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Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem

Direito da Criança e do Adolescente

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Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem
Direito da Criança e do Adolescente

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Direito da Criança e do Adolescente


Revisão Turbo | 39° Exame da OAB

Sumário

Aula 09/11/2023 – Turno da manhã............................................................................................. 4

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Direito da Criança e do Adolescente

Aula 09/11/2023 – Turno da manhã

1. Direito fundamental à vida e à saúde


As políticas públicas devem ser pensadas desde a gestação até o desenvolvimento da
criança e do adolescente.
Atenção: segundo o artigo 14, §1º, do ECA:

É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades


sanitárias.

Veja que a obrigação é para crianças. Entenda a diferença de criança e adolescente no


esquema abaixo:
*Para todos verem: esquema.

Criança Adolescente

0 a 12 anos incompletos 12 a 18 anos

Segundo o art. 10º, I do ECA, os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde


de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a manter registro das atividades
desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos. Incorre em crime
o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde que não
observar o prazo!
Referente aos profissionais da saúde, importante também lembrar que o médico,
enfermeiro, dirigente de estabelecimento de saúde ou funcionário de programa oficial ou
comunitário que deixar de comunicar o JIJ (Justiça da Infância e Juventude) acerca da vontade

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da mãe em entregar seu filho para a adoção responderá por sanção administrativa (art. 258-B,
do ECA).

2. Sobre trabalho
Art. 60 do ECA e art. 7º, XXXIII, da CF.
*Para todos verem: esquema.

Idade mínima para trabalho

16 anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos de


idade.

*Para todos verem: quadro comparativo.

IDADE TRABALHO
Constitucionalmente não é permitido (art. 7º,
Menores de 14 anos
inciso XXXIII, da CF).
Contrato de aprendizagem (art. 60 a 67, do
Entre 14 e 24 anos de idade
ECA; art. 403 e 428, da CLT).
Proibido trabalho:
a) Noturno (22h às 5h);
b) Perigoso;
c) Insalubre;
Adolescente (com menos de 18 d) Penoso;
anos) e) Prejudicial à formação ou desenvolvimento
físico, psíquico, moral e social;
f) Realizado em horário e locais que não
permitam a frequência escolar.

A idade máxima do jovem aprendiz não se aplica à pessoa com deficiência (art. 428, §5º,
da CLT).

2.1. Trabalho artístico


A participação de criança ou adolescente em espetáculo público ou trabalho artístico
precisa de autorização judicial por meio de alvará, conforme artigo 149, do ECA.

Resolva a questão na página a seguir...

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Resolva a questão a seguir:

1) FGV - 2021 - OAB – 33º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


João, de 17 anos, teve sua participação como artista, em determinado espetáculo público, vedada pela
autoridade judiciária, ao argumento de que se trataria de exposição indevida a conteúdo psicologicamente
danoso. Procurado pela genitora de João para defender sua participação no espetáculo, você, como
advogado(a) deve:

A) impetrar mandado de segurança contra a decisão que reputa ilegal.


B) interpor recurso de apelação com vistas a reformar a decisão.
C) interpor recurso de agravo de instrumento para suspender os efeitos da decisão.
D) ajuizar ação rescisória contra a decisão que reputa ilegal.

3. Direito ao convívio familiar


3.1. Poder familiar
Dever de sustento, guarda e educação dos filhos.
É direito da criança e do adolescente permanecer no seio familiar, excepcionalmente
ocorrerá a suspensão ou destituição do poder familiar. O poder familiar só é extinto ou suspenso
por decisão judicial.
A falta de recursos financeiros, por si só, não é motivo para colocar a criança em
acolhimento institucional ou familiar.
Condenação criminal também não importará na destituição do poder familiar, salvo em
caso de condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igualmente titular
do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente (art. 23, §2º do ECA e art.
1.638 do CC).

3.2. Acolhimento institucional


O acolhimento institucional é medida excepcional e aplicada a partir de decisão judicial,
salvo em caráter de urgência, no caso de uma criança ou adolescente encontrado em situação
de violação de direitos e não houver outra medida cabível no momento senão o encaminhamento
à instituição de acolhimento, todavia o Juiz da Infância e Juventude deverá ser comunicado pela
entidade no prazo máximo de 24 horas sobre este acolhimento, sob pena de responsabilidade.
• Prazo máximo de 18 meses, sendo reavaliado o acolhimento a cada 3 meses;
• Pode ser prorrogado por decisão judicial fundamentada.

