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LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Art.

4º É dever da família, da
comunidade, da sociedade em geral e do
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do poder público assegurar, com absoluta
Adolescente e dá outras providências. prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço educação, ao esporte, ao lazer, à
saber que o Congresso Nacional decreta e eu profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
sanciono a seguinte Lei: respeito, à liberdade e à convivência familiar
e comunitária.
Título I
Parágrafo único. A garantia de
Das Disposições Preliminares
prioridade compreende:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção
a) primazia de receber proteção e
integral à criança e ao adolescente.
socorro em quaisquer circunstâncias;
Art. 2º Considera-se criança, para os
b) precedência de atendimento nos
efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de
serviços públicos ou de relevância pública;
idade incompletos, e adolescente aquela
entre doze e dezoito anos de idade. c) preferência na formulação e na
execução das políticas sociais públicas;
Parágrafo único. Nos casos expressos
em lei, aplica-se excepcionalmente este d) destinação privilegiada de recursos
Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e públicos nas áreas relacionadas com a
um anos de idade. proteção à infância e à juventude.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente


de todos os direitos fundamentais inerentes à será objeto de qualquer forma de
pessoa humana, sem prejuízo da proteção negligência, discriminação, exploração,
integral de que trata esta Lei, assegurando- violência, crueldade e opressão, punido na
se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as forma da lei qualquer atentado, por ação ou
oportunidades e facilidades, a fim de lhes omissão, aos seus direitos fundamentais.
facultar o desenvolvimento físico, mental,
moral, espiritual e social, em condições de Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-
liberdade e de dignidade. se-ão em conta os fins sociais a que ela se
dirige, as exigências do bem comum, os
Parágrafo único. Os direitos enunciados direitos e deveres individuais e coletivos, e a
nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e condição peculiar da criança e do
adolescentes, sem discriminação de adolescente como pessoas em
nascimento, situação familiar, idade, sexo, desenvolvimento.
raça, etnia ou cor, religião ou crença,
deficiência, condição pessoal de Título II
desenvolvimento e aprendizagem, condição
econômica, ambiente social, região e local de Dos Direitos Fundamentais
moradia ou outra condição que diferencie as
pessoas, as famílias ou a comunidade em que Capítulo I
vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Do Direito à Vida e à Saúde
Art. 7º A criança e o adolescente têm § 5 o A assistência referida no § 4 o deste
direito a proteção à vida e à saúde, mediante artigo deverá ser prestada também a
a efetivação de políticas sociais públicas que gestantes e mães que manifestem interesse
permitam o nascimento e o desenvolvimento em entregar seus filhos para adoção, bem
sadio e harmonioso, em condições dignas de como a gestantes e mães que se encontrem
existência. em situação de privação de
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.257,
Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres de 2016)
o acesso aos programas e às políticas de
saúde da mulher e de planejamento § 6 o A gestante e a parturiente têm
reprodutivo e, às gestantes, nutrição direito a 1 (um) acompanhante de sua
adequada, atenção humanizada à gravidez, preferência durante o período do pré-natal,
ao parto e ao puerpério e atendimento pré- do trabalho de parto e do pós-parto
natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
do Sistema Único de Saúde. (Redação dada 2016)
pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 7 o A gestante deverá receber
§ 1 o O atendimento pré-natal será orientação sobre aleitamento materno,
realizado por profissionais da atenção alimentação complementar saudável e
primária. (Redação dada pela Lei nº 13.257, crescimento e desenvolvimento infantil, bem
de 2016) como sobre formas de favorecer a criação de
vínculos afetivos e de estimular o
§ 2 o Os profissionais de saúde de desenvolvimento integral da criança. (Incluído
referência da gestante garantirão sua pela Lei nº 13.257, de 2016)
vinculação, no último trimestre da gestação,
ao estabelecimento em que será realizado o § 8 o A gestante tem direito a
parto, garantido o direito de opção da acompanhamento saudável durante toda a
mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de gestação e a parto natural cuidadoso,
2016) estabelecendo-se a aplicação de cesariana e
outras intervenções cirúrgicas por motivos
§ 3 o Os serviços de saúde onde o parto médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
for realizado assegurarão às mulheres e aos 2016)
seus filhos recém-nascidos alta hospitalar
responsável e contrarreferência na atenção § 9 o A atenção primária à saúde fará a
primária, bem como o acesso a outros busca ativa da gestante que não iniciar ou que
serviços e a grupos de apoio à abandonar as consultas de pré-natal, bem
amamentação. (Redação dada pela Lei nº como da puérpera que não comparecer às
13.257, de 2016) consultas pós-parto. (Incluído pela Lei nº
13.257, de 2016)
§ 4 o Incumbe ao poder público
proporcionar assistência psicológica à § 10. Incumbe ao poder público
gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, garantir, à gestante e à mulher com filho na
inclusive como forma de prevenir ou minorar primeira infância que se encontrem sob
as consequências do estado custódia em unidade de privação de
puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de liberdade, ambiência que atenda às normas
2009) Vigência sanitárias e assistenciais do Sistema Único de
Saúde para o acolhimento do filho, em
articulação com o sistema de ensino gestantes, públicos e particulares, são
competente, visando ao desenvolvimento obrigados a:
integral da criança. (Incluído pela Lei nº
13.257, de 2016) I - manter registro das atividades
desenvolvidas, através de prontuários
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana individuais, pelo prazo de dezoito anos;
Nacional de Prevenção da Gravidez na
Adolescência, a ser realizada anualmente na II - identificar o recém-nascido mediante
semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o registro de sua impressão plantar e digital e
o objetivo de disseminar informações sobre da impressão digital da mãe, sem prejuízo de
medidas preventivas e educativas que outras formas normatizadas pela autoridade
contribuam para a redução da incidência da administrativa competente;
gravidez na adolescência. (Incluído pela Lei nº
13.798, de 2019) III - proceder a exames visando ao
diagnóstico e terapêutica de anormalidades
Parágrafo único. As ações destinadas a no metabolismo do recém-nascido, bem
efetivar o disposto no caput deste artigo como prestar orientação aos pais;
ficarão a cargo do poder público, em
conjunto com organizações da sociedade IV - fornecer declaração de nascimento
civil, e serão dirigidas prioritariamente ao onde constem necessariamente as
público adolescente. (Incluído pela Lei nº intercorrências do parto e do
13.798, de 2019) desenvolvimento do neonato;

Art. 9º O poder público, as instituições e V - manter alojamento conjunto,


os empregadores propiciarão condições possibilitando ao neonato a permanência
adequadas ao aleitamento materno, inclusive junto à mãe.
aos filhos de mães submetidas a medida
VI - acompanhar a prática do processo
privativa de liberdade.
de amamentação, prestando orientações
§ 1 o Os profissionais das unidades quanto à técnica adequada, enquanto a mãe
primárias de saúde desenvolverão ações permanecer na unidade hospitalar, utilizando
sistemáticas, individuais ou coletivas, visando o corpo técnico já existente. (Incluído pela Lei
ao planejamento, à implementação e à nº 13.436, de 2017) (Vigência)
avaliação de ações de promoção, proteção e
Art. 11. É assegurado acesso integral às
apoio ao aleitamento materno e à
linhas de cuidado voltadas à saúde da criança
alimentação complementar saudável, de
e do adolescente, por intermédio do Sistema
forma contínua. (Incluído pela Lei nº 13.257,
Único de Saúde, observado o princípio da
de 2016)
equidade no acesso a ações e serviços para
§ 2 o Os serviços de unidades de terapia promoção, proteção e recuperação da
intensiva neonatal deverão dispor de banco saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
de leite humano ou unidade de coleta de leite 2016)
humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
§ 1 o A criança e o adolescente com
2016)
deficiência serão atendidos, sem
Art. 10. Os hospitais e demais discriminação ou segregação, em suas
estabelecimentos de atenção à saúde de necessidades gerais de saúde e específicas
de habilitação e reabilitação. (Redação dada Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016) pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 2 o Incumbe ao poder público fornecer § 2 o Os serviços de saúde em suas


gratuitamente, àqueles que necessitarem, diferentes portas de entrada, os serviços de
medicamentos, órteses, próteses e outras assistência social em seu componente
tecnologias assistivas relativas ao tratamento, especializado, o Centro de Referência
habilitação ou reabilitação para crianças e Especializado de Assistência Social (Creas) e
adolescentes, de acordo com as linhas de os demais órgãos do Sistema de Garantia de
cuidado voltadas às suas necessidades Direitos da Criança e do Adolescente deverão
específicas. (Redação dada pela Lei nº 13.257, conferir máxima prioridade ao atendimento
de 2016) das crianças na faixa etária da primeira
infância com suspeita ou confirmação de
§ 3 o Os profissionais que atuam no violência de qualquer natureza, formulando
cuidado diário ou frequente de crianças na projeto terapêutico singular que inclua
primeira infância receberão formação intervenção em rede e, se necessário,
específica e permanente para a detecção de acompanhamento domiciliar. (Incluído pela
sinais de risco para o desenvolvimento Lei nº 13.257, de 2016)
psíquico, bem como para o
acompanhamento que se fizer Art. 14. O Sistema Único de Saúde
necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de promoverá programas de assistência médica
2016) e odontológica para a prevenção das
enfermidades que ordinariamente afetam a
Art. 12. Os estabelecimentos de população infantil, e campanhas de educação
atendimento à saúde, inclusive as unidades sanitária para pais, educadores e alunos.
neonatais, de terapia intensiva e de cuidados
intermediários, deverão proporcionar § 1 o É obrigatória a vacinação das
condições para a permanência em tempo crianças nos casos recomendados pelas
integral de um dos pais ou responsável, nos autoridades sanitárias. (Renumerado do
casos de internação de criança ou parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016)
adolescente. (Redação dada pela Lei nº
13.257, de 2016) § 2 o O Sistema Único de Saúde
promoverá a atenção à saúde bucal das
Art. 13. Os casos de suspeita ou crianças e das gestantes, de forma
confirmação de castigo físico, de tratamento transversal, integral e intersetorial com as
cruel ou degradante e de maus-tratos contra demais linhas de cuidado direcionadas à
criança ou adolescente serão mulher e à criança. (Incluído pela Lei nº
obrigatoriamente comunicados ao Conselho 13.257, de 2016)
Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo
de outras providências legais. (Redação dada § 3 o A atenção odontológica à criança
pela Lei nº 13.010, de 2014) terá função educativa protetiva e será
prestada, inicialmente, antes de o bebê
§ 1 o As gestantes ou mães que nascer, por meio de aconselhamento pré-
manifestem interesse em entregar seus filhos natal, e, posteriormente, no sexto e no
para adoção serão obrigatoriamente décimo segundo anos de vida, com
encaminhadas, sem constrangimento, à orientações sobre saúde bucal. (Incluído pela
Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4 o A criança com necessidade de Art. 17. O direito ao respeito consiste na
cuidados odontológicos especiais será inviolabilidade da integridade física, psíquica
atendida pelo Sistema Único de e moral da criança e do adolescente,
Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) abrangendo a preservação da imagem, da
identidade, da autonomia, dos valores, idéias
§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
crianças, nos seus primeiros dezoito meses de
vida, de protocolo ou outro instrumento Art. 18. É dever de todos velar pela
construído com a finalidade de facilitar a dignidade da criança e do adolescente,
detecção, em consulta pediátrica de pondo-os a salvo de qualquer tratamento
acompanhamento da criança, de risco para o desumano, violento, aterrorizante, vexatório
seu desenvolvimento psíquico. (Incluído pela ou constrangedor.
Lei nº 13.438, de 2017) (Vigência)
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm
Capítulo II o direito de ser educados e cuidados sem o
uso de castigo físico ou de tratamento cruel
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à ou degradante, como formas de correção,
Dignidade disciplina, educação ou qualquer outro
pretexto, pelos pais, pelos integrantes da
Art. 15. A criança e o adolescente têm família ampliada, pelos responsáveis, pelos
direito à liberdade, ao respeito e à dignidade agentes públicos executores de medidas
como pessoas humanas em processo de socioeducativas ou por qualquer pessoa
desenvolvimento e como sujeitos de direitos encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-
civis, humanos e sociais garantidos na los ou protegê-los. (Incluído pela Lei nº
Constituição e nas leis. 13.010, de 2014)

Art. 16. O direito à liberdade Parágrafo único. Para os fins desta Lei,
compreende os seguintes aspectos: considera-se: (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014)
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos
e espaços comunitários, ressalvadas as I - castigo físico: ação de natureza
restrições legais; disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da
força física sobre a criança ou o adolescente
II - opinião e expressão;
que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010,
de 2014)
III - crença e culto religioso;
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei
IV - brincar, praticar esportes e divertir-
nº 13.010, de 2014)
se;
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
V - participar da vida familiar e
2014)
comunitária, sem discriminação;
II - tratamento cruel ou degradante:
VI - participar da vida política, na forma
conduta ou forma cruel de tratamento em
da lei;
relação à criança ou ao adolescente
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº Capítulo III
13.010, de 2014)
Do Direito à Convivência Familiar e
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Comunitária
Lei nº 13.010, de 2014)
Seção I
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014) Disposições Gerais

Art. 18-B. Os pais, os integrantes da Art. 19. É direito da criança e do


família ampliada, os responsáveis, os agentes adolescente ser criado e educado no seio de
públicos executores de medidas sua família e, excepcionalmente, em família
socioeducativas ou qualquer pessoa substituta, assegurada a convivência familiar
encarregada de cuidar de crianças e de e comunitária, em ambiente que garanta seu
adolescentes, tratá-los, educá-los ou desenvolvimento integral. (Redação dada
protegê-los que utilizarem castigo físico ou pela Lei nº 13.257, de 2016)
tratamento cruel ou degradante como formas
de correção, disciplina, educação ou § 1 o Toda criança ou adolescente que
qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem estiver inserido em programa de acolhimento
prejuízo de outras sanções cabíveis, às familiar ou institucional terá sua situação
seguintes medidas, que serão aplicadas de reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses,
acordo com a gravidade do caso: (Incluído devendo a autoridade judiciária competente,
pela Lei nº 13.010, de 2014) com base em relatório elaborado por equipe
interprofissional ou multidisciplinar, decidir
I - encaminhamento a programa oficial de forma fundamentada pela possibilidade
ou comunitário de proteção à de reintegração familiar ou pela colocação
família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) em família substituta, em quaisquer das
modalidades previstas no art. 28 desta
II - encaminhamento a tratamento Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
psicológico ou psiquiátrico; (Incluído pela Lei 2017)
nº 13.010, de 2014)
§ 2 o A permanência da criança e do
III - encaminhamento a cursos ou adolescente em programa de acolhimento
programas de orientação; (Incluído pela Lei nº institucional não se prolongará por mais de 18
13.010, de 2014) (dezoito meses), salvo comprovada
necessidade que atenda ao seu superior
IV - obrigação de encaminhar a criança a interesse, devidamente fundamentada pela
tratamento especializado; (Incluído pela Lei autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei
nº 13.010, de 2014) nº 13.509, de 2017)

V - advertência. (Incluído pela Lei nº § 3 o A manutenção ou a reintegração de


13.010, de 2014) criança ou adolescente à sua família terá
preferência em relação a qualquer outra
Parágrafo único. As medidas previstas providência, caso em que será esta incluída
neste artigo serão aplicadas pelo Conselho em serviços e programas de proteção, apoio
Tutelar, sem prejuízo de outras providências e promoção, nos termos do § 1 o do art. 23,
legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos
incisos I a IV do caput do art. 129 desta § 3 o A busca à família extensa, conforme
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de definida nos termos do parágrafo único do
2016) art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo
de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual
§ 4 o Será garantida a convivência da período. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
criança e do adolescente com a mãe ou o pai
privado de liberdade, por meio de visitas § 4 o Na hipótese de não haver a
periódicas promovidas pelo responsável ou, nas indicação do genitor e de não existir outro
hipóteses de acolhimento institucional, pela representante da família extensa apto a
entidade responsável, independentemente de receber a guarda, a autoridade judiciária
autorização judicial. (Incluído pela Lei nº competente deverá decretar a extinção do
12.962, de 2014) poder familiar e determinar a colocação da
criança sob a guarda provisória de quem
§ 5 o Será garantida a convivência estiver habilitado a adotá-la ou de entidade
integral da criança com a mãe adolescente que desenvolva programa de acolhimento
que estiver em acolhimento familiar ou institucional. (Incluído pela Lei nº
institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 13.509, de 2017)
2017)
§ 5 o Após o nascimento da criança, a
§ 6 A mãe adolescente será assistida
o
vontade da mãe ou de ambos os genitores,
por equipe especializada se houver pai registral ou pai indicado, deve
multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, ser manifestada na audiência a que se refere
de 2017) o § 1 o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo
sobre a entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509,
Art. 19-A. A gestante ou mãe que de 2017)
manifeste interesse em entregar seu filho
para adoção, antes ou logo após o § 6º Na hipótese de não comparecerem
nascimento, será encaminhada à Justiça da à audiência nem o genitor nem representante
Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº da família extensa para confirmar a intenção
13.509, de 2017) de exercer o poder familiar ou a guarda, a
autoridade judiciária suspenderá o poder
§ 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela familiar da mãe, e a criança será colocada sob
equipe interprofissional da Justiça da Infância a guarda provisória de quem esteja habilitado
e da Juventude, que apresentará relatório à a adotá-la. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
autoridade judiciária, considerando inclusive 2017)
os eventuais efeitos do estado gestacional e
puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de § 7 o Os detentores da guarda possuem
2017) o prazo de 15 (quinze) dias para propor a
ação de adoção, contado do dia seguinte à
§ 2 o De posse do relatório, a autoridade data do término do estágio de
judiciária poderá determinar o convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
encaminhamento da gestante ou mãe, 2017)
mediante sua expressa concordância, à rede
pública de saúde e assistência social para § 8 o Na hipótese de desistência pelos
atendimento especializado. (Incluído pela Lei genitores - manifestada em audiência ou
nº 13.509, de 2017) perante a equipe interprofissional - da
entrega da criança após o nascimento, a
criança será mantida com os genitores, e será no âmbito de cada programa de
determinado pela Justiça da Infância e da apadrinhamento, com prioridade para
Juventude o acompanhamento familiar pelo crianças ou adolescentes com remota
prazo de 180 (cento e oitenta) dias. (Incluído possibilidade de reinserção familiar ou
pela Lei nº 13.509, de 2017) colocação em família adotiva. (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017)
§ 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo
sobre o nascimento, respeitado o disposto no § 5 o Os programas ou serviços de
art. 48 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, apadrinhamento apoiados pela Justiça da
de 2017) Infância e da Juventude poderão ser
executados por órgãos públicos ou por
§ 10. Serão cadastrados para adoção organizações da sociedade civil. (Incluído
recém-nascidos e crianças acolhidas não pela Lei nº 13.509, de 2017)
procuradas por suas famílias no prazo de 30
(trinta) dias, contado a partir do dia do § 6 o Se ocorrer violação das regras de
acolhimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de apadrinhamento, os responsáveis pelo
2017) programa e pelos serviços de acolhimento
deverão imediatamente notificar a
Art. 19-B. A criança e o adolescente em autoridade judiciária competente. (Incluído
programa de acolhimento institucional ou pela Lei nº 13.509, de 2017)
familiar poderão participar de programa de
apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, Art. 20. Os filhos, havidos ou não da
de 2017) relação do casamento, ou por adoção, terão
os mesmos direitos e qualificações, proibidas
§ 1 o O apadrinhamento consiste em quaisquer designações discriminatórias
estabelecer e proporcionar à criança e ao relativas à filiação.
adolescente vínculos externos à instituição
para fins de convivência familiar e comunitária Art. 21. O pátrio poder poder
e colaboração com o seu desenvolvimento familiar será exercido, em igualdade de
nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, condições, pelo pai e pela mãe, na forma do
educacional e financeiro. (Incluído pela Lei nº que dispuser a legislação civil, assegurado a
13.509, de 2017) qualquer deles o direito de, em caso de
discordância, recorrer à autoridade judiciária
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas competente para a solução da
pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não divergência. (Expressão substituída pela Lei
inscritas nos cadastros de adoção, desde que nº 12.010, de 2009) Vigência
cumpram os requisitos exigidos pelo
programa de apadrinhamento de que fazem Art. 22. Aos pais incumbe o dever de
parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) sustento, guarda e educação dos filhos
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse
§ 3 o Pessoas jurídicas podem apadrinhar destes, a obrigação de cumprir e fazer
criança ou adolescente a fim de colaborar cumprir as determinações judiciais.
para o seu desenvolvimento. (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017) Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os
responsáveis, têm direitos iguais e deveres e
§ 4 o O perfil da criança ou do responsabilidades compartilhados no
adolescente a ser apadrinhado será definido cuidado e na educação da criança, devendo
ser resguardado o direito de transmissão Parágrafo único. Entende-se por família
familiar de suas crenças e culturas, extensa ou ampliada aquela que se estende
assegurados os direitos da criança para além da unidade pais e filhos ou da
estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº unidade do casal, formada por parentes
13.257, de 2016) próximos com os quais a criança ou
adolescente convive e mantém vínculos de
Art. 23. A falta ou a carência de recursos afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº
materiais não constitui motivo suficiente para 12.010, de 2009) Vigência
a perda ou a suspensão do pátrio
poder poder familiar . (Expressão substituída Art. 26. Os filhos havidos fora do
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência casamento poderão ser reconhecidos pelos
pais, conjunta ou separadamente, no próprio
§ 1 o Não existindo outro motivo que por termo de nascimento, por testamento,
si só autorize a decretação da medida, a mediante escritura ou outro documento
criança ou o adolescente será mantido em sua público, qualquer que seja a origem da
família de origem, a qual deverá filiação.
obrigatoriamente ser incluída em serviços e
programas oficiais de proteção, apoio e Parágrafo único. O reconhecimento
promoção. (Redação dada pela Lei nº 13.257, pode preceder o nascimento do filho ou
de 2016) suceder-lhe ao falecimento, se deixar
descendentes.
§ 2º A condenação criminal do pai ou da
mãe não implicará a destituição do poder Art. 27. O reconhecimento do estado de
familiar, exceto na hipótese de condenação filiação é direito personalíssimo, indisponível
por crime doloso sujeito à pena de reclusão e imprescritível, podendo ser exercitado
contra outrem igualmente titular do mesmo contra os pais ou seus herdeiros, sem
poder familiar ou contra filho, filha ou outro qualquer restrição, observado o segredo de
descendente. (Redação dada pela Lei nº Justiça.
13.715, de 2018)
Seção III
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio
poder poder familiar serão decretadas Da Família Substituta
judicialmente, em procedimento
contraditório, nos casos previstos na Subseção I
legislação civil, bem como na hipótese de
Disposições Gerais
descumprimento injustificado dos deveres e
obrigações a que alude o art. 22. (Expressão
Art. 28. A colocação em família
substituída pela Lei nº 12.010, de
substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou
2009) Vigência
adoção, independentemente da situação
jurídica da criança ou adolescente, nos
Seção II
termos desta Lei.
Da Família Natural
§ 1 o Sempre que possível, a criança ou o
Art. 25. Entende-se por família natural a adolescente será previamente ouvido por
comunidade formada pelos pais ou qualquer equipe interprofissional, respeitado seu
deles e seus descendentes. estágio de desenvolvimento e grau de
compreensão sobre as implicações da
medida, e terá sua opinião devidamente I - que sejam consideradas e respeitadas
considerada. (Redação dada pela Lei nº sua identidade social e cultural, os seus
12.010, de 2009) Vigência costumes e tradições, bem como suas
instituições, desde que não sejam
§ 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) incompatíveis com os direitos fundamentais
anos de idade, será necessário seu reconhecidos por esta Lei e pela Constituição
consentimento, colhido em Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
audiência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, 2009) Vigência
de 2009) Vigência
II - que a colocação familiar ocorra
§ 3 o Na apreciação do pedido levar-se-á prioritariamente no seio de sua comunidade
em conta o grau de parentesco e a relação de ou junto a membros da mesma etnia; (Incluído
afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
minorar as consequências decorrentes da
medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de III - a intervenção e oitiva de
2009) Vigência representantes do órgão federal responsável
pela política indigenista, no caso de crianças
§ 4 o Os grupos de irmãos serão e adolescentes indígenas, e de antropólogos,
colocados sob adoção, tutela ou guarda da perante a equipe interprofissional ou
mesma família substituta, ressalvada a multidisciplinar que irá acompanhar o
comprovada existência de risco de abuso ou caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
outra situação que justifique plenamente a 2009) Vigência
excepcionalidade de solução diversa,
procurando-se, em qualquer caso, evitar o Art. 29. Não se deferirá colocação em
rompimento definitivo dos vínculos família substituta a pessoa que revele, por
fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de qualquer modo, incompatibilidade com a
2009) Vigência natureza da medida ou não ofereça ambiente
familiar adequado.
§ 5 o A colocação da criança ou
adolescente em família substituta será Art. 30. A colocação em família
precedida de sua preparação gradativa e substituta não admitirá transferência da
acompanhamento posterior, realizados pela criança ou adolescente a terceiros ou a
equipe interprofissional a serviço da Justiça entidades governamentais ou não-
da Infância e da Juventude, governamentais, sem autorização judicial.
preferencialmente com o apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política Art. 31. A colocação em família
municipal de garantia do direito à convivência substituta estrangeira constitui medida
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de excepcional, somente admissível na
2009) Vigência modalidade de adoção.

