, agora com o advento da referida lei, temos a infiltração virtual.
TÓPICO 05: Nos termos do artigo 144 CF, a autorização legislativa será deferida pelo juiz
apenas para policiais federais e policiais civis, são os competentes para apuração de delitos.
25m
TÓPICO 06: O artigo 190 C excludente da ilicitude (estrito cumprimento do dever legal).
Criou-se uma terceira previsão de infiltração policial no Brasil disciplinada pelos arts.
190-A a 190-E do ECA, inseridos pela Lei n. 13.441/2017.

INFILTRAÇÃO POLICIAL NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA


Lei de Drogas (art. 53, I) Lei do Crime Organizado Pacote anticrime ECA (arts. 190-A a 190-E)
Art. 10-A. Será admitida a ação de agen-
tes de polícia infiltrados virtuais, obe-
decidos os requisitos do caput do art.
10, na internet, com o fim de investigar
os crimes previstos nesta Lei e a eles
conexos, praticados por organizações Principais características:
criminosas, desde que demonstrada • Prazo de 90 dias, sendo permiti-
Principais característi- sua necessidade e indicados o alcance das renovações, mas o prazo total
cas: das tarefas dos policiais, os nomes ou da infiltração não poderá exceder
• Não prevê prazo apelidos das pessoas investigadas e, 720 dias.
máximo. quando possível, os dados de conexão ou • Só poderá ser adotada se a prova
• Não disciplina procedi- cadastrais que permitam a identificação não puder ser produzida por outros
mento a ser adotado. dessas pessoas. meios disponíveis.
§ 4º A infiltração será autorizada pelo • A infiltração de agentes ocorre
prazo de até 6 (seis) meses, sem preju- apenas na internet.
ízo de eventuais renovações, mediante
ordem judicial fundamentada e desde
que o total não exceda a 720 (setecen-
tos e vinte) dias e seja comprovada sua
necessidade.

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição em vídeo pela leitura exclusiva deste
material.
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Crimes Praticados Contra Crianças e Adolescentes
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CRIMES PRATICADOS CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Estatuto da Criança e Adolescente - Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990

Em 2020, ocorreram alterações no ECA. Em 2021, nenhum de seus artigos foi alterado.
Porém, o art. 10 sofreu uma alteração, estando ainda no período de vacatio legis. Essa alte-
ração entrará em vigor em maio deste ano.
Os crimes contra crianças e adolescentes estão previstos no art. 228 ao 244-B do ECA.
Para todos esses crimes, tem-se a ação penal pública incondicionada, a qual só se procede
mediante denúncia do Ministério Público, não sendo necessária a representação do respon-
sável legal da vítima.
Noventa e oito por cento desses crimes do ECA só são punidos a título de dolo. Porém, há
dois crimes que também podem ser punidos a título de culpa, previstos nos arts. 228 e 229.

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde


de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10
desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do
neonato: .
5m Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.

O sujeito ativo desse crime é o encarregado de serviço/dirigente da área de saúde. O


sujeito passivo é o neonato e a parturiente. É um crime próprio, punido a título de dolo e de
culpa, omissivo próprio e que não admite tentativa.

ATENÇÃO
Há crimes tipificados no ECA que possuem como sujeito passivo apenas a criança. Outros,
apenas o adolescente. No art. 228, os sujeitos passivos são o neonato e a parturiente.

Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de ges-
tante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar
de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
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Crimes Praticados Contra Crianças e Adolescentes
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Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.

Esse crime veio para evitar a troca de bebês na maternidade.


O sujeito ativo desse crime é o médico/enfermeiro/ dirigente. O sujeito passivo é o neo-
nato/a parturiente. É um crime próprio, punido a título de dolo e de culpa, omissivo próprio e
que não admite tentativa. .
10m

Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem es-
tar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das
formalidades legais.

O sujeito ativo desse crime é qualquer pessoa. O sujeito passivo é a criança ou o adoles-
cente. É um crime comum, doloso, comissivo e permanente.

ATENÇÃO
Sendo praticado por autoridade policial, ela não responde por abuso de autoridade,
mas pelo ECA.

Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de
fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
pessoa por ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

ATENÇÃO
Sendo praticado por autoridade policial, ela não responde por abuso de autoridade,
mas pelo ECA.
Mais uma vez se observa o conflito aparente de normas, aplicando-se o princípio da es-
pecialidade.
O sujeito ativo desse crime é a autoridade policial. O sujeito passivo é a criança/o adoles-
cente. É um crime próprio, formal (independe de resultado) e doloso. .
15m

Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou
a constrangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
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Crimes Praticados Contra Crianças e Adolescentes
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O sujeito ativo desse crime é a pessoa que detém a guarda/autoridade/vigilância. O


sujeito passivo é a criança/o adolescente. É um crime próprio, doloso, material e comissivo.
Exemplo: a professora que, em sala de aula, submete um aluno seu a constrangimento.
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de
criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

O sujeito ativo desse crime é o juiz/delegado. O sujeito passivo é a criança/o adolescente.


Exemplo: o delegado que deixa o adolescente por mais de cinco dias na delegacia.

ATENÇÃO
Sendo praticado por autoridade policial, ela não responde por abuso de autoridade, mas
pelo ECA. O mesmo se aplica ao juiz.
É um crime próprio, doloso, omissivo próprio, que não admite tentativa e material. .
20m
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente pri-
vado de liberdade:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

O sujeito ativo desse crime é o juiz/a autoridade policial. O sujeito passivo é o adoles-
cente. É um crime próprio, formal, doloso, omissivo próprio e que não admite tentativa.

Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou
representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

O sujeito ativo desse crime é qualquer pessoa. O sujeito passivo é o Estado. É um crime
comum, doloso, material no “impedir” e formal no “embaraçar”.

Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de
lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.

Há o crime de subtração de menor no ECA e o crime de subtração de menor no Código


Penal. A subtração de menor do ECA possui um dolo específico. Consiste em subtrair a
criança ou o adolescente do poder de quem o detém para fins de colocação em lar substituto.
Sendo a subtração para outro fim, o agente deve responder pelo Código Penal.
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Crimes Praticados Contra Crianças e Adolescentes
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O sujeito ativo desse crime é qualquer pessoa. O sujeito passivo é a criança/o adoles-
cente. É um crime comum, doloso e comissivo.

Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou re-
compensa: .
25m Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.

Trata-se de um crime mercenário. É o crime da barriga de aluguel.


O sujeito ativo desse crimes é o pai/a mãe/o tutor/o guardião. O sujeito passivo é a crian-
ça/o adolescente. É um crime próprio, doloso, formal no “prometer” e material no “efetivar “.

Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente
para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei n.
10.764, de 12.11.2003)
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.

Trata-se do tráfico internacional de criança ou adolescente.


O sujeito ativo desse crime é qualquer pessoa. O sujeito passivo é a criança/o adoles-
cente. É um crime comum, doloso, material no “promover” e formal no “auxiliar”.

ATENÇÃO
As bancas costumam fazer um paralelo entre esse artigo e o art. 149-A do Código Penal,
que trata do tráfico de pessoas.
Quando se envia uma criança/um adolescente para o exterior com a intenção de retirar
seus órgãos, de submetê-la à condição análoga de escrava, à adoção ilegal ou à prostitui-
ção, responde-se pelo art. 149-A do Código Penal, não pelo art. 239 do ECA. .
30m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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Crimes Tipificados no ECA
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CRIMES TIPIFICADOS NO ECA

O estatuto da criança e do adolescente trouxe 22 tipos penais (do art. 228 ao 244 B)

Os crimes previstos podem acontecer só contra a criança, só contra o adolescente e


também contra a criança e a parturiente.

É importante a leitura da letra da lei.

1. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do Código Penal
e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
2. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada (ou seja, de res-
ponsabilidade do Ministério Público, já que a lei trata de crianças e adolescentes).
3. Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 (Código Penal),
para os crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso de autori-
dade, são condicionados à ocorrência de reincidência. A perda do cargo, do mandato ou da
função, nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência. Essa informação está
no art. 227-A, alterada pela Lei de Abuso de Autoridade.
5m
Abaixo, uma comparação entre o ECA e outra legislação extravagante.
Regra geral, o ECA vai prevalecer em relação a outra norma que estiver em conflito, pelo
princípio da especialidade. Mas nem sempre isso vai acontecer.
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Crimes Tipificados no ECA
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Se a autoridade policial fizer a apreensão de adolescente sem flagrante e sem ordem do


juiz, então prevalece a previsão do ECA. O mesmo acontece na comparação do art. 231 do
ECA e do art. 12 da Lei de Abuso de Autoridade.

O art. 232 trata-se de um crime próprio. O item 3 pertence à Lei de Abuso de Autoridade.
Também, o ECA prevalece.
10m
Já no caso da segunda linha, se o crime for realizado com dolo específico o agente res-
ponderá pelo art. 237 do ECA. Se não for, será enquadrado no art. 249 do Código Penal.
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Crimes Tipificados no ECA
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Acima, temos a comparação do ECA com o crime de tráfico de pessoas previsto no


Código Penal. Se a criança for enviada para o exterior sem a observância das formalidades
legais ou com o fito de obter lucro, o agente será penalizado conforme o ECA. Se o crime for
praticado com os fatos do art. 149-A, então é nesse artigo que o agente será enquadrado.
15m

No caso acima, o ECA é comparado com o Estatuto do Desarmamento. O art. 242 do


ECA fez previsão de arma, sem especificar armas de fogo. Então, o crime prevê também
casos de arma branca.
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Crimes Tipificados no ECA
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O caso acima compara o ECA com a Lei de Drogas. Se alguém entregar, a criança ou
adolescente, bebida alcoólica, vai responder pelo art. 243 do ECA. Se for entregue uma droga
que possa causar dependência, então o agente responderá pelo art. 33 da Lei de Drogas.
20m

Acima, mais um caso de comparação entre o ECA e o Código Penal.


Há doutrinadores que afirmam que o art. 244-A do ECA foi revogado pelo CP. Já outros
afirmam que não houve essa revogação. Houve alteração na pena do art. 244-A, e não
houve alteração no CP.
No art. 244-A, aparece apenas o verbo submeter. Já no art. 218-B aparecem os verbos
submeter, induzir ou atrair.
Pelo ECA, se alguém oferecer a sua casa para prostituição de menores, pode perder o
imóvel. Já no CP não há essa previsão.
25m

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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Crimes Tipificados no ECA
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Mais uma comparação entre ECA e Código Penal. Se a gravação envolver menores de
idade, o agente vai responder pelo estatuto. Já se estiverem envolvidas apenas pessoas
maiores de idade, então o agente será enquadrado pelo CP.
Produção de material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes independe de
consentimento para ser crime.

Novamente, comparação entre o ECA e o CP. O Código Penal trata da dignidade sexual
da criança e do adolescente. No ECA, acontece a corrupção quando o maior de 18 anos usa
alguém menor de idade para a prática de ato infracional. No segundo caso, se for um crime
de homicídio, por exemplo, haverá o desmembramento dos autos, pois o menor vai respon-
der ao ato infracional análogo ao homicídio na Vara da Infância e Juventude. Já o maior vai
responder pelo crime de homicídio e pela corrupção de menor.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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ECA - (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Conhecendo as Infrações Administrativas do Art. 245 ao 258 C
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CONHECENDO AS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS


DO ART. 245 AO 258 C
Na aula anterior foram estudados os crimes praticados contra a criança e o adoles-
cente previstos do art. 288 ao art. 244-B da Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA), a importância desses artigos e as alterações ocorridas com a Lei n.
14.344/2022 (Lei Henry Borel), como o não cabimento de juizado especial criminal, paga-
mento de cesta básica e multa.

Infrações Administrativas Elencadas no ECA (Art. 245 a Art. 258-C)

As infrações administrativas são uma forma de expressão do poder de polícia da


Administração Pública, caracterizando-se como a interferência estatal na esfera privada
à medida que restringem direitos individuais em nome da coletividade. A sanção para
todas as infrações previstas no ECA é multa.
As infrações administrativas podem ser praticadas por pessoa física ou jurídica. Por
ex., se um adolescente ingressa no cinema em uma sessão cuja classificação não é indi-
cada para ele, o cinema está praticando infração administrativa.
As infrações administrativas são condutas contrárias a preceitos normativos que
estabelecem uma ingerência do Estado na vida do particular, seja pessoa física ou jurí-
dica, com vistas à proteção de interesses tutelados pela sociedade, com sanções de
cunho administrativo, ou seja, restritivas de direitos, mas não restritivas de liberdade,
geralmente importando o pagamento de uma multa pecuniária, suspensão do programa
ou da atividade, fechamento de estabelecimento, apreensão do material inadequado ou
simples advertência.
Independentemente de o procedimento ter natureza jurisdicional ou administrativa, a
multa prevista pela legislação estatutária possui natureza evidentemente administrativa,
sendo revertidas ao Fundo Municipal da Criança e do Adolescente. Assim, o entendimento do
Superior Tribunal de Justiça, que defende a aplicação da prescrição quinquenal.
1. Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de aten-
ção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade
competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação
de maus-tratos contra criança ou adolescente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
O estudo do art. 245 do ECA deve ser feito em paralelo com o art. 26 da Lei Henry
Borel, que prevê o seguinte crime:

