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LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Art.

7º A criança e o adolescente têm direito a


Vigência Dispõe sobre o Estatuto da proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de
(Vide Lei nº 14.154, deCriança e do Adolescente e políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o
2021) Vigência dá outras providências. desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o de existência.
o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 8 É assegurado a todas as mulheres o acesso
Título I aos programas e às políticas de saúde da mulher e de
Das Disposições Preliminares planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao
criança e ao adolescente. puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação
Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
o
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. § 1 O atendimento pré-natal será realizado por
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica- profissionais da atenção primária. (Redação dada pela Lei
se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito nº 13.257, de 2016)
o
e vinte e um anos de idade. § 2 Os profissionais de saúde de referência da
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os gestante garantirão sua vinculação, no último trimestre da
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem gestação, ao estabelecimento em que será realizado o
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, parto, garantido o direito de opção da mulher. (Redação
assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
o
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o § 3 Os serviços de saúde onde o parto for
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, realizado assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-
em condições de liberdade e de dignidade. nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência na
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei atenção primária, bem como o acesso a outros serviços e a
aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem grupos de apoio à amamentação. (Redação dada pela Lei nº
discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, 13.257, de 2016)
o
raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição § 4 Incumbe ao poder público proporcionar
pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e
econômica, ambiente social, região e local de moradia ou pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as
outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a consequências do estado puerperal. (Incluído pela Lei nº
comunidade em que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 12.010, de 2009) Vigência
o o
2016) § 5 A assistência referida no § 4 deste artigo
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da deverá ser prestada também a gestantes e mães que
sociedade em geral e do poder público assegurar, com manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção,
absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à bem como a gestantes e mães que se encontrem em
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao situação de privação de liberdade. (Redação dada pela Lei
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao nº 13.257, de 2016)
o
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. § 6 A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um)
Parágrafo único. A garantia de prioridade acompanhante de sua preferência durante o período do
compreende: pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto
a) primazia de receber proteção e socorro em imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
o
quaisquer circunstâncias; § 7 A gestante deverá receber orientação sobre
b) precedência de atendimento nos serviços aleitamento materno, alimentação complementar saudável
públicos ou de relevância pública; e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre
c) preferência na formulação e na execução das formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de
políticas sociais públicas; estimular o desenvolvimento integral da criança. (Incluído
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas pela Lei nº 13.257, de 2016)
o
áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. § 8 A gestante tem direito a acompanhamento
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será saudável durante toda a gestação e a parto natural
objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na outras intervenções cirúrgicas por motivos
forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
o
seus direitos fundamentais. § 9 A atenção primária à saúde fará a busca ativa
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em da gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas
conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do de pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer
bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e às consultas pós-parto. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
a condição peculiar da criança e do adolescente como 2016)
pessoas em desenvolvimento. § 10. Incumbe ao poder público garantir, à
Título II gestante e à mulher com filho na primeira infância que se
Dos Direitos Fundamentais encontrem sob custódia em unidade de privação de
Capítulo I liberdade, ambiência que atenda às normas sanitárias e
Do Direito à Vida e à Saúde assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento
1
do filho, em articulação com o sistema de ensino necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e
competente, visando ao desenvolvimento integral da reabilitação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
o
criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) § 2 Incumbe ao poder público fornecer
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de gratuitamente, àqueles que necessitarem, medicamentos,
Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao
anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e
com o objetivo de disseminar informações sobre medidas adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas
preventivas e educativas que contribuam para a redução da às suas necessidades específicas. (Redação dada pela Lei nº
incidência da gravidez na adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
o
13.798, de 2019) § 3 Os profissionais que atuam no cuidado diário
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o ou frequente de crianças na primeira infância receberão
disposto no caput deste artigo ficarão a cargo do poder formação específica e permanente para a detecção de
público, em conjunto com organizações da sociedade civil, sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como
e serão dirigidas prioritariamente ao público para o acompanhamento que se fizer necessário. (Incluído
adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019) pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 9º O poder público, as instituições e os Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à
empregadores propiciarão condições adequadas ao saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães e de cuidados intermediários, deverão proporcionar
submetidas a medida privativa de liberdade. condições para a permanência em tempo integral de um
o
§ 1 Os profissionais das unidades primárias de dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança
saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de
avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de
aleitamento materno e à alimentação complementar maus-tratos contra criança ou adolescente serão
saudável, de forma contínua. (Incluído pela Lei nº 13.257, obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da
de 2016) respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências
o
§ 2 Os serviços de unidades de terapia intensiva legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)
o
neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou § 1 As gestantes ou mães que manifestem
unidade de coleta de leite humano. (Incluído pela Lei nº interesse em entregar seus filhos para adoção serão
13.257, de 2016) obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº
atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são 13.257, de 2016)
o
obrigados a: § 2 Os serviços de saúde em suas diferentes portas
I - manter registro das atividades desenvolvidas, de entrada, os serviços de assistência social em seu
através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito componente especializado, o Centro de Referência
anos; Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais
II - identificar o recém-nascido mediante o registro órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do
de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao
mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela atendimento das crianças na faixa etária da primeira
autoridade administrativa competente; infância com suspeita ou confirmação de violência de
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e qualquer natureza, formulando projeto terapêutico singular
terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém- que inclua intervenção em rede e, se necessário,
nascido, bem como prestar orientação aos pais; acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257,
IV - fornecer declaração de nascimento onde de 2016)
constem necessariamente as intercorrências do parto e do Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá
desenvolvimento do neonato; programas de assistência médica e odontológica para a
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a
neonato a permanência junto à mãe. população infantil, e campanhas de educação sanitária para
VI - acompanhar a prática do processo de pais, educadores e alunos.
o
amamentação, prestando orientações quanto à técnica § 1 É obrigatória a vacinação das crianças nos
adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade casos recomendados pelas autoridades
hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente. (Incluído sanitárias. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº
pela Lei nº 13.436, de 2017) (Vigência) 13.257, de 2016)
o
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de § 2 O Sistema Único de Saúde promoverá a
cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de
intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o forma transversal, integral e intersetorial com as demais
princípio da equidade no acesso a ações e serviços para linhas de cuidado direcionadas à mulher e à
promoção, proteção e recuperação da saúde. (Redação criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
o
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) § 3 A atenção odontológica à criança terá função
o
§ 1 A criança e o adolescente com deficiência educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de
serão atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e,
posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de
2
vida, com orientações sobre saúde bucal. (Incluído pela Lei b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº
nº 13.257, de 2016) 13.010, de 2014)
o
§ 4 A criança com necessidade de cuidados c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
odontológicos especiais será atendida pelo Sistema Único Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família
de Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores
§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa
nos seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-
outro instrumento construído com a finalidade de facilitar a los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico
detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento da ou tratamento cruel ou degradante como formas de
criança, de risco para o seu desenvolvimento correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto
psíquico. (Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017) (Vigência) estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis,
Capítulo II às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade gravidade do caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à I - encaminhamento a programa oficial ou
liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas comunitário de proteção à família; (Incluído pela Lei nº
humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos 13.010, de 2014)
de direitos civis, humanos e sociais garantidos na II - encaminhamento a tratamento psicológico ou
Constituição e nas leis. psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 16. O direito à liberdade compreende os III - encaminhamento a cursos ou programas de
seguintes aspectos: orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços IV - obrigação de encaminhar a criança a
comunitários, ressalvadas as restrições legais; tratamento especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
II - opinião e expressão; 2014)
III - crença e culto religioso; V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; 2014)
V - participar da vida familiar e comunitária, sem Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo
discriminação; serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de
VI - participar da vida política, na forma da lei; outras providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. 2014)
Art. 17. O direito ao respeito consiste na Capítulo III
inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
criança e do adolescente, abrangendo a preservação da Seção I
imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e Disposições Gerais
crenças, dos espaços e objetos pessoais. Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criado e educado no seio de sua família e,
criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer excepcionalmente, em família substituta, assegurada a
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou convivência familiar e comunitária, em ambiente que
constrangedor. garanta seu desenvolvimento integral. (Redação dada pela
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito Lei nº 13.257, de 2016)
o
de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou § 1 Toda criança ou adolescente que estiver
de tratamento cruel ou degradante, como formas de inserido em programa de acolhimento familiar ou
correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a
pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judiciária
responsáveis, pelos agentes públicos executores de competente, com base em relatório elaborado por equipe
medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma
encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar
protegê-los. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) ou pela colocação em família substituta, em quaisquer das
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera- modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Redação dada
se: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) pela Lei nº 13.509, de 2017)
o
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou § 2 A permanência da criança e do adolescente em
punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança programa de acolhimento institucional não se prolongará
ou o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada
13.010, de 2014) necessidade que atenda ao seu superior interesse,
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, devidamente fundamentada pela autoridade
de 2014) judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
o
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) § 3 A manutenção ou a reintegração de criança ou
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou adolescente à sua família terá preferência em relação a
forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao qualquer outra providência, caso em que será esta incluída
adolescente que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) em serviços e programas de proteção, apoio e promoção,
o
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de nos termos do § 1 do art. 23, dos incisos I e IV do caput do
2014) art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
3
o o
§ 4 Será garantida a convivência da criança e do § 9 É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o
adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta
de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade § 10. Serão cadastrados para adoção recém-
responsável, independentemente de autorização nascidos e crianças acolhidas não procuradas por suas
judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia
o
§ 5 Será garantida a convivência integral da do acolhimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
criança com a mãe adolescente que estiver em acolhimento Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa
institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) de acolhimento institucional ou familiar poderão participar
o
§ 6 A mãe adolescente será assistida por equipe de programa de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº
especializada multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, 13.509, de 2017)
o
de 2017) § 1 O apadrinhamento consiste em estabelecer e
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à
interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo instituição para fins de convivência familiar e comunitária e
após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos
e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) social, moral, físico, cognitivo, educacional e
o
§ 1 A gestante ou mãe será ouvida pela equipe financeiro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, que § 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas
apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de
inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo
puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) programa de apadrinhamento de que fazem
o
§ 2 De posse do relatório, a autoridade judiciária parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
o
poderá determinar o encaminhamento da gestante ou mãe, § 3 Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou
mediante sua expressa concordância, à rede pública de adolescente a fim de colaborar para o seu
saúde e assistência social para atendimento desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
o
especializado. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 4 O perfil da criança ou do adolescente a ser
o
§ 3 A busca à família extensa, conforme definida apadrinhado será definido no âmbito de cada programa de
nos termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, apadrinhamento, com prioridade para crianças ou
respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, adolescentes com remota possibilidade de reinserção
prorrogável por igual período. (Incluído pela Lei nº 13.509, familiar ou colocação em família adotiva. (Incluído pela Lei
de 2017) nº 13.509, de 2017)
o o
§ 4 Na hipótese de não haver a indicação do § 5 Os programas ou serviços de apadrinhamento
genitor e de não existir outro representante da família apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude poderão
extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária ser executados por órgãos públicos ou por organizações da
competente deverá decretar a extinção do poder familiar e sociedade civil. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
o
determinar a colocação da criança sob a guarda provisória § 6 Se ocorrer violação das regras de
de quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e pelos
desenvolva programa de acolhimento familiar ou serviços de acolhimento deverão imediatamente notificar a
institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº
o
§ 5 Após o nascimento da criança, a vontade da 13.509, de 2017)
mãe ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do
pai indicado, deve ser manifestada na audiência a que se casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
o
refere o § 1 do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a qualificações, proibidas quaisquer designações
entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) discriminatórias relativas à filiação.
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido,
audiência nem o genitor nem representante da família em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma
extensa para confirmar a intenção de exercer o poder do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer
familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à
poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob a autoridade judiciária competente para a solução da
guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá- divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
la. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 2009) Vigência
o
§ 7 Os detentores da guarda possuem o prazo de Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento,
15 (quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda,
dia seguinte à data do término do estágio de no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir
convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) as determinações judiciais.
o
§ 8 Na hipótese de desistência pelos genitores - Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis,
manifestada em audiência ou perante a equipe têm direitos iguais e deveres e responsabilidades
interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, compartilhados no cuidado e na educação da criança,
a criança será mantida com os genitores, e será devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar
determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da
acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.257,
oitenta) dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) de 2016)
4
o
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais § 2 Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de
não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão idade, será necessário seu consentimento, colhido em
do pátrio poder poder familiar . (Expressão substituída pela audiência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência
o o
§ 1 Não existindo outro motivo que por si só § 3 Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o
autorize a decretação da medida, a criança ou o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de
adolescente será mantido em sua família de origem, a qual afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências
deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e decorrentes da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
programas oficiais de proteção, apoio e 2009) Vigência
o
promoção. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) § 4 Os grupos de irmãos serão colocados sob
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta,
implicará a destituição do poder familiar, exceto na ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou
hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena de outra situação que justifique plenamente a
reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo poder excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em
familiar ou contra filho, filha ou outro qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos
descendente. (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018) fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio § 5 A colocação da criança ou adolescente em
poder poder familiar serão decretadas judicialmente, em família substituta será precedida de sua preparação
procedimento contraditório, nos casos previstos na gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela
legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos
22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de responsáveis pela execução da política municipal de
2009) Vigência garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei
Seção II nº 12.010, de 2009) Vigência
o
Da Família Natural § 6 Em se tratando de criança ou adolescente
Art. 25. Entende-se por família natural a indígena ou proveniente de comunidade remanescente de
comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus quilombo, é ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010,
descendentes. de 2009) Vigência
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou I - que sejam consideradas e respeitadas sua
ampliada aquela que se estende para além da unidade pais identidade social e cultural, os seus costumes e tradições,
e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes bem como suas instituições, desde que não sejam
próximos com os quais a criança ou adolescente convive e incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos
mantém vínculos de afinidade e afetividade. (Incluído pela por esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído pela Lei
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente
poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma
separadamente, no próprio termo de nascimento, por etnia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
testamento, mediante escritura ou outro documento III - a intervenção e oitiva de representantes do
público, qualquer que seja a origem da filiação. órgão federal responsável pela política indigenista, no caso
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos,
o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que
deixar descendentes. irá acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é 2009) Vigência
direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, Art. 29. Não se deferirá colocação em família
podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, substituta a pessoa que revele, por qualquer modo,
sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. incompatibilidade com a natureza da medida ou não
Seção III ofereça ambiente familiar adequado.
