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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE
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Estatuto da Criança e do
Adolescente
Considerações Históricas
1) Introdução
2) Mobilização Internacional
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Menor em situação irregular. Irá chocar com a doutrina da proteção integral do
Estatuto.
Abandonado materialmente, vítima de maus-tratos, em perigo moral, desassistido
juridicamente, com desvio de conduta e autor de ato infracional.
5) O Começo do Fim
Proteção a tudo que tratar o superior interesse: saúde, bem-estar, família etc.
Material e espiritual.
Concepção (assistência à saúde e bem-estar da gestante e da família, natural ou
substituta).
O foco aqui é o nascituro, logo, é necessário ter uma gestante saudável para po-
der assegurar o desenvolvimento intrauterino.
Toda matéria passará a ficar subordinada aos dispositivos do Estatuto.
Toda matéria acerca da criança e juventude fica subordinada ao ECA, ex-
ceto quando se fala em adoção promovida por pessoas maiores de idade.
Direitos humanos conquistados e afirmados pela marcha de civilização da
humanidade.
Conquista dos Direitos Humanos e do ECA.
O direito de assegurar os direitos da criança e do adolescente, com a absoluta pri-
oridade, pondo-os a salvo contra qualquer tratamento degradante, cruel, desu-
mano, é um dever da sociedade, do Estado e da família.
Família, sociedade e Estado Responsáveis solidários.
À criança e ao adolescente (compromisso ético-político de rejeição do caráter es-
tigmatizante do termo menor).
Prioridades: assegurar a proteção aos direitos da criança e rejeitar o caráter es-
tigmatizante do termo “menor”.
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Programa Nacional de Triagem Neonatal (Lei
14.154/2021)
NOVIDADE!
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são
obrigados a:
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da
mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-
nascido, bem como prestar orientação aos pais;
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do de-
senvolvimento do neonato;
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica adequada,
enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente. (Incluído pela Lei nº
13.436, de 2017)
§ 1º Os testes para o rastreamento de doenças no recém-nascido serão disponibilizados pelo Sistema Único de
Saúde, no âmbito do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), na forma da regulamentação elaborada
pelo Ministério da Saúde, com implementação de forma escalonada, de acordo com a seguinte ordem de pro-
gressão: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)
I – etapa 1: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)
a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021)
b) hipotireoidismo congênito; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021)
c) doença falciforme e outras hemoglobinopatias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021)
d) fibrose cística; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021)
e) hiperplasia adrenal congênita; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021)
f) deficiência de biotinidase; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021)
g) toxoplasmose congênita; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021)
II – etapa 2: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)
a) galactosemias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021)
b) aminoacidopatias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021)
c) distúrbios do ciclo da ureia; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021)
d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021)
III – etapa 3: doenças lisossômicas; (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)
IV – etapa 4: imunodeficiências primárias; (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)
V – etapa 5: atrofia muscular espinhal. (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)
§ 2º A delimitação de doenças a serem rastreadas pelo teste do pezinho, no âmbito do PNTN, será revisada
periodicamente, com base em evidências científicas, considerados os benefícios do rastreamento, do diagnóstico
e do tratamento precoce, priorizando as doenças com maior prevalência no País, com protocolo de tratamento
aprovado e com tratamento incorporado no Sistema Único de Saúde. (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)
§ 3º O rol de doenças constante do § 1º deste artigo poderá ser expandido pelo poder público com base nos
critérios estabelecidos no § 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)
§ 4º Durante os atendimentos de pré-natal e de puerpério imediato, os profissionais de saúde devem informar
a gestante e os acompanhantes sobre a importância do teste do pezinho e sobre as eventuais diferenças exis-
tentes entre as modalidades oferecidas no Sistema Único de Saúde e na rede privada de saúde. (Incluído pela Lei
nº 14.154, de 2021)
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Superação da visão assistencialista e paternalista superação da situação irre-
gular.
Superação da visão da pessoa em desenvolvimento como objeto.
O ECA traz uma nova divisão do trabalho social por meio da integração de respon-
sabilidades entre estados, sociedade e família.
Traz a desjudicialização do atendimento, ou seja, para o ECA o que é melhor para
a pessoa em desenvolvimento é recorrer ao judiciário somente em ultima ratio >
desconstrução da ideia de juiz-gestor, dono do destino da criança e do adolescente.
Conselhos: representam o estado democrático de direito do ponto de vista da ga-
rantia dos direitos fundamentais da criança e do adolescente, previstos no art. 227
da CF.
Os conselhos representam a sociedade, a desjudicialização do atendimento.
Os conselhos são: Nacional, Estadual (CDSA), Municipal (CMDSA) e o Conselho
Tutelar.