§ 6 o Em se tratando de criança ou Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela,


adolescente indígena ou proveniente de o responsável prestará compromisso de bem
comunidade remanescente de quilombo, é e fielmente desempenhar o encargo,
ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº mediante termo nos autos.
12.010, de 2009) Vigência
Subseção II

Da Guarda
Art. 33. A guarda obriga a prestação de § 1 o A inclusão da criança ou
assistência material, moral e educacional à adolescente em programas de acolhimento
criança ou adolescente, conferindo a seu familiar terá preferência a seu acolhimento
detentor o direito de opor-se a terceiros, institucional, observado, em qualquer caso, o
inclusive aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de caráter temporário e excepcional da medida,
2009) Vigência nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a
posse de fato, podendo ser deferida, liminar § 2 o Na hipótese do § 1 o deste artigo a
ou incidentalmente, nos procedimentos de pessoa ou casal cadastrado no programa de
tutela e adoção, exceto no de adoção por acolhimento familiar poderá receber a criança
estrangeiros. ou adolescente mediante guarda, observado
o disposto nos arts. 28 a 33 desta
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
guarda, fora dos casos de tutela e adoção, 2009) Vigência
para atender a situações peculiares ou suprir
a falta eventual dos pais ou responsável, § 3 o A União apoiará a implementação
podendo ser deferido o direito de de serviços de acolhimento em família
representação para a prática de atos acolhedora como política pública, os quais
determinados. deverão dispor de equipe que organize o
acolhimento temporário de crianças e de
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescentes em residências de famílias
adolescente a condição de dependente, para selecionadas, capacitadas e acompanhadas
todos os fins e efeitos de direito, inclusive que não estejam no cadastro de
previdenciários. adoção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 4 o Salvo expressa e fundamentada § 4 o Poderão ser utilizados recursos


determinação em contrário, da autoridade federais, estaduais, distritais e municipais
judiciária competente, ou quando a medida para a manutenção dos serviços de
for aplicada em preparação para adoção, o acolhimento em família acolhedora,
deferimento da guarda de criança ou facultando-se o repasse de recursos para a
adolescente a terceiros não impede o própria família acolhedora. (Incluído pela Lei
exercício do direito de visitas pelos pais, nº 13.257, de 2016)
assim como o dever de prestar alimentos, que
serão objeto de regulamentação específica, a Art. 35. A guarda poderá ser revogada a
pedido do interessado ou do Ministério qualquer tempo, mediante ato judicial
Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de fundamentado, ouvido o Ministério Público.
2009) Vigência
Subseção III
Art. 34. O poder público estimulará, por
meio de assistência jurídica, incentivos fiscais Da Tutela
e subsídios, o acolhimento, sob a forma de
guarda, de criança ou adolescente afastado Art. 36. A tutela será deferida, nos
do convívio familiar. (Redação dada pela Lei termos da lei civil, a pessoa de até 18
nº 12.010, de 2009) Vigência (dezoito) anos incompletos. (Redação dada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. O deferimento da § 2 o É vedada a adoção por
tutela pressupõe a prévia decretação da procuração. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
perda ou suspensão do pátrio poder poder 2009) Vigência
familiar e implica necessariamente o dever de
guarda. (Expressão substituída pela Lei nº § 3 o Em caso de conflito entre direitos e
12.010, de 2009) Vigência interesses do adotando e de outras pessoas,
inclusive seus pais biológicos, devem
Art. 37. O tutor nomeado por prevalecer os direitos e os interesses do
testamento ou qualquer documento adotando. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
autêntico, conforme previsto no parágrafo 2017)
único do art. 1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 - Código Civil , deverá, no Art. 40. O adotando deve contar com, no
prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo
sucessão, ingressar com pedido destinado ao se já estiver sob a guarda ou tutela dos
controle judicial do ato, observando o adotantes.
procedimento previsto nos arts. 165 a 170
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, Art. 41. A adoção atribui a condição de
de 2009) Vigência filho ao adotado, com os mesmos direitos e
deveres, inclusive sucessórios, desligando-o
Parágrafo único. Na apreciação do de qualquer vínculo com pais e parentes,
pedido, serão observados os requisitos salvo os impedimentos matrimoniais.
previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente
sendo deferida a tutela à pessoa indicada na § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos
disposição de última vontade, se restar adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos
comprovado que a medida é vantajosa ao de filiação entre o adotado e o cônjuge ou
tutelando e que não existe outra pessoa em concubino do adotante e os respectivos
melhores condições de assumi-la. (Redação parentes.
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º É recíproco o direito sucessório
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela entre o adotado, seus descendentes, o
o disposto no art. 24. adotante, seus ascendentes, descendentes e
colaterais até o 4º grau, observada a ordem
Subseção IV de vocação hereditária.

Da Adoção Art. 42. Podem adotar os maiores de 18


(dezoito) anos, independentemente do
Art. 39. A adoção de criança e de estado civil. (Redação dada pela Lei nº
adolescente reger-se-á segundo o disposto 12.010, de 2009) Vigência
nesta Lei.
§ 1º Não podem adotar os ascendentes
§ 1 A adoção é medida excepcional e
o
e os irmãos do adotando.
irrevogável, à qual se deve recorrer apenas
quando esgotados os recursos de § 2 o Para adoção conjunta, é
manutenção da criança ou adolescente na indispensável que os adotantes sejam
família natural ou extensa, na forma do casados civilmente ou mantenham união
parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído estável, comprovada a estabilidade da
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência família. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, pais sejam desconhecidos ou tenham sido
dezesseis anos mais velho do que o destituídos do pátrio poder poder
adotando. familiar . (Expressão substituída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 4 o Os divorciados, os judicialmente
separados e os ex-companheiros podem § 2º. Em se tratando de adotando maior
adotar conjuntamente, contanto que de doze anos de idade, será também
acordem sobre a guarda e o regime de visitas necessário o seu consentimento.
e desde que o estágio de convivência tenha
sido iniciado na constância do período de Art. 46. A adoção será precedida de
convivência e que seja comprovada a estágio de convivência com a criança ou
existência de vínculos de afinidade e adolescente, pelo prazo máximo de 90
afetividade com aquele não detentor da (noventa) dias, observadas a idade da criança
guarda, que justifiquem a excepcionalidade ou adolescente e as peculiaridades do
da concessão. (Redação dada pela Lei nº caso. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
12.010, de 2009) Vigência 2017)

§ 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, § 1 o O estágio de convivência poderá ser


desde que demonstrado efetivo benefício ao dispensado se o adotando já estiver sob a
adotando, será assegurada a guarda tutela ou guarda legal do adotante durante
compartilhada, conforme previsto no art. tempo suficiente para que seja possível
1.584 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de avaliar a conveniência da constituição do
2002 - Código Civil . (Redação dada pela Lei vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência

§ 6 o A adoção poderá ser deferida ao § 2 o A simples guarda de fato não


adotante que, após inequívoca manifestação autoriza, por si só, a dispensa da realização do
de vontade, vier a falecer no curso do estágio de convivência. (Redação dada pela
procedimento, antes de prolatada a Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
sentença. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 2 o -A. O prazo máximo estabelecido
no caput deste artigo pode ser prorrogado
Art. 43. A adoção será deferida quando por até igual período, mediante decisão
apresentar reais vantagens para o adotando fundamentada da autoridade
e fundar-se em motivos legítimos. judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
2017)
Art. 44. Enquanto não der conta de sua
administração e saldar o seu alcance, não § 3 o Em caso de adoção por pessoa ou
pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou casal residente ou domiciliado fora do País, o
o curatelado. estágio de convivência será de, no mínimo, 30
(trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e
Art. 45. A adoção depende do cinco) dias, prorrogável por até igual período,
consentimento dos pais ou do representante uma única vez, mediante decisão
legal do adotando. fundamentada da autoridade
judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
§ 1º. O consentimento será dispensado de 2017)
em relação à criança ou adolescente cujos
§ 3 o -A. Ao final do prazo previsto no § § 4 o Nenhuma observação sobre a
3 o deste artigo, deverá ser apresentado laudo origem do ato poderá constar nas certidões
fundamentado pela equipe mencionada no § do registro. (Redação dada pela Lei nº
4 o deste artigo, que recomendará ou não o 12.010, de 2009) Vigência
deferimento da adoção à autoridade
judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de § 5 o A sentença conferirá ao adotado o
2017) nome do adotante e, a pedido de qualquer
deles, poderá determinar a modificação do
§ 4 o O estágio de convivência será prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
acompanhado pela equipe interprofissional a de 2009) Vigência
serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com apoio dos técnicos § 6 o Caso a modificação de prenome
responsáveis pela execução da política de seja requerida pelo adotante, é obrigatória a
garantia do direito à convivência familiar, que oitiva do adotando, observado o disposto nos
apresentarão relatório minucioso acerca da §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Redação dada
conveniência do deferimento da pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 7 o A adoção produz seus efeitos a
partir do trânsito em julgado da sentença
§ 5 o O estágio de convivência será constitutiva, exceto na hipótese prevista no §
cumprido no território nacional, 6 o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força
preferencialmente na comarca de residência retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei
da criança ou adolescente, ou, a critério do nº 12.010, de 2009) Vigência
juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em
qualquer hipótese, a competência do juízo da § 8 o O processo relativo à adoção assim
comarca de residência da criança. (Incluído como outros a ele relacionados serão
pela Lei nº 13.509, de 2017) mantidos em arquivo, admitindo-se seu
armazenamento em microfilme ou por outros
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se meios, garantida a sua conservação para
por sentença judicial, que será inscrita no consulta a qualquer tempo. (Incluído pela Lei
registro civil mediante mandado do qual não nº 12.010, de 2009) Vigência
se fornecerá certidão.
§ 9º Terão prioridade de tramitação os
§ 1º A inscrição consignará o nome dos processos de adoção em que o adotando for
adotantes como pais, bem como o nome de criança ou adolescente com deficiência ou
seus ascendentes. com doença crônica. (Incluído pela Lei nº
12.955, de 2014)
§ 2º O mandado judicial, que será
arquivado, cancelará o registro original do § 10. O prazo máximo para conclusão
adotado. da ação de adoção será de 120 (cento e vinte)
dias, prorrogável uma única vez por igual
§ 3 o A pedido do adotante, o novo período, mediante decisão fundamentada da
registro poderá ser lavrado no Cartório do autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
Registro Civil do Município de sua 13.509, de 2017)
residência. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência Art. 48. O adotado tem direito de
conhecer sua origem biológica, bem como de
obter acesso irrestrito ao processo no qual a crianças e adolescentes em acolhimento
medida foi aplicada e seus eventuais familiar ou institucional em condições de
incidentes, após completar 18 (dezoito) serem adotados, a ser realizado sob a
anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de orientação, supervisão e avaliação da equipe
2009) Vigência técnica da Justiça da Infância e da Juventude,
com apoio dos técnicos responsáveis pelo
Parágrafo único. O acesso ao processo programa de acolhimento e pela execução da
de adoção poderá ser também deferido ao política municipal de garantia do direito à
adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu convivência familiar. (Incluído pela Lei nº
pedido, assegurada orientação e assistência 12.010, de 2009) Vigência
jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência § 5 o Serão criados e implementados
cadastros estaduais e nacional de crianças e
Art. 49. A morte dos adotantes não adolescentes em condições de serem
restabelece o pátrio poder poder familiar dos adotados e de pessoas ou casais habilitados
pais naturais. (Expressão substituída pela Lei à adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência

Art. 50. A autoridade judiciária manterá, § 6 o Haverá cadastros distintos para


em cada comarca ou foro regional, um pessoas ou casais residentes fora do País, que
registro de crianças e adolescentes em somente serão consultados na inexistência de
condições de serem adotados e outro de postulantes nacionais habilitados nos
pessoas interessadas na adoção. (Vide Lei nº cadastros mencionados no § 5 o deste
12.010, de 2009) Vigência artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á
após prévia consulta aos órgãos técnicos do § 7 o As autoridades estaduais e federais
juizado, ouvido o Ministério Público. em matéria de adoção terão acesso integral
aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de
§ 2º Não será deferida a inscrição se o informações e a cooperação mútua, para
interessado não satisfizer os requisitos legais, melhoria do sistema. (Incluído pela Lei nº
ou verificada qualquer das hipóteses 12.010, de 2009) Vigência
previstas no art. 29.
§ 8 o A autoridade judiciária
§ 3 A inscrição de postulantes à adoção
o
providenciará, no prazo de 48 (quarenta e
será precedida de um período de preparação oito) horas, a inscrição das crianças e
psicossocial e jurídica, orientado pela equipe adolescentes em condições de serem
técnica da Justiça da Infância e da Juventude, adotados que não tiveram colocação familiar
preferencialmente com apoio dos técnicos na comarca de origem, e das pessoas ou
responsáveis pela execução da política casais que tiveram deferida sua habilitação à
municipal de garantia do direito à convivência adoção nos cadastros estadual e nacional
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de referidos no § 5 o deste artigo, sob pena de
2009) Vigência responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
§ 4 o Sempre que possível e
recomendável, a preparação referida no § § 9 o Compete à Autoridade Central
3 o deste artigo incluirá o contato com Estadual zelar pela manutenção e correta
alimentação dos cadastros, com posterior de tempo de convivência comprove a fixação
comunicação à Autoridade Central Federal de laços de afinidade e afetividade, e não seja
Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer
2009) Vigência das situações previstas nos arts. 237 ou 238
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 10. Consultados os cadastros e 2009) Vigência
verificada a ausência de pretendentes
habilitados residentes no País com perfil § 14. Nas hipóteses previstas no § 13
compatível e interesse manifesto pela adoção deste artigo, o candidato deverá comprovar,
de criança ou adolescente inscrito nos no curso do procedimento, que preenche os
cadastros existentes, será realizado o requisitos necessários à adoção, conforme
encaminhamento da criança ou adolescente à previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº
adoção internacional. (Redação dada pela Lei 12.010, de 2009) Vigência
nº 13.509, de 2017)
§ 15. Será assegurada prioridade no
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou cadastro a pessoas interessadas em adotar
casal interessado em sua adoção, a criança ou criança ou adolescente com deficiência, com
o adolescente, sempre que possível e doença crônica ou com necessidades
recomendável, será colocado sob guarda de específicas de saúde, além de grupo de
família cadastrada em programa de irmãos. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência Art. 51. Considera-se adoção
internacional aquela na qual o pretendente
§ 12. A alimentação do cadastro e a possui residência habitual em país-parte da
convocação criteriosa dos postulantes à Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993,
adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Relativa à Proteção das Crianças e à
Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Cooperação em Matéria de Adoção
2009) Vigência Internacional, promulgada pelo Decreto
n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja
§ 13. Somente poderá ser deferida adotar criança em outro país-parte da
adoção em favor de candidato domiciliado no Convenção. (Redação dada pela Lei nº
Brasil não cadastrado previamente nos 13.509, de 2017)
termos desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência § 1 o A adoção internacional de criança
ou adolescente brasileiro ou domiciliado no
I - se tratar de pedido de adoção Brasil somente terá lugar quando restar
unilateral; (Incluído pela Lei nº 12.010, de comprovado: (Redação dada pela Lei nº
2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência

II - for formulada por parente com o qual I - que a colocação em família adotiva é
a criança ou adolescente mantenha vínculos a solução adequada ao caso
de afinidade e afetividade; (Incluído pela Lei concreto; (Redação dada pela Lei nº 13.509,
nº 12.010, de 2009) Vigência de 2017)

III - oriundo o pedido de quem detém a II - que foram esgotadas todas as


tutela ou guarda legal de criança maior de 3 possibilidades de colocação da criança ou
(três) anos ou adolescente, desde que o lapso adolescente em família adotiva brasileira,
com a comprovação, certificada nos autos, da residência habitual; (Incluída pela Lei nº
inexistência de adotantes habilitados 12.010, de 2009) Vigência
residentes no Brasil com perfil compatível
com a criança ou adolescente, após consulta II - se a Autoridade Central do país de
aos cadastros mencionados nesta acolhida considerar que os solicitantes estão
Lei; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de habilitados e aptos para adotar, emitirá um
2017) relatório que contenha informações sobre a
identidade, a capacidade jurídica e
III - que, em se tratando de adoção de adequação dos solicitantes para adotar, sua
adolescente, este foi consultado, por meios situação pessoal, familiar e médica, seu meio
adequados ao seu estágio de social, os motivos que os animam e sua
desenvolvimento, e que se encontra aptidão para assumir uma adoção
preparado para a medida, mediante parecer internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
elaborado por equipe interprofissional, 2009) Vigência
observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art.
28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de III - a Autoridade Central do país de
2009) Vigência acolhida enviará o relatório à Autoridade
Central Estadual, com cópia para a
§ 2 o Os brasileiros residentes no exterior Autoridade Central Federal
terão preferência aos estrangeiros, nos casos Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
de adoção internacional de criança ou 2009) Vigência
adolescente brasileiro. (Redação dada pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência IV - o relatório será instruído com toda a
documentação necessária, incluindo estudo
§ 3 o A adoção internacional pressupõe a psicossocial elaborado por equipe
intervenção das Autoridades Centrais interprofissional habilitada e cópia
Estaduais e Federal em matéria de adoção autenticada da legislação pertinente,
internacional. (Redação dada pela Lei nº acompanhada da respectiva prova de
12.010, de 2009) Vigência vigência; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência V - os documentos em língua estrangeira
serão devidamente autenticados pela
Art. 52. A adoção internacional autoridade consular, observados os tratados
observará o procedimento previsto nos arts. e convenções internacionais, e
165 a 170 desta Lei, com as seguintes acompanhados da respectiva tradução, por
adaptações: (Redação dada pela Lei nº tradutor público juramentado; (Incluída pela
12.010, de 2009) Vigência Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

I - a pessoa ou casal estrangeiro, VI - a Autoridade Central Estadual


interessado em adotar criança ou poderá fazer exigências e solicitar
adolescente brasileiro, deverá formular complementação sobre o estudo psicossocial
pedido de habilitação à adoção perante a do postulante estrangeiro à adoção, já
Autoridade Central em matéria de adoção realizado no país de acolhida; (Incluída pela
internacional no país de acolhida, assim Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
entendido aquele onde está situada sua
VII - verificada, após estudo realizado Central do país onde estiverem sediados e no
pela Autoridade Central Estadual, a país de acolhida do adotando para atuar em
compatibilidade da legislação estrangeira adoção internacional no Brasil; (Incluída pela
com a nacional, além do preenchimento por Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
parte dos postulantes à medida dos
requisitos objetivos e subjetivos necessários II - satisfizerem as condições de
ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe integridade moral, competência profissional,
esta Lei como da legislação do país de experiência e responsabilidade exigidas
acolhida, será expedido laudo de habilitação pelos países respectivos e pela Autoridade
à adoção internacional, que terá validade por, Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº
no máximo, 1 (um) ano; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência
III - forem qualificados por seus padrões
VIII - de posse do laudo de habilitação, o éticos e sua formação e experiência para
interessado será autorizado a formalizar atuar na área de adoção
pedido de adoção perante o Juízo da Infância internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
e da Juventude do local em que se encontra 2009) Vigência
a criança ou adolescente, conforme indicação
efetuada pela Autoridade Central IV - cumprirem os requisitos exigidos
Estadual. (Incluída pela Lei nº 12.010, de pelo ordenamento jurídico brasileiro e pelas
2009) Vigência normas estabelecidas pela Autoridade
Central Federal Brasileira. (Incluída pela Lei nº
§ 1 o Se a legislação do país de acolhida 12.010, de 2009) Vigência
assim o autorizar, admite-se que os pedidos
de habilitação à adoção internacional sejam § 4 o Os organismos credenciados
intermediados por organismos deverão ainda: (Incluído pela Lei nº 12.010,
credenciados. (Incluída pela Lei nº 12.010, de de 2009) Vigência
2009) Vigência
I - perseguir unicamente fins não
§ 2 o Incumbe à Autoridade Central lucrativos, nas condições e dentro dos limites
Federal Brasileira o credenciamento de fixados pelas autoridades competentes do
organismos nacionais e estrangeiros país onde estiverem sediados, do país de
encarregados de intermediar pedidos de acolhida e pela Autoridade Central Federal
habilitação à adoção internacional, com Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
posterior comunicação às Autoridades 2009) Vigência
Centrais Estaduais e publicação nos órgãos
II - ser dirigidos e administrados por
oficiais de imprensa e em sítio próprio da
pessoas qualificadas e de reconhecida
internet. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
idoneidade moral, com comprovada
2009) Vigência
formação ou experiência para atuar na área
§ 3 o Somente será admissível o de adoção internacional, cadastradas pelo
credenciamento de organismos que: (Incluída Departamento de Polícia Federal e aprovadas
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pela Autoridade Central Federal Brasileira,
mediante publicação de portaria do órgão
I - sejam oriundos de países que federal competente; (Incluída pela Lei nº
ratificaram a Convenção de Haia e estejam 12.010, de 2009) Vigência
devidamente credenciados pela Autoridade
III - estar submetidos à supervisão das § 7 o A renovação do credenciamento
autoridades competentes do país onde poderá ser concedida mediante
estiverem sediados e no país de acolhida, requerimento protocolado na Autoridade
inclusive quanto à sua composição, Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta)
funcionamento e situação financeira; (Incluída dias anteriores ao término do respectivo
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência prazo de validade. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
IV - apresentar à Autoridade Central
Federal Brasileira, a cada ano, relatório geral § 8 o Antes de transitada em julgado a
das atividades desenvolvidas, bem como decisão que concedeu a adoção
relatório de acompanhamento das adoções internacional, não será permitida a saída do
internacionais efetuadas no período, cuja adotando do território nacional. (Incluído pela
cópia será encaminhada ao Departamento de Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Polícia Federal; (Incluída pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência § 9 o Transitada em julgado a decisão, a
autoridade judiciária determinará a
V - enviar relatório pós-adotivo semestral expedição de alvará com autorização de
para a Autoridade Central Estadual, com viagem, bem como para obtenção de
cópia para a Autoridade Central Federal passaporte, constando, obrigatoriamente, as
Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) características da criança ou adolescente
anos. O envio do relatório será mantido até a adotado, como idade, cor, sexo, eventuais
juntada de cópia autenticada do registro civil, sinais ou traços peculiares, assim como foto
estabelecendo a cidadania do país de recente e a aposição da impressão digital do
acolhida para o adotado; (Incluída pela Lei nº seu polegar direito, instruindo o documento
12.010, de 2009) Vigência com cópia autenticada da decisão e certidão
de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº
VI - tomar as medidas necessárias para 12.010, de 2009) Vigência
garantir que os adotantes encaminhem à
Autoridade Central Federal Brasileira cópia § 10. A Autoridade Central Federal
da certidão de registro de nascimento Brasileira poderá, a qualquer momento,
estrangeira e do certificado de nacionalidade solicitar informações sobre a situação das
tão logo lhes sejam concedidos. (Incluída pela crianças e adolescentes adotados (Incluído
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 5 o A não apresentação dos relatórios § 11. A cobrança de valores por parte


referidos no § 4 o deste artigo pelo organismo dos organismos credenciados, que sejam
credenciado poderá acarretar a suspensão de considerados abusivos pela Autoridade
seu credenciamento. (Incluído pela Lei nº Central Federal Brasileira e que não estejam
12.010, de 2009) Vigência devidamente comprovados, é causa de seu
descredenciamento. (Incluído pela Lei nº
§ 6 o O credenciamento de organismo 12.010, de 2009) Vigência
nacional ou estrangeiro encarregado de
intermediar pedidos de adoção internacional § 12. Uma mesma pessoa ou seu
terá validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela cônjuge não podem ser representados por
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mais de uma entidade credenciada para atuar
na cooperação em adoção
internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de a legislação vigente no país de residência e
2009) Vigência atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo
17 da referida Convenção, será
§ 13. A habilitação de postulante automaticamente recepcionada com o
estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil terá reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº
validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser 12.010, de 2009) Vigência
renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 1 o Caso não tenha sido atendido o
disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da
§ 14. É vedado o contato direto de Convenção de Haia, deverá a sentença ser
representantes de organismos de adoção, homologada pelo Superior Tribunal de
nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
programas de acolhimento institucional ou 2009) Vigência
familiar, assim como com crianças e
adolescentes em condições de serem § 2 o O pretendente brasileiro residente
adotados, sem a devida autorização no exterior em país não ratificante da
judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Convenção de Haia, uma vez reingressado no
2009) Vigência Brasil, deverá requerer a homologação da
sentença estrangeira pelo Superior Tribunal
§ 15. A Autoridade Central Federal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Brasileira poderá limitar ou suspender a 2009) Vigência
concessão de novos credenciamentos
sempre que julgar necessário, mediante ato Art. 52-C. Nas adoções internacionais,
administrativo fundamentado. (Incluído pela quando o Brasil for o país de acolhida, a
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência decisão da autoridade competente do país
de origem da criança ou do adolescente será
Art. 52-A. É vedado, sob pena de conhecida pela Autoridade Central Estadual
responsabilidade e descredenciamento, o que tiver processado o pedido de habilitação
repasse de recursos provenientes de dos pais adotivos, que comunicará o fato à
organismos estrangeiros encarregados de Autoridade Central Federal e determinará as
intermediar pedidos de adoção internacional providências necessárias à expedição do
a organismos nacionais ou a pessoas Certificado de Naturalização
físicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência 2009) Vigência

