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Art. 4º É dever da família, da comunidade, da
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE sociedade em geral e do poder público assegurar,
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização,
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
Adolescente e dá outras providências. convivência familiar e comunitária.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Parágrafo único. A garantia de prioridade


Congresso Nacional decreta e eu sanciono a compreende:
seguinte Lei:
a) primazia de receber proteção e socorro em
Título I quaisquer circunstâncias;

Das Disposições Preliminares b) precedência de atendimento nos serviços


públicos ou de relevância pública;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à
criança e ao adolescente. c) preferência na formulação e na execução das
políticas sociais públicas;
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta
Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e d) destinação privilegiada de recursos públicos nas
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de áreas relacionadas com a proteção à infância e à
idade. juventude.

Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica- Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será
se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre objeto de qualquer forma de negligência,
dezoito e vinte e um anos de idade. discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão, punido na forma da lei qualquer
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
fundamentais.
sem prejuízo da proteção integral de que trata esta
Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em
meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências
de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, do bem comum, os direitos e deveres individuais e
moral, espiritual e social, em condições de coletivos, e a condição peculiar da criança e do
liberdade e de dignidade. adolescente como pessoas em desenvolvimento.

Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei Título II


aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem
Dos Direitos Fundamentais
discriminação de nascimento, situação familiar,
idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, Capítulo I
deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e
Do Direito à Vida e à Saúde
aprendizagem, condição econômica, ambiente
social, região e local de moradia ou outra condição Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a
que diferencie as pessoas, as famílias ou a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de
comunidade em que vivem. (incluído pela Lei nº políticas sociais públicas que permitam o
13.257, de 2016) nascimento e o desenvolvimento sadio e
harmonioso, em condições dignas de existência.

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 1


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Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres o acesso § 7 o A gestante deverá receber orientação sobre
aos programas e às políticas de saúde da mulher e aleitamento materno, alimentação complementar
de planejamento reprodutivo e, às gestantes, saudável e crescimento e desenvolvimento infantil,
nutrição adequada, atenção humanizada à bem como sobre formas de favorecer a criação de
gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento
pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela Lei 2016)
nº 13.257, de 2016)
§ 8 o A gestante tem direito a acompanhamento
§ 1 o O atendimento pré-natal será realizado por saudável durante toda a gestação e a parto natural
profissionais da atenção primária. (Redação dada cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de
pela Lei nº 13.257, de 2016) cesariana e outras intervenções cirúrgicas por
motivos médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
§ 2 o Os profissionais de saúde de referência da
2016)
gestante garantirão sua vinculação, no último
trimestre da gestação, ao estabelecimento em que § 9 o A atenção primária à saúde fará a busca ativa
será realizado o parto, garantido o direito de opção da gestante que não iniciar ou que abandonar as
da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de consultas de pré-natal, bem como da puérpera que
2016) não comparecer às consultas pós-parto. (Incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3 o Os serviços de saúde onde o parto for realizado
assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém- § 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante
nascidos alta hospitalar responsável e e à mulher com filho na primeira infância que se
contrarreferência na atenção primária, bem como encontrem sob custódia em unidade de privação de
o acesso a outros serviços e a grupos de apoio à liberdade, ambiência que atenda às normas
amamentação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde
de 2016) para o acolhimento do filho, em articulação com o
sistema de ensino competente, visando ao
§ 4 o Incumbe ao poder público proporcionar
desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela
assistência psicológica à gestante e à mãe, no
Lei nº 13.257, de 2016)
período pré e pós-natal, inclusive como forma de
prevenir ou minorar as consequências do estado Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de
puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser
2009) Vigência realizada anualmente na semana que incluir o dia
1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar
§ 5 o A assistência referida no § 4 o deste artigo
informações sobre medidas preventivas e
deverá ser prestada também a gestantes e mães
educativas que contribuam para a redução da
que manifestem interesse em entregar seus filhos
incidência da gravidez na adolescência. (Incluído
para adoção, bem como a gestantes e mães que se
pela Lei nº 13.798, de 2019)
encontrem em situação de privação de
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o
2016) disposto no caput deste artigo ficarão a cargo do
poder público, em conjunto com organizações da
§ 6 o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um)
sociedade civil, e serão dirigidas prioritariamente
acompanhante de sua preferência durante o
ao público adolescente. (Incluído pela Lei nº
período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-
13.798, de 2019)
parto imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
2016)

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Art. 9º O poder público, as instituições e os existente. (Incluído pela Lei nº 13.436, de
empregadores propiciarão condições adequadas ao 2017) (Vigência)
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de
submetidas a medida privativa de liberdade.
cuidado voltadas à saúde da criança e do
§ 1 o Os profissionais das unidades primárias de adolescente, por intermédio do Sistema Único de
saúde desenvolverão ações sistemáticas, Saúde, observado o princípio da equidade no
individuais ou coletivas, visando ao planejamento, acesso a ações e serviços para promoção, proteção
à implementação e à avaliação de ações de e recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº
promoção, proteção e apoio ao aleitamento 13.257, de 2016)
materno e à alimentação complementar saudável,
§ 1 o A criança e o adolescente com deficiência
de forma contínua. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
serão atendidos, sem discriminação ou segregação,
2016)
em suas necessidades gerais de saúde e específicas
§ 2 o Os serviços de unidades de terapia intensiva de habilitação e reabilitação. (Redação dada pela
neonatal deverão dispor de banco de leite humano Lei nº 13.257, de 2016)
ou unidade de coleta de leite humano. (Incluído
§ 2 o Incumbe ao poder público fornecer
pela Lei nº 13.257, de 2016)
gratuitamente, àqueles que necessitarem,
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de medicamentos, órteses, próteses e outras
atenção à saúde de gestantes, públicos e tecnologias assistivas relativas ao tratamento,
particulares, são obrigados a: habilitação ou reabilitação para crianças e
adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado
I - manter registro das atividades desenvolvidas,
voltadas às suas necessidades específicas. (Redação
através de prontuários individuais, pelo prazo de
dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
dezoito anos;
§ 3 o Os profissionais que atuam no cuidado diário
II - identificar o recém-nascido mediante o registro
ou frequente de crianças na primeira infância
de sua impressão plantar e digital e da impressão
receberão formação específica e permanente para
digital da mãe, sem prejuízo de outras formas
a detecção de sinais de risco para o
normatizadas pela autoridade administrativa
desenvolvimento psíquico, bem como para o
competente;
acompanhamento que se fizer necessário. (Incluído
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e pela Lei nº 13.257, de 2016)
terapêutica de anormalidades no metabolismo do
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à
recém-nascido, bem como prestar orientação aos
saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia
pais;
intensiva e de cuidados intermediários, deverão
IV - fornecer declaração de nascimento onde proporcionar condições para a permanência em
constem necessariamente as intercorrências do tempo integral de um dos pais ou responsável, nos
parto e do desenvolvimento do neonato; casos de internação de criança ou
adolescente. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao
2016)
neonato a permanência junto à mãe.
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de
VI - acompanhar a prática do processo de
castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e
amamentação, prestando orientações quanto à
de maus-tratos contra criança ou adolescente serão
técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na
obrigatoriamente comunicados ao Conselho
unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já
Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de

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outras providências legais. (Redação dada pela Lei § 4 o A criança com necessidade de cuidados
nº 13.010, de 2014) odontológicos especiais será atendida pelo Sistema
Único de Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
§ 1 o As gestantes ou mães que manifestem
2016)
interesse em entregar seus filhos para adoção serão
obrigatoriamente encaminhadas, sem § 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças,
constrangimento, à Justiça da Infância e da nos seus primeiros dezoito meses de vida, de
Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) protocolo ou outro instrumento construído com a
finalidade de facilitar a detecção, em consulta
§ 2 o Os serviços de saúde em suas diferentes portas
pediátrica de acompanhamento da criança, de risco
de entrada, os serviços de assistência social em seu
para o seu desenvolvimento psíquico. (Incluído pela
componente especializado, o Centro de Referência
Lei nº 13.438, de 2017) (Vigência)
Especializado de Assistência Social (Creas) e os
demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos Capítulo II
da Criança e do Adolescente deverão conferir
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
máxima prioridade ao atendimento das crianças na
faixa etária da primeira infância com suspeita ou Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à
confirmação de violência de qualquer natureza, liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas
formulando projeto terapêutico singular que inclua humanas em processo de desenvolvimento e como
intervenção em rede e, se necessário, sujeitos de direitos civis, humanos e sociais
acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº garantidos na Constituição e nas leis.
13.257, de 2016)
Art. 16. O direito à liberdade compreende os
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá seguintes aspectos:
programas de assistência médica e odontológica
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
para a prevenção das enfermidades que
comunitários, ressalvadas as restrições legais;
ordinariamente afetam a população infantil, e
campanhas de educação sanitária para pais, II - opinião e expressão;
educadores e alunos.
III - crença e culto religioso;
§ 1 oÉ obrigatória a vacinação das crianças nos
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
casos recomendados pelas autoridades
sanitárias. (Renumerado do parágrafo único pela V - participar da vida familiar e comunitária, sem
Lei nº 13.257, de 2016) discriminação;
§ 2 o O Sistema Único de Saúde promoverá a VI - participar da vida política, na forma da lei;
atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes,
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
de forma transversal, integral e intersetorial com as
demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à Art. 17. O direito ao respeito consiste na
criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) inviolabilidade da integridade física, psíquica e
moral da criança e do adolescente, abrangendo a
§ 3 o A atenção odontológica à criança terá função
preservação da imagem, da identidade, da
educativa protetiva e será prestada, inicialmente,
autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos
antes de o bebê nascer, por meio de
espaços e objetos pessoais.
aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no
sexto e no décimo segundo anos de vida, com Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da
orientações sobre saúde bucal. (Incluído pela Lei nº criança e do adolescente, pondo-os a salvo de
13.257, de 2016)

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qualquer tratamento desumano, violento, com a gravidade do caso: (Incluído pela Lei nº
aterrorizante, vexatório ou constrangedor. 13.010, de 2014)
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito I - encaminhamento a programa oficial ou
de ser educados e cuidados sem o uso de castigo comunitário de proteção à família; (Incluído pela
físico ou de tratamento cruel ou degradante, como Lei nº 13.010, de 2014)
formas de correção, disciplina, educação ou
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou
qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos
psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
integrantes da família ampliada, pelos
responsáveis, pelos agentes públicos executores de III - encaminhamento a cursos ou programas de
medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou
IV - obrigação de encaminhar a criança a
protegê-los. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
tratamento especializado; (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera- 13.010, de 2014)
se: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou 2014)
punitiva aplicada com o uso da força física sobre a
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo
criança ou o adolescente que resulte em: (Incluído
serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo
pela Lei nº 13.010, de 2014)
de outras providências legais. (Incluído pela Lei nº
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, 13.010, de 2014)
de 2014)
Capítulo III
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou
Seção I
forma cruel de tratamento em relação à criança ou
ao adolescente que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de Disposições Gerais
2014)
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) criado e educado no seio de sua família e,
excepcionalmente, em família substituta,
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº
assegurada a convivência familiar e comunitária,
13.010, de 2014)
em ambiente que garanta seu desenvolvimento
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) integral. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família § 1 o Toda criança ou adolescente que estiver
ampliada, os responsáveis, os agentes públicos inserido em programa de acolhimento familiar ou
executores de medidas socioeducativas ou institucional terá sua situação reavaliada, no
qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a
e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê- autoridade judiciária competente, com base em
los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel relatório elaborado por equipe interprofissional ou
ou degradante como formas de correção, disciplina, multidisciplinar, decidir de forma fundamentada
educação ou qualquer outro pretexto estarão pela possibilidade de reintegração familiar ou pela
sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às colocação em família substituta, em quaisquer das
seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo modalidades previstas no art. 28 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

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§ 2 o A permanência da criança e do adolescente em § 2 o De posse do relatório, a autoridade judiciária
programa de acolhimento institucional não se poderá determinar o encaminhamento da gestante
prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo ou mãe, mediante sua expressa concordância, à
comprovada necessidade que atenda ao seu rede pública de saúde e assistência social para
superior interesse, devidamente fundamentada atendimento especializado. (Incluído pela Lei nº
pela autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei 13.509, de 2017)
nº 13.509, de 2017)
§ 3 o A busca à família extensa, conforme definida
§ 3 o A manutenção ou a reintegração de criança ou nos termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei,
adolescente à sua família terá preferência em respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias,
relação a qualquer outra providência, caso em que prorrogável por igual período. (Incluído pela Lei nº
será esta incluída em serviços e programas de 13.509, de 2017)
proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1 o do
§ 4 o Na hipótese de não haver a indicação do
art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos
genitor e de não existir outro representante da
incisos I a IV do caput do art. 129 desta
família extensa apto a receber a guarda, a
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
autoridade judiciária competente deverá decretar a
§ 4 o Será garantida a convivência da criança e do extinção do poder familiar e determinar a
adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, colocação da criança sob a guarda provisória de
por meio de visitas periódicas promovidas pelo quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade
responsável ou, nas hipóteses de acolhimento que desenvolva programa de acolhimento familiar
institucional, pela entidade responsável, ou institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
independentemente de autorização judicial. (Incluído 2017)
pela Lei nº 12.962, de 2014)
§ 5 o Após o nascimento da criança, a vontade da
§ 5 o Será garantida a convivência integral da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai
criança com a mãe adolescente que estiver em registral ou pai indicado, deve ser manifestada na
acolhimento institucional. (Incluído pela Lei nº audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 desta
13.509, de 2017) Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6 o A mãe adolescente será assistida por equipe
especializada multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº § 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência
13.509, de 2017) nem o genitor nem representante da família
extensa para confirmar a intenção de exercer o
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste
poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária
interesse em entregar seu filho para adoção, antes
suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança
ou logo após o nascimento, será encaminhada à
será colocada sob a guarda provisória de quem
Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei
esteja habilitado a adotá-la. (Incluído pela Lei nº
nº 13.509, de 2017)
13.509, de 2017)
§ 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe
§ 7 o Os detentores da guarda possuem o prazo de
interprofissional da Justiça da Infância e da
15 (quinze) dias para propor a ação de adoção,
Juventude, que apresentará relatório à autoridade
contado do dia seguinte à data do término do
judiciária, considerando inclusive os eventuais
estágio de convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509,
efeitos do estado gestacional e puerperal. (Incluído
de 2017)
pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 8 o Na hipótese de desistência pelos genitores -
manifestada em audiência ou perante a equipe

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interprofissional - da entrega da criança após o de reinserção familiar ou colocação em família
nascimento, a criança será mantida com os adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
genitores, e será determinado pela Justiça da
§ 5 o Os programas ou serviços de apadrinhamento
Infância e da Juventude o acompanhamento
apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude
familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta)
poderão ser executados por órgãos públicos ou por
dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
organizações da sociedade civil. (Incluído pela Lei
§ 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nº 13.509, de 2017)
nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta
§ 6 o Se ocorrer violação das regras de
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém- pelos serviços de acolhimento deverão
nascidos e crianças acolhidas não procuradas por imediatamente notificar a autoridade judiciária
suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a competente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
partir do dia do acolhimento. (Incluído pela Lei nº
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do
13.509, de 2017)
casamento, ou por adoção, terão os mesmos
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa direitos e qualificações, proibidas quaisquer
de acolhimento institucional ou familiar poderão designações discriminatórias relativas à filiação.
participar de programa de
Art. 21. O poder familiar será exercido, em
apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na
2017)
forma do que dispuser a legislação civil, assegurado
§ 1 o O apadrinhamento consiste em estabelecer e a qualquer deles o direito de, em caso de
proporcionar à criança e ao adolescente vínculos discordância, recorrer à autoridade judiciária
externos à instituição para fins de convivência competente para a solução da
familiar e comunitária e colaboração com o seu divergência. (Expressão substituída pela Lei nº
desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, 12.010, de 2009) Vigência
cognitivo, educacional e financeiro. (Incluído pela
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento,
Lei nº 13.509, de 2017)
guarda e educação dos filhos menores, cabendo-
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de
maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
cadastros de adoção, desde que cumpram os
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis,
requisitos exigidos pelo programa de
têm direitos iguais e deveres e responsabilidades
apadrinhamento de que fazem parte. (Incluído pela
compartilhados no cuidado e na educação da
Lei nº 13.509, de 2017)
criança, devendo ser resguardado o direito de
§ 3 o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou transmissão familiar de suas crenças e culturas,
adolescente a fim de colaborar para o seu assegurados os direitos da criança estabelecidos
desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
2017)
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais
§ 4 oO perfil da criança ou do adolescente a ser não constitui motivo suficiente para a perda ou a
apadrinhado será definido no âmbito de cada suspensão do poder familiar . (Expressão
programa de apadrinhamento, com prioridade para substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
crianças ou adolescentes com remota possibilidade
§ 1 o Não existindo outro motivo que por si só
autorize a decretação da medida, a criança ou o

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adolescente será mantido em sua família de Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é
origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída direito personalíssimo, indisponível e
em serviços e programas oficiais de proteção, apoio imprescritível, podendo ser exercitado contra os
e promoção. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição,
2016) observado o segredo de Justiça.
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não Seção III
implicará a destituição do poder familiar, exceto na
Da Família Substituta
hipótese de condenação por crime doloso sujeito à
pena de reclusão contra outrem igualmente titular Subseção I
do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou
Disposições Gerais
outro descendente. (Redação dada pela Lei nº
13.715, de 2018) Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á
mediante guarda, tutela ou adoção,
Art. 24. A perda e a suspensão do poder
independentemente da situação jurídica da criança
familiar serão decretadas judicialmente, em
ou adolescente, nos termos desta Lei.
procedimento contraditório, nos casos previstos na
legislação civil, bem como na hipótese de § 1 o Sempre que possível, a criança ou o
descumprimento injustificado dos deveres e adolescente será previamente ouvido por equipe
obrigações a que alude o art. 22. (Expressão interprofissional, respeitado seu estágio de
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
implicações da medida, e terá sua opinião
Seção II
devidamente considerada. (Redação dada pela Lei
Da Família Natural nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 25. Entende-se por família natural a § 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de
comunidade formada pelos pais ou qualquer deles idade, será necessário seu consentimento, colhido
e seus descendentes. em audiência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou
ampliada aquela que se estende para além da § 3 o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o
unidade pais e filhos ou da unidade do casal, grau de parentesco e a relação de afinidade ou de
formada por parentes próximos com os quais a afetividade, a fim de evitar ou minorar as
criança ou adolescente convive e mantém vínculos consequências decorrentes da medida. (Incluído
de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência
§ 4 o Os grupos de irmãos serão colocados sob
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento adoção, tutela ou guarda da mesma família
poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou substituta, ressalvada a comprovada existência de
separadamente, no próprio termo de nascimento, risco de abuso ou outra situação que justifique
por testamento, mediante escritura ou outro plenamente a excepcionalidade de solução diversa,
documento público, qualquer que seja a origem da procurando-se, em qualquer caso, evitar o
filiação. rompimento definitivo dos vínculos
fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder
2009) Vigência
o nascimento do filho ou suceder-lhe ao
falecimento, se deixar descendentes. § 5 o A colocação da criança ou adolescente em
família substituta será precedida de sua preparação