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3.3. Apadrinhamento
Adolescente que se encontre em acolhimento institucional ou familiar poderá participar de
programa de apadrinhamento, que consiste em um vínculo externo, temporário, com pessoa
física e jurídica, que não tem a pretensão de adotar, mas contribuir para o crescimento do infante
(art. 19-B).

3.4. Espécies de família


*Para todos verem: esquema.

Família natural

Família extensa/
Guarda
ampliada

Família substituta Tutela

Nacional

Adoção

Internacional

Atenção: a jurisprudência reconhece como família ampliada aqueles que não sejam
parentes, mas possuam vínculo de afetividade e afinidade.

3.5. Família substituta


A colocação em família substituta ocorre em três modalidades: através da guarda, tutela
ou da adoção, todas elas estão condicionadas a decisão judicial, sendo, em todos os casos,
analisado se a família substituta possui compatibilidade com a natureza da medida e se oferece
ambiente familiar adequado, segundo os artigos 28 e 29, do ECA.
• Para a colocação em família substituta o adolescente (12 anos) deve consentir;
• Irmãos só serão separados por decisão judicial fundamentada;

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• Indígena ou de comunidade remanescente de quilombo deve permanecer na sua


comunidade, salvo impossibilidade.

O estatuto procura ainda considerar a diversidade cultural, em se tratando de criança ou


adolescente indígena ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, respeitando a
identidade social e cultural, costumes e tradições, prevalecendo a colocação familiar
prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia. No caso de
crianças indígenas estas deverão ter a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal
responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de
antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso
(art. 28, §6º).
Observações: quem não pode adotar? Os ascendentes e os irmãos do adotando (art.
42, §1º), o tutor ou curador, enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance
(art. 44).
Contudo, o Superior Tribunal de Justiça já admitiu, excepcionalmente, a adoção de
neto por avós, tendo em vista o princípio do melhor interesse.
O que precisa para adoção conjunta? Para adoção conjunta, é indispensável que os
adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade
da família (art. 42, §2º).
Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar
conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas, desde que o
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja
comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da
guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão (art. 42, §4º).
E se o adotante falecer no curso do processo de adoção? A adoção poderá ser
deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do
procedimento, antes de prolatada a sentença (art. 42, §6º). É a chamada adoção póstuma.
Casais homoafetivos podem adotar? Sim, a jurisprudência admite a possibilidade de
ação de adoção (REsp 1.540.814-PR).
A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando (art.
45), isto é, ela não poderá ser forçada, esse consentimento só será dispensado se os pais forem
desconhecimento ou se ocorreu a destituição do poder familiar.

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Observação: será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em adotar


criança ou adolescente com deficiência, com doença crônica ou com necessidades específicas
de saúde.
É considerada adoção internacional aquela em que os pretendentes possuem
residência no exterior, se for país-parte da Convenção de Haia terão o procedimento de adoção
simplificado. Adoção será sempre preferencialmente nacional, sendo que brasileiros
residentes no exterior possuem preferência aos estrangeiros, somente não havendo brasileiros
aptos para adotar a criança ou adolescente é que ela será colocada na adoção internacional.
A adoção internacional observará o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei,
os países devem ser ratificantes da Convenção de Haia, com as seguintes adaptações: a
habilitação deve ocorrer Autoridade Central em matéria de adoção do país onde reside, a
qual deverá emitir relatório sobre aptidão e enviará para a Autoridade Central Estadual, com
cópia para Autoridade Central Federal Brasileira, a Autoridade Central Estadual poderá exigir
complementações, caso não seja necessário, ou as complementações já tenham sido realizadas,
a autoridade central estadual emitirá uma laudo válido por um ano, podendo ser renovado.
De posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a formalizar pedido
de adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou
adolescente (art. 52). Todo esse processo poderá ser intermediado por organismos
credenciados, cadastrados pelo Departamento de Polícia Federal e aprovados pela Autoridade
Central Federal Brasileira, neste ponto recomenda-se a leitura dos §§3º ao 7º, do artigo 52, do
estatuto.
Após o trânsito em julgado da decisão que concede a adoção é expedido o alvará de
autorização de viagem do adotando, só então a família tem permissão para sair do Brasil com a
criança ou adolescente brasileiro adotado.