Parágrafo único. Eventuais repasses § 1 o A Autoridade Central Estadual,


somente poderão ser efetuados via Fundo ouvido o Ministério Público, somente deixará
dos Direitos da Criança e do Adolescente e de reconhecer os efeitos daquela decisão se
estarão sujeitos às deliberações do respectivo restar demonstrado que a adoção é
Conselho de Direitos da Criança e do manifestamente contrária à ordem pública ou
Adolescente (Incluído pela Lei nº 12.010, de não atende ao interesse superior da criança
2009) Vigência ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
Art. 52-B. A adoção por brasileiro
residente no exterior em país ratificante da § 2 o Na hipótese de não reconhecimento
Convenção de Haia, cujo processo de adoção da adoção, prevista no § 1 o deste artigo, o
tenha sido processado em conformidade com Ministério Público deverá imediatamente
requerer o que for de direito para resguardar que frequentem a mesma etapa ou ciclo de
os interesses da criança ou do adolescente, ensino da educação básica. (Redação dada
comunicando-se as providências à pela Lei nº 13.845, de 2019)
Autoridade Central Estadual, que fará a
comunicação à Autoridade Central Federal Parágrafo único. É direito dos pais ou
Brasileira e à Autoridade Central do país de responsáveis ter ciência do processo
origem. (Incluído pela Lei nº 12.010, de pedagógico, bem como participar da
2009) Vigência definição das propostas educacionais.

Art. 52-D. Nas adoções internacionais, Art. 53-A. É dever da instituição de


quando o Brasil for o país de acolhida e a ensino, clubes e agremiações recreativas e de
adoção não tenha sido deferida no país de estabelecimentos congêneres assegurar
origem porque a sua legislação a delega ao medidas de conscientização, prevenção e
país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, enfrentamento ao uso ou dependência de
mesmo com decisão, a criança ou o drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
adolescente ser oriundo de país que não 2019)
tenha aderido à Convenção referida, o
processo de adoção seguirá as regras da Art. 54. É dever do Estado assegurar à
adoção nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, criança e ao adolescente:
de 2009) Vigência
I - ensino fundamental, obrigatório e
Capítulo IV gratuito, inclusive para os que a ele não
tiveram acesso na idade própria;
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte
e ao Lazer II - progressiva extensão da
obrigatoriedade e gratuidade ao ensino
Art. 53. A criança e o adolescente têm médio;
direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo III - atendimento educacional
para o exercício da cidadania e qualificação especializado aos portadores de deficiência,
para o trabalho, assegurando-se-lhes: preferencialmente na rede regular de ensino;

I - igualdade de condições para o acesso IV – atendimento em creche e pré-escola


e permanência na escola; às crianças de zero a cinco anos de
idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de
II - direito de ser respeitado por seus 2016)
educadores;
V - acesso aos níveis mais elevados do
III - direito de contestar critérios ensino, da pesquisa e da criação artística,
avaliativos, podendo recorrer às instâncias segundo a capacidade de cada um;
escolares superiores;
VI - oferta de ensino noturno regular,
IV - direito de organização e participação adequado às condições do adolescente
em entidades estudantis; trabalhador;

V - acesso à escola pública e gratuita, VII - atendimento no ensino


próxima de sua residência, garantindo-se fundamental, através de programas
vagas no mesmo estabelecimento a irmãos
suplementares de material didático-escolar, Art. 59. Os municípios, com apoio dos
transporte, alimentação e assistência à saúde. estados e da União, estimularão e facilitarão
a destinação de recursos e espaços para
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e programações culturais, esportivas e de lazer
gratuito é direito público subjetivo. voltadas para a infância e a juventude.

§ 2º O não oferecimento do ensino Capítulo V


obrigatório pelo poder público ou sua oferta
irregular importa responsabilidade da Do Direito à Profissionalização e à Proteção
autoridade competente. no Trabalho

§ 3º Compete ao poder público Art. 60. É proibido qualquer trabalho a


recensear os educandos no ensino menores de quatorze anos de idade, salvo na
fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, condição de aprendiz. (Vide Constituição
junto aos pais ou responsável, pela freqüência Federal)
à escola.
Art. 61. A proteção ao trabalho dos
Art. 55. Os pais ou responsável têm a adolescentes é regulada por legislação
obrigação de matricular seus filhos ou pupilos especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
na rede regular de ensino.
Art. 62. Considera-se aprendizagem a
Art. 56. Os dirigentes de formação técnico-profissional ministrada
estabelecimentos de ensino fundamental segundo as diretrizes e bases da legislação de
comunicarão ao Conselho Tutelar os casos educação em vigor.
de:
Art. 63. A formação técnico-profissional
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; obedecerá aos seguintes princípios:

II - reiteração de faltas injustificadas e de I - garantia de acesso e freqüência


evasão escolar, esgotados os recursos obrigatória ao ensino regular;
escolares;
II - atividade compatível com o
III - elevados níveis de repetência. desenvolvimento do adolescente;

Art. 57. O poder público estimulará III - horário especial para o exercício das
pesquisas, experiências e novas propostas atividades.
relativas a calendário, seriação, currículo,
metodologia, didática e avaliação, com vistas Art. 64. Ao adolescente até quatorze
à inserção de crianças e adolescentes anos de idade é assegurada bolsa de
excluídos do ensino fundamental obrigatório. aprendizagem.

Art. 58. No processo educacional Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior


respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos de quatorze anos, são assegurados os direitos
e históricos próprios do contexto social da trabalhistas e previdenciários.
criança e do adolescente, garantindo-se a
estes a liberdade da criação e o acesso às Art. 66. Ao adolescente portador de
fontes de cultura. deficiência é assegurado trabalho protegido.
Art. 67. Ao adolescente empregado, Título III
aprendiz, em regime familiar de trabalho,
aluno de escola técnica, assistido em Da Prevenção
entidade governamental ou não-
governamental, é vedado trabalho: Capítulo I

I - noturno, realizado entre as vinte e Disposições Gerais


duas horas de um dia e as cinco horas do dia
Art. 70. É dever de todos prevenir a
seguinte;
ocorrência de ameaça ou violação dos
II - perigoso, insalubre ou penoso; direitos da criança e do adolescente.

III - realizado em locais prejudiciais à sua Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito
formação e ao seu desenvolvimento físico, Federal e os Municípios deverão atuar de
psíquico, moral e social; forma articulada na elaboração de políticas
públicas e na execução de ações destinadas a
IV - realizado em horários e locais que coibir o uso de castigo físico ou de
não permitam a freqüência à escola. tratamento cruel ou degradante e difundir
formas não violentas de educação de crianças
Art. 68. O programa social que tenha por e de adolescentes, tendo como principais
base o trabalho educativo, sob ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
responsabilidade de entidade governamental
ou não-governamental sem fins lucrativos, I - a promoção de campanhas educativas
deverá assegurar ao adolescente que dele permanentes para a divulgação do direito da
participe condições de capacitação para o criança e do adolescente de serem educados
exercício de atividade regular remunerada. e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
tratamento cruel ou degradante e dos
§ 1º Entende-se por trabalho educativo instrumentos de proteção aos direitos
a atividade laboral em que as exigências humanos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
pedagógicas relativas ao desenvolvimento 2014)
pessoal e social do educando prevalecem
sobre o aspecto produtivo. II - a integração com os órgãos do Poder
Judiciário, do Ministério Público e da
§ 2º A remuneração que o adolescente Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar,
recebe pelo trabalho efetuado ou a com os Conselhos de Direitos da Criança e do
participação na venda dos produtos de seu Adolescente e com as entidades não
trabalho não desfigura o caráter educativo. governamentais que atuam na promoção,
proteção e defesa dos direitos da criança e do
Art. 69. O adolescente tem direito à adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
profissionalização e à proteção no trabalho, 2014)
observados os seguintes aspectos, entre
outros: III - a formação continuada e a
capacitação dos profissionais de saúde,
I - respeito à condição peculiar de educação e assistência social e dos demais
pessoa em desenvolvimento; agentes que atuam na promoção, proteção e
defesa dos direitos da criança e do
II - capacitação profissional adequada ao adolescente para o desenvolvimento das
mercado de trabalho. competências necessárias à prevenção, à
identificação de evidências, ao diagnóstico e contra crianças e adolescentes. (Incluído pela
ao enfrentamento de todas as formas de Lei nº 13.046, de 2014)
violência contra a criança e o
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de Parágrafo único. São igualmente
2014) responsáveis pela comunicação de que trata
este artigo, as pessoas encarregadas, por
IV - o apoio e o incentivo às práticas de razão de cargo, função, ofício, ministério,
resolução pacífica de conflitos que envolvam profissão ou ocupação, do cuidado,
violência contra a criança e o assistência ou guarda de crianças e
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de adolescentes, punível, na forma deste
2014) Estatuto, o injustificado retardamento ou
omissão, culposos ou dolosos. (Incluído pela
V - a inclusão, nas políticas públicas, de Lei nº 13.046, de 2014)
ações que visem a garantir os direitos da
criança e do adolescente, desde a atenção Art. 71. A criança e o adolescente têm
pré-natal, e de atividades junto aos pais e direito a informação, cultura, lazer, esportes,
responsáveis com o objetivo de promover a diversões, espetáculos e produtos e serviços
informação, a reflexão, o debate e a que respeitem sua condição peculiar de
orientação sobre alternativas ao uso de pessoa em desenvolvimento.
castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante no processo educativo; (Incluído Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei
pela Lei nº 13.010, de 2014) não excluem da prevenção especial outras
decorrentes dos princípios por ela adotados.
VI - a promoção de espaços intersetoriais
locais para a articulação de ações e a Art. 73. A inobservância das normas de
elaboração de planos de atuação conjunta prevenção importará em responsabilidade da
focados nas famílias em situação de violência, pessoa física ou jurídica, nos termos desta Lei.
com participação de profissionais de saúde,
de assistência social e de educação e de Capítulo II
órgãos de promoção, proteção e defesa dos
Da Prevenção Especial
direitos da criança e do adolescente. (Incluído
pela Lei nº 13.010, de 2014)
Seção I
Parágrafo único. As famílias com
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes,
crianças e adolescentes com deficiência terão
Diversões e Espetáculos
prioridade de atendimento nas ações e
políticas públicas de prevenção e Art. 74. O poder público, através do
proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de órgão competente, regulará as diversões e
2014) espetáculos públicos, informando sobre a
natureza deles, as faixas etárias a que não se
Art. 70-B. As entidades, públicas e
recomendem, locais e horários em que sua
privadas, que atuem nas áreas a que se refere
apresentação se mostre inadequada.
o art. 71, dentre outras, devem contar, em
seus quadros, com pessoas capacitadas a Parágrafo único. Os responsáveis pelas
reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar diversões e espetáculos públicos deverão
suspeitas ou casos de maus-tratos praticados afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à
entrada do local de exibição, informação
destacada sobre a natureza do espetáculo e pornográficas ou obscenas sejam protegidas
a faixa etária especificada no certificado de com embalagem opaca.
classificação.
Art. 79. As revistas e publicações
Art. 75. Toda criança ou adolescente destinadas ao público infanto-juvenil não
terá acesso às diversões e espetáculos poderão conter ilustrações, fotografias,
públicos classificados como adequados à sua legendas, crônicas ou anúncios de bebidas
faixa etária. alcoólicas, tabaco, armas e munições, e
deverão respeitar os valores éticos e sociais
Parágrafo único. As crianças menores de da pessoa e da família.
dez anos somente poderão ingressar e
permanecer nos locais de apresentação ou Art. 80. Os responsáveis por
exibição quando acompanhadas dos pais ou estabelecimentos que explorem
responsável. comercialmente bilhar, sinuca ou congênere
ou por casas de jogos, assim entendidas as
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão que realizem apostas, ainda que
somente exibirão, no horário recomendado eventualmente, cuidarão para que não seja
para o público infanto juvenil, programas com permitida a entrada e a permanência de
finalidades educativas, artísticas, culturais e crianças e adolescentes no local, afixando
informativas. aviso para orientação do público.

Parágrafo único. Nenhum espetáculo Seção II


será apresentado ou anunciado sem aviso de
sua classificação, antes de sua transmissão, Dos Produtos e Serviços
apresentação ou exibição.
Art. 81. É proibida a venda à criança ou
Art. 77. Os proprietários, diretores, ao adolescente de:
gerentes e funcionários de empresas que
explorem a venda ou aluguel de fitas de I - armas, munições e explosivos;
programação em vídeo cuidarão para que
não haja venda ou locação em desacordo II - bebidas alcoólicas;
com a classificação atribuída pelo órgão
III - produtos cujos componentes possam
competente.
causar dependência física ou psíquica ainda
Parágrafo único. As fitas a que alude este que por utilização indevida;
artigo deverão exibir, no invólucro,
IV - fogos de estampido e de artifício,
informação sobre a natureza da obra e a faixa
exceto aqueles que pelo seu reduzido
etária a que se destinam.
potencial sejam incapazes de provocar
Art. 78. As revistas e publicações qualquer dano físico em caso de utilização
contendo material impróprio ou inadequado indevida;
a crianças e adolescentes deverão ser
V - revistas e publicações a que alude o
comercializadas em embalagem lacrada, com
art. 78;
a advertência de seu conteúdo.
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
Parágrafo único. As editoras cuidarão
para que as capas que contenham mensagens
Art. 82. É proibida a hospedagem de I - estiver acompanhado de ambos os
criança ou adolescente em hotel, motel, pais ou responsável;
pensão ou estabelecimento congênere, salvo
se autorizado ou acompanhado pelos pais ou II - viajar na companhia de um dos pais,
responsável. autorizado expressamente pelo outro através
de documento com firma reconhecida.
Seção III
Art. 85. Sem prévia e expressa
Da Autorização para Viajar autorização judicial, nenhuma criança ou
adolescente nascido em território nacional
Art. 83. Nenhuma criança ou poderá sair do País em companhia de
adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estrangeiro residente ou domiciliado no
poderá viajar para fora da comarca onde exterior.
reside desacompanhado dos pais ou dos
responsáveis sem expressa autorização Parte Especial
judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de
2019) Título I

§ 1º A autorização não será exigida Da Política de Atendimento


quando:
Capítulo I
a) tratar-se de comarca contígua à da
residência da criança ou do adolescente Disposições Gerais
menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma
Art. 86. A política de atendimento dos
unidade da Federação, ou incluída na mesma
direitos da criança e do adolescente far-se-á
região metropolitana; (Redação dada pela Lei
através de um conjunto articulado de ações
nº 13.812, de 2019)
governamentais e não-governamentais, da
b) a criança ou o adolescente menor de União, dos estados, do Distrito Federal e dos
16 (dezesseis) anos estiver municípios.
acompanhado: (Redação dada pela Lei nº
Art. 87. São linhas de ação da política de
13.812, de 2019)
atendimento:
1) de ascendente ou colateral maior, até
I - políticas sociais básicas;
o terceiro grau, comprovado
documentalmente o parentesco;
II - serviços, programas, projetos e
benefícios de assistência social de garantia de
2) de pessoa maior, expressamente
proteção social e de prevenção e redução de
autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
violações de direitos, seus agravamentos ou
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a reincidências; (Redação dada pela Lei nº
pedido dos pais ou responsável, conceder 13.257, de 2016)
autorização válida por dois anos.
III - serviços especiais de prevenção e
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao atendimento médico e psicossocial às vítimas
exterior, a autorização é dispensável, se a de negligência, maus-tratos, exploração,
criança ou adolescente: abuso, crueldade e opressão;
IV - serviço de identificação e localização Segurança Pública e Assistência Social,
de pais, responsável, crianças e adolescentes preferencialmente em um mesmo local, para
desaparecidos; efeito de agilização do atendimento inicial a
adolescente a quem se atribua autoria de ato
V - proteção jurídico-social por infracional;
entidades de defesa dos direitos da criança e
do adolescente. VI - integração operacional de órgãos do
Judiciário, Ministério Público, Defensoria,
VI - políticas e programas destinados a Conselho Tutelar e encarregados da
prevenir ou abreviar o período de execução das políticas sociais básicas e de
afastamento do convívio familiar e a garantir assistência social, para efeito de agilização do
o efetivo exercício do direito à convivência atendimento de crianças e de adolescentes
familiar de crianças e adolescentes; (Incluído inseridos em programas de acolhimento
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência familiar ou institucional, com vista na sua
rápida reintegração à família de origem ou, se
VII - campanhas de estímulo ao tal solução se mostrar comprovadamente
acolhimento sob forma de guarda de crianças inviável, sua colocação em família substituta,
e adolescentes afastados do convívio familiar em quaisquer das modalidades previstas no
e à adoção, especificamente inter-racial, de art. 28 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº
crianças maiores ou de adolescentes, com 12.010, de 2009) Vigência
necessidades específicas de saúde ou com
deficiências e de grupos de irmãos. (Incluído VII - mobilização da opinião pública para
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência a indispensável participação dos diversos
segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei nº
Art. 88. São diretrizes da política de 12.010, de 2009) Vigência
atendimento:
VIII - especialização e formação
I - municipalização do atendimento; continuada dos profissionais que trabalham
nas diferentes áreas da atenção à primeira
II - criação de conselhos municipais,
infância, incluindo os conhecimentos sobre
estaduais e nacional dos direitos da criança e
direitos da criança e sobre desenvolvimento
do adolescente, órgãos deliberativos e
infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
controladores das ações em todos os níveis,
assegurada a participação popular paritária IX - formação profissional com
por meio de organizações representativas, abrangência dos diversos direitos da criança
segundo leis federal, estaduais e municipais; e do adolescente que favoreça a
intersetorialidade no atendimento da criança
III - criação e manutenção de programas
e do adolescente e seu desenvolvimento
específicos, observada a descentralização
integral; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
político-administrativa;
X - realização e divulgação de pesquisas
IV - manutenção de fundos nacional,
sobre desenvolvimento infantil e sobre
estaduais e municipais vinculados aos
prevenção da violência. (Incluído pela Lei nº
respectivos conselhos dos direitos da criança
13.257, de 2016)
e do adolescente;
Art. 89. A função de membro do
V - integração operacional de órgãos do
conselho nacional e dos conselhos estaduais
Judiciário, Ministério Público, Defensoria,
e municipais dos direitos da criança e do do que fará comunicação ao Conselho Tutelar
adolescente é considerada de interesse e à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
público relevante e não será remunerada. 12.010, de 2009) Vigência

Capítulo II § 2 o Os recursos destinados à


implementação e manutenção dos programas
Das Entidades de Atendimento relacionados neste artigo serão previstos nas
dotações orçamentárias dos órgãos públicos
eção I encarregados das áreas de Educação, Saúde
e Assistência Social, dentre outros,
Disposições Gerais
observando-se o princípio da prioridade
absoluta à criança e ao adolescente
Art. 90. As entidades de atendimento
preconizado pelo caput do art. 227 da
são responsáveis pela manutenção das
Constituição Federal e pelo caput e parágrafo
próprias unidades, assim como pelo
único do art. 4 o desta Lei. (Incluído pela Lei nº
planejamento e execução de programas de
12.010, de 2009) Vigência
proteção e sócio-educativos destinados a
crianças e adolescentes, em regime de: (Vide)
§ 3 o Os programas em execução serão
reavaliados pelo Conselho Municipal dos
I - orientação e apoio sócio-familiar;
Direitos da Criança e do Adolescente, no
II - apoio sócio-educativo em meio máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se
aberto; critérios para renovação da autorização de
funcionamento: (Incluído pela Lei nº 12.010,
III - colocação familiar; de 2009) Vigência

IV - acolhimento institucional; (Redação I - o efetivo respeito às regras e


dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência princípios desta Lei, bem como às resoluções
relativas à modalidade de atendimento
V - prestação de serviços à prestado expedidas pelos Conselhos de
comunidade; (Redação dada pela Lei nº Direitos da Criança e do Adolescente, em
12.594, de 2012) (Vide) todos os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
VI - liberdade assistida; (Redação dada
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) II - a qualidade e eficiência do trabalho
desenvolvido, atestadas pelo Conselho
VII - semiliberdade; e (Redação dada Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) da Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
VIII - internação. (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide) III - em se tratando de programas de
acolhimento institucional ou familiar, serão
§ 1 o As entidades governamentais e não considerados os índices de sucesso na
governamentais deverão proceder à inscrição reintegração familiar ou de adaptação à
de seus programas, especificando os regimes família substituta, conforme o caso. (Incluído
de atendimento, na forma definida neste pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, o qual manterá
registro das inscrições e de suas alterações,
Art. 91. As entidades não- I - preservação dos vínculos familiares e
governamentais somente poderão funcionar promoção da reintegração familiar; (Redação
depois de registradas no Conselho Municipal dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dos Direitos da Criança e do Adolescente, o
qual comunicará o registro ao Conselho II - integração em família substituta,
Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva quando esgotados os recursos de
localidade. manutenção na família natural ou
extensa; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
§ 1 o Será negado o registro à entidade 2009) Vigência
que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência III - atendimento personalizado e em
pequenos grupos;
a) não ofereça instalações físicas em
condições adequadas de habitabilidade, IV - desenvolvimento de atividades em
higiene, salubridade e segurança; regime de co-educação;

b) não apresente plano de trabalho V - não desmembramento de grupos de


compatível com os princípios desta Lei; irmãos;

c) esteja irregularmente constituída; VI - evitar, sempre que possível, a


transferência para outras entidades de
d) tenha em seus quadros pessoas crianças e adolescentes abrigados;
inidôneas.
VII - participação na vida da comunidade
e) não se adequar ou deixar de cumprir local;
as resoluções e deliberações relativas à
modalidade de atendimento prestado VIII - preparação gradativa para o
expedidas pelos Conselhos de Direitos da desligamento;
Criança e do Adolescente, em todos os
níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de IX - participação de pessoas da
2009) Vigência comunidade no processo educativo.