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 8


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gradativa e acompanhamento posterior, realizados Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o
pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da responsável prestará compromisso de bem e
Infância e da Juventude, preferencialmente com o fielmente desempenhar o encargo, mediante
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da termo nos autos.
política municipal de garantia do direito à
Subseção II
convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência Da Guarda
§ 6 o Em se tratando de criança ou adolescente Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência
indígena ou proveniente de comunidade material, moral e educacional à criança ou
remanescente de quilombo, é ainda adolescente, conferindo a seu detentor o direito de
obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide Lei nº
2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
I - que sejam consideradas e respeitadas sua § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de
identidade social e cultural, os seus costumes e fato, podendo ser deferida, liminar ou
tradições, bem como suas instituições, desde que incidentalmente, nos procedimentos de tutela e
não sejam incompatíveis com os direitos adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora
Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010,
dos casos de tutela e adoção, para atender a
de 2009) Vigência
situações peculiares ou suprir a falta eventual dos
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente pais ou responsável, podendo ser deferido o direito
no seio de sua comunidade ou junto a membros da de representação para a prática de atos
mesma etnia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de determinados.
2009) Vigência
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a
III - a intervenção e oitiva de representantes do condição de dependente, para todos os fins e
órgão federal responsável pela política indigenista, efeitos de direito, inclusive previdenciários.
no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de
§ 4 o Salvo expressa e fundamentada determinação
antropólogos, perante a equipe interprofissional ou
em contrário, da autoridade judiciária competente,
multidisciplinar que irá acompanhar o
ou quando a medida for aplicada em preparação
caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
para adoção, o deferimento da guarda de criança
Art. 29. Não se deferirá colocação em família ou adolescente a terceiros não impede o exercício
substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, do direito de visitas pelos pais, assim como o dever
incompatibilidade com a natureza da medida ou de prestar alimentos, que serão objeto de
não ofereça ambiente familiar adequado. regulamentação específica, a pedido do
interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela
Art. 30. A colocação em família substituta não
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
admitirá transferência da criança ou adolescente a
terceiros ou a entidades governamentais ou não- Art. 34. O poder público estimulará, por meio de
governamentais, sem autorização judicial. assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o
acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
Art. 31. A colocação em família substituta
adolescente afastado do convívio
estrangeira constitui medida excepcional, somente
familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
admissível na modalidade de adoção.
2009) Vigência

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§ 1 o A inclusão da criança ou adolescente em Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou
programas de acolhimento familiar terá preferência qualquer documento autêntico, conforme previsto
a seu acolhimento institucional, observado, em no parágrafo único do art. 1.729 da Lei n o 10.406,
qualquer caso, o caráter temporário e excepcional de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil , deverá, no
da medida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da
nº 12.010, de 2009) sucessão, ingressar com pedido destinado ao
controle judicial do ato, observando o
§ 2 o Na hipótese do § 1 o deste artigo a pessoa ou
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta
casal cadastrado no programa de acolhimento
Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
familiar poderá receber a criança ou adolescente
2009) Vigência
mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28
a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão
2009) Vigência observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29
desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa
§ 3 o A União apoiará a implementação de serviços
indicada na disposição de última vontade, se restar
de acolhimento em família acolhedora como
comprovado que a medida é vantajosa ao
política pública, os quais deverão dispor de equipe
tutelando e que não existe outra pessoa em
que organize o acolhimento temporário de crianças
melhores condições de assumi-la. (Redação dada
e de adolescentes em residências de famílias
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
selecionadas, capacitadas e acompanhadas que
não estejam no cadastro de adoção. (Incluído pela Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto
Lei nº 13.257, de 2016) no art. 24.
§ 4 o Poderão ser utilizados recursos federais, Subseção IV
estaduais, distritais e municipais para a
Da Adoção
manutenção dos serviços de acolhimento em
família acolhedora, facultando-se o repasse de Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-
recursos para a própria família se-á segundo o disposto nesta Lei.
acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 1 o A adoção é medida excepcional e irrevogável,
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer à qual se deve recorrer apenas quando esgotados
tempo, mediante ato judicial fundamentado, os recursos de manutenção da criança ou
ouvido o Ministério Público. adolescente na família natural ou extensa, na forma
do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído
Subseção III
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Da Tutela
§ 2 o É vedada a adoção por procuração. (Incluído
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos
§ 3 o Em caso de conflito entre direitos e interesses
incompletos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
do adotando e de outras pessoas, inclusive seus
2009) Vigência
pais biológicos, devem prevalecer os direitos e os
Parágrafo único. O deferimento da tutela interesses do adotando. (Incluído pela Lei nº
pressupõe a prévia decretação da perda ou 13.509, de 2017)
suspensão do poder familiar e implica
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo,
necessariamente o dever de guarda. (Expressão
dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
sob a guarda ou tutela dos adotantes.

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Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao janeiro de 2002 - Código Civil . (Redação dada pela
adotado, com os mesmos direitos e deveres, Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer
§ 6 o A adoção poderá ser deferida ao adotante que,
vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos
após inequívoca manifestação de vontade, vier a
matrimoniais.
falecer no curso do procedimento, antes de
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o prolatada a sentença. (Incluído pela Lei nº 12.010,
filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação de 2009) Vigência
entre o adotado e o cônjuge ou concubino do
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar
adotante e os respectivos parentes.
reais vantagens para o adotando e fundar-se em
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o motivos legítimos.
adotado, seus descendentes, o adotante, seus
Art. 44. Enquanto não der conta de sua
ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º
administração e saldar o seu alcance, não pode o
grau, observada a ordem de vocação hereditária.
tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado.
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito)
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos
anos, independentemente do estado
pais ou do representante legal do adotando.
civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 1º. O consentimento será dispensado em relação
à criança ou adolescente cujos pais sejam
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos
desconhecidos ou tenham sido destituídos
do adotando.
do poder familiar . (Expressão substituída pela Lei
§ 2 o Para adoção conjunta, é indispensável que os nº 12.010, de 2009) Vigência
adotantes sejam casados civilmente ou
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze
mantenham união estável, comprovada a
anos de idade, será também necessário o seu
estabilidade da família. (Redação dada pela Lei nº
consentimento.
12.010, de 2009) Vigência
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis
convivência com a criança ou adolescente, pelo
anos mais velho do que o adotando.
prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a
§ 4 o Os divorciados, os judicialmente separados e idade da criança ou adolescente e as peculiaridades
os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, do caso. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
contanto que acordem sobre a guarda e o regime
§ 1 o O estágio de convivência poderá ser
de visitas e desde que o estágio de convivência
dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou
tenha sido iniciado na constância do período de
guarda legal do adotante durante tempo suficiente
convivência e que seja comprovada a existência de
para que seja possível avaliar a conveniência da
vínculos de afinidade e afetividade com aquele não
constituição do vínculo. (Redação dada pela Lei nº
detentor da guarda, que justifiquem a
12.010, de 2009) Vigência
excepcionalidade da concessão. (Redação dada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2 o A simples guarda de fato não autoriza, por si
só, a dispensa da realização do estágio de
§ 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, desde que
convivência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
demonstrado efetivo benefício ao adotando, será
2009) Vigência
assegurada a guarda compartilhada, conforme
previsto no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de 10 de § 2 o -A. O prazo máximo estabelecido
no caput deste artigo pode ser prorrogado por até

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igual período, mediante decisão fundamentada da § 3 o A pedido do adotante, o novo registro poderá
autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, ser lavrado no Cartório do Registro Civil do
de 2017) Município de sua residência. (Redação dada pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal
residente ou domiciliado fora do País, o estágio de § 4 o Nenhuma observação sobre a origem do ato
convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, poderá constar nas certidões do registro. (Redação
no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
por até igual período, uma única vez, mediante
§ 5 o A sentença conferirá ao adotado o nome do
decisão fundamentada da autoridade
adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá
judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
determinar a modificação do prenome. (Redação
2017)
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3 o -A. Ao final do prazo previsto no § 3 o deste
§ 6 o Caso a modificação de prenome seja requerida
artigo, deverá ser apresentado laudo
pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando,
fundamentado pela equipe mencionada no §
observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28
4 o deste artigo, que recomendará ou não o
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
deferimento da adoção à autoridade
2009) Vigência
judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do
§ 4 o O estágio de convivência será acompanhado
trânsito em julgado da sentença constitutiva,
pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da
exceto na hipótese prevista no § 6 o do art. 42 desta
Infância e da Juventude, preferencialmente com
Lei, caso em que terá força retroativa à data do
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
óbito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
política de garantia do direito à convivência
2009) Vigência
familiar, que apresentarão relatório minucioso
acerca da conveniência do deferimento da § 8 o O processo relativo à adoção assim como
medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de outros a ele relacionados serão mantidos em
2009) Vigência arquivo, admitindo-se seu armazenamento em
microfilme ou por outros meios, garantida a sua
§ 5 o O estágio de convivência será cumprido no
conservação para consulta a qualquer
território nacional, preferencialmente na comarca
tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de residência da criança ou adolescente, ou, a
2009) Vigência
critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em
qualquer hipótese, a competência do juízo da § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de
comarca de residência da criança. (Incluído pela Lei adoção em que o adotando for criança ou
nº 13.509, de 2017) adolescente com deficiência ou com doença
crônica. (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014)
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por
sentença judicial, que será inscrita no registro civil § 10. O prazo máximo para conclusão da ação de
mediante mandado do qual não se fornecerá adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável
certidão. uma única vez por igual período, mediante decisão
fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes
pela Lei nº 13.509, de 2017)
como pais, bem como o nome de seus ascendentes.
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado,
origem biológica, bem como de obter acesso
cancelará o registro original do adotado.
irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada

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e seus eventuais incidentes, após completar 18 familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
(dezoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, 2009) Vigência
de 2009) Vigência
§ 5 o Serão criados e implementados cadastros
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção estaduais e nacional de crianças e adolescentes em
poderá ser também deferido ao adotado menor de condições de serem adotados e de pessoas ou
18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada casais habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº
orientação e assistência jurídica e 12.010, de 2009) Vigência
psicológica. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 6 o Haverá cadastros distintos para pessoas ou
2009) Vigência
casais residentes fora do País, que somente serão
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece consultados na inexistência de postulantes
o poder familiar dos pais naturais. (Expressão nacionais habilitados nos cadastros mencionados
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência no § 5 o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada
comarca ou foro regional, um registro de crianças e § 7 o As autoridades estaduais e federais em
adolescentes em condições de serem adotados e matéria de adoção terão acesso integral aos
outro de pessoas interessadas na adoção. (Vide Lei cadastros, incumbindo-lhes a troca de informações
nº 12.010, de 2009) Vigência e a cooperação mútua, para melhoria do
sistema. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após
2009) Vigência
prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado,
ouvido o Ministério Público. § 8 o A autoridade judiciária providenciará, no prazo
de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado
crianças e adolescentes em condições de serem
não satisfizer os requisitos legais, ou verificada
adotados que não tiveram colocação familiar na
qualquer das hipóteses previstas no art. 29.
comarca de origem, e das pessoas ou casais que
§ 3 o A inscrição de postulantes à adoção será tiveram deferida sua habilitação à adoção nos
precedida de um período de preparação cadastros estadual e nacional referidos no §
psicossocial e jurídica, orientado pela equipe 5 o deste artigo, sob pena de
técnica da Justiça da Infância e da Juventude, responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
preferencialmente com apoio dos técnicos 2009) Vigência
responsáveis pela execução da política municipal de
§ 9 o Compete à Autoridade Central Estadual zelar
garantia do direito à convivência familiar. (Incluído
pela manutenção e correta alimentação dos
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cadastros, com posterior comunicação à
§ 4 o Sempre que possível e recomendável, a Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluído pela
preparação referida no § 3 o deste artigo incluirá o Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
contato com crianças e adolescentes em
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a
acolhimento familiar ou institucional em condições
ausência de pretendentes habilitados residentes no
de serem adotados, a ser realizado sob a
País com perfil compatível e interesse manifesto
orientação, supervisão e avaliação da equipe
pela adoção de criança ou adolescente inscrito nos
técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com
cadastros existentes, será realizado o
apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de
encaminhamento da criança ou adolescente à
acolhimento e pela execução da política municipal
adoção internacional. (Redação dada pela Lei nº
de garantia do direito à convivência
13.509, de 2017)

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§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela
interessado em sua adoção, a criança ou o na qual o pretendente possui residência habitual
adolescente, sempre que possível e recomendável, em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de maio
será colocado sob guarda de família cadastrada em de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à
programa de acolhimento familiar. (Incluído pela Cooperação em Matéria de Adoção Internacional,
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência promulgada pelo Decreto n o 3.087, de 21 junho de
1999 , e deseja adotar criança em outro país-parte
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação
da Convenção. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
criteriosa dos postulantes à adoção serão
de 2017)
fiscalizadas pelo Ministério Público. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1 o A adoção internacional de criança ou
adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em
somente terá lugar quando restar
favor de candidato domiciliado no Brasil não
comprovado: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
cadastrado previamente nos termos desta Lei
2009) Vigência
quando: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência I - que a colocação em família adotiva é a solução
adequada ao caso concreto; (Redação dada pela Lei
I - se tratar de pedido de adoção
nº 13.509, de 2017)
unilateral; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência II - que foram esgotadas todas as possibilidades de
colocação da criança ou adolescente em família
II - for formulada por parente com o qual a criança
adotiva brasileira, com a comprovação, certificada
ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e
nos autos, da inexistência de adotantes habilitados
afetividade; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
residentes no Brasil com perfil compatível com a
2009) Vigência
criança ou adolescente, após consulta aos
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou cadastros mencionados nesta Lei; (Redação dada
guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou pela Lei nº 13.509, de 2017)
adolescente, desde que o lapso de tempo de
III - que, em se tratando de adoção de adolescente,
convivência comprove a fixação de laços de
este foi consultado, por meios adequados ao seu
afinidade e afetividade, e não seja constatada a
estágio de desenvolvimento, e que se encontra
ocorrência de má-fé ou qualquer das situações
preparado para a medida, mediante parecer
previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído
elaborado por equipe interprofissional, observado
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o candidato deverá comprovar, no curso do
§ 2 o Os brasileiros residentes no exterior terão
procedimento, que preenche os requisitos
preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção
necessários à adoção, conforme previsto nesta
internacional de criança ou adolescente
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a 2009) Vigência
pessoas interessadas em adotar criança ou
§ 3 o A adoção internacional pressupõe a
adolescente com deficiência, com doença crônica
intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e
ou com necessidades específicas de saúde, além de
Federal em matéria de adoção
grupo de irmãos. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
internacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2017)
2009) Vigência

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§ 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de juramentado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência 2009) Vigência
Art. 52. A adoção internacional observará o VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta exigências e solicitar complementação sobre o
Lei, com as seguintes adaptações: (Redação dada estudo psicossocial do postulante estrangeiro à
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adoção, já realizado no país de acolhida; (Incluída
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em
adotar criança ou adolescente brasileiro, deverá VII - verificada, após estudo realizado pela
formular pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade Central Estadual, a compatibilidade da
Autoridade Central em matéria de adoção legislação estrangeira com a nacional, além do
internacional no país de acolhida, assim entendido preenchimento por parte dos postulantes à medida
aquele onde está situada sua residência dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao
habitual; (Incluída pela Lei nº 12.010, de seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei
2009) Vigência como da legislação do país de acolhida, será
expedido laudo de habilitação à adoção
II - se a Autoridade Central do país de acolhida
internacional, que terá validade por, no máximo, 1
considerar que os solicitantes estão habilitados e
(um) ano; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
aptos para adotar, emitirá um relatório que
2009) Vigência
contenha informações sobre a identidade, a
capacidade jurídica e adequação dos solicitantes VIII - de posse do laudo de habilitação, o
para adotar, sua situação pessoal, familiar e interessado será autorizado a formalizar pedido de
médica, seu meio social, os motivos que os animam adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude
e sua aptidão para assumir uma adoção do local em que se encontra a criança ou
internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de adolescente, conforme indicação efetuada pela
2009) Vigência Autoridade Central Estadual. (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará
o relatório à Autoridade Central Estadual, com § 1 o Se a legislação do país de acolhida assim o
cópia para a Autoridade Central Federal autorizar, admite-se que os pedidos de habilitação
Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de à adoção internacional sejam intermediados por
2009) Vigência organismos credenciados. (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
IV - o relatório será instruído com toda a
documentação necessária, incluindo estudo § 2 o Incumbe à Autoridade Central Federal
psicossocial elaborado por equipe interprofissional Brasileira o credenciamento de organismos
habilitada e cópia autenticada da legislação nacionais e estrangeiros encarregados de
pertinente, acompanhada da respectiva prova de intermediar pedidos de habilitação à adoção
vigência; (Incluída pela Lei nº 12.010, de internacional, com posterior comunicação às
2009) Vigência Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos
órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da
V - os documentos em língua estrangeira serão
internet. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
devidamente autenticados pela autoridade
2009) Vigência
consular, observados os tratados e convenções
internacionais, e acompanhados da respectiva § 3 o Somente será admissível o credenciamento de
tradução, por tradutor público organismos que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

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I - sejam oriundos de países que ratificaram a III - estar submetidos à supervisão das autoridades
Convenção de Haia e estejam devidamente competentes do país onde estiverem sediados e no
credenciados pela Autoridade Central do país onde país de acolhida, inclusive quanto à sua
estiverem sediados e no país de acolhida do composição, funcionamento e situação
adotando para atuar em adoção internacional no financeira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
Brasil; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
IV - apresentar à Autoridade Central Federal
II - satisfizerem as condições de integridade moral, Brasileira, a cada ano, relatório geral das atividades
competência profissional, experiência e desenvolvidas, bem como relatório de
responsabilidade exigidas pelos países respectivos acompanhamento das adoções internacionais
e pela Autoridade Central Federal efetuadas no período, cuja cópia será encaminhada
Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de ao Departamento de Polícia Federal; (Incluída pela
2009) Vigência Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a
formação e experiência para atuar na área de Autoridade Central Estadual, com cópia para a
adoção internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período
de 2009) Vigência mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será
mantido até a juntada de cópia autenticada do
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo
registro civil, estabelecendo a cidadania do país de
ordenamento jurídico brasileiro e pelas normas
acolhida para o adotado; (Incluída pela Lei nº
estabelecidas pela Autoridade Central Federal
12.010, de 2009) Vigência
Brasileira. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência VI - tomar as medidas necessárias para garantir que
os adotantes encaminhem à Autoridade Central
§ 4 o Os organismos credenciados deverão
Federal Brasileira cópia da certidão de registro de
ainda: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
nascimento estrangeira e do certificado de
2009) Vigência
nacionalidade tão logo lhes sejam
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas concedidos. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
condições e dentro dos limites fixados pelas 2009) Vigência
autoridades competentes do país onde estiverem
§ 5 o A não apresentação dos relatórios referidos no
sediados, do país de acolhida e pela Autoridade
§ 4 o deste artigo pelo organismo credenciado
Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº
poderá acarretar a suspensão de seu
12.010, de 2009) Vigência
credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
II - ser dirigidos e administrados por pessoas 2009) Vigência
qualificadas e de reconhecida idoneidade moral,
§ 6 o O credenciamento de organismo nacional ou
com comprovada formação ou experiência para
estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de
atuar na área de adoção internacional, cadastradas
adoção internacional terá validade de 2 (dois)
pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas
anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
pela Autoridade Central Federal Brasileira,
2009) Vigência
mediante publicação de portaria do órgão federal
competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de § 7 o A renovação do credenciamento poderá ser
2009) Vigência concedida mediante requerimento protocolado na
Autoridade Central Federal Brasileira nos 60
(sessenta) dias anteriores ao término do respectivo

