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Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem

Direito da Criança e do Adolescente

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Direito da Criança e do Adolescente


Revisão Turbo | 40° Exame da OAB

Sumário

1. Direito da Criança e do Adolescente – part. 01........................................................................ 4


1.1. Direito fundamental à vida e à saúde .................................................................................... 4
1.2. Trabalho artístico .................................................................................................................. 5
1.3. Direito ao convívio familiar .................................................................................................... 5
1.4. Condenação criminal ............................................................................................................ 6
1.5. Acolhimento de crianças e adolescentes .............................................................................. 6
1.6. Apadrinhamento – art. 19-B .................................................................................................. 6
1.7. Família substituta – art. 28 .................................................................................................... 7
1.8. Quem não pode adotar? ....................................................................................................... 7
1.9. Da adoção internacional – art 52 .......................................................................................... 8
1.10. Recusas injustificadas......................................................................................................... 8
2. Direito da Criança e do Adolescente – part. 02........................................................................ 9
2.1. Prevenção especial ............................................................................................................... 9
2.2. Medidas de proteção e medidas socioeducativas ............................................................... 10
2.3. Dos crimes praticados contra crianças e adolescentes ...................................................... 13

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1. Direito da Criança e do Adolescente – part. 01

1.1. Direito fundamental à vida e à saúde

Artigo 14 do ECA. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência


médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam
a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades
sanitárias.

Art. 10º, I do ECA. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de


gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: “I - manter registro das atividades
desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos.”

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção


à saúde de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo
referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável,
por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde constem as intercorrências
do parto e do desenvolvimento do neonato:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

Atenção!
Em relação às mulheres que desejam entregar seus filhos para adoção, estas serão
obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude,
de acordo com o artigo 13, §1º, e art. 19-A do ECA.
Sanção administrativa - art. 258-B, ECA.

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1.2. Trabalho artístico


“Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar,
Justiça da Infancia
mediante alvará: [...]” e da Juventude

“Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá recurso de
apelação.”

1.3. Direito ao convívio familiar


Poder familiar:
• Dever de sustento, guarda e educação dos filhos (art. 22);
• Excepcionalmente ocorrerá a suspensão ou destituição do poder familiar (art.
101);
• Falta de recursos financeiros, por si só, não é motivo para colocar a criança em
acolhimento institucional ou familiar (art. 23);
• Condenação criminal também não importará na destituição do poder familiar, em
regra (art. 23). Não pode o MP ou conselho tutelar
querer decidir sobre a destituição

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1.4. Condenação criminal


“Art. 23. § 2º: a condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder
familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra
outrem igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente.”
Atenção!
Já caiu o artigo 1.638, parágrafo único do Código Civil:

I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar:


a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando
se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou
discriminação à condição de mulher; se for praticado com o filho menor de 18 anos, leva a destituição do poder familiar

b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão;


II – praticar contra filho, filha ou outro descendente:
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando
se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou
discriminação à condição de mulher;
b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena
de reclusão.

1.5. Acolhimento de crianças e adolescentes


• O acolhimento institucional ou familiar é medida excepcional e aplicada a partir
de decisão judicial;
• Reavaliada a cada 3 meses, no máximo 18 meses (art. 19, §§1º e 2º);
prazo, no entanto é possível prorrogar por mais tempo desde que haja decisão judicial
• Salvo em caráter de urgência, todavia o Juiz da Infância e Juventude deverá ser
comunicado pela entidade no prazo máximo de 24 horas sobre este acolhimento,
sob pena de responsabilidade (art. 93).

1.6. Apadrinhamento – art. 19-B é um programa que visa proporcionar a criança/adolescente atividades externas para este fim
• Criança e adolescente em acolhimento;
• Para colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico,
cognitivo, educacional e financeiro;
• Possibilita vínculo externo e temporário;
• Pode ser PF ou PJ;
• Pessoa física: maiores de 18 anos não inscritas no cadastro de adoção.

