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DURIGON, Salesiano.

FACEBOOK: UM ESTUDO SOBRE A INFLUÊNCIA


DAS REDES SOCIAIS NO EXERCÍCIO DE CIDADANIA E SOBERANIA. São
Paulo: Editora Dialética, 2022.

Rafael Ribeiro Gava De Souza1

Resenha crítica

Trata-se de obra produzida pelo autor e professor Salesiano Durigon,


intitulada “FACEBOOK: UM ESTUDO SOBRE A INFLUÊNCIA DAS REDES
SOCIAIS NO EXERCÍCIO DE CIDADANIA E SOBERANIA”, publicada no ano
de 2022. Salesiano é militante nas áreas de direitos humanos, difusos e
coletivos, atualmente mestrando em Direito, com a abordagem crítica à
hermenêutica do Direito, considerando a realidade brasileira.
A obra produzida pelo autor possui como principal objetivo o efetivo
estudo da influência das redes sociais no exercício da cidadania e soberania,
buscando compreender se a utilização das redes sociais possui alguma
influência nos indivíduos quando do exercício da cidadania. De igual modo,
analisa a eventual prejudicialidade para o Estado Democrático de Direito.
Na pesquisa, constatou-se a necessidade de confecção de diversas
definições e realização de investigações, de modo a conceituar a soberania no
Estado Moderno e analisar a utilização da rede social Facebook como
instrumento de manipulação de opinião, além de verificar a ocorrência de tal uso,
sob o manto das “fake News” e seus impactos nas eleições do Brasil e dos
Estados Unidos.
O autor tratou de abordar o tema de forma bastante coesa e
organizada, especialmente ao desenvolver raciocínio lógico e histórico,
determinando que a manipulação das massas poderia aumentar ainda mais as
diferenças socioeconômicas da sociedade em questão. Além disso, sua
ponderação acerca da modernidade líquida e a mudança dos paradigmas sociais
e sua influência na sociedade atual, tratou por tornar o texto digno de sua
confecção: deveras atual.

1 Graduado em Direito; Formado na Universidade do Contestado e Mestrando pela


UNIFACVEST; Pós-Graduando em Advocacia Contemporânea pela Escola Superior da
Advocacia – ESA/SC.

1
Em sendo percebida a necessidade de respostas imediatas na
sociedade atual e outras demandas pautadas na aparência e na venda de ideias
utópicas, de modo a afastar o indivíduo de algo próximo à verdade real, e leva-
lo próximo do desejo de ser igual ao outro enquanto consumidor, segundo o
autor, formou o devido espaço fértil para a propagação de fake News e, por
conseguinte, influenciar no exercício da cidadania enquanto cidadão.
A pesquisa realizada pelo autor suscitou questões como o exercício
de liberdade, direito à informação, regulamentação das redes, disseminação das
fake News, manipulação digital, ataque à soberania. Com efeito, constatou-se a
prejudicialidade oriunda da sociedade imediatista e pautada na ideia de parecer
e na emoção, a qual fica sujeita ao poder de persuasão e manipulação do
instrumento que os próprios optaram por utilizar: a rede social. Tal raciocínio
realizado pelo autor é conclusivo no sentido de expressar a realidade vivenciada
pelos cidadãos – especialmente os brasileiros, o fazendo de modo didático,
simples e brilhante.
Conforme narrado no capítulo “4.4.1 – Resultados das fake News nas
eleições do Brasil e dos Estados Unidos”, constatou-se a existência da
manipulação do eleitorado através das redes, sendo caracterizada como a
principal característica a rapidez com que as informações chegam ao indivíduo
– sob a ótica de serem equivocadas, que, devido ao seu grande alcance, tratam
por causar opiniões errôneas e pautadas em fatos inverídicos.
Ou seja, o autor identificou de modo bastante feliz, a vulnerabilidade
informacional existente na sociedade atual, através dos resultados obtidos pela
pesquisa.
A sensibilidade do tema fica ainda mais aparente quando da tentativa
de regulação das redes para que tal situação não mais ocorra, o que, contudo,
pode violar algumas garantias individuais dos cidadãos – aqui, no Brasil,
previstas em normas constitucionais.
Portanto, em face da efetiva percepção e constatação do prejuízo à
sociedade em geral, coloca-se em xeque a (des)necessidade de
regulamentação de alguns meios de informação, esbarrando em temas também
muito importantes àquele que se proclama cidadão: as garantias individuais.

Palavras-chave: Cidadania. Fake News. Redes Sociais. Influência.

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