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Lei 8069/1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente

Prof. Leonardo Paiva

Direito à convivência familiar e comunitária


Lei 8069/1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente
Prof. Leonardo Paiva

Direito à convivência familiar e comunitária

Olá estudante!
Sou o professor Leonardo Paiva. Sou mestre em Direito pela PUC/PR; especialista em Direito Pro-
cessual Civil pelo IDRFB e em Direito Civil pela Uniderp; professor universitário de pós-graduações
e cursos para concurso público.
Bons estudos!

Sumário
Direito à Convivência Familiar e Comunitária ................................................................................................. 3
Colocação em Família Substituta...........................................................................................................................3
Acolhimento Institucional .......................................................................................................................................3
Apadrinhamento .....................................................................................................................................................3
Caiu na prova .................................................................................................................................................. 4

/aprovaconcursos
Lei 8069/1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente
Direito à convivência familiar e comunitária

Direito à Convivência Familiar e • A institucionalização não deve ultrapassar 18


meses;
Comunitária • Não importa, necessariamente, na perda do
poder familiar;
• É direito da criança e do adolescente ser criado • Reintegração preferencialmente para sua família
e educado pela sua família, sendo criado e edu- natural.
cado por família substituta excepcionalmente, • Será garantida a convivência integral da criança
a fim de garantir seu desenvolvimento integral. com a mãe adolescente que estiver em acolhi-
• A mera falta de recursos financeiros não é motivo mento institucional, sendo que esta deve ser as-
suficiente para retirada dos filhos de sua família. sistida por equipe especializada multidisciplinar.
• A privação de liberdade da mãe ou do pai Art. 19, §5º e 6º
também não constitui fator determinante para Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse
a colocação em família substituta. A criança ou em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após
o adolescente, inclusive, são autorizados e esti- o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e
mulados a visitar periodicamente seus genitores da Juventude.
que se encontram em tal situação (arts. 19, §4º e
23). Exceção se dá nos casos de condenação por §1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interpro-
crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra fissional da Justiça da Infância e da Juventude, que
o próprio filho. apresentará relatório à autoridade judiciária, con-
siderando inclusive os eventuais efeitos do estado
gestacional e puerperal.
Colocação em Família Substituta
§2º De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá
• O acolhimento institucional demanda a elabo- determinar o encaminhamento da gestante ou mãe,
ração de estudo social a cada 03 meses, sendo mediante sua expressa concordância, à rede pública
que a institucionalização não deve ultrapassar de saúde e assistência social para atendimento es-
18 meses (art. 19, §1º e 2º). As gestantes ou pecializado.
mães que manifestem interesse em entregar
§3º A busca à família extensa, conforme definida nos
seus filhos para adoção serão obrigatoriamente
termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respei-
encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça
tará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável
da Infância e da Juventude. (Art. 13, § 1o).
por igual período.
• É direito da criança e do adolescente ser criado
e educado pela sua família, sendo criado e edu-
cado por família substituta excepcionalmente,
Apadrinhamento
a fim de garantir seu desenvolvimento integral. Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de aco-
• Falta de Recursos Financeiros: é motivo para lhimento institucional ou familiar poderão participar de
colocação em família substituta? programa de apadrinhamento.
• NÃO! A mera falta de recursos não é motivo para §1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e propor-
suficiente para a retirada dos filhos de sua fa- cionar à criança e ao adolescente vínculos externos à
mília natural. instituição para fins de convivência familiar e comuni-
• A privação da liberdade, em regra, não é motivo tária e colaboração com o seu desenvolvimento nos
para colocação em família substituta e nem para aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional
a perda do poder familiar. e financeiro.
• Crianças e adolescentes são autorizados e esti- §2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores
mulados a visitar periodicamente seus genitores, de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de
quando presos (art. 19, §4º e art. 23). adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos
pelo programa de apadrinhamento de que fazem
• EXCEÇÃO: Condenação por crime doloso, sujeito
parte.
à pena de reclusão, contra o próprio filho.
§3º Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou ado-
lescente a fim de colaborar para o seu desenvolvi-
Acolhimento Institucional mento.
• Acolhimento institucional: estudo social a cada §4º O perfil da criança ou do adolescente a ser apadri-
03 meses; nhado será definido no âmbito de cada programa de

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Direito à convivência familiar e comunitária

apadrinhamento, com prioridade para crianças ou d) a permanência de Sara sob os cuidados de Tânia
adolescentes com remota possibilidade de reinserção não se prolongará por mais de 18 meses, salvo
familiar ou colocação em família adotiva. comprovada necessidade. 
§5º Os programas ou serviços de apadrinhamento apoia- e) salvo proibição legal fundamentada, Andréa terá
dos pela Justiça da Infância e da Juventude poderão o direito de visitar Sara regularmente na casa de
ser executados por órgãos públicos ou por organiza- Tânia.
ções da sociedade civil.
2. Ano: 2022 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Provas: Pro-
§6º Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, motor de Justiça Substituto
os responsáveis pelo programa e pelos serviços de
acolhimento deverão imediatamente notificar a auto- Quanto à medida específica de proteção à criança
ridade judiciária competente. e ao adolescente expressa no ECA conhecida como
Acolhimento Institucional, é correto afirmar que se
• Filhos biológicos ou não (adotados) terão os trata de medida:
MESMOS direitos e qualificações, sendo proi-
bidas quaisquer distinções entre eles (art. 20); a) Permanente.
• O Poder Familiar será exercido de forma igualitá- b) Excepcional.
ria entre pai e mãe, independentemente de quem c) Privativa da liberdade da criança ou adolescente. 
possua a guarda. d) Utilizável como forma de transição para medida
• Em caso de discordância, qualquer dos pais pode de Orientação, apoio e acompanhamento tem-
buscar a autoridade judiciária para solucionar porários.
divergências (art. 21); e) Utilizável como forma de transição para medida
• Incumbe aos PAIS (mãe e pai) o dever de susten- de Matrícula e frequência obrigatórias em esta-
belecimento oficial de ensino fundamental.
to, guarda, educação dos filhos menores, tendo
ambos os MESMOS direitos, deveres e respon-
sabilidades (art. 22). Gabarito
• Perda ou suspensão do Poder Familiar: devem 1. A
ser decretados apenas judicialmente, oportuni- 2. B
zando-se o contraditório aos pais.
• Apenas ocorrerá em caso de descumprimento
dos deveres expostos no art. 22 e na legislação.

Caiu na prova

1. Ano: 2022 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Provas: Pro-


motor de Justiça Substituto
Sara, filha de Andréa, tem 8 anos e se encontra sob os
cuidados de Tânia em programa de acolhimento fami-
liar. De acordo com disposição expressa, ainda que
não literal, do Estatuto da Criança e do Adolescente,
a) Tânia poderá receber recursos federais pelo fato
de estar cuidando de Sara. 
b) ainda que Sara viva na casa de Tânia, seu res-
ponsável legal é o dirigente do programa de aco-
lhimento familiar, equiparado a guardião. 
c) Tânia, a pedido de Andréa, diante de uma situação
excepcional e de urgência, pode ter recebido Sara
em regime de acolhimento familiar mesmo sem
prévia determinação da autoridade competente.

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