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LEI 8.

069-1990
Novidades Legislativas e Considerações Preliminares do ECA
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NOVIDADES LEGISLATIVAS E CONSIDERAÇÕES


PRELIMINARES DO ECA

Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei n. 8.069/90

APRESENTAÇÃO

Estrutura:
O ECA é formado por dois livros:

#Livro 01 Parte Geral:


A. Título I Disposições Preliminares;
B. Título II Direitos Fundamentais; e
C. Título III Formas de Prevenção.

#Livro 02 Parte Especial:


A. Título I Políticas de atendimento;
B. Título II Medidas de Proteção;
C. Título III Prática de Ato Infracional;
D. Título IV Medidas Pertinentes aos pais ou responsável;
E. Título V Conselho Tutelar;
5m F. Título VI Acesso à Justiça; e
G. Título VII Crimes e Infrações Administrativas Praticadas contra a Criança e o Adolescente.

1. Lei n. 13.845/2019

Art. 53. Acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no
mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação
básica.
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2. Lei n. 13.824/2019

RECONDUÇÃO (“REELEIÇÃO”) DOS CONSELHEIROS TUTELARES


Antes da Lei n. 13.824/2019 Depois da Lei n. 13.824/2019 (atualmente)
Acabou a limitação. O Conselheiro Tutelar
Era permitida uma única recondução. pode ser reconduzido inúmeras vezes, desde
que passe por novo processo de escolha.
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Art. 132. Em cada Município e em cada
Administrativa do Distrito Federal haverá, no Região Administrativa do Distrito Federal
mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tute-
integrante da administração pública local, lar como órgão integrante da administração
composto de 5 (cinco) membros, escolhi- pública local, composto de 5 (cinco) mem-
dos pela população local para mandato de 4 bros, escolhidos pela população local para
(quatro) anos, permitida 1 (uma) recondução, mandato de 4 (quatro) anos, permitida recon-
mediante novo processo de escolha. dução por novos processos de escolha.

O Conselheiro Tutelar é eleito pela comunidade do local para exercer um mandato de 4


anos, podendo agora, com a alteração na lei em 2019, ser reconduzido várias vezes.

3. Lei n. 13.812/2019
Desaparecimento de criança, adolescente ou outra pessoa com vulnerabilidade
A investigação do desaparecimento será realizada imediatamente após notificação aos
órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária
e companhias de transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes todos os dados
necessários à identificação da pessoa desaparecida.
Além disso, o desaparecimento de criança ou adolescente deve ser também comunicado
ao Conselho Tutelar.

Autorização para Viagem de Crianças e Adolescentes


Agora, o menor de 16 anos de idade não pode mais viajar livremente em território nacio-
10m
nal, ele precisa seguir algumas regras. Quem transporta menores de 16 anos sem observar
as formalidades legais pratica infração administrativa; se for para o exterior, é crime de acordo
com o ECA.
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O Estatuto da Criança e do Adolescente impõe, em seus arts. 83 a 85, algumas restrições


para que as crianças e adolescentes façam viagens desacompanhados dos pais. A Lei n.
13.812/2019 promoveu importante alteração nessas regras. Vejamos:

ECA
Antes da Lei 13.812/2019 Depois da Lei n. 13.812/2019 (atualmente)
Adolescente podia fazer viagens nacionais
mesmo que estivesse desacompanhado dos Determinou que as mesmas restrições
pais ou responsável, não sendo necessária impostas para viagens nacionais de crianças
autorização judicial. As restrições que exis- também devem ser estendidas para adoles-
tiam eram apenas para viagens de crianças centes menores de 16 anos.
(ou seja, menores de 12 anos).

4. Lei n. 13.715/2018
A Lei n. 13.715/2018 também alterou o ECA com a mesma finalidade da mudança que foi
feita no Código Penal. Vejamos:

ECA
Antes da Lei 13.715/2018 Depois da Lei 13.715/2018 (atualmente)
Art. 23. (...) (...) § 2º A condenação criminal Art. 23. (...) (...) § 2º A condenação criminal
do pai ou da mãe não implicará a destituição do pai ou da mãe não implicará a destituição
do poder familiar, exceto na hipótese de con- do poder familiar, exceto na hipótese de con-
denação por crime doloso, sujeito à pena de denação por crime doloso sujeito à pena de
reclusão, contra o próprio filho ou filha. reclusão contra outrem igualmente titular do
mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou
outro descendente.

O fato de o pai ter sido condenado criminalmente não implicará a perda do poder familiar.
Inclusive o ECA dispõe que a criança tem direito à convivência familiar, ou seja, a visitar o pai
no presídio independente de autorização judicial. Com a alteração, pai ou mãe que praticou
crime doloso contra o próprio filho ou filha, e esse crime tem a pena de reclusão, ele perde o
15m
poder familiar. Se praticar o crime contra o outro (pai ou mãe), também perde.
Essa parte tem caído bastante em provas de concursos públicos, pois alterou o ECA, o
Código Civil e o Código Penal.
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5. Lei n. 13.509/2017

Antes da Lei 13.509/2017 Atualmente


Prazo máximo de permanência da criança e Prazo máximo de permanência da criança e
do adolescente em programa de acolhimento do adolescente em programa de acolhimento
institucional: 2 anos, salvo comprovada institucional: 18 meses, salvo comprovada
necessidade que atenda ao seu superior inte- necessidade que atenda ao seu superior inte-
resse, devidamente fundamentada resse, devidamente fundamentada.

Acolhimento institucional é uma medida protetiva.