Da Família Substituta Art. 30. A colocação em família substituta não
Subseção I admitirá transferência da criança ou adolescente a terceiros
Disposições Gerais ou a entidades governamentais ou não-governamentais,
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á sem autorização judicial.
mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da Art. 31. A colocação em família substituta
situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos estrangeira constitui medida excepcional, somente
desta Lei. admissível na modalidade de adoção.
o
§ 1 Sempre que possível, a criança ou o Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o
adolescente será previamente ouvido por equipe responsável prestará compromisso de bem e fielmente
interprofissional, respeitado seu estágio de desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.
desenvolvimento e grau de compreensão sobre as Subseção II
implicações da medida, e terá sua opinião devidamente Da Guarda
considerada. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência
2009) Vigência material, moral e educacional à criança ou adolescente,

5
conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, guarda. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
inclusive aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou
fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos qualquer documento autêntico, conforme previsto no
o
procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção parágrafo único do art. 1.729 da Lei n 10.406, de 10 de
por estrangeiros. janeiro de 2002 - Código Civil , deverá, no prazo de 30
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com
dos casos de tutela e adoção, para atender a situações pedido destinado ao controle judicial do ato, observando o
peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta
responsável, podendo ser deferido o direito de Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
representação para a prática de atos determinados. Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta
condição de dependente, para todos os fins e efeitos de Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na
direito, inclusive previdenciários. disposição de última vontade, se restar comprovado que a
o
§ 4 Salvo expressa e fundamentada determinação medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra
em contrário, da autoridade judiciária competente, ou pessoa em melhores condições de assumi-la. (Redação
quando a medida for aplicada em preparação para adoção, dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o deferimento da guarda de criança ou adolescente a Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto
terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos no art. 24.
pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão Subseção IV
objeto de regulamentação específica, a pedido do Da Adoção
interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº Art. 39. A adoção de criança e de adolescente
12.010, de 2009) Vigência reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.
o
Art. 34. O poder público estimulará, por meio de § 1 A adoção é medida excepcional e irrevogável, à
assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos
acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou de manutenção da criança ou adolescente na família
adolescente afastado do convívio familiar. (Redação dada natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o o
§ 1 A inclusão da criança ou adolescente em § 2 É vedada a adoção por procuração. (Incluído
programas de acolhimento familiar terá preferência a seu pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
acolhimento institucional, observado, em qualquer caso, o § 3 Em caso de conflito entre direitos e interesses
caráter temporário e excepcional da medida, nos termos do adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) biológicos, devem prevalecer os direitos e os interesses do
o o
§ 2 Na hipótese do § 1 deste artigo a pessoa ou adotando. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
casal cadastrado no programa de acolhimento familiar Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo,
poderá receber a criança ou adolescente mediante guarda, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a
observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído guarda ou tutela dos adotantes.
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao
o
§ 3 A União apoiará a implementação de serviços adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive
de acolhimento em família acolhedora como política sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e
pública, os quais deverão dispor de equipe que organize o parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
acolhimento temporário de crianças e de adolescentes em § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o
residências de famílias selecionadas, capacitadas e filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o
acompanhadas que não estejam no cadastro de adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os
adoção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) respectivos parentes.
o
§ 4 Poderão ser utilizados recursos federais, § 2º É recíproco o direito sucessório entre o
estaduais, distritais e municipais para a manutenção dos adotado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes,
serviços de acolhimento em família acolhedora, facultando- descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem
se o repasse de recursos para a própria família de vocação hereditária.
acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito)
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer anos, independentemente do estado civil. (Redação dada
tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Ministério Público. § 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos
Subseção III do adotando.
o
Da Tutela § 2 Para adoção conjunta, é indispensável que os
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união
civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos estável, comprovada a estabilidade da família. (Redação
incompletos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe anos mais velho do que o adotando.
o
a prévia decretação da perda ou suspensão do pátrio § 4 Os divorciados, os judicialmente separados e
poder poder familiar e implica necessariamente o dever de os ex-companheiros podem adotar conjuntamente,
6
contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas ou não o deferimento da adoção à autoridade
e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
o
constância do período de convivência e que seja § 4 O estágio de convivência será acompanhado
comprovada a existência de vínculos de afinidade e pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância
afetividade com aquele não detentor da guarda, que e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
justifiquem a excepcionalidade da concessão. (Redação responsáveis pela execução da política de garantia do
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência direito à convivência familiar, que apresentarão relatório
o o
§ 5 Nos casos do § 4 deste artigo, desde que minucioso acerca da conveniência do deferimento da
demonstrado efetivo benefício ao adotando, será medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto § 5 O estágio de convivência será cumprido no
o
no art. 1.584 da Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - território nacional, preferencialmente na comarca de
Código Civil . (Redação dada pela Lei nº 12.010, de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz,
2009) Vigência em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a
o
§ 6 A adoção poderá ser deferida ao adotante que, competência do juízo da comarca de residência da
após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no criança. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
curso do procedimento, antes de prolatada a Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por
sentença. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sentença judicial, que será inscrita no registro civil
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes
legítimos. como pais, bem como o nome de seus ascendentes.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua § 2º O mandado judicial, que será arquivado,
administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o cancelará o registro original do adotado.
o
curador adotar o pupilo ou o curatelado. § 3 A pedido do adotante, o novo registro poderá
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de
pais ou do representante legal do adotando. sua residência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação 2009) Vigência
o
à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou § 4 Nenhuma observação sobre a origem do ato
tenham sido destituídos do pátrio poder poder poderá constar nas certidões do registro. (Redação dada
familiar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
2009) Vigência § 5 A sentença conferirá ao adotado o nome do
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar
anos de idade, será também necessário o seu a modificação do prenome. (Redação dada pela Lei nº
consentimento. 12.010, de 2009) Vigência
o
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de § 6 Caso a modificação de prenome seja requerida
convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando,
o o
máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da observado o disposto nos §§ 1 e 2 do art. 28 desta
criança ou adolescente e as peculiaridades do Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
caso. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) § 7 A adoção produz seus efeitos a partir do
o
§ 1 O estágio de convivência poderá ser trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto na
o
dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda hipótese prevista no § 6 do art. 42 desta Lei, caso em que
legal do adotante durante tempo suficiente para que seja terá força retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei nº
possível avaliar a conveniência da constituição do 12.010, de 2009) Vigência
o
vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de § 8 O processo relativo à adoção assim como
2009) Vigência outros a ele relacionados serão mantidos em arquivo,
o
§ 2 A simples guarda de fato não autoriza, por si admitindo-se seu armazenamento em microfilme ou por
só, a dispensa da realização do estágio de outros meios, garantida a sua conservação para consulta a
convivência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência 2009) Vigência
o
§ 2 -A. O prazo máximo estabelecido § 9º Terão prioridade de tramitação os processos
no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual de adoção em que o adotando for criança ou adolescente
período, mediante decisão fundamentada da autoridade com deficiência ou com doença crônica. (Incluído pela Lei
judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) nº 12.955, de 2014)
o
§ 3 Em caso de adoção por pessoa ou casal § 10. O prazo máximo para conclusão da ação de
residente ou domiciliado fora do País, o estágio de adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma
convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no única vez por igual período, mediante decisão
máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
igual período, uma única vez, mediante decisão 13.509, de 2017)
fundamentada da autoridade judiciária. (Redação dada pela Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua
Lei nº 13.509, de 2017) origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao
o o
§ 3 -A. Ao final do prazo previsto no § 3 deste processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais
artigo, deverá ser apresentado laudo fundamentado pela incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (Redação
o
equipe mencionada no § 4 deste artigo, que recomendará dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
7
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção posterior comunicação à Autoridade Central Federal
poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e § 10. Consultados os cadastros e verificada a
assistência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº ausência de pretendentes habilitados residentes no País
12.010, de 2009) Vigência com perfil compatível e interesse manifesto pela adoção de
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece criança ou adolescente inscrito nos cadastros existentes,
o pátrio poder poder familiar dos pais naturais. (Expressão será realizado o encaminhamento da criança ou
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adolescente à adoção internacional. (Redação dada pela Lei
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada nº 13.509, de 2017)
comarca ou foro regional, um registro de crianças e § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal
adolescentes em condições de serem adotados e outro de interessado em sua adoção, a criança ou o adolescente,
pessoas interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010, de sempre que possível e recomendável, será colocado sob
2009) Vigência guarda de família cadastrada em programa de acolhimento
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o § 12. A alimentação do cadastro e a convocação
Ministério Público. criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
não satisfizer os requisitos legais, ou verificada qualquer 2009) Vigência
das hipóteses previstas no art. 29. § 13. Somente poderá ser deferida adoção em
o
§ 3 A inscrição de postulantes à adoção será favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado
precedida de um período de preparação psicossocial e previamente nos termos desta Lei quando: (Incluído pela
jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos I - se tratar de pedido de adoção
técnicos responsáveis pela execução da política municipal unilateral; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela II - for formulada por parente com o qual a criança
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e
o
§ 4 Sempre que possível e recomendável, a afetividade; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
preparação referida no § 3 deste artigo incluirá o contato III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou
com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou
institucional em condições de serem adotados, a ser adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência
realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e
equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das
apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído
acolhimento e pela execução da política municipal de pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo,
nº 12.010, de 2009) Vigência o candidato deverá comprovar, no curso do procedimento,
o
§ 5 Serão criados e implementados cadastros que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme
estaduais e nacional de crianças e adolescentes em previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
condições de serem adotados e de pessoas ou casais 2009) Vigência
habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 15. Será assegurada prioridade no cadastro a
2009) Vigência pessoas interessadas em adotar criança ou adolescente
o
§ 6 Haverá cadastros distintos para pessoas ou com deficiência, com doença crônica ou com necessidades
casais residentes fora do País, que somente serão específicas de saúde, além de grupo de irmãos. (Incluído
consultados na inexistência de postulantes nacionais pela Lei nº 13.509, de 2017)
o
habilitados nos cadastros mencionados no § 5 deste Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência na qual o pretendente possui residência habitual em país-
o
§ 7 As autoridades estaduais e federais em parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993,
matéria de adoção terão acesso integral aos cadastros, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em
incumbindo-lhes a troca de informações e a cooperação Matéria de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto
o
mútua, para melhoria do sistema. (Incluído pela Lei nº n 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja adotar criança em
12.010, de 2009) Vigência outro país-parte da Convenção. (Redação dada pela Lei nº
o
§ 8 A autoridade judiciária providenciará, no prazo 13.509, de 2017)
o
de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e § 1 A adoção internacional de criança ou
adolescentes em condições de serem adotados que não adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente
tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das terá lugar quando restar comprovado: (Redação dada pela
pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § I - que a colocação em família adotiva é a solução
o
5 deste artigo, sob pena de responsabilidade. (Incluído adequada ao caso concreto; (Redação dada pela Lei nº
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 13.509, de 2017)
o
§ 9 Compete à Autoridade Central Estadual zelar II - que foram esgotadas todas as possibilidades de
pela manutenção e correta alimentação dos cadastros, com colocação da criança ou adolescente em família adotiva
brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da
8
inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil realizado no país de acolhida; (Incluída pela Lei nº 12.010,
com perfil compatível com a criança ou adolescente, após de 2009) Vigência
consulta aos cadastros mencionados nesta Lei; (Redação VII - verificada, após estudo realizado pela
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) Autoridade Central Estadual, a compatibilidade da
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, legislação estrangeira com a nacional, além do
este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de preenchimento por parte dos postulantes à medida dos
desenvolvimento, e que se encontra preparado para a requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu
medida, mediante parecer elaborado por equipe deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da
o o
interprofissional, observado o disposto nos §§ 1 e 2 do legislação do país de acolhida, será expedido laudo de
art. 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de habilitação à adoção internacional, que terá validade por,
2009) Vigência no máximo, 1 (um) ano; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
o
§ 2 Os brasileiros residentes no exterior terão 2009) Vigência
preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção VIII - de posse do laudo de habilitação, o
internacional de criança ou adolescente interessado será autorizado a formalizar pedido de adoção
brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de perante o Juízo da Infância e da Juventude do local em que
2009) Vigência se encontra a criança ou adolescente, conforme indicação
o
§ 3 A adoção internacional pressupõe a efetuada pela Autoridade Central Estadual. (Incluída pela
intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e Federal Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
em matéria de adoção internacional. (Redação dada pela § 1 Se a legislação do país de acolhida assim o
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência autorizar, admite-se que os pedidos de habilitação à
§ 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de adoção internacional sejam intermediados por organismos
2009) Vigência credenciados. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
Art. 52. A adoção internacional observará o 2009) Vigência
o
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as § 2 Incumbe à Autoridade Central Federal
seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de Brasileira o credenciamento de organismos nacionais e
2009) Vigência estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em habilitação à adoção internacional, com posterior
adotar criança ou adolescente brasileiro, deverá formular comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e
pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio
Central em matéria de adoção internacional no país de próprio da internet. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua 2009) Vigência
o
residência habitual; (Incluída pela Lei nº 12.010, de § 3 Somente será admissível o credenciamento de
2009) Vigência organismos que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de
II - se a Autoridade Central do país de acolhida 2009) Vigência
considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos I - sejam oriundos de países que ratificaram a
para adotar, emitirá um relatório que contenha Convenção de Haia e estejam devidamente credenciados
informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e pela Autoridade Central do país onde estiverem sediados e
adequação dos solicitantes para adotar, sua situação no país de acolhida do adotando para atuar em adoção
pessoal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que internacional no Brasil; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
os animam e sua aptidão para assumir uma adoção 2009) Vigência
internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de II - satisfizerem as condições de integridade moral,
2009) Vigência competência profissional, experiência e responsabilidade
III - a Autoridade Central do país de acolhida exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central
enviará o relatório à Autoridade Central Estadual, com Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - forem qualificados por seus padrões éticos e
IV - o relatório será instruído com toda a sua formação e experiência para atuar na área de adoção
documentação necessária, incluindo estudo psicossocial internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
elaborado por equipe interprofissional habilitada e cópia 2009) Vigência
autenticada da legislação pertinente, acompanhada da IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo
respectiva prova de vigência; (Incluída pela Lei nº 12.010, ordenamento jurídico brasileiro e pelas normas
de 2009) Vigência estabelecidas pela Autoridade Central Federal
V - os documentos em língua estrangeira serão Brasileira. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
devidamente autenticados pela autoridade consular, § 4 Os organismos credenciados deverão
observados os tratados e convenções internacionais, e ainda: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
acompanhados da respectiva tradução, por tradutor I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas
público juramentado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de condições e dentro dos limites fixados pelas autoridades
2009) Vigência competentes do país onde estiverem sediados, do país de
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer acolhida e pela Autoridade Central Federal
exigências e solicitar complementação sobre o estudo Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já II - ser dirigidos e administrados por pessoas
qualificadas e de reconhecida idoneidade moral, com
9
comprovada formação ou experiência para atuar na área de § 11. A cobrança de valores por parte dos
adoção internacional, cadastradas pelo Departamento de organismos credenciados, que sejam considerados abusivos
Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal pela Autoridade Central Federal Brasileira e que não
Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão estejam devidamente comprovados, é causa de seu
federal competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de descredenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência 2009) Vigência
III - estar submetidos à supervisão das autoridades § 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não
competentes do país onde estiverem sediados e no país de podem ser representados por mais de uma entidade
acolhida, inclusive quanto à sua composição, credenciada para atuar na cooperação em adoção
funcionamento e situação financeira; (Incluída pela Lei nº internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência
IV - apresentar à Autoridade Central Federal § 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou
Brasileira, a cada ano, relatório geral das atividades domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um)
desenvolvidas, bem como relatório de acompanhamento ano, podendo ser renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
das adoções internacionais efetuadas no período, cuja 2009) Vigência
cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia § 14. É vedado o contato direto de representantes
Federal; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a dirigentes de programas de acolhimento institucional ou
Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade familiar, assim como com crianças e adolescentes em
Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) condições de serem adotados, sem a devida autorização
anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a § 15. A Autoridade Central Federal Brasileira
cidadania do país de acolhida para o adotado; (Incluída pela poderá limitar ou suspender a concessão de novos
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência credenciamentos sempre que julgar necessário, mediante
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que ato administrativo fundamentado. (Incluído pela Lei nº
os adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal 12.010, de 2009) Vigência
Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e
estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes descredenciamento, o repasse de recursos provenientes de
sejam concedidos. (Incluída pela Lei nº 12.010, de organismos estrangeiros encarregados de intermediar
2009) Vigência pedidos de adoção internacional a organismos nacionais ou
o
§ 5 A não apresentação dos relatórios referidos no a pessoas físicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
o
§ 4 deste artigo pelo organismo credenciado poderá 2009) Vigência
acarretar a suspensão de seu credenciamento. (Incluído Parágrafo único. Eventuais repasses somente
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência poderão ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e
o
§ 6 O credenciamento de organismo nacional ou do Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do
estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoção respectivo Conselho de Direitos da Criança e do
internacional terá validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela Adolescente (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no
o
§ 7 A renovação do credenciamento poderá ser exterior em país ratificante da Convenção de Haia, cujo
concedida mediante requerimento protocolado na processo de adoção tenha sido processado em
Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias conformidade com a legislação vigente no país de
anteriores ao término do respectivo prazo de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17
validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência da referida Convenção, será automaticamente
o
§ 8 Antes de transitada em julgado a decisão que recepcionada com o reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei
concedeu a adoção internacional, não será permitida a nº 12.010, de 2009) Vigência
o
saída do adotando do território nacional. (Incluído pela Lei § 1 Caso não tenha sido atendido o disposto na
nº 12.010, de 2009) Vigência Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a
o
§ 9 Transitada em julgado a decisão, a autoridade sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de
judiciária determinará a expedição de alvará com Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
autorização de viagem, bem como para obtenção de § 2 O pretendente brasileiro residente no exterior
passaporte, constando, obrigatoriamente, as características em país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez
da criança ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação da
eventuais sinais ou traços peculiares, assim como foto sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de
recente e a aposição da impressão digital do seu polegar Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
direito, instruindo o documento com cópia autenticada da Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o
decisão e certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei Brasil for o país de acolhida, a decisão da autoridade
nº 12.010, de 2009) Vigência competente do país de origem da criança ou do
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira adolescente será conhecida pela Autoridade Central
poderá, a qualquer momento, solicitar informações sobre a Estadual que tiver processado o pedido de habilitação dos
situação das crianças e adolescentes adotados (Incluído pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Federal e determinará as providências necessárias à

10
expedição do Certificado de Naturalização IV – atendimento em creche e pré-escola às
Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência crianças de zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela
o
§ 1 A Autoridade Central Estadual, ouvido o Lei nº 13.306, de 2016)
Ministério Público, somente deixará de reconhecer os V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
efeitos daquela decisão se restar demonstrado que a pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
adoção é manifestamente contrária à ordem pública ou não cada um;
atende ao interesse superior da criança ou do VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência condições do adolescente trabalhador;
o
§ 2 Na hipótese de não reconhecimento da VII - atendimento no ensino fundamental, através
o
adoção, prevista no § 1 deste artigo, o Ministério Público de programas suplementares de material didático-escolar,
deverá imediatamente requerer o que for de direito para transporte, alimentação e assistência à saúde.
