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Carreiras Policiais - MT
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE sociedade em geral e do poder público assegurar,
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização,
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
Adolescente e dá outras providências. convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica- Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será
se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre objeto de qualquer forma de negligência,
dezoito e vinte e um anos de idade. discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão, punido na forma da lei qualquer
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
fundamentais.
sem prejuízo da proteção integral de que trata esta
Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em
meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências
de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, do bem comum, os direitos e deveres individuais e
moral, espiritual e social, em condições de coletivos, e a condição peculiar da criança e do
liberdade e de dignidade. adolescente como pessoas em desenvolvimento.
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em VI - intervenção precoce: a intervenção das
conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se autoridades competentes deve ser efetuada logo
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo
verbal, que será reduzida a termo e assinada. mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo
ser prorrogada, revogada ou substituída por outra
Seção III
medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e
Da Obrigação de Reparar o Dano o defensor.
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a
reflexos patrimoniais, a autoridade poderá supervisão da autoridade competente, a realização
determinar, se for o caso, que o adolescente dos seguintes encargos, entre outros:
restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano,
I - promover socialmente o adolescente e sua
ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os,
Parágrafo único. Havendo manifesta se necessário, em programa oficial ou comunitário
impossibilidade, a medida poderá ser substituída de auxílio e assistência social;
por outra adequada.
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento
escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua
matrícula;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a
asseio pessoal; concessão da remissão pela autoridade judiciária
importará na suspensão ou extinção do processo.
X - habitar alojamento em condições adequadas de
higiene e salubridade; Art. 127. A remissão não implica necessariamente o
reconhecimento ou comprovação da
XI - receber escolarização e profissionalização;
responsabilidade, nem prevalece para efeito de
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de antecedentes, podendo incluir eventualmente a
lazer: aplicação de qualquer das medidas previstas em lei,
exceto a colocação em regime de semi-liberdade e
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
a internação.
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão
crença, e desde que assim o deseje;
poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo,
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e mediante pedido expresso do adolescente ou de
dispor de local seguro para guardá-los, recebendo seu representante legal, ou do Ministério Público.
comprovante daqueles porventura depositados em
Título IV
poder da entidade;
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
XVI - receber, quando de sua desinternação, os
documentos pessoais indispensáveis à vida em Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou
sociedade. responsável:
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses XII - promover e incentivar, na comunidade e nos
previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas grupos profissionais, ações de divulgação e
previstas no art. 101, I a VII; treinamento para o reconhecimento de sintomas
de maus-tratos em crianças e
II - atender e aconselhar os pais ou responsável,
adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
Parágrafo único. Se, no exercício de suas
III - promover a execução de suas decisões,
atribuições, o Conselho Tutelar entender
podendo para tanto:
necessário o afastamento do convívio familiar,
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, comunicará incontinenti o fato ao Ministério
educação, serviço social, previdência, trabalho e Público, prestando-lhe informações sobre os
segurança; motivos de tal entendimento e as providências
tomadas para a orientação, o apoio e a promoção
b) representar junto à autoridade judiciária nos
social da família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
casos de descumprimento injustificado de suas
2009) Vigência
deliberações.
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de
poderão ser revistas pela autoridade judiciária a
fato que constitua infração administrativa ou penal
pedido de quem tenha legítimo interesse.
contra os direitos da criança ou adolescente;
Capítulo III
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de
sua competência; Da Competência
VI - providenciar a medida estabelecida pela Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de
autoridade judiciária, dentre as previstas no art. competência constante do art. 147.
101, de I a VI, para o adolescente autor de ato
Capítulo IV
infracional;
Da Escolha dos Conselheiros
VII - expedir notificações;
Art. 139. O processo para a escolha dos membros
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito
do Conselho Tutelar será estabelecido em lei
de criança ou adolescente quando necessário;
municipal e realizado sob a responsabilidade do
IX - assessorar o Poder Executivo local na Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
elaboração da proposta orçamentária para planos e Adolescente, e a fiscalização do Ministério
programas de atendimento dos direitos da criança Público. (Redação dada pela Lei nº 8.242, de
e do adolescente; 12.10.1991)
d) o tipo de freqüência habitual ao local; Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei
aplicam-se subsidiariamente as normas gerais
e) a adequação do ambiente a eventual
previstas na legislação processual pertinente.
