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PF + PRF

PROFESSOR FILIPE MOURA


LEGISLAÇÃO ESPECIAL

1
ESTATUTO DA
CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE

ECA 8069/90
Filipe Moura
18 anos Menor de 18 anos

Imputável Inimputável

Crime Ato infracional

Processo Ação socioeducativa

Preso Apreendido

Pena ou medida de segurança Medida socioeducativa e/ou medida


protetiva
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à
criança e ao adolescente.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a


pessoa até doze anos de idade incompletos, e
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se


excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre
dezoito e vinte e um anos de idade.
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como
crime ou contravenção penal.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito
anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada
a idade do adolescente à data do fato.

Tipicidade delegada:
O ECA toma emprestado do código penal e de outras leis os
crimes e contravenções.

Tortura x ECA

Abuso de autoridade x ECA

Lei de drogas x ECA DEPENDE


Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a
autoridade competente poderá aplicar ao adolescente
as seguintes medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta
a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a
gravidade da infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será
admitida a prestação de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou
deficiência mental receberão tratamento individual e
especializado, em local adequado às suas condições.
Advertência
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação
verbal, que será reduzida a termo e assinada.

Obrigação de reparar o dano


Art. 116. Em se tratando de ato infracional com
reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar,
se for o caso, que o adolescente restitua a coisa,
promova o ressarcimento do dano, ou, por outra
forma, compense o prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a
medida poderá ser substituída por outra adequada.
Prestação de serviço à comunidade
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste
na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por
período não excedente a seis meses, junto a entidades
assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem como em programas
comunitários ou governamentais.

Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as


aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas
durante jornada máxima de oito horas semanais, aos
sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo
a não prejudicar a frequência à escola ou à jornada
normal de trabalho.
Liberdade assistida
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que
se afigurar a medida mais adequada para o fim de
acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por
entidade ou programa de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo
de seis meses, podendo a qualquer tempo ser
prorrogada, revogada ou substituída por outra medida,
ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
Regime de semi-liberdade
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser
determinado desde o início, ou como forma de transição
para o meio aberto, possibilitada a realização de
atividades externas, independentemente de autorização
judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a
profissionalização, devendo, sempre que possível, ser
utilizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado
aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à
internação.
Internação provisória

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode


ser determinada pelo prazo máximo de quarenta
e cinco dias
Internação
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade,
sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da
equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial
em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua
manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no
máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação
excederá a três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o
adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-
liberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de
autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
§ 7º A determinação judicial mencionada no § 1º poderá ser revista
a qualquer tempo pela autoridade judiciária.
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
ameaça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações
graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida
anteriormente imposta.
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste
artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser
decretada judicialmente após o devido processo legal.
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação,
havendo outra medida adequada.
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em
entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto
daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa
separação por critérios de idade, compleição física e
gravidade da infração.

Parágrafo único. Durante o período de internação,


inclusive provisória, serão obrigatórias atividades
pedagógicas.
Art. 171. O adolescente apreendido por força de
ordem judicial será, desde logo, encaminhado à
autoridade judiciária.

Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de


ato infracional será, desde logo, encaminhado à
autoridade policial competente.
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou
responsável, o adolescente será prontamente liberado
pela autoridade policial, sob termo de compromisso e
responsabilidade de sua apresentação ao representante
do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo
impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando,
pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social,
deva o adolescente permanecer sob internação para
garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da
ordem pública.
Dos Crimes
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a
criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do
disposto na legislação penal.

Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da


Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as
pertinentes ao Código de Processo Penal.

Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública


incondicionada.

Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput


do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados
por servidores públicos com abuso de autoridade, são
condicionados à ocorrência de reincidência.

Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função,


nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e
prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer
à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta
médica, declaração de nascimento, onde constem as
intercorrências do parto e do desenvolvimento do
neonato:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por
ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos
exames referidos no art. 10 desta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar,
por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica,
envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta,
coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de
criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste
artigo, ou ainda quem com esses contracena.
§2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o
crime:
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de
exercê-la;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade; ou
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou
afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador,
preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro
título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou


divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou
telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

§1º Nas mesmas penas incorre quem:


I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas
ou imagens de que trata o caput deste artigo;
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo.