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prazo de validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de acolhimento institucional ou familiar, assim como
2009) Vigência com crianças e adolescentes em condições de
serem adotados, sem a devida autorização
§ 8 o Antes de transitada em julgado a decisão que
judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
concedeu a adoção internacional, não será
2009) Vigência
permitida a saída do adotando do território
nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 15. A Autoridade Central Federal Brasileira
2009) Vigência poderá limitar ou suspender a concessão de novos
credenciamentos sempre que julgar necessário,
§ 9 o Transitada em julgado a decisão, a autoridade
mediante ato administrativo
judiciária determinará a expedição de alvará com
fundamentado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
autorização de viagem, bem como para obtenção
2009) Vigência
de passaporte, constando, obrigatoriamente, as
características da criança ou adolescente adotado, Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade
como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços e descredenciamento, o repasse de recursos
peculiares, assim como foto recente e a aposição da provenientes de organismos estrangeiros
impressão digital do seu polegar direito, instruindo encarregados de intermediar pedidos de adoção
o documento com cópia autenticada da decisão e internacional a organismos nacionais ou a pessoas
certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei físicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira Parágrafo único. Eventuais repasses somente
poderá, a qualquer momento, solicitar informações poderão ser efetuados via Fundo dos Direitos da
sobre a situação das crianças e adolescentes Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às
adotados (Incluído pela Lei nº 12.010, de deliberações do respectivo Conselho de Direitos da
2009) Vigência Criança e do Adolescente (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 11. A cobrança de valores por parte dos
organismos credenciados, que sejam considerados Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no
abusivos pela Autoridade Central Federal Brasileira exterior em país ratificante da Convenção de Haia,
e que não estejam devidamente comprovados, é cujo processo de adoção tenha sido processado em
causa de seu descredenciamento. (Incluído pela Lei conformidade com a legislação vigente no país de
nº 12.010, de 2009) Vigência residência e atendido o disposto na Alínea “c” do
Artigo 17 da referida Convenção, será
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não
automaticamente recepcionada com o reingresso
podem ser representados por mais de uma
no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
entidade credenciada para atuar na cooperação em
2009) Vigência
adoção internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência § 1 o Caso não tenha sido atendido o disposto na
Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia,
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou
deverá a sentença ser homologada pelo Superior
domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de
Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
1 (um) ano, podendo ser renovada. (Incluído pela
2009) Vigência
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2 o O pretendente brasileiro residente no exterior
§ 14. É vedado o contato direto de representantes
em país não ratificante da Convenção de Haia, uma
de organismos de adoção, nacionais ou
vez reingressado no Brasil, deverá requerer a
estrangeiros, com dirigentes de programas de
homologação da sentença estrangeira pelo

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Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº Capítulo IV
12.010, de 2009) Vigência
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Lazer
Brasil for o país de acolhida, a decisão da
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à
autoridade competente do país de origem da
educação, visando ao pleno desenvolvimento de
criança ou do adolescente será conhecida pela
sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e
Autoridade Central Estadual que tiver processado o
qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
pedido de habilitação dos pais adotivos, que
comunicará o fato à Autoridade Central Federal e I - igualdade de condições para o acesso e
determinará as providências necessárias à permanência na escola;
expedição do Certificado de Naturalização
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência III - direito de contestar critérios avaliativos,
podendo recorrer às instâncias escolares
§ 1 o A Autoridade Central Estadual, ouvido o
superiores;
Ministério Público, somente deixará de reconhecer
os efeitos daquela decisão se restar demonstrado IV - direito de organização e participação em
que a adoção é manifestamente contrária à ordem entidades estudantis;
pública ou não atende ao interesse superior da
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de
criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº
sua residência, garantindo-se vagas no mesmo
12.010, de 2009) Vigência
estabelecimento a irmãos que frequentem a
§ 2 o Na hipótese de não reconhecimento da mesma etapa ou ciclo de ensino da educação
adoção, prevista no § 1 o deste artigo, o Ministério básica. (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019)
Público deverá imediatamente requerer o que for
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis
de direito para resguardar os interesses da criança
ter ciência do processo pedagógico, bem como
ou do adolescente, comunicando-se as
participar da definição das propostas educacionais.
providências à Autoridade Central Estadual, que
fará a comunicação à Autoridade Central Federal Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e
Brasileira e à Autoridade Central do país de agremiações recreativas e de estabelecimentos
origem. (Incluído pela Lei nº 12.010, de congêneres assegurar medidas de conscientização,
2009) Vigência prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência
de drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o
2019)
Brasil for o país de acolhida e a adoção não tenha
sido deferida no país de origem porque a sua Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao
legislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda, adolescente:
na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito,
adolescente ser oriundo de país que não tenha
inclusive para os que a ele não tiveram acesso na
aderido à Convenção referida, o processo de
idade própria;
adoção seguirá as regras da adoção
nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de II - progressiva extensão da obrigatoriedade e
2009) Vigência gratuidade ao ensino médio;

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III - atendimento educacional especializado aos crianças e adolescentes excluídos do ensino
portadores de deficiência, preferencialmente na fundamental obrigatório.
rede regular de ensino;
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os
IV – atendimento em creche e pré-escola às valores culturais, artísticos e históricos próprios do
crianças de zero a cinco anos de idade; (Redação contexto social da criança e do adolescente,
dada pela Lei nº 13.306, de 2016) garantindo-se a estes a liberdade da criação e o
acesso às fontes de cultura.
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
pesquisa e da criação artística, segundo a Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da
capacidade de cada um; União, estimularão e facilitarão a destinação de
recursos e espaços para programações culturais,
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
esportivas e de lazer voltadas para a infância e a
condições do adolescente trabalhador;
juventude.
VII - atendimento no ensino fundamental, através
Capítulo V
de programas suplementares de material didático-
escolar, transporte, alimentação e assistência à Do Direito à Profissionalização e à Proteção no
saúde. Trabalho
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de
direito público subjetivo. quatorze anos de idade, salvo na condição de
aprendiz. (Vide Constituição Federal)
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo
poder público ou sua oferta irregular importa Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é
responsabilidade da autoridade competente. regulada por legislação especial, sem prejuízo do
disposto nesta Lei.
§ 3º Compete ao poder público recensear os
educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação
chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, técnico-profissional ministrada segundo as
pela freqüência à escola. diretrizes e bases da legislação de educação em
vigor.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá
ensino. aos seguintes princípios:
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao
ensino fundamental comunicarão ao Conselho ensino regular;
Tutelar os casos de:
II - atividade compatível com o desenvolvimento do
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; adolescente;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão III - horário especial para o exercício das atividades.
escolar, esgotados os recursos escolares;
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade
III - elevados níveis de repetência. é assegurada bolsa de aprendizagem.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de
experiências e novas propostas relativas a quatorze anos, são assegurados os direitos
calendário, seriação, currículo, metodologia, trabalhistas e previdenciários.
didática e avaliação, com vistas à inserção de

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Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é Título III
assegurado trabalho protegido.
Da Prevenção
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em
Capítulo I
regime familiar de trabalho, aluno de escola
técnica, assistido em entidade governamental ou Disposições Gerais
não-governamental, é vedado trabalho:
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de ameaça ou violação dos direitos da criança e do
um dia e as cinco horas do dia seguinte; adolescente.
II - perigoso, insalubre ou penoso; Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios deverão atuar de forma articulada na
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação
elaboração de políticas públicas e na execução de
e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e
ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou
social;
de tratamento cruel ou degradante e difundir
IV - realizado em horários e locais que não formas não violentas de educação de crianças e de
permitam a freqüência à escola. adolescentes, tendo como principais
ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 68. O programa social que tenha por base o
trabalho educativo, sob responsabilidade de I - a promoção de campanhas educativas
entidade governamental ou não-governamental permanentes para a divulgação do direito da
sem fins lucrativos, deverá assegurar ao criança e do adolescente de serem educados e
adolescente que dele participe condições de cuidados sem o uso de castigo físico ou de
capacitação para o exercício de atividade regular tratamento cruel ou degradante e dos
remunerada. instrumentos de proteção aos direitos
humanos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade
laboral em que as exigências pedagógicas relativas II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário,
ao desenvolvimento pessoal e social do educando do Ministério Público e da Defensoria Pública, com
prevalecem sobre o aspecto produtivo. o Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos
da Criança e do Adolescente e com as entidades não
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo
governamentais que atuam na promoção, proteção
trabalho efetuado ou a participação na venda dos
e defesa dos direitos da criança e do
produtos de seu trabalho não desfigura o caráter
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
educativo.
III - a formação continuada e a capacitação dos
Art. 69. O adolescente tem direito à
profissionais de saúde, educação e assistência
profissionalização e à proteção no trabalho,
social e dos demais agentes que atuam na
observados os seguintes aspectos, entre outros:
promoção, proteção e defesa dos direitos da
I - respeito à condição peculiar de pessoa em criança e do adolescente para o desenvolvimento
desenvolvimento; das competências necessárias à prevenção, à
identificação de evidências, ao diagnóstico e ao
II - capacitação profissional adequada ao mercado
enfrentamento de todas as formas de violência
de trabalho.
contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei
nº 13.010, de 2014)

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IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a
pacífica de conflitos que envolvam violência contra informação, cultura, lazer, esportes, diversões,
a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº espetáculos e produtos e serviços que respeitem
13.010, de 2014) sua condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento.
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que
visem a garantir os direitos da criança e do Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não
adolescente, desde a atenção pré-natal, e de excluem da prevenção especial outras decorrentes
atividades junto aos pais e responsáveis com o dos princípios por ela adotados.
objetivo de promover a informação, a reflexão, o
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção
debate e a orientação sobre alternativas ao uso de
importará em responsabilidade da pessoa física ou
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante
jurídica, nos termos desta Lei.
no processo educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010,
de 2014) Capítulo II
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais Da Prevenção Especial
para a articulação de ações e a elaboração de
Seção I
planos de atuação conjunta focados nas famílias em
situação de violência, com participação de Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões
profissionais de saúde, de assistência social e de e Espetáculos
educação e de órgãos de promoção, proteção e
Art. 74. O poder público, através do órgão
defesa dos direitos da criança e do
competente, regulará as diversões e espetáculos
adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
públicos, informando sobre a natureza deles, as
Parágrafo único. As famílias com crianças e faixas etárias a que não se recomendem, locais e
adolescentes com deficiência terão prioridade de horários em que sua apresentação se mostre
atendimento nas ações e políticas públicas de inadequada.
prevenção e proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010,
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e
de 2014)
espetáculos públicos deverão afixar, em lugar
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que visível e de fácil acesso, à entrada do local de
atuem nas áreas a que se refere o art. 71, dentre exibição, informação destacada sobre a natureza
outras, devem contar, em seus quadros, com do espetáculo e a faixa etária especificada no
pessoas capacitadas a reconhecer e comunicar ao certificado de classificação.
Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às
praticados contra crianças e adolescentes. (Incluído
diversões e espetáculos públicos classificados como
pela Lei nº 13.046, de 2014)
adequados à sua faixa etária.
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos
comunicação de que trata este artigo, as pessoas
somente poderão ingressar e permanecer nos
encarregadas, por razão de cargo, função, ofício,
locais de apresentação ou exibição quando
ministério, profissão ou ocupação, do cuidado,
acompanhadas dos pais ou responsável.
assistência ou guarda de crianças e adolescentes,
punível, na forma deste Estatuto, o injustificado Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente
retardamento ou omissão, culposos ou exibirão, no horário recomendado para o público
dolosos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014) infanto juvenil, programas com finalidades
educativas, artísticas, culturais e informativas.

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Parágrafo único. Nenhum espetáculo será III - produtos cujos componentes possam causar
apresentado ou anunciado sem aviso de sua dependência física ou psíquica ainda que por
classificação, antes de sua transmissão, utilização indevida;
apresentação ou exibição.
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam
funcionários de empresas que explorem a venda ou incapazes de provocar qualquer dano físico em caso
aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão de utilização indevida;
para que não haja venda ou locação em desacordo
V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
com a classificação atribuída pelo órgão
competente. VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou
deverão exibir, no invólucro, informação sobre a adolescente em hotel, motel, pensão ou
natureza da obra e a faixa etária a que se destinam. estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou
acompanhado pelos pais ou responsável.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material
impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes Seção III
deverão ser comercializadas em embalagem
Da Autorização para Viajar
lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as
de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da
capas que contenham mensagens pornográficas ou
comarca onde reside desacompanhado dos pais ou
obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.
dos responsáveis sem expressa autorização
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
público infanto-juvenil não poderão conter
§ 1º A autorização não será exigida quando:
ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou
anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e a) tratar-se de comarca contígua à da residência da
munições, e deverão respeitar os valores éticos e criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis)
sociais da pessoa e da família. anos, se na mesma unidade da Federação, ou
incluída na mesma região metropolitana; (Redação
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que
dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
explorem comercialmente bilhar, sinuca ou
congênere ou por casas de jogos, assim entendidas b) a criança ou o adolescente menor de 16
as que realizem apostas, ainda que eventualmente, (dezesseis) anos estiver acompanhado: (Redação
cuidarão para que não seja permitida a entrada e a dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
permanência de crianças e adolescentes no local,
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro
afixando aviso para orientação do público.
grau, comprovado documentalmente o parentesco;
Seção II
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo
Dos Produtos e Serviços pai, mãe ou responsável.
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos
adolescente de: pais ou responsável, conceder autorização válida
por dois anos.
I - armas, munições e explosivos;
II - bebidas alcoólicas;

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Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a V - proteção jurídico-social por entidades de defesa
autorização é dispensável, se a criança ou dos direitos da criança e do adolescente.
adolescente:
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou abreviar o período de afastamento do convívio
responsável; familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à
convivência familiar de crianças e
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado
adolescentes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
expressamente pelo outro através de documento
2009) Vigência
com firma reconhecida.
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial,
forma de guarda de crianças e adolescentes
nenhuma criança ou adolescente nascido em
afastados do convívio familiar e à adoção,
território nacional poderá sair do País em
especificamente inter-racial, de crianças maiores
companhia de estrangeiro residente ou domiciliado
ou de adolescentes, com necessidades específicas
no exterior.
de saúde ou com deficiências e de grupos de
Parte Especial irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Título I
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
Da Política de Atendimento
I - municipalização do atendimento;
Capítulo I
II - criação de conselhos municipais, estaduais e
Disposições Gerais
nacional dos direitos da criança e do adolescente,
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da órgãos deliberativos e controladores das ações em
criança e do adolescente far-se-á através de um todos os níveis, assegurada a participação popular
conjunto articulado de ações governamentais e paritária por meio de organizações representativas,
não-governamentais, da União, dos estados, do segundo leis federal, estaduais e municipais;
Distrito Federal e dos municípios.
III - criação e manutenção de programas
Art. 87. São linhas de ação da política de específicos, observada a descentralização político-
atendimento: administrativa;

I - políticas sociais básicas; IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e


municipais vinculados aos respectivos conselhos
II - serviços, programas, projetos e benefícios de
dos direitos da criança e do adolescente;
assistência social de garantia de proteção social e
de prevenção e redução de violações de direitos, V - integração operacional de órgãos do Judiciário,
seus agravamentos ou reincidências; (Redação Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) Assistência Social, preferencialmente em um
mesmo local, para efeito de agilização do
III - serviços especiais de prevenção e atendimento
atendimento inicial a adolescente a quem se
médico e psicossocial às vítimas de negligência,
atribua autoria de ato infracional;
maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e
opressão; VI - integração operacional de órgãos do Judiciário,
Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e
IV - serviço de identificação e localização de pais,
encarregados da execução das políticas sociais
responsável, crianças e adolescentes
básicas e de assistência social, para efeito de
desaparecidos;

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agilização do atendimento de crianças e de educativos destinados a crianças e adolescentes,
adolescentes inseridos em programas de em regime de: (Vide)
acolhimento familiar ou institucional, com vista na
I - orientação e apoio sócio-familiar;
sua rápida reintegração à família de origem ou, se
tal solução se mostrar comprovadamente inviável, II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
sua colocação em família substituta, em quaisquer
III - colocação familiar;
das modalidades previstas no art. 28 desta
Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela
2009) Vigência Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - mobilização da opinião pública para a V - prestação de serviços à comunidade; (Redação
indispensável participação dos diversos segmentos dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
da sociedade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº
2009) Vigência
12.594, de 2012) (Vide)
VIII - especialização e formação continuada dos
VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº
profissionais que trabalham nas diferentes áreas da
12.594, de 2012) (Vide)
atenção à primeira infância, incluindo os
conhecimentos sobre direitos da criança e sobre VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
desenvolvimento infantil; (Incluído pela Lei nº 2012) (Vide)
13.257, de 2016)
§ 1 o As entidades governamentais e não
IX - formação profissional com abrangência dos governamentais deverão proceder à inscrição de
diversos direitos da criança e do adolescente que seus programas, especificando os regimes de
favoreça a intersetorialidade no atendimento da atendimento, na forma definida neste artigo, no
criança e do adolescente e seu desenvolvimento Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
integral; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Adolescente, o qual manterá registro das inscrições
e de suas alterações, do que fará comunicação ao
X - realização e divulgação de pesquisas sobre
Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (Incluído
desenvolvimento infantil e sobre prevenção da
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
violência. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2 o Os recursos destinados à implementação e
Art. 89. A função de membro do conselho nacional
manutenção dos programas relacionados neste
e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos
artigo serão previstos nas dotações orçamentárias
da criança e do adolescente é considerada de
dos órgãos públicos encarregados das áreas de
interesse público relevante e não será remunerada.
Educação, Saúde e Assistência Social, dentre
Capítulo II outros, observando-se o princípio da prioridade
absoluta à criança e ao adolescente preconizado
Das Entidades de Atendimento
pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e
Seção I pelo caput e parágrafo único do art. 4 o desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Disposições Gerais
§ 3 o Os programas em execução serão reavaliados
Art. 90. As entidades de atendimento são
pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
responsáveis pela manutenção das próprias
do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos,
unidades, assim como pelo planejamento e
constituindo-se critérios para renovação da
execução de programas de proteção e sócio-