Resolva a questão a seguir:

2) FGV - 2022 - OAB – 36º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Luiza, hoje com cinco anos, foi adotada regularmente por Maria e Paulo quando tinha três anos. Ocorre
que ambos os adotantes vieram a falecer em um terrível acidente automobilístico. Ciente disso, a mãe
biológica de Luiza, que sempre se arrependera da perda da sua filha, manifestou-se em ter sua
maternidade biológica restaurada. Com base nos fatos acima, assinale a afirmativa correta.

A) O falecimento dos pais adotivos conduz à imediata e automática restauração do poder familiar da
ascendente biológica.
B) O falecimento dos pais adotivos não restabelece o poder familiar dos pais naturais.

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C) O falecimento dos pais adotivos não transfere o poder familiar sobre o adotado supérstite ao parente
mais próximo dos obituados, devendo ser reaberto processo de adoção.
D) Falecendo ambos os pais e inexistindo parentes destes aptos à tutela, somente então se restaura o
poder familiar dos pais naturais.

4. Prevenção
É proibida a venda às crianças e adolescentes, de armas, munições, explosivos,
bebidas alcoólicas, produtos que possam causar dependência física ou psíquica, fogos de
estampido e de artifício (exceto de reduzido potencial ofensivo), revistas e publicações
inadequadas, bilhetes lotéricos e equivalente, segundo o artigo 81, do ECA.

*Para todos verem: quadro comparativo.

Conduta Natureza da sanção Artigo no ECA


Venda de armas, munições e explosivos Crime Art. 242
Bebidas alcoólicas Infração administrativa e crime Art. 258-C e 243
Produtos que causa dependência física Art. 243
Crime
ou psíquica
Fogos de artifício Crime Art. 244
Revistas Infração administrativa Art. 257

Quanto a hospedagem de crianças e adolescentes em hotéis, motéis, pensões e


estabelecimentos congêneres (art. 82) fica proibida, salvo se expressamente autorizado ou
acompanhado de pais ou responsáveis. A infração a essa regra (de hospedagem) importa em
sanção administrativa, conforme o artigo 250, do ECA, com pena de multa, no caso de
reincidência, além da multa o estabelecimento poderá ser fechado até 15 dias, e se comprovada
a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente
fechado e terá sua licença cassada. E descumprir a proibição estabelecida no inciso II (proibição
de venda de bebidas alcoólicas) incorre em infração administrativa (o estabelecimento), com
pena de multa e interdição do estabelecimento até o recolhimento da multa (art. 258-C).
A regra geral de viagem é que nenhuma criança ou adolescente até 16 anos de idade
pode viajar para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou responsáveis sem
expressa autorização judicial, essa é a regra, mas ela comporta exceções. Resumindo os artigos
83, 84 e 85:

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*Para todos verem: esquema.

Viagem de criança e adolescente em comarca contígua,


se na mesma unidade de Federação ou mesma região
metropolitana:

• Pode viajar sozinho, sem autorização.

Viagem de adolescente de 16 e 17 anos em território


nacional:

• Pode viajar sozinho, sem autorização.

Criança e adolescente até 16 anos de idade no âmbito


nacional que sai da comarca, da unidade de Federação
ou mesma região metropolitana:

• Pode viajar sozinho desacompanhado com autorização juidicial;


• Acompanhado dos pais ou responsáveis;
• Acompanhado de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau,
comprovado documentalmente o parentesco;
• De pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável;
• Sozinho, expressamente autorizado por qualquer dos genitores ou
responsáveis legal, por meio de escritura pública ou de documento
particular com firma reconhecida (incluindo o passaporte) (Resolução n.
295/2019 do CNJ).

Viagem INTERNACIONAL de criança ou adolescente:

• Acompanhado de ambos os pais ou responsáveis;


• Se na companhia de um dos pais, o outro deve autorizar expressamente
em documento com firma reconhecida;
• Se na companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior, com
autorização judicial;
• Se desacompanhada ou em companhia de terceiro maior e capaz, desde
que com autorização dos pais, documento com firma reconhecida
(Resolução 131/2011 do CNJ);
• A autoriação com firma reconhecida é dispensada se os pais estiverem
juntos no momento do embarque (Art. 3º, da Lei n° 13.726/2018).