Nenhum conselho é ligado ao Poder Judiciário, porque a regra é a desjudiciali-
zação, ou seja, buscar o Judiciário só em último caso.
1) Metaprincípios
Proteção integral:
Prioridade absoluta (artigo 227, CF e artigos 4º e 100, parágrafo único, inciso II,
da Lei 8.069/90).
Proteção integral à criança e ao adolescente > princípio da proteção integral.
Criança é pessoa até 12 anos de idade incompletos.
Adolescente é pessoa entre 12 e 18 anos de idade incompletos.
Excepcionalmente, o ECA é aplicado às pessoas entre 18 e 21 anos de idade >
hipóteses de cumprimento de medidas socioeducativas.
O ECA não abraçou a redução da maioridade civil, pois tutela os indivíduos
entre 18 e 21 anos de idade quando da prática do ato infracional.
2) Direitos Fundamentais
Direito à vida e à saúde (art. 7 ao 14): A lei 13.257/16, denominada Estatuto da Pri-
meira Infância, cuidou de ampliar o rol dos direitos da gestante no art. 8º do ECA.
A atenção é voltada para a gestante porque o estatuto se preocupa com a cri-
ança.
Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à
mãe.
A doutrina trata como primeira infância de 0 a 06 meses, ou os primeiros 72 me-
ses da criança.
As mães empregadas têm direito, durante os seis primeiros meses, a dois des-
cansos de meia hora, cada um (art. 396 da CLT). E isso, não só as que pariram,
mas as que adotaram também.
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Direito à Liberdade, ao respeito e à dignidade (art. 15 ao 18): A criança e o ado-
lescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas
em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e so-
ciais garantidos na Constituição e nas leis.
O toque de recolher, segundo o STJ, é ilegal, pois, o juiz que o determina está
usurpando o poder familiar; está invadindo a esfera da convivência familiar.
A restrição à liberdade do adolescente poderá ocorrer em caso de flagrante de
ato infracional, ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente.
O art. 18 trata, de forma específica, a dignidade da criança e do adolescente. E
houve sensíveis alterações promovidas pela Lei 13.010/15, também conhecida
como lei “Menino Bernardo”, que não prevê medidas incriminadoras.
A Lei 13.010/14 está ligada diretamente a formas de educar, de corrigir. E essas
medidas previstas nos art. 18-B, podem ser cumuladas com outras legislações,
se cabíveis > o exercício de educar tem limites.
Direito à Convivência Familiar e comunitária (art. 19 ao 52-D, e a Lei 12.509/17): Pro-
moção eficiente à proteção integral de crianças e adolescentes.
Ele prioriza a convivência da criança ou adolescente com a família natural (pais
biológicos).
Família extensa ou ampliada: tios, avós; formada pelos parentes da criança, que
possuem afinidade com a criança e do adolescente.
Família substituta: que deve ser a última solução a ser buscada para colocação
da pessoa em desenvolvimento no seio familiar.
Programa de acolhimento: é aquele programa que tem por objetivo colocar a
criança ou adolescente a salvo de uma situação de risco aos seus direitos funda-
mentais, ou ainda estancar uma situação de risco que já tenha ocorrido.
Quem encaminha é o Conselho Tutelar.
A família acolhedora não poderá estar inscrita no cadastro de adoção.
Consiste em uma entidade de atendimento, que são especializadas no aco-
lhimento, recebimento e tratamento de crianças e adolescentes que foram
vítimas de algum tipo de violência ou colocadas em qualquer situação de
risco.
Programa de acolhimento familiar não se confunde com adoção (adoção
modalidade de colocação em família substituta, dando ao adotando a con-
dição de filho do adotante).
Objetiva a redução, estancamento ou prevenção de uma situação de risco,
mas não tem a função de exercer a família para todos os fins de direito.
O objetivo aqui é que a criança volte para a família natural e, caso não seja
possível, a sua colocação para a adoção.
O acolhimento institucional só trabalha recebendo adolescentes, por ser
mais imparcial.
A criança pode conviver com os pais privados de liberdade, desde que o
crime não tenha sido de forma dolosa, apenado com reclusão, contra filho
ou outrem que possua o poder familiar.
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A criança só pode ser entregue após o seu nascimento, em que a vontade
da mãe, ou de ambos os genitores, deve ser manifestada em audiência.
Nessa audiência, a mãe pode se retratar dessa intenção e, além disso, após
prolatada a sentença, os pais têm 10 dias para arrependimento.
Nesse caso, voltando ao seio familiar, essa criança será acompanhada por 180
dias (esse prazo pode ser prorrogado, uma vez havendo necessidade).
A fiscalização do Programa de Apadrinhamento caberá ao Ministério Pú-
blico e a Vara da Infância e Juventude.