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autorização de funcionamento: (Incluído pela Lei nº § 2 o O registro terá validade máxima de 4 (quatro)
12.010, de 2009) Vigência anos, cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente, periodicamente,
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei,
reavaliar o cabimento de sua renovação, observado
bem como às resoluções relativas à modalidade de
o disposto no § 1 o deste artigo. (Incluído pela Lei nº
atendimento prestado expedidas pelos Conselhos
12.010, de 2009) Vigência
de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos
os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de Art. 92. As entidades que desenvolvam programas
2009) Vigência de acolhimento familiar ou institucional deverão
adotar os seguintes princípios: (Redação dada pela
II - a qualidade e eficiência do trabalho
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
desenvolvido, atestadas pelo Conselho Tutelar,
pelo Ministério Público e pela Justiça da Infância e I - preservação dos vínculos familiares e promoção
da Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de da reintegração familiar; (Redação dada pela Lei nº
2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
III - em se tratando de programas de acolhimento II - integração em família substituta, quando
institucional ou familiar, serão considerados os esgotados os recursos de manutenção na família
índices de sucesso na reintegração familiar ou de natural ou extensa; (Redação dada pela Lei nº
adaptação à família substituta, conforme o 12.010, de 2009) Vigência
caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - atendimento personalizado e em pequenos
Art. 91. As entidades não-governamentais somente grupos;
poderão funcionar depois de registradas no
IV - desenvolvimento de atividades em regime de
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
co-educação;
Adolescente, o qual comunicará o registro ao
Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da V - não desmembramento de grupos de irmãos;
respectiva localidade.
VI - evitar, sempre que possível, a transferência
§ 1 o Será negado o registro à entidade para outras entidades de crianças e adolescentes
que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência abrigados;
a) não ofereça instalações físicas em condições VII - participação na vida da comunidade local;
adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade
VIII - preparação gradativa para o desligamento;
e segurança;
IX - participação de pessoas da comunidade no
b) não apresente plano de trabalho compatível com
processo educativo.
os princípios desta Lei;
§ 1 o O dirigente de entidade que desenvolve
c) esteja irregularmente constituída;
programa de acolhimento institucional é
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas. equiparado ao guardião, para todos os efeitos de
direito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
e) não se adequar ou deixar de cumprir as
2009) Vigência
resoluções e deliberações relativas à modalidade
de atendimento prestado expedidas pelos § 2 o Os dirigentes de entidades que desenvolvem
Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, programas de acolhimento familiar ou institucional
em todos os níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de remeterão à autoridade judiciária, no máximo a
2009) Vigência cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado
acerca da situação de cada criança ou adolescente

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acolhido e sua família, para fins da reavaliação de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei nº
prevista no § 1 o do art. 19 desta Lei. (Incluído pela 13.257, de 2016)
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 93. As entidades que mantenham programa de
§ 3 o Os entes federados, por intermédio dos acolhimento institucional poderão, em caráter
Poderes Executivo e Judiciário, promoverão excepcional e de urgência, acolher crianças e
conjuntamente a permanente qualificação dos adolescentes sem prévia determinação da
profissionais que atuam direta ou indiretamente autoridade competente, fazendo comunicação do
em programas de acolhimento institucional e fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da
destinados à colocação familiar de crianças e Infância e da Juventude, sob pena de
adolescentes, incluindo membros do Poder responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº
Judiciário, Ministério Público e Conselho 12.010, de 2009) Vigência
Tutelar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a
2009) Vigência
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público e
§ 4 o Salvo determinação em contrário da se necessário com o apoio do Conselho Tutelar
autoridade judiciária competente, as entidades que local, tomará as medidas necessárias para
desenvolvem programas de acolhimento familiar promover a imediata reintegração familiar da
ou institucional, se necessário com o auxílio do criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão
Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, não for isso possível ou recomendável, para seu
estimularão o contato da criança ou adolescente encaminhamento a programa de acolhimento
com seus pais e parentes, em cumprimento ao familiar, institucional ou a família substituta,
disposto nos incisos I e VIII do caput deste observado o disposto no § 2 o do art. 101 desta
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas
§ 5 o As entidades que desenvolvem programas de de internação têm as seguintes obrigações, entre
acolhimento familiar ou institucional somente outras:
poderão receber recursos públicos se comprovado
I - observar os direitos e garantias de que são
o atendimento dos princípios, exigências e
titulares os adolescentes;
finalidades desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência II - não restringir nenhum direito que não tenha
sido objeto de restrição na decisão de internação;
§ 6 o O descumprimento das disposições desta Lei
pelo dirigente de entidade que desenvolva III - oferecer atendimento personalizado, em
programas de acolhimento familiar ou institucional pequenas unidades e grupos reduzidos;
é causa de sua destituição, sem prejuízo da
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de
apuração de sua responsabilidade administrativa,
respeito e dignidade ao adolescente;
civil e criminal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da
preservação dos vínculos familiares;
§ 7 o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3
(três) anos em acolhimento institucional, dar-se-á VI - comunicar à autoridade judiciária,
especial atenção à atuação de educadores de periodicamente, os casos em que se mostre inviável
referência estáveis e qualitativamente ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;
significativos, às rotinas específicas e ao
VII - oferecer instalações físicas em condições
atendimento das necessidades básicas, incluindo as
adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade

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e segurança e os objetos necessários à higiene familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
pessoal; 2009) Vigência
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e § 2º No cumprimento das obrigações a que alude
adequados à faixa etária dos adolescentes este artigo as entidades utilizarão
atendidos; preferencialmente os recursos da comunidade.
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que
odontológicos e farmacêuticos; abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes,
ainda que em caráter temporário, devem ter, em
X - propiciar escolarização e profissionalização;
seus quadros, profissionais capacitados a
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar
lazer; suspeitas ou ocorrências de maus-tratos. (Incluído
pela Lei nº 13.046, de 2014)
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que
desejarem, de acordo com suas crenças; Seção II

XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada Da Fiscalização das Entidades


caso;
Art. 95. As entidades governamentais e não-
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com governamentais referidas no art. 90 serão
intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público
resultados à autoridade competente; e pelos Conselhos Tutelares.

XV - informar, periodicamente, o adolescente Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de


internado sobre sua situação processual; contas serão apresentados ao estado ou ao
município, conforme a origem das dotações
XVI - comunicar às autoridades competentes todos
orçamentárias.
os casos de adolescentes portadores de moléstias
infecto-contagiosas; Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de
atendimento que descumprirem obrigação
XVII - fornecer comprovante de depósito dos
constante do art. 94, sem prejuízo da
pertences dos adolescentes;
responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes
XVIII - manter programas destinados ao apoio e ou prepostos:
acompanhamento de egressos;
I - às entidades governamentais:
XIX - providenciar os documentos necessários ao
a) advertência;
exercício da cidadania àqueles que não os tiverem;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
XX - manter arquivo de anotações onde constem
data e circunstâncias do atendimento, nome do c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
adolescente, seus pais ou responsável, parentes,
d) fechamento de unidade ou interdição de
endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua
programa.
formação, relação de seus pertences e demais
dados que possibilitem sua identificação e a II - às entidades não-governamentais:
individualização do atendimento.
a) advertência;
§ 1 o Aplicam-se, no que couber, as obrigações
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas
constantes deste artigo às entidades que mantêm
públicas;
programas de acolhimento institucional e

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c) interdição de unidades ou suspensão de aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos
programa; familiares e comunitários.
d) cassação do registro. Parágrafo único. São também princípios que regem
a aplicação das medidas: (Incluído pela Lei nº
§ 1 o Em caso de reiteradas infrações cometidas por
12.010, de 2009) Vigência
entidades de atendimento, que coloquem em risco
os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato I - condição da criança e do adolescente como
comunicado ao Ministério Público ou representado sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são os
perante autoridade judiciária competente para as titulares dos direitos previstos nesta e em outras
providências cabíveis, inclusive suspensão das Leis, bem como na Constituição Federal; (Incluído
atividades ou dissolução da entidade. (Redação pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e
§ 2 o As pessoas jurídicas de direito público e as aplicação de toda e qualquer norma contida nesta
organizações não governamentais responderão Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária
pelos danos que seus agentes causarem às crianças dos direitos de que crianças e adolescentes são
e aos adolescentes, caracterizado o titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
descumprimento dos princípios norteadores das 2009) Vigência
atividades de proteção específica. (Redação dada
III - responsabilidade primária e solidária do poder
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
público: a plena efetivação dos direitos assegurados
Título II a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela
Constituição Federal, salvo nos casos por esta
Das Medidas de Proteção
expressamente ressalvados, é de responsabilidade
Capítulo I primária e solidária das 3 (três) esferas de governo,
sem prejuízo da municipalização do atendimento e
Disposições Gerais
da possibilidade da execução de programas por
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao entidades não governamentais; (Incluído pela Lei
adolescente são aplicáveis sempre que os direitos nº 12.010, de 2009) Vigência
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
IV - interesse superior da criança e do adolescente:
violados:
a intervenção deve atender prioritariamente aos
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; interesses e direitos da criança e do adolescente,
sem prejuízo da consideração que for devida a
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou
outros interesses legítimos no âmbito da
responsável;
pluralidade dos interesses presentes no caso
III - em razão de sua conduta. concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Capítulo II
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção
Das Medidas Específicas de Proteção
da criança e do adolescente deve ser efetuada no
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo respeito pela intimidade, direito à imagem e
poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei nº
bem como substituídas a qualquer tempo. 12.010, de 2009) Vigência

Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em VI - intervenção precoce: a intervenção das
conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se autoridades competentes deve ser efetuada logo

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que a situação de perigo seja conhecida; (Incluído disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses
exercida exclusivamente pelas autoridades e previstas no art. 98, a autoridade competente
instituições cuja ação seja indispensável à efetiva poderá determinar, dentre outras, as seguintes
promoção dos direitos e à proteção da criança e do medidas:
adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
I - encaminhamento aos pais ou responsável,
2009) Vigência
mediante termo de responsabilidade;
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção
II - orientação, apoio e acompanhamento
deve ser a necessária e adequada à situação de
temporários;
perigo em que a criança ou o adolescente se
encontram no momento em que a decisão é III - matrícula e freqüência obrigatórias em
tomada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de estabelecimento oficial de ensino fundamental;
2009) Vigência
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve comunitários de proteção, apoio e promoção da
ser efetuada de modo que os pais assumam os seus família, da criança e do adolescente; (Redação dada
deveres para com a criança e o pela Lei nº 13.257, de 2016)
adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
2009) Vigência
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
X - prevalência da família: na promoção de direitos
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de
e na proteção da criança e do adolescente deve ser
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
dada prevalência às medidas que os mantenham ou
toxicômanos;
reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se
isso não for possível, que promovam a sua VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela
integração em família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 13.509, de 2017)
VIII - inclusão em programa de acolhimento
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
adolescente, respeitado seu estágio de 2009) Vigência
desenvolvimento e capacidade de compreensão,
IX - colocação em família substituta. (Incluído pela
seus pais ou responsável devem ser informados dos
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
seus direitos, dos motivos que determinaram a
intervenção e da forma como esta se § 1 o O acolhimento institucional e o acolhimento
processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de familiar são medidas provisórias e excepcionais,
2009) Vigência utilizáveis como forma de transição para
reintegração familiar ou, não sendo esta possível,
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o
para colocação em família substituta, não
adolescente, em separado ou na companhia dos
implicando privação de liberdade. (Incluído pela Lei
pais, de responsável ou de pessoa por si indicada,
nº 12.010, de 2009) Vigência
bem como os seus pais ou responsável, têm direito
a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição § 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas
da medida de promoção dos direitos e de proteção, emergenciais para proteção de vítimas de violência
sendo sua opinião devidamente considerada pela ou abuso sexual e das providências a que alude o
autoridade judiciária competente, observado o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou

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adolescente do convívio familiar é de competência § 5 o O plano individual será elaborado sob a
exclusiva da autoridade judiciária e importará na responsabilidade da equipe técnica do respectivo
deflagração, a pedido do Ministério Público ou de programa de atendimento e levará em
quem tenha legítimo interesse, de procedimento consideração a opinião da criança ou do
judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou adolescente e a oitiva dos pais ou do
ao responsável legal o exercício do contraditório e responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
da ampla defesa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
§ 6 o Constarão do plano individual, dentre
§ 3 o Crianças e adolescentes somente poderão ser outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
encaminhados às instituições que executam 2009) Vigência
programas de acolhimento institucional,
I - os resultados da avaliação
governamentais ou não, por meio de uma Guia de
interdisciplinar; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária,
2009) Vigência
na qual obrigatoriamente constará, dentre
outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de II - os compromissos assumidos pelos pais ou
2009) Vigência responsável; e (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
I - sua identificação e a qualificação completa de
seus pais ou de seu responsável, se III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas
conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de com a criança ou com o adolescente acolhido e seus
2009) Vigência pais ou responsável, com vista na reintegração
familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e
II - o endereço de residência dos pais ou do
fundamentada determinação judicial, as
responsável, com pontos de referência; (Incluído
providências a serem tomadas para sua colocação
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
em família substituta, sob direta supervisão da
III - os nomes de parentes ou de terceiros autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010,
interessados em tê-los sob sua guarda; (Incluído de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 7 o O acolhimento familiar ou institucional
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ocorrerá no local mais próximo à residência dos pais
ao convívio familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de ou do responsável e, como parte do processo de
2009) Vigência reintegração familiar, sempre que identificada a
necessidade, a família de origem será incluída em
§ 4 o Imediatamente após o acolhimento da criança
programas oficiais de orientação, de apoio e de
ou do adolescente, a entidade responsável pelo
promoção social, sendo facilitado e estimulado o
programa de acolhimento institucional ou familiar
contato com a criança ou com o adolescente
elaborará um plano individual de atendimento,
acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
visando à reintegração familiar, ressalvada a
2009) Vigência
existência de ordem escrita e fundamentada em
contrário de autoridade judiciária competente, § 8 o Verificada a possibilidade de reintegração
caso em que também deverá contemplar sua familiar, o responsável pelo programa de
colocação em família substituta, observadas as acolhimento familiar ou institucional fará imediata
regras e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº comunicação à autoridade judiciária, que dará vista
12.010, de 2009) Vigência ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias,
decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

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§ 9 o Em sendo constatada a impossibilidade de de acolhimento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
reintegração da criança ou do adolescente à família 2009) Vigência
de origem, após seu encaminhamento a programas
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este
oficiais ou comunitários de orientação, apoio e
Capítulo serão acompanhadas da regularização do
promoção social, será enviado relatório
registro civil. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
fundamentado ao Ministério Público, no qual
conste a descrição pormenorizada das providências § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o
tomadas e a expressa recomendação, subscrita assento de nascimento da criança ou adolescente
pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela será feito à vista dos elementos disponíveis,
execução da política municipal de garantia do mediante requisição da autoridade judiciária.
direito à convivência familiar, para a destituição do
§ 2º Os registros e certidões necessários à
poder familiar, ou destituição de tutela ou
regularização de que trata este artigo são isentos de
guarda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
multas, custas e emolumentos, gozando de
2009) Vigência
absoluta prioridade.
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá
§ 3 o Caso ainda não definida a paternidade,
o prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a
será deflagrado procedimento específico
ação de destituição do poder familiar, salvo se
destinado à sua averiguação, conforme previsto
entender necessária a realização de estudos
pela Lei n o 8.560, de 29 de dezembro de
complementares ou de outras providências
1992. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
indispensáveis ao ajuizamento da
2009) Vigência
demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
2017) § 4 o Nas hipóteses previstas no § 3 o deste artigo, é
dispensável o ajuizamento de ação de investigação
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada
de paternidade pelo Ministério Público se, após o
comarca ou foro regional, um cadastro contendo
não comparecimento ou a recusa do suposto pai
informações atualizadas sobre as crianças e
em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança
adolescentes em regime de acolhimento familiar e
for encaminhada para adoção. (Incluído pela Lei nº
institucional sob sua responsabilidade, com
12.010, de 2009) Vigência
informações pormenorizadas sobre a situação
jurídica de cada um, bem como as providências § 5 o Os registros e certidões necessários à inclusão,
tomadas para sua reintegração familiar ou a qualquer tempo, do nome do pai no assento de
colocação em família substituta, em qualquer das nascimento são isentos de multas, custas e
modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Incluído emolumentos, gozando de absoluta
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência prioridade. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de
2016)
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério
Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da § 6 o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação
Assistência Social e os Conselhos Municipais dos requerida do reconhecimento de paternidade no
Direitos da Criança e do Adolescente e da assento de nascimento e a certidão
Assistência Social, aos quais incumbe deliberar correspondente. (Incluído dada pela Lei nº 13.257,
sobre a implementação de políticas públicas que de 2016)
permitam reduzir o número de crianças e
adolescentes afastados do convívio familiar e
abreviar o período de permanência em programa

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Título III Art. 109. O adolescente civilmente identificado não
será submetido a identificação compulsória pelos
Da Prática de Ato Infracional
órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para
Capítulo I efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.

Disposições Gerais Capítulo III

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta Das Garantias Processuais


descrita como crime ou contravenção penal.
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores liberdade sem o devido processo legal.
de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre
Lei.
outras, as seguintes garantias:
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de
considerada a idade do adolescente à data do fato.
ato infracional, mediante citação ou meio
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança equivalente;
corresponderão as medidas previstas no art. 101.
II - igualdade na relação processual, podendo
Capítulo II confrontar-se com vítimas e testemunhas e
produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
Dos Direitos Individuais
III - defesa técnica por advogado;
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua
liberdade senão em flagrante de ato infracional ou IV - assistência judiciária gratuita e integral aos
por ordem escrita e fundamentada da autoridade necessitados, na forma da lei;
judiciária competente.
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela
Parágrafo único. O adolescente tem direito à autoridade competente;
identificação dos responsáveis pela sua apreensão,
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou
devendo ser informado acerca de seus direitos.
responsável em qualquer fase do procedimento.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o
Capítulo IV
local onde se encontra recolhido serão incontinenti
comunicados à autoridade judiciária competente e Das Medidas Sócio-Educativas
à família do apreendido ou à pessoa por ele
Seção I
indicada.
Disposições Gerais
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob
pena de responsabilidade, a possibilidade de Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a
liberação imediata. autoridade competente poderá aplicar ao
adolescente as seguintes medidas:
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser
determinada pelo prazo máximo de quarenta e I - advertência;
cinco dias.
II - obrigação de reparar o dano;
Parágrafo único. A decisão deverá ser
III - prestação de serviços à comunidade;
fundamentada e basear-se em indícios suficientes
de autoria e materialidade, demonstrada a IV - liberdade assistida;
necessidade imperiosa da medida.
V - inserção em regime de semi-liberdade;

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VI - internação em estabelecimento educacional; Seção IV
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. Da Prestação de Serviços à Comunidade
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em Art. 117. A prestação de serviços comunitários
conta a sua capacidade de cumpri-la, as consiste na realização de tarefas gratuitas de
circunstâncias e a gravidade da infração. interesse geral, por período não excedente a seis
meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será
escolas e outros estabelecimentos congêneres,
admitida a prestação de trabalho forçado.
bem como em programas comunitários ou
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou governamentais.
deficiência mental receberão tratamento individual
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas
e especializado, em local adequado às suas
conforme as aptidões do adolescente, devendo ser
condições.
cumpridas durante jornada máxima de oito horas
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em
arts. 99 e 100. dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à
escola ou à jornada normal de trabalho.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos
incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de Seção V
provas suficientes da autoria e da materialidade da
Da Liberdade Assistida
infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos
termos do art. 127. Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre
que se afigurar a medida mais adequada para o fim
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada
de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
sempre que houver prova da materialidade e
indícios suficientes da autoria. § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
acompanhar o caso, a qual poderá ser
Seção II
recomendada por entidade ou programa de
Da Advertência atendimento.