§ 2 o O registro terá validade máxima de § 1 o O dirigente de entidade que


4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho desenvolve programa de acolhimento
Municipal dos Direitos da Criança e do institucional é equiparado ao guardião, para
Adolescente, periodicamente, reavaliar o todos os efeitos de direito. (Incluído pela Lei
cabimento de sua renovação, observado o nº 12.010, de 2009) Vigência
disposto no § 1 o deste artigo. (Incluído pela
§ 2 o Os dirigentes de entidades que
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
desenvolvem programas de acolhimento
Art. 92. As entidades que desenvolvam familiar ou institucional remeterão à
programas de acolhimento familiar ou autoridade judiciária, no máximo a cada 6
institucional deverão adotar os seguintes (seis) meses, relatório circunstanciado acerca
princípios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, da situação de cada criança ou adolescente
de 2009) Vigência acolhido e sua família, para fins da reavaliação
prevista no § 1 o do art. 19 desta Lei. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3 o Os entes federados, por intermédio necessidades básicas, incluindo as de afeto
dos Poderes Executivo e Judiciário, como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257,
promoverão conjuntamente a permanente de 2016)
qualificação dos profissionais que atuam
direta ou indiretamente em programas de Art. 93. As entidades que mantenham
acolhimento institucional e destinados à programa de acolhimento institucional
colocação familiar de crianças e adolescentes, poderão, em caráter excepcional e de
incluindo membros do Poder Judiciário, urgência, acolher crianças e adolescentes
Ministério Público e Conselho sem prévia determinação da autoridade
Tutelar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de competente, fazendo comunicação do fato
2009) Vigência em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da
Infância e da Juventude, sob pena de
§ 4 o Salvo determinação em contrário da responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº
autoridade judiciária competente, as 12.010, de 2009) Vigência
entidades que desenvolvem programas de
acolhimento familiar ou institucional, se Parágrafo único. Recebida a
necessário com o auxílio do Conselho Tutelar comunicação, a autoridade judiciária, ouvido
e dos órgãos de assistência social, o Ministério Público e se necessário com o
estimularão o contato da criança ou apoio do Conselho Tutelar local, tomará as
adolescente com seus pais e parentes, em medidas necessárias para promover a
cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII imediata reintegração familiar da criança ou
do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº do adolescente ou, se por qualquer razão não
12.010, de 2009) Vigência for isso possível ou recomendável, para seu
encaminhamento a programa de acolhimento
§ 5 o As entidades que desenvolvem familiar, institucional ou a família substituta,
programas de acolhimento familiar ou observado o disposto no § 2 o do art. 101
institucional somente poderão receber desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
recursos públicos se comprovado o 2009) Vigência
atendimento dos princípios, exigências e
finalidades desta Lei. (Incluído pela Lei nº Art. 94. As entidades que desenvolvem
12.010, de 2009) Vigência programas de internação têm as seguintes
obrigações, entre outras:
§ 6 o O descumprimento das disposições
desta Lei pelo dirigente de entidade que I - observar os direitos e garantias de que
desenvolva programas de acolhimento são titulares os adolescentes;
familiar ou institucional é causa de sua
destituição, sem prejuízo da apuração de sua II - não restringir nenhum direito que não
responsabilidade administrativa, civil e tenha sido objeto de restrição na decisão de
criminal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de internação;
2009) Vigência
III - oferecer atendimento personalizado,
§ 7 o Quando se tratar de criança de 0 em pequenas unidades e grupos reduzidos;
(zero) a 3 (três) anos em acolhimento
IV - preservar a identidade e oferecer
institucional, dar-se-á especial atenção à
ambiente de respeito e dignidade ao
atuação de educadores de referência estáveis
adolescente;
e qualitativamente significativos, às rotinas
específicas e ao atendimento das
V - diligenciar no sentido do XVII - fornecer comprovante de depósito
restabelecimento e da preservação dos dos pertences dos adolescentes;
vínculos familiares;
XVIII - manter programas destinados ao
VI - comunicar à autoridade judiciária, apoio e acompanhamento de egressos;
periodicamente, os casos em que se mostre
inviável ou impossível o reatamento dos XIX - providenciar os documentos
vínculos familiares; necessários ao exercício da cidadania àqueles
que não os tiverem;
VII - oferecer instalações físicas em
condições adequadas de habitabilidade, XX - manter arquivo de anotações onde
higiene, salubridade e segurança e os objetos constem data e circunstâncias do
necessários à higiene pessoal; atendimento, nome do adolescente, seus pais
ou responsável, parentes, endereços, sexo,
VIII - oferecer vestuário e alimentação idade, acompanhamento da sua formação,
suficientes e adequados à faixa etária dos relação de seus pertences e demais dados
adolescentes atendidos; que possibilitem sua identificação e a
individualização do atendimento.
IX - oferecer cuidados médicos,
psicológicos, odontológicos e farmacêuticos; § 1 o Aplicam-se, no que couber, as
obrigações constantes deste artigo às
X - propiciar escolarização e entidades que mantêm programas de
profissionalização; acolhimento institucional e familiar. (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XI - propiciar atividades culturais,
esportivas e de lazer; § 2º No cumprimento das obrigações a
que alude este artigo as entidades utilizarão
XII - propiciar assistência religiosa preferencialmente os recursos da
àqueles que desejarem, de acordo com suas comunidade.
crenças;
Art. 94-A. As entidades, públicas ou
XIII - proceder a estudo social e pessoal privadas, que abriguem ou recepcionem
de cada caso; crianças e adolescentes, ainda que em caráter
temporário, devem ter, em seus quadros,
XIV - reavaliar periodicamente cada
profissionais capacitados a reconhecer e
caso, com intervalo máximo de seis meses,
reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou
dando ciência dos resultados à autoridade
ocorrências de maus-tratos. (Incluído pela Lei
competente;
nº 13.046, de 2014)
XV - informar, periodicamente, o
Seção II
adolescente internado sobre sua situação
processual; Da Fiscalização das Entidades

XVI - comunicar às autoridades Art. 95. As entidades governamentais e


competentes todos os casos de adolescentes não-governamentais referidas no art. 90
portadores de moléstias infecto-contagiosas; serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo
Ministério Público e pelos Conselhos
Tutelares.
Art. 96. Os planos de aplicação e as § 2 o As pessoas jurídicas de direito
prestações de contas serão apresentados ao público e as organizações não
estado ou ao município, conforme a origem governamentais responderão pelos danos
das dotações orçamentárias. que seus agentes causarem às crianças e aos
adolescentes, caracterizado o
Art. 97. São medidas aplicáveis às descumprimento dos princípios norteadores
entidades de atendimento que das atividades de proteção
descumprirem obrigação constante do art. específica. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
94, sem prejuízo da responsabilidade civil e de 2009) Vigência
criminal de seus dirigentes ou prepostos:
Título II
I - às entidades governamentais:
Das Medidas de Proteção
a) advertência;
Capítulo I
b) afastamento provisório de seus
dirigentes; Disposições Gerais

c) afastamento definitivo de seus Art. 98. As medidas de proteção à


dirigentes; criança e ao adolescente são aplicáveis
sempre que os direitos reconhecidos nesta
d) fechamento de unidade ou interdição Lei forem ameaçados ou violados:
de programa.
I - por ação ou omissão da sociedade ou
II - às entidades não-governamentais: do Estado;

a) advertência; II - por falta, omissão ou abuso dos pais


ou responsável;
b) suspensão total ou parcial do repasse
de verbas públicas; III - em razão de sua conduta.

c) interdição de unidades ou suspensão Capítulo II


de programa;
Das Medidas Específicas de Proteção
d) cassação do registro.
Art. 99. As medidas previstas neste
§ 1 Em caso de reiteradas infrações
o
Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou
cometidas por entidades de atendimento, cumulativamente, bem como substituídas a
que coloquem em risco os direitos qualquer tempo.
assegurados nesta Lei, deverá ser o fato
comunicado ao Ministério Público ou Art. 100. Na aplicação das medidas
representado perante autoridade judiciária levar-se-ão em conta as necessidades
competente para as providências cabíveis, pedagógicas, preferindo-se aquelas que
inclusive suspensão das atividades ou visem ao fortalecimento dos vínculos
dissolução da entidade. (Redação dada pela familiares e comunitários.
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. São também princípios privada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
que regem a aplicação das medidas: (Incluído 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - intervenção precoce: a intervenção
I - condição da criança e do adolescente das autoridades competentes deve ser
como sujeitos de direitos: crianças e efetuada logo que a situação de perigo seja
adolescentes são os titulares dos direitos conhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
previstos nesta e em outras Leis, bem como 2009) Vigência
na Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência VII - intervenção mínima: a intervenção
deve ser exercida exclusivamente pelas
II - proteção integral e prioritária: a autoridades e instituições cuja ação seja
interpretação e aplicação de toda e qualquer indispensável à efetiva promoção dos direitos
norma contida nesta Lei deve ser voltada à e à proteção da criança e do
proteção integral e prioritária dos direitos de adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
que crianças e adolescentes são 2009) Vigência
titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência VIII - proporcionalidade e atualidade: a
intervenção deve ser a necessária e adequada
III - responsabilidade primária e solidária à situação de perigo em que a criança ou o
do poder público: a plena efetivação dos adolescente se encontram no momento em
direitos assegurados a crianças e a que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei nº
adolescentes por esta Lei e pela Constituição 12.010, de 2009) Vigência
Federal, salvo nos casos por esta
expressamente ressalvados, é de IX - responsabilidade parental: a
responsabilidade primária e solidária das 3 intervenção deve ser efetuada de modo que
(três) esferas de governo, sem prejuízo da os pais assumam os seus deveres para com a
municipalização do atendimento e da criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº
possibilidade da execução de programas por 12.010, de 2009) Vigência
entidades não governamentais; (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência X - prevalência da família: na promoção
de direitos e na proteção da criança e do
IV - interesse superior da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às
adolescente: a intervenção deve atender medidas que os mantenham ou reintegrem
prioritariamente aos interesses e direitos da na sua família natural ou extensa ou, se isso
criança e do adolescente, sem prejuízo da não for possível, que promovam a sua
consideração que for devida a outros integração em família adotiva; (Redação dada
interesses legítimos no âmbito da pluralidade pela Lei nº 13.509, de 2017)
dos interesses presentes no caso
concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de XI - obrigatoriedade da informação: a
2009) Vigência criança e o adolescente, respeitado seu
estágio de desenvolvimento e capacidade de
V - privacidade: a promoção dos direitos compreensão, seus pais ou responsável
e proteção da criança e do adolescente deve devem ser informados dos seus direitos, dos
ser efetuada no respeito pela intimidade, motivos que determinaram a intervenção e da
direito à imagem e reserva da sua vida forma como esta se processa; (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XII - oitiva obrigatória e participação: a VIII - inclusão em programa de
criança e o adolescente, em separado ou na acolhimento familiar; (Redação dada pela Lei
companhia dos pais, de responsável ou de nº 12.010, de 2009) Vigência
pessoa por si indicada, bem como os seus
pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos IX - colocação em família
e a participar nos atos e na definição da substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
medida de promoção dos direitos e de 2009) Vigência
proteção, sendo sua opinião devidamente
considerada pela autoridade judiciária § 1 o O acolhimento institucional e o
competente, observado o disposto nos §§ acolhimento familiar são medidas provisórias
1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei e excepcionais, utilizáveis como forma de
nº 12.010, de 2009) Vigência transição para reintegração familiar ou, não
sendo esta possível, para colocação em
Art. 101. Verificada qualquer das família substituta, não implicando privação de
hipóteses previstas no art. 98, a autoridade liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
competente poderá determinar, dentre 2009) Vigência
outras, as seguintes medidas:
§ 2 o Sem prejuízo da tomada de
I - encaminhamento aos pais ou medidas emergenciais para proteção de
responsável, mediante termo de vítimas de violência ou abuso sexual e das
responsabilidade; providências a que alude o art. 130 desta Lei,
o afastamento da criança ou adolescente do
II - orientação, apoio e convívio familiar é de competência exclusiva
acompanhamento temporários; da autoridade judiciária e importará na
deflagração, a pedido do Ministério Público
III - matrícula e freqüência obrigatórias ou de quem tenha legítimo interesse, de
em estabelecimento oficial de ensino procedimento judicial contencioso, no qual se
fundamental; garanta aos pais ou ao responsável legal o
exercício do contraditório e da ampla
IV - inclusão em serviços e programas defesa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
oficiais ou comunitários de proteção, apoio e 2009) Vigência
promoção da família, da criança e do
adolescente; (Redação dada pela Lei nº § 3 o Crianças e adolescentes somente
13.257, de 2016) poderão ser encaminhados às instituições
que executam programas de acolhimento
V - requisição de tratamento médico, institucional, governamentais ou não, por
psicológico ou psiquiátrico, em regime meio de uma Guia de Acolhimento, expedida
hospitalar ou ambulatorial; pela autoridade judiciária, na qual
obrigatoriamente constará, dentre
VI - inclusão em programa oficial ou
outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
comunitário de auxílio, orientação e
2009) Vigência
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
I - sua identificação e a qualificação
VII - acolhimento institucional; (Redação
completa de seus pais ou de seu responsável,
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
se conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
II - o endereço de residência dos pais ou III - a previsão das atividades a serem
do responsável, com pontos de desenvolvidas com a criança ou com o
referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de adolescente acolhido e seus pais ou
2009) Vigência responsável, com vista na reintegração
familiar ou, caso seja esta vedada por
III - os nomes de parentes ou de terceiros expressa e fundamentada determinação
interessados em tê-los sob sua judicial, as providências a serem tomadas
guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de para sua colocação em família substituta, sob
2009) Vigência direta supervisão da autoridade
judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
IV - os motivos da retirada ou da não 2009) Vigência
reintegração ao convívio familiar. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 7 o O acolhimento familiar ou
institucional ocorrerá no local mais próximo à
§ 4 o Imediatamente após o acolhimento residência dos pais ou do responsável e,
da criança ou do adolescente, a entidade como parte do processo de reintegração
responsável pelo programa de acolhimento familiar, sempre que identificada a
institucional ou familiar elaborará um plano necessidade, a família de origem será incluída
individual de atendimento, visando à em programas oficiais de orientação, de
reintegração familiar, ressalvada a existência apoio e de promoção social, sendo facilitado
de ordem escrita e fundamentada em e estimulado o contato com a criança ou com
contrário de autoridade judiciária o adolescente acolhido. (Incluído pela Lei nº
competente, caso em que também deverá 12.010, de 2009) Vigência
contemplar sua colocação em família
substituta, observadas as regras e princípios § 8 o Verificada a possibilidade de
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de reintegração familiar, o responsável pelo
2009) Vigência programa de acolhimento familiar ou
institucional fará imediata comunicação à
§ 5 o O plano individual será elaborado autoridade judiciária, que dará vista ao
sob a responsabilidade da equipe técnica do Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco)
respectivo programa de atendimento e levará dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela
em consideração a opinião da criança ou do Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adolescente e a oitiva dos pais ou do
responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 9 o Em sendo constatada a
2009) Vigência impossibilidade de reintegração da criança
ou do adolescente à família de origem, após
§ 6 o Constarão do plano individual, seu encaminhamento a programas oficiais ou
dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de comunitários de orientação, apoio e
2009) Vigência promoção social, será enviado relatório
fundamentado ao Ministério Público, no qual
I - os resultados da avaliação
conste a descrição pormenorizada das
interdisciplinar; (Incluído pela Lei nº 12.010,
providências tomadas e a expressa
de 2009) Vigência
recomendação, subscrita pelos técnicos da
entidade ou responsáveis pela execução da
II - os compromissos assumidos pelos
política municipal de garantia do direito à
pais ou responsável; e (Incluído pela Lei nº
convivência familiar, para a destituição do
12.010, de 2009) Vigência
poder familiar, ou destituição de tutela ou
guarda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de elementos disponíveis, mediante requisição
2009) Vigência da autoridade judiciária.

§ 10. Recebido o relatório, o Ministério § 2º Os registros e certidões necessários


Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para à regularização de que trata este artigo são
o ingresso com a ação de destituição do isentos de multas, custas e emolumentos,
poder familiar, salvo se entender necessária a gozando de absoluta prioridade.
realização de estudos complementares ou de
outras providências indispensáveis ao § 3 o Caso ainda não definida a
ajuizamento da demanda. (Redação dada paternidade, será deflagrado procedimento
pela Lei nº 13.509, de 2017) específico destinado à sua averiguação,
conforme previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de
§ 11. A autoridade judiciária manterá, dezembro de 1992. (Incluído pela Lei nº
em cada comarca ou foro regional, um 12.010, de 2009) Vigência
cadastro contendo informações atualizadas
sobre as crianças e adolescentes em regime § 4 o Nas hipóteses previstas no §
de acolhimento familiar e institucional sob sua 3 o deste artigo, é dispensável o ajuizamento
responsabilidade, com informações de ação de investigação de paternidade pelo
pormenorizadas sobre a situação jurídica de Ministério Público se, após o não
cada um, bem como as providências tomadas comparecimento ou a recusa do suposto pai
para sua reintegração familiar ou colocação em assumir a paternidade a ele atribuída, a
em família substituta, em qualquer das criança for encaminhada para
modalidades previstas no art. 28 desta adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
§ 5 o Os registros e certidões necessários
§ 12. Terão acesso ao cadastro o à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai
Ministério Público, o Conselho Tutelar, o no assento de nascimento são isentos de
órgão gestor da Assistência Social e os multas, custas e emolumentos, gozando de
Conselhos Municipais dos Direitos da Criança absoluta prioridade. (Incluído dada pela Lei nº
e do Adolescente e da Assistência Social, aos 13.257, de 2016)
quais incumbe deliberar sobre a
implementação de políticas públicas que § 6 o São gratuitas, a qualquer tempo, a
permitam reduzir o número de crianças e averbação requerida do reconhecimento de
adolescentes afastados do convívio familiar e paternidade no assento de nascimento e a
abreviar o período de permanência em certidão correspondente. (Incluído dada pela
programa de acolhimento. (Incluído pela Lei Lei nº 13.257, de 2016)
nº 12.010, de 2009) Vigência
Título III
Art. 102. As medidas de proteção de
Da Prática de Ato Infracional
que trata este Capítulo serão acompanhadas
da regularização do registro civil. (Vide Lei nº
Capítulo I
12.010, de 2009) Vigência
Disposições Gerais
§ 1º Verificada a inexistência de registro
anterior, o assento de nascimento da criança
ou adolescente será feito à vista dos
Art. 103. Considera-se ato infracional a demonstrada a necessidade imperiosa da
conduta descrita como crime ou medida.
contravenção penal.
Art. 109. O adolescente civilmente
Art. 104. São penalmente inimputáveis identificado não será submetido a
os menores de dezoito anos, sujeitos às identificação compulsória pelos órgãos
medidas previstas nesta Lei. policiais, de proteção e judiciais, salvo para
efeito de confrontação, havendo dúvida
Parágrafo único. Para os efeitos desta fundada.
Lei, deve ser considerada a idade do
adolescente à data do fato. Capítulo III

Art. 105. Ao ato infracional praticado por Das Garantias Processuais


criança corresponderão as medidas previstas
no art. 101. Art. 110. Nenhum adolescente será
privado de sua liberdade sem o devido
Capítulo II processo legal.

Dos Direitos Individuais Art. 111. São asseguradas ao


adolescente, entre outras, as seguintes
Art. 106. Nenhum adolescente será garantias:
privado de sua liberdade senão em flagrante
de ato infracional ou por ordem escrita e I - pleno e formal conhecimento da
fundamentada da autoridade judiciária atribuição de ato infracional, mediante
competente. citação ou meio equivalente;

Parágrafo único. O adolescente tem II - igualdade na relação processual,


direito à identificação dos responsáveis pela podendo confrontar-se com vítimas e
sua apreensão, devendo ser informado testemunhas e produzir todas as provas
acerca de seus direitos. necessárias à sua defesa;

Art. 107. A apreensão de qualquer III - defesa técnica por advogado;


adolescente e o local onde se encontra
recolhido serão incontinenti comunicados à IV - assistência judiciária gratuita e
autoridade judiciária competente e à família integral aos necessitados, na forma da lei;
do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
V - direito de ser ouvido pessoalmente
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde pela autoridade competente;
logo e sob pena de responsabilidade, a
possibilidade de liberação imediata. VI - direito de solicitar a presença de seus
pais ou responsável em qualquer fase do
Art. 108. A internação, antes da procedimento.
sentença, pode ser determinada pelo prazo
máximo de quarenta e cinco dias. Capítulo IV

Parágrafo único. A decisão deverá ser Das Medidas Sócio-Educativas


fundamentada e basear-se em indícios
Seção I
suficientes de autoria e materialidade,
Disposições Gerais materialidade e indícios suficientes da
autoria.
Art. 112. Verificada a prática de ato
infracional, a autoridade competente poderá Seção II
aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
Da Advertência
I - advertência;
Art. 115. A advertência consistirá em
II - obrigação de reparar o dano; admoestação verbal, que será reduzida a
termo e assinada.
III - prestação de serviços à comunidade;
Seção III
IV - liberdade assistida;
Da Obrigação de Reparar o Dano
V - inserção em regime de semi-
liberdade; Art. 116. Em se tratando de ato
infracional com reflexos patrimoniais, a
VI - internação em estabelecimento autoridade poderá determinar, se for o caso,
educacional; que o adolescente restitua a coisa, promova
o ressarcimento do dano, ou, por outra
VII - qualquer uma das previstas no art. forma, compense o prejuízo da vítima.
101, I a VI.
Parágrafo único. Havendo manifesta
§ 1º A medida aplicada ao adolescente impossibilidade, a medida poderá ser
levará em conta a sua capacidade de cumpri- substituída por outra adequada.
la, as circunstâncias e a gravidade da infração.
Seção IV
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto
algum, será admitida a prestação de trabalho Da Prestação de Serviços à Comunidade
forçado.
Art. 117. A prestação de serviços
§ 3º Os adolescentes portadores de comunitários consiste na realização de tarefas
doença ou deficiência mental receberão gratuitas de interesse geral, por período não
tratamento individual e especializado, em excedente a seis meses, junto a entidades
local adequado às suas condições. assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem como em
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o programas comunitários ou governamentais.
disposto nos arts. 99 e 100.
Parágrafo único. As tarefas serão
Art. 114. A imposição das medidas atribuídas conforme as aptidões do
previstas nos incisos II a VI do art. 112 adolescente, devendo ser cumpridas durante
pressupõe a existência de provas suficientes jornada máxima de oito horas semanais, aos
da autoria e da materialidade da infração, sábados, domingos e feriados ou em dias
ressalvada a hipótese de remissão, nos úteis, de modo a não prejudicar a freqüência
termos do art. 127. à escola ou à jornada normal de trabalho.

Parágrafo único. A advertência poderá Seção V


ser aplicada sempre que houver prova da
Da Liberdade Assistida externas, independentemente de autorização
judicial.
Art. 118. A liberdade assistida será
adotada sempre que se afigurar a medida § 1º São obrigatórias a escolarização e a
mais adequada para o fim de acompanhar, profissionalização, devendo, sempre que
auxiliar e orientar o adolescente. possível, ser utilizados os recursos existentes
na comunidade.
§ 1º A autoridade designará pessoa
capacitada para acompanhar o caso, a qual § 2º A medida não comporta prazo
poderá ser recomendada por entidade ou determinado aplicando-se, no que couber, as
programa de atendimento. disposições relativas à internação.