Quando solicitado, a autoridade judiciária poderá conceder autorização com validade de


dois anos para viagem, como, por exemplo, nos casos de conflito de interesse dos pais, pai ou
mãe desconhecido ou sem contato.

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Nestes casos, dos artigos 83, 84 e 85, se uma empresa de ônibus ou avião, por exemplo,
transportar uma criança acompanhada de ascendente, mas sem a documentação que comprova
o parentesco, incorrerá em ilícito administrativo previsto no artigo 251, do ECA, aplicando-se
multa.

Resolva a questão a seguir:

3) FGV - 2022 - OAB – 34º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Joana, com 10 anos, viajou de ônibus com a mãe, Marcela, do Espírito Santo para Mato Grosso do Sul,
sem que a empresa de transporte verificasse, em nenhum momento, a documentação de comprovação
do vínculo parental entre ela e a mãe. Em uma parada, um agente da autoridade fiscalizatória adentrou
no coletivo e, indagando a Marcela sobre a comprovação documental, recebeu desta a informação de
que não havia sido requerida tal prova em nenhum momento. Dada a situação acima, assinale a afirmativa
correta.

A) Ainda que o vínculo parental efetivamente exista e seja posteriormente comprovado, a empresa de
ônibus cometeu infração administrativa prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente ao não exigir
tal prova antes de iniciar a viagem.
B) A prova do vínculo de parentesco pode ser feita posteriormente, afastando a consumação da infração
administrativa por parte da empresa de ônibus.
C) A prova do vínculo de parentesco não é exigência legal para viagens interestaduais com crianças,
bastando a autoidentificação pela suposta mãe.
D) A infração administrativa não está consumada senão quando da efetiva ausência do vínculo de
parentesco, o que não aconteceu no caso presente.

5. Medidas de proteção e medidas socioeducativas

*Para todos verem: esquema.

Para crianças e adolescentes

Competência: autoridade
judiciária ou conselho tutelar
(algumas medidas são de
competência exclusiva do JIJ)

Medidas de proteção Não somente em razão de ato


(art. 101, do ECA) praticado pela criança, mas pela
família, sociedade e Estado

Para ação ou omissão

Acolhimeto institucional somente


será pelo Poder Judiciário,
respeitado o contraditório e a
ampla defesa

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*Para todos verem: esquema.

Somente para adolescentes

Via de regra, aplicada autoridade


judiciária após ação

Pode ser aplicada pelo MP se for


Medidas
em meio aberto, sem que haja
socieducativas (art.
processo judiciário, na remissão
112)
(art. 127)

Não há aplicação das disposições


do Código Penal, pois adolescentes
são inimputáveis

Adolescente comete ato infracional,


não crime

As medidas podem ser aplicadas separadas ou cumulativamente. Possuem caráter


pedagógico, não punitivo.
*Para todos verem: esquema.

Resposta ao Estado a ato


infracional praticado por
adolescente análogo a crime ou
contravenção penal.
Medidas
socieducativas
Serão analisados os
antecedentes e os motivos que
levaram ao ato infracional.

*Para todos verem: quadro comparativo.

Medida Tempo Observação


socioeducativa
Advertência
Obrigação de
reparar o dano

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Prestação de Máximo de 6 Pode ser cumprida


serviço à meses nos feriados e finais
comunidade Até 8h semanais de semana
Meio aberto
Atividade externa
Liberdade Mínimo de 6 obrigatória:
assistida meses escolarização e
profissionalização
Semiliberdade Máximo 3 anos
Por prazo Com 21 anos
indeterminado, ocorre a liberdade
Restritiva de mas no máximo compulsória;
liberdade de 3 anos
Internação
Por
descumprimento Pode realizar
de outras atividades
medidas: máximo externas.
3 meses

Atenção: medida de internação provisória (ou seja, antes da sentença) pode ser aplicada
desde que (art. 174 e 183):
• Seja necessário em razão da gravidade do ato infracional e sua repercussão
social;
• Não ultrapasse o prazo de 45 dias.

Resolva a questão a seguir:

4) FGV - 2020 - OAB – 31º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


O adolescente João, com 16 anos completos, foi apreendido em flagrante quando praticava ato infracional
análogo ao crime de furto. Devidamente conduzido o processo, de forma hígida, ele foi sentenciado ao
cumprimento de medida socioeducativa de 1 ano, em regime de semiliberdade. Sobre as medidas
socioeducativas aplicadas a João, assinale a afirmativa correta.