Art. 115. A advertência consistirá em admoestação § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo
verbal, que será reduzida a termo e assinada. mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo
ser prorrogada, revogada ou substituída por outra
Seção III
medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e
Da Obrigação de Reparar o Dano o defensor.

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a
reflexos patrimoniais, a autoridade poderá supervisão da autoridade competente, a realização
determinar, se for o caso, que o adolescente dos seguintes encargos, entre outros:
restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano,
I - promover socialmente o adolescente e sua
ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os,
Parágrafo único. Havendo manifesta se necessário, em programa oficial ou comunitário
impossibilidade, a medida poderá ser substituída de auxílio e assistência social;
por outra adequada.
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento
escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua
matrícula;

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 33


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III - diligenciar no sentido da profissionalização do § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um
adolescente e de sua inserção no mercado de anos de idade.
trabalho;
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será
IV - apresentar relatório do caso. precedida de autorização judicial, ouvido o
Ministério Público.
Seção VI
§ 7 o A determinação judicial mencionada no §
Do Regime de Semi-liberdade
1 o poderá ser revista a qualquer tempo pela
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594,
determinado desde o início, ou como forma de de 2012) (Vide)
transição para o meio aberto, possibilitada a
Art. 122. A medida de internação só poderá ser
realização de atividades externas,
aplicada quando:
independentemente de autorização judicial.
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a
grave ameaça ou violência a pessoa;
profissionalização, devendo, sempre que possível,
ser utilizados os recursos existentes na II - por reiteração no cometimento de outras
comunidade. infrações graves;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado III - por descumprimento reiterado e injustificável
aplicando-se, no que couber, as disposições da medida anteriormente imposta.
relativas à internação.
§ 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III
Seção VII deste artigo não poderá ser superior a 3 (três)
meses, devendo ser decretada judicialmente após o
Da Internação
devido processo legal. (Redação dada pela Lei nº
Art. 121. A internação constitui medida privativa da 12.594, de 2012) (Vide)
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
internação, havendo outra medida adequada.
pessoa em desenvolvimento.
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em
§ 1º Será permitida a realização de atividades
entidade exclusiva para adolescentes, em local
externas, a critério da equipe técnica da entidade,
distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida
salvo expressa determinação judicial em contrário.
rigorosa separação por critérios de idade,
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, compleição física e gravidade da infração.
devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante
Parágrafo único. Durante o período de internação,
decisão fundamentada, no máximo a cada seis
inclusive provisória, serão obrigatórias atividades
meses.
pedagógicas.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de
Art. 124. São direitos do adolescente privado de
internação excederá a três anos.
liberdade, entre outros, os seguintes:
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo
I - entrevistar-se pessoalmente com o
anterior, o adolescente deverá ser liberado,
representante do Ministério Público;
colocado em regime de semi-liberdade ou de
liberdade assistida. II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III - avistar-se reservadamente com seu defensor;

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IV - ser informado de sua situação processual, Capítulo V
sempre que solicitada;
Da Remissão
V - ser tratado com respeito e dignidade;
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial
VI - permanecer internado na mesma localidade ou para apuração de ato infracional, o representante
naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou do Ministério Público poderá conceder a remissão,
responsável; como forma de exclusão do processo, atendendo às
circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
social, bem como à personalidade do adolescente e
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; sua maior ou menor participação no ato infracional.

IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a
asseio pessoal; concessão da remissão pela autoridade judiciária
importará na suspensão ou extinção do processo.
X - habitar alojamento em condições adequadas de
higiene e salubridade; Art. 127. A remissão não implica necessariamente o
reconhecimento ou comprovação da
XI - receber escolarização e profissionalização;
responsabilidade, nem prevalece para efeito de
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de antecedentes, podendo incluir eventualmente a
lazer: aplicação de qualquer das medidas previstas em lei,
exceto a colocação em regime de semi-liberdade e
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
a internação.
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão
crença, e desde que assim o deseje;
poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo,
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e mediante pedido expresso do adolescente ou de
dispor de local seguro para guardá-los, recebendo seu representante legal, ou do Ministério Público.
comprovante daqueles porventura depositados em
Título IV
poder da entidade;
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
XVI - receber, quando de sua desinternação, os
documentos pessoais indispensáveis à vida em Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou
sociedade. responsável:

§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade. I - encaminhamento a serviços e programas oficiais


ou comunitários de proteção, apoio e promoção da
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender
família; (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de
temporariamente a visita, inclusive de pais ou
2016)
responsável, se existirem motivos sérios e fundados
de sua prejudicialidade aos interesses do II - inclusão em programa oficial ou comunitário de
adolescente. auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos;
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade
física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as III - encaminhamento a tratamento psicológico ou
medidas adequadas de contenção e segurança. psiquiátrico;
IV - encaminhamento a cursos ou programas de
orientação;

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V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e permitida recondução por novos processos de
acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolha. (Redação dada pela Lei nº 13.824, de 2019)
escolar;
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho
VI - obrigação de encaminhar a criança ou Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
adolescente a tratamento especializado;
I - reconhecida idoneidade moral;
VII - advertência;
II - idade superior a vinte e um anos;
VIII - perda da guarda;
III - residir no município.
IX - destituição da tutela;
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o
X - suspensão ou destituição do poder local, dia e horário de funcionamento do Conselho
familiar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos
de 2009) Vigência respectivos membros, aos quais é assegurado o
direito a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de
Parágrafo único. Na aplicação das medidas
2012)
previstas nos incisos IX e X deste artigo, observar-
se-á o disposto nos arts. 23 e 24. I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº
12.696, de 2012)
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos,
opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas
responsável, a autoridade judiciária poderá de 1/3 (um terço) do valor da remuneração
determinar, como medida cautelar, o afastamento mensal; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
do agressor da moradia comum.
III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, 12.696, de 2012)
ainda, a fixação provisória dos alimentos de que
IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº
necessitem a criança ou o adolescente
12.696, de 2012)
dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº
12.415, de 2011) V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº
12.696, de 2012)
Título V
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária
Do Conselho Tutelar
municipal e da do Distrito Federal previsão dos
Capítulo I recursos necessários ao funcionamento do
Conselho Tutelar e à remuneração e formação
Disposições Gerais
continuada dos conselheiros tutelares. (Redação
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
autônomo, não jurisdicional, encarregado pela
Art. 135. O exercício efetivo da função de
sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos
conselheiro constituirá serviço público relevante e
da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
estabelecerá presunção de idoneidade
Art. 132. Em cada Município e em cada Região moral. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Administrativa do Distrito Federal haverá, no
mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão
integrante da administração pública local,
composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela
população local para mandato de 4 (quatro) anos,

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Capítulo II após esgotadas as possibilidades de manutenção da
criança ou do adolescente junto à família
Das Atribuições do Conselho
natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: 2009) Vigência

I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses XII - promover e incentivar, na comunidade e nos
previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas grupos profissionais, ações de divulgação e
previstas no art. 101, I a VII; treinamento para o reconhecimento de sintomas
de maus-tratos em crianças e
II - atender e aconselhar os pais ou responsável,
adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
Parágrafo único. Se, no exercício de suas
III - promover a execução de suas decisões,
atribuições, o Conselho Tutelar entender
podendo para tanto:
necessário o afastamento do convívio familiar,
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, comunicará incontinenti o fato ao Ministério
educação, serviço social, previdência, trabalho e Público, prestando-lhe informações sobre os
segurança; motivos de tal entendimento e as providências
tomadas para a orientação, o apoio e a promoção
b) representar junto à autoridade judiciária nos
social da família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
casos de descumprimento injustificado de suas
2009) Vigência
deliberações.
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de
poderão ser revistas pela autoridade judiciária a
fato que constitua infração administrativa ou penal
pedido de quem tenha legítimo interesse.
contra os direitos da criança ou adolescente;
Capítulo III
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de
sua competência; Da Competência

VI - providenciar a medida estabelecida pela Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de
autoridade judiciária, dentre as previstas no art. competência constante do art. 147.
101, de I a VI, para o adolescente autor de ato
Capítulo IV
infracional;
Da Escolha dos Conselheiros
VII - expedir notificações;
Art. 139. O processo para a escolha dos membros
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito
do Conselho Tutelar será estabelecido em lei
de criança ou adolescente quando necessário;
municipal e realizado sob a responsabilidade do
IX - assessorar o Poder Executivo local na Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
elaboração da proposta orçamentária para planos e Adolescente, e a fiscalização do Ministério
programas de atendimento dos direitos da criança Público. (Redação dada pela Lei nº 8.242, de
e do adolescente; 12.10.1991)

X - representar, em nome da pessoa e da família, § 1 o O processo de escolha dos membros do


contra a violação dos direitos previstos no art. 220, Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em
§ 3º, inciso II, da Constituição Federal ; todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no
primeiro domingo do mês de outubro do ano
XI - representar ao Ministério Público para efeito
subsequente ao da eleição presidencial. (Incluído
das ações de perda ou suspensão do poder familiar,
pela Lei nº 12.696, de 2012)

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§ 2 o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão
dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo representados e os maiores de dezesseis e menores
de escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) de vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores
ou curadores, na forma da legislação civil ou
§ 3 o No processo de escolha dos membros do
processual.
Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar,
oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou Parágrafo único. A autoridade judiciária dará
vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive curador especial à criança ou adolescente, sempre
brindes de pequeno valor. (Incluído pela Lei nº que os interesses destes colidirem com os de seus
12.696, de 2012) pais ou responsável, ou quando carecer de
representação ou assistência legal ainda que
Capítulo V
eventual.
Dos Impedimentos
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais,
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo policiais e administrativos que digam respeito a
Conselho marido e mulher, ascendentes e crianças e adolescentes a que se atribua autoria de
descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, ato infracional.
cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho,
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato
padrasto ou madrasta e enteado.
não poderá identificar a criança ou adolescente,
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do vedando-se fotografia, referência a nome, apelido,
conselheiro, na forma deste artigo, em relação à filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais
autoridade judiciária e ao representante do do nome e sobrenome. (Redação dada pela Lei nº
Ministério Público com atuação na Justiça da 10.764, de 12.11.2003)
Infância e da Juventude, em exercício na comarca,
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos
foro regional ou distrital.
a que se refere o artigo anterior somente será
Título VI deferida pela autoridade judiciária competente, se
demonstrado o interesse e justificada a finalidade.
Do Acesso à Justiça
Capítulo II
Capítulo I
Da Justiça da Infância e da Juventude
Disposições Gerais
Seção I
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou
adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Disposições Gerais
Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão
órgãos.
criar varas especializadas e exclusivas da infância e
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada da juventude, cabendo ao Poder Judiciário
aos que dela necessitarem, através de defensor estabelecer sua proporcionalidade por número de
público ou advogado nomeado. habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor
sobre o atendimento, inclusive em plantões.
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da
Infância e da Juventude são isentas de custas e Seção II
emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância
Do Juiz
de má-fé.
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o
Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce

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essa função, na forma da lei de organização VI - aplicar penalidades administrativas nos casos
judiciária local. de infrações contra norma de proteção à criança ou
adolescente;
Art. 147. A competência será determinada:
VII - conhecer de casos encaminhados pelo
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou
adolescente, à falta dos pais ou responsável.
adolescente nas hipóteses do art. 98, é também
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente competente a Justiça da Infância e da Juventude
a autoridade do lugar da ação ou omissão, para o fim de:
observadas as regras de conexão, continência e
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
prevenção.
b) conhecer de ações de destituição do poder
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à
familiar , perda ou modificação da tutela ou
autoridade competente da residência dos pais ou
guarda; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
responsável, ou do local onde sediar-se a entidade
de 2009) Vigência
que abrigar a criança ou adolescente.
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o
§ 3º Em caso de infração cometida através de
casamento;
transmissão simultânea de rádio ou televisão, que
atinja mais de uma comarca, será competente, para d) conhecer de pedidos baseados em discordância
aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do paterna ou materna, em relação ao exercício
local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a do poder familiar ; (Expressão substituída pela Lei
sentença eficácia para todas as transmissoras ou nº 12.010, de 2009) Vigência
retransmissoras do respectivo estado.
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil,
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é quando faltarem os pais;
competente para:
f) designar curador especial em casos de
I - conhecer de representações promovidas pelo apresentação de queixa ou representação, ou de
Ministério Público, para apuração de ato infracional outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em
atribuído a adolescente, aplicando as medidas que haja interesses de criança ou adolescente;
cabíveis;
g) conhecer de ações de alimentos;
II - conceder a remissão, como forma de suspensão
h) determinar o cancelamento, a retificação e o
ou extinção do processo;
suprimento dos registros de nascimento e óbito.
III - conhecer de pedidos de adoção e seus
Art. 149. Compete à autoridade judiciária
incidentes;
disciplinar, através de portaria, ou autorizar,
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses mediante alvará:
individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e
I - a entrada e permanência de criança ou
ao adolescente, observado o disposto no art. 209;
adolescente, desacompanhado dos pais ou
V - conhecer de ações decorrentes de responsável, em:
irregularidades em entidades de atendimento,
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
aplicando as medidas cabíveis;
b) bailes ou promoções dançantes;

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c) boate ou congêneres; subordinação à autoridade judiciária, assegurada a
livre manifestação do ponto de vista técnico.
d) casa que explore comercialmente diversões
eletrônicas; Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de
servidores públicos integrantes do Poder Judiciário
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e
responsáveis pela realização dos estudos
televisão.
psicossociais ou de quaisquer outras espécies de
II - a participação de criança e adolescente em: avaliações técnicas exigidas por esta Lei ou por
determinação judicial, a autoridade judiciária
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
poderá proceder à nomeação de perito, nos termos
b) certames de beleza. do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de março de
2015 (Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a
nº 13.509, de 2017)
autoridade judiciária levará em conta, dentre
outros fatores: Capítulo III

a) os princípios desta Lei; Dos Procedimentos

b) as peculiaridades locais; Seção I

c) a existência de instalações adequadas; Disposições Gerais

d) o tipo de freqüência habitual ao local; Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei
aplicam-se subsidiariamente as normas gerais
e) a adequação do ambiente a eventual
previstas na legislação processual pertinente.
participação ou freqüência de crianças e
adolescentes; § 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade,
prioridade absoluta na tramitação dos processos e
f) a natureza do espetáculo.
procedimentos previstos nesta Lei, assim como na
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste execução dos atos e diligências judiciais a eles
artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso, referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
vedadas as determinações de caráter geral. 2009) Vigência

Seção III § 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis


aos seus procedimentos são contados em dias
Dos Serviços Auxiliares
corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de do vencimento, vedado o prazo em dobro para a
sua proposta orçamentária, prever recursos para Fazenda Pública e o Ministério Público. (Incluído
manutenção de equipe interprofissional, destinada pela Lei nº 13.509, de 2017)
a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre corresponder a procedimento previsto nesta ou em
outras atribuições que lhe forem reservadas pela outra lei, a autoridade judiciária poderá investigar
legislação local, fornecer subsídios por escrito, os fatos e ordenar de ofício as providências
mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e necessárias, ouvido o Ministério Público.
bem assim desenvolver trabalhos de
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
aconselhamento, orientação, encaminhamento,
aplica para o fim de afastamento da criança ou do
prevenção e outros, tudo sob a imediata
adolescente de sua família de origem e em outros
procedimentos necessariamente

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contenciosos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de de abril de 2017 . (Incluído pela Lei nº 13.509, de
2009) Vigência 2017)
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214. § 2 o Em sendo os pais oriundos de comunidades
indígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto
Seção II
à equipe interprofissional ou multidisciplinar
Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar referida no § 1 o deste artigo, de representantes do
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de órgão federal responsável pela política indigenista,
2009) Vigência observado o disposto no § 6 o do art. 28 desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 155. O procedimento para a perda ou a
suspensão do poder familiar terá início por Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de
provocação do Ministério Público ou de quem dez dias, oferecer resposta escrita, indicando as
tenha legítimo interesse. (Expressão substituída provas a serem produzidas e oferecendo desde logo
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência o rol de testemunhas e documentos.

Art. 156. A petição inicial indicará: § 1 o A citação será pessoal, salvo se esgotados
todos os meios para sua realização. (Incluído pela
I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
Lei nº 12.962, de 2014)
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência
§ 2 o O requerido privado de liberdade deverá ser
do requerente e do requerido, dispensada a
citado pessoalmente. (Incluído pela Lei nº 12.962,
qualificação em se tratando de pedido formulado
de 2014)
por representante do Ministério Público;
§ 3 o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça
III - a exposição sumária do fato e o pedido;
houver procurado o citando em seu domicílio ou
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, residência sem o encontrar, deverá, havendo
desde logo, o rol de testemunhas e documentos. suspeita de ocultação, informar qualquer pessoa da
família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a
em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público,
que designar, nos termos do art. 252 e seguintes da
decretar a suspensão do poder familiar , liminar ou
Lei n o 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
incidentalmente, até o julgamento definitivo da
Processo Civil) . (Incluído pela Lei nº 13.509, de
causa, ficando a criança ou adolescente confiado a
2017)
pessoa idônea, mediante termo de
responsabilidade. (Expressão substituída pela Lei nº § 4 o Na hipótese de os genitores encontrarem-se
12.010, de 2009) Vigência em local incerto ou não sabido, serão citados por
edital no prazo de 10 (dez) dias, em publicação
§ 1 o Recebida a petição inicial, a autoridade
única, dispensado o envio de ofícios para a
judiciária determinará, concomitantemente ao
localização. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
despacho de citação e independentemente de
requerimento do interessado, a realização de Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de
estudo social ou perícia por equipe interprofissional constituir advogado, sem prejuízo do próprio
ou multidisciplinar para comprovar a presença de sustento e de sua família, poderá requerer, em
uma das causas de suspensão ou destituição do cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual
poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. incumbirá a apresentação de resposta, contando-se
101 desta Lei, e observada a Lei n o 13.431, de 4 o prazo a partir da intimação do despacho de
nomeação.