§ 2º A liberdade assistida será fixada Seção VII


pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou Da Internação
substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor. Art. 121. A internação constitui medida
privativa da liberdade, sujeita aos princípios
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o de brevidade, excepcionalidade e respeito à
apoio e a supervisão da autoridade condição peculiar de pessoa em
competente, a realização dos seguintes desenvolvimento.
encargos, entre outros:
§ 1º Será permitida a realização de
I - promover socialmente o adolescente atividades externas, a critério da equipe
e sua família, fornecendo-lhes orientação e técnica da entidade, salvo expressa
inserindo-os, se necessário, em programa determinação judicial em contrário.
oficial ou comunitário de auxílio e assistência
social; § 2º A medida não comporta prazo
determinado, devendo sua manutenção ser
II - supervisionar a freqüência e o reavaliada, mediante decisão fundamentada,
aproveitamento escolar do adolescente, no máximo a cada seis meses.
promovendo, inclusive, sua matrícula;
§ 3º Em nenhuma hipótese o período
III - diligenciar no sentido da máximo de internação excederá a três anos.
profissionalização do adolescente e de sua
inserção no mercado de trabalho; § 4º Atingido o limite estabelecido no
parágrafo anterior, o adolescente deverá ser
IV - apresentar relatório do caso. liberado, colocado em regime de semi-
liberdade ou de liberdade assistida.
Seção VI
§ 5º A liberação será compulsória aos
Do Regime de Semi-liberdade vinte e um anos de idade.

Art. 120. O regime de semi-liberdade § 6º Em qualquer hipótese a


pode ser determinado desde o início, ou desinternação será precedida de autorização
como forma de transição para o meio aberto, judicial, ouvido o Ministério Público.
possibilitada a realização de atividades
§ 7 o A determinação judicial mencionada II - peticionar diretamente a qualquer
no § 1 o poderá ser revista a qualquer tempo autoridade;
pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei
nº 12.594, de 2012) (Vide) III - avistar-se reservadamente com seu
defensor;
Art. 122. A medida de internação só
poderá ser aplicada quando: IV - ser informado de sua situação
processual, sempre que solicitada;
I - tratar-se de ato infracional cometido
mediante grave ameaça ou violência a V - ser tratado com respeito e dignidade;
pessoa;
VI - permanecer internado na mesma
II - por reiteração no cometimento de localidade ou naquela mais próxima ao
outras infrações graves; domicílio de seus pais ou responsável;

III - por descumprimento reiterado e VII - receber visitas, ao menos,


injustificável da medida anteriormente semanalmente;
imposta.
VIII - corresponder-se com seus
§ 1 O prazo de internação na hipótese
o familiares e amigos;
do inciso III deste artigo não poderá ser
superior a 3 (três) meses, devendo ser IX - ter acesso aos objetos necessários à
decretada judicialmente após o devido higiene e asseio pessoal;
processo legal. (Redação dada pela Lei nº
X - habitar alojamento em condições
12.594, de 2012) (Vide)
adequadas de higiene e salubridade;
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada
XI - receber escolarização e
a internação, havendo outra medida
profissionalização;
adequada.
XII - realizar atividades culturais,
Art. 123. A internação deverá ser
esportivas e de lazer:
cumprida em entidade exclusiva para
adolescentes, em local distinto daquele
XIII - ter acesso aos meios de
destinado ao abrigo, obedecida rigorosa
comunicação social;
separação por critérios de idade, compleição
física e gravidade da infração. XIV - receber assistência religiosa,
segundo a sua crença, e desde que assim o
Parágrafo único. Durante o período de
deseje;
internação, inclusive provisória, serão
obrigatórias atividades pedagógicas. XV - manter a posse de seus objetos
pessoais e dispor de local seguro para
Art. 124. São direitos do adolescente
guardá-los, recebendo comprovante
privado de liberdade, entre outros, os
daqueles porventura depositados em poder
seguintes:
da entidade;
I - entrevistar-se pessoalmente com o
XVI - receber, quando de sua
representante do Ministério Público;
desinternação, os documentos pessoais
indispensáveis à vida em sociedade.
§ 1º Em nenhum caso haverá Título IV
incomunicabilidade.
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou
§ 2º A autoridade judiciária poderá Responsável
suspender temporariamente a visita, inclusive
de pais ou responsável, se existirem motivos Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais
sérios e fundados de sua prejudicialidade aos ou responsável:
interesses do adolescente.
I - encaminhamento a serviços e
Art. 125. É dever do Estado zelar pela programas oficiais ou comunitários de
integridade física e mental dos internos, proteção, apoio e promoção da
cabendo-lhe adotar as medidas adequadas família; (Redação dada dada pela Lei nº
de contenção e segurança. 13.257, de 2016)

Capítulo V II - inclusão em programa oficial ou


comunitário de auxílio, orientação e
Da Remissão tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

Art. 126. Antes de iniciado o III - encaminhamento a tratamento


procedimento judicial para apuração de ato psicológico ou psiquiátrico;
infracional, o representante do Ministério
Público poderá conceder a remissão, como IV - encaminhamento a cursos ou
forma de exclusão do processo, atendendo às programas de orientação;
circunstâncias e conseqüências do fato, ao
contexto social, bem como à personalidade V - obrigação de matricular o filho ou
do adolescente e sua maior ou menor pupilo e acompanhar sua freqüência e
participação no ato infracional. aproveitamento escolar;

Parágrafo único. Iniciado o VI - obrigação de encaminhar a criança


procedimento, a concessão da remissão pela ou adolescente a tratamento especializado;
autoridade judiciária importará na suspensão
VII - advertência;
ou extinção do processo.
VIII - perda da guarda;
Art. 127. A remissão não implica
necessariamente o reconhecimento ou
IX - destituição da tutela;
comprovação da responsabilidade, nem
prevalece para efeito de antecedentes, X - suspensão ou destituição do pátrio
podendo incluir eventualmente a aplicação poder poder familiar . (Expressão substituída
de qualquer das medidas previstas em lei, pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
exceto a colocação em regime de semi-
liberdade e a internação. Parágrafo único. Na aplicação das
medidas previstas nos incisos IX e X deste
Art. 128. A medida aplicada por força da artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e
remissão poderá ser revista judicialmente, a 24.
qualquer tempo, mediante pedido expresso
do adolescente ou de seu representante Art. 130. Verificada a hipótese de maus-
legal, ou do Ministério Público. tratos, opressão ou abuso sexual impostos
pelos pais ou responsável, a autoridade
judiciária poderá determinar, como medida funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive
cautelar, o afastamento do agressor da quanto à remuneração dos respectivos
moradia comum. membros, aos quais é assegurado o direito
a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Parágrafo único. Da medida cautelar
constará, ainda, a fixação provisória dos I - cobertura previdenciária; (Incluído
alimentos de que necessitem a criança ou o pela Lei nº 12.696, de 2012)
adolescente dependentes do
agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de II - gozo de férias anuais remuneradas,
2011) acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da
remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº
Título V 12.696, de 2012)

Do Conselho Tutelar III - licença-maternidade; (Incluído pela


Lei nº 12.696, de 2012)
Capítulo I
IV - licença-paternidade; (Incluído pela
Disposições Gerais Lei nº 12.696, de 2012)

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão V - gratificação natalina. (Incluído pela


permanente e autônomo, não jurisdicional, Lei nº 12.696, de 2012)
encarregado pela sociedade de zelar pelo
cumprimento dos direitos da criança e do Parágrafo único. Constará da lei
adolescente, definidos nesta Lei. orçamentária municipal e da do Distrito
Federal previsão dos recursos necessários ao
Art. 132. Em cada Município e em cada funcionamento do Conselho Tutelar e à
Região Administrativa do Distrito Federal remuneração e formação continuada dos
haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar conselheiros tutelares. (Redação dada pela
como órgão integrante da administração Lei nº 12.696, de 2012)
pública local, composto de 5 (cinco)
membros, escolhidos pela população local Art. 135. O exercício efetivo da função
para mandato de 4 (quatro) anos, permitida de conselheiro constituirá serviço público
recondução por novos processos de relevante e estabelecerá presunção de
escolha. (Redação dada pela Lei nº 13.824, de idoneidade moral. (Redação dada pela Lei nº
2019) 12.696, de 2012)

Art. 133. Para a candidatura a membro Capítulo II


do Conselho Tutelar, serão exigidos os
seguintes requisitos: Das Atribuições do Conselho

I - reconhecida idoneidade moral; Art. 136. São atribuições do Conselho


Tutelar:
II - idade superior a vinte e um anos;
I - atender as crianças e adolescentes nas
III - residir no município. hipóteses previstas nos arts. 98 e 105,
aplicando as medidas previstas no art. 101, I
Art. 134. Lei municipal ou distrital a VII;
disporá sobre o local, dia e horário de
II - atender e aconselhar os pais ou do adolescente junto à família
responsável, aplicando as medidas previstas natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
no art. 129, I a VII; 2009) Vigência

III - promover a execução de suas XII - promover e incentivar, na


decisões, podendo para tanto: comunidade e nos grupos profissionais, ações
de divulgação e treinamento para o
a) requisitar serviços públicos nas áreas reconhecimento de sintomas de maus-tratos
de saúde, educação, serviço social, em crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei
previdência, trabalho e segurança; nº 13.046, de 2014)

b) representar junto à autoridade Parágrafo único. Se, no exercício de


judiciária nos casos de descumprimento suas atribuições, o Conselho Tutelar entender
injustificado de suas deliberações. necessário o afastamento do convívio
familiar, comunicará incontinenti o fato ao
IV - encaminhar ao Ministério Público Ministério Público, prestando-lhe
notícia de fato que constitua infração informações sobre os motivos de tal
administrativa ou penal contra os direitos da entendimento e as providências tomadas
criança ou adolescente; para a orientação, o apoio e a promoção
social da família. (Incluído pela Lei nº 12.010,
V - encaminhar à autoridade judiciária os
de 2009) Vigência
casos de sua competência;
Art. 137. As decisões do Conselho
VI - providenciar a medida estabelecida
Tutelar somente poderão ser revistas pela
pela autoridade judiciária, dentre as previstas
autoridade judiciária a pedido de quem tenha
no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor
legítimo interesse.
de ato infracional;
Capítulo III
VII - expedir notificações;
Da Competência
VIII - requisitar certidões de nascimento
e de óbito de criança ou adolescente quando Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a
necessário; regra de competência constante do art. 147.

IX - assessorar o Poder Executivo local na Capítulo IV


elaboração da proposta orçamentária para
planos e programas de atendimento dos Da Escolha dos Conselheiros
direitos da criança e do adolescente;
Art. 139. O processo para a escolha dos
X - representar, em nome da pessoa e da membros do Conselho Tutelar será
família, contra a violação dos direitos estabelecido em lei municipal e realizado sob
previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da a responsabilidade do Conselho Municipal
Constituição Federal ; dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a
fiscalização do Ministério Público. (Redação
XI - representar ao Ministério Público dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
para efeito das ações de perda ou suspensão
do poder familiar, após esgotadas as § 1 o O processo de escolha dos
possibilidades de manutenção da criança ou membros do Conselho Tutelar ocorrerá em
data unificada em todo o território nacional a ao Ministério Público e ao Poder Judiciário,
cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do por qualquer de seus órgãos.
mês de outubro do ano subsequente ao da
eleição presidencial. (Incluído pela Lei nº § 1º. A assistência judiciária gratuita será
12.696, de 2012) prestada aos que dela necessitarem, através
de defensor público ou advogado nomeado.
§ 2 o A posse dos conselheiros tutelares
ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano § 2º As ações judiciais da competência
subsequente ao processo de da Justiça da Infância e da Juventude são
escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) isentas de custas e emolumentos, ressalvada
a hipótese de litigância de má-fé.
§ 3 o No processo de escolha dos
membros do Conselho Tutelar, é vedado ao Art. 142. Os menores de dezesseis anos
candidato doar, oferecer, prometer ou serão representados e os maiores de
entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal dezesseis e menores de vinte e um anos
de qualquer natureza, inclusive brindes de assistidos por seus pais, tutores ou curadores,
pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, na forma da legislação civil ou processual.
de 2012)
Parágrafo único. A autoridade judiciária
Capítulo V dará curador especial à criança ou
adolescente, sempre que os interesses destes
Dos Impedimentos colidirem com os de seus pais ou responsável,
ou quando carecer de representação ou
Art. 140. São impedidos de servir no assistência legal ainda que eventual.
mesmo Conselho marido e mulher,
ascendentes e descendentes, sogro e genro Art. 143. E vedada a divulgação de atos
ou nora, irmãos, cunhados, durante o judiciais, policiais e administrativos que
cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou digam respeito a crianças e adolescentes a
madrasta e enteado. que se atribua autoria de ato infracional.

Parágrafo único. Estende-se o Parágrafo único. Qualquer notícia a


impedimento do conselheiro, na forma deste respeito do fato não poderá identificar a
artigo, em relação à autoridade judiciária e ao criança ou adolescente, vedando-se
representante do Ministério Público com fotografia, referência a nome, apelido,
atuação na Justiça da Infância e da filiação, parentesco, residência e, inclusive,
Juventude, em exercício na comarca, foro iniciais do nome e sobrenome. (Redação dada
regional ou distrital. pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)

Título VI Art. 144. A expedição de cópia ou


certidão de atos a que se refere o artigo
Do Acesso à Justiça anterior somente será deferida pela
autoridade judiciária competente, se
Capítulo I demonstrado o interesse e justificada a
finalidade.
Disposições Gerais
Capítulo II
Art. 141. É garantido o acesso de toda
criança ou adolescente à Defensoria Pública, Da Justiça da Infância e da Juventude
Seção I a sentença eficácia para todas as
transmissoras ou retransmissoras do
Disposições Gerais respectivo estado.

Art. 145. Os estados e o Distrito Federal Art. 148. A Justiça da Infância e da


poderão criar varas especializadas e Juventude é competente para:
exclusivas da infância e da juventude,
cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua I - conhecer de representações
proporcionalidade por número de habitantes, promovidas pelo Ministério Público, para
dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o apuração de ato infracional atribuído a
atendimento, inclusive em plantões. adolescente, aplicando as medidas cabíveis;

Seção II II - conceder a remissão, como forma de


suspensão ou extinção do processo;
Do Juiz
III - conhecer de pedidos de adoção e
Art. 146. A autoridade a que se refere seus incidentes;
esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude,
ou o juiz que exerce essa função, na forma da IV - conhecer de ações civis fundadas em
lei de organização judiciária local. interesses individuais, difusos ou coletivos
afetos à criança e ao adolescente, observado
Art. 147. A competência será o disposto no art. 209;
determinada:
V - conhecer de ações decorrentes de
I - pelo domicílio dos pais ou irregularidades em entidades de
responsável; atendimento, aplicando as medidas cabíveis;

II - pelo lugar onde se encontre a criança VI - aplicar penalidades administrativas


ou adolescente, à falta dos pais ou nos casos de infrações contra norma de
responsável. proteção à criança ou adolescente;

§ 1º. Nos casos de ato infracional, será VII - conhecer de casos encaminhados
competente a autoridade do lugar da ação ou pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas
omissão, observadas as regras de conexão, cabíveis.
continência e prevenção.
Parágrafo único. Quando se tratar de
§ 2º A execução das medidas poderá ser criança ou adolescente nas hipóteses do art.
delegada à autoridade competente da 98, é também competente a Justiça da
residência dos pais ou responsável, ou do Infância e da Juventude para o fim de:
local onde sediar-se a entidade que abrigar a
criança ou adolescente. a) conhecer de pedidos de guarda e
tutela;
§ 3º Em caso de infração cometida
através de transmissão simultânea de rádio b) conhecer de ações de destituição
ou televisão, que atinja mais de uma comarca, do pátrio poder poder familiar , perda ou
será competente, para aplicação da modificação da tutela ou guarda; (Expressão
penalidade, a autoridade judiciária do local substituída pela Lei nº 12.010, de
da sede estadual da emissora ou rede, tendo 2009) Vigência
c) suprir a capacidade ou o b) certames de beleza.
consentimento para o casamento;
§ 1º Para os fins do disposto neste
d) conhecer de pedidos baseados em artigo, a autoridade judiciária levará em
discordância paterna ou materna, em relação conta, dentre outros fatores:
ao exercício do pátrio poder poder
familiar ; (Expressão substituída pela Lei nº a) os princípios desta Lei;
12.010, de 2009) Vigência
b) as peculiaridades locais;
e) conceder a emancipação, nos termos
da lei civil, quando faltarem os pais; c) a existência de instalações adequadas;

f) designar curador especial em casos de d) o tipo de freqüência habitual ao local;


apresentação de queixa ou representação, ou
e) a adequação do ambiente a eventual
de outros procedimentos judiciais ou
participação ou freqüência de crianças e
extrajudiciais em que haja interesses de
adolescentes;
criança ou adolescente;
f) a natureza do espetáculo.
g) conhecer de ações de alimentos;
§ 2º As medidas adotadas na
h) determinar o cancelamento, a
conformidade deste artigo deverão ser
retificação e o suprimento dos registros de
fundamentadas, caso a caso, vedadas as
nascimento e óbito.
determinações de caráter geral.
Art. 149. Compete à autoridade
Seção III
judiciária disciplinar, através de portaria, ou
autorizar, mediante alvará:
Dos Serviços Auxiliares
I - a entrada e permanência de criança ou
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na
adolescente, desacompanhado dos pais ou
elaboração de sua proposta orçamentária,
responsável, em:
prever recursos para manutenção de equipe
interprofissional, destinada a assessorar a
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
Justiça da Infância e da Juventude.
b) bailes ou promoções dançantes;
Art. 151. Compete à equipe
c) boate ou congêneres; interprofissional dentre outras atribuições
que lhe forem reservadas pela legislação
d) casa que explore comercialmente local, fornecer subsídios por escrito,
diversões eletrônicas; mediante laudos, ou verbalmente, na
audiência, e bem assim desenvolver trabalhos
e) estúdios cinematográficos, de teatro, de aconselhamento, orientação,
rádio e televisão. encaminhamento, prevenção e outros, tudo
sob a imediata subordinação à autoridade
II - a participação de criança e judiciária, assegurada a livre manifestação do
adolescente em: ponto de vista técnico.

a) espetáculos públicos e seus ensaios;


Parágrafo único. Na ausência ou Parágrafo único. O disposto neste artigo
insuficiência de servidores públicos não se aplica para o fim de afastamento da
integrantes do Poder Judiciário responsáveis criança ou do adolescente de sua família de
pela realização dos estudos psicossociais ou origem e em outros procedimentos
de quaisquer outras espécies de avaliações necessariamente contenciosos. (Incluído pela
técnicas exigidas por esta Lei ou por Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
determinação judicial, a autoridade judiciária
poderá proceder à nomeação de perito, nos Art. 154. Aplica-se às multas o disposto
termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de no art. 214.
março de 2015 (Código de Processo
Civil) . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Seção II

Capítulo III Da Perda e da Suspensão do Pátrio


Poder Poder Familiar
Dos Procedimentos (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Seção I
Art. 155. O procedimento para a perda
Disposições Gerais ou a suspensão do pátrio poder poder
familiar terá início por provocação do
Art. 152. Aos procedimentos regulados Ministério Público ou de quem tenha legítimo
nesta Lei aplicam-se subsidiariamente as interesse. (Expressão substituída pela Lei nº
normas gerais previstas na legislação 12.010, de 2009) Vigência
processual pertinente.
Art. 156. A petição inicial indicará:
§ 1º É assegurada, sob pena de
responsabilidade, prioridade absoluta na I - a autoridade judiciária a que for
tramitação dos processos e procedimentos dirigida;
previstos nesta Lei, assim como na execução
dos atos e diligências judiciais a eles II - o nome, o estado civil, a profissão e a
referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de residência do requerente e do requerido,
2009) Vigência dispensada a qualificação em se tratando de
pedido formulado por representante do
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e Ministério Público;
aplicáveis aos seus procedimentos são
contados em dias corridos, excluído o dia do III - a exposição sumária do fato e o
começo e incluído o dia do vencimento, pedido;
vedado o prazo em dobro para a Fazenda
Pública e o Ministério Público. (Incluído pela IV - as provas que serão produzidas,
Lei nº 13.509, de 2017) oferecendo, desde logo, o rol de
testemunhas e documentos.
Art. 153. Se a medida judicial a ser
adotada não corresponder a procedimento Art. 157. Havendo motivo grave, poderá
previsto nesta ou em outra lei, a autoridade a autoridade judiciária, ouvido o Ministério
judiciária poderá investigar os fatos e ordenar Público, decretar a suspensão do pátrio
de ofício as providências necessárias, ouvido poder poder familiar , liminar ou
o Ministério Público. incidentalmente, até o julgamento definitivo
da causa, ficando a criança ou adolescente
confiado a pessoa idônea, mediante termo de voltará a fim de efetuar a citação, na hora que
responsabilidade. (Expressão substituída pela designar, nos termos do art. 252 e seguintes
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência da Lei n o 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei
§ 1 o Recebida a petição inicial, a nº 13.509, de 2017)
autoridade judiciária determinará,
concomitantemente ao despacho de citação § 4 o Na hipótese de os genitores
e independentemente de requerimento do encontrarem-se em local incerto ou não
interessado, a realização de estudo social ou sabido, serão citados por edital no prazo de
perícia por equipe interprofissional ou 10 (dez) dias, em publicação única,
multidisciplinar para comprovar a presença dispensado o envio de ofícios para a
de uma das causas de suspensão ou localização. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
destituição do poder familiar, ressalvado o 2017)
disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e
observada a Lei n o 13.431, de 4 de abril de Art. 159. Se o requerido não tiver
2017 . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) possibilidade de constituir advogado, sem
prejuízo do próprio sustento e de sua família,
§ 2 o Em sendo os pais oriundos de poderá requerer, em cartório, que lhe seja
comunidades indígenas, é ainda obrigatória a nomeado dativo, ao qual incumbirá a
intervenção, junto à equipe interprofissional apresentação de resposta, contando-se o
ou multidisciplinar referida no § 1 o deste prazo a partir da intimação do despacho de
artigo, de representantes do órgão federal nomeação.
responsável pela política indigenista,
observado o disposto no § 6 do art. 28 desta
o Parágrafo único. Na hipótese de
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) requerido privado de liberdade, o oficial de
justiça deverá perguntar, no momento da
Art. 158. O requerido será citado para, citação pessoal, se deseja que lhe seja
no prazo de dez dias, oferecer resposta nomeado defensor. (Incluído pela Lei nº
escrita, indicando as provas a serem 12.962, de 2014)
produzidas e oferecendo desde logo o rol de
testemunhas e documentos. Art. 160. Sendo necessário, a autoridade
judiciária requisitará de qualquer repartição
§ 1 o A citação será pessoal, salvo se ou órgão público a apresentação de
esgotados todos os meios para sua documento que interesse à causa, de ofício
realização. (Incluído pela Lei nº 12.962, de ou a requerimento das partes ou do
2014) Ministério Público.