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para ser uma


família
ampliada ou
extensa é
necessário
que ela
conviva com
eles

1.7. Família substituta – art. 28


• Para a colocação em família substituta o adolescente (12 anos) deve consentir;
devem ser mantidos • Irmãos só serão separados por decisão judicial fundamentada;
juntos
• Indígena ou de comunidade remanescente de quilombo deve permanecer na sua
comunidade, salvo impossibilidade.

1.8. Quem não pode adotar?

avós

E se o adotante falecer no curso do processo de adoção? Adoção póstuma (art. 42,


§6º).

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1.9. Da adoção internacional – art 52 ela é de brasileiros residentes no exterior ou de estrangeiros residentes no exterior e
querem adotar uma criança brasileira

• Pedido de habilitação perante à autoridade central do país de acolhida;


país de origem
• Relatório e estudo psicossocial para a Autoridade Central Estadual com cópia
para a Federal;
• Os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados pela
autoridade consular, acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público
juramentado;
• É possível exigir complementações sobre o estudo psicossocial;
• Expedição de laudo com validade de no máximo 1 ano.
serve para dizer que esse casal pode vir ao brasil para formalizar o pedido de adoção
a fase de convivência deve acontecer no Brasil

Atenção!
STJ – REsp 1.545.959/SC: admitiu, à luz do princípio do melhor interesse da criança
ou adolescente, que a características da irrevogabilidade da adoção seja mitigada.

1.10. Recusas injustificadas


Conforme prevê o § 4º do art. 197-E do ECA, após 3 recusas injustificadas, pelo
habilitado, à adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil escolhido, haverá
reavaliação da habilitação concedida.

Resolva a questão a seguir:

1) FGV – 2021 - OAB – 33º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase


João, de 17 anos, teve sua participação como artista, em determinado espetáculo público, vedada pela
autoridade judiciária, ao argumento de que se trataria de exposição indevida a conteúdo
psicologicamente danoso.
Procurado pela genitora de João para defender sua participação no espetáculo, você, como
advogado(a) deve:

A) impetrar mandado de segurança contra a decisão que reputa ilegal.


B) interpor recurso de apelação com vistas a reformar a decisão.
C) interpor recurso de agravo de instrumento para suspender os efeitos da decisão.
D) ajuizar ação rescisória contra a decisão que reputa ilegal.

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2. Direito da Criança e do Adolescente – part. 02


ART. 81 DO ECA
2.1. Prevenção especial
Produtos que ART 78 E 79
Venda de
causa
armas, Bebidas Fogos de
Conduta dependência Revistas
munições e alcoólicas artifício
física ou
explosivos
psíquica

Infração
Natureza da Infração
Crime administrativa e Crime Crime
sanção administrativa
crime

Artigo no Art. 258-C e


Art. 242 Art. 243 Art. 244 Art. 257
ECA 243

• Quanto a hospedagem de crianças e adolescentes em hotéis, motéis, pensões e


estabelecimentos congêneres (art. 82) fica proibida, salvo se expressamente
autorizado ou acompanhado de pais ou responsáveis;
• A infração a essa regra (de hospedagem) importa em sanção administrativa,
conforme o artigo 250, do ECA.

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2.2. Medidas de proteção e medidas socioeducativas

algumas medidas são


exclusivas do JJ

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A PARTIR DOS 12 ANOS

As medidas socioeducativas:
• Crianças e adolescentes são inimputáveis – Art. 228, CF; Art. 104, ECA; Art. 22,
CP.
• Ato infracional: ato análogo a crime ou contravenção penal (Art. 103, ECA).
• Idade do fato – Teoria da atividade (art. 4º, do CP).
• Direitos dos adolescentes privados de liberdade (art. 124):

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;

Veja a tabela na página a seguir...

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ESCRITO OU ASSINADO

Atenção!
STJ – Info 732/22
Na execução de medida socioeducativa, o período de tratamento médico deve ser
contabilizado no prazo de 3 anos para a duração máxima da medida de internação, nos termos
é contabilizado
do art. 121, § 3º, do ECA.

Súmulas importantes do STJ:

Veja o esquema na página a seguir...

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2.3. Dos crimes praticados contra crianças e adolescentes


• Todos os crimes praticados contra crianças e adolescentes são de ação pública
incondicionada (isto é, não há necessidade de representação pela vítima), tanto
os crimes por ação, quanto por omissão.
• Aplica-se aos crimes definidos pela ECA as normas da Parte Geral do Código
Penal, quanto ao processo, as normas do Código de Processo Penal.