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Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado § 5 o Se o pai ou a mãe estiverem privados de
de liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, liberdade, a autoridade judicial requisitará sua
no momento da citação pessoal, se deseja que lhe apresentação para a oitiva. (Incluído pela Lei nº
seja nomeado defensor. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
12.962, de 2014)
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público,
requisitará de qualquer repartição ou órgão público por cinco dias, salvo quando este for o requerente,
a apresentação de documento que interesse à designando, desde logo, audiência de instrução e
causa, de ofício ou a requerimento das partes ou do julgamento.
Ministério Público.
§ 1º (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509,
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver de 2017)
sido concluído o estudo social ou a perícia realizada
§ 2 o Na audiência, presentes as partes e o
por equipe interprofissional ou multidisciplinar, a
Ministério Público, serão ouvidas as testemunhas,
autoridade judiciária dará vista dos autos ao
colhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo
Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando
quando apresentado por escrito, manifestando-se
este for o requerente, e decidirá em igual
sucessivamente o requerente, o requerido e o
prazo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte)
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a minutos cada um, prorrogável por mais 10 (dez)
requerimento das partes ou do Ministério Público, minutos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
determinará a oitiva de testemunhas que 2017)
comprovem a presença de uma das causas de
§ 3 o A decisão será proferida na audiência,
suspensão ou destituição do poder familiar
podendo a autoridade judiciária,
previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei n o 10.406,
excepcionalmente, designar data para sua leitura
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , ou no art.
no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei
24 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
nº 13.509, de 2017)
2017)
§ 4 o Quando o procedimento de destituição de
§ 2 o (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509,
poder familiar for iniciado pelo Ministério Público,
de 2017)
não haverá necessidade de nomeação de curador
§ 3 o Se o pedido importar em modificação de especial em favor da criança ou
guarda, será obrigatória, desde que possível e adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
razoável, a oitiva da criança ou adolescente,
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do
respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau
procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e
de compreensão sobre as implicações da
caberá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de
medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
manutenção do poder familiar, dirigir esforços para
2009) Vigência
preparar a criança ou o adolescente com vistas à
§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles colocação em família substituta. (Redação dada
forem identificados e estiverem em local pela Lei nº 13.509, de 2017)
conhecido, ressalvados os casos de não
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda
comparecimento perante a Justiça quando
ou a suspensão do poder familiar será averbada à
devidamente citados. (Redação dada pela Lei nº
margem do registro de nascimento da criança ou do
13.509, de 2017)

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 42


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adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 1 o Na hipótese de concordância dos pais, o
2009) Vigência juiz: (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
Seção III I - na presença do Ministério Público, ouvirá as
partes, devidamente assistidas por advogado ou
Da Destituição da Tutela
por defensor público, para verificar sua
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o concordância com a adoção, no prazo máximo de
procedimento para a remoção de tutor previsto na 10 (dez) dias, contado da data do protocolo da
lei processual civil e, no que couber, o disposto na petição ou da entrega da criança em juízo, tomando
seção anterior. por termo as declarações; e (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)
Seção IV
II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído
Da Colocação em Família Substituta
pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 165. São requisitos para a concessão de
§ 2 o O consentimento dos titulares do poder
pedidos de colocação em família substituta:
familiar será precedido de orientações e
I - qualificação completa do requerente e de seu esclarecimentos prestados pela equipe
eventual cônjuge, ou companheiro, com expressa interprofissional da Justiça da Infância e da
anuência deste; Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a
irrevogabilidade da medida. (Incluído pela Lei nº
II - indicação de eventual parentesco do requerente
12.010, de 2009) Vigência
e de seu cônjuge, ou companheiro, com a criança
ou adolescente, especificando se tem ou não § 3 o São garantidos a livre manifestação de vontade
parente vivo; dos detentores do poder familiar e o direito ao
sigilo das informações. (Redação dada pela Lei nº
III - qualificação completa da criança ou
13.509, de 2017)
adolescente e de seus pais, se conhecidos;
§ 4 o O consentimento prestado por escrito não terá
IV - indicação do cartório onde foi inscrito
validade se não for ratificado na audiência a que se
nascimento, anexando, se possível, uma cópia da
refere o § 1 o deste artigo. (Redação dada pela Lei
respectiva certidão;
nº 13.509, de 2017)
V - declaração sobre a existência de bens, direitos
§ 5 o O consentimento é retratável até a data da
ou rendimentos relativos à criança ou ao
realização da audiência especificada no § 1 o deste
adolescente.
artigo, e os pais podem exercer o arrependimento
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de
observar-se-ão também os requisitos específicos. prolação da sentença de extinção do poder
familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido
destituídos ou suspensos do poder familiar, ou § 6 o O consentimento somente terá valor se for
houverem aderido expressamente ao pedido de dado após o nascimento da criança. (Incluído pela
colocação em família substituta, este poderá ser Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
formulado diretamente em cartório, em petição
§ 7 o A família natural e a família substituta
assinada pelos próprios requerentes, dispensada a
receberão a devida orientação por intermédio de
assistência de advogado. (Redação dada pela Lei nº
equipe técnica interprofissional a serviço da Justiça
12.010, de 2009) Vigência
da Infância e da Juventude, preferencialmente com
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da

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política municipal de garantia do direito à Seção V
convivência familiar. (Redação dada pela Lei nº
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a
13.509, de 2017)
Adolescente
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a
Art. 171. O adolescente apreendido por força de
requerimento das partes ou do Ministério Público,
ordem judicial será, desde logo, encaminhado à
determinará a realização de estudo social ou, se
autoridade judiciária.
possível, perícia por equipe interprofissional,
decidindo sobre a concessão de guarda provisória, Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de
bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de ato infracional será, desde logo, encaminhado à
convivência. autoridade policial competente.
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda Parágrafo único. Havendo repartição policial
provisória ou do estágio de convivência, a criança especializada para atendimento de adolescente e
ou o adolescente será entregue ao interessado, em se tratando de ato infracional praticado em co-
mediante termo de responsabilidade. (Incluído pela autoria com maior, prevalecerá a atribuição da
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência repartição especializada, que, após as providências
necessárias e conforme o caso, encaminhará o
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo
adulto à repartição policial própria.
pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou
o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional
Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, cometido mediante violência ou grave ameaça a
decidindo a autoridade judiciária em igual prazo. pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do
disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107,
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da
deverá:
tutela, a perda ou a suspensão do poder
familiar constituir pressuposto lógico da medida I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as
principal de colocação em família substituta, será testemunhas e o adolescente;
observado o procedimento contraditório previsto
II - apreender o produto e os instrumentos da
nas Seções II e III deste Capítulo. (Expressão
infração;
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - requisitar os exames ou perícias necessários à
Parágrafo único. A perda ou a modificação da
comprovação da materialidade e autoria da
guarda poderá ser decretada nos mesmos autos do
infração.
procedimento, observado o disposto no art. 35.
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante,
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-
a lavratura do auto poderá ser substituída por
se-á o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o
boletim de ocorrência circunstanciada.
contido no art. 47.
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou
Parágrafo único. A colocação de criança ou
responsável, o adolescente será prontamente
adolescente sob a guarda de pessoa inscrita em
liberado pela autoridade policial, sob termo de
programa de acolhimento familiar será comunicada
compromisso e responsabilidade de sua
pela autoridade judiciária à entidade por este
apresentação ao representante do Ministério
responsável no prazo máximo de 5 (cinco)
Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no
dias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela
gravidade do ato infracional e sua repercussão
social, deva o adolescente permanecer sob

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internação para garantia de sua segurança pessoal autuados pelo cartório judicial e com informação
ou manutenção da ordem pública. sobre os antecedentes do adolescente, procederá
imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade
possível, de seus pais ou responsável, vítima e
policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao
testemunhas.
representante do Ministério Público, juntamente
com cópia do auto de apreensão ou boletim de Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o
ocorrência. representante do Ministério Público notificará os
pais ou responsável para apresentação do
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a
adolescente, podendo requisitar o concurso das
autoridade policial encaminhará o adolescente à
polícias civil e militar.
entidade de atendimento, que fará a apresentação
ao representante do Ministério Público no prazo de Art. 180. Adotadas as providências a que alude o
vinte e quatro horas. artigo anterior, o representante do Ministério
Público poderá:
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de
atendimento, a apresentação far-se-á pela I - promover o arquivamento dos autos;
autoridade policial. À falta de repartição policial
II - conceder a remissão;
especializada, o adolescente aguardará a
apresentação em dependência separada da III - representar à autoridade judiciária para
destinada a maiores, não podendo, em qualquer aplicação de medida sócio-educativa.
hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou
anterior.
concedida a remissão pelo representante do
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a Ministério Público, mediante termo fundamentado,
autoridade policial encaminhará imediatamente ao que conterá o resumo dos fatos, os autos serão
representante do Ministério Público cópia do auto conclusos à autoridade judiciária para
de apreensão ou boletim de ocorrência. homologação.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a
houver indícios de participação de adolescente na autoridade judiciária determinará, conforme o
prática de ato infracional, a autoridade policial caso, o cumprimento da medida.
encaminhará ao representante do Ministério
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará
Público relatório das investigações e demais
remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça,
documentos.
mediante despacho fundamentado, e este
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria oferecerá representação, designará outro membro
de ato infracional não poderá ser conduzido ou do Ministério Público para apresentá-la, ou
transportado em compartimento fechado de ratificará o arquivamento ou a remissão, que só
veículo policial, em condições atentatórias à sua então estará a autoridade judiciária obrigada a
dignidade, ou que impliquem risco à sua homologar.
integridade física ou mental, sob pena de
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do
responsabilidade.
Ministério Público não promover o arquivamento
Art. 179. Apresentado o adolescente, o ou conceder a remissão, oferecerá representação à
representante do Ministério Público, no mesmo dia autoridade judiciária, propondo a instauração de
e à vista do auto de apreensão, boletim de procedimento para aplicação da medida sócio-
ocorrência ou relatório policial, devidamente educativa que se afigurar a mais adequada.

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§ 1º A representação será oferecida por petição, policial, desde que em seção isolada dos adultos e
que conterá o breve resumo dos fatos e a com instalações apropriadas, não podendo
classificação do ato infracional e, quando ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena
necessário, o rol de testemunhas, podendo ser de responsabilidade.
deduzida oralmente, em sessão diária instalada
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais
pela autoridade judiciária.
ou responsável, a autoridade judiciária procederá à
§ 2º A representação independe de prova pré- oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de
constituída da autoria e materialidade. profissional qualificado.
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada
conclusão do procedimento, estando o adolescente a remissão, ouvirá o representante do Ministério
internado provisoriamente, será de quarenta e Público, proferindo decisão.
cinco dias.
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade medida de internação ou colocação em regime de
judiciária designará audiência de apresentação do semi-liberdade, a autoridade judiciária, verificando
adolescente, decidindo, desde logo, sobre a que o adolescente não possui advogado
decretação ou manutenção da internação, constituído, nomeará defensor, designando, desde
observado o disposto no art. 108 e parágrafo. logo, audiência em continuação, podendo
determinar a realização de diligências e estudo do
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão
caso.
cientificados do teor da representação, e
notificados a comparecer à audiência, § 3º O advogado constituído ou o defensor
acompanhados de advogado. nomeado, no prazo de três dias contado da
audiência de apresentação, oferecerá defesa prévia
§ 2º Se os pais ou responsável não forem
e rol de testemunhas.
localizados, a autoridade judiciária dará curador
especial ao adolescente. § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as
testemunhas arroladas na representação e na
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a
defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o
autoridade judiciária expedirá mandado de busca e
relatório da equipe interprofissional, será dada a
apreensão, determinando o sobrestamento do
palavra ao representante do Ministério Público e ao
feito, até a efetiva apresentação.
defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte
§ 4º Estando o adolescente internado, será minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a
requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da critério da autoridade judiciária, que em seguida
notificação dos pais ou responsável. proferirá decisão.

Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado,
autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em não comparecer, injustificadamente à audiência de
estabelecimento prisional. apresentação, a autoridade judiciária designará
nova data, determinando sua condução coercitiva.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as
características definidas no art. 123, o adolescente Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou
deverá ser imediatamente transferido para a suspensão do processo, poderá ser aplicada em
localidade mais próxima. qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o
adolescente aguardará sua remoção em repartição

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Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará de prova, ouvido o Ministério Público; (Incluído
qualquer medida, desde que reconheça na pela Lei nº 13.441, de 2017)
sentença:
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério
I - estar provada a inexistência do fato; Público ou representação de delegado de polícia e
conterá a demonstração de sua necessidade, o
II - não haver prova da existência do fato;
alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou
III - não constituir o fato ato infracional; apelidos das pessoas investigadas e, quando
possível, os dados de conexão ou cadastrais que
IV - não existir prova de ter o adolescente
permitam a identificação dessas pessoas; (Incluído
concorrido para o ato infracional.
pela Lei nº 13.441, de 2017)
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa)
o adolescente internado, será imediatamente
dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde
colocado em liberdade.
que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte)
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a
medida de internação ou regime de semi-liberdade critério da autoridade judicial. (Incluído pela Lei nº
será feita: 13.441, de 2017)

I - ao adolescente e ao seu defensor; § 1 º A autoridade judicial e o Ministério Público


poderão requisitar relatórios parciais da operação
II - quando não for encontrado o adolescente, a
de infiltração antes do término do prazo de que
seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor.
trata o inciso II do § 1 º deste artigo. (Incluído pela
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação Lei nº 13.441, de 2017)
far-se-á unicamente na pessoa do defensor.
§ 2 º Para efeitos do disposto no inciso I do §
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do 1 º deste artigo, consideram-se: (Incluído pela Lei
adolescente, deverá este manifestar se deseja ou nº 13.441, de 2017)
não recorrer da sentença.
I – dados de conexão: informações referentes a
Seção V-A (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) hora, data, início, término, duração, endereço de
Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a
origem da conexão; (Incluído pela Lei nº 13.441, de
Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual
2017)
de Criança e de Adolescente”
II – dados cadastrais: informações referentes a
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na
nome e endereço de assinante ou de usuário
internet com o fim de investigar os crimes previstos
registrado ou autenticado para a conexão a quem
nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D
endereço de IP, identificação de usuário ou código
desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-
de acesso tenha sido atribuído no momento da
A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
conexão.
dezembro de 1940 (Código Penal) , obedecerá às
seguintes regras: (Incluído pela Lei nº 13.441, de § 3 º A infiltração de agentes de polícia na internet
2017) não será admitida se a prova puder ser obtida por
outros meios. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
I – será precedida de autorização judicial
devidamente circunstanciada e fundamentada, que Art. 190-B. As informações da operação de
estabelecerá os limites da infiltração para obtenção infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz

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responsável pela autorização da medida, que zelará infiltrado e a intimidade das crianças e dos
por seu sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) adolescentes envolvidos. (Incluído pela Lei nº
13.441, de 2017)
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o
acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Seção VI
Ministério Público e ao delegado de polícia
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de
responsável pela operação, com o objetivo de
Atendimento
garantir o sigilo das investigações. (Incluído pela Lei
nº 13.441, de 2017) Art. 191. O procedimento de apuração de
irregularidades em entidade governamental e não-
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta
governamental terá início mediante portaria da
a sua identidade para, por meio da internet, colher
autoridade judiciária ou representação do
indícios de autoria e materialidade dos crimes
Ministério Público ou do Conselho Tutelar, onde
previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-
conste, necessariamente, resumo dos fatos.
C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-
A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a
7 de dezembro de 1940 (Código Penal) . (Incluído autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público,
pela Lei nº 13.441, de 2017) decretar liminarmente o afastamento provisório do
dirigente da entidade, mediante decisão
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que
fundamentada.
deixar de observar a estrita finalidade da
investigação responderá pelos excessos Art. 192. O dirigente da entidade será citado para,
praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita,
podendo juntar documentos e indicar as provas a
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público
produzir.
poderão incluir nos bancos de dados próprios,
mediante procedimento sigiloso e requisição da Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo
autoridade judicial, as informações necessárias à necessário, a autoridade judiciária designará
efetividade da identidade fictícia criada. (Incluído audiência de instrução e julgamento, intimando as
pela Lei nº 13.441, de 2017) partes.
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que § 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o
trata esta Seção será numerado e tombado em livro Ministério Público terão cinco dias para oferecer
específico. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) alegações finais, decidindo a autoridade judiciária
em igual prazo.
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos
eletrônicos praticados durante a operação deverão § 2º Em se tratando de afastamento provisório ou
ser registrados, gravados, armazenados e definitivo de dirigente de entidade governamental,
encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, a autoridade judiciária oficiará à autoridade
juntamente com relatório administrativa imediatamente superior ao
circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.441, de afastado, marcando prazo para a substituição.
2017)
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados autoridade judiciária poderá fixar prazo para a
citados no caput deste artigo serão reunidos em remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas
autos apartados e apensados ao processo criminal as exigências, o processo será extinto, sem
juntamente com o inquérito policial, assegurando- julgamento de mérito.
se a preservação da identidade do agente policial

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§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade
dirigente da entidade ou programa de judiciária procederá na conformidade do artigo
atendimento. anterior, ou, sendo necessário, designará audiência
de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº
Seção VII
12.010, de 2009) Vigência
Da Apuração de Infração Administrativa às
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-
Normas de Proteção à Criança e ao Adolescente
se-ão sucessivamente o Ministério Público e o
Art. 194. O procedimento para imposição de procurador do requerido, pelo tempo de vinte
penalidade administrativa por infração às normas minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a
de proteção à criança e ao adolescente terá início critério da autoridade judiciária, que em seguida
por representação do Ministério Público, ou do proferirá sentença.
Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado
Seção-VIII
por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
assinado por duas testemunhas, se possível.
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de
Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados
infração, poderão ser usadas fórmulas impressas,
no Brasil, apresentarão petição inicial na qual
especificando-se a natureza e as circunstâncias da
conste: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
infração.
2009) Vigência
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração
I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº
seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em
12.010, de 2009) Vigência
caso contrário, dos motivos do retardamento.
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para
2009) Vigência
apresentação de defesa, contado da data da
intimação, que será feita: III - cópias autenticadas de certidão de nascimento
ou casamento, ou declaração relativa ao período de
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for
união estável; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
lavrado na presença do requerido;
2009) Vigência
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no
habilitado, que entregará cópia do auto ou da
Cadastro de Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº
representação ao requerido, ou a seu
12.010, de 2009) Vigência
representante legal, lavrando certidão;
V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
for encontrado o requerido ou seu representante
legal; VI - atestados de sanidade física e mental (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto
ou não sabido o paradeiro do requerido ou de seu VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído
representante legal. pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo VIII - certidão negativa de distribuição
legal, a autoridade judiciária dará vista dos autos do cível. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Ministério Público, por cinco dias, decidindo em
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48
igual prazo.
(quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 49