§ 2 o O requerido privado de liberdade Art. 161. Se não for contestado o


deverá ser citado pessoalmente. (Incluído pedido e tiver sido concluído o estudo social
pela Lei nº 12.962, de 2014) ou a perícia realizada por equipe
interprofissional ou multidisciplinar, a
§ 3 o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial autoridade judiciária dará vista dos autos ao
de justiça houver procurado o citando em seu Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo
domicílio ou residência sem o encontrar, quando este for o requerente, e decidirá em
deverá, havendo suspeita de ocultação, igual prazo. (Redação dada pela Lei nº
informar qualquer pessoa da família ou, em 13.509, de 2017)
sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou § 2 o Na audiência, presentes as partes e
a requerimento das partes ou do Ministério o Ministério Público, serão ouvidas as
Público, determinará a oitiva de testemunhas testemunhas, colhendo-se oralmente o
que comprovem a presença de uma das parecer técnico, salvo quando apresentado
causas de suspensão ou destituição do poder por escrito, manifestando-se sucessivamente
familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da o requerente, o requerido e o Ministério
Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos
(Código Civil) , ou no art. 24 desta cada um, prorrogável por mais 10 (dez)
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de minutos. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
2017) de 2017)

§ 2 o (Revogado) . (Redação dada pela Lei § 3 o A decisão será proferida na


nº 13.509, de 2017) audiência, podendo a autoridade judiciária,
excepcionalmente, designar data para sua
§ 3 o Se o pedido importar em leitura no prazo máximo de 5 (cinco)
modificação de guarda, será obrigatória, dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
desde que possível e razoável, a oitiva da
criança ou adolescente, respeitado seu § 4 o Quando o procedimento de
estágio de desenvolvimento e grau de destituição de poder familiar for iniciado pelo
compreensão sobre as implicações da Ministério Público, não haverá necessidade
medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de de nomeação de curador especial em favor
2009) Vigência da criança ou adolescente. (Incluído pela Lei
nº 13.509, de 2017)
§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais
sempre que eles forem identificados e Art. 163. O prazo máximo para
estiverem em local conhecido, ressalvados os conclusão do procedimento será de 120
casos de não comparecimento perante a (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso
Justiça quando devidamente de notória inviabilidade de manutenção do
citados. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de poder familiar, dirigir esforços para preparar
2017) a criança ou o adolescente com vistas à
colocação em família substituta. (Redação
§ 5 o Se o pai ou a mãe estiverem dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
privados de liberdade, a autoridade judicial
requisitará sua apresentação para a Parágrafo único. A sentença que
oitiva. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) decretar a perda ou a suspensão do poder
familiar será averbada à margem do registro
Art. 162. Apresentada a resposta, a de nascimento da criança ou do
autoridade judiciária dará vista dos autos ao adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Ministério Público, por cinco dias, salvo 2009) Vigência
quando este for o requerente, designando,
desde logo, audiência de instrução e Seção III
julgamento.
Da Destituição da Tutela
§ 1º (Revogado) . (Redação dada pela Lei
nº 13.509, de 2017) Art. 164. Na destituição da tutela,
observar-se-á o procedimento para a
remoção de tutor previsto na lei processual
civil e, no que couber, o disposto na seção I - na presença do Ministério Público,
anterior. ouvirá as partes, devidamente assistidas por
advogado ou por defensor público, para
Seção IV verificar sua concordância com a adoção, no
prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da
Da Colocação em Família Substituta data do protocolo da petição ou da entrega
da criança em juízo, tomando por termo as
Art. 165. São requisitos para a concessão
declarações; e (Incluído pela Lei nº 13.509, de
de pedidos de colocação em família
2017)
substituta:
II - declarará a extinção do poder
I - qualificação completa do requerente
familiar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
e de seu eventual cônjuge, ou companheiro,
com expressa anuência deste; § 2 o O consentimento dos titulares do
poder familiar será precedido de orientações
II - indicação de eventual parentesco do
e esclarecimentos prestados pela equipe
requerente e de seu cônjuge, ou
interprofissional da Justiça da Infância e da
companheiro, com a criança ou adolescente,
Juventude, em especial, no caso de adoção,
especificando se tem ou não parente vivo;
sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - qualificação completa da criança ou
adolescente e de seus pais, se conhecidos;
§ 3 o São garantidos a livre manifestação
de vontade dos detentores do poder familiar
IV - indicação do cartório onde foi
e o direito ao sigilo das
inscrito nascimento, anexando, se possível,
informações. (Redação dada pela Lei nº
uma cópia da respectiva certidão;
13.509, de 2017)
V - declaração sobre a existência de
§ 4 o O consentimento prestado por
bens, direitos ou rendimentos relativos à
escrito não terá validade se não for ratificado
criança ou ao adolescente.
na audiência a que se refere o § 1 o deste
Parágrafo único. Em se tratando de artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
adoção, observar-se-ão também os requisitos 2017)
específicos.
§ 5 o O consentimento é retratável até a
Art. 166. Se os pais forem falecidos, data da realização da audiência especificada
tiverem sido destituídos ou suspensos do no § 1 o deste artigo, e os pais podem exercer
poder familiar, ou houverem aderido o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias,
expressamente ao pedido de colocação em contado da data de prolação da sentença de
família substituta, este poderá ser formulado extinção do poder familiar. (Redação dada
diretamente em cartório, em petição assinada pela Lei nº 13.509, de 2017)
pelos próprios requerentes, dispensada a
§ 6 o O consentimento somente terá
assistência de advogado. (Redação dada pela
valor se for dado após o nascimento da
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 1 o Na hipótese de concordância dos 2009) Vigência
pais, o juiz: (Redação dada pela Lei nº 13.509,
de 2017)
§ 7 o A família natural e a família Art. 170. Concedida a guarda ou a
substituta receberão a devida orientação por tutela, observar-se-á o disposto no art. 32, e,
intermédio de equipe técnica quanto à adoção, o contido no art. 47.
interprofissional a serviço da Justiça da
Infância e da Juventude, preferencialmente Parágrafo único. A colocação de criança
com apoio dos técnicos responsáveis pela ou adolescente sob a guarda de pessoa
execução da política municipal de garantia do inscrita em programa de acolhimento familiar
direito à convivência familiar. (Redação dada será comunicada pela autoridade judiciária à
pela Lei nº 13.509, de 2017) entidade por este responsável no prazo
máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº
Art. 167. A autoridade judiciária, de 12.010, de 2009) Vigência
ofício ou a requerimento das partes ou do
Ministério Público, determinará a realização Seção V
de estudo social ou, se possível, perícia por
equipe interprofissional, decidindo sobre a Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a
concessão de guarda provisória, bem como, Adolescente
no caso de adoção, sobre o estágio de
Art. 171. O adolescente apreendido por
convivência.
força de ordem judicial será, desde logo,
Parágrafo único. Deferida a concessão encaminhado à autoridade judiciária.
da guarda provisória ou do estágio de
Art. 172. O adolescente apreendido em
convivência, a criança ou o adolescente será
flagrante de ato infracional será, desde logo,
entregue ao interessado, mediante termo de
encaminhado à autoridade policial
responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010,
competente.
de 2009) Vigência
Parágrafo único. Havendo repartição
Art. 168. Apresentado o relatório social
policial especializada para atendimento de
ou o laudo pericial, e ouvida, sempre que
adolescente e em se tratando de ato
possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á
infracional praticado em co-autoria com
vista dos autos ao Ministério Público, pelo
maior, prevalecerá a atribuição da repartição
prazo de cinco dias, decidindo a autoridade
especializada, que, após as providências
judiciária em igual prazo.
necessárias e conforme o caso, encaminhará
Art. 169. Nas hipóteses em que a o adulto à repartição policial própria.
destituição da tutela, a perda ou a suspensão
Art. 173. Em caso de flagrante de ato
do pátrio poder poder familiar constituir
infracional cometido mediante violência ou
pressuposto lógico da medida principal de
grave ameaça a pessoa, a autoridade policial,
colocação em família substituta, será
sem prejuízo do disposto nos arts. 106,
observado o procedimento contraditório
parágrafo único, e 107, deverá:
previsto nas Seções II e III deste
Capítulo. (Expressão substituída pela Lei nº
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as
12.010, de 2009) Vigência
testemunhas e o adolescente;
Parágrafo único. A perda ou a
II - apreender o produto e os
modificação da guarda poderá ser decretada
instrumentos da infração;
nos mesmos autos do procedimento,
observado o disposto no art. 35.
III - requisitar os exames ou perícias Art. 176. Sendo o adolescente liberado,
necessários à comprovação da materialidade a autoridade policial encaminhará
e autoria da infração. imediatamente ao representante do
Ministério Público cópia do auto de
Parágrafo único. Nas demais hipóteses apreensão ou boletim de ocorrência.
de flagrante, a lavratura do auto poderá ser
substituída por boletim de ocorrência Art. 177. Se, afastada a hipótese de
circunstanciada. flagrante, houver indícios de participação de
adolescente na prática de ato infracional, a
Art. 174. Comparecendo qualquer dos autoridade policial encaminhará ao
pais ou responsável, o adolescente será representante do Ministério Público relatório
prontamente liberado pela autoridade das investigações e demais documentos.
policial, sob termo de compromisso e
responsabilidade de sua apresentação ao Art. 178. O adolescente a quem se
representante do Ministério Público, no atribua autoria de ato infracional não poderá
mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro ser conduzido ou transportado em
dia útil imediato, exceto quando, pela compartimento fechado de veículo policial,
gravidade do ato infracional e sua em condições atentatórias à sua dignidade,
repercussão social, deva o adolescente ou que impliquem risco à sua integridade
permanecer sob internação para garantia de física ou mental, sob pena de
sua segurança pessoal ou manutenção da responsabilidade.
ordem pública.
Art. 179. Apresentado o adolescente, o
Art. 175. Em caso de não liberação, a representante do Ministério Público, no
autoridade policial encaminhará, desde logo, mesmo dia e à vista do auto de apreensão,
o adolescente ao representante do Ministério boletim de ocorrência ou relatório policial,
Público, juntamente com cópia do auto de devidamente autuados pelo cartório judicial e
apreensão ou boletim de ocorrência. com informação sobre os antecedentes do
adolescente, procederá imediata e
§ 1º Sendo impossível a apresentação informalmente à sua oitiva e, em sendo
imediata, a autoridade policial encaminhará o possível, de seus pais ou responsável, vítima
adolescente à entidade de atendimento, que e testemunhas.
fará a apresentação ao representante do
Ministério Público no prazo de vinte e quatro Parágrafo único. Em caso de não
horas. apresentação, o representante do Ministério
Público notificará os pais ou responsável para
§ 2º Nas localidades onde não houver apresentação do adolescente, podendo
entidade de atendimento, a apresentação far- requisitar o concurso das polícias civil e
se-á pela autoridade policial. À falta de militar.
repartição policial especializada, o
adolescente aguardará a apresentação em Art. 180. Adotadas as providências a que
dependência separada da destinada a alude o artigo anterior, o representante do
maiores, não podendo, em qualquer Ministério Público poderá:
hipótese, exceder o prazo referido no
parágrafo anterior. I - promover o arquivamento dos autos;

II - conceder a remissão;
III - representar à autoridade judiciária internado provisoriamente, será de quarenta
para aplicação de medida sócio-educativa. e cinco dias.

Art. 181. Promovido o arquivamento dos Art. 184. Oferecida a representação, a


autos ou concedida a remissão pelo autoridade judiciária designará audiência de
representante do Ministério Público, apresentação do adolescente, decidindo,
mediante termo fundamentado, que conterá desde logo, sobre a decretação ou
o resumo dos fatos, os autos serão conclusos manutenção da internação, observado o
à autoridade judiciária para homologação. disposto no art. 108 e parágrafo.

§ 1º Homologado o arquivamento ou a § 1º O adolescente e seus pais ou


remissão, a autoridade judiciária determinará, responsável serão cientificados do teor da
conforme o caso, o cumprimento da medida. representação, e notificados a comparecer à
audiência, acompanhados de advogado.
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária
fará remessa dos autos ao Procurador-Geral § 2º Se os pais ou responsável não forem
de Justiça, mediante despacho localizados, a autoridade judiciária dará
fundamentado, e este oferecerá curador especial ao adolescente.
representação, designará outro membro do
Ministério Público para apresentá-la, ou § 3º Não sendo localizado o
ratificará o arquivamento ou a remissão, que adolescente, a autoridade judiciária expedirá
só então estará a autoridade judiciária mandado de busca e apreensão,
obrigada a homologar. determinando o sobrestamento do feito, até
a efetiva apresentação.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o
representante do Ministério Público não § 4º Estando o adolescente internado,
promover o arquivamento ou conceder a será requisitada a sua apresentação, sem
remissão, oferecerá representação à prejuízo da notificação dos pais ou
autoridade judiciária, propondo a instauração responsável.
de procedimento para aplicação da medida
sócio-educativa que se afigurar a mais Art. 185. A internação, decretada ou
adequada. mantida pela autoridade judiciária, não
poderá ser cumprida em estabelecimento
§ 1º A representação será oferecida por prisional.
petição, que conterá o breve resumo dos
fatos e a classificação do ato infracional e, § 1º Inexistindo na comarca entidade
quando necessário, o rol de testemunhas, com as características definidas no art. 123, o
podendo ser deduzida oralmente, em sessão adolescente deverá ser imediatamente
diária instalada pela autoridade judiciária. transferido para a localidade mais próxima.

§ 2º A representação independe de § 2º Sendo impossível a pronta


prova pré-constituída da autoria e transferência, o adolescente aguardará sua
materialidade. remoção em repartição policial, desde que
em seção isolada dos adultos e com
Art. 183. O prazo máximo e instalações apropriadas, não podendo
improrrogável para a conclusão do ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob
procedimento, estando o adolescente pena de responsabilidade.
Art. 186. Comparecendo o adolescente, Art. 189. A autoridade judiciária não
seus pais ou responsável, a autoridade aplicará qualquer medida, desde que
judiciária procederá à oitiva dos mesmos, reconheça na sentença:
podendo solicitar opinião de profissional
qualificado. I - estar provada a inexistência do fato;

§ 1º Se a autoridade judiciária entender II - não haver prova da existência do fato;


adequada a remissão, ouvirá o representante
do Ministério Público, proferindo decisão. III - não constituir o fato ato infracional;

§ 2º Sendo o fato grave, passível de IV - não existir prova de ter o


aplicação de medida de internação ou adolescente concorrido para o ato infracional.
colocação em regime de semi-liberdade, a
Parágrafo único. Na hipótese deste
autoridade judiciária, verificando que o
artigo, estando o adolescente internado, será
adolescente não possui advogado
imediatamente colocado em liberdade.
constituído, nomeará defensor, designando,
desde logo, audiência em continuação,
Art. 190. A intimação da sentença que
podendo determinar a realização de
aplicar medida de internação ou regime de
diligências e estudo do caso.
semi-liberdade será feita:
§ 3º O advogado constituído ou o
I - ao adolescente e ao seu defensor;
defensor nomeado, no prazo de três dias
contado da audiência de apresentação, II - quando não for encontrado o
oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas. adolescente, a seus pais ou responsável, sem
prejuízo do defensor.
§ 4º Na audiência em continuação,
ouvidas as testemunhas arroladas na § 1º Sendo outra a medida aplicada, a
representação e na defesa prévia, cumpridas intimação far-se-á unicamente na pessoa do
as diligências e juntado o relatório da equipe defensor.
interprofissional, será dada a palavra ao
representante do Ministério Público e ao § 2º Recaindo a intimação na pessoa do
defensor, sucessivamente, pelo tempo de adolescente, deverá este manifestar se deseja
vinte minutos para cada um, prorrogável por ou não recorrer da sentença.
mais dez, a critério da autoridade judiciária,
que em seguida proferirá decisão. Seção V-A
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 187. Se o adolescente, devidamente
notificado, não comparecer, Da Infiltração de Agentes de Polícia para a
injustificadamente à audiência de Investigação de Crimes contra a Dignidade
apresentação, a autoridade judiciária Sexual de Criança e de Adolescente”
designará nova data, determinando sua
condução coercitiva. Art. 190-A. A infiltração de agentes de
polícia na internet com o fim de investigar os
Art. 188. A remissão, como forma de crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241-
extinção ou suspensão do processo, poderá A , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts.
ser aplicada em qualquer fase do 154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do
procedimento, antes da sentença. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal) , obedecerá às seguintes ou de usuário registrado ou autenticado para
regras: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) a conexão a quem endereço de IP,
identificação de usuário ou código de acesso
I – será precedida de autorização judicial tenha sido atribuído no momento da
devidamente circunstanciada e conexão.
fundamentada, que estabelecerá os limites
da infiltração para obtenção de prova, ouvido § 3 º A infiltração de agentes de polícia
o Ministério Público; (Incluído pela Lei nº na internet não será admitida se a prova
13.441, de 2017) puder ser obtida por outros meios. (Incluído
pela Lei nº 13.441, de 2017)
II – dar-se-á mediante requerimento do
Ministério Público ou representação de Art. 190-B. As informações da operação
delegado de polícia e conterá a de infiltração serão encaminhadas
demonstração de sua necessidade, o alcance diretamente ao juiz responsável pela
das tarefas dos policiais, os nomes ou autorização da medida, que zelará por seu
apelidos das pessoas investigadas e, quando sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
possível, os dados de conexão ou cadastrais
que permitam a identificação dessas Parágrafo único. Antes da conclusão da
pessoas; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) operação, o acesso aos autos será reservado
ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado
III – não poderá exceder o prazo de 90 de polícia responsável pela operação, com o
(noventa) dias, sem prejuízo de eventuais objetivo de garantir o sigilo das
renovações, desde que o total não exceda a investigações. (Incluído pela Lei nº 13.441, de
720 (setecentos e vinte) dias e seja 2017)
demonstrada sua efetiva necessidade, a
critério da autoridade judicial. (Incluído pela Art. 190-C. Não comete crime o policial
Lei nº 13.441, de 2017) que oculta a sua identidade para, por meio da
internet, colher indícios de autoria e
§ 1 º A autoridade judicial e o Ministério materialidade dos crimes previstos nos arts.
Público poderão requisitar relatórios parciais 240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D
da operação de infiltração antes do término desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-
do prazo de que trata o inciso II do § 1 º deste A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) dezembro de 1940 (Código Penal) . (Incluído
pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 2 º Para efeitos do disposto no inciso I
do § 1 º deste artigo, consideram-se: (Incluído Parágrafo único. O agente policial
pela Lei nº 13.441, de 2017) infiltrado que deixar de observar a estrita
finalidade da investigação responderá pelos
I – dados de conexão: informações excessos praticados. (Incluído pela Lei nº
referentes a hora, data, início, término, 13.441, de 2017)
duração, endereço de Protocolo de Internet
(IP) utilizado e terminal de origem da Art. 190-D. Os órgãos de registro e
conexão; (Incluído pela Lei nº 13.441, de cadastro público poderão incluir nos bancos
2017) de dados próprios, mediante procedimento
sigiloso e requisição da autoridade judicial, as
II – dados cadastrais: informações informações necessárias à efetividade da
referentes a nome e endereço de assinante
identidade fictícia criada. (Incluído pela Lei nº resposta escrita, podendo juntar documentos
13.441, de 2017) e indicar as provas a produzir.

Parágrafo único. O procedimento Art. 193. Apresentada ou não a resposta,


sigiloso de que trata esta Seção será e sendo necessário, a autoridade judiciária
numerado e tombado em livro designará audiência de instrução e
específico. (Incluído pela Lei nº 13.441, de julgamento, intimando as partes.
2017)
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as
Art. 190-E. Concluída a investigação, partes e o Ministério Público terão cinco dias
todos os atos eletrônicos praticados durante para oferecer alegações finais, decidindo a
a operação deverão ser registrados, autoridade judiciária em igual prazo.
gravados, armazenados e encaminhados ao
juiz e ao Ministério Público, juntamente com § 2º Em se tratando de afastamento
relatório circunstanciado. (Incluído pela Lei nº provisório ou definitivo de dirigente de
13.441, de 2017) entidade governamental, a autoridade
judiciária oficiará à autoridade administrativa
Parágrafo único. Os atos eletrônicos imediatamente superior ao afastado,
registrados citados no caput deste artigo marcando prazo para a substituição.
serão reunidos em autos apartados e
apensados ao processo criminal juntamente § 3º Antes de aplicar qualquer das
com o inquérito policial, assegurando-se a medidas, a autoridade judiciária poderá fixar
preservação da identidade do agente policial prazo para a remoção das irregularidades
infiltrado e a intimidade das crianças e dos verificadas. Satisfeitas as exigências, o
adolescentes envolvidos. (Incluído pela Lei nº processo será extinto, sem julgamento de
13.441, de 2017) mérito.

Seção VI § 4º A multa e a advertência serão


impostas ao dirigente da entidade ou
Da Apuração de Irregularidades em Entidade programa de atendimento.
de Atendimento
Seção VII
Art. 191. O procedimento de apuração
de irregularidades em entidade Da Apuração de Infração Administrativa às
governamental e não-governamental terá Normas de Proteção à Criança e ao
início mediante portaria da autoridade Adolescente
judiciária ou representação do Ministério
Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, Art. 194. O procedimento para
necessariamente, resumo dos fatos. imposição de penalidade administrativa por
infração às normas de proteção à criança e ao
Parágrafo único. Havendo motivo grave, adolescente terá início por representação do
poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, ou do Conselho Tutelar,
Ministério Público, decretar liminarmente o ou auto de infração elaborado por servidor
afastamento provisório do dirigente da efetivo ou voluntário credenciado, e assinado
entidade, mediante decisão fundamentada. por duas testemunhas, se possível.

Art. 192. O dirigente da entidade será § 1º No procedimento iniciado com o


citado para, no prazo de dez dias, oferecer auto de infração, poderão ser usadas
fórmulas impressas, especificando-se a autoridade judiciária, que em seguida
natureza e as circunstâncias da infração. proferirá sentença.

§ 2º Sempre que possível, à verificação Seção VIII


da infração seguir-se-á a lavratura do auto, (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
certificando-se, em caso contrário, dos Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
motivos do retardamento.
Art. 197-A. Os postulantes à adoção,
Art. 195. O requerido terá prazo de dez domiciliados no Brasil, apresentarão petição
dias para apresentação de defesa, contado inicial na qual conste: (Incluído pela Lei nº
da data da intimação, que será feita: 12.010, de 2009) Vigência

I - pelo autuante, no próprio auto, I - qualificação completa; (Incluído pela


quando este for lavrado na presença do Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
requerido;
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº
II - por oficial de justiça ou funcionário 12.010, de 2009) Vigência
legalmente habilitado, que entregará cópia
do auto ou da representação ao requerido, III - cópias autenticadas de certidão de
ou a seu representante legal, lavrando nascimento ou casamento, ou declaração
certidão; relativa ao período de união estável; (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - por via postal, com aviso de
recebimento, se não for encontrado o IV - cópias da cédula de identidade e
requerido ou seu representante legal; inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
IV - por edital, com prazo de trinta dias, 2009) Vigência
se incerto ou não sabido o paradeiro do
requerido ou de seu representante legal. V - comprovante de renda e
domicílio; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Art. 196. Não sendo apresentada a 2009) Vigência
defesa no prazo legal, a autoridade judiciária
dará vista dos autos do Ministério Público, VI - atestados de sanidade física e
por cinco dias, decidindo em igual prazo. mental (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 197. Apresentada a defesa, a
autoridade judiciária procederá na VII - certidão de antecedentes
conformidade do artigo anterior, ou, sendo criminais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
necessário, designará audiência de instrução 2009) Vigência
e julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência VIII - certidão negativa de distribuição
cível. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Parágrafo único. Colhida a prova oral, 2009) Vigência
manifestar-se-ão sucessivamente o Ministério
Público e o procurador do requerido, pelo Art. 197-B. A autoridade judiciária, no
tempo de vinte minutos para cada um, prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dará vista
prorrogável por mais dez, a critério da dos autos ao Ministério Público, que no prazo
de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído pela Lei nº § 2 o Sempre que possível e
12.010, de 2009) Vigência recomendável, a etapa obrigatória da
preparação referida no § 1 o deste artigo
I - apresentar quesitos a serem incluirá o contato com crianças e
respondidos pela equipe interprofissional adolescentes em regime de acolhimento
encarregada de elaborar o estudo técnico a familiar ou institucional, a ser realizado sob
que se refere o art. 197-C desta Lei; (Incluído orientação, supervisão e avaliação da equipe
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência técnica da Justiça da Infância e da Juventude
e dos grupos de apoio à adoção, com apoio
II - requerer a designação de audiência dos técnicos responsáveis pelo programa de
para oitiva dos postulantes em juízo e acolhimento familiar e institucional e pela
testemunhas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de execução da política municipal de garantia do
2009) Vigência direito à convivência familiar. (Redação dada
pela Lei nº 13.509, de 2017)
III - requerer a juntada de documentos
complementares e a realização de outras § 3 o É recomendável que as crianças e
diligências que entender os adolescentes acolhidos institucionalmente
necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de ou por família acolhedora sejam preparados
2009) Vigência por equipe interprofissional antes da inclusão
em família adotiva. (Incluído pela Lei nº
Art. 197-C. Intervirá no feito,
13.509, de 2017)
obrigatoriamente, equipe interprofissional a
serviço da Justiça da Infância e da Juventude, Art. 197-D. Certificada nos autos a
que deverá elaborar estudo psicossocial, que conclusão da participação no programa
conterá subsídios que permitam aferir a referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade
capacidade e o preparo dos postulantes para judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito)
o exercício de uma paternidade ou horas, decidirá acerca das diligências
maternidade responsável, à luz dos requisitos requeridas pelo Ministério Público e
e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº determinará a juntada do estudo psicossocial,
12.010, de 2009) Vigência designando, conforme o caso, audiência de
instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº
§ 1 o É obrigatória a participação dos
12.010, de 2009) Vigência
postulantes em programa oferecido pela
Justiça da Infância e da Juventude, Parágrafo único. Caso não sejam
preferencialmente com apoio dos técnicos requeridas diligências, ou sendo essas
responsáveis pela execução da política indeferidas, a autoridade judiciária
municipal de garantia do direito à convivência determinará a juntada do estudo psicossocial,
familiar e dos grupos de apoio à adoção abrindo a seguir vista dos autos ao Ministério
devidamente habilitados perante a Justiça da Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual
Infância e da Juventude, que inclua prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
preparação psicológica, orientação e 2009) Vigência
estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou
de adolescentes com deficiência, com Art. 197-E. Deferida a habilitação, o
doenças crônicas ou com necessidades postulante será inscrito nos cadastros
específicas de saúde, e de grupos de referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua
irmãos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de convocação para a adoção feita de acordo
2017) com ordem cronológica de habilitação e
conforme a disponibilidade de crianças ou autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
adolescentes adotáveis. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
12.010, de 2009) Vigência
Capítulo IV
§ 1 o
A ordem cronológica das
habilitações somente poderá deixar de ser Dos Recursos
observada pela autoridade judiciária nas
hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Art. 198. Nos procedimentos afetos à
Lei, quando comprovado ser essa a melhor Justiça da Infância e da Juventude, inclusive
solução no interesse do adotando. (Incluído os relativos à execução das medidas
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência socioeducativas, adotar-se-á o sistema
recursal da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de
§ 2 o A habilitação à adoção deverá ser 1973 (Código de Processo Civil) , com as
renovada no mínimo trienalmente mediante seguintes adaptações: (Redação dada pela
avaliação por equipe Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
interprofissional. (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017) I - os recursos serão interpostos
independentemente de preparo;
§ 3 o Quando o adotante candidatar-se a
uma nova adoção, será dispensável a II - em todos os recursos, salvo nos
renovação da habilitação, bastando a embargos de declaração, o prazo para o
avaliação por equipe Ministério Público e para a defesa será
interprofissional. (Incluído pela Lei nº 13.509, sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada pela
de 2017) Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