resguardar os interesses da criança ou do adolescente, § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é
comunicando-se as providências à Autoridade Central direito público subjetivo.
Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo
Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de poder público ou sua oferta irregular importa
origem. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência responsabilidade da autoridade competente.
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o § 3º Compete ao poder público recensear os
Brasil for o país de acolhida e a adoção não tenha sido educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e
deferida no país de origem porque a sua legislação a delega zelar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à
ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com escola.
decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
não tenha aderido à Convenção referida, o processo de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
adoção seguirá as regras da adoção nacional. (Incluído pela Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os
Capítulo IV casos de:
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão
educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua escolar, esgotados os recursos escolares;
pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação III - elevados níveis de repetência.
para o trabalho, assegurando-se-lhes: Art. 57. O poder público estimulará pesquisas,
I - igualdade de condições para o acesso e experiências e novas propostas relativas a calendário,
permanência na escola; seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com
II - direito de ser respeitado por seus educadores; vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do
III - direito de contestar critérios avaliativos, ensino fundamental obrigatório.
podendo recorrer às instâncias escolares superiores; Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os
IV - direito de organização e participação em valores culturais, artísticos e históricos próprios do
entidades estudantis; contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de
sua residência, garantindo-se vagas no mesmo cultura.
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da
ou ciclo de ensino da educação básica. (Redação dada pela União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e
Lei nº 13.845, de 2019) espaços para programações culturais, esportivas e de lazer
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis voltadas para a infância e a juventude.
ter ciência do processo pedagógico, bem como participar Capítulo V
da definição das propostas educacionais. Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho
Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de
agremiações recreativas e de estabelecimentos congêneres quatorze anos de idade, salvo na condição de
assegurar medidas de conscientização, prevenção e aprendiz. (Vide Constituição Federal)
enfrentamento ao uso ou dependência de drogas Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é
ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao nesta Lei.
adolescente: Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e
inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade bases da legislação de educação em vigor.
própria; Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e aos seguintes princípios:
gratuidade ao ensino médio; I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao
III - atendimento educacional especializado aos ensino regular;
portadores de deficiência, preferencialmente na rede II - atividade compatível com o desenvolvimento do
regular de ensino; adolescente;
III - horário especial para o exercício das atividades.

11
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da
é assegurada bolsa de aprendizagem. criança e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de 2014)
quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas III - a formação continuada e a capacitação dos
e previdenciários. profissionais de saúde, educação e assistência social e dos
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é demais agentes que atuam na promoção, proteção e defesa
assegurado trabalho protegido. dos direitos da criança e do adolescente para o
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em desenvolvimento das competências necessárias à
regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e
assistido em entidade governamental ou não- ao enfrentamento de todas as formas de violência contra a
governamental, é vedado trabalho: criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de 2014)
um dia e as cinco horas do dia seguinte; IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução
II - perigoso, insalubre ou penoso; pacífica de conflitos que envolvam violência contra a
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; 2014)
IV - realizado em horários e locais que não V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que
permitam a freqüência à escola. visem a garantir os direitos da criança e do adolescente,
Art. 68. O programa social que tenha por base o desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e
trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade responsáveis com o objetivo de promover a informação, a
governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso
deverá assegurar ao adolescente que dele participe de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no
condições de capacitação para o exercício de atividade processo educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
regular remunerada. VI - a promoção de espaços intersetoriais locais
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade para a articulação de ações e a elaboração de planos de
laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao atuação conjunta focados nas famílias em situação de
desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem violência, com participação de profissionais de saúde, de
sobre o aspecto produtivo. assistência social e de educação e de órgãos de promoção,
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo proteção e defesa dos direitos da criança e do
trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
de seu trabalho não desfigura o caráter educativo. Parágrafo único. As famílias com crianças e
Art. 69. O adolescente tem direito à adolescentes com deficiência terão prioridade de
profissionalização e à proteção no trabalho, observados os atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e
seguintes aspectos, entre outros: proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - respeito à condição peculiar de pessoa em Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que
desenvolvimento; atuem nas áreas a que se refere o art. 71, dentre outras,
II - capacitação profissional adequada ao mercado devem contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a
de trabalho. reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou
Título III casos de maus-tratos praticados contra crianças e
Da Prevenção adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
Capítulo I Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela
Disposições Gerais comunicação de que trata este artigo, as pessoas
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério,
ameaça ou violação dos direitos da criança e do profissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda
adolescente. de crianças e adolescentes, punível, na forma deste
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão,
os Municípios deverão atuar de forma articulada na culposos ou dolosos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
elaboração de políticas públicas e na execução de ações Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a
destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos
cruel ou degradante e difundir formas não violentas de e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar
educação de crianças e de adolescentes, tendo como de pessoa em desenvolvimento.
principais ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não
I - a promoção de campanhas educativas excluem da prevenção especial outras decorrentes dos
permanentes para a divulgação do direito da criança e do princípios por ela adotados.
adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de Art. 73. A inobservância das normas de prevenção
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e dos importará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica,
instrumentos de proteção aos direitos humanos; (Incluído nos termos desta Lei.
pela Lei nº 13.010, de 2014) Capítulo II
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, Da Prevenção Especial
do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Seção I
Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e
e do Adolescente e com as entidades não governamentais Espetáculos
12
Art. 74. O poder público, através do órgão de provocar qualquer dano físico em caso de utilização
competente, regulará as diversões e espetáculos públicos, indevida;
informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
não se recomendem, locais e horários em que sua VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
apresentação se mostre inadequada. Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento
espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais
fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação ou responsável.
destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária Seção III
especificada no certificado de classificação. Da Autorização para Viajar
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de
diversões e espetáculos públicos classificados como 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da comarca
adequados à sua faixa etária. onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos sem expressa autorização judicial. (Redação dada pela Lei
somente poderão ingressar e permanecer nos locais de nº 13.812, de 2019)
apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais § 1º A autorização não será exigida quando:
ou responsável. a) tratar-se de comarca contígua à da residência da
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se
exibirão, no horário recomendado para o público infanto na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma
juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, região metropolitana; (Redação dada pela Lei nº 13.812, de
culturais e informativas. 2019)
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será b) a criança ou o adolescente menor de 16
apresentado ou anunciado sem aviso de sua classificação, (dezesseis) anos estiver acompanhado: (Redação dada pela
antes de sua transmissão, apresentação ou exibição. Lei nº 13.812, de 2019)
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro
funcionários de empresas que explorem a venda ou aluguel grau, comprovado documentalmente o parentesco;
de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo
haja venda ou locação em desacordo com a classificação pai, mãe ou responsável.
atribuída pelo órgão competente. § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo pais ou responsável, conceder autorização válida por dois
deverão exibir, no invólucro, informação sobre a natureza anos.
da obra e a faixa etária a que se destinam. Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a
Art. 78. As revistas e publicações contendo material autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:
impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes I - estiver acompanhado de ambos os pais ou
deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a responsável;
advertência de seu conteúdo. II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as expressamente pelo outro através de documento com
capas que contenham mensagens pornográficas ou firma reconhecida.
obscenas sejam protegidas com embalagem opaca. Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial,
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao nenhuma criança ou adolescente nascido em território
público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro
fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas residente ou domiciliado no exterior.
alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar Parte Especial
os valores éticos e sociais da pessoa e da família. Título I
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que Da Política de Atendimento
explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou Capítulo I
por casas de jogos, assim entendidas as que realizem Disposições Gerais
apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que não Art. 86. A política de atendimento dos direitos da
seja permitida a entrada e a permanência de crianças e criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto
adolescentes no local, afixando aviso para orientação do articulado de ações governamentais e não-governamentais,
público. da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Seção II Art. 87. São linhas de ação da política de
Dos Produtos e Serviços atendimento:
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao I - políticas sociais básicas;
adolescente de: II - serviços, programas, projetos e benefícios de
I - armas, munições e explosivos; assistência social de garantia de proteção social e de
II - bebidas alcoólicas; prevenção e redução de violações de direitos, seus
III - produtos cujos componentes possam causar agravamentos ou reincidências; (Redação dada pela Lei nº
dependência física ou psíquica ainda que por utilização 13.257, de 2016)
indevida; III - serviços especiais de prevenção e atendimento
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-
aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
13
IV - serviço de identificação e localização de pais, Art. 89. A função de membro do conselho nacional
responsável, crianças e adolescentes desaparecidos; e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa criança e do adolescente é considerada de interesse público
dos direitos da criança e do adolescente. relevante e não será remunerada.
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou Capítulo II
abreviar o período de afastamento do convívio familiar e a Das Entidades de Atendimento
garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar eção I
de crianças e adolescentes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de Disposições Gerais
2009) Vigência Art. 90. As entidades de atendimento são
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob responsáveis pela manutenção das próprias unidades,
forma de guarda de crianças e adolescentes afastados do assim como pelo planejamento e execução de programas
convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de proteção e sócio-educativos destinados a crianças e
de crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades adolescentes, em regime de: (Vide)
específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de I - orientação e apoio sócio-familiar;
irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: III - colocação familiar;
I - municipalização do atendimento; IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela
II - criação de conselhos municipais, estaduais e Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos V - prestação de serviços à comunidade; (Redação
deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
assegurada a participação popular paritária por meio de VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº
organizações representativas, segundo leis federal, 12.594, de 2012) (Vide)
estaduais e municipais; VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº
III - criação e manutenção de programas 12.594, de 2012) (Vide)
específicos, observada a descentralização político- VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
administrativa; 2012) (Vide)
o
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e § 1 As entidades governamentais e não
municipais vinculados aos respectivos conselhos dos governamentais deverão proceder à inscrição de seus
direitos da criança e do adolescente; programas, especificando os regimes de atendimento, na
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, forma definida neste artigo, no Conselho Municipal dos
Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá
Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, registro das inscrições e de suas alterações, do que fará
para efeito de agilização do atendimento inicial a comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade
adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional; judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, § 2 Os recursos destinados à implementação e
Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e manutenção dos programas relacionados neste artigo serão
encarregados da execução das políticas sociais básicas e de previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos
assistência social, para efeito de agilização do atendimento encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistência
de crianças e de adolescentes inseridos em programas de Social, dentre outros, observando-se o princípio da
acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua prioridade absoluta à criança e ao adolescente preconizado
rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput
o
mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em e parágrafo único do art. 4 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas 12.010, de 2009) Vigência
o
no art. 28 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de § 3 Os programas em execução serão reavaliados
2009) Vigência pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
VII - mobilização da opinião pública para a Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos,
indispensável participação dos diversos segmentos da constituindo-se critérios para renovação da autorização de
sociedade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência funcionamento: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
VIII - especialização e formação continuada dos 2009) Vigência
profissionais que trabalham nas diferentes áreas da I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei,
atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos bem como às resoluções relativas à modalidade de
sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de
infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os
IX - formação profissional com abrangência dos níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
diversos direitos da criança e do adolescente que favoreça II - a qualidade e eficiência do trabalho
a intersetorialidade no atendimento da criança e do desenvolvido, atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo
adolescente e seu desenvolvimento integral; (Incluído pela Ministério Público e pela Justiça da Infância e da
Lei nº 13.257, de 2016) Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
X - realização e divulgação de pesquisas sobre III - em se tratando de programas de acolhimento
desenvolvimento infantil e sobre prevenção da institucional ou familiar, serão considerados os índices de
violência. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família

14
o
substituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 3 Os entes federados, por intermédio dos
2009) Vigência Poderes Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente
Art. 91. As entidades não-governamentais somente a permanente qualificação dos profissionais que atuam
poderão funcionar depois de registradas no Conselho direta ou indiretamente em programas de acolhimento
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual institucional e destinados à colocação familiar de crianças e
comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário,
judiciária da respectiva localidade. Ministério Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei nº
o
§ 1 Será negado o registro à entidade 12.010, de 2009) Vigência
o
que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 4 Salvo determinação em contrário da
a) não ofereça instalações físicas em condições autoridade judiciária competente, as entidades que
adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e desenvolvem programas de acolhimento familiar ou
segurança; institucional, se necessário com o auxílio do Conselho
b) não apresente plano de trabalho compatível com Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o
os princípios desta Lei; contato da criança ou adolescente com seus pais e
c) esteja irregularmente constituída; parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas. do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
e) não se adequar ou deixar de cumprir as 2009) Vigência
o
resoluções e deliberações relativas à modalidade de § 5 As entidades que desenvolvem programas de
atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de acolhimento familiar ou institucional somente poderão
Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os receber recursos públicos se comprovado o atendimento
níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dos princípios, exigências e finalidades desta Lei. (Incluído
o
§ 2 O registro terá validade máxima de 4 (quatro) pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
anos, cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da § 6 O descumprimento das disposições desta Lei
Criança e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o pelo dirigente de entidade que desenvolva programas de
cabimento de sua renovação, observado o disposto no § acolhimento familiar ou institucional é causa de sua
o
1 deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de destituição, sem prejuízo da apuração de sua
2009) Vigência responsabilidade administrativa, civil e criminal. (Incluído
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
de acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os § 7 Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3
seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de (três) anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial
2009) Vigência atenção à atuação de educadores de referência estáveis e
I - preservação dos vínculos familiares e promoção qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao
da reintegração familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, atendimento das necessidades básicas, incluindo as de
de 2009) Vigência afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
II - integração em família substituta, quando 2016)
esgotados os recursos de manutenção na família natural ou Art. 93. As entidades que mantenham programa de
extensa; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional
2009) Vigência e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia
III - atendimento personalizado e em pequenos determinação da autoridade competente, fazendo
grupos; comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao
IV - desenvolvimento de atividades em regime de Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de
co-educação; responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
V - não desmembramento de grupos de irmãos; 2009) Vigência
VI - evitar, sempre que possível, a transferência Parágrafo único. Recebida a comunicação, a
para outras entidades de crianças e adolescentes autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público e se
abrigados; necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará
VII - participação na vida da comunidade local; as medidas necessárias para promover a imediata
VIII - preparação gradativa para o desligamento; reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se
IX - participação de pessoas da comunidade no por qualquer razão não for isso possível ou recomendável,
processo educativo. para seu encaminhamento a programa de acolhimento
o
§ 1 O dirigente de entidade que desenvolve familiar, institucional ou a família substituta, observado o
o
programa de acolhimento institucional é equiparado ao disposto no § 2 do art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
guardião, para todos os efeitos de direito. (Incluído pela Lei 12.010, de 2009) Vigência
nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 94. As entidades que desenvolvem programas
o
§ 2 Os dirigentes de entidades que desenvolvem de internação têm as seguintes obrigações, entre outras:
programas de acolhimento familiar ou institucional I - observar os direitos e garantias de que são
remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 titulares os adolescentes;
(seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situação II - não restringir nenhum direito que não tenha
de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para sido objeto de restrição na decisão de internação;
o
fins da reavaliação prevista no § 1 do art. 19 desta III - oferecer atendimento personalizado, em
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pequenas unidades e grupos reduzidos;

15
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de
respeito e dignidade ao adolescente; contas serão apresentados ao estado ou ao município,
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da conforme a origem das dotações orçamentárias.
