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TREINAMENTO INTENSIVO

Eixo Temático 4
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EIXO TEMÁTICO 4
• REMISSÃO

Obs.: Remissão ≠ Remição. A “remissão” é voltada para a questão do perdão, enquanto


“remição” é aplicada para menores inimputáveis.

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infra-
cional, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como
forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do
fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou
menor participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autorida-
de judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.

Obs.: o verbo “poderá” traz a ideia de facultatividade.

No caso de o procedimento judicial ainda não ter sido instaurado, isto é, o Ministé-
rio Público (Promotor de Justiça ou Procurador da República) não fez a representação
perante o poder judiciário e a investigação somente decorre em delegacia especializada,
uma remissão pode ser concedida ao menor. Será feito uma espécie de acordo a partir
do depoimento do indivíduo e diante das circunstâncias do fato, de sua personalidade,
da gravidade ou não do ato infracional e de sua participação, o Ministério Público deci-
dirá não abrir o processo judicial contra esse menor.
No caso de um procedimento já instaurado, ainda é possível haver uma remissão
concedida somente pelo juiz que implicará na suspensão (por prazo estipulado) ou extin-
ção do processo e assim, apaga-se qualquer registro de sentença contra o menor enten-
dida pela autoria e materialidade do ato infracional.

Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou com-


provação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, po-
dendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei,
exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação.

Tanto o Ministério Público quanto o juiz ao conceder a remissão – antes ou após o procedimento,
respectivamente –, que gera a exclusão ou suspensão do processo, podem aplicar as medidas
socioeducativas (como advertência, reparação de danos, liberdade assistida), salvo as de
semiliberdade e internação.
5m
Para que haja restrição da liberdade do menor é necessário a realização do devido processo
legal que garante a ampla defesa e o contraditório.

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Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente,
a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu represen-
tante legal, ou do Ministério Público.

O juiz pode reconsiderar uma medida mais branda ou não.


Pergunta: Em relação aos atos infracionais e observando os povos tradicionais ou
a comunidade quilombola, o ECA é referência constitucional?
Sim. Aqui, há um diálogo das fontes; o Estatuto também é aplicado sob menores
oriundos de populações originárias e tradicionais ou de comunidades quilombolas que
tenham cometido atos infracionais. Porém, sempre devem ser observadas as especifi-
cidades da lei, como a questão da integração ou não do menor na sociedade brasileira,
esta regida pela Constituição Federal e pelo Código Penal.

• DOS CRIMES

Em relação aos artigos citados abaixo, a criança e o adolescente se encontram no


polo passivo, são vítimas de condutas criminosas por ação ou omissão.

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o ado-
lescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do
Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
§ 1º Aos crimes cometidos contra a criança e o adolescente, independentemen-
te da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995. (In-
cluído pela Lei n. 14.344/2022) Vigência

Para TODOS os crimes cometidos contra a criança e o adolescente JAMAIS pode ser
aplicada a Lei n. 9.009/1995, que trata dos Juizados Especiais Criminais (JECRIM) pois
deve haver uma proteção maior para esses menores.

§ 2º Nos casos de violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente,


é vedada a aplicação de penas de cesta básica ou de outras de prestação pecu-
niária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de
multa. (Incluído pela Lei n. 14.344/2022) Vigência
10m

Se for um processo que verse uma conduta praticada no contexto familiar ou domés-
tico, o juiz não pode condenar a pessoa a pagamento de prestação pecuniária (pena
alternativa) ou de cesta básica. Também não pode haver a substituição da pena que
implique o pagamento ISOLADO de multa. Deve-se aplicar uma pena privativa de liber-
dade combinada com multa. Esta mudança ocorreu em 2022 a partir da Lei Henry Borel,
que endureceu a aplicabilidade do Direito Penal para aqueles que cometeram crimes
contra menores.

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Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.

Ação penal pública incondicionada: É necessário que haja o preenchimento dos requi-
sitos legais para que o Ministério Público, por meio de seu representante, ingresse com a
demanda judicial sem a autorização de qualquer outra pessoa.

Art. 227-A. Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92. do


Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes pre-
vistos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso de autoridade,
são condicionados à ocorrência de reincidência. (Incluído pela Lei n. 13.869/2019)

Para que haja a aplicação dos efeitos condenatórios sob todo aquele que praticou
um crime contra criança e adolescente, se foi servidor público, é preciso que ele seja
reincidente. Essa reincidência significa que existe uma condenação criminal definitiva
anterior por qualquer outro crime.
15m

Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, indepen-


derá da pena aplicada na reincidência. (Incluído pela Lei n. 13.869/2019)

Desde 2019 têm ocorrido mudanças legislativas que implicam maior gravidade
quanto à prática de condutas criminosas contra crianças e adolescentes.