§2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são puníveis


quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente
notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o
caput deste artigo.
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio,
fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena
quantidade o material a que se refere o caput deste artigo.
§2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de
comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas
descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a
comunicação for feita por:
I – agente público no exercício de suas funções;
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas
finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o
encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo;
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de
acesso ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o
recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial,
ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar,
ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a
criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem
justa causa, outros produtos cujos componentes
possam causar dependência física ou psíquica:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa,
se o fato não constitui crime mais grave.

Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de


menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando
infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
Lei 8.069/1990
ECA
Questões
CESPE / CEBRASPE - 2003 - PC-RR - Delegado de Polícia Civil
Com referência aos crimes contra crianças e adolescentes,
tortura e abuso de autoridade, julgue o item que se segue.

Considere a seguinte situação hipotética.


A autoridade policial, suspeitando que um menor de treze anos
de idade havia participado da subtração de toca-fitas de
veículos estacionados nas adjacências de uma delegacia,
efetuou a sua prisão, sem existência do flagrante de ato
infracional ou de ordem escrita da autoridade judiciária
competente.

Nessa situação, a autoridade policial praticou crime tipificado


no Estatuto da Criança e do Adolescente.
2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: EBSERH

Com relação a situações de violência contra crianças, julgue


o seguinte item.
Para a caracterização do ato de pedofilia, é necessária
alguma forma de contato físico com criança.
CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público
Em 15 de abril de 2019, Ricardo, com 17 anos de idade, praticou ato infracional
análogo ao crime de roubo. O Ministério Público ofereceu representação contra
Ricardo quando ele já estava com 18 anos de idade. Ao final do procedimento
judicial, o magistrado aplicou a Ricardo, então com 18 anos de idade, a medida
socioeducativa de internação. Por ocasião de reavaliação da medida, foi concedida
a Ricardo a progressão para o regime de semiliberdade. Durante o cumprimento da
medida em regime de semiliberdade, foi prolatada nova sentença, aplicando a
Ricardo, agora com 19 anos de idade, medida de internação em razão da prática,
em 15 de março de 2019, de ato infracional análogo ao crime de homicídio.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, de acordo com a
legislação pertinente e com a jurisprudência dos tribunais superiores.

O magistrado não poderia ter aplicado a Ricardo a medida socioeducativa de


internação pela prática do ato infracional análogo ao crime de roubo, porque, de
acordo com jurisprudência do STJ, a superveniência da maioridade penal impede a
apuração e a aplicação de medida socioeducativa.
CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público
André, com dezessete anos de idade, foi apreendido pela prática de ato infracional análogo
ao crime de tráfico de drogas. Depois de ter sido conduzido à delegacia de polícia
especializada, o adolescente foi apresentado ao Ministério Público. O promotor de justiça
que o entrevistou ofereceu-lhe remissão cumulada com medida socioeducativa de
semiliberdade. O magistrado indeferiu a remissão ministerial, sob o fundamento de que a
aplicação de medida socioeducativa ao adolescente por ato infracional é de competência
exclusiva do juiz, e abriu vista ao Ministério Público para que apresentasse representação
contra André no prazo de 24 horas. Diante da negativa de homologação judicial e do retorno
dos autos, o promotor ofereceu representação contra André e o magistrado manteve a
internação provisória, designou audiência de apresentação e determinou a citação do
adolescente. Na sentença, o magistrado determinou a internação, fundamentando que a
conduta do adolescente era grave, embora não houvesse qualquer outra anotação em sua
folha de passagem.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o seguinte item, de acordo com a legislação
pertinente e a jurisprudência dos tribunais superiores.
Embora não houvesse qualquer outra anotação na folha de passagem de André, a atitude
do magistrado de determinar a internação do adolescente foi correta, pois a gravidade do
fato praticado por ele basta para justificar a aplicação da medida socioeducativa de
internação, conforme jurisprudência do STJ.
CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal
No item a seguir é apresentada uma situação hipotética
seguida de uma assertiva a ser julgada considerando-se o
Estatuto do Desarmamento, o Estatuto da Criança e do
Adolescente e o Sistema Nacional de Políticas Públicas
sobre Drogas.