preservação dos vínculos familiares; Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de
VI - comunicar à autoridade judiciária, atendimento que descumprirem obrigação constante do
periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de
impossível o reatamento dos vínculos familiares; seus dirigentes ou prepostos:
VII - oferecer instalações físicas em condições I - às entidades governamentais:
adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e a) advertência;
segurança e os objetos necessários à higiene pessoal; b) afastamento provisório de seus dirigentes;
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos; d) fechamento de unidade ou interdição de
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, programa.
odontológicos e farmacêuticos; II - às entidades não-governamentais:
X - propiciar escolarização e profissionalização; a) advertência;
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas
lazer; públicas;
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que c) interdição de unidades ou suspensão de
desejarem, de acordo com suas crenças; programa;
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada d) cassação do registro.
o
caso; § 1 Em caso de reiteradas infrações cometidas por
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com entidades de atendimento, que coloquem em risco os
intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato
resultados à autoridade competente; comunicado ao Ministério Público ou representado perante
XV - informar, periodicamente, o adolescente autoridade judiciária competente para as providências
internado sobre sua situação processual; cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução
XVI - comunicar às autoridades competentes todos da entidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
os casos de adolescentes portadores de moléstias infecto- 2009) Vigência
o
contagiosas; § 2 As pessoas jurídicas de direito público e as
XVII - fornecer comprovante de depósito dos organizações não governamentais responderão pelos danos
pertences dos adolescentes; que seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes,
XVIII - manter programas destinados ao apoio e caracterizado o descumprimento dos princípios
acompanhamento de egressos; norteadores das atividades de proteção
XIX - providenciar os documentos necessários ao específica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
exercício da cidadania àqueles que não os tiverem; 2009) Vigência
XX - manter arquivo de anotações onde constem Título II
data e circunstâncias do atendimento, nome do Das Medidas de Proteção
adolescente, seus pais ou responsável, parentes, Capítulo I
endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua Disposições Gerais
formação, relação de seus pertences e demais dados que Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao
possibilitem sua identificação e a individualização do adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
atendimento. reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
o
§ 1 Aplicam-se, no que couber, as obrigações I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
constantes deste artigo às entidades que mantêm II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou
programas de acolhimento institucional e responsável;
familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de III - em razão de sua conduta.
2009) Vigência Capítulo II
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude Das Medidas Específicas de Proteção
este artigo as entidades utilizarão preferencialmente os Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo
recursos da comunidade. poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem
Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que como substituídas a qualquer tempo.
abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em
que em caráter temporário, devem ter, em seus quadros, conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas
profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e
Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus- comunitários.
tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014) Parágrafo único. São também princípios que regem
Seção II a aplicação das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Da Fiscalização das Entidades 2009) Vigência
Art. 95. As entidades governamentais e não- I - condição da criança e do adolescente como
governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são os titulares
Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na
Tutelares.
16
Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente
2009) Vigência considerada pela autoridade judiciária competente,
o o
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e observado o disposto nos §§ 1 e 2 do art. 28 desta
aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses
que crianças e adolescentes são titulares; (Incluído pela Lei previstas no art. 98, a autoridade competente poderá
nº 12.010, de 2009) Vigência determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
III - responsabilidade primária e solidária do poder I - encaminhamento aos pais ou responsável,
público: a plena efetivação dos direitos assegurados a mediante termo de responsabilidade;
crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição II - orientação, apoio e acompanhamento
Federal, salvo nos casos por esta expressamente temporários;
ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das III - matrícula e freqüência obrigatórias em
3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da estabelecimento oficial de ensino fundamental;
municipalização do atendimento e da possibilidade da IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou
execução de programas por entidades não comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da
governamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de criança e do adolescente; (Redação dada pela Lei nº 13.257,
2009) Vigência de 2016)
IV - interesse superior da criança e do adolescente: V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
a intervenção deve atender prioritariamente aos interesses psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de
consideração que for devida a outros interesses legítimos auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso toxicômanos;
concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito VIII - inclusão em programa de acolhimento
pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
privada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência
VI - intervenção precoce: a intervenção das IX - colocação em família substituta. (Incluído pela
autoridades competentes deve ser efetuada logo que a Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
situação de perigo seja conhecida; (Incluído pela Lei nº § 1 O acolhimento institucional e o acolhimento
12.010, de 2009) Vigência familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser como forma de transição para reintegração familiar ou, não
exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições sendo esta possível, para colocação em família substituta,
cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos não implicando privação de liberdade. (Incluído pela Lei nº
direitos e à proteção da criança e do adolescente; (Incluído 12.010, de 2009) Vigência
o
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2 Sem prejuízo da tomada de medidas
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção emergenciais para proteção de vítimas de violência ou
deve ser a necessária e adequada à situação de perigo em abuso sexual e das providências a que alude o art. 130
que a criança ou o adolescente se encontram no momento desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente do
em que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade
2009) Vigência judiciária e importará na deflagração, a pedido do
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de
ser efetuada de modo que os pais assumam os seus procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos
deveres para com a criança e o adolescente; (Incluído pela pais ou ao responsável legal o exercício do contraditório e
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência da ampla defesa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
X - prevalência da família: na promoção de direitos 2009) Vigência
o
e na proteção da criança e do adolescente deve ser dada § 3 Crianças e adolescentes somente poderão ser
prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem encaminhados às instituições que executam programas de
na sua família natural ou extensa ou, se isso não for acolhimento institucional, governamentais ou não, por
possível, que promovam a sua integração em família meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela
adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará,
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e 2009) Vigência
capacidade de compreensão, seus pais ou responsável I - sua identificação e a qualificação completa de
devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que seus pais ou de seu responsável, se conhecidos; (Incluído
determinaram a intervenção e da forma como esta se pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - o endereço de residência dos pais ou do
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o responsável, com pontos de referência; (Incluído pela Lei nº
adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de 12.010, de 2009) Vigência
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os III - os nomes de parentes ou de terceiros
seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a interessados em tê-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº
participar nos atos e na definição da medida de promoção 12.010, de 2009) Vigência
17
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração a realização de estudos complementares ou de outras
ao convívio familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de providências indispensáveis ao ajuizamento da
2009) Vigência demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
o
§ 4 Imediatamente após o acolhimento da criança § 11. A autoridade judiciária manterá, em cada
ou do adolescente, a entidade responsável pelo programa comarca ou foro regional, um cadastro contendo
de acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano informações atualizadas sobre as crianças e adolescentes
individual de atendimento, visando à reintegração familiar, em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua
ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre
em contrário de autoridade judiciária competente, caso em a situação jurídica de cada um, bem como as providências
que também deverá contemplar sua colocação em família tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em
substituta, observadas as regras e princípios desta família substituta, em qualquer das modalidades previstas
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência no art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
o
§ 5 O plano individual será elaborado sob a 2009) Vigência
responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa § 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério
de atendimento e levará em consideração a opinião da Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência
criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e
responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe
o
§ 6 Constarão do plano individual, dentre deliberar sobre a implementação de políticas públicas que
outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência permitam reduzir o número de crianças e adolescentes
I - os resultados da avaliação afastados do convívio familiar e abreviar o período de
interdisciplinar; (Incluído pela Lei nº 12.010, de permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela
2009) Vigência Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - os compromissos assumidos pelos pais ou Art. 102. As medidas de proteção de que trata este
responsável; e (Incluído pela Lei nº 12.010, de Capítulo serão acompanhadas da regularização do
2009) Vigência registro civil. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o
com a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou assento de nascimento da criança ou adolescente será feito
responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da
seja esta vedada por expressa e fundamentada autoridade judiciária.
determinação judicial, as providências a serem tomadas § 2º Os registros e certidões necessários à
para sua colocação em família substituta, sob direta regularização de que trata este artigo são isentos de
supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta
12.010, de 2009) Vigência prioridade.
o o
§ 7 O acolhimento familiar ou institucional § 3 Caso ainda não definida a paternidade,
ocorrerá no local mais próximo à residência dos pais ou do será deflagrado procedimento específico destinado à sua
o
responsável e, como parte do processo de reintegração averiguação, conforme previsto pela Lei n 8.560, de 29 de
familiar, sempre que identificada a necessidade, a família dezembro de 1992. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de origem será incluída em programas oficiais de 2009) Vigência
o o
orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado § 4 Nas hipóteses previstas no § 3 deste artigo, é
e estimulado o contato com a criança ou com o adolescente dispensável o ajuizamento de ação de investigação de
acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência paternidade pelo Ministério Público se, após o não
o
§ 8 Verificada a possibilidade de reintegração comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a
familiar, o responsável pelo programa de acolhimento paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para
familiar ou institucional fará imediata comunicação à adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Público, § 5 Os registros e certidões necessários à inclusão,
pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual a qualquer tempo, do nome do pai no assento de
prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos,
o
§ 9 Em sendo constatada a impossibilidade de gozando de absoluta prioridade. (Incluído dada pela Lei nº
reintegração da criança ou do adolescente à família de 13.257, de 2016)
o
origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou § 6 São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação
comunitários de orientação, apoio e promoção social, será requerida do reconhecimento de paternidade no assento
enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no de nascimento e a certidão correspondente. (Incluído dada
qual conste a descrição pormenorizada das providências pela Lei nº 13.257, de 2016)
tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos Título III
técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da Da Prática de Ato Infracional
política municipal de garantia do direito à convivência Capítulo I
familiar, para a destituição do poder familiar, ou destituição Disposições Gerais
de tutela ou guarda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta
2009) Vigência descrita como crime ou contravenção penal.
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores
o prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
destituição do poder familiar, salvo se entender necessária
18
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em
considerada a idade do adolescente à data do fato. conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança gravidade da infração.
corresponderão as medidas previstas no art. 101. § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será
Capítulo II admitida a prestação de trabalho forçado.
Dos Direitos Individuais § 3º Os adolescentes portadores de doença ou
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua deficiência mental receberão tratamento individual e
liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por especializado, em local adequado às suas condições.
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos
competente. arts. 99 e 100.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à Art. 114. A imposição das medidas previstas nos
identificação dos responsáveis pela sua apreensão, incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas
devendo ser informado acerca de seus direitos. suficientes da autoria e da materialidade da infração,
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
local onde se encontra recolhido serão incontinenti Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada
comunicados à autoridade judiciária competente e à família sempre que houver prova da materialidade e indícios
do apreendido ou à pessoa por ele indicada. suficientes da autoria.
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob Seção II
pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação Da Advertência
imediata. Art. 115. A advertência consistirá em admoestação
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser verbal, que será reduzida a termo e assinada.
determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. Seção III
Parágrafo único. A decisão deverá ser Da Obrigação de Reparar o Dano
fundamentada e basear-se em indícios suficientes de Art. 116. Em se tratando de ato infracional com
autoria e materialidade, demonstrada a necessidade reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se
imperiosa da medida. for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o
será submetido a identificação compulsória pelos órgãos prejuízo da vítima.
policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de Parágrafo único. Havendo manifesta
confrontação, havendo dúvida fundada. impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra
Capítulo III adequada.