Programa de Apadrinhamento
Em que consiste
O ECA prevê que se a criança ou o adolescente estiver em situação de risco (art. 98),
o juiz da infância e juventude poderá determinar medidas protetivas que estão elencadas
no art. 101.

Destacam-se duas importantes e frequentes medidas de proteção:


• o acolhimento institucional (art. 101, VII); e
• o acolhimento familiar (inciso VIII).
O apadrinhamento consiste, portanto, em proporcionar (estimular) que a criança e o ado-
lescente que estejam em “abrigos” (acolhimento institucional) ou em acolhimento familiar
possam formar vínculos afetivos com pessoas de fora da instituição ou da família acolhedora
onde vivem e que se dispõem a ser “padrinhos”. Veja a redação do art. 19-B, caput e § 1º,
inseridos pela Lei n. 13.509/2017 ao ECA.
Até uma pessoa jurídica pode apadrinhar uma criança. Ela se encontra no acolhimento
institucional; faz-se então um estudo e o TJ, pela Vara da Infância e da Juventude, dá esse
programa para a pessoa, que faz parte do programa, faz um cadastro e se torna madrinha ou
20m padrinho de uma criança que está no acolhimento. Como requisito, porém, a pessoa não pode
estar na fila de adoção.
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Qual é o prazo do estágio de convivência?

Antes da Lei 13.509/2017 Atualmente


O art. 46 do ECA previa que o prazo do está- O art. 46 foi alterado para dizer que a autori-
gio de convivência seria fixado pela autori- dade judiciária continua tendo liberdade para
dade judiciária, observadas as peculiaridades fixar a duração do estágio de convivência,
do caso concreto. mas o prazo máximo tem que ser de 90 dias,
observadas a idade da criança ou adoles-
cente e as peculiaridades do caso.

Art. 46 (...)
§ 2º-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual perí-
odo, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. Estágio de convivência em caso de
adoção por pessoas que moram fora do Brasil.

Antes da Lei 13.509/2017 Atualmente


Art. 46 (...) § 3º Em caso de adoção por Art. 46 (...) § 3º Em caso de adoção por
pessoa ou casal residente ou domiciliado fora pessoa ou casal residente ou domiciliado fora
do País, o estágio de convivência, cumprido do País, o estágio de convivência será de,
no território nacional, será de, no mínimo, 30 no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45
(trinta) dias. (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até
igual período, uma única vez, mediante deci-
são fundamentada da autoridade judiciária.

Possibilidade de citação por hora certa


Possibilidade de citação por edital
Isso é novo no ECA e dará celeridade aos processos de adoção.

Prazo nos Procedimentos do ECA


Como se sabe, o CPC/2015 trouxe como uma das suas inovações a contagem dos prazos
em dias úteis (art. 219). Além disso, o Código previu expressamente prazo em dobro para a
Fazenda Pública (art. 183) e para o MP (art. 180).

IMPORTANTE. Essas regras de contagem do prazo do CPC/2015 aplicam-se aos proce-


dimentos do ECA?
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NÃO. A Lei n. 13.509/2017 acrescentou um dispositivo ao ECA prevendo expressamente


que os prazos são contados em dias corridos e que não há prazo em dobro para a Fazenda
Pública e o MP.
A Lei n. 13.509/2017 reduziu este prazo do MP de 30 para 15 dias. Veja:

Antes da Lei 13.509/2017 Atualmente


Art. 101 (...) § 10. Recebido o relatório, o Minis- Art. 101 (...) § 10. Recebido o relatório, o
tério Público terá o prazo de 30 (trinta) dias Ministério Público terá o prazo de 15 (quinze)
para o ingresso com a ação de destituição do dias para o ingresso com a ação de desti-
poder familiar, salvo se entender necessária tuição do poder familiar, salvo se entender
a realização de estudos complementares ou necessária a realização de estudos comple-
outras providências que entender indispensá- mentares ou de outras providências indispen-
veis ao ajuizamento da demanda. sáveis ao ajuizamento da demanda.

Prazo máximo para duração da ação de adoção.

A Lei n. 13.509/2017 acrescentou mais um parágrafo ao art. 47 do ECA prevendo prazo


máximo de duração da ação de adoção:

Art. 47. (...)
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorro-
gável uma única vez por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.

6. Lei n. 13.441/2017
Crimes para os quais poderá haver a infiltração de que trata o ECA
Segundo o novo art. 190-A do ECA, a infiltração de agentes de polícia na internet pode
ocorrer para investigar os seguintes crimes:
1) Produzir, filmar, registrar etc. cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança
ou adolescente (art. 240 do ECA);
2) Vender vídeo que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança
ou adolescente (art. 241 do ECA);
3) Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir etc. fotografia ou vídeo que contenha cena de
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente (art. 241-A do ECA);
4) Adquirir, possuir ou armazenar fotografia ou vídeo que contenha cena de sexo explícito
ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente (art. 241-B do ECA);
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5) Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou porno-


gráfica por meio de adulteração de fotografia ou vídeo (art. 241-C do ECA);
6) Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança,
com o fim de com ela praticar ato libidinoso (art. 241-D do ECA);
7) Invadir dispositivo informático alheio (art. 154-A do CP);
8) Estupro de vulnerável (art. 217-A do CP);
9) Corrupção de menores (art. 218 do CP);
10) Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (art. 218- A do CP);
11) Favorecimento da prostituição de criança, adolescente ou vulnerável (art. 218-B do CP).

7. Lei n. 13.440/2017
Trata da prostituição infantil, da exploração sexual infantil.
30m
Art. 244-A.
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores utilizados na prática
criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Federação
(Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
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