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DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E

COMUNITÁRIA

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DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E
COMUNITÁRIA

Fundamento - Declaração Universal dos Direitos da Criança -1959

Princípio 6
Para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua
personalidade, a criança precisa de amor e compreensão. Criar-
se-á, sempre que possível, aos cuidados e sob a responsabilidade
dos pais e, em qualquer hipótese, num ambiente de afeto e de
segurança moral e material, salvo circunstâncias excepcionais, a
criança da tenra idade não será apartada da mãe. À sociedade e
às autoridades públicas caberá a obrigação de propiciar cuidados
especiais às crianças sem família e àquelas que carecem de
meios adequados de subsistência. É desejável a prestação de
ajuda oficial e de outra natureza em prol da manutenção dos filhos
de famílias numerosas.
A FAMÍLIA NA CF/88

A família é a base da sociedade, devendo ter especial


proteção do Estado.

A família pode ser considerada como célula social, ou


seja, um núcleo privilegiado para o desenvolvimento
da personalidade humana (FARIAS; ROSENVALD,
2023).
DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E
COMUNITÁRIA

Para Liberati (2011 p. 26)A ausência da família, a


carência de amor e de afeto comprometem o
desenvolvimento da criança e do adolescente. A
família é, portanto, o agente socializador por
excelência do ser humano.
A CONVIVÊNCIA FAMILIAR COMO
DIREITO FUNDAMENTAL

O art. 227 da CF considerou o direito à convivência


familiar um direito fundamental.

O caput do arts. 4° e 19 do ECA reafirmou este direito.


IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA

Art. 19 caput

Toda criança e adolescente deve ser:

Criado e educado no seio de sua família e,


excepcionalmente, em família substituta;
Em ambiente que garanta seu desenvolvimento
integral.
INSERÇÃO EM LAR SUBSTITUTO

Art. 19

A inserção em lar substituto é medida protetiva,


excepcional, destinada a criança ou adolescente em
situação de risco (art. 91, VIII do ECA), desde que
comprovada a impossibilidade de a família natural
prover as condições básicas para o seu
desenvolvimento sadio e harmonioso.
ACOLHIMENTO FAMILIAR

Leitura do art. 19 § 1°

Toda criança ou adolescente que estiver inserido em


programa de acolhimento familiar ou institucional terá
sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três)
meses,

Tentativa de ser inserida no seio da família ou


colocação em família substituta, com base em
relatório elaborado por equipe interprofissional ou
multidisciplinar.
ACOLHIMENTO CRIANÇA E
ADOLESCENTE

Leitura do art. 19 § 2º

A criança ou adolescente deverá permanecer em


programa de acolhimento institucional pelo período
não superior de 18 meses.

Exceção: comprovada necessidade que atenda ao


seu superior interesse, devidamente
fundamentada pela autoridade judiciária
MANUTENÇÃO E REINTEGRAÇÃO DE
CRIANÇA E ADOLESCENTE

Leitura do art. 19, § 3º

Prima pela manutenção ou a reintegração da criança


ou adolescente à sua família, dando preferência em
relação a qualquer outra providência.
GENITORES PRIVADOS DE LIBERDADE

Art. 19, § 4°

Tutela a convivência da criança e do adolescente com


os genitores privados de liberdade, por meio de
visitas periódicas promovidas pelo responsável.

O direito de vistas não depende de autorização


judicial.
DIREITO À CONVIVÊNCIA COM MÃE
ADOLESCENTE

Leitura do art. 19, § 5° e § 6°

Garantida a convivência integral da criança com a


mãe adolescente que estiver em acolhimento
institucional.

A mãe adolescente tem direito a assistência por


equipe especializada multidisciplinar.
ENTREGA DA CRIANÇA PELA
GESTANTE OU MÃE

Leitura do art. 19- A

Caso a gestante ou mãe que manifeste interesse em


entregar seu filho para adoção, antes ou logo após
o nascimento, será encaminhada à Justiça da
Infância e da Juventude.
ENTREGA DA CRIANÇA PELA
GESTANTE OU MÃE

Leitura do art. 19- A, § 1°

Com a entrega da criança a mãe será ouvida pela


equipe interprofissional da Justiça da Infância e da
Juventude, que apresentará relatório à autoridade
judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos
do estado gestacional e puerperal.
O JUIZ DETERMINARÁ

Leitura do art.19- A, § 2º

O encaminhamento da gestante ou mãe, mediante


sua expressa concordância, à rede pública de saúde e
assistência social para atendimento especializado.
BUSCA DA FAMÍLIA EXTENSA

Leitura do art. 19-A § 3o

A busca à família extensa* respeitará o prazo máximo


de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período.