Das Garantias Processuais Seção IV
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua Da Prestação de Serviços à Comunidade
liberdade sem o devido processo legal. Art. 117. A prestação de serviços comunitários
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse
outras, as seguintes garantias: geral, por período não excedente a seis meses, junto a
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros
ato infracional, mediante citação ou meio equivalente; estabelecimentos congêneres, bem como em programas
II - igualdade na relação processual, podendo comunitários ou governamentais.
confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas
as provas necessárias à sua defesa; conforme as aptidões do adolescente, devendo ser
III - defesa técnica por advogado; cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais,
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de
necessitados, na forma da lei; modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela normal de trabalho.
autoridade competente; Seção V
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou Da Liberdade Assistida
responsável em qualquer fase do procedimento. Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre
Capítulo IV que se afigurar a medida mais adequada para o fim de
Das Medidas Sócio-Educativas acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
Seção I § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
Disposições Gerais acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a entidade ou programa de atendimento.
autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo
seguintes medidas: mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser
I - advertência; prorrogada, revogada ou substituída por outra medida,
II - obrigação de reparar o dano; ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
III - prestação de serviços à comunidade; Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a
IV - liberdade assistida; supervisão da autoridade competente, a realização dos
V - inserção em regime de semi-liberdade; seguintes encargos, entre outros:
VI - internação em estabelecimento educacional; I - promover socialmente o adolescente e sua
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se
19
necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação
assistência social; por critérios de idade, compleição física e gravidade da
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento infração.
escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua Parágrafo único. Durante o período de internação,
matrícula; inclusive provisória, serão obrigatórias atividades
III - diligenciar no sentido da profissionalização do pedagógicas.
adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho; Art. 124. São direitos do adolescente privado de
IV - apresentar relatório do caso. liberdade, entre outros, os seguintes:
Seção VI I - entrevistar-se pessoalmente com o
Do Regime de Semi-liberdade representante do Ministério Público;
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
determinado desde o início, ou como forma de transição III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades IV - ser informado de sua situação processual,
externas, independentemente de autorização judicial. sempre que solicitada;
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a V - ser tratado com respeito e dignidade;
profissionalização, devendo, sempre que possível, ser VI - permanecer internado na mesma localidade ou
utilizados os recursos existentes na comunidade. naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou
§ 2º A medida não comporta prazo determinado responsável;
aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
internação. VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
Seção VII IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e
Da Internação asseio pessoal;
Art. 121. A internação constitui medida privativa da X - habitar alojamento em condições adequadas de
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, higiene e salubridade;
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa XI - receber escolarização e profissionalização;
em desenvolvimento. XII - realizar atividades culturais, esportivas e de
§ 1º Será permitida a realização de atividades lazer:
externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
expressa determinação judicial em contrário. XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, crença, e desde que assim o deseje;
devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão XV - manter a posse de seus objetos pessoais e
fundamentada, no máximo a cada seis meses. dispor de local seguro para guardá-los, recebendo
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de comprovante daqueles porventura depositados em poder
internação excederá a três anos. da entidade;
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo XVI - receber, quando de sua desinternação, os
anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida. § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um § 2º A autoridade judiciária poderá suspender
anos de idade. temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável,
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será se existirem motivos sérios e fundados de sua
precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério prejudicialidade aos interesses do adolescente.
Público. Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade
o
§ 7 A determinação judicial mencionada no § física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas
o
1 poderá ser revista a qualquer tempo pela autoridade adequadas de contenção e segurança.
judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Capítulo V
Art. 122. A medida de internação só poderá ser Da Remissão
aplicada quando: Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante para apuração de ato infracional, o representante do
grave ameaça ou violência a pessoa; Ministério Público poderá conceder a remissão, como
II - por reiteração no cometimento de outras forma de exclusão do processo, atendendo às
infrações graves; circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto social,
III - por descumprimento reiterado e injustificável bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou
da medida anteriormente imposta. menor participação no ato infracional.
o
§ 1 O prazo de internação na hipótese do inciso III Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a
deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, concessão da remissão pela autoridade judiciária importará
devendo ser decretada judicialmente após o devido na suspensão ou extinção do processo.
processo legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de Art. 127. A remissão não implica necessariamente o
2012) (Vide) reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir
internação, havendo outra medida adequada. eventualmente a aplicação de qualquer das medidas
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-
entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto liberdade e a internação.
20
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros,
poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, aos quais é assegurado o direito a: (Redação dada pela Lei
mediante pedido expresso do adolescente ou de seu nº 12.696, de 2012)
representante legal, ou do Ministério Público. I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº
Título IV 12.696, de 2012)
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou de 1/3 (um terço) do valor da remuneração
responsável: mensal; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº
ou comunitários de proteção, apoio e promoção da 12.696, de 2012)
família; (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de 12.696, de 2012)
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº
toxicômanos; 12.696, de 2012)
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou Parágrafo único. Constará da lei orçamentária
psiquiátrico; municipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos
IV - encaminhamento a cursos ou programas de necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à
orientação; remuneração e formação continuada dos conselheiros
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar; Art. 135. O exercício efetivo da função de
VI - obrigação de encaminhar a criança ou conselheiro constituirá serviço público relevante e
adolescente a tratamento especializado; estabelecerá presunção de idoneidade moral. (Redação
VII - advertência; dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
VIII - perda da guarda; Capítulo II
IX - destituição da tutela; Das Atribuições do Conselho
X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
familiar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses
2009) Vigência previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas
Parágrafo único. Na aplicação das medidas no art. 101, I a VII;
previstas nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o II - atender e aconselhar os pais ou responsável,
disposto nos arts. 23 e 24. aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, III - promover a execução de suas decisões,
opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou podendo para tanto:
responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde,
como medida cautelar, o afastamento do agressor da educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;
moradia comum. b) representar junto à autoridade judiciária nos
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, casos de descumprimento injustificado de suas
ainda, a fixação provisória dos alimentos de que necessitem deliberações.
a criança ou o adolescente dependentes do IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de
agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de 2011) fato que constitua infração administrativa ou penal contra
Título V os direitos da criança ou adolescente;
Do Conselho Tutelar V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de
Capítulo I sua competência;
Disposições Gerais VI - providenciar a medida estabelecida pela
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a
autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade VI, para o adolescente autor de ato infracional;
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do VII - expedir notificações;
adolescente, definidos nesta Lei. VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito
Art. 132. Em cada Município e em cada Região de criança ou adolescente quando necessário;
Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 IX - assessorar o Poder Executivo local na
(um) Conselho Tutelar como órgão integrante da elaboração da proposta orçamentária para planos e
administração pública local, composto de 5 (cinco) programas de atendimento dos direitos da criança e do
membros, escolhidos pela população local para mandato de adolescente;
4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos X - representar, em nome da pessoa e da família,
de escolha. (Redação dada pela Lei nº 13.824, de 2019) contra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º,
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho inciso II, da Constituição Federal ;
Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos: XI - representar ao Ministério Público para efeito
I - reconhecida idoneidade moral; das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após
II - idade superior a vinte e um anos; esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou
III - residir no município. do adolescente junto à família natural. (Redação dada pela
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
local, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar,
21
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos § 2º As ações judiciais da competência da Justiça da
grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento Infância e da Juventude são isentas de custas e
para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão
2014) representados e os maiores de dezesseis e menores de
Parágrafo único. Se, no exercício de suas vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou
atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o curadores, na forma da legislação civil ou processual.
afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti Parágrafo único. A autoridade judiciária dará
o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações curador especial à criança ou adolescente, sempre que os
sobre os motivos de tal entendimento e as providências interesses destes colidirem com os de seus pais ou
tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da responsável, ou quando carecer de representação ou
família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência assistência legal ainda que eventual.
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais,
poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de policiais e administrativos que digam respeito a crianças e
quem tenha legítimo interesse. adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.
Capítulo III Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato
Da Competência não poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de se fotografia, referência a nome, apelido, filiação,
competência constante do art. 147. parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e
Capítulo IV sobrenome. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de
Da Escolha dos Conselheiros 12.11.2003)
Art. 139. O processo para a escolha dos membros Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a
do Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e que se refere o artigo anterior somente será deferida pela
realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal autoridade judiciária competente, se demonstrado o
dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do interesse e justificada a finalidade.
Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 8.242, de Capítulo II
12.10.1991) Da Justiça da Infância e da Juventude
o
§ 1 O processo de escolha dos membros do Seção I
Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o Disposições Gerais
território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão
domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da criar varas especializadas e exclusivas da infância e da
eleição presidencial. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua
o
§ 2 A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de
dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em
escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) plantões.
o
§ 3 No processo de escolha dos membros do Seção II
Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, Do Juiz
prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o
de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa
valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) função, na forma da lei de organização judiciária local.
Capítulo V Art. 147. A competência será determinada:
Dos Impedimentos I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo II - pelo lugar onde se encontre a criança ou
Conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes, adolescente, à falta dos pais ou responsável.
sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente
cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado. a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do regras de conexão, continência e prevenção.
conselheiro, na forma deste artigo, em relação à autoridade § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à
judiciária e ao representante do Ministério Público com autoridade competente da residência dos pais ou
atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que
na comarca, foro regional ou distrital. abrigar a criança ou adolescente.
Título VI § 3º Em caso de infração cometida através de
Do Acesso à Justiça transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja
Capítulo I mais de uma comarca, será competente, para aplicação da
Disposições Gerais penalidade, a autoridade judiciária do local da sede
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia
adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e para todas as transmissoras ou retransmissoras do
ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos. respectivo estado.
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é
aos que dela necessitarem, através de defensor público ou competente para:
advogado nomeado.

22
I - conhecer de representações promovidas pelo b) as peculiaridades locais;
Ministério Público, para apuração de ato infracional c) a existência de instalações adequadas;
atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis; d) o tipo de freqüência habitual ao local;
II - conceder a remissão, como forma de suspensão e) a adequação do ambiente a eventual
ou extinção do processo; participação ou freqüência de crianças e adolescentes;
III - conhecer de pedidos de adoção e seus f) a natureza do espetáculo.
incidentes; § 2º As medidas adotadas na conformidade deste
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as
individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao determinações de caráter geral.
adolescente, observado o disposto no art. 209; Seção III
V - conhecer de ações decorrentes de Dos Serviços Auxiliares
irregularidades em entidades de atendimento, aplicando as Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de
medidas cabíveis; sua proposta orçamentária, prever recursos para
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos manutenção de equipe interprofissional, destinada a
de infrações contra norma de proteção à criança ou assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.
adolescente; Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre
VII - conhecer de casos encaminhados pelo outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação
Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis. local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver
adolescente nas hipóteses do art. 98, é também trabalhos de aconselhamento, orientação,
competente a Justiça da Infância e da Juventude para o fim encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata
de: subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela; manifestação do ponto de vista técnico.
b) conhecer de ações de destituição do pátrio Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de
poder poder familiar , perda ou modificação da tutela ou servidores públicos integrantes do Poder Judiciário
guarda; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de responsáveis pela realização dos estudos psicossociais ou
2009) Vigência de quaisquer outras espécies de avaliações técnicas
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o exigidas por esta Lei ou por determinação judicial, a
casamento; autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de
d) conhecer de pedidos baseados em discordância perito, nos termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de
paterna ou materna, em relação ao exercício do pátrio março de 2015 (Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei
poder poder familiar ; (Expressão substituída pela Lei nº nº 13.509, de 2017)
12.010, de 2009) Vigência Capítulo III
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, Dos Procedimentos
quando faltarem os pais; Seção I
f) designar curador especial em casos de Disposições Gerais
apresentação de queixa ou representação, ou de outros Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei
procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja aplicam-se subsidiariamente as normas gerais previstas na
interesses de criança ou adolescente; legislação processual pertinente.
g) conhecer de ações de alimentos; § 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade,
h) determinar o cancelamento, a retificação e o prioridade absoluta na tramitação dos processos e
suprimento dos registros de nascimento e óbito. procedimentos previstos nesta Lei, assim como na
Art. 149. Compete à autoridade judiciária execução dos atos e diligências judiciais a eles
disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
alvará: § 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis
I - a entrada e permanência de criança ou aos seus procedimentos são contados em dias corridos,
adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento,
em: vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o
a) estádio, ginásio e campo desportivo; Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
b) bailes ou promoções dançantes; Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não
c) boate ou congêneres; corresponder a procedimento previsto nesta ou em outra
d) casa que explore comercialmente diversões lei, a autoridade judiciária poderá investigar os fatos e
eletrônicas; ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido o
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e Ministério Público.
televisão. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
II - a participação de criança e adolescente em: aplica para o fim de afastamento da criança ou do
a) espetáculos públicos e seus ensaios; adolescente de sua família de origem e em outros
b) certames de beleza. procedimentos necessariamente contenciosos. (Incluído
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
autoridade judiciária levará em conta, dentre outros Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
fatores: Seção II
a) os princípios desta Lei;
23
Da Perda e da Suspensão do Pátrio Poder Poder Familiar sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de
Art. 155. O procedimento para a perda ou a resposta, contando-se o prazo a partir da intimação do
suspensão do pátrio poder poder familiar terá início por despacho de nomeação.
provocação do Ministério Público ou de quem tenha Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado
legítimo interesse. (Expressão substituída pela Lei nº de liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no
12.010, de 2009) Vigência momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja
Art. 156. A petição inicial indicará: nomeado defensor. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
I - a autoridade judiciária a que for dirigida; Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência requisitará de qualquer repartição ou órgão público a
do requerente e do requerido, dispensada a qualificação apresentação de documento que interesse à causa, de
em se tratando de pedido formulado por representante do ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério
Ministério Público; Público.
III - a exposição sumária do fato e o pedido; Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, sido concluído o estudo social ou a perícia realizada por
desde logo, o rol de testemunhas e documentos. equipe interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar (cinco) dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá
a suspensão do pátrio poder poder familiar , liminar ou em igual prazo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, § 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a
ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, requerimento das partes ou do Ministério Público,
mediante termo de responsabilidade. (Expressão determinará a oitiva de testemunhas que comprovem a
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência presença de uma das causas de suspensão ou destituição
o
§ 1 Recebida a petição inicial, a autoridade do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei
o
judiciária determinará, concomitantemente ao despacho de n 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , ou no
citação e independentemente de requerimento do art. 24 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
interessado, a realização de estudo social ou perícia por 2017)
o
equipe interprofissional ou multidisciplinar para comprovar § 2 (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509,
a presença de uma das causas de suspensão ou destituição de 2017)
o
do poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. 101 § 3 Se o pedido importar em modificação de
o
desta Lei, e observada a Lei n 13.431, de 4 de abril de guarda, será obrigatória, desde que possível e razoável, a
2017 . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) oitiva da criança ou adolescente, respeitado seu estágio de
o
§ 2 Em sendo os pais oriundos de comunidades desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
indígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe implicações da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
o
interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1 deste 2009) Vigência
artigo, de representantes do órgão federal responsável pela § 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles
o
política indigenista, observado o disposto no § 6 do art. 28 forem identificados e estiverem em local conhecido,
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) ressalvados os casos de não comparecimento perante a
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de Justiça quando devidamente citados. (Redação dada pela
dez dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a Lei nº 13.509, de 2017)
o
serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de § 5 Se o pai ou a mãe estiverem privados de
testemunhas e documentos. liberdade, a autoridade judicial requisitará sua
o
§ 1 A citação será pessoal, salvo se esgotados apresentação para a oitiva. (Incluído pela Lei nº 12.962, de
todos os meios para sua realização. (Incluído pela Lei nº 2014)
12.962, de 2014) Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade
o
§ 2 O requerido privado de liberdade deverá ser judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por
citado pessoalmente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) cinco dias, salvo quando este for o requerente, designando,
o
§ 3 Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça desde logo, audiência de instrução e julgamento.