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ECA - (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Conhecendo as Infrações Administrativas do Art. 245 ao 258 C
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Lei 14.344/2022. Art. 26. Deixar de comunicar à autoridade pública a prática de vio-
lência, de tratamento cruel ou degradante ou de formas violentas de educação, correção
ou disciplina contra criança ou adolescente ou o abandono de incapaz:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos.
5m
2. Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendimento o exer-
cício dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
O art. 124 do ECA dispõe sobre os direitos do adolescente privado de liberdade e os
incisos mencionados têm a seguinte previsão:
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
(...)
II – peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III – avistar-se reservadamente com seu defensor;
(...)
VII – receber visitas, ao menos, semanalmente;
VIII – corresponder-se com seus familiares e amigos;
(...)
XI – receber escolarização e profissionalização;
Existe uma grande discussão na doutrina a respeito de salário de referência (art.
246), que é o salário mínimo, embora os valores das multas fiquem elevados.
3. Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer
meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administra-
tivo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato infracional:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
Às vezes a imprensa coloca apenas uma tarja preta sobre os olhos da criança ou ado-
lescente autor de ato infracional e divulga, o que caracteriza uma infração administrativa.
Art. 247. (...)
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança
ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga res-
peito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação,
direta ou indiretamente.
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou televisão,
além da pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreen-
são da publicação ou a suspensão da programação da emissora até por dois dias, bem
como da publicação do periódico até por dois números. (Expressão declarada inconstitu-
cional pela ADIN 869)

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ECA - (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Conhecendo as Infrações Administrativas do Art. 245 ao 258 C
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Obs.: O art. 248 foi revogado.

4. Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao pátrio poder


poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade
judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009)
10m
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
Ex.1: Se os responsáveis pela criança não a matricularem na data certa, estão des-
cumprindo os deveres do poder familiar.
Ex.2: O art. 14 do ECA estabelece a obrigatoriedade da vacinação de crianças quando
recomendada por autoridade sanitária. Se os responsáveis pela criança decidirem não
vaciná-la, nos termos da lei eles estão descumprindo os deveres do poder familiar e
podem ser multados pelo Estado.
Art. 14. (...)
§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autorida-
des sanitárias. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 13.257, de 2016)
5. Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou respon-
sável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão,
motel ou congênere: (Redação dada pela Lei n. 12.038, de 2009).
Pena – multa. (Redação dada pela Lei n. 12.038, de 2009).
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária
poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído
pela Lei n. 12.038, de 2009).
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabe-
lecimento será definitivamente fechado e terá sua licença cassada. (Incluído pela Lei n.
12.038, de 2009).
6. Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com inobservân-
cia do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
Os arts. 83, 84 e 85 do ECA tratam da autorização para viajar.
Exemplo: Uma pessoa vai viajar com seu filho, sobre o qual tem poder familiar e não
precisa de autorização de ninguém para fazê-lo em território nacional, e também levará
o filho da vizinha, com quem não tem nenhum grau de parentesco. Nesse caso, a pessoa
tem que levar a documentação dessa criança e uma autorização por escrito com firma
reconhecida do pai, da mãe ou do responsável por ela ou uma autorização do juiz, senão,
caracteriza infração administrativa.

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Conhecendo as Infrações Administrativas do Art. 245 ao 258 C
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Obs.: A partir de 16 anos, o adolescente pode viajar livremente pelo território nacional
sem precisar de autorização, embora não possa se hospedar sem observar a lei.

7. Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de afixar, em lugar
15m
visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natu-
reza da diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
8. Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetá-
culos, sem indicar os limites de idade a que não se recomendem:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de reincidência,
aplicável, separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
9. Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso
do autorizado ou sem aviso de sua classificação: (Expressão declarada inconstitucional
pela ADI 2.404).
Pena – multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência
a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por
até dois dias.
10. Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado pelo órgão
competente como inadequado às crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
Pena – multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a autoridade
poderá determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por
até quinze dias.
11. Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação em vídeo,
em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autori-
dade judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
Embora fitas de vídeo e locadoras estejam em desuso e hoje as crianças e os adoles-
centes possam baixar tudo na internet, o dispositivo acima não foi revogado e pode ser
cobrado em provas de concurso.
12. Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena em caso de
reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
Os arts. 78 e 79 do ECA proíbem que material pornográfico (a exemplo de revistas)
tenham conteúdo exposto na primeira página, devendo haver uma tarja preta. Caso a
editora envie sem essa proteção, caracteriza infração administrativa.

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Conhecendo as Infrações Administrativas do Art. 245 ao 258 C
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13. Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de observar


o que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou
sobre sua participação no espetáculo:
20m
Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autori-
dade judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
O ECA permite o trabalho artístico de criança e adolescente, desde que se observe
como será o espetáculo e o que acontecerá nele.
14. Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação e ope-
racionalização dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei: (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009)
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela Lei
n. 12.010, de 2009)

Obs.: �Os cadastros aos quais o caput acima se refere são cadastros sobre adoção, tanto
de crianças a serem adotadas quanto de pessoas dispostas a adotar.

Art. 258-A. (...)


Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de efetuar o
cadastramento de crianças e de adolescentes em condições de serem adotadas, de pes-
soas ou casais habilitados à adoção e de crianças e adolescentes em regime de acolhi-
mento institucional ou familiar. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)
Quando essas infrações administrativas acontecem, o Ministério Público ou o Conselho
Tutelar pode representar ou o auto de infração pode ser lavrado por um servidor efetivo.
15. Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de
atenção à saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à autoridade judi-
ciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar
seu filho para adoção: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela Lei
n. 12.010, de 2009)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial ou comu-
nitário destinado à garantia do direito à convivência familiar que deixa de efetuar a
comunicação referida no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)
16. O art. 258-C precisa ser estudado em paralelo com o art. 243 do ECA, que prevê
25m
o seguinte crime:
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de
qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros
produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica: (Redação
dada pela Lei n. 13.106, de 2015)

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ECA - (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Conhecendo as Infrações Administrativas do Art. 245 ao 258 C
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Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime
mais grave. (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art. 81: (Redação dada
pela Lei n. 13.106, de 2015)
Pena – multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais); (Redação
dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Medida Administrativa – interdição do estabelecimento comercial até o recolhimento
da multa aplicada. (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane de Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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ECA - (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Medidas Aplicadas aos Pais ou Responsável
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MEDIDAS APLICADAS AOS PAIS OU RESPONSÁVEL

RELEMBRANDO
• Em 2020 não houve alteração no Estatuto da Criança, porém, em 2021 temos o artigo 10
que vai apresentar alteração nesse estatuto, mas ainda não está em vigor.

1. Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável da criança ou do adolescente:

• Recomenda-se comparar o art. 129 com o artigo 18-B do ECA, porque esse art. 18-B
possui medidas aplicadas ao pai e ao responsável, e também, ao educador. Por essa
razão, é de suma importância realizar esse paralelo entre os artigos mencionados
anteriormente (art. 129 e art. 18-B).
• Vejamos abaixo quais são as medidas que o Estatuto da Criança e do Adolescente
trouxe para ser aplicada ao pai ou responsável da criança. Lembrando que além do
pai e da mãe, pode ser aplicado ao tutor, ao guardião, tia da criança (que exerce
a guarda).

I. - Encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família;


II. - Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicôma-
nos;
III. - Encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV. - Encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
V. - Obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e aproveitamento escolar. Inclu-
sive, a mãe ou o pai da criança que descumprir os deveres do poder familiar, seja dolosamente ou culposa-
mente, responderá por infração administrativa. Desse modo, a mãe, o pai ou o responsável legal está obrigado
a matricular a criança, acompanhar a frequência dessa criança e observar o aproveitamento escolar;
VI. - Obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado. Se o responsável deixar
de encaminhar a criança/adolescente para o tratamento especializado, ele pratica infração administrativa;
5m
VII. - Advertência;
VIII. - Perda da guarda;
IX. - Destituição da tutela;
X. - Suspensão ou destituição do poder familiar.
ANOTAÇÕES

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ECA - (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Medidas Aplicadas aos Pais ou Responsável
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ENCAMINHAMENTO 3 = OBRIGAÇÃO A SEGUNDA (2) + P A D I S

• PADIS:

• P = Perda da Guarda.
• A = Advertência.
• D = Destituição da tutela.
• I = Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos.
• S = Suspensão ou destituição do poder familiar.

Vale ressaltar que perda da guarda, destituição da tutela e Suspensão ou destituição


do poder familiar, essas três medidas trata-se de reserva jurisdicional, ou seja, só poderá
ser aplicada pelo juiz, porque é preciso ter o processo, o contraditório e a ampla defesa.
As demais medidas, incluindo as inclusões, poderão ser aplicadas pelo juiz e pelo conse-
lho tutelar.

• Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos


pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida
cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.
• Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimen-
tos de que necessitem a criança ou o adolescente dependente do agressor.

Exemplos: O conselho tutelar pode encaminhar o responsável legal para um tratamento


psicológico, levando em consideração que esse responsável pela criança/adolescente seja
um alcoólatra ou tenha algum outro vício em drogas. No entanto, se chegar ao ponto do juiz
precisar decretar a perda da guarda, destituição da tutela e deixar o poder da família desse
responsável suspenso, é necessário processo. Mas, mesmo assim, o juiz pode afastar o
agressor da moradia.
10m
Com base no artigo 249 do ECA e, também, no artigo 236, observa-se que o pai e a mãe
que descumpre dolosamente e culposamente os deveres do poder familiar, pode receber
uma medida. Mas, de acordo com o ECA, isso se caracteriza infração administrativa, no qual
essa mãe, pai ou responsável poderá ser multado.
ANOTAÇÕES

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Medidas Aplicadas aos Pais ou Responsável
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• O art. 236 do ECA diz que quem embaraça e impede a atuação do Conselho Tutelar,
Ministério Público e do Juiz, referente a essa parte da infância e juventude pratica crime.
• O art. 14 parágrafo primeiro diz que a vacinação de criança é obrigatória quando
indicada por autoridade sanitária competente, e se o pai, a mãe ou responsável, des-
cumprir esses deveres do poder familiar, pratica infração administrativa. Isso é o que a
lei nos diz.

2. DO SISTEMA RECURSAL NO ECA ART. 198 do ECA:


15m
Nosso tópico agora será a respeito dos recursos no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências:

• Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os


relativos à execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da
Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes
adaptações: (Redação dada pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide):

I – os recursos serão interpostos independentemente de preparo;


II – em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério Público e
para a defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
III – os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;
IV – o agravado será intimado para, no prazo de cinco dias, oferecer resposta e indicar as peças
a serem trasladadas;
(Revogado pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
V – será de quarenta e oito horas o prazo para a extração, a conferência e o conserto do traslado;
(Revogado pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VI – a apelação será recebida em seu efeito devolutivo. Será também conferido efeito suspensivo
quando interposta contra sentença que deferir a adoção por estrangeiro e, a juízo da autoridade
judiciária, sempre que houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação;
(Revogado pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VII – antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação, ou do
instrumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, manten-
do ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias;
VIII – mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o instrumento à
superior instância dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorren-
te; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do
Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.
ANOTAÇÕES

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Medidas Aplicadas aos Pais ou Responsável
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O Estatuto da Criança e do Adolescente adotou o Sistema recursal do Código de Pro-


cesso Civil, e não do Código de Processo Penal. Dessa maneira, compreende-se que em
matéria de recurso, se deve utilizar de maneira sistemática o Código de Processo Civil.

• 1. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os proces-


sos relativos à execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal
do CPC (código de processo civil);
• 2. Os recursos serão interpostos independentemente de preparo, isso significa que
não precisa recolher custas;
20m
• 3. Em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração (ED), o prazo para o
Ministério Público e para a defesa será sempre de 10 (dez) dias. No Estatuto da
Criança e do Adolescente, com exceção do embargo de declaração que o prazo é de
5 (cinco) dias, os demais recursos todos são de 10 (dez )dias;
• 4. MP e Fazenda Pública não têm prazo em dobro;
• 5. A DP (defensoria pública) tem prazo em dobro;
• 6. As Contagens dos prazos: dias corridos. Diferente do processo de código civil que
vai ser contados em dias úteis;
• 7. Os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor; (com o novo
CPC a exigência deixou de existir);
• 8. DO JUÍZO DE RETRATAÇÃO NO ECA: na APELAÇÃO e no AGRAVO

VII – antes de determinar a remessa dos autos à superior instância (TJ), no caso de apelação, ou
no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, mantendo ou refor-
mando a decisão, no prazo de cinco dias. Isso é denominado como Juízo de Retratação no ECA,
que antes existia no código de processo civil, mas, atualmente, não existe mais;
25m

• 9. Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei, isto é, no ECA, aplicam-se subsi-
diariamente as normas gerais previstas na legislação processual pertinente. Mas em
matéria recursal adota-se o CPC.