Atenção!
Com a promulgação da Lei 14.344/2022, aos crimes cometidos contra crianças e
adolescentes não pode ser aplicada a Lei 9.099/1995.
Em casos de violência doméstica e familiar contra criança e adolescente, é vedada a
aplicação de penas de cesta básica ou de outras de prestação pecuniária, bem como a
substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.
(art. 226, §§1º e §2º)

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Recomendações de leitura:
• Art. 228 até 244-B: crimes contra crianças e adolescentes;
• Art. 245 até 258-C: infrações administrativas;
• Tabela listando os crimes e infrações no material.

Resumo dos crimes e infrações:


• Comunicação de maus tratos: obrigação para médicos, professores,
responsáveis por estabelecimento de saúde e ensino fundamental;
• Impedir o exercício de direito de adolescente privado de liberdade;
• Divulgação do nome da criança ou adolescente em ato infracional;
• Descumprir dever do poder familiar;
• Descumprir regras de: Hospedagem; Transporte; Espetáculos /
diversões; Peças teatrais / filmes; Locadoras de filmes; Revista
Infração pornográfica ou com conteúdo inadequado;
administrativa • Não efetuar o encaminhamento ao JIJ de gestante que quer entregar
criança à adoção;
• Deixar a autoridade de providencias instalação e operacionalização do
cadastro de adoção;
• Estabelecimento que descumprir regras sobre proibição de venda de
bebida alcoólicas;

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• Descumprir dever de registro hospitalar / identificação


neonato/parturiente. Pena: detenção/multa;
• Privação liberdade irregular. Pena: detenção;
• Policial que deixa de fazer comunicação ou comente ilegalidade na
apreensão. Pena: detenção;
• Aquele que submeter criança e adolescente à vexame/constrangimento.
Pena: detenção;
• Impedir atuação do JIJ, CT e MP. Pena: detenção;
• Subtrair criança ou adolescente. Pena: reclusão/multa;
• Vender o filho. Pena: reclusão/multa
Crimes contra
crianças e • Enviar criança e adolescente ao exterior de forma ilegal. Pena:
adolescentes reclusão/multa;
• Atos contra dignidade sexual. Pena: reclusão/multa;
• Vender armas e munição para criança e adolescente. Pena: reclusão;
• Vender bebidas alcoólicas e produtos que causam dependência para
crianças e adolescentes. Pena: detenção/multa;
• Vender fogos de artifício para crianças e adolescente. Pena:
detenção/multa;
• Corromper menor para participação em crime. Pena: reclusão.
• Pai/mãe ou responsável que deixa dolosamente de comunicar
desaparecimento da criança ou adolescente. Pena: reclusão e multa.

Resolva a questão a seguir:

2) FGV – 2022 - OAB – 34º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Joana, com 10 anos, viajou de ônibus com a mãe, Marcela, do Espírito Santo para Mato Grosso do
Sul, sem que a empresa de transporte verificasse, em nenhum momento, a documentação de
comprovação do vínculo parental entre ela e a mãe.
Em uma parada, um agente da autoridade fiscalizatória adentrou no coletivo e, indagando a Marcela
sobre a comprovação documental, recebeu desta a informação de que não havia sido requerida tal
prova em nenhum momento.
Dada a situação acima, assinale a afirmativa correta.

A) Ainda que o vínculo parental efetivamente exista e seja posteriormente comprovado, a empresa de
ônibus cometeu infração administrativa prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente ao não exigir
tal prova antes de iniciar a viagem.
B) A prova do vínculo de parentesco pode ser feita posteriormente, afastando a consumação da
infração administrativa por parte da empresa de ônibus.
C) A prova do vínculo de parentesco não é exigência legal para viagens interestaduais com crianças,
bastando a autoidentificação pela suposta mãe.
D) A infração administrativa não está consumada senão quando da efetiva ausência do vínculo de
parentesco, o que não aconteceu no caso presente.

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Gabaritos das questões:

1–B 2–A

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