§ 4 o Após 3 (três) recusas injustificadas, III - os recursos terão preferência de


pelo habilitado, à adoção de crianças ou julgamento e dispensarão revisor;
adolescentes indicados dentro do perfil
IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de
escolhido, haverá reavaliação da habilitação
2009) Vigência
concedida. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de
2017)
2009) Vigência
§ 5 o A desistência do pretendente em VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de
relação à guarda para fins de adoção ou a 2009) Vigência
devolução da criança ou do adolescente
VII - antes de determinar a remessa dos
depois do trânsito em julgado da sentença de
autos à superior instância, no caso de
adoção importará na sua exclusão dos
apelação, ou do instrumento, no caso de
cadastros de adoção e na vedação de
agravo, a autoridade judiciária proferirá
renovação da habilitação, salvo decisão
despacho fundamentado, mantendo ou
judicial fundamentada, sem prejuízo das
reformando a decisão, no prazo de cinco dias;
demais sanções previstas na legislação
vigente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
VIII - mantida a decisão apelada ou
agravada, o escrivão remeterá os autos ou o
Art. 197-F. O prazo máximo para
instrumento à superior instância dentro de
conclusão da habilitação à adoção será de
vinte e quatro horas, independentemente de
120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual
novo pedido do recorrente; se a reformar, a
período, mediante decisão fundamentada da
remessa dos autos dependerá de pedido
expresso da parte interessada ou do Art. 199-E. O Ministério Público poderá
Ministério Público, no prazo de cinco dias, requerer a instauração de procedimento para
contados da intimação. apuração de responsabilidades se constatar o
descumprimento das providências e do prazo
Art. 199. Contra as decisões proferidas previstos nos artigos anteriores. (Incluído pela
com base no art. 149 caberá recurso de Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
apelação.
Capítulo V
Art. 199-A. A sentença que deferir a
adoção produz efeito desde logo, embora Do Ministério Público
sujeita a apelação, que será recebida
exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se Art. 200. As funções do Ministério
se tratar de adoção internacional ou se Público previstas nesta Lei serão exercidas
houver perigo de dano irreparável ou de nos termos da respectiva lei orgânica.
difícil reparação ao adotando. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 201. Compete ao Ministério Público:

Art. 199-B. A sentença que destituir I - conceder a remissão como forma de


ambos ou qualquer dos genitores do poder exclusão do processo;
familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser
II - promover e acompanhar os
recebida apenas no efeito
procedimentos relativos às infrações
devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
atribuídas a adolescentes;
2009) Vigência
III - promover e acompanhar as ações de
Art. 199-C. Os recursos nos
alimentos e os procedimentos de suspensão
procedimentos de adoção e de destituição
e destituição do pátrio poder poder familiar ,
de poder familiar, em face da relevância das
nomeação e remoção de tutores, curadores e
questões, serão processados com prioridade
guardiães, bem como oficiar em todos os
absoluta, devendo ser imediatamente
demais procedimentos da competência da
distribuídos, ficando vedado que aguardem,
Justiça da Infância e da
em qualquer situação, oportuna distribuição,
Juventude; (Expressão substituída pela Lei nº
e serão colocados em mesa para julgamento
12.010, de 2009) Vigência
sem revisão e com parecer urgente do
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
IV - promover, de ofício ou por
12.010, de 2009) Vigência
solicitação dos interessados, a especialização
e a inscrição de hipoteca legal e a prestação
Art. 199-D. O relator deverá colocar o
de contas dos tutores, curadores e quaisquer
processo em mesa para julgamento no prazo
administradores de bens de crianças e
máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua
adolescentes nas hipóteses do art. 98;
conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
V - promover o inquérito civil e a ação
civil pública para a proteção dos interesses
Parágrafo único. O Ministério Público
individuais, difusos ou coletivos relativos à
será intimado da data do julgamento e
infância e à adolescência, inclusive os
poderá na sessão, se entender necessário,
definidos no art. 220, § 3º inciso II, da
apresentar oralmente seu parecer. (Incluído
Constituição Federal ;
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - instaurar procedimentos necessárias à remoção de irregularidades
administrativos e, para instruí-los: porventura verificadas;

a) expedir notificações para colher XII - requisitar força policial, bem como a
depoimentos ou esclarecimentos e, em caso colaboração dos serviços médicos,
de não comparecimento injustificado, hospitalares, educacionais e de assistência
requisitar condução coercitiva, inclusive pela social, públicos ou privados, para o
polícia civil ou militar; desempenho de suas atribuições.

b) requisitar informações, exames, § 1º A legitimação do Ministério Público


perícias e documentos de autoridades para as ações cíveis previstas neste artigo não
municipais, estaduais e federais, da impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses,
administração direta ou indireta, bem como segundo dispuserem a Constituição e esta
promover inspeções e diligências Lei.
investigatórias;
§ 2º As atribuições constantes deste
c) requisitar informações e documentos artigo não excluem outras, desde que
a particulares e instituições privadas; compatíveis com a finalidade do Ministério
Público.
VII - instaurar sindicâncias, requisitar
diligências investigatórias e determinar a § 3º O representante do Ministério
instauração de inquérito policial, para Público, no exercício de suas funções, terá
apuração de ilícitos ou infrações às normas de livre acesso a todo local onde se encontre
proteção à infância e à juventude; criança ou adolescente.

VIII - zelar pelo efetivo respeito aos § 4º O representante do Ministério


direitos e garantias legais assegurados às Público será responsável pelo uso indevido
crianças e adolescentes, promovendo as das informações e documentos que
medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis; requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.

IX - impetrar mandado de segurança, de § 5º Para o exercício da atribuição de


injunção e habeas corpus, em qualquer juízo, que trata o inciso VIII deste artigo, poderá o
instância ou tribunal, na defesa dos interesses representante do Ministério Público:
sociais e individuais indisponíveis afetos à
criança e ao adolescente; a) reduzir a termo as declarações do
reclamante, instaurando o competente
X - representar ao juízo visando à procedimento, sob sua presidência;
aplicação de penalidade por infrações
cometidas contra as normas de proteção à b) entender-se diretamente com a
infância e à juventude, sem prejuízo da pessoa ou autoridade reclamada, em dia,
promoção da responsabilidade civil e penal local e horário previamente notificados ou
do infrator, quando cabível; acertados;

XI - inspecionar as entidades públicas e c) efetuar recomendações visando à


particulares de atendimento e os programas melhoria dos serviços públicos e de
de que trata esta Lei, adotando de pronto as relevância pública afetos à criança e ao
medidas administrativas ou judiciais adolescente, fixando prazo razoável para sua
perfeita adequação.
Art. 202. Nos processos e § 2º A ausência do defensor não
procedimentos em que não for parte, atuará determinará o adiamento de nenhum ato do
obrigatoriamente o Ministério Público na processo, devendo o juiz nomear substituto,
defesa dos direitos e interesses de que cuida ainda que provisoriamente, ou para o só
esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos efeito do ato.
depois das partes, podendo juntar
documentos e requerer diligências, usando § 3º Será dispensada a outorga de
os recursos cabíveis. mandato, quando se tratar de defensor
nomeado ou, sido constituído, tiver sido
Art. 203. A intimação do Ministério indicado por ocasião de ato formal com a
Público, em qualquer caso, será feita presença da autoridade judiciária.
pessoalmente.
Capítulo VII
Art. 204. A falta de intervenção do
Ministério Público acarreta a nulidade do Da Proteção Judicial dos Interesses
feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou Individuais, Difusos e Coletivos
a requerimento de qualquer interessado.
Art. 208. Regem-se pelas disposições
Art. 205. As manifestações processuais desta Lei as ações de responsabilidade por
do representante do Ministério Público ofensa aos direitos assegurados à criança e ao
deverão ser fundamentadas. adolescente, referentes ao não oferecimento
ou oferta irregular:
Capítulo VI
I - do ensino obrigatório;
Do Advogado
II - de atendimento educacional
Art. 206. A criança ou o adolescente, especializado aos portadores de deficiência;
seus pais ou responsável, e qualquer pessoa
que tenha legítimo interesse na solução da III – de atendimento em creche e pré-
lide poderão intervir nos procedimentos de escola às crianças de zero a cinco anos de
que trata esta Lei, através de advogado, o idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de
qual será intimado para todos os atos, 2016)
pessoalmente ou por publicação oficial,
respeitado o segredo de justiça. IV - de ensino noturno regular,
adequado às condições do educando;
Parágrafo único. Será prestada
assistência judiciária integral e gratuita V - de programas suplementares de
àqueles que dela necessitarem. oferta de material didático-escolar,
transporte e assistência à saúde do educando
Art. 207. Nenhum adolescente a quem do ensino fundamental;
se atribua a prática de ato infracional, ainda
que ausente ou foragido, será processado VI - de serviço de assistência social
sem defensor. visando à proteção à família, à maternidade,
à infância e à adolescência, bem como ao
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, amparo às crianças e adolescentes que dele
ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o necessitem;
direito de, a todo tempo, constituir outro de
sua preferência.
VII - de acesso às ações e serviços de para processar a causa, ressalvadas a
saúde; competência da Justiça Federal e a
competência originária dos tribunais
VIII - de escolarização e superiores.
profissionalização dos adolescentes privados
de liberdade. Art. 210. Para as ações cíveis fundadas
em interesses coletivos ou difusos,
IX - de ações, serviços e programas de consideram-se legitimados
orientação, apoio e promoção social de concorrentemente:
famílias e destinados ao pleno exercício do
direito à convivência familiar por crianças e I - o Ministério Público;
adolescentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência II - a União, os estados, os municípios, o
Distrito Federal e os territórios;
X - de programas de atendimento para a
execução das medidas socioeducativas e III - as associações legalmente
aplicação de medidas de proteção. (Incluído constituídas há pelo menos um ano e que
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) incluam entre seus fins institucionais a defesa
dos interesses e direitos protegidos por esta
XI - de políticas e programas integrados Lei, dispensada a autorização da assembléia,
de atendimento à criança e ao adolescente se houver prévia autorização estatutária.
vítima ou testemunha de violência. (Incluído
pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência) § 1º Admitir-se-á litisconsórcio
facultativo entre os Ministérios Públicos da
§ 1 o As hipóteses previstas neste artigo União e dos estados na defesa dos interesses
não excluem da proteção judicial outros e direitos de que cuida esta Lei.
interesses individuais, difusos ou coletivos,
próprios da infância e da adolescência, § 2º Em caso de desistência ou
protegidos pela Constituição e pela abandono da ação por associação legitimada,
Lei. (Renumerado do Parágrafo único pela Lei o Ministério Público ou outro legitimado
nº 11.259, de 2005) poderá assumir a titularidade ativa.

§ 2 o A investigação do desaparecimento Art. 211. Os órgãos públicos legitimados


de crianças ou adolescentes será realizada poderão tomar dos interessados
imediatamente após notificação aos órgãos compromisso de ajustamento de sua conduta
competentes, que deverão comunicar o fato às exigências legais, o qual terá eficácia de
aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e título executivo extrajudicial.
companhias de transporte interestaduais e
internacionais, fornecendo-lhes todos os Art. 212. Para defesa dos direitos e
dados necessários à identificação do interesses protegidos por esta Lei, são
desaparecido. (Incluído pela Lei nº 11.259, de admissíveis todas as espécies de ações
2005) pertinentes.

Art. 209. As ações previstas neste § 1º Aplicam-se às ações previstas neste


Capítulo serão propostas no foro do local Capítulo as normas do Código de Processo
onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou Civil.
omissão, cujo juízo terá competência absoluta
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de em estabelecimento oficial de crédito, em
autoridade pública ou agente de pessoa conta com correção monetária.
jurídica no exercício de atribuições do poder
público, que lesem direito líquido e certo Art. 215. O juiz poderá conferir efeito
previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, suspensivo aos recursos, para evitar dano
que se regerá pelas normas da lei do irreparável à parte.
mandado de segurança.
Art. 216. Transitada em julgado a
Art. 213. Na ação que tenha por objeto sentença que impuser condenação ao poder
o cumprimento de obrigação de fazer ou não público, o juiz determinará a remessa de
fazer, o juiz concederá a tutela específica da peças à autoridade competente, para
obrigação ou determinará providências que apuração da responsabilidade civil e
assegurem o resultado prático equivalente ao administrativa do agente a que se atribua a
do adimplemento. ação ou omissão.

§ 1º Sendo relevante o fundamento da Art. 217. Decorridos sessenta dias do


demanda e havendo justificado receio de trânsito em julgado da sentença condenatória
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz sem que a associação autora lhe promova a
conceder a tutela liminarmente ou após execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
justificação prévia, citando o réu. facultada igual iniciativa aos demais
legitimados.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do
parágrafo anterior ou na sentença, impor Art. 218. O juiz condenará a associação
multa diária ao réu, independentemente de autora a pagar ao réu os honorários
pedido do autor, se for suficiente ou advocatícios arbitrados na conformidade do §
compatível com a obrigação, fixando prazo 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro
razoável para o cumprimento do preceito. de 1973 (Código de Processo Civil) , quando
reconhecer que a pretensão é
§ 3º A multa só será exigível do réu após manifestamente infundada.
o trânsito em julgado da sentença favorável
ao autor, mas será devida desde o dia em que Parágrafo único. Em caso de litigância de
se houver configurado o descumprimento. má-fé, a associação autora e os diretores
responsáveis pela propositura da ação serão
Art. 214. Os valores das multas solidariamente condenados ao décuplo das
reverterão ao fundo gerido pelo Conselho custas, sem prejuízo de responsabilidade por
dos Direitos da Criança e do Adolescente do perdas e danos.
respectivo município.
Art. 219. Nas ações de que trata este
§ 1º As multas não recolhidas até trinta Capítulo, não haverá adiantamento de custas,
dias após o trânsito em julgado da decisão emolumentos, honorários periciais e
serão exigidas através de execução quaisquer outras despesas.
promovida pelo Ministério Público, nos
mesmos autos, facultada igual iniciativa aos Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o
demais legitimados. servidor público deverá provocar a iniciativa
do Ministério Público, prestando-lhe
§ 2º Enquanto o fundo não for informações sobre fatos que constituam
regulamentado, o dinheiro ficará depositado
objeto de ação civil, e indicando-lhe os Conselho Superior do Ministério Público,
elementos de convicção. conforme dispuser o seu regimento.

Art. 221. Se, no exercício de suas § 5º Deixando o Conselho Superior de


funções, os juízos e tribunais tiverem homologar a promoção de arquivamento,
conhecimento de fatos que possam ensejar a designará, desde logo, outro órgão do
propositura de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para o ajuizamento da
Ministério Público para as providências ação.
cabíveis.
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente,
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o no que couber, as disposições da Lei n.º
interessado poderá requerer às autoridades 7.347, de 24 de julho de 1985 .
competentes as certidões e informações que
julgar necessárias, que serão fornecidas no Título VII
prazo de quinze dias.
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
Art. 223. O Ministério Público poderá
instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, Capítulo I
ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo
Dos Crimes
público ou particular, certidões, informações,
exames ou perícias, no prazo que assinalar, o
Seção I
qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
Disposições Gerais
§ 1º Se o órgão do Ministério Público,
esgotadas todas as diligências, se convencer Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre
da inexistência de fundamento para a crimes praticados contra a criança e o
propositura da ação cível, promoverá o adolescente, por ação ou omissão, sem
arquivamento dos autos do inquérito civil ou prejuízo do disposto na legislação penal.
das peças informativas, fazendo-o
fundamentadamente. Art. 226. Aplicam-se aos crimes
definidos nesta Lei as normas da Parte Geral
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as do Código Penal e, quanto ao processo, as
peças de informação arquivados serão pertinentes ao Código de Processo Penal.
remetidos, sob pena de se incorrer em falta
grave, no prazo de três dias, ao Conselho Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei
Superior do Ministério Público. são de ação pública incondicionada.

§ 3º Até que seja homologada ou Art. 227-A Os efeitos da condenação


rejeitada a promoção de arquivamento, em prevista no inciso I do caput do art. 92 do
sessão do Conselho Superior do Ministério Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
público, poderão as associações legitimadas 1940 (Código Penal), para os crimes previstos
apresentar razões escritas ou documentos, nesta Lei, praticados por servidores públicos
que serão juntados aos autos do inquérito ou com abuso de autoridade, são condicionados
anexados às peças de informação. à ocorrência de reincidência. (Incluído pela
Lei nº 13.869. de 2019)
§ 4º A promoção de arquivamento será
submetida a exame e deliberação do
Parágrafo único. A perda do cargo, do infracional ou inexistindo ordem escrita da
mandato ou da função, nesse caso, autoridade judiciária competente:
independerá da pena aplicada na
reincidência. (Incluído pela Lei nº 13.869. Pena - detenção de seis meses a dois
de 2019) anos.

Seção II Parágrafo único. Incide na mesma pena


aquele que procede à apreensão sem
Dos Crimes em Espécie observância das formalidades legais.

Art. 228. Deixar o encarregado de Art. 231. Deixar a autoridade policial


serviço ou o dirigente de estabelecimento de responsável pela apreensão de criança ou
atenção à saúde de gestante de manter adolescente de fazer imediata comunicação à
registro das atividades desenvolvidas, na autoridade judiciária competente e à família
forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
bem como de fornecer à parturiente ou a seu
responsável, por ocasião da alta médica, Pena - detenção de seis meses a dois
declaração de nascimento, onde constem as anos.
intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato: Art. 232. Submeter criança ou
adolescente sob sua autoridade, guarda ou
Pena - detenção de seis meses a dois vigilância a vexame ou a constrangimento:
anos.
Pena - detenção de seis meses a dois
Parágrafo único. Se o crime é culposo: anos.

Pena - detenção de dois a seis meses, ou Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de
multa. 7.4.1997 :

Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou Art. 234. Deixar a autoridade


dirigente de estabelecimento de atenção à competente, sem justa causa, de ordenar a
saúde de gestante de identificar imediata liberação de criança ou adolescente,
corretamente o neonato e a parturiente, por tão logo tenha conhecimento da ilegalidade
ocasião do parto, bem como deixar de da apreensão:
proceder aos exames referidos no art. 10
desta Lei: Pena - detenção de seis meses a dois
anos.
Pena - detenção de seis meses a dois
anos. Art. 235. Descumprir,
injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em
Parágrafo único. Se o crime é culposo: benefício de adolescente privado de
liberdade:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou
multa. Pena - detenção de seis meses a dois
anos.
Art. 230. Privar a criança ou o
adolescente de sua liberdade, procedendo à Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação
sua apreensão sem estar em flagrante de ato de autoridade judiciária, membro do
Conselho Tutelar ou representante do Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
Ministério Público no exercício de função anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
prevista nesta Lei: 11.829, de 2008)

Pena - detenção de seis meses a dois § 1 o Incorre nas mesmas penas quem
anos. agencia, facilita, recruta, coage, ou de
qualquer modo intermedeia a participação de
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente criança ou adolescente nas cenas referidas
ao poder de quem o tem sob sua guarda em no caput deste artigo, ou ainda quem com
virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de esses contracena. (Redação dada pela Lei nº
colocação em lar substituto: 11.829, de 2008)

Pena - reclusão de dois a seis anos, e § 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um


multa. terço) se o agente comete o crime: (Redação
dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega
de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga I – no exercício de cargo ou função
ou recompensa: pública ou a pretexto de exercê-la; (Redação
dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - reclusão de um a quatro anos, e
multa. II – prevalecendo-se de relações
domésticas, de coabitação ou de
Parágrafo único. Incide nas mesmas hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº
penas quem oferece ou efetiva a paga ou 11.829, de 2008)
recompensa.
III – prevalecendo-se de relações de
Art. 239. Promover ou auxiliar a parentesco consangüíneo ou afim até o
efetivação de ato destinado ao envio de terceiro grau, ou por adoção, de tutor,
criança ou adolescente para o exterior com curador, preceptor, empregador da vítima ou
inobservância das formalidades legais ou com de quem, a qualquer outro título, tenha
o fito de obter lucro: autoridade sobre ela, ou com seu
consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829,
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e
de 2008)
multa.
Art. 241. Vender ou expor à venda
Parágrafo único. Se há emprego de
fotografia, vídeo ou outro registro que
violência, grave ameaça ou fraude: (Incluído
contenha cena de sexo explícito ou
pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
pornográfica envolvendo criança ou
adolescente: (Redação dada pela Lei nº
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito)
11.829, de 2008)
anos, além da pena correspondente à
violência.
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir,
11.829, de 2008)
fotografar, filmar ou registrar, por qualquer
meio, cena de sexo explícito ou pornográfica,
Art. 241-A. Oferecer, trocar,
envolvendo criança ou adolescente: (Redação
disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar
dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
ou divulgar por qualquer meio, inclusive por
meio de sistema de informática ou material a que se refere o caput deste
telemático, fotografia, vídeo ou outro registro artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou § 2 o Não há crime se a posse ou o
adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de armazenamento tem a finalidade de
2008) comunicar às autoridades competentes a
ocorrência das condutas descritas nos arts.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a
anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de comunicação for feita por: (Incluído pela Lei
2008) nº 11.829, de 2008)

§ 1 o Nas mesmas penas incorre I – agente público no exercício de suas


quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) funções; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