§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na tramitação dos proces-


sos e procedimentos previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais
a eles referentes.
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimentos são contados em dias
corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em dobro para
a Fazenda Pública e o Ministério Público.
ANOTAÇÕES

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Medidas Aplicadas aos Pais ou Responsável
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• 10. Efeito da apelação no ECA:


• Em regra geral:

A. Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo,
embora sujeita a apelação, que será recebida exclusivamente no efeito
devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacional ou se houver perigo
de dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando. Neste caso vai ser recebido
no efeito devolutivo e suspensivo.
B. Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do
poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas no
efeito devolutivo.
Se for adoção internacional ou uma decisão de perigo e dano irreparável, teremos a pos-
sibilidade do efeito suspensivo.
30m
C. C. Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamento
no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua conclusão.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Atuação do MP, do Advogado e do Juiz na Infância e Juventude
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ATUAÇÃO DO MP, DO ADVOGADO E DO JUIZ NA INFÂNCIA E


JUVENTUDE

Nesta aula, estudaremos a atuação do Juiz da Vara da Infância e Juventude, a atuação


do MP e a atuação do advogado nos termos do ECA.
3. Atuação do MP/Juiz/advogado no ECA:
Art. 201. Compete ao Ministério Público:
I – conceder a remissão como forma de exclusão do processo;

Obs.: remissão significa perdão, acordo, transação etc.


Obs.: a exclusão (e não extinção) do processo é um ato administrativo praticado pelo pro-
motor de justiça.

II – promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a


adolescentes;
Exemplo: João, adolescente, praticou ato infracional. O MP, nesse caso, tem que atuar no
processo, senão causa nulidade absoluta.
III – promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e
destituição do poder familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem
como oficiar em todos os demais procedimentos da competência da Justiça da Infância e
da Juventude;

Obs.: de acordo com a letra da lei, em todos os procedimentos que tramitam na infância e
juventude, seja ação de adoção, seja ação de guarda, tutela de criança ou adoles-
cente que está em situação de vulnerabilidade, adoção de criança ou adolescente,
sempre será na Infância e Juventude. Contudo, ação de guarda, ação de tutela e
ação de alimentos podem ser tanto na Vara da Infância e Juventude como na Vara
de Família. Será na Vara da Infância e Juventude se a criança estiver na situação de
vulnerabilidade.
5m

IV – promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especialização e a inscri-


ção de hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer administra-
dores de bens de crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;
ANOTAÇÕES

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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Atuação do MP, do Advogado e do Juiz na Infância e Juventude
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Exemplo: morte de pai e da mãe da criança. Esta precisará de um tutor. Se a família


deixou bens, o tutor dará assistência e administrará os bens do tutelado até que complete 18
anos de idade. Terá atuação do MP. Este pode, sim, promover de ofício ou por solicitação a
especialização ou inscrição de hipoteca legal.
V – promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses indi-
viduais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos
no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;
VI – instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de
não comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela polícia civil
ou militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais,
estaduais e federais, da administração direta ou indireta, bem como promover inspeções e
diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;
VII – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar a instau-
ração de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção à
infância e à juventude;

Obs.: há a proteção integral voltada à criança e ao adolescente. O MP pode, sim, requisitar


diligências investigatórias

VIII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças
e adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;

Obs.: o MP atua, nesse caso, como custos legis.

IX – impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em qualquer


juízo, instância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais indisponí-
veis afetos à criança e ao adolescente;
ANOTAÇÕES

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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Atuação do MP, do Advogado e do Juiz na Infância e Juventude
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Obs.: são interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao adolescente,


no que se refere à saúde e à educação. É possível, por exemplo, impetrar MS para
que uma autoridade faça determinado feito, já que é direito líquido e certo da criança
ter saúde e educação.
10m

X – representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas


contra as normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da res-
ponsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
Exemplo: se João, 28 anos, pratica um crime tipificado no ECA contra um adolescente, o
MP oferece denúncia.
Exemplo: se João, 28 anos, pratica uma infração administrativa contra um adolescente,
o MP oferece representação.
XI – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas
de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias
à remoção de irregularidades porventura verificadas;
Exemplo: um adolescente praticou ato infracional e o juiz aplicou-lhe a internação (medida
socioeducativa mais gravosa), pois praticou um ato infracional análogo ao homicídio. O MP,
nesse caso, pode fiscalizar a unidade de internação (tanto pública como particular).
XII – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médicos, hospi-
talares, educacionais e de assistência social, públicos ou privados, para o desempenho de
suas atribuições.

Obs.: às vezes, o promotor requisita um laudo do médico; às vezes, ele precisa olhar de-
terminado prontuário. Tudo isso para a proteção da criança e do adolescente.

Exemplo: uma criança foi vítima de agressão. O médico da rede pública (também poderia
ser rede privada) prestou-lhe assistência. O MP pode requisitar o prontuário da criança.
15m
Do Advogado:
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa que
tenha legítimo interesse na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata
esta Lei, através de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmente ou
por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
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Atuação do MP, do Advogado e do Juiz na Infância e Juventude
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Obs.: se a família for hipossuficiente, tem-se a atuação da Defensoria Pública.


Obs.: nos procedimentos afetos à infância e juventude, seja na ação de adoção, de guarda,
de tutela, de criança que está em vulnerabilidade ou seja de ato infracional, aconte-
cerá sempre em segredo de justiça.

Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita àqueles que dela
necessitarem.

Obs.: na Vara da Infância e Juventude não há custas relacionadas à criança e ao adolescente.

Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que
ausente ou foragido, será processado sem defensor.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o
direito de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência.
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do processo,
devendo o juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou,
sido constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a presença da autoridade
judiciária.
20m
Exemplo: a mãe de um adolescente constituiu um advogado no corredor do fórum para
um momento determinado, em que o adolescente teria a primeira audiência (audiência de
apresentação). O advogado entra e o juiz reduz isso a termo. O advogado pode agir sem a
procuração para atuar nos autos. O Defensor Público não precisa de outorga para atuar.
Do Juiz da Infância e Juventude:
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o
juiz que exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local.