A) A medida de liberdade assistida será fixada pelo prazo máximo de 6 meses, sendo que, ao final de tal
período, caso João não se revele suficientemente ressocializado, a medida será convolada em
internação.
B) A medida aplicada foi equivocada, pois deveria ter sido, necessariamente, determinada a internação
de João.
C) No regime de semiliberdade, João poderia sair da instituição para ocupações rotineiras de trabalho e
estudo, sem necessidade de autorização judicial.
D) A medida aplicada foi equivocada, pois não poderia, pelo fato análogo ao furto, ter a si aplicada medida
diversa da liberdade assistida.

Atenção para a jurisprudência:

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STJ – Info 732/22: Na execução de medida socioeducativa, o período de tratamento


médico deve ser contabilizado no prazo de 3 anos para a duração máxima da medida de
internação, nos termos do art. 121, § 3º, do ECA.

Algumas súmulas importantes:


• Súmula 338, do STJ: a prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas;
• Súmula 265, do STJ: é necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se
a regressão da medida socioeducativa;
• Súmula 342, do STJ: no procedimento para aplicação de medida socioeducativa,
é nula a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente;
• Súmula 492, do STJ: o ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não
conduz obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do
adolescente;
• Súmula 605, do STJ: a superveniência da maioridade penal não interfere na
apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em
curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.

6. Dos crimes praticados contra crianças e adolescentes


Os crimes contra crianças e adolescentes estão previstos nos artigos 228 a 244 do ECA,
sem prejuízo do Código Penal. Todos os crimes praticados contra crianças e adolescentes são
de ação pública incondicionada (isto é, não há necessidade de representação pela vítima),
tanto os crimes por ação, quanto por omissão. Aplica-se aos crimes definidos pela ECA as
normas da Parte Geral do Código Penal, quanto ao processo, as normas do Código de Processo
Penal.
Observação: com a promulgação da Lei n° 14.344/2022, conforme o artigo 226, §§1º e
§2º, aos crimes cometidos contra crianças e adolescentes, independente da pena prevista, não
pode ser aplicada a Lei n° 9.099/1995. E, nos casos de violência doméstica e familiar contra
criança e adolescente, é vedada a aplicação de penas de cesta básica ou de outras de prestação
pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.
É importante a leitura dos artigos 228 até 244-B, pois tratam sobre os crimes praticados
contra crianças e adolescente, tipificados no próprio Estatuto. Além da leitura dos artigos 245 ao
258-C, que trazem as infrações administrativas violadoras de direitos das crianças e
adolescentes.

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Resolva a questão a seguir:

5) Questão Autoral Ceisc | Revisão Turbo 39° Exame da OAB


Lucélia, professora do ensino fundamental, suspeita que sua aluna Amanda está sofrendo violência física
em casa, pois a criança compareceu à escola cheia de hematomas visíveis. Visando evitar problemas,
Lucélia absteve-se de comunicar os fatos à direção e ao Conselho Tutelar. Considerando o disposto na
Lei 8.069/1990, é correto afirmar:

A) Lucélia não tinha obrigação legal de noticiar as agressões, na medida que não tinha provas suficientes.
B) O Conselho Tutelar não tem competência para receber esse tipo de comunicação.
C) Caso confirmada a situação, o Conselho Tutelar tem capacidade postulatória para ajuizar
Representação por infração administrativa em face da professora.
D) Lucélia praticou crime previsto no ECA, ao deixar de comunicar o Conselho Tutelar.

Resolva a questão a seguir:

6) Questão Autoral Ceisc | Revisão Turbo 39° Exame da OAB


O adolescente Caio, de 14 anos de idade, é flagrado consumindo cerveja na frente de um bar de grande
circulação. Indagado sobre como teve acesso à bebida alcoólica, responde que comprou a cerveja
diretamente no bar, cujo dono é também o atendente. Diante da informação, à luz do ECA, marque a
alternativa correta:

A) A conduta é atípica.
B) A conduta da pessoa física e jurídica é considerada crime.
C) A conduta do dono é crime, e ao bar pode ser aplicada sanção administrativa.
D) A conduta do dono do bar é considerada infração administrativa.

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Gabaritos das questões:

1–B 2–B 3–A 4–C 5–C 6–C

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