houver procurado o citando em seu domicílio ou residência § 1º (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509,
sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, de 2017)
o
informar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, § 2 Na audiência, presentes as partes e o
qualquer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar Ministério Público, serão ouvidas as testemunhas,
a citação, na hora que designar, nos termos do art. 252 e colhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo quando
o
seguintes da Lei n 13.105, de 16 de março de 2015 (Código apresentado por escrito, manifestando-se sucessivamente
de Processo Civil) . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) o requerente, o requerido e o Ministério Público, pelo
o
§ 4 Na hipótese de os genitores encontrarem-se tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por mais
em local incerto ou não sabido, serão citados por edital no 10 (dez) minutos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado o 2017)
o
envio de ofícios para a localização. (Incluído pela Lei nº § 3 A decisão será proferida na audiência,
13.509, de 2017) podendo a autoridade judiciária, excepcionalmente,
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de designar data para sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco)
constituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
24
o
§ 4 Quando o procedimento de destituição de sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído pela Lei nº
poder familiar for iniciado pelo Ministério Público, não 12.010, de 2009) Vigência
o
haverá necessidade de nomeação de curador especial em § 3 São garantidos a livre manifestação de vontade
favor da criança ou adolescente. (Incluído pela Lei nº dos detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das
13.509, de 2017) informações. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
o
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do § 4 O consentimento prestado por escrito não terá
procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao validade se não for ratificado na audiência a que se refere o
o
juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção do § 1 deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
poder familiar, dirigir esforços para preparar a criança ou o 2017)
o
adolescente com vistas à colocação em família § 5 O consentimento é retratável até a data da
o
substituta. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) realização da audiência especificada no § 1 deste artigo, e
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda os pais podem exercer o arrependimento no prazo de 10
ou a suspensão do poder familiar será averbada à margem (dez) dias, contado da data de prolação da sentença de
do registro de nascimento da criança ou do extinção do poder familiar. (Redação dada pela Lei nº
adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 13.509, de 2017)
o
Seção III § 6 O consentimento somente terá valor se for
Da Destituição da Tutela dado após o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o 12.010, de 2009) Vigência
o
procedimento para a remoção de tutor previsto na lei § 7 A família natural e a família substituta
processual civil e, no que couber, o disposto na seção receberão a devida orientação por intermédio de equipe
anterior. técnica interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Seção IV Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
Da Colocação em Família Substituta responsáveis pela execução da política municipal de
Art. 165. São requisitos para a concessão de garantia do direito à convivência familiar. (Redação dada
pedidos de colocação em família substituta: pela Lei nº 13.509, de 2017)
I - qualificação completa do requerente e de seu Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a
eventual cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência requerimento das partes ou do Ministério Público,
deste; determinará a realização de estudo social ou, se possível,
II - indicação de eventual parentesco do requerente perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a
e de seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou concessão de guarda provisória, bem como, no caso de
adolescente, especificando se tem ou não parente vivo; adoção, sobre o estágio de convivência.
III - qualificação completa da criança ou Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda
adolescente e de seus pais, se conhecidos; provisória ou do estágio de convivência, a criança ou o
IV - indicação do cartório onde foi inscrito adolescente será entregue ao interessado, mediante termo
nascimento, anexando, se possível, uma cópia da respectiva de responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
certidão; 2009) Vigência
V - declaração sobre a existência de bens, direitos Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo
ou rendimentos relativos à criança ou ao adolescente. pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou o
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público,
observar-se-ão também os requisitos específicos. pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade judiciária
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido em igual prazo.
destituídos ou suspensos do poder familiar, ou houverem Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da
aderido expressamente ao pedido de colocação em família tutela, a perda ou a suspensão do pátrio poder poder
substituta, este poderá ser formulado diretamente em familiar constituir pressuposto lógico da medida principal
cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, de colocação em família substituta, será observado o
dispensada a assistência de advogado. (Redação dada pela procedimento contraditório previsto nas Seções II e III
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência deste Capítulo. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
o
§ 1 Na hipótese de concordância dos pais, o de 2009) Vigência
juiz: (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) Parágrafo único. A perda ou a modificação da
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as guarda poderá ser decretada nos mesmos autos do
partes, devidamente assistidas por advogado ou por procedimento, observado o disposto no art. 35.
defensor público, para verificar sua concordância com a Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-
adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data se-á o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no
do protocolo da petição ou da entrega da criança em juízo, art. 47.
tomando por termo as declarações; e (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. A colocação de criança ou
13.509, de 2017) adolescente sob a guarda de pessoa inscrita em programa
II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído de acolhimento familiar será comunicada pela autoridade
pela Lei nº 13.509, de 2017) judiciária à entidade por este responsável no prazo máximo
o
§ 2 O consentimento dos titulares do poder de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
familiar será precedido de orientações e esclarecimentos 2009) Vigência
prestados pela equipe interprofissional da Justiça da Seção V
Infância e da Juventude, em especial, no caso de adoção, Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente
25
Art. 171. O adolescente apreendido por força de impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob
ordem judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade pena de responsabilidade.
judiciária. Art. 179. Apresentado o adolescente, o
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de representante do Ministério Público, no mesmo dia e à
ato infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou
policial competente. relatório policial, devidamente autuados pelo cartório
Parágrafo único. Havendo repartição policial judicial e com informação sobre os antecedentes do
especializada para atendimento de adolescente e em se adolescente, procederá imediata e informalmente à sua
tratando de ato infracional praticado em co-autoria com oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou responsável,
maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada, vítima e testemunhas.
que, após as providências necessárias e conforme o caso, Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o
encaminhará o adulto à repartição policial própria. representante do Ministério Público notificará os pais ou
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional responsável para apresentação do adolescente, podendo
cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a requisitar o concurso das polícias civil e militar.
autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, Art. 180. Adotadas as providências a que alude o
parágrafo único, e 107, deverá: artigo anterior, o representante do Ministério Público
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as poderá:
testemunhas e o adolescente; I - promover o arquivamento dos autos;
II - apreender o produto e os instrumentos da II - conceder a remissão;
infração; III - representar à autoridade judiciária para
III - requisitar os exames ou perícias necessários à aplicação de medida sócio-educativa.
comprovação da materialidade e autoria da infração. Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, concedida a remissão pelo representante do Ministério
a lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de Público, mediante termo fundamentado, que conterá o
ocorrência circunstanciada. resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou judiciária para homologação.
responsável, o adolescente será prontamente liberado pela § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a
autoridade policial, sob termo de compromisso e autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o
responsabilidade de sua apresentação ao representante do cumprimento da medida.
Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará
primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça,
do ato infracional e sua repercussão social, deva o mediante despacho fundamentado, e este oferecerá
adolescente permanecer sob internação para garantia de representação, designará outro membro do Ministério
sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública. Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade a remissão, que só então estará a autoridade judiciária
policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao obrigada a homologar.
representante do Ministério Público, juntamente com cópia Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante
do auto de apreensão ou boletim de ocorrência. do Ministério Público não promover o arquivamento ou
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade
autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade judiciária, propondo a instauração de procedimento para
de atendimento, que fará a apresentação ao representante aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais
do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas. adequada.
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de § 1º A representação será oferecida por petição,
atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade que conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do
policial. À falta de repartição policial especializada, o ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas,
adolescente aguardará a apresentação em dependência podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária
separada da destinada a maiores, não podendo, em instalada pela autoridade judiciária.
qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo § 2º A representação independe de prova pré-
anterior. constituída da autoria e materialidade.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a
autoridade policial encaminhará imediatamente ao conclusão do procedimento, estando o adolescente
representante do Ministério Público cópia do auto de internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
apreensão ou boletim de ocorrência. Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, judiciária designará audiência de apresentação do
houver indícios de participação de adolescente na prática adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou
de ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao manutenção da internação, observado o disposto no art.
representante do Ministério Público relatório das 108 e parágrafo.
investigações e demais documentos. § 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria cientificados do teor da representação, e notificados a
de ato infracional não poderá ser conduzido ou comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
transportado em compartimento fechado de veículo
policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que
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§ 2º Se os pais ou responsável não forem Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando
localizados, a autoridade judiciária dará curador especial ao o adolescente internado, será imediatamente colocado em
adolescente. liberdade.
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a Art. 190. A intimação da sentença que aplicar
autoridade judiciária expedirá mandado de busca e medida de internação ou regime de semi-liberdade será
apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a feita:
efetiva apresentação. I - ao adolescente e ao seu defensor;
§ 4º Estando o adolescente internado, será II - quando não for encontrado o adolescente, a
requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da notificação seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor.
dos pais ou responsável. § 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela far-se-á unicamente na pessoa do defensor.
autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em § 2º Recaindo a intimação na pessoa do
estabelecimento prisional. adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as recorrer da sentença.
características definidas no art. 123, o adolescente deverá Seção V-A
ser imediatamente transferido para a localidade mais (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
próxima. Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o Crimes contra a Dignidade Sexual de Criança e de
adolescente aguardará sua remoção em repartição policial, Adolescente”
desde que em seção isolada dos adultos e com instalações Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na
apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de internet com o fim de investigar os crimes previstos
cinco dias, sob pena de responsabilidade. nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D desta
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do
ou responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional Penal) , obedecerá às seguintes regras: (Incluído pela Lei nº
qualificado. 13.441, de 2017)
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a I – será precedida de autorização judicial
remissão, ouvirá o representante do Ministério Público, devidamente circunstanciada e fundamentada, que
proferindo decisão. estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de prova, ouvido o Ministério Público; (Incluído pela Lei nº
medida de internação ou colocação em regime de semi- 13.441, de 2017)
liberdade, a autoridade judiciária, verificando que o II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério
adolescente não possui advogado constituído, nomeará Público ou representação de delegado de polícia e conterá
defensor, designando, desde logo, audiência em a demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas
continuação, podendo determinar a realização de dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas
diligências e estudo do caso. investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou
§ 3º O advogado constituído ou o defensor cadastrais que permitam a identificação dessas
nomeado, no prazo de três dias contado da audiência de pessoas; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa)
testemunhas. dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja
testemunhas arroladas na representação e na defesa demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da
prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da autoridade judicial. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
equipe interprofissional, será dada a palavra ao § 1 º A autoridade judicial e o Ministério Público
representante do Ministério Público e ao defensor, poderão requisitar relatórios parciais da operação de
sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada infiltração antes do término do prazo de que trata o inciso II
um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade do § 1 º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
judiciária, que em seguida proferirá decisão. § 2 º Para efeitos do disposto no inciso I do §
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, 1 º deste artigo, consideram-se: (Incluído pela Lei nº
não comparecer, injustificadamente à audiência de 13.441, de 2017)
apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, I – dados de conexão: informações referentes a
determinando sua condução coercitiva. hora, data, início, término, duração, endereço de Protocolo
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da
suspensão do processo, poderá ser aplicada em qualquer conexão; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
fase do procedimento, antes da sentença. II – dados cadastrais: informações referentes a
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará nome e endereço de assinante ou de usuário registrado ou
qualquer medida, desde que reconheça na sentença: autenticado para a conexão a quem endereço de IP,
I - estar provada a inexistência do fato; identificação de usuário ou código de acesso tenha sido
II - não haver prova da existência do fato; atribuído no momento da conexão.
III - não constituir o fato ato infracional; § 3 º A infiltração de agentes de polícia na internet
IV - não existir prova de ter o adolescente não será admitida se a prova puder ser obtida por outros
concorrido para o ato infracional. meios. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
27
Art. 190-B. As informações da operação de § 2º Em se tratando de afastamento provisório ou
infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz definitivo de dirigente de entidade governamental, a
responsável pela autorização da medida, que zelará por seu autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa
sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o a substituição.
acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério § 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a
Público e ao delegado de polícia responsável pela operação, autoridade judiciária poderá fixar prazo para a remoção das
com o objetivo de garantir o sigilo das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o
investigações. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) processo será extinto, sem julgamento de mérito.
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a § 4º A multa e a advertência serão impostas ao
sua identidade para, por meio da internet, colher indícios dirigente da entidade ou programa de atendimento.
de autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. Seção VII
240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de
nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei Proteção à Criança e ao Adolescente
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Art. 194. O procedimento para imposição de
Penal) . (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) penalidade administrativa por infração às normas de
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que proteção à criança e ao adolescente terá início por
deixar de observar a estrita finalidade da investigação representação do Ministério Público, ou do Conselho
responderá pelos excessos praticados. (Incluído pela Lei nº Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor efetivo
13.441, de 2017) ou voluntário credenciado, e assinado por duas
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público testemunhas, se possível.
poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante § 1º No procedimento iniciado com o auto de
procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, infração, poderão ser usadas fórmulas impressas,
as informações necessárias à efetividade da identidade especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
fictícia criada. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) § 2º Sempre que possível, à verificação da infração
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em caso
trata esta Seção será numerado e tombado em livro contrário, dos motivos do retardamento.
específico. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos apresentação de defesa, contado da data da intimação, que
eletrônicos praticados durante a operação deverão ser será feita:
registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for
e ao Ministério Público, juntamente com relatório lavrado na presença do requerido;
circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados habilitado, que entregará cópia do auto ou da
citados no caput deste artigo serão reunidos em autos representação ao requerido, ou a seu representante legal,
apartados e apensados ao processo criminal juntamente lavrando certidão;
com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da III - por via postal, com aviso de recebimento, se
identidade do agente policial infiltrado e a intimidade das não for encontrado o requerido ou seu representante legal;
crianças e dos adolescentes envolvidos. (Incluído pela Lei nº IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto
13.441, de 2017) ou não sabido o paradeiro do requerido ou de seu
Seção VI representante legal.
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo
Atendimento legal, a autoridade judiciária dará vista dos autos do
Art. 191. O procedimento de apuração de Ministério Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
irregularidades em entidade governamental e não- Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade
governamental terá início mediante portaria da autoridade judiciária procederá na conformidade do artigo anterior,
judiciária ou representação do Ministério Público ou do ou, sendo necessário, designará audiência de instrução e
Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, resumo julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dos fatos. Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a se-ão sucessivamente o Ministério Público e o procurador
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar do requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um,
liminarmente o afastamento provisório do dirigente da prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária,
entidade, mediante decisão fundamentada. que em seguida proferirá sentença.