João foi flagrado, em operação da PRF, submetendo uma


adolescente a exploração sexual em rodovia federal. Nessa
situação, João poderá não responder pelo crime se
comprovar o consentimento da menor.
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Papiloscopista Policial Federal
Em cada um dos itens que se seguem, é apresentada uma
situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com
base em disposições das Leis n.os 8.069/1990, 12.037/2009 e
13.445/2017 e suas alterações.

Godofredo, maior e capaz, recorrentemente fingia ser


adolescente, entrava em jogos online e tentava aliciar menores
para a venda de drogas a colegas de suas escolas. Em uma de
suas tentativas, em uma sala de bate-papo, enquanto
conversava com um menor de dezesseis anos, ele foi preso em
flagrante delito. Nessa situação, Godofredo responderá por
crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente,
independentemente da prova da efetiva corrupção do menor.
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal
Com referência à interceptação de comunicação telefônica,
ao crime de tráfico ilícito de entorpecentes, ao crime de
lavagem de capitais e a crimes cibernéticos, julgue o
seguinte item.

Segundo entendimento do STJ, o adolescente apreendido


em flagrante de ato infracional análogo ao tráfico de
entorpecentes não ficará necessariamente sujeito à
imposição de medida socioeducativa de internação.
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal
Em cada item seguinte, é apresentada uma situação hipotética
seguida de uma assertiva a ser julgada, a respeito de crime de
tráfico ilícito de entorpecentes, crime contra a criança e
adolescente e crimes licitatórios.

Valdo recebeu por email um vídeo gravado por seu amigo Lucas
com pornografia envolvendo uma adolescente e uma outra
pessoa, maior de idade. Após assistir ao vídeo, Valdo arquivou
as imagens no HD do seu computador. Nessa situação, a
conduta de Lucas configurou crime de divulgação de vídeos com
pornografia envolvendo adolescente, e a de Valdo foi atípica.
CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor
Legislativo Área XXII
Acerca de ato infracional e medidas socioeducativas, bem como dos crimes
e infrações praticados contra a criança e o adolescente, julgue o item a
seguir.

Considere a seguinte situação hipotética.


Um jovem com quinze anos de idade, reunido com outros adolescentes, foi
encontrado quando pichava prédios particulares, e, após ser apreendido
pela polícia e levado ao Poder Judiciário, a autoridade competente
determinou que o adolescente realizasse a pintura dos locais pichados, a
fim de reparar o dano causado.
Nessa situação hipotética, a sanção aplicada ao adolescente não se
compatibilizou com os ditames da aplicação das medidas socioeducativas,
pois violou a dignidade da pessoa humana, tendo-se caracterizado como
trabalho forçado.
CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo
- Consultor Legislativo Área XXII
Acerca de ato infracional e medidas socioeducativas, bem
como dos crimes e infrações praticados contra a criança e o
adolescente, julgue o item a seguir.

Caso um adolescente que faça parte de um grupo formado


por adultos e que já tenha praticado, comprovadamente,
diversos roubos com uso de arma de fogo seja apreendido,
a ele deverá ser imposta — após o devido procedimento
judicial — a medida socioeducativa denominada liberdade
assistida.
CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo -
Agente de Polícia Legislativa
Paulo e João foram surpreendidos nas dependências da Câmara
dos Deputados quando subtraíam carteiras e celulares dos
casacos e bolsas de pessoas que ali transitavam. Paulo tem
dezessete anos e teve acesso ao local por intermédio de João,
que é servidor da Casa.

Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.