Obs.: é a lei de organização judiciária do local que estabelecerá se terá a Vara Especializa-
da (da Infância e Juventude). Se o Estado não tem a Vara específica, haverá um juiz
que fará a atuação da Infância e Juventude.

Art. 147. A competência será determinada:


I – pelo domicílio dos pais ou responsável;
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Atuação do MP, do Advogado e do Juiz na Infância e Juventude
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II – pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou
omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção.
Exemplo: João, adolescente, morador do DF, decide mudar-se para Goiânia. Chegando
lá, pratica ato infracional. O juiz competente para julgá-lo será o de Goiânia.
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residên-
cia dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou
adolescente.

Obs.: em que pese o juiz competente para julgá-lo seja o de Goiânia, a execução da medi-
da poderá ser delegada para o domicílio do pai ou do responsável.

§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou tele-


visão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a
autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença
eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:
25m

Obs.: refere-se à competência do juiz que atua na Vara da Infância e da Juventude.

I – conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato


infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;

Obs.: quando um adolescente pratica ato infracional, o MP oferece representação (e


não denúncia). Quem conhece dessa representação é o juiz da Vara da Infância e
Juventude.

II – conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;

Obs.: o juiz pode conceder o perdão. Quando o faz, o efeito será suspensão ou extinção do
processo; diferente para o MP. Atente-se a esse paralelo.

III – conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;


IV – conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos
afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209;

Obs.: o MP pode entrar com Ação Civil Pública de interesse individual difuso ou coletivo.
Quem irá julgar é o juiz da Vara da Infância e da Juventude.

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Atuação do MP, do Advogado e do Juiz na Infância e Juventude
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V – conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento,


aplicando as medidas cabíveis;
VI – aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção
à criança ou adolescente;
VII – conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medi-
das cabíveis.
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98,
é também competente a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:

Obs.: nesses casos, somente será competência do juiz da VIJ se a criança ou adolescente
estiver em situação de vulnerabilidade.

a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;


b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação da tutela
ou guarda;
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao
exercício do poder familiar;
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação,
ou de outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou
adolescente;
g) conhecer de ações de alimentos;
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nasci-
mento e óbito.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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Procedimentos no ECA
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PROCEDIMENTOS NO ECA

Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar,


mediante alvará:

Obs.: cabe, das decisões tomadas pelo juiz, apelação.


Obs.: a autoridade judiciária do artigo em tela é a que atua na Vara da Infância e da
Juventude.
Obs.: o juiz pode, por meio de portaria ou alvará, permitir a entrada de uma criança ou
adolescente em determinado espetáculo, desde que a classificação etária seja com-
patível com a sua idade. O juiz não pode, contudo, por meio de portaria, determinar
o toque de recolher de criança ou adolescente.

I – a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou


responsável, em:
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
b) bailes ou promoções dançantes;
c) boate ou congêneres;
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
II – a participação de criança e adolescente em:
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
b) certames de beleza.
g) conhecer de ações de alimentos;
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nasci-
mento e óbito.
4. Dos Procedimentos no ECA:
5m
Quando um adolescente comete ato infracional e é apreendido em flagrante, ele é condu-
zido à delegacia. Nela, existem alguns procedimentos que o delegado tem de fazer.
É de suma importância, portanto, que conheçamos o procedimento para apuração do ato
infracional; o procedimento para apuração de infração administrativa; o procedimento dos
crimes etc.
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Procedimentos no ECA
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1. Procedimento para apuração de infração administrativa praticada contra criança/


adolescente.
As infrações administrativas estão nos arts. 245 a 258-C.
Quando acontecer uma infração administrativa, tipificada no ECA, praticada contra
criança e adolescente, a peça que dá início para apuração da infração administrativa é a
Representação (feita pelo MP ou pelo Conselho Tutelar) ou o Auto de Infração lavrado por
servidor efetivo ou credenciado.
O julgamento (a competência) será na VIJ. É o juiz que aplicará a multa pela infração
administrativa.
A pessoa terá direito à defesa. Prazo para tal: 10 dias (em regra, contestação no ECA tem
prazo de 10 dias).
Em síntese:

• Aconteceu a infração administrativa;


• A pessoa será citada para apresentar defesa;
• Como acontece a representação? Por meio do MP, pelo CT ou por auto de infração.
• Juiz da VIJ fará o procedimento para a aplicação da multa.
• A pessoa terá direito ao contraditório e à ampla defesa, com direito de contestar
em 10 dias.

2. Procedimento para apuração de ato infracional (arts 171 a 190 do ECA).


O adolescente praticou um ato infracional. Quando chega na delegacia, a autoridade poli-
cial pode fazer quais peças? Pode lavrar o auto de apreensão, pode fazer um BOC (boletim
de ocorrência circunstanciado e pode fazer um relatório policial.

Obs.: é valido destacar que o delegado irá fazer auto de apreensão se existiu ato infra-
cional praticado por violência ou grave ameaça. Para o BOC, pode ser com ou sem
flagrante, e tem de ter ocorrido sem violência ou grave ameaça. O relatório policial é
feito se for praticado ato infracional com violência ou grave ameaça e sem flagrante.
10m

Por exemplo, João, adolescente, foi apreendido em flagrante de ato infracional análogo
ao roubo de um veículo. João foi apreendido pela polícia, apresentado à autoridade policial
competente, foi apresentado ao promotor de justiça em 24 horas. O delegado lavrou o auto
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Procedimentos no ECA
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de apreensão, comunicou o fato ao juiz, comunicou à famíia do adolescente e o apresentou


em 24 horas ao membro do MP.
O promotor de justiça pode representar (exclusiva do MP) contra o adolescente, nos
termos do art. 180 do ECA.
Não há ação penal contra adolescente, senão a ação socioeducativa pública.
Ação socioeducativa pública – Representação – MP.
O MP entra com representação, ela vai para o juiz da Vara da Infância e da Juventude.
O magistrado pode determinar a emenda, indeferir a representação ou pode recebê-la.
Em uma situação em que o juiz recebe a representação, por exemplo, terá a audiência
de apresentação. Em 3 dias o advogado entra com a defesa prévia.
Após isso, há a audiência em continuação, a oitiva de testemunhas, as alegações finais
e a sentença.
3. Procedimento para infiltração policial virtual (arts. 190-A a 190-E)
Temos a possibilidade de o policial fazer infiltração na internet.
O procedimento acontece com autorização do juiz. Para isso, precisa-se de requerimento
do Ministério Público ou de representação de delegado de polícia.
O juiz pode autorizar ou não.
4. Procedimento para perda ou suspensão do poder familiar (art. 155 e seguintes + art.
23 e seguintes)
Acontece quando pai ou a mãe, por exemplo, pratica um crime doloso contra o próprio
filho, com pena de reclusão.
15m
A perda ou a suspensão do poder familiar, contudo, não é automática. Deve haver reque-
rimento do MP ou da parte interessada (avó da criança, por exemplo).
Existindo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decre-
tar a suspensão do poder familiar (liminar ou incidentalmente) até o julgamento definitivo da
causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de res-
ponsabilidade.
Por exemplo, se há indícios de que o pai da criança praticou abuso sexual contra ela, o
juiz pode decretar suspensão do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o julgamento
definitivo da causa.
Se não houver ninguém para cuidar da criança, há a medida protetiva de acolhimento
institucional ou familiar.
O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, indicando
as provas a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos.
A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua realização.
Se não for encontrada a mãe, por exemplo, o ECA permite a citação por hora-certa e por
edital (alteração de 2017).
O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias.