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, Seção VIII
no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
juntar documentos e indicar as provas a produzir. Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados
necessário, a autoridade judiciária designará audiência de no Brasil, apresentarão petição inicial na qual
instrução e julgamento, intimando as partes. conste: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº
Ministério Público terão cinco dias para oferecer alegações 12.010, de 2009) Vigência
finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
28
o
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 3 É recomendável que as crianças e os
2009) Vigência adolescentes acolhidos institucionalmente ou por família
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento acolhedora sejam preparados por equipe interprofissional
ou casamento, ou declaração relativa ao período de união antes da inclusão em família adotiva. (Incluído pela Lei nº
estável; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 13.509, de 2017)
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da
Cadastro de Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de participação no programa referido no art. 197-C desta Lei, a
2009) Vigência autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito)
V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído horas, decidirá acerca das diligências requeridas pelo
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Ministério Público e determinará a juntada do estudo
VI - atestados de sanidade física e mental (Incluído psicossocial, designando, conforme o caso, audiência de
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. Caso não sejam requeridas
VIII - certidão negativa de distribuição diligências, ou sendo essas indeferidas, a autoridade
cível. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência judiciária determinará a juntada do estudo psicossocial,
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 abrindo a seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5
(quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº
Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a
equipe interprofissional encarregada de elaborar o estudo sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem
técnico a que se refere o art. 197-C desta Lei; (Incluído pela cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência crianças ou adolescentes adotáveis. (Incluído pela Lei nº
II - requerer a designação de audiência para oitiva 12.010, de 2009) Vigência
o
dos postulantes em juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei § 1 A ordem cronológica das habilitações somente
nº 12.010, de 2009) Vigência poderá deixar de ser observada pela autoridade judiciária
III - requerer a juntada de documentos nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando
complementares e a realização de outras diligências que comprovado ser essa a melhor solução no interesse do
entender necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o
2009) Vigência § 2 A habilitação à adoção deverá ser renovada no
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da interprofissional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que 2017)
o
conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o § 3 Quando o adotante candidatar-se a uma nova
preparo dos postulantes para o exercício de uma adoção, será dispensável a renovação da habilitação,
paternidade ou maternidade responsável, à luz dos bastando a avaliação por equipe interprofissional. (Incluído
requisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 13.509, de 2017)
o
12.010, de 2009) Vigência § 4 Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo
o
§ 1 É obrigatória a participação dos postulantes habilitado, à adoção de crianças ou adolescentes indicados
em programa oferecido pela Justiça da Infância e da dentro do perfil escolhido, haverá reavaliação da
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos habilitação concedida. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
responsáveis pela execução da política municipal de 2017)
o
garantia do direito à convivência familiar e dos grupos de § 5 A desistência do pretendente em relação à
apoio à adoção devidamente habilitados perante a Justiça guarda para fins de adoção ou a devolução da criança ou do
da Infância e da Juventude, que inclua preparação adolescente depois do trânsito em julgado da sentença de
psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de adoção importará na sua exclusão dos cadastros de adoção
crianças ou de adolescentes com deficiência, com doenças e na vedação de renovação da habilitação, salvo decisão
crônicas ou com necessidades específicas de saúde, e de judicial fundamentada, sem prejuízo das demais sanções
grupos de irmãos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de previstas na legislação vigente. (Incluído pela Lei nº 13.509,
2017) de 2017)
o
§ 2 Sempre que possível e recomendável, a etapa Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da
o
obrigatória da preparação referida no § 1 deste artigo habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias,
incluirá o contato com crianças e adolescentes em regime prorrogável por igual período, mediante decisão
de acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da 13.509, de 2017)
Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à Capítulo IV
adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo Dos Recursos
programa de acolhimento familiar e institucional e pela Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da
execução da política municipal de garantia do direito à Infância e da Juventude, inclusive os relativos à execução
convivência familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema
o
2017) recursal da Lei n 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código
29
de Processo Civil) , com as seguintes adaptações: (Redação Art. 200. As funções do Ministério Público previstas
dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) nesta Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei
I - os recursos serão interpostos orgânica.
independentemente de preparo; Art. 201. Compete ao Ministério Público:
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de I - conceder a remissão como forma de exclusão do
declaração, o prazo para o Ministério Público e para a processo;
defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei II - promover e acompanhar os procedimentos
nº 12.594, de 2012) (Vide) relativos às infrações atribuídas a adolescentes;
III - os recursos terão preferência de julgamento e III - promover e acompanhar as ações de alimentos
dispensarão revisor; e os procedimentos de suspensão e destituição do pátrio
IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência poder poder familiar , nomeação e remoção de tutores,
V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os
VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência demais procedimentos da competência da Justiça da
VII - antes de determinar a remessa dos autos à Infância e da Juventude; (Expressão substituída pela Lei nº
superior instância, no caso de apelação, ou do instrumento, 12.010, de 2009) Vigência
no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá IV - promover, de ofício ou por solicitação dos
despacho fundamentado, mantendo ou reformando a interessados, a especialização e a inscrição de hipoteca
decisão, no prazo de cinco dias; legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o quaisquer administradores de bens de crianças e
escrivão remeterá os autos ou o instrumento à superior adolescentes nas hipóteses do art. 98;
instância dentro de vinte e quatro horas, V - promover o inquérito civil e a ação civil pública
independentemente de novo pedido do recorrente; se a para a proteção dos interesses individuais, difusos ou
reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os
expresso da parte interessada ou do Ministério Público, no definidos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal ;
prazo de cinco dias, contados da intimação. VI - instaurar procedimentos administrativos e, para
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no instruí-los:
art. 149 caberá recurso de apelação. a) expedir notificações para colher depoimentos ou
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz esclarecimentos e, em caso de não comparecimento
efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que será injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela
recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se polícia civil ou militar;
tratar de adoção internacional ou se houver perigo de dano b) requisitar informações, exames, perícias e
irreparável ou de difícil reparação ao adotando. (Incluído documentos de autoridades municipais, estaduais e
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência federais, da administração direta ou indireta, bem como
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou promover inspeções e diligências investigatórias;
qualquer dos genitores do poder familiar fica sujeita a c) requisitar informações e documentos a
apelação, que deverá ser recebida apenas no efeito particulares e instituições privadas;
devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de investigatórias e determinar a instauração de inquérito
adoção e de destituição de poder familiar, em face da policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de
relevância das questões, serão processados com prioridade proteção à infância e à juventude;
absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos, ficando VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e
vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna garantias legais assegurados às crianças e adolescentes,
distribuição, e serão colocados em mesa para julgamento promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
sem revisão e com parecer urgente do Ministério IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e
Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência habeas corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis
mesa para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) afetos à criança e ao adolescente;
dias, contado da sua conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010, X - representar ao juízo visando à aplicação de
de 2009) Vigência penalidade por infrações cometidas contra as normas de
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da
da data do julgamento e poderá na sessão, se entender promoção da responsabilidade civil e penal do infrator,
necessário, apresentar oralmente seu parecer. (Incluído quando cabível;
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência XI - inspecionar as entidades públicas e particulares
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a de atendimento e os programas de que trata esta Lei,
instauração de procedimento para apuração de adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais
responsabilidades se constatar o descumprimento das necessárias à remoção de irregularidades porventura
providências e do prazo previstos nos artigos verificadas;
anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência XII - requisitar força policial, bem como a
Capítulo V colaboração dos serviços médicos, hospitalares,
Do Ministério Público educacionais e de assistência social, públicos ou privados,
para o desempenho de suas atribuições.

30
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal
ações cíveis previstas neste artigo não impede a de com a presença da autoridade judiciária.
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Capítulo VII
Constituição e esta Lei. Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não Coletivos
excluem outras, desde que compatíveis com a finalidade do Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as
Ministério Público. ações de responsabilidade por ofensa aos direitos
§ 3º O representante do Ministério Público, no assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não
exercício de suas funções, terá livre acesso a todo local oferecimento ou oferta irregular:
onde se encontre criança ou adolescente. I - do ensino obrigatório;
§ 4º O representante do Ministério Público será II - de atendimento educacional especializado aos
responsável pelo uso indevido das informações e portadores de deficiência;
documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo. III – de atendimento em creche e pré-escola às
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o crianças de zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela
inciso VIII deste artigo, poderá o representante do Lei nº 13.306, de 2016)
Ministério Público: IV - de ensino noturno regular, adequado às
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, condições do educando;
instaurando o competente procedimento, sob sua V - de programas suplementares de oferta de
presidência; material didático-escolar, transporte e assistência à saúde
b) entender-se diretamente com a pessoa ou do educando do ensino fundamental;
autoridade reclamada, em dia, local e horário previamente VI - de serviço de assistência social visando à
notificados ou acertados; proteção à família, à maternidade, à infância e à
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos adolescência, bem como ao amparo às crianças e
serviços públicos e de relevância pública afetos à criança e adolescentes que dele necessitem;
ao adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
adequação. VIII - de escolarização e profissionalização dos
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que adolescentes privados de liberdade.
não for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público IX - de ações, serviços e programas de orientação,
na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, apoio e promoção social de famílias e destinados ao pleno
hipótese em que terá vista dos autos depois das partes, exercício do direito à convivência familiar por crianças e
podendo juntar documentos e requerer diligências, usando adolescentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
os recursos cabíveis. 2009) Vigência
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em X - de programas de atendimento para a execução
qualquer caso, será feita pessoalmente. das medidas socioeducativas e aplicação de medidas de
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério proteção. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Público acarreta a nulidade do feito, que será declarada de XI - de políticas e programas integrados de
ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado. atendimento à criança e ao adolescente vítima ou
Art. 205. As manifestações processuais do testemunha de violência. (Incluído pela Lei nº 13.431, de
representante do Ministério Público deverão ser 2017) (Vigência)
o
fundamentadas. § 1 As hipóteses previstas neste artigo não
Capítulo VI excluem da proteção judicial outros interesses individuais,
Do Advogado difusos ou coletivos, próprios da infância e da adolescência,
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou protegidos pela Constituição e pela Lei. (Renumerado do
responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de 2005)
o
interesse na solução da lide poderão intervir nos § 2 A investigação do desaparecimento de crianças
procedimentos de que trata esta Lei, através de advogado, ou adolescentes será realizada imediatamente após
o qual será intimado para todos os atos, pessoalmente ou notificação aos órgãos competentes, que deverão
por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça. comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária e companhias de transporte interestaduais e internacionais,
integral e gratuita àqueles que dela necessitarem. fornecendo-lhes todos os dados necessários à identificação
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a do desaparecido. (Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005)
prática de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão
será processado sem defensor. propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para
nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça
constituir outro de sua preferência. Federal e a competência originária dos tribunais superiores.
§ 2º A ausência do defensor não determinará o Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em
adiamento de nenhum ato do processo, devendo o juiz interesses coletivos ou difusos, consideram-se legitimados
nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o concorrentemente:
só efeito do ato. I - o Ministério Público;
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, II - a União, os estados, os municípios, o Distrito
quando se tratar de defensor nomeado ou, sido Federal e os territórios;
31
III - as associações legalmente constituídas há pelo autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério
menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, Art. 218. O juiz condenará a associação autora a
dispensada a autorização da assembléia, se houver prévia pagar ao réu os honorários advocatícios arbitrados na
autorização estatutária. conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , quando
Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa dos reconhecer que a pretensão é manifestamente infundada.
interesses e direitos de que cuida esta Lei. Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação associação autora e os diretores responsáveis pela
por associação legitimada, o Ministério Público ou outro propositura da ação serão solidariamente condenados ao
legitimado poderá assumir a titularidade ativa. décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade por
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão perdas e danos.
tomar dos interessados compromisso de ajustamento de Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não
sua conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários
título executivo extrajudicial. periciais e quaisquer outras despesas.
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor
protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as espécies público deverá provocar a iniciativa do Ministério Público,
de ações pertinentes. prestando-lhe informações sobre fatos que constituam
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de
normas do Código de Processo Civil. convicção.
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de e tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam
atribuições do poder público, que lesem direito líquido e ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao
certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se Ministério Público para as providências cabíveis.
regerá pelas normas da lei do mandado de segurança. Art. 222. Para instruir a petição inicial, o
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o interessado poderá requerer às autoridades competentes
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz as certidões e informações que julgar necessárias, que
concederá a tutela específica da obrigação ou determinará serão fornecidas no prazo de quinze dias.
providências que assegurem o resultado prático Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob
equivalente ao do adimplemento. sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e pessoa, organismo público ou particular, certidões,
havendo justificado receio de ineficácia do provimento informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o
final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
justificação prévia, citando o réu. § 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo todas as diligências, se convencer da inexistência de
anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, fundamento para a propositura da ação cível, promoverá o
independentemente de pedido do autor, se for suficiente arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças
ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para informativas, fazendo-o fundamentadamente.
o cumprimento do preceito. § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito informação arquivados serão remetidos, sob pena de se
em julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho
desde o dia em que se houver configurado o Superior do Ministério Público.
descumprimento. § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo promoção de arquivamento, em sessão do Conselho
gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Superior do Ministério público, poderão as associações
Adolescente do respectivo município. legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças
trânsito em julgado da decisão serão exigidas através de de informação.
execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos § 4º A promoção de arquivamento será submetida
autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados. a exame e deliberação do Conselho Superior do Ministério
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o Público, conforme dispuser o seu regimento.
dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a
crédito, em conta com correção monetária. promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
aos recursos, para evitar dano irreparável à parte. Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que couber, as disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de
impuser condenação ao poder público, o juiz determinará a 1985 .
remessa de peças à autoridade competente, para apuração Título VII
da responsabilidade civil e administrativa do agente a que Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
se atribua a ação ou omissão. Capítulo I
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em Dos Crimes
julgado da sentença condenatória sem que a associação Seção I
32
Disposições Gerais Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado de
praticados contra a criança e o adolescente, por ação ou liberdade:
omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de
as normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou
ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal. representante do Ministério Público no exercício de função
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação prevista nesta Lei:
pública incondicionada. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder
no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem
de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
abuso de autoridade, são condicionados à ocorrência de Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou
reincidência. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019) pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
da função, nesse caso, independerá da pena aplicada na Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem
reincidência. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019) oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
Seção II Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato
Dos Crimes em Espécie destinado ao envio de criança ou adolescente para o
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o exterior com inobservância das formalidades legais ou com
dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de o fito de obter lucro:
gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave
de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de
da alta médica, declaração de nascimento, onde constem 12.11.2003)
as intercorrências do parto e do desenvolvimento do Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da
neonato: pena correspondente à violência.