participação ou freqüência de crianças e
adolescentes; § 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade,
prioridade absoluta na tramitação dos processos e
f) a natureza do espetáculo.
procedimentos previstos nesta Lei, assim como na
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste execução dos atos e diligências judiciais a eles
artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso, referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
vedadas as determinações de caráter geral. 2009) Vigência
Art. 156. A petição inicial indicará: § 1 o A citação será pessoal, salvo se esgotados
todos os meios para sua realização. (Incluído pela
I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
Lei nº 12.962, de 2014)
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência
§ 2 o O requerido privado de liberdade deverá ser
do requerente e do requerido, dispensada a
citado pessoalmente. (Incluído pela Lei nº 12.962,
qualificação em se tratando de pedido formulado
de 2014)
por representante do Ministério Público;
§ 3 o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça
III - a exposição sumária do fato e o pedido;
houver procurado o citando em seu domicílio ou
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, residência sem o encontrar, deverá, havendo
desde logo, o rol de testemunhas e documentos. suspeita de ocultação, informar qualquer pessoa da
família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a
em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público,
que designar, nos termos do art. 252 e seguintes da
decretar a suspensão do poder familiar , liminar ou
Lei n o 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
incidentalmente, até o julgamento definitivo da
Processo Civil) . (Incluído pela Lei nº 13.509, de
causa, ficando a criança ou adolescente confiado a
2017)
pessoa idônea, mediante termo de
responsabilidade. (Expressão substituída pela Lei nº § 4 o Na hipótese de os genitores encontrarem-se
12.010, de 2009) Vigência em local incerto ou não sabido, serão citados por
edital no prazo de 10 (dez) dias, em publicação
§ 1 o Recebida a petição inicial, a autoridade
única, dispensado o envio de ofícios para a
judiciária determinará, concomitantemente ao
localização. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
despacho de citação e independentemente de
requerimento do interessado, a realização de Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de
estudo social ou perícia por equipe interprofissional constituir advogado, sem prejuízo do próprio
ou multidisciplinar para comprovar a presença de sustento e de sua família, poderá requerer, em
uma das causas de suspensão ou destituição do cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual
poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. incumbirá a apresentação de resposta, contando-se
101 desta Lei, e observada a Lei n o 13.431, de 4 o prazo a partir da intimação do despacho de
nomeação.
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado,
autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em não comparecer, injustificadamente à audiência de
estabelecimento prisional. apresentação, a autoridade judiciária designará
nova data, determinando sua condução coercitiva.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as
características definidas no art. 123, o adolescente Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou
deverá ser imediatamente transferido para a suspensão do processo, poderá ser aplicada em
localidade mais próxima. qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o
adolescente aguardará sua remoção em repartição
IV - de ensino noturno regular, adequado às Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão
condições do educando; propostas no foro do local onde ocorreu ou deva
ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá
V - de programas suplementares de oferta de
competência absoluta para processar a causa,
material didático-escolar, transporte e assistência à
ressalvadas a competência da Justiça Federal e a
saúde do educando do ensino fundamental;
competência originária dos tribunais superiores.
VI - de serviço de assistência social visando à
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em
proteção à família, à maternidade, à infância e à
interesses coletivos ou difusos, consideram-se
adolescência, bem como ao amparo às crianças e
legitimados concorrentemente:
adolescentes que dele necessitem;
I - o Ministério Público;
VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito
VIII - de escolarização e profissionalização dos
Federal e os territórios;
adolescentes privados de liberdade.
III - as associações legalmente constituídas há pelo
IX - de ações, serviços e programas de orientação,
menos um ano e que incluam entre seus fins
apoio e promoção social de famílias e destinados ao
institucionais a defesa dos interesses e direitos
pleno exercício do direito à convivência familiar por
protegidos por esta Lei, dispensada a autorização
crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº
da assembléia, se houver prévia autorização
12.010, de 2009) Vigência
estatutária.
X - de programas de atendimento para a execução
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os
das medidas socioeducativas e aplicação de
Ministérios Públicos da União e dos estados na
medidas de proteção. (Incluído pela Lei nº 12.594,
defesa dos interesses e direitos de que cuida esta
de 2012) (Vide)
Lei.
XI - de políticas e programas integrados de
atendimento à criança e ao adolescente vítima ou