Vide* art. 25 do ECA


INEXISTÊNCIA DE GENITOR E FAMÍLIA
EXTENSA

Leitura do art. 19-A, 4º

O juiz competente deverá decretar a extinção do


poder familiar e em seguida determinar a colocação
da criança sob a guarda provisória de quem estiver
habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva
programa de acolhimento familiar ou institucional.
PAI REGISTRAL OU INDICADO

Leitura do art. 19-A § 5o

Deve ser manifestada na audiência a que se refere o


§ 1o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a
entrega.

Vide art. 166.


PRAZO PARA PROPOR AÇÃO DE
ADOÇÃO

Leitura do art. 19-A, § 7o

Os detentores da guarda possuem o prazo de 15


(quinze) dias para propor a ação de adoção,
contado do dia seguinte à data do término do
estágio de convivência.
DESISTÊNCIAS DOS GENITORES

Leitura do art. 19-A, § 8º

A desistência da criança poderá ser em sede de


audiência, ou até mesmo perante a equipe
interprofissional - da entrega da criança após o
nascimento, a criança será ficará em poder dos
genitores, e será determinado pela Justiça da Infância
e da Juventude o acompanhamento familiar pelo
prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
SIGILO DO NASCIMENTO

Leitura do art. 19- A, § 9o

A mãe tem o direito ao sigilo sobre o nascimento,


respeitado o disposto no art. 48 desta Lei.
APADRINHAMENTO DE CRIANÇA E
ADOLESCENTE

Leitura do art. 19-B, caput

Estando em programa de acolhimento institucional ou


familiar poderão participar de programa de
apadrinhamento.
APADRINHAMENTO

Leitura do art. 19-B, § 1°

Estabelece e proporciona à criança e ao adolescente


vínculos externos à instituição para fins de
convivência familiar e comunitária e colaboração
com o seu desenvolvimento nos aspectos social,
moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro.
APADRINHAMENTO DE PESSOA
JURÍDICA

Leitura do art. 19-B, § 3o

Podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de


colaborar para o seu desenvolvimento.
PERFIL DAS CRINÇAS APADRINHADAS

Leitura do art. 19-A, § 4o

Será definido no âmbito de cada programa de


apadrinhamento, com prioridade para crianças ou
adolescentes com remota possibilidade de
reinserção familiar ou colocação em família
adotiva.
APADRINHAMENTO

Leitura do art. 19-B, § 5o

Os programas ou serviços de apadrinhamento


apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude
poderão ser executados por órgãos públicos ou por
organizações da sociedade civil.
VIOLAÇÃO DAS REGRAS DE
APADRINHAMENTO

Leitura do art. 19-B, § 6o

Surgindo violação das regras de apadrinhamento, os


responsáveis pelo programa e pelos serviços de
acolhimento deverão imediatamente notificar a
autoridade judiciária competente.
IGUALDADE ENTRE FILHOS

Art. 20

Trata das várias formas de filiação (decorrente do


casamento, fora do casamento, por adoção).

A CF em seu art. 227, § 6, veio a igualar as várias


espécies de filiação, proibindo qualquer rótulo
discriminatório.
FILIAÇÃO

Não se utiliza mais denominação que indiquem


descriminação, como filho ilegítimo, incestuoso,
adotivo, adulterino e outros.

Após o advento da CF, o direito sucessório passou a


ser idêntico entre os filhos.

Da mesma forma a CC em seu art. 1.596 acolheu o


da igualdade entre os filhos.
PODER FAMILIAR

Art. 21

Trata do poder familiar.

A CF em seu art. 226, § 5º, e posteriormente, o ECA


igualaram pai e mãe de criar e educar os filhos,
distribuindo a responsabilidade equitativamente.

O CC substitui a expressão pátrio poder pela


denominação poder familiar (arts. 1.630 - 1.638).
DEVERES DOS PAIS DECORRENTE DO
PODER FAMILIAR

Leitura do art. 22 do ECA

Os deveres dos pais compreende:

Dever de sustento;
Dever de guarda; e
Dever de educação dos filhos menores.
PODER FAMILIAR

Conceito

Consiste em um conjuntos de direitos e deveres dos


pais aos filhos e que tem como objetivo propiciar um
desenvolvimento sadio e integral, uma vez que são
dotados de dignidade. (DEL CAMPO e OLIVEIRA,
2012)
DEVERES DECORRENTE DO CC –
PODER FAMILIAR

Dentre esses deveres inseridos no ECA o CC/02,


estabeleceu outros deveres paternos

Vide art. 1.634.