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar,
Parágrafo único. Se o crime é culposo: filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
o
ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos § 1 Incorre nas mesmas penas quem agencia,
exames referidos no art. 10 desta Lei: facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a
Pena - detenção de seis meses a dois anos. participação de criança ou adolescente nas cenas referidas
Parágrafo único. Se o crime é culposo: no caput deste artigo, ou ainda quem com esses
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
o
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua § 2 Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o
liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em agente comete o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829,
flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da de 2008)
autoridade judiciária competente: I – no exercício de cargo ou função pública ou a
Pena - detenção de seis meses a dois anos. pretexto de exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que 2008)
procede à apreensão sem observância das formalidades II – prevalecendo-se de relações domésticas, de
legais. coabitação ou de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável nº 11.829, de 2008)
pela apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata III – prevalecendo-se de relações de parentesco
comunicação à autoridade judiciária competente e à família consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção,
do apreendido ou à pessoa por ele indicada: de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de
Pena - detenção de seis meses a dois anos. quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela,
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua ou com seu consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a 2008)
constrangimento: Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo
Pena - detenção de seis meses a dois anos. ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 : pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Redação
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
da apreensão: Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar,
Pena - detenção de seis meses a dois anos. transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer
33
meio, inclusive por meio de sistema de informática ou Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem
telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o
envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº material produzido na forma do caput deste
11.829, de 2008) artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou
multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) constranger, por qualquer meio de comunicação, criança,
o
§ 1 Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído com o fim de com ela praticar ato libidinoso: (Incluído pela
pela Lei nº 11.829, de 2008) Lei nº 11.829, de 2008)
I – assegura os meios ou serviços para o Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
trata o caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre
2008) quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede I – facilita ou induz o acesso à criança de material
de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim
trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de de com ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº
2008) 11.829, de 2008)
o
§ 2 As condutas tipificadas nos incisos I e II do § II – pratica as condutas descritas no caput deste
o
1 deste artigo são puníveis quando o responsável legal artigo com o fim de induzir criança a se exibir de forma
pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de pornográfica ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei nº
desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata 11.829, de 2008)
o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”
qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro compreende qualquer situação que envolva criança ou
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou
envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança
11.829, de 2008) ou adolescente para fins primordialmente sexuais. (Incluído
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e pela Lei nº 11.829, de 2008)
multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente
o
§ 1 A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente
terços) se de pequena quantidade o material a que se arma, munição ou explosivo:
refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação
2008) dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
o
§ 2 Não há crime se a posse ou o armazenamento Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou
tem a finalidade de comunicar às autoridades competentes entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a
a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241- criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa
A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita causa, outros produtos cujos componentes possam causar
por: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) dependência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei nº
I – agente público no exercício de suas 13.106, de 2015)
funções; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
II – membro de entidade, legalmente constituída, multa, se o fato não constitui crime mais grave. (Redação
que inclua, entre suas finalidades institucionais, o dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
recebimento, o processamento e o encaminhamento de Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente
notícia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente
Lei nº 11.829, de 2008) fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que,
III – representante legal e funcionários responsáveis pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar
de provedor de acesso ou serviço prestado por meio de qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
rede de computadores, até o recebimento do material Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como
o
Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, tais definidos no caput do art. 2 desta Lei, à prostituição
de 2008) ou à exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de
o o
§ 3 As pessoas referidas no § 2 deste artigo 23.6.2000)
deverão manter sob sigilo o material ilícito Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além
referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) da perda de bens e valores utilizados na prática criminosa
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do
adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito
meio de adulteração, montagem ou modificação de Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito
fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº 13.440, de
visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 2017)
o
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e § 1 Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o
multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) gerente ou o responsável pelo local em que se verifique a
submissão de criança ou adolescente às práticas referidas
34
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 9.975, de Pena - multa de três a vinte salários de referência,
23.6.2000) aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
o
§ 2 Constitui efeito obrigatório da condenação a Art. 250. Hospedar criança ou adolescente
cassação da licença de localização e de funcionamento do desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem
estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de hotel, pensão, motel ou congênere: (Redação dada pela Lei
menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração nº 12.038, de 2009).
penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de
12.015, de 2009) 2009).
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) § 1 º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena
anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) de multa, a autoridade judiciária poderá determinar o
o
§ 1 Incorre nas penas previstas no caput deste fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze)
artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate- § 2 º Se comprovada a reincidência em período
papo da internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será
o
§ 2 As penas previstas no caput deste artigo são definitivamente fechado e terá sua licença
aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
o o
induzida estar incluída no rol do art. 1 da Lei n 8.072, de Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por
25 de julho de 1990 . (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) qualquer meio, com inobservância do disposto nos arts. 83,
Capítulo II 84 e 85 desta Lei:
Das Infrações Administrativas Pena - multa de três a vinte salários de referência,
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou
fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à espetáculo público de afixar, em lugar visível e de fácil
autoridade competente os casos de que tenha acesso, à entrada do local de exibição, informação
conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a
maus-tratos contra criança ou adolescente: faixa etária especificada no certificado de classificação:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou
entidade de atendimento o exercício dos direitos quaisquer representações ou espetáculos, sem indicar os
constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta limites de idade a que não se recomendem:
Lei: Pena - multa de três a vinte salários de referência,
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de reincidência, aplicável,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem divulgação ou publicidade.
autorização devida, por qualquer meio de comunicação, Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,
nome, ato ou documento de procedimento policial, espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso
administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente de sua classificação: (Expressão declarada inconstitucional
a que se atribua ato infracional: pela ADI 2.404).
Pena - multa de três a vinte salários de referência, Pena - multa de vinte a cem salários de referência;
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou poderá determinar a suspensão da programação da
parcialmente, fotografia de criança ou adolescente emissora por até dois dias.
envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou
lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam congênere classificado pelo órgão competente como
atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou inadequado às crianças ou adolescentes admitidos ao
indiretamente. espetáculo:
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa Pena - multa de vinte a cem salários de referência;
ou emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista na reincidência, a autoridade poderá determinar a
neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento do
apreensão da publicação ou a suspensão da programação estabelecimento por até quinze dias.
da emissora até por dois dias, bem como da publicação do Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente
periódico até por dois números. (Expressão declarada fita de programação em vídeo, em desacordo com a
inconstitucional pela ADIN 869). classificação atribuída pelo órgão competente:
Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de Pena - multa de três a vinte salários de referência;
2017) (Vigência) em caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os determinar o fechamento do estabelecimento por até
deveres inerentes ao pátrio poder poder familiar ou quinze dias.
decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts.
da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão 78 e 79 desta Lei:
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
35
Pena - multa de três a vinte salários de referência, imposto de renda, obedecidos os seguintes
duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo limites: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
de apreensão da revista ou publicação. I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda
Art. 258. Deixar o responsável pelo devido apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base
estabelecimento ou o empresário de observar o que dispõe no lucro real; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescente aos locais 2012) (Vide)
de diversão, ou sobre sua participação no espetáculo: II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda
Pena - multa de três a vinte salários de referência; apurado pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste
o
em caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei n 9.532, de
determinar o fechamento do estabelecimento por até 10 de dezembro de 1997 . (Redação dada pela Lei nº
quinze dias. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de § 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de
providenciar a instalação e operacionalização dos cadastros 1997) (Produção de efeito)
o
previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei: (Incluído § 1 -A. Na definição das prioridades a serem
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência atendidas com os recursos captados pelos fundos nacional,
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ estaduais e municipais dos direitos da criança e do
3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de adolescente, serão consideradas as disposições do Plano
2009) Vigência Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e
autoridade que deixa de efetuar o cadastramento de Comunitária e as do Plano Nacional pela Primeira
crianças e de adolescentes em condições de serem Infância. (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
o
adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e de § 2 Os conselhos nacional, estaduais e municipais
crianças e adolescentes em regime de acolhimento dos direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de
institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações
2009) Vigência subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de
dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de guarda, de crianças e adolescentes e para programas de
gestante de efetuar imediato encaminhamento à atenção integral à primeira infância em áreas de maior
autoridade judiciária de caso de que tenha conhecimento carência socioeconômica e em situações de
de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho para calamidade. (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de
adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2016)
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ § 3º O Departamento da Receita Federal, do
3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento,
2009) Vigência regulamentará a comprovação das doações feitas aos
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o fundos, nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242,
funcionário de programa oficial ou comunitário destinado à de 12.10.1991)
garantia do direito à convivência familiar que deixa de § 4º O Ministério Público determinará em cada
efetuar a comunicação referida no caput deste comarca a forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no incentivos fiscais referidos neste artigo. (Incluído pela Lei nº
inciso II do art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 8.242, de 12.10.1991)
o o o
2015) § 5 Observado o disposto no § 4 do art. 3 da Lei
o
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ n 9.249, de 26 de dezembro de 1995 , a dedução de que
10.000,00 (dez mil reais); (Redação dada pela Lei nº 13.106, trata o inciso I do caput : (Redação dada pela Lei nº 12.594,
de 2015) de 2012) (Vide)
Medida Administrativa - interdição do I - será considerada isoladamente, não se
estabelecimento comercial até o recolhimento da multa submetendo a limite em conjunto com outras deduções do
aplicada. (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) imposto; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Disposições Finais e Transitórias II - não poderá ser computada como despesa
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias operacional na apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº
contados da publicação deste Estatuto, elaborará projeto 12.594, de 2012) (Vide)
de lei dispondo sobre a criação ou adaptação de seus Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-
órgãos às diretrizes da política de atendimento fixadas no calendário de 2009, a pessoa física poderá optar pela
art. 88 e ao que estabelece o Título V do Livro II. doação de que trata o inciso II do caput do art. 260
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios diretamente em sua Declaração de Ajuste Anual. (Incluído
promoverem a adaptação de seus órgãos e programas às pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
o
diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei. § 1 A doação de que trata o caput poderá ser
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações deduzida até os seguintes percentuais aplicados sobre o
aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente imposto apurado na declaração: (Incluído pela Lei nº
nacional, distrital, estaduais ou municipais, devidamente 12.594, de 2012) (Vide)
comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
36
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de que trata o art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) 2012) (Vide)
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela
2012. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) administração das contas dos Fundos dos Direitos da
o
§ 2 A dedução de que trata o caput : (Incluído pela Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) municipais devem emitir recibo em favor do doador,
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do assinado por pessoa competente e pelo presidente do
imposto sobre a renda apurado na declaração de que trata Conselho correspondente, especificando: (Incluído pela Lei
o inciso II do caput do art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594, nº 12.594, de 2012) (Vide)
de 2012) (Vide) I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594,
II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela de 2012) (Vide)
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei (CNPJ) e endereço do emitente; (Incluído pela Lei nº
nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
b) apresentar declaração em formulário; III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas
ou (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) (CPF) do doador; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) IV - data da doação e valor efetivamente recebido;
III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) V - ano-calendário a que se refere a
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou doação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
o
deduções em vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de § 1 O comprovante de que trata o caput deste
2012) (Vide) artigo pode ser emitido anualmente, desde que discrimine
o
§ 3 O pagamento da doação deve ser efetuado até os valores doados mês a mês. (Incluído pela Lei nº 12.594,
a data de vencimento da primeira quota ou quota única do de 2012) (Vide)
o
imposto, observadas instruções específicas da Secretaria da § 2 No caso de doação em bens, o comprovante
Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de deve conter a identificação dos bens, mediante descrição
2012) (Vide) em campo próprio ou em relação anexa ao comprovante,
o
§ 4 O não pagamento da doação no prazo informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou
o
estabelecido no § 3 implica a glosa definitiva desta parcela CNPJ e endereço dos avaliadores. (Incluído pela Lei nº
de dedução, ficando a pessoa física obrigada ao 12.594, de 2012) (Vide)
recolhimento da diferença de imposto devido apurado na Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o
Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais doador deverá: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de I - comprovar a propriedade dos bens, mediante
2012) (Vide) documentação hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
o
§ 5 A pessoa física poderá deduzir do imposto 2012) (Vide)
apurado na Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, II - baixar os bens doados na declaração de bens e
no respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pelos direitos, quando se tratar de pessoa física, e na
Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente escrituração, no caso de pessoa jurídica; e (Incluído pela Lei
municipais, distrital, estaduais e nacional nº 12.594, de 2012) (Vide)
concomitantemente com a opção de que trata o caput , III - considerar como valor dos bens
respeitado o limite previsto no inciso II do art. doados: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) a) para as pessoas físicas, o valor constante da
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. última declaração do imposto de renda, desde que não
260 poderá ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de exceda o valor de mercado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) 2012) (Vide)
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos
jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste não será considerado na determinação do valor dos bens
anual, para as pessoas jurídicas que apuram o imposto doados, exceto se o leilão for determinado por autoridade
anualmente. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada Art. 260-F. Os documentos a que se referem os
dentro do período a que se refere a apuração do arts. 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte
imposto. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) por um prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta da dedução perante a Receita Federal do Brasil. (Incluído
Lei podem ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie administração das contas dos Fundos dos Direitos da
devem ser depositadas em conta específica, em instituição Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e
financeira pública, vinculadas aos respectivos fundos de municipais devem: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
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I - manter conta bancária específica destinada financeiras públicas, destinadas exclusivamente a gerir os
exclusivamente a gerir os recursos do Fundo; (Incluído pela recursos dos Fundos. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 2012) (Vide)
II - manter controle das doações recebidas; Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil
e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) expedirá as instruções necessárias à aplicação do disposto
III - informar anualmente à Secretaria da Receita nos arts. 260 a 260-K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Federal do Brasil as doações recebidas mês a mês, 2012) (Vide)
identificando os seguintes dados por doador: (Incluído pela Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) direitos da criança e do adolescente, os registros, inscrições
a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, e alterações a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e
de 2012) (Vide) 91 desta Lei serão efetuados perante a autoridade
b) valor doado, especificando se a doação foi em judiciária da comarca a que pertencer a entidade.
espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar
2012) (Vide) aos estados e municípios, e os estados aos municípios, os
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das recursos referentes aos programas e atividades previstos
obrigações previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos dos
Federal do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério direitos da criança e do adolescente nos seus respectivos
Público. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) níveis.
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos
do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão exercidas
divulgarão amplamente à comunidade: (Incluído pela Lei nº pela autoridade judiciária.
12.594, de 2012) (Vide) Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro
I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes
nº 12.594, de 2012) (Vide) alterações:
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas 1) Art. 121 ............................................................
de atendimento à criança e ao adolescente; (Incluído pela § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) terço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica
III - os requisitos para a apresentação de projetos a de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
serem beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
municipais; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano- de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor
calendário e o valor dos recursos previstos para de catorze anos.
implementação das ações, por projeto; (Incluído pela Lei nº 2) Art. 129 ...............................................................
12.594, de 2012) (Vide) § 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva das hipóteses do art. 121, § 4º.
destinação, por projeto atendido, inclusive com § 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art.
cadastramento na base de dados do Sistema de 121.
Informações sobre a Infância e a Adolescência; e (Incluído 3) Art. 136.................................................................
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é
VI - a avaliação dos resultados dos projetos praticado contra pessoa menor de catorze anos.
beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da 4) Art. 213 ..................................................................
Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
municipais. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Pena - reclusão de quatro a dez anos.
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em 5) Art. 214...................................................................
cada Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei. (Incluído Pena - reclusão de três a nove anos.»
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de
Parágrafo único. O descumprimento do disposto dezembro de 1973 , fica acrescido do seguinte item:
nos arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder "Art. 102 ....................................................................
por ação judicial proposta pelo Ministério Público, que 6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
poderá atuar de ofício, a requerimento ou representação Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da
de qualquer cidadão. (Incluído pela Lei nº 12.594, de União, da administração direta ou indireta, inclusive
2012) (Vide) fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da promoverão edição popular do texto integral deste
Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à Estatuto, que será posto à disposição das escolas e das
Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro entidades de atendimento e de defesa dos direitos da
de cada ano, arquivo eletrônico contendo a relação criança e do adolescente.
atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e do Art. 265-A. O poder público fará periodicamente
Adolescente nacional, distrital, estaduais e municipais, com ampla divulgação dos direitos da criança e do adolescente
a indicação dos respectivos números de inscrição no CNPJ e nos meios de comunicação social. (Incluído pela Lei nº
das contas bancárias específicas mantidas em instituições 13.257, de 2016)
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Parágrafo único. A divulgação a que se refere
o caput será veiculada em linguagem clara, compreensível
e adequada a crianças e adolescentes, especialmente às
crianças com idade inferior a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei
nº 13.257, de 2016)
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após
sua publicação.
Parágrafo único. Durante o período de vacância
deverão ser promovidas atividades e campanhas de
divulgação e esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 ,
e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e
as demais disposições em contrário.
Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da
Independência e 102º da República.
FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Carlos Chiarelli
Antônio Magri
Margarida Procópio
Este texto não substitui o publicado no DOU 16.7.1990
e retificado em 27.9.1990
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