Direito à Educação, à cultura, ao esporte e ao lazer (art. 53 ao 59): A criança e o
adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pes-
soa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegu-
rando-se lhes igualdade de condições, direito de ser respeitado, direito de contes-
tar critérios avaliativos, direito de organização e participação, acesso à escola, etc.
O princípio da reserva do possível não pode ser invocado de forma genérica.
É dever das instituições de ensino, clubes e agremiações recreativas, assegu-
rar medidas de conscientização, prevenção e enfrentamento ao uso ou de-
pendência de drogas ilícitas.
É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente o ensino fundamen-
tal e o ensino médio, obrigatório e gratuito, o atendimento educacional es-
pecializado aos portadores de deficiência, o atendimento em creche e pré-
escola, oferta do ensino noturno regular, etc.
O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público importa respon-
sabilidade da autoridade competente.
Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos
na rede regular de ensino.
Direito à Profissionalização e à proteção ao trabalho (art. 60 ao 69): É proibido
qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de
aprendiz.
O adolescente portador de deficiência terá direito ao trabalho protegido.
Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de
escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é
vedado trabalho noturno, perigoso, insalubre ou penoso, realizado em locais
prejudiciais à sua formação e desenvolvimento, e em locais que não permitam
a frequência a escola.
O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho.
Os atores mirins (abaixo de 14 anos - art. 8 da OIT) não compõe uma relação de
trabalho, de acordo com o STF.
3) Poder Familiar
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Observação: Esse poder familiar só pode ser retirado do pai ou da mãe por
procedimento específico, assegurado o contraditório e a ampla defesa, por
quem detenha legítimo interesse (Ministério Público ou quem manifeste in-
teresse legítimo, como pai, avó).
CARACTERÍSTICAS
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Família Substituta
Modalidade de colocação da criança ou adolescente em uma família após to-
dos os recursos de permanência desta na família natural restarem infrutífe-
ros.
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1) Guarda
2) Tutela
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3) Adoção
Atribui a condição de filho para todos os fins de direito, inclusive sucessórios, des-
ligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matri-
moniais.
Após o trânsito em julgado, ela é irrevogável, mas há possibilidade de quebra
dessa vedação, dessa irrevogabilidade. Mas, em princípio, é irrevogável para conce-
der segurança jurídica ao instituto.
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta
Lei.
Medida excepcional e irrevogável.
Recorre-se à adoção apenas quando esgotados os recursos de manutenção da
criança ou adolescente na família natural ou extensa.
É vedada a adoção por procuração.
Prevalecem os direitos e os interesses do adotando.
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido,
salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.
Requisitos objetivos para adoção:
Maiores de idade, independentemente do estado civil;
Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando > o STJ já se posici-
onou quanto a quebra desse artigo.
A diferença de idade entre adotante e adotando é de 16 anos.
Para adoção conjunta ou bilateral, é indispensável que os adotantes sejam casa-
dos civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família
adoção promovida pelo casal (casado civilmente ou em união estável).
Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem ado-
tar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e
desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período
de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afe-
tividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade
da concessão.
O ordenamento admite a adoção póstuma ou pós-morte. Em caso de adoção
póstuma, a filiação socioafetiva deve ser demonstrada amplamente, por causa da
força do Melhor Interesse da Criança ou Adolescente.
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o ado-
tando e fundar-se em motivos legítimos.
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou ado-
lescente, pelo prazo máximo de 90 dias, observadas a idade da criança ou adoles-
cente e as peculiaridades do caso.
Esse prazo de 90 dias poderá ser prorrogado, desde que a decisão seja funda-
mentada.
O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a
tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja pos-
sível avaliar a conveniência da constituição do vínculo.
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Ao final do prazo, deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe in-
terprofissional, a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que recomen-
dará ou não o deferimento da adoção à autoridade judiciária.
O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencial-
mente na comarca de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz,
em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência do juízo
da comarca de residência da criança.
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial (sentença constitu-
tiva), que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá
certidão.
Em regra, efeito “ex nunc”.
No caso de alteração de prenome, em se tratando de adolescente, deve haver o
seu consentimento. Com relação à criança, esta deve ser ouvida e, sempre que
possível, sua opinião será levada em consideração.
O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do ado-
tado.
Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do
registro.
Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for
criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica.
O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120 (cento e vinte)
dias, prorrogável uma única vez por igual período, mediante decisão fundamen-
tada da autoridade judiciária.
Essa decisão deve ser fundamentada.
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de
obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais
incidentes, após completar 18 (dezoito) anos
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um
registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de
pessoas interessadas na adoção > cadastramento para adoção.
Listas:
Crianças em condições de serem adotadas;
Pessoas interessadas na adoção.