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Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à
poderá: (Incluído pela Lei nº 12.010, de adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo
2009) Vigência programa de acolhimento familiar e institucional e
pela execução da política municipal de garantia do
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela
direito à convivência familiar. (Redação dada pela
equipe interprofissional encarregada de elaborar o
Lei nº 13.509, de 2017)
estudo técnico a que se refere o art. 197-C desta
Lei; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3 o É recomendável que as crianças e os
adolescentes acolhidos institucionalmente ou por
II - requerer a designação de audiência para oitiva
família acolhedora sejam preparados por equipe
dos postulantes em juízo e testemunhas; (Incluído
interprofissional antes da inclusão em família
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
III - requerer a juntada de documentos
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da
complementares e a realização de outras
participação no programa referido no art. 197-C
diligências que entender necessárias. (Incluído pela
desta Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(quarenta e oito) horas, decidirá acerca das
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, diligências requeridas pelo Ministério Público e
equipe interprofissional a serviço da Justiça da determinará a juntada do estudo psicossocial,
Infância e da Juventude, que deverá elaborar designando, conforme o caso, audiência de
estudo psicossocial, que conterá subsídios que instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº
permitam aferir a capacidade e o preparo dos 12.010, de 2009) Vigência
postulantes para o exercício de uma paternidade ou
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas
maternidade responsável, à luz dos requisitos e
diligências, ou sendo essas indeferidas, a
princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
autoridade judiciária determinará a juntada do
2009) Vigência
estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos
§ 1 o É obrigatória a participação dos postulantes ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo
em programa oferecido pela Justiça da Infância e da em igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Juventude, preferencialmente com apoio dos 2009) Vigência
técnicos responsáveis pela execução da política
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante
municipal de garantia do direito à convivência
será inscrito nos cadastros referidos no art. 50
familiar e dos grupos de apoio à adoção
desta Lei, sendo a sua convocação para a adoção
devidamente habilitados perante a Justiça da
feita de acordo com ordem cronológica de
Infância e da Juventude, que inclua preparação
habilitação e conforme a disponibilidade de
psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-
crianças ou adolescentes adotáveis. (Incluído pela
racial, de crianças ou de adolescentes com
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
deficiência, com doenças crônicas ou com
necessidades específicas de saúde, e de grupos de § 1 o A ordem cronológica das habilitações somente
irmãos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) poderá deixar de ser observada pela autoridade
judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50
§ 2 o Sempre que possível e recomendável, a etapa
desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor
obrigatória da preparação referida no § 1 o deste
solução no interesse do adotando. (Incluído pela Lei
artigo incluirá o contato com crianças e
nº 12.010, de 2009) Vigência
adolescentes em regime de acolhimento familiar ou
institucional, a ser realizado sob orientação, § 2 o A habilitação à adoção deverá ser renovada no
supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça mínimo trienalmente mediante avaliação por

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 50


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equipe interprofissional. (Redação dada pela Lei nº a defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Redação
13.509, de 2017) dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 3 o Quando o adotante candidatar-se a uma nova III - os recursos terão preferência de julgamento e
adoção, será dispensável a renovação da dispensarão revisor;
habilitação, bastando a avaliação por equipe
IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
interprofissional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
2017) V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4 o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
habilitado, à adoção de crianças ou adolescentes
VII - antes de determinar a remessa dos autos à
indicados dentro do perfil escolhido, haverá
superior instância, no caso de apelação, ou do
reavaliação da habilitação concedida. (Incluído pela
instrumento, no caso de agravo, a autoridade
Lei nº 13.509, de 2017)
judiciária proferirá despacho fundamentado,
§ 5 o A desistência do pretendente em relação à mantendo ou reformando a decisão, no prazo de
guarda para fins de adoção ou a devolução da cinco dias;
criança ou do adolescente depois do trânsito em
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o
julgado da sentença de adoção importará na sua
escrivão remeterá os autos ou o instrumento à
exclusão dos cadastros de adoção e na vedação de
superior instância dentro de vinte e quatro horas,
renovação da habilitação, salvo decisão judicial
independentemente de novo pedido do recorrente;
fundamentada, sem prejuízo das demais sanções
se a reformar, a remessa dos autos dependerá de
previstas na legislação vigente. (Incluído pela Lei nº
pedido expresso da parte interessada ou do
13.509, de 2017)
Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da da intimação.
habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte)
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no
dias, prorrogável por igual período, mediante
art. 149 caberá recurso de apelação.
decisão fundamentada da autoridade
judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz
efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que
Capítulo IV
será recebida exclusivamente no efeito devolutivo,
Dos Recursos salvo se se tratar de adoção internacional ou se
houver perigo de dano irreparável ou de difícil
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da
reparação ao adotando. (Incluído pela Lei nº
Infância e da Juventude, inclusive os relativos à
12.010, de 2009) Vigência
execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á
o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou
de 1973 (Código de Processo Civil) , com as qualquer dos genitores do poder familiar fica
seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas
12.594, de 2012) (Vide) no efeito devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
I - os recursos serão interpostos
independentemente de preparo; Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de
adoção e de destituição de poder familiar, em face
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de
da relevância das questões, serão processados com
declaração, o prazo para o Ministério Público e para
prioridade absoluta, devendo ser imediatamente
distribuídos, ficando vedado que aguardem, em

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 51


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qualquer situação, oportuna distribuição, e serão IV - promover, de ofício ou por solicitação dos
colocados em mesa para julgamento sem revisão e interessados, a especialização e a inscrição de
com parecer urgente do Ministério hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores,
Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de curadores e quaisquer administradores de bens de
2009) Vigência crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em V - promover o inquérito civil e a ação civil pública
mesa para julgamento no prazo máximo de 60 para a proteção dos interesses individuais, difusos
(sessenta) dias, contado da sua conclusão. (Incluído ou coletivos relativos à infância e à adolescência,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso II, da
Constituição Federal ;
Parágrafo único. O Ministério Público será
intimado da data do julgamento e poderá na VI - instaurar procedimentos administrativos e,
sessão, se entender necessário, apresentar para instruí-los:
oralmente seu parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010,
a) expedir notificações para colher depoimentos ou
de 2009) Vigência
esclarecimentos e, em caso de não
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a comparecimento injustificado, requisitar condução
instauração de procedimento para apuração de coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;
responsabilidades se constatar o descumprimento
b) requisitar informações, exames, perícias e
das providências e do prazo previstos nos artigos
documentos de autoridades municipais, estaduais e
anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
federais, da administração direta ou indireta, bem
2009) Vigência
como promover inspeções e diligências
Capítulo V investigatórias;
Do Ministério Público c) requisitar informações e documentos a
particulares e instituições privadas;
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas
nesta Lei serão exercidas nos termos da respectiva VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências
lei orgânica. investigatórias e determinar a instauração de
inquérito policial, para apuração de ilícitos ou
Art. 201. Compete ao Ministério Público:
infrações às normas de proteção à infância e à
I - conceder a remissão como forma de exclusão do juventude;
processo;
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e
II - promover e acompanhar os procedimentos garantias legais assegurados às crianças e
relativos às infrações atribuídas a adolescentes; adolescentes, promovendo as medidas judiciais e
extrajudiciais cabíveis;
III - promover e acompanhar as ações de alimentos
e os procedimentos de suspensão e destituição IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e
do pátrio poder poder familiar , nomeação e habeas corpus, em qualquer juízo, instância ou
remoção de tutores, curadores e guardiães, bem tribunal, na defesa dos interesses sociais e
como oficiar em todos os demais procedimentos da individuais indisponíveis afetos à criança e ao
competência da Justiça da Infância e da adolescente;
Juventude; (Expressão substituída pela Lei nº
X - representar ao juízo visando à aplicação de
12.010, de 2009) Vigência
penalidade por infrações cometidas contra as
normas de proteção à infância e à juventude, sem

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prejuízo da promoção da responsabilidade civil e Art. 202. Nos processos e procedimentos em que
penal do infrator, quando cabível; não for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério
Público na defesa dos direitos e interesses de que
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares
cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos
de atendimento e os programas de que trata esta
depois das partes, podendo juntar documentos e
Lei, adotando de pronto as medidas administrativas
requerer diligências, usando os recursos cabíveis.
ou judiciais necessárias à remoção de
irregularidades porventura verificadas; Art. 203. A intimação do Ministério Público, em
qualquer caso, será feita pessoalmente.
XII - requisitar força policial, bem como a
colaboração dos serviços médicos, hospitalares, Art. 204. A falta de intervenção do Ministério
educacionais e de assistência social, públicos ou Público acarreta a nulidade do feito, que será
privados, para o desempenho de suas atribuições. declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de
qualquer interessado.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as
ações cíveis previstas neste artigo não impede a de Art. 205. As manifestações processuais do
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo representante do Ministério Público deverão ser
dispuserem a Constituição e esta Lei. fundamentadas.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não Capítulo VI
excluem outras, desde que compatíveis com a
Do Advogado
finalidade do Ministério Público.
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou
§ 3º O representante do Ministério Público, no
responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo
exercício de suas funções, terá livre acesso a todo
interesse na solução da lide poderão intervir nos
local onde se encontre criança ou adolescente.
procedimentos de que trata esta Lei, através de
§ 4º O representante do Ministério Público será advogado, o qual será intimado para todos os atos,
responsável pelo uso indevido das informações e pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado
documentos que requisitar, nas hipóteses legais de o segredo de justiça.
sigilo.
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o integral e gratuita àqueles que dela necessitarem.
inciso VIII deste artigo, poderá o representante do
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a
Ministério Público:
prática de ato infracional, ainda que ausente ou
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, foragido, será processado sem defensor.
instaurando o competente procedimento, sob sua
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á
presidência;
nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo
b) entender-se diretamente com a pessoa ou tempo, constituir outro de sua preferência.
autoridade reclamada, em dia, local e horário
§ 2º A ausência do defensor não determinará o
previamente notificados ou acertados;
adiamento de nenhum ato do processo, devendo o
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente,
serviços públicos e de relevância pública afetos à ou para o só efeito do ato.
criança e ao adolescente, fixando prazo razoável
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato,
para sua perfeita adequação.
quando se tratar de defensor nomeado ou, sido

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constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato testemunha de violência. (Incluído pela Lei nº
formal com a presença da autoridade judiciária. 13.431, de 2017) (Vigência)
Capítulo VII § 1 o As hipóteses previstas neste artigo não
excluem da proteção judicial outros interesses
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais,
individuais, difusos ou coletivos, próprios da
Difusos e Coletivos
infância e da adolescência, protegidos pela
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as Constituição e pela Lei. (Renumerado do Parágrafo
ações de responsabilidade por ofensa aos direitos único pela Lei nº 11.259, de 2005)
assegurados à criança e ao adolescente, referentes
§ 2 o A investigação do desaparecimento de
ao não oferecimento ou oferta irregular:
crianças ou adolescentes será realizada
I - do ensino obrigatório; imediatamente após notificação aos órgãos
competentes, que deverão comunicar o fato aos
II - de atendimento educacional especializado aos
portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e
portadores de deficiência;
companhias de transporte interestaduais e
III – de atendimento em creche e pré-escola às internacionais, fornecendo-lhes todos os dados
crianças de zero a cinco anos de idade; (Redação necessários à identificação do
dada pela Lei nº 13.306, de 2016) desaparecido. (Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005)

IV - de ensino noturno regular, adequado às Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão
condições do educando; propostas no foro do local onde ocorreu ou deva
ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá
V - de programas suplementares de oferta de
competência absoluta para processar a causa,
material didático-escolar, transporte e assistência à
ressalvadas a competência da Justiça Federal e a
saúde do educando do ensino fundamental;
competência originária dos tribunais superiores.
VI - de serviço de assistência social visando à
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em
proteção à família, à maternidade, à infância e à
interesses coletivos ou difusos, consideram-se
adolescência, bem como ao amparo às crianças e
legitimados concorrentemente:
adolescentes que dele necessitem;
I - o Ministério Público;
VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito
VIII - de escolarização e profissionalização dos
Federal e os territórios;
adolescentes privados de liberdade.
III - as associações legalmente constituídas há pelo
IX - de ações, serviços e programas de orientação,
menos um ano e que incluam entre seus fins
apoio e promoção social de famílias e destinados ao
institucionais a defesa dos interesses e direitos
pleno exercício do direito à convivência familiar por
protegidos por esta Lei, dispensada a autorização
crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº
da assembléia, se houver prévia autorização
12.010, de 2009) Vigência
estatutária.
X - de programas de atendimento para a execução
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os
das medidas socioeducativas e aplicação de
Ministérios Públicos da União e dos estados na
medidas de proteção. (Incluído pela Lei nº 12.594,
defesa dos interesses e direitos de que cuida esta
de 2012) (Vide)
Lei.
XI - de políticas e programas integrados de
atendimento à criança e ao adolescente vítima ou

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§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo
por associação legitimada, o Ministério Público ou gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do
outro legitimado poderá assumir a titularidade Adolescente do respectivo município.
ativa.
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão trânsito em julgado da decisão serão exigidas
tomar dos interessados compromisso de através de execução promovida pelo Ministério
ajustamento de sua conduta às exigências legais, o Público, nos mesmos autos, facultada igual
qual terá eficácia de título executivo extrajudicial. iniciativa aos demais legitimados.
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses § 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o
protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as dinheiro ficará depositado em estabelecimento
espécies de ações pertinentes. oficial de crédito, em conta com correção
monetária.
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as
normas do Código de Processo Civil. Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo
aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de Art. 216. Transitada em julgado a sentença que
atribuições do poder público, que lesem direito impuser condenação ao poder público, o juiz
líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação determinará a remessa de peças à autoridade
mandamental, que se regerá pelas normas da lei do competente, para apuração da responsabilidade
mandado de segurança. civil e administrativa do agente a que se atribua a
ação ou omissão.
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em
juiz concederá a tutela específica da obrigação ou julgado da sentença condenatória sem que a
determinará providências que assegurem o associação autora lhe promova a execução, deverá
resultado prático equivalente ao do adimplemento. fazê-lo o Ministério Público, facultada igual
iniciativa aos demais legitimados.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e
havendo justificado receio de ineficácia do Art. 218. O juiz condenará a associação autora a
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela pagar ao réu os honorários advocatícios arbitrados
liminarmente ou após justificação prévia, citando o na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869,
réu. de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) ,
quando reconhecer que a pretensão é
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo
manifestamente infundada.
anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando associação autora e os diretores responsáveis pela
prazo razoável para o cumprimento do preceito. propositura da ação serão solidariamente
condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito
responsabilidade por perdas e danos.
em julgado da sentença favorável ao autor, mas
será devida desde o dia em que se houver Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não
configurado o descumprimento. haverá adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas.

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Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a
público deverá provocar a iniciativa do Ministério promoção de arquivamento, designará, desde logo,
Público, prestando-lhe informações sobre fatos que outro órgão do Ministério Público para o
constituam objeto de ação civil, e indicando-lhe os ajuizamento da ação.
elementos de convicção.
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos couber, as disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de
e tribunais tiverem conhecimento de fatos que julho de 1985 .
possam ensejar a propositura de ação civil,
Título VII
remeterão peças ao Ministério Público para as
providências cabíveis. Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado Capítulo I
poderá requerer às autoridades competentes as
Dos Crimes
certidões e informações que julgar necessárias, que
serão fornecidas no prazo de quinze dias. Seção I
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob Disposições Gerais
sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes
qualquer pessoa, organismo público ou particular,
praticados contra a criança e o adolescente, por
certidões, informações, exames ou perícias, no
ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na
prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior
legislação penal.
a dez dias úteis.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas
as normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto
todas as diligências, se convencer da inexistência de
ao processo, as pertinentes ao Código de
fundamento para a propositura da ação cível,
Processo Penal.
promoverá o arquivamento dos autos do inquérito
civil ou das peças informativas, fazendo-o Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação
fundamentadamente. pública incondicionada.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista
informação arquivados serão remetidos, sob pena no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº
de se incorrer em falta grave, no prazo de três dias, 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
ao Conselho Superior do Ministério Público. para os crimes previstos nesta Lei, praticados por
servidores públicos com abuso de autoridade, são
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a
condicionados à ocorrência de
promoção de arquivamento, em sessão do
reincidência. (Incluído pela Lei nº 13.869. de
Conselho Superior do Ministério público, poderão
2019)
as associações legitimadas apresentar razões
escritas ou documentos, que serão juntados aos Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou
autos do inquérito ou anexados às peças de da função, nesse caso, independerá da pena
informação. aplicada na reincidência. (Incluído pela Lei nº
13.869. de 2019)
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida
a exame e deliberação do Conselho Superior do
Ministério Público, conforme dispuser o seu
regimento.