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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Procedimentos no ECA
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5. Procedimento para destituição da tutela (art. 164 do ECA e art. 1728 e art. 1729 do CC)
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela:
I – com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
II – em caso de os pais decaírem do poder familiar.
Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto.
20m
Exemplo: o pai e a mãe, em comum acordo, antes de falecerem, deixam testamento indi-
cando o tutor.
Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro docu-
mento autêntico.

Obs.: o tutor, se não exercer bem tal papel, pode ser destituído. Nesse caso, o juiz nome-
ará um novo tutor para a criança ou para o adolescente.

6. Procedimento para apuração de irregularidades em entidade de atendimento (art. 191


e seguintes).
A apuração de irregularidades em entidade de atendimento, por exemplo, é um acolhi-
mento institucional de criança ou adolescente.
Como esse procedimento irá começar para apurar a irregularidade? Por meio de repre-
sentação do MP ou do CT.
Além disso, pode ter início de ofício pelo juiz, por portaria da autoridade judiciária.
Desse modo, se o magistrado ficou sabendo que houve uma irregularidade em uma enti-
dade de atendimento, por meio de portaria, pode dar início ao procedimento.
O responsável pela entidade será citado para oferecer defesa em 10 dias.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
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ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
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Direitos Difusos e Coletivos da Criança e do Adolescente
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DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Nesta aula, daremos continuidade ao estudo do ECA (Lei n. 8.069/1990).


Já analisamos os Direitos Fundamentais. Analisaremos a tutela dos Direitos Difusos, Indi-
viduais e Coletivos da criança e do adolescente (art. 108 e seguintes).
Entenderemos a fixação da competência. Por exemplo, uma ação civil pública proposta
pelo MP na defesa dos direitos da criança e do adolescente, de quem será a competência
para julgá-la?
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos
Interesses metaindividuais dividem-se em:

• Difusos: são aqueles de natureza indivisível, de que são titulares um número indeter-
minado de pessoas, unidos por circunstâncias de fato e de direito;
• Coletivos ou transindividuais indivisíveis: são os de natureza indivisível, de que são
titulares grupos ou categorias de pessoas;
• Individuais homogêneos ou transindividuais divisíveis: são os de natureza divisível,
de que são titulares grupos ou categorias de pessoas.

Obs.: as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos da criança e do adolescente


são regidas pelo ECA.

A TUTELA DE DIREITOS NA JUSTIÇA ÂMBITO DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E


DA JUVENTUDE

Em se tratando de crianças e adolescentes, compete à Justiça da Infância e da Juven-


tude a apreciação da violação de direitos individuais, assim como dos direitos coletivos
e difusos.
Temos de ter a intervenção do Poder Judiciário como forma de garantir sua plena efe-
tivação à proteção integral infanto-juvenil, prometida no art. 1º do Estatuto da Criança e do
Adolescente.
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Direitos Difusos e Coletivos da Criança e do Adolescente
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ATENÇÃO
Imaginemos uma situação hipotética voltada para a questão de educação e de saúde da
criança ou do adolescente.
O ponto mais importante dessa matéria é fixar a competência em caso de ação civil pública
voltada para direitos difusos e coletivos da criança e do adolescente.
Sabemos que o ECA, nos artigos 53 e seguintes, dispõe sobre o direito fundamental à edu-
cação. Toda criança e todo adolescente têm direito à educação (direito subjetivo).
Se o Estado não presta tal assistência, é possível que exista ação civil pública.
De quem seria a competência para julgar aquela ação?
Neste caso, a competência não será da Vara da Fazenda Pública, mas sim do juiz que atua
na Vara da Infância e da Juventude.
5m

Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa
aos direitos assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou
oferta irregular:
I – do ensino obrigatório;
II – de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;
III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade;
(Redação dada pela Lei n. 13.306, de 2016);
IV – de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
V – de programas suplementares de oferta de material didático-escolar, transporte e
assistência à saúde do educando do ensino fundamental;
VI – de serviço de assistência social visando à proteção à família, à maternidade, à infân-
cia e à adolescência, bem como ao amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem;
VII – de acesso às ações e serviços de saúde;
VIII – de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de liberdade.
IX – de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção social de famílias
e destinados ao pleno exercício do direito à convivência familiar por crianças e adolescentes.
(Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009).
X – de programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas e apli-
cação de medidas de proteção. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012). (Vide).
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XI – de políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao adolescente


vítima ou testemunha de violência. (Incluído pela Lei n. 13.431, de 2017). (Vigência).

Obs.: a ação tramitará na VIJ (Vara da Infância e da Juventude).

§ 1º As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros inte-
resses individuais, difusos ou coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos
pela Constituição e pela Lei. (Renumerado do Parágrafo único pela Lei n. 11.259, de 2005).
§ 2º A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será realizada ime-
diatamente após notificação aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos
portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e interna-
cionais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à identificação do desaparecido. (Inclu-
ído pela Lei n. 11.259, de 2005).
A relação contida no art. 208 é meramente exemplificativa, sendo passível de cobrança,
pela via judicial, a satisfação de todos os direitos conferidos pelo ECA e pela CF às crianças
e aos adolescentes, tanto no plano individual quanto no plano coletivo.
10m
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde
ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para
processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça Federal e a competência originária
dos tribunais superiores.

ATENÇÃO
Trata-se de uma regra de competência que, embora se refira à competência territorial, é
de caráter absoluto, podendo assim, caso desrespeitada, gerar a nulidade de decisões
proferidas por Juízo diverso.

Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos, consideram-
-se legitimados concorrentemente:
I – o Ministério Público;
II – a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os territórios;
III – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre
seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada
a autorização da assembleia, se houver prévia autorização estatutária.
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Obs.: a Defensoria Pública é parte legítima. Pode mover uma ação civil pública fundada em
interesse coletivo ou difuso envolvendo criança ou adolescente.

DIRETO DO CONCURSO
1. (FGV/MP-GO/2022) Ao ensejo de apontar o problema da oferta insuficiente de vagas
em creches na Comarca de Goiânia (GO), o Ministério Público Estadual ajuizou ação
civil pública em face do referido Município com o fito de assegurar a três crianças
carentes menores de 6 anos o atendimento em creche municipal. Distribuída a uma
das Varas de Fazenda Pública Municipal da Capital – juízo privativo reservado ao ente
federativo arrolado no polo passivo –, a demanda se fundou no alegado direito público
subjetivo de crianças menores de 6 anos ao atendimento em creche e pré-escola, con-
forme norma constitucional reproduzida no Art. 54, IV, do Estatuto da Criança e do Ado-
lescente – ECA (Lei n. 8.069/1990). Diante do caso hipotético assim formulado, à luz
da Constituição da República de 1988, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
e da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que o membro do
Parquet responsável pelo ajuizamento da ação:
15m
a. acertou quanto ao órgão jurisdicional competente e à existência do direito público
subjetivo à educação, bem como sua exigibilidade em juízo, mas errou ao supor a
legitimação do Ministério Público para a tutela dos interesses de crianças carentes
individualmente consideradas, atribuição constitucionalmente outorgada à Defenso-
ria Pública;
b. acertou quanto ao órgão jurisdicional competente e à existência do direito público
subjetivo à educação, bem como sua exigibilidade em juízo, mas errou ao supor a
legitimação do Ministério Público para a tutela dos interesses de crianças carentes
individualmente consideradas, legitimação essa admitida apenas na hipótese de ine-
xistência ou precariedade do serviço de assistência judiciária gratuita na Comarca
em questão;
c. acertou ao afirmar a legitimidade ad causam do Ministério Público e a competência do
juízo privativo da Fazenda Pública Municipal, mas se equivocou ao supor a existência
de um direito público subjetivo sindicável em juízo, haja vista a índole programática
das normas que versam sobre educação infantil, o que torna indevida a ingerência
do Poder Judiciário sobre a formulação e a implementação da política pública pelo
administrador;
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Direitos Difusos e Coletivos da Criança e do Adolescente
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d. acertou ao afirmar a legitimidade ad causam do Ministério Público e a existência do


direito público subjetivo à educação, bem como sua exigibilidade em juízo, mas se
equivocou quanto à competência, uma vez que o ECA estabelece a competência
absoluta do Juízo da Infância e da Juventude para processar e julgar demandas que
visem proteger direitos individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adoles-
cente, independentemente de o menor encontrar-se ou não em situação de risco ou
abandono;
20m
e. acertou ao afirmar a competência do juízo privativo da Fazenda Pública Municipal,
haja vista a prevalência do critério ratione personae sobre a regra de competência
fixada em razão da matéria, mas errou quanto à legitimação do Ministério Público
para a tutela dos interesses de crianças individualmente consideradas e se equivocou
ao supor a existência de um direito público subjetivo vindicável em juízo, haja vista
a índole programática das normas que versam sobre educação infantil, o que torna
indevida a ingerência do Poder Judiciário sobre a formulação e a implementação da
política pública pelo administrador.

COMENTÁRIO
Quanto à fixação da competência, o membro do MP errou.
Órgão jurisdicional competente: VIJ (Vara da Infância e da Juventude).
É direito público subjetivo? Sim.
É de competência do MP a tutela? Sim.
Se o Estado oferece de maneira irregular, o MP é parte legítima, sim.
Independe do fato da criança se encaixar no art. 98 do ECA, o juízo competente é o da
Infância e da Juventude.

2. (FGV/MP-GO/2022) A educação básica obrigatória é direito indisponível assegurado


em sede constitucional a crianças e adolescentes em idade escolar (Art. 208, I, da
Constituição da República de 1988). Nesse particular, à luz da interpretação empreen-
dida pelo Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:
a. a Constituição da República de 1988 veda o ensino domiciliar, prática que subverte
a ideia de solidariedade entre a família e o Estado como núcleo principal à formação
educacional de crianças e adolescentes;
25m
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b. o ensino domiciliar é um direito público subjetivo do aluno e de sua família, extraído


da precedência do papel da família e da subsidiariedade do papel estatal na formação
educacional de crianças e adolescentes;
c. o ensino domiciliar não é um direito público subjetivo do aluno ou de sua família,
porém não é vedada sua criação por meio de lei federal, editada pelo Congresso
Nacional, na modalidade “utilitarista” ou “por conveniência circunstancial”, desde que
observadas as exigências constitucionais relativas à educação;
d. o ensino domiciliar é um direito público subjetivo do aluno e de sua família, sendo
autoaplicável nas modalidades “utilitarista” e “por conveniência circunstancial” e
dependente de regulamentação nas espécies unschooling radical (desescolarização
radical), unschooling moderado (desescolarização moderada) e homeschooling puro;
e. é inconstitucional a legislação que regulamenta o ensino domiciliar, prática que apro-
funda a separação anti-isonômica das classes sociais em matéria educacional e des-
valoriza o convívio entre as crianças como parte essencial do processo educativo.

COMENTÁRIO
O ECA dispõe que o ensino é direito público subjetivo. O ensino domiciliar (homeschoo-
ling), contudo, não. Não há lei federal dispondo sobre tais regras.
É obrigatória a vacinação de criança e de adolescente, quando indicada por autoridade
sanitária competente. O pai ou a mãe que descumpre dever do poder familiar incide no art.
249 do ECA. Trata-se de uma infração administrativa.
a. A Constituição não veda.
b. De acordo com o ECA e o STF, o ensino fundamental é direito público subjetivo. O ensino
domiciliar, por sua vez, não.
c. Posição do STF quanto ao não direito público subjetivo ao ensino domiciliar. Necessita
de lei federal editada pelo Congresso. A modalidade “utilitarista” refere-se ao momento em
que vivemos. Por “conveniência circunstancial”, refere-se, por exemplo, à pandemia.
d. Não é direito público subjetivo.
e. Não é inconstitucional. É necessária a existência de lei federal para dispor sobre o ho-
meschooling.
30m
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ECA – (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Direitos Difusos e Coletivos da Criança e do Adolescente
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GABARITO
1. d
2. c.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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