CARÊNCIA DE RECURSOS DOS
GENITORES

Leitura do art. 23 do ECA

Estabelece que a carência de recursos materiais não


constitui motivo suficiente para se concretizar a perda
ou suspensão do poder familiar.
PODER FAMILIAR

Leitura do §1° do ART. 23

Sem que haja outro motivo que por si só autorize a


decretação da medida, a criança ou o adolescente
será mantido em sua família de origem, a qual deverá
obrigatoriamente ser incluída em serviços e
programas oficiais de proteção, apoio e
promoção.
CONDENAÇÃO CRIMINAL

Leitura do § 2°do art 23

Havendo condenação criminal do pai ou da mãe não


implicará a destituição do poder familiar. No entanto
em caso de condenação por crime doloso, sujeito à
pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha,
ocorrerá a destituição/perda do poder familiar.
DA PERDA E DA SUSPENSÃO DO
PODER FAMILIAR

*Leitura do art. 24 do ECA

Nos remete a perda ou suspensão do poder familiar


e que deve ser decretada pelo juiz, em
conformidade com as regras do ECA e da
legislação Civil .
PODER FAMILIAR

Suspensão

Art. 1637 do CC

Hipótese – abuso de autoridade, falta aos deveres a


ele inerentes, dilapidação de bens dos filhos e
condenação dos pais por sentença irrecorrível, em
razão de crime que tenha mais de 02 anos de
prisão.
PERDA DO PODER FAMILIAR

Pode ocorrer em duas situações:

Com responsabilidade dos pais ou

Sem responsabilidade dos pais.


PODER FAMILIAR

Perda do poder familiar

Sem responsabilidade dos pais

Hipótese:
Pela morte dos pais ou do filho, pela emancipação,
pela maioridade ou pela adoção (art. 1635, I a IV
do CC)
PODER FAMILIAR

Perda do poder familiar

Com responsabilidade

Hipótese – castigar imoderadamente o filho, deixá-lo


ao abandono, praticar atos contra à moral e os bons
costumes e incidir reiteradamente, em atos que
determine apenas a suspensão (art. 1.635, V e 1.638
do CC)
PROCEDIMENTO JUDICIAL

Arts. 155 – 163 do ECA

Legitimados – MP ou qualquer interessado (art. 155


do ECA)

Prazo para conclusão 120 dias (art. 163 do ECA)


FAMÍLIA NATURAL

O artigo 25 do ECA define família natural

Compreende: pais ou quaisquer deles e seus


descendentes.

Art. 25 – família natural – relembra o art. 226 § § 3º e


4º da CF que veio ampliar o definição de família no
ordenamento jurídico brasileiro.
DEFINIÇÃO DE FAMÍLIA EXTENSA OU
AMPLIADA

Art. 25, parágrafo único define família extensa ou


ampliada como sendo:

Aquela que vai além da unidade pais e filhos ou da


unidade do casal, formada por parentes próximos e
que tenha vínculo de afinidade e afetividade.
RECONHECIMENTO DOS FILHOS

Reconhecimento dos filhos (art. 26)

Prevê o reconhecimento dos filhos havidos fora do


casamento.
Reconhecimento pode ser: voluntário ou judicial
O reconhecimento do estado de filiação é um direito
imprescritível. (Súmula 149 do STF), já a petição de
herança não é.
Pai falecido – ação intentada contra os herdeiros.
RECONHECIMENTO DE FILHO

Lei 8.560/92 – dispõe sobre investigação de


paternidade.

Foro - Súmula 1 do STJ- domicílio ou residência do


alimentando, quando cumulada com alimentos.

A recusa do réu em submeter ao exame de DNA


gerará presunção de paternidade (Lei 12.004/09)

Recusa dos parentes em realizar o DNA (Lei


14.138/2021.
FILIAÇÃO

Art. 27

Dispõe sobre a natureza do reconhecimento do


estado de filiação.

Trata-se de um direito imprescritível, indisponível e


personalíssimo.
FILIAÇÃO

Art. 27

Legitimados para propor ação:


- Filho e o MP.

A ação pode ser proposta contra os pais ou herdeiros,


observado segredo de Justiça.
LEITURAS RECOMENDADAS

Lei 8.069/90.

Doutrina contida no plano de curso, devidamente


atualizada.

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