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretendente possui
residência habitual em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993,
relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacio-
nal, e deseja adotar criança em outro país-parte da Convenção.
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§1o A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no
Brasil somente terá lugar quando restar comprovado (estabelece as hipóteses de
adoção internacional):
que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso concreto;
que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou ado-
lescente em família adotiva brasileira, com a comprovação, certificada nos au-
tos, da inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil com perfil
compatível com a criança ou adolescente, após consulta aos cadastros mencio-
nados nesta Lei;
que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios
adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado
para a medida, mediante parecer elaborado por equipe interprofissional, obser-
vado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
§2o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos
casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro.
§3o Adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Centrais Es-
taduais e Federal em matéria de adoção internacional.
Medidas de Proteção
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre
que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
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por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
em razão de sua conduta.
Ato Infracional
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contraven-
ção penal.
Teoria do Ato Infracional;
Praticou conduta equiparada a de crime.
Ato infracional não é sinônimo de crime em virtude da ausência de uma das
condições para a culpabilidade, embora a conduta seja típica e ilícita.
Inimputável em razão da idade;
A criança e adolescente não praticam crime.
Medida protetiva
Criança (0 a 12 anos) Ato infracional
(art.101 do ECA)
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1) Apuração de Ato Infracional atribuído a Adolescente
Art. 171. Adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, en-
caminhado à autoridade judiciária.
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde
logo, encaminhado à autoridade policial competente.
Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e
em se tratando de ato infracional praticado em coautoria com maior, prevale-
cerá a atribuição da repartição especializada, que, após as providências neces-
sárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria.
Súmula 492 do STJ: O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só,
não conduz obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de in-
ternação do adolescente”.
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2) Direitos Individuais
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante
de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente.
Essa autoridade é o juiz da Vara da Infância e Juventude (art. 174 do ECA).
O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão,
devendo ser informado acerca de seus direitos.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido
serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família
do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de
liberação imediata.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo má-
ximo de quarenta e cinco dias, mediante decisão fundamentada, baseada em in-
dícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrando a necessidade imperi-
osa da medida.
A internação provisória é aquela que ocorre antes da sentença, com prazo de 45
dias. Esse prazo não é prorrogável. Passado esse prazo, a criança deve ser colo-
cada em liberdade.
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identifica-
ção compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de
confrontação, havendo dúvida fundada.
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não po-
derá ser cumprida em estabelecimento prisional.
§1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no art. 123,
o adolescente deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais
próxima.
§2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remo-
ção em repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos e com
instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco
dias, sob pena de responsabilidade.
3) Garantias Processuais
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo
legal.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante cita-
ção ou meio equivalente;
Súmula 265 do STJ: determina a impossibilidade de regressão de uma me-
dida socioeducativa sem a oitiva do adolescente
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II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e tes-
temunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
III - defesa técnica por advogado; Quando o adolescente pode constituir, tem
dinheiro.
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
Essa assistência será em todas as fases do processo.
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente; Obs.: A
autoridade a que se refere esse inciso não trata apenas da autoridade judiciária,
mas da autoridade policial e do membro do Ministério Público.
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase
do procedimento.
Art. 185 do ECA: em nenhum momento a internação poderá ser cumprida em es-
tabelecimento prisional.
Medidas Socioeducativas
Em verdade, as medidas socioeducativas são uma manifestação do Estado, em
resposta ao ato infracional praticado pelo adolescente.
Natureza jurídica de imposição.
É sancionatória não é uma pena, porque a pena é atribuída ao imputável.
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá
aplicar ao adolescente as seguintes medidas (rol taxativo):
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semiliberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
Privação total da liberdade.
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
O adolescente também é destinatário de medida protetiva.
OBSERVAÇÕES
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§3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão trata-
mento individual e especializado, em local adequado às suas condições.
Existe a possibilidade de cumulação das medidas socioeducativas, desde que
em meio aberto.
Essas medidas do art. 112 também podem ser denominadas de medidas típicas
ou próprias. Mas, como vimos, para fins de proteção integral, o adolescente tam-
bém é destinatário das medidas protetivas, que podem ser chamadas de medi-
das impróprias ou atípicas (não é socioeducativa, mas pode estar cumulada com
a medida socioeducativa).
Responsabilização do adolescente;
Integração social do adolescente e a garantia dos seus direitos individuais;
A desaprovação da conduta do adolescente, do ato infracional.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe
a existência de provas suficientes da autoria e da materialidade da infração,
ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
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Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova
da materialidade e indícios suficientes da autoria.
Princípio da Insignificância
No âmbito da Infância e Juventude, o STJ tem admitido a aplicabilidade
desse princípio, assim como o STF, mas há requisitos para isso, que são:
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