I – assegura os meios ou serviços para o II – membro de entidade, legalmente


armazenamento das fotografias, cenas ou constituída, que inclua, entre suas finalidades
imagens de que trata o caput deste institucionais, o recebimento, o
artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) processamento e o encaminhamento de
notícia dos crimes referidos neste
II – assegura, por qualquer meio, o parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de
acesso por rede de computadores às 2008)
fotografias, cenas ou imagens de que trata
o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº III – representante legal e funcionários
11.829, de 2008) responsáveis de provedor de acesso ou
serviço prestado por meio de rede de
§ 2 o As condutas tipificadas nos incisos I computadores, até o recebimento do
e II do § 1 o deste artigo são puníveis quando material relativo à notícia feita à autoridade
o responsável legal pela prestação do serviço, policial, ao Ministério Público ou ao Poder
oficialmente notificado, deixa de desabilitar o Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
acesso ao conteúdo ilícito de que trata 2008)
o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
11.829, de 2008) § 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste
artigo deverão manter sob sigilo o material
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou ilícito referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
armazenar, por qualquer meio, fotografia, 2008)
vídeo ou outra forma de registro que
contenha cena de sexo explícito ou Art. 241-C. Simular a participação de
pornográfica envolvendo criança ou criança ou adolescente em cena de sexo
adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de explícito ou pornográfica por meio de
2008) adulteração, montagem ou modificação de
fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) representação visual: (Incluído pela Lei nº
anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 11.829, de 2008)
2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos,
§ 1 o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
(dois terços) se de pequena quantidade o
Parágrafo único. Incorre nas mesmas Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
penas quem vende, expõe à venda, anos. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de
disponibiliza, distribui, publica ou divulga por 12.11.2003)
qualquer meio, adquire, possui ou armazena
o material produzido na forma do caput deste Art. 243. Vender, fornecer, servir,
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) ministrar ou entregar, ainda que
gratuitamente, de qualquer forma, a criança
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem
constranger, por qualquer meio de justa causa, outros produtos cujos
comunicação, criança, com o fim de com ela componentes possam causar dependência
praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº física ou psíquica: (Redação dada pela Lei nº
11.829, de 2008) 13.106, de 2015)

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro)


e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) anos, e multa, se o fato não constitui crime
mais grave. (Redação dada pela Lei nº 13.106,
Parágrafo único. Nas mesmas penas de 2015)
incorre quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008) Art. 244. Vender, fornecer ainda que
gratuitamente ou entregar, de qualquer
I – facilita ou induz o acesso à criança de forma, a criança ou adolescente fogos de
material contendo cena de sexo explícito ou estampido ou de artifício, exceto aqueles
pornográfica com o fim de com ela praticar que, pelo seu reduzido potencial, sejam
ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de incapazes de provocar qualquer dano físico
2008) em caso de utilização indevida:

II – pratica as condutas descritas Pena - detenção de seis meses a dois


no caput deste artigo com o fim de induzir anos, e multa.
criança a se exibir de forma pornográfica ou
sexualmente explícita. (Incluído pela Lei nº Art. 244-A. Submeter criança ou
11.829, de 2008) adolescente, como tais definidos no caput do
art. 2 o desta Lei, à prostituição ou à
Art. 241-E. Para efeito dos crimes exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975,
previstos nesta Lei, a expressão “cena de de 23.6.2000)
sexo explícito ou pornográfica” compreende
qualquer situação que envolva criança ou Pena – reclusão de quatro a dez anos e
adolescente em atividades sexuais explícitas, multa, além da perda de bens e valores
reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos utilizados na prática criminosa em favor do
genitais de uma criança ou adolescente para Fundo dos Direitos da Criança e do
fins primordialmente sexuais. (Incluído pela Adolescente da unidade da Federação
Lei nº 11.829, de 2008) (Estado ou Distrito Federal) em que foi
cometido o crime, ressalvado o direito de
Art. 242. Vender, fornecer ainda que terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº
gratuitamente ou entregar, de qualquer 13.440, de 2017)
forma, a criança ou adolescente arma,
munição ou explosivo: § 1 o Incorrem nas mesmas penas o
proprietário, o gerente ou o responsável pelo
local em que se verifique a submissão de Pena - multa de três a vinte salários de
criança ou adolescente às práticas referidas referência, aplicando-se o dobro em caso de
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº reincidência.
9.975, de 23.6.2000)
Art. 246. Impedir o responsável ou
§ 2 Constitui efeito obrigatório da
o
funcionário de entidade de atendimento o
condenação a cassação da licença de exercício dos direitos constantes nos incisos
localização e de funcionamento do II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975,
de 23.6.2000) Pena - multa de três a vinte salários de
referência, aplicando-se o dobro em caso de
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a reincidência.
corrupção de menor de 18 (dezoito) anos,
com ele praticando infração penal ou Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente,
induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº sem autorização devida, por qualquer meio
12.015, de 2009) de comunicação, nome, ato ou documento
de procedimento policial, administrativo ou
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) judicial relativo a criança ou adolescente a
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) que se atribua ato infracional:

§ 1 o Incorre nas penas previstas Pena - multa de três a vinte salários de


no caput deste artigo quem pratica as referência, aplicando-se o dobro em caso de
condutas ali tipificadas utilizando-se de reincidência.
quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas
de bate-papo da internet. (Incluído pela Lei nº § 1º Incorre na mesma pena quem exibe,
12.015, de 2009) total ou parcialmente, fotografia de criança
ou adolescente envolvido em ato infracional,
§ 2 o As penas previstas no caput deste ou qualquer ilustração que lhe diga respeito
artigo são aumentadas de um terço no caso ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos,
de a infração cometida ou induzida estar de forma a permitir sua identificação, direta
incluída no rol do art. 1 o da Lei n o 8.072, de ou indiretamente.
25 de julho de 1990 . (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009) § 2º Se o fato for praticado por órgão de
imprensa ou emissora de rádio ou televisão,
Capítulo II além da pena prevista neste artigo, a
autoridade judiciária poderá determinar a
Das Infrações Administrativas apreensão da publicação ou a suspensão da
programação da emissora até por dois dias,
Art. 245. Deixar o médico, professor ou bem como da publicação do periódico até
responsável por estabelecimento de atenção por dois números. (Expressão declarada
à saúde e de ensino fundamental, pré-escola inconstitucional pela ADIN 869).
ou creche, de comunicar à autoridade
competente os casos de que tenha Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431,
conhecimento, envolvendo suspeita ou de 2017) (Vigência)
confirmação de maus-tratos contra criança ou
adolescente: Art. 249. Descumprir, dolosa ou
culposamente, os deveres inerentes ao pátrio
poder poder familiar ou decorrente de tutela
ou guarda, bem assim determinação da Pena - multa de três a vinte salários de
autoridade judiciária ou Conselho referência, aplicando-se o dobro em caso de
Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº reincidência.
12.010, de 2009) Vigência
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes
Pena - multa de três a vinte salários de ou quaisquer representações ou espetáculos,
referência, aplicando-se o dobro em caso de sem indicar os limites de idade a que não se
reincidência. recomendem:

Art. 250. Hospedar criança ou Pena - multa de três a vinte salários de


adolescente desacompanhado dos pais ou referência, duplicada em caso de
responsável, ou sem autorização escrita reincidência, aplicável, separadamente, à
desses ou da autoridade judiciária, em hotel, casa de espetáculo e aos órgãos de
pensão, motel ou congênere: (Redação dada divulgação ou publicidade.
pela Lei nº 12.038, de 2009).
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº televisão, espetáculo em horário diverso do
12.038, de 2009). autorizado ou sem aviso de sua
classificação: (Expressão declarada
§ 1 º Em caso de reincidência, sem inconstitucional pela ADI 2.404).
prejuízo da pena de multa, a autoridade
judiciária poderá determinar o fechamento Pena - multa de vinte a cem salários de
do estabelecimento por até 15 (quinze) referência; duplicada em caso de reincidência
dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009). a autoridade judiciária poderá determinar a
suspensão da programação da emissora por
§ 2 º Se comprovada a reincidência em até dois dias.
período inferior a 30 (trinta) dias, o
estabelecimento será definitivamente Art. 255. Exibir filme, trailer, peça,
fechado e terá sua licença cassada. (Incluído amostra ou congênere classificado pelo
pela Lei nº 12.038, de 2009). órgão competente como inadequado às
crianças ou adolescentes admitidos ao
Art. 251. Transportar criança ou espetáculo:
adolescente, por qualquer meio, com
inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e Pena - multa de vinte a cem salários de
85 desta Lei: referência; na reincidência, a autoridade
poderá determinar a suspensão do
Pena - multa de três a vinte salários de espetáculo ou o fechamento do
referência, aplicando-se o dobro em caso de estabelecimento por até quinze dias.
reincidência.
Art. 256. Vender ou locar a criança ou
Art. 252. Deixar o responsável por adolescente fita de programação em vídeo,
diversão ou espetáculo público de afixar, em em desacordo com a classificação atribuída
lugar visível e de fácil acesso, à entrada do pelo órgão competente:
local de exibição, informação destacada
sobre a natureza da diversão ou espetáculo e Pena - multa de três a vinte salários de
a faixa etária especificada no certificado de referência; em caso de reincidência, a
classificação: autoridade judiciária poderá determinar o
fechamento do estabelecimento por até caso de que tenha conhecimento de mãe ou
quinze dias. gestante interessada em entregar seu filho
para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Art. 257. Descumprir obrigação 2009) Vigência
constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a
Pena - multa de três a vinte salários de R$ 3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela Lei
referência, duplicando-se a pena em caso de nº 12.010, de 2009) Vigência
reincidência, sem prejuízo de apreensão da
revista ou publicação. Parágrafo único. Incorre na mesma pena
o funcionário de programa oficial ou
Art. 258. Deixar o responsável pelo comunitário destinado à garantia do direito à
estabelecimento ou o empresário de convivência familiar que deixa de efetuar a
observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso comunicação referida no caput deste
de criança ou adolescente aos locais de artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
diversão, ou sobre sua participação no 2009) Vigência
espetáculo:
Art. 258-C. Descumprir a proibição
Pena - multa de três a vinte salários de estabelecida no inciso II do art. 81: (Redação
referência; em caso de reincidência, a dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
autoridade judiciária poderá determinar o
fechamento do estabelecimento por até Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil
quinze dias. reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais); (Redação
dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Art. 258-A. Deixar a autoridade
competente de providenciar a instalação e Medida Administrativa - interdição do
operacionalização dos cadastros previstos no estabelecimento comercial até o
art. 50 e no § 11 do art. 101 desta recolhimento da multa aplicada. (Redação
Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
2009) Vigência
Disposições Finais e Transitórias
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a
R$ 3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela Lei Art. 259. A União, no prazo de noventa
nº 12.010, de 2009) Vigência dias contados da publicação deste Estatuto,
elaborará projeto de lei dispondo sobre a
Parágrafo único. Incorre nas mesmas criação ou adaptação de seus órgãos às
penas a autoridade que deixa de efetuar o diretrizes da política de atendimento fixadas
cadastramento de crianças e de adolescentes no art. 88 e ao que estabelece o Título V do
em condições de serem adotadas, de pessoas Livro II.
ou casais habilitados à adoção e de crianças e
adolescentes em regime de acolhimento Parágrafo único. Compete aos estados e
institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº municípios promoverem a adaptação de seus
12.010, de 2009) Vigência órgãos e programas às diretrizes e princípios
estabelecidos nesta Lei.
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro
ou dirigente de estabelecimento de atenção Art. 260. Os contribuintes poderão
à saúde de gestante de efetuar imediato efetuar doações aos Fundos dos Direitos da
encaminhamento à autoridade judiciária de Criança e do Adolescente nacional, distrital,
estaduais ou municipais, devidamente § 3º O Departamento da Receita
comprovadas, sendo essas integralmente Federal, do Ministério da Economia, Fazenda
deduzidas do imposto de renda, obedecidos e Planejamento, regulamentará a
os seguintes limites: (Redação dada pela Lei comprovação das doações feitas aos fundos,
nº 12.594, de 2012) (Vide) nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº
8.242, de 12.10.1991)
I - 1% (um por cento) do imposto sobre
a renda devido apurado pelas pessoas § 4º O Ministério Público determinará
jurídicas tributadas com base no lucro real; em cada comarca a forma de fiscalização da
e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos
2012) (Vide) da Criança e do Adolescente, dos incentivos
fiscais referidos neste artigo. (Incluído pela
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
a renda apurado pelas pessoas físicas na
Declaração de Ajuste Anual, observado o § 5 o Observado o disposto no § 4 o do
disposto no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10 de art. 3 o da Lei n o 9.249, de 26 de dezembro de
dezembro de 1997 . (Redação dada pela Lei 1995 , a dedução de que trata o inciso I
nº 12.594, de 2012) (Vide) do caput : (Redação dada pela Lei nº 12.594,
de 2012) (Vide)
§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de
1997) (Produção de efeito) I - será considerada isoladamente, não se
submetendo a limite em conjunto com outras
§ 1 o -A. Na definição das prioridades a deduções do imposto; e (Incluído pela Lei nº
serem atendidas com os recursos captados 12.594, de 2012) (Vide)
pelos fundos nacional, estaduais e municipais
dos direitos da criança e do adolescente, II - não poderá ser computada como
serão consideradas as disposições do Plano despesa operacional na apuração do lucro
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Direito de Crianças e Adolescentes à 2012) (Vide)
Convivência Familiar e Comunitária e as do
Plano Nacional pela Primeira Art. 260-A. A partir do exercício de 2010,
Infância. (Redação dada dada pela Lei nº ano-calendário de 2009, a pessoa física
13.257, de 2016) poderá optar pela doação de que trata o
inciso II do caput do art. 260 diretamente em
§ 2 o Os conselhos nacional, estaduais e sua Declaração de Ajuste Anual. (Incluído
municipais dos direitos da criança e do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
adolescente fixarão critérios de utilização, por
meio de planos de aplicação, das dotações § 1 o A doação de que trata
subsidiadas e demais receitas, aplicando o caput poderá ser deduzida até os seguintes
necessariamente percentual para incentivo ao percentuais aplicados sobre o imposto
acolhimento, sob a forma de guarda, de apurado na declaração: (Incluído pela Lei nº
crianças e adolescentes e para programas de 12.594, de 2012) (Vide)
atenção integral à primeira infância em áreas
de maior carência socioeconômica e em I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº
situações de calamidade. (Redação dada 12.594, de 2012) (Vide)
dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
III - 3% (três por cento) a partir do a pessoa física obrigada ao recolhimento da
exercício de 2012. (Incluído pela Lei nº diferença de imposto devido apurado na
12.594, de 2012) (Vide) Declaração de Ajuste Anual com os
acréscimos legais previstos na
§ 2 o A dedução de que trata legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
o caput : (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide)
§ 5 o A pessoa física poderá deduzir do
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por imposto apurado na Declaração de Ajuste
cento) do imposto sobre a renda apurado na Anual as doações feitas, no respectivo ano-
declaração de que trata o inciso II do caput do calendário, aos fundos controlados pelos
art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594, de Conselhos dos Direitos da Criança e do
2012) (Vide) Adolescente municipais, distrital, estaduais e
nacional concomitantemente com a opção de
II - não se aplica à pessoa física que trata o caput , respeitado o limite
que: (Incluído pela Lei nº 12.594, de previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela
2012) (Vide) Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

a) utilizar o desconto Art. 260-B. A doação de que trata o


simplificado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de inciso I do art. 260 poderá ser
2012) (Vide) deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
b) apresentar declaração em formulário;
ou (Incluído pela Lei nº 12.594, de I - do imposto devido no trimestre, para
2012) (Vide) as pessoas jurídicas que apuram o imposto
trimestralmente; e (Incluído pela Lei nº
c) entregar a declaração fora do
12.594, de 2012) (Vide)
prazo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) II - do imposto devido mensalmente e no
ajuste anual, para as pessoas jurídicas que
III - só se aplica às doações em espécie;
apuram o imposto anualmente. (Incluído pela
e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
IV - não exclui ou reduz outros benefícios
Parágrafo único. A doação deverá ser
ou deduções em vigor. (Incluído pela Lei nº
efetuada dentro do período a que se refere a
12.594, de 2012) (Vide)
apuração do imposto. (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
§ 3 o O pagamento da doação deve ser
efetuado até a data de vencimento da
Art. 260-C. As doações de que trata o
primeira quota ou quota única do imposto,
art. 260 desta Lei podem ser efetuadas em
observadas instruções específicas da
espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº
Secretaria da Receita Federal do
12.594, de 2012) (Vide)
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) Parágrafo único. As doações efetuadas
em espécie devem ser depositadas em conta
§ 4 o O não pagamento da doação no
específica, em instituição financeira pública,
prazo estabelecido no § 3 o implica a glosa
vinculadas aos respectivos fundos de que
definitiva desta parcela de dedução, ficando
trata o art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, Art. 260-E. Na hipótese da doação em
de 2012) (Vide) bens, o doador deverá: (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela
administração das contas dos Fundos dos I - comprovar a propriedade dos bens,
Direitos da Criança e do Adolescente mediante documentação hábil; (Incluído pela
nacional, estaduais, distrital e municipais Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
devem emitir recibo em favor do doador,
assinado por pessoa competente e pelo II - baixar os bens doados na declaração
presidente do Conselho correspondente, de bens e direitos, quando se tratar de
especificando: (Incluído pela Lei nº 12.594, de pessoa física, e na escrituração, no caso de
2012) (Vide) pessoa jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012) (Vide)
I - número de ordem; (Incluído pela Lei
nº 12.594, de 2012) (Vide) III - considerar como valor dos bens
doados: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa 2012) (Vide)
Jurídica (CNPJ) e endereço do
emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de a) para as pessoas físicas, o valor
2012) (Vide) constante da última declaração do imposto
de renda, desde que não exceda o valor de
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas mercado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Físicas (CPF) do doador; (Incluído pela Lei nº 2012) (Vide)
12.594, de 2012) (Vide)
b) para as pessoas jurídicas, o valor
IV - data da doação e valor efetivamente contábil dos bens. (Incluído pela Lei nº
recebido; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide)
Parágrafo único. O preço obtido em
V - ano-calendário a que se refere a caso de leilão não será considerado na
doação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de determinação do valor dos bens doados,
2012) (Vide) exceto se o leilão for determinado por
autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
§ 1 o O comprovante de que trata 12.594, de 2012) (Vide)
o caput deste artigo pode ser emitido
anualmente, desde que discrimine os valores Art. 260-F. Os documentos a que se
doados mês a mês. (Incluído pela Lei nº referem os arts. 260-D e 260-E devem ser
12.594, de 2012) (Vide) mantidos pelo contribuinte por um prazo de
5 (cinco) anos para fins de comprovação da
§ 2 o No caso de doação em bens, o dedução perante a Receita Federal do
comprovante deve conter a identificação dos Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
bens, mediante descrição em campo próprio 2012) (Vide)
ou em relação anexa ao comprovante,
informando também se houve avaliação, o Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela
nome, CPF ou CNPJ e endereço dos administração das contas dos Fundos dos
avaliadores. (Incluído pela Lei nº 12.594, de Direitos da Criança e do Adolescente
2012) (Vide) nacional, estaduais, distrital e municipais
devem: (Incluído pela Lei nº 12.594, de III - os requisitos para a apresentação de
2012) (Vide) projetos a serem beneficiados com recursos
dos Fundos dos Direitos da Criança e do
I - manter conta bancária específica Adolescente nacional, estaduais, distrital ou
destinada exclusivamente a gerir os recursos municipais; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
do Fundo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide)
IV - a relação dos projetos aprovados em
II - manter controle das doações cada ano-calendário e o valor dos recursos
recebidas; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de previstos para implementação das ações, por
2012) (Vide) projeto; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
III - informar anualmente à Secretaria da
Receita Federal do Brasil as doações V - o total dos recursos recebidos e a
recebidas mês a mês, identificando os respectiva destinação, por projeto atendido,
seguintes dados por doador: (Incluído pela inclusive com cadastramento na base de
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) dados do Sistema de Informações sobre a
Infância e a Adolescência; e (Incluído pela Lei
a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
nº 12.594, de 2012) (Vide)
VI - a avaliação dos resultados dos
b) valor doado, especificando se a projetos beneficiados com recursos dos
doação foi em espécie ou em bens. (Incluído Fundos dos Direitos da Criança e do
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Adolescente nacional, estaduais, distrital e
municipais. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Art. 260-H. Em caso de
2012) (Vide)
descumprimento das obrigações previstas no
art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do Art. 260-J. O Ministério Público
Brasil dará conhecimento do fato ao determinará, em cada Comarca, a forma de
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais
12.594, de 2012) (Vide) referidos no art. 260 desta Lei. (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da
Criança e do Adolescente nacional, estaduais, Parágrafo único. O descumprimento do
distrital e municipais divulgarão amplamente disposto nos arts. 260-G e 260-I sujeitará os
à comunidade: (Incluído pela Lei nº 12.594, de infratores a responder por ação judicial
2012) (Vide) proposta pelo Ministério Público, que poderá
atuar de ofício, a requerimento ou
I - o calendário de suas
representação de qualquer cidadão. (Incluído
reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide)
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos
II - as ações prioritárias para aplicação
Humanos da Presidência da República
das políticas de atendimento à criança e ao
(SDH/PR) encaminhará à Secretaria da
adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro
2012) (Vide)
de cada ano, arquivo eletrônico contendo a
relação atualizada dos Fundos dos Direitos da
Criança e do Adolescente nacional, distrital, imediato socorro à vítima, não procura
estaduais e municipais, com a indicação dos diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge
respectivos números de inscrição no CNPJ e para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso
das contas bancárias específicas mantidas em o homicídio, a pena é aumentada de um
instituições financeiras públicas, destinadas terço, se o crime é praticado contra pessoa
exclusivamente a gerir os recursos dos menor de catorze anos.
Fundos. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) 2) Art. 129
...............................................................
Art. 260-L. A Secretaria da Receita
Federal do Brasil expedirá as instruções § 7º Aumenta-se a pena de um terço, se
necessárias à aplicação do disposto nos ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, §
arts. 260 a 260-K. (Incluído pela Lei nº 12.594, 4º.
de 2012) (Vide)
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no §
Art. 261. A falta dos conselhos 5º do art. 121.
municipais dos direitos da criança e do
adolescente, os registros, inscrições e 3) Art.
alterações a que se referem os arts. 90, 136.................................................................
parágrafo único, e 91 desta Lei serão
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o
efetuados perante a autoridade judiciária da
crime é praticado contra pessoa menor de
comarca a que pertencer a entidade.
catorze anos.
Parágrafo único. A União fica autorizada
4) Art. 213
a repassar aos estados e municípios, e os
..................................................................
estados aos municípios, os recursos
referentes aos programas e atividades
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de
previstos nesta Lei, tão logo estejam criados
catorze anos:
os conselhos dos direitos da criança e do
adolescente nos seus respectivos níveis. Pena - reclusão de quatro a dez anos.

Art. 262. Enquanto não instalados os 5) Art.


Conselhos Tutelares, as atribuições a eles 214...................................................................
conferidas serão exercidas pela autoridade
judiciária. Parágrafo único. Se o ofendido é menor de
catorze anos:
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal), passa Pena - reclusão de três a nove anos.»
a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de
1) Art. 121 31 de dezembro de 1973 , fica acrescido do
............................................................ seguinte item:

§ 4º No homicídio culposo, a pena é "Art. 102


aumentada de um terço, se o crime resulta de ....................................................................
inobservância de regra técnica de profissão,
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar 6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais
gráficas da União, da administração direta ou
indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo poder público federal
promoverão edição popular do texto integral
deste Estatuto, que será posto à disposição
das escolas e das entidades de atendimento
e de defesa dos direitos da criança e do
adolescente.

Art. 265-A. O poder público fará


periodicamente ampla divulgação dos
direitos da criança e do adolescente nos
meios de comunicação social. (Incluído pela
Lei nº 13.257, de 2016)

Parágrafo único. A divulgação a que se


refere o caput será veiculada em linguagem
clara, compreensível e adequada a crianças e
adolescentes, especialmente às crianças com
idade inferior a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei
nº 13.257, de 2016)

Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa


dias após sua publicação.

Parágrafo único. Durante o período de


vacância deverão ser promovidas atividades e
campanhas de divulgação e esclarecimentos
acerca do disposto nesta Lei.

Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513,


de 1964 , e 6.697, de 10 de outubro de
1979 (Código de Menores), e as demais
disposições em contrário.

Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da


Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Carlos Chiarelli
Antônio Magri
Margarida Procópio

Este texto não substitui o publicado no DOU


16.7.1990 e retificado em 27.9.1990

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