As medidas socioeducativas aplicáveis a Paulo incluem a


advertência, a obrigação de reparar o dano e a prestação de
serviços a comunidade.
LEI Nº 10.446, DE 8 DE MAIO DE
2002.

Dispõe sobre infrações penais de repercussão


interestadual ou internacional que exigem repressão
uniforme, para os fins do disposto no inciso I do § 1º
do art. 144 da Constituição.
Art. 1º Na forma do inciso I do § 1º do art. 144 da Constituição, quando houver
repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme,
poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem
prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no
art. 144 da Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e Civis dos
Estados, proceder à investigação, dentre outras, das seguintes infrações
penais:
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de
todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e


mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:(Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de
bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e
empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
segundo se dispuser em lei;
Art. 1º Na forma do inciso I do § 1º do art. 144 da Constituição, quando
houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão
uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da
Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança
pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em especial das
Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre
outras, das seguintes infrações penais:
I – seqüestro, cárcere privado e extorsão mediante seqüestro (arts. 148 e
159 do Código Penal), se o agente foi impelido por motivação política
ou quando praticado em razão da função pública exercida pela vítima;
II – formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4º da Lei no 8.137,
de 27 de dezembro de 1990); e
III – relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa
do Brasil se comprometeu a reprimir em decorrência de tratados
internacionais de que seja parte; e
IV – furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores,
transportadas em operação interestadual ou internacional, quando
houver indícios da atuação de quadrilha ou bando em mais de um
Estado da Federação.
V - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto
destinado a fins terapêuticos ou medicinais e venda, inclusive pela
internet, depósito ou distribuição do produto falsificado, corrompido,
adulterado ou alterado
VI - furto, roubo ou dano contra instituições financeiras,
incluindo agências bancárias ou caixas eletrônicos,
quando houver indícios da atuação de associação
criminosa em mais de um Estado da Federação.

VII – quaisquer crimes praticados por meio da rede


mundial de computadores que difundam conteúdo
misógino, definidos como aqueles que propagam o
ódio ou a aversão às mulheres.

Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do caput, o


Departamento de Polícia Federal procederá à
apuração de outros casos, desde que tal providência
seja autorizada ou determinada pelo Ministro de
Estado da Justiça.
De acordo com a lei 10.446/2002, julgue o item que
segue.

Quaisquer crimes praticados por meio da rede mundial


de computadores que difundam conteúdo misógino,
definidos como aqueles que propagam o ódio ou a
aversão às mulheres, poderão ser investigados pela
Polícia Federal, desde que haja repercussão
interestadual ou internacional que exija repressão
uniforme.
De acordo com a lei 10.446/2002, julgue o item que
segue.

Desde que exista repercussão interestadual ou


internacional que exija repressão uniforme, a Polícia
Federal procederá à apuração de outros crimes (que não
os listados na lei), desde que tal providência seja
autorizada ou até mesmo determinada pelo Ministro de
Estado da Justiça.
De acordo com a lei 10.446/2002, julgue o item que
segue.

Quando houver repercussão interestadual ou


internacional que exija repressão uniforme, o
Departamento de Polícia Federal do Ministério da
Justiça poderá proceder à investigação do crime de
furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e
valores, transportadas em operação interestadual ou
internacional, quando houver prova cabal da atuação de
quadrilha ou bando em mais de um Estado da
Federação.
De acordo com a lei 10.446/2002, julgue o item que
segue.

Infrações relativas à violação a direitos humanos, que a


República Federativa do Brasil se comprometeu a
reprimir em decorrência de tratados internacionais,
quando houver repercussão intermunicipal ou
internacional que exija repressão uniforme, deverão ser
investigadas exclusivamente pelo Departamento de
Polícia Federal.
De acordo com a lei 10.446/2002, julgue o item que
segue.

Quando houver repercussão interestadual ou


internacional que exija repressão uniforme, o
Departamento de Polícia Federal poderá proceder à
investigação do crime de sequestro, cárcere privado e
extorsão mediante sequestro, desde que o agente tenha
sido impelido por motivação política ou quando
praticado em razão da função pública exercida pela
vítima.

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