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Seção II Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua
autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
Dos Crimes em Espécie
constrangimento:
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
dirigente de estabelecimento de atenção à saúde
de gestante de manter registro das atividades Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 :
desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem
desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a
justa causa, de ordenar a imediata liberação de
seu responsável, por ocasião da alta médica,
criança ou adolescente, tão logo tenha
declaração de nascimento, onde constem as
conhecimento da ilegalidade da apreensão:
intercorrências do parto e do desenvolvimento do
neonato: Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo
fixado nesta Lei em benefício de adolescente
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
privado de liberdade:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de
de estabelecimento de atenção à saúde de gestante
autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar
de identificar corretamente o neonato e a
ou representante do Ministério Público no exercício
parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar
de função prevista nesta Lei:
de proceder aos exames referidos no art. 10 desta
Lei: Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder
de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
ordem judicial, com o fim de colocação em lar
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. substituto:
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou
em flagrante de ato infracional ou inexistindo
pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
ordem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que
oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
procede à apreensão sem observância das
formalidades legais. Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato
destinado ao envio de criança ou adolescente para
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável
o exterior com inobservância das formalidades
pela apreensão de criança ou adolescente de fazer
legais ou com o fito de obter lucro:
imediata comunicação à autoridade judiciária
competente e à família do apreendido ou à pessoa Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
por ele indicada:
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave
Pena - detenção de seis meses a dois anos. ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de
12.11.2003)

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Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar,
pena correspondente à violência. transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por
qualquer meio, inclusive por meio de sistema de
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar,
informática ou telemático, fotografia, vídeo ou
filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo
outro registro que contenha cena de sexo explícito
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou
ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
2008)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1 o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído
§ 1 o Incorre nas mesmas penas quem agencia,
pela Lei nº 11.829, de 2008)
facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo
intermedeia a participação de criança ou I – assegura os meios ou serviços para o
adolescente nas cenas referidas no caput deste armazenamento das fotografias, cenas ou imagens
artigo, ou ainda quem com esses de que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Lei
contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de nº 11.829, de 2008)
2008)
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede
§ 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o de computadores às fotografias, cenas ou imagens
agente comete o crime: (Redação dada pela Lei nº de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei
11.829, de 2008) nº 11.829, de 2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a § 2 o As condutas tipificadas nos incisos I e II do §
pretexto de exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 1 o deste artigo são puníveis quando o responsável
11.829, de 2008) legal pela prestação do serviço, oficialmente
notificado, deixa de desabilitar o acesso ao
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de
conteúdo ilícito de que trata o caput deste
coabitação ou de hospitalidade; ou (Redação dada
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por
III – prevalecendo-se de relações de parentesco
qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por
registro que contenha cena de sexo explícito ou
adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador
pornográfica envolvendo criança ou
da vítima ou de quem, a qualquer outro título,
adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
tenha autoridade sobre ela, ou com seu
consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829, de Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
2008) multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo § 1 o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois
ou outro registro que contenha cena de sexo terços) se de pequena quantidade o material a que
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 11.829, de 2008)
2008)
§ 2 o Não há crime se a posse ou o armazenamento
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e tem a finalidade de comunicar às autoridades
multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) competentes a ocorrência das condutas descritas
nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 58


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a comunicação for feita por: (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre
11.829, de 2008) quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – agente público no exercício de suas I – facilita ou induz o acesso à criança de material
funções; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) contendo cena de sexo explícito ou pornográfica
com o fim de com ela praticar ato
II – membro de entidade, legalmente constituída,
libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
que inclua, entre suas finalidades institucionais, o
recebimento, o processamento e o II – pratica as condutas descritas no caput deste
encaminhamento de notícia dos crimes referidos artigo com o fim de induzir criança a se exibir de
neste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de forma pornográfica ou sexualmente
2008) explícita. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
III – representante legal e funcionários responsáveis Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta
de provedor de acesso ou serviço prestado por Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou
meio de rede de computadores, até o recebimento pornográfica” compreende qualquer situação que
do material relativo à notícia feita à autoridade envolva criança ou adolescente em atividades
policial, ao Ministério Público ou ao Poder sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição
Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente
para fins primordialmente sexuais. (Incluído pela
§ 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste artigo
Lei nº 11.829, de 2008)
deverão manter sob sigilo o material ilícito
referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente
ou entregar, de qualquer forma, a criança ou
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou
adolescente arma, munição ou explosivo:
adolescente em cena de sexo explícito ou
pornográfica por meio de adulteração, montagem Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação
ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
outra forma de representação visual: (Incluído pela
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou
Lei nº 11.829, de 2008)
entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica
multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) ou, sem justa causa, outros produtos cujos
componentes possam causar dependência física ou
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem
psíquica: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de
vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui,
2015)
publica ou divulga por qualquer meio, adquire,
possui ou armazena o material produzido na forma Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, multa, se o fato não constitui crime mais
de 2008) grave. (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente
constranger, por qualquer meio de comunicação, ou entregar, de qualquer forma, a criança ou
criança, com o fim de com ela praticar ato adolescente fogos de estampido ou de artifício,
libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial,
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
em caso de utilização indevida:
multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 59


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Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como ensino fundamental, pré-escola ou creche, de
tais definidos no caput do art. 2 o desta Lei, à comunicar à autoridade competente os casos de
prostituição ou à exploração sexual: (Incluído pela que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou
Lei nº 9.975, de 23.6.2000) confirmação de maus-tratos contra criança ou
adolescente:
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além
da perda de bens e valores utilizados na prática Pena - multa de três a vinte salários de referência,
criminosa em favor do Fundo dos Direitos da aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Criança e do Adolescente da unidade da Federação
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de
(Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o
entidade de atendimento o exercício dos direitos
crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-
constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124
fé. (Redação dada pela Lei nº 13.440, de 2017)
desta Lei:
§ 1 o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
gerente ou o responsável pelo local em que se
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
verifique a submissão de criança ou adolescente às
práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem
pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) autorização devida, por qualquer meio de
comunicação, nome, ato ou documento de
§ 2 o Constitui efeito obrigatório da condenação a
procedimento policial, administrativo ou judicial
cassação da licença de localização e de
relativo a criança ou adolescente a que se atribua
funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela
ato infracional:
Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando
infração penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
pela Lei nº 12.015, de 2009) parcialmente, fotografia de criança ou adolescente
envolvido em ato infracional, ou qualquer
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua
§ 1 o Incorre nas penas previstas no caput deste identificação, direta ou indiretamente.
artigo quem pratica as condutas ali tipificadas
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa
utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos,
ou emissora de rádio ou televisão, além da pena
inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído
prevista neste artigo, a autoridade judiciária poderá
pela Lei nº 12.015, de 2009)
determinar a apreensão da publicação. (Expressão
§ 2 o As penas previstas no caput deste artigo são declarada inconstitucional pela ADIN 869).
aumentadas de um terço no caso de a infração
Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de
cometida ou induzida estar incluída no rol do art.
2017) (Vigência)
1 o da Lei n o 8.072, de 25 de julho de
1990 . (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os
deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente
Capítulo II
de tutela ou guarda, bem assim determinação da
Das Infrações Administrativas autoridade judiciária ou Conselho
Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável
de 2009) Vigência
por estabelecimento de atenção à saúde e de

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Pena - multa de três a vinte salários de referência, Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. espetáculo ou sem aviso de sua
classificação: (Expressão declarada inconstitucional
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente
pela ADI 2.404).
desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem
autorização escrita desses ou da autoridade Pena - multa de vinte a cem salários de referência;
judiciária, em hotel, pensão, motel ou duplicada em caso de reincidência a autoridade
congênere: (Redação dada pela Lei nº 12.038, de judiciária poderá determinar a suspensão da
2009). programação da emissora por até dois dias.
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou
2009). congênere classificado pelo órgão competente
como inadequado às crianças ou adolescentes
§ 1 º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena
admitidos ao espetáculo:
de multa, a autoridade judiciária poderá
determinar o fechamento do estabelecimento por Pena - multa de vinte a cem salários de referência;
até 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, de na reincidência, a autoridade poderá determinar a
2009). suspensão do espetáculo ou o fechamento do
estabelecimento por até quinze dias.
§ 2 º Se comprovada a reincidência em período
inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente
definitivamente fechado e terá sua licença fita de programação em vídeo, em desacordo com
cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009). a classificação atribuída pelo órgão competente:
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por Pena - multa de três a vinte salários de referência;
qualquer meio, com inobservância do disposto nos em caso de reincidência, a autoridade judiciária
arts. 83, 84 e 85 desta Lei: poderá determinar o fechamento do
estabelecimento por até quinze dias.
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts.
78 e 79 desta Lei:
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou
espetáculo público de afixar, em lugar visível e de Pena - multa de três a vinte salários de referência,
fácil acesso, à entrada do local de exibição, duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem
informação destacada sobre a natureza da diversão prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
ou espetáculo e a faixa etária especificada no
Art. 258. Deixar o responsável pelo
certificado de classificação:
estabelecimento ou o empresário de observar o
Pena - multa de três a vinte salários de referência, que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança ou
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua
participação no espetáculo:
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou
quaisquer representações ou espetáculos, sem Pena - multa de três a vinte salários de referência;
indicar os limites de idade a que não se em caso de reincidência, a autoridade judiciária
recomendem: poderá determinar o fechamento do
estabelecimento por até quinze dias.
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
duplicada em caso de reincidência, aplicável, Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de
separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos providenciar a instalação e operacionalização dos
de divulgação ou publicidade. cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101

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desta Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de Disposições Finais e Transitórias
2009) Vigência
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ contados da publicação deste Estatuto, elaborará
3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela Lei nº projeto de lei dispondo sobre a criação ou
12.010, de 2009) Vigência adaptação de seus órgãos às diretrizes da política
de atendimento fixadas no art. 88 e ao que
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a
estabelece o Título V do Livro II.
autoridade que deixa de efetuar o cadastramento
de crianças e de adolescentes em condições de Parágrafo único. Compete aos estados e municípios
serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados à promoverem a adaptação de seus órgãos e
adoção e de crianças e adolescentes em regime de programas às diretrizes e princípios estabelecidos
acolhimento institucional ou familiar. (Incluído pela nesta Lei.
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do
dirigente de estabelecimento de atenção à saúde Adolescente nacional, distrital, estaduais ou
de gestante de efetuar imediato encaminhamento municipais, devidamente comprovadas, sendo
à autoridade judiciária de caso de que tenha essas integralmente deduzidas do imposto de
conhecimento de mãe ou gestante interessada em renda, obedecidos os seguintes limites: (Redação
entregar seu filho para adoção: (Incluído pela Lei nº dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
12.010, de 2009) Vigência
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ devido apurado pelas pessoas jurídicas tributadas
3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela Lei nº com base no lucro real; e (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda
funcionário de programa oficial ou comunitário apurado pelas pessoas físicas na Declaração de
destinado à garantia do direito à convivência Ajuste Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei
familiar que deixa de efetuar a comunicação n o 9.532, de 10 de dezembro de 1997 . (Redação
referida no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
12.010, de 2009) Vigência
§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no 1997) (Produção de efeito)
inciso II do art. 81: (Redação dada pela Lei nº
§ 1 o -A. Na definição das prioridades a serem
13.106, de 2015)
atendidas com os recursos captados pelos fundos
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ nacional, estaduais e municipais dos direitos da
10.000,00 (dez mil reais); (Redação dada pela Lei nº criança e do adolescente, serão consideradas as
13.106, de 2015) disposições do Plano Nacional de Promoção,
Proteção e Defesa do Direito de Crianças e
Medida Administrativa - interdição do
Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária
estabelecimento comercial até o recolhimento da
e as do Plano Nacional pela Primeira
multa aplicada. (Redação dada pela Lei nº 13.106,
Infância. (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de
de 2015)
2016)
§ 2 o Os conselhos nacional, estaduais e municipais
dos direitos da criança e do adolescente fixarão

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 62


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critérios de utilização, por meio de planos de II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de
aplicação, das dotações subsidiadas e demais 2012) (Vide)
receitas, aplicando necessariamente percentual
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de
para incentivo ao acolhimento, sob a forma de
2012. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
guarda, de crianças e adolescentes e para
programas de atenção integral à primeira infância § 2 o A dedução de que trata o caput : (Incluído pela
em áreas de maior carência socioeconômica e em Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
situações de calamidade. (Redação dada dada pela
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do
Lei nº 13.257, de 2016)
imposto sobre a renda apurado na declaração de
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do que trata o inciso II do caput do art. 260; (Incluído
Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
regulamentará a comprovação das doações feitas
II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela
aos fundos, nos termos deste artigo. (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei
§ 4º O Ministério Público determinará em cada
nº 12.594, de 2012) (Vide)
comarca a forma de fiscalização da aplicação, pelo
Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do b) apresentar declaração em formulário;
Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste ou (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído
§5 o Observado o disposto no § 4 o do
art. 3 o da
Lei pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
o
n 9.249, de 26 de dezembro de 1995 , a dedução
III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído
de que trata o inciso I do caput : (Redação dada
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou
I - será considerada isoladamente, não se
deduções em vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
submetendo a limite em conjunto com outras
2012) (Vide)
deduções do imposto; e (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide) § 3 o O pagamento da doação deve ser efetuado até
a data de vencimento da primeira quota ou quota
II - não poderá ser computada como despesa
única do imposto, observadas instruções
operacional na apuração do lucro real. (Incluído
específicas da Secretaria da Receita Federal do
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-
§ 4 o O não pagamento da doação no prazo
calendário de 2009, a pessoa física poderá optar
estabelecido no § 3 o implica a glosa definitiva desta
pela doação de que trata o inciso II do caput do art.
parcela de dedução, ficando a pessoa física
260 diretamente em sua Declaração de Ajuste
obrigada ao recolhimento da diferença de imposto
Anual. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com
§ 1 o A doação de que trata o caput poderá ser os acréscimos legais previstos na
deduzida até os seguintes percentuais aplicados legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
sobre o imposto apurado na declaração: (Incluído 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 5 o A pessoa física poderá deduzir do imposto
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de apurado na Declaração de Ajuste Anual as doações
2012) (Vide) feitas, no respectivo ano-calendário, aos fundos

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controlados pelos Conselhos dos Direitos da II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
Criança e do Adolescente municipais, distrital, (CNPJ) e endereço do emitente; (Incluído pela Lei nº
estaduais e nacional concomitantemente com a 12.594, de 2012) (Vide)
opção de que trata o caput , respeitado o limite
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas
previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela Lei nº
(CPF) do doador; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide)
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art.
IV - data da doação e valor efetivamente recebido;
260 poderá ser deduzida: (Incluído pela Lei nº
e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
12.594, de 2012) (Vide)
V - ano-calendário a que se refere a
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas
doação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
jurídicas que apuram o imposto trimestralmente;
2012) (Vide)
e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1 o O comprovante de que trata o caput deste
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste
artigo pode ser emitido anualmente, desde que
anual, para as pessoas jurídicas que apuram o
discrimine os valores doados mês a mês. (Incluído
imposto anualmente. (Incluído pela Lei nº 12.594,
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
de 2012) (Vide)
§ 2 o No caso de doação em bens, o comprovante
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada
deve conter a identificação dos bens, mediante
dentro do período a que se refere a apuração do
descrição em campo próprio ou em relação anexa
imposto. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
ao comprovante, informando também se houve
2012) (Vide)
avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta avaliadores. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Lei podem ser efetuadas em espécie ou em 2012) (Vide)
bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie doador deverá: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
devem ser depositadas em conta específica, em 2012) (Vide)
instituição financeira pública, vinculadas aos
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante
respectivos fundos de que trata o art. 260. (Incluído
documentação hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594,
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
de 2012) (Vide)
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela
II - baixar os bens doados na declaração de bens e
administração das contas dos Fundos dos Direitos
direitos, quando se tratar de pessoa física, e na
da Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
escrituração, no caso de pessoa jurídica; e (Incluído
distrital e municipais devem emitir recibo em favor
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
do doador, assinado por pessoa competente e pelo
presidente do Conselho correspondente, III - considerar como valor dos bens
especificando: (Incluído pela Lei nº 12.594, de doados: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) 2012) (Vide)
I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, a) para as pessoas físicas, o valor constante da
de 2012) (Vide) última declaração do imposto de renda, desde que
não exceda o valor de mercado; (Incluído pela Lei
nº 12.594, de 2012) (Vide)

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b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos municipais divulgarão amplamente à
bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) comunidade: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão
não será considerado na determinação do valor dos I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei
bens doados, exceto se o leilão for determinado por nº 12.594, de 2012) (Vide)
autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594,
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas
de 2012) (Vide)
de atendimento à criança e ao
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
arts. 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo 2012) (Vide)
contribuinte por um prazo de 5 (cinco) anos para
III - os requisitos para a apresentação de projetos a
fins de comprovação da dedução perante a Receita
serem beneficiados com recursos dos Fundos dos
Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
2012) (Vide)
estaduais, distrital ou municipais; (Incluído pela Lei
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela nº 12.594, de 2012) (Vide)
administração das contas dos Fundos dos Direitos
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-
da Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
calendário e o valor dos recursos previstos para
distrital e municipais devem: (Incluído pela Lei nº
implementação das ações, por projeto; (Incluído
12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - manter conta bancária específica destinada
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva
exclusivamente a gerir os recursos do
destinação, por projeto atendido, inclusive com
Fundo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
cadastramento na base de dados do Sistema de
II - manter controle das doações recebidas; Informações sobre a Infância e a Adolescência;
e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - informar anualmente à Secretaria da Receita VI - a avaliação dos resultados dos projetos
Federal do Brasil as doações recebidas mês a mês, beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos
identificando os seguintes dados por da Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
doador: (Incluído pela Lei nº 12.594, de distrital e municipais. (Incluído pela Lei nº 12.594,
2012) (Vide) de 2012) (Vide)
a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em
de 2012) (Vide) cada Comarca, a forma de fiscalização da aplicação
dos incentivos fiscais referidos no art. 260 desta
b) valor doado, especificando se a doação foi em
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) Parágrafo único. O descumprimento do disposto
nos arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das
responder por ação judicial proposta pelo
obrigações previstas no art. 260-G, a Secretaria da
Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a
Receita Federal do Brasil dará conhecimento do
requerimento ou representação de qualquer
fato ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
cidadão. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide)
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e
do Adolescente nacional, estaduais, distrital e

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Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à doloso o homicídio, a pena é aumentada de um
Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de terço, se o crime é praticado contra pessoa menor
outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo de catorze anos.
a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da
2) Art. 129 .................................................................
Criança e do Adolescente nacional, distrital,
estaduais e municipais, com a indicação dos § 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer
respectivos números de inscrição no CNPJ e das qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º.
contas bancárias específicas mantidas em
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do
instituições financeiras públicas, destinadas
art. 121.
exclusivamente a gerir os recursos dos
Fundos. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 3) Art. 136.................................................................
2012) (Vide)
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil praticado contra pessoa menor de catorze anos.
expedirá as instruções necessárias à aplicação do
4) Art.213 .................................................................
disposto nos arts. 260 a 260-K. (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze
anos:
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos
direitos da criança e do adolescente, os registros, Pena - reclusão de quatro a dez anos.
inscrições e alterações a que se referem os arts. 90,
5) Art. 214.................................................................
parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados
perante a autoridade judiciária da comarca a que Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze
pertencer a entidade. anos:
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar Pena - reclusão de três a nove anos.»
aos estados e municípios, e os estados aos
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de
municípios, os recursos referentes aos programas e
dezembro de 1973 , fica acrescido do seguinte item:
atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam
criados os conselhos dos direitos da criança e do "Art. 102 ...................................................................
adolescente nos seus respectivos níveis.
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da
Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão
União, da administração direta ou indireta,
exercidas pela autoridade judiciária.
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro poder público federal promoverão edição popular
de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as do texto integral deste Estatuto, que será posto à
seguintes alterações: disposição das escolas e das entidades de
atendimento e de defesa dos direitos da criança e
1) Art. 121 ............................................................
do adolescente.
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente
um terço, se o crime resulta de inobservância de
ampla divulgação dos direitos da criança e do
regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o
adolescente nos meios de comunicação
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima,
social. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
não procura diminuir as conseqüências do seu ato,

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Parágrafo único. A divulgação a que se refere
o caput será veiculada em linguagem clara,
compreensível e adequada a crianças e
adolescentes, especialmente às crianças com idade
inferior a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei nº 13.257,
de 2016)
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após
sua publicação.
Parágrafo único. Durante o período de vacância
deverão ser promovidas atividades e campanhas de
divulgação e esclarecimentos acerca do disposto
nesta Lei.
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 ,
e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de
Menores), e as demais disposições em contrário.
Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da
Independência e 102º da República.

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