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de


atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas,
na forma e prazo referidos no art. 10. desta Lei, bem como de fornecer à partu-
riente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento,
onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Parturiente: mulher que pariu.


Neonato: recém-nascido.
O dirigente do hospital ou encarregado daquele serviço precisa manter os registros
do parto e do desenvolvimento do recém-nascido e entregar para a mãe quando lhe é
dada a alta. Caso não ocorra dessa forma, é considerado crime cometido por omissão.

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.

O crime culposo é quando o agente não teve a intenção deliberada, foi sucedido por
negligência. O caput do art. 228. ocorre em modalidade dolosa, ou seja, ele quer fazer e
quer o resultado – ou assume o risco que esse resultado aconteça.

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Obs.: Se a lei não expressar nada a respeito do crime, ele é doloso. Para que seja culposo,
é preciso que a lei preveja expressamente; a culpa no Direito Penal não se presume,
ela deve ser expressa.

Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de aten-


ção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente,
por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames referidos no art.
10. desta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.

Neste artigo, há uma pluralidade de pessoas que podem praticar esse crime por
omissão: médico, enfermeiro ou dirigente do estabelecimento de atenção à saúde da
gestante (maternidades). Após o parto, a mulher recebe uma pulseira com seu nome
e um número, a criança que nasceu dela também recebe uma pulseira que contém as
mesmas informações, o que serve para a identificação. Além disso, após o nascimento,
toda criança é submetida a exames obrigatórios que têm a intenção de monitorar o
desenvolvimento nas primeiras horas de vida do recém-nascido.
Assim, caso o funcionário deixe de realizar a identificação e os exames necessários,
sua ação é considerada crime – se decretado como culposo, isto é, o agente esqueceu
por negligência, o crime terá uma pena mais branda.
20m

Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua


apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita
da autoridade judiciária competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Nenhum indivíduo pode ser privado de liberdade, salvo situações de flagrante delito
ou por decisão judicial. Tal ação é considerada crime.

Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem ob-
servância das formalidades legais.

No ato de apreender, a autoridade precisa cumprir determinadas regras. Exemplo: Um


policial fez a apreensão de um menor, não se apresentou e sem necessidade, o algemou.

Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou


adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à
família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

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Autoridade policial: delegado. Um dos direitos fundamentais assegurados ao menor


apreendido é a comunicação imediata (incontinenti) à autoridade judicial competente e
aos familiares ou ao responsável por ele indicado.

Obs.: Se não há modalidade culposa, somente existe a modalidade dolosa.

Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância
a vexame ou a constrangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

O constrangimento do menor é previsto como crime, é necessário que haja respeito


quanto à criança e/ou ao adolescente.

Art. 233. (Revogado pela Lei n. 9.455, de 07/04/1997).


Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata
liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade
da apreensão:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Se a autoridade competente, seja judicial ou policial, tiver conhecimento acerca da


ilegalidade da apreensão, é preciso colocar o menor imediatamente em liberdade.

Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de


adolescente privado de liberdade:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

A internação cautelar – chamada de provisória – tem como prazo máximo o período


de 45 (quarenta e cinco) dias. Por outro lado, a internação oriunda de uma decisão con-
denatória não possui prazo fixo, mas sim máximo: 3 (três) anos.

Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do


Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de função
prevista nesta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Embaraçar: Tumultuar, trazer dificuldade.


25m

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No Direito Penal existe o Princípio da Legalidade, que traz em sua essência o Princípio da
Taxatividade. A lei precisa ser taxativa, se ela não define como crime o impedimento ou
embaraço da ação de autoridade POLICIAL, neste caso (art. 236.) não há crime.
Somente haverá crime se ocorre o impedimento ou embaraço da ação de autoridades
judiciárias, como juiz, conselheiros tutelares, Promotor de Justiça ou Procurador da República.

Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guar-
da em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.

Lar substituto (adoção): Situação de ordem extrema, isto é, tirar a criança ou o ado-
lescente do seio familiar.
Pergunta: Qual a prescrição do crime previsto no art. 237.?
Todos os crimes previstos na lei são prescritíveis; os não prescritíveis (ou imprescrití-
veis) são aqueles previstos na Constituição Federal: racismo e ações de grupos armados
contra a ordem democrática.
Quanto à prescrição do crime do art. 237. no art. 109. do Código Penal contém uma
tabela que prevê os prazos prescricionais a partir da pena máxima. Exemplo: se a pena
máxima é de 6 (seis) anos, a prescrição será de 12 (doze) anos.
30m

Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante


paga ou recompensa:
Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou
recompensa.

Pessoas não podem ser alienadas, o indivíduo que vende ou compra um menor
comete crime como previsto na lei.

Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança


ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou
com o fito de obter lucro:
Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.

A conduta de promoção ou auxílio do envio de algum menor para o exterior com o


objetivo de obtenção de lucro (qualquer tipo de vantagem) e sem a observância das
modalidades formais, é caracterizado como crime.

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Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: (Incluído


pela Lei n. 10.764, de 12/11/2003)
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.

A prescrição da pena de 6 (seis) a 8 (oito) anos é de 16 (dezesseis) anos.

Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qual-
quer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou ado-
lescente: (Redação dada pela Lei n. 11.829/2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
11.829/2008)

No dia 12 de janeiro de 2024 a inclusão do crime de conteúdo variado (diversos


verbos) foi equiparado à conduta do art. 240.

Obs.: Obs.: O caput do art. 240. já existia desde 2008.

Essa nova lei também traz o bullying e o cyberbullying como novos crimes do Código
Penal e alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente, observadas no § 1º do
art. 240.:
35m

§ 1º Incorre nas mesmas penas:


I – agencia, facilita, recruta, coage ou de qualquer modo intermedeia a partici-
pação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou
ainda quem com esses contracena; (Incluído pela Lei n. 14.811/2024)
II – exibe, transmite, auxilia ou facilita a exibição ou transmissão, em tempo real,
pela internet, por aplicativos, por meio de dispositivo informático ou qualquer meio
ou ambiente digital, de cena de sexo explícito ou pornográfica com a participação
de criança ou adolescente. (Incluído pela Lei n. 14.811/2024)

Como previsto na lei é considerado crime qualquer situação em que haja pornografia
ou cenas de sexo envolvendo criança ou adolescente (até os 17 (dezessete) anos com-
pletos). Mesmo que o adolescente tenha consentido na realização do material, seu con-
sentimento é inválido.

§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: (Redação


dada pela Lei n. 11.829/2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; (Redação
dada pela Lei n. 11.829/2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade;
ou (Redação dada pela Lei n. 11.829/2008)

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III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o ter-


ceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou
de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consen-
timento. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)

“[...] ou afim”: não consanguíneo.


Relações de parentesco até o terceiro grau: entre tio-sobrinho.

Obs.: Obs.: As relações são em linha reta, isto é, pai e mãe-filho/filha, avô e avó, bisavô
e bisavó -filho/filha e em linha colateral, isto é, irmão-irmã e tio-sobrinho.

Pergunta: Câmeras de residência direcionadas para o público externo ou de luga-


res públicos filmadas sem a autorização e vão para a internet ou telejornais.
Neste caso, a fisionomia da pessoa, até mesmo maior de 18 (dezoito) anos, precisa
ser borrada. Com crianças e adolescentes, suas identidades não podem ser reveladas,
é obrigatório que seus rostos sejam borrados. Somente o responsável legal pelo menor
pode autorizar ou não a gravação de sua fisionomia.
Por exemplo, quando telejornais gravam reportagens em escolas, as crianças sempre
aparecem de costas, o que dificulta a identificação da fisionomia dos menores. Esse cui-
dado com a gravação de crianças e adolescentes tem como finalidade a proteção dos
menores visto sua maior vulnerabilidade.

Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo
ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfi-
ca envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade
o material a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comu-
nicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts.
240., 241., 241-A. e 241-C. desta Lei, quando a comunicação for feita por: (Incluído
pela Lei n. 11.829/2008)
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalida-
des institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notí-
cia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou
serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do mate-
rial relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder
Judiciário. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão manter sob sigilo o material
ilícito referido. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)

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Este crime costuma cair com frequência em provas.

Ao baixar filmes pornográficos no computador que contenham cenas de sexo envol-


vendo menores, caso seja feito o rastreio dessas imagens que revelem o IP do aparelho,
o individuo responderá pelo crime.
40m

Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo


explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação
de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: (Incluído
pela Lei n. 11.829/2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, dispo-
nibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou arma-
zena o material produzido na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei n.
11.829/2008)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de co-
municação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: (Incluído pela
Lei n. 11.829/2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito
ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei n.
11.829/2008)
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir a crian-
ça a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei n.
11.829/2008)

Se um indivíduo alicia (induz) um menor a praticar um ato libidinoso, é caracterizado


como crime de estupro pelo Código Penal.

Obs.: Ter relação sexual ≠ aliciar

No caso de prática ou ato sexual com criança, considera-se estupro de vulnerá-


vel; no caso do adolescente, o Código Penal pontua da seguinte maneira: i) menores de
14 (quatorze) anos não podem ter relações sexuais, portanto, a prática ou ato sexual é
considerado estupro de vulnerável, porém, ii) maiores de 14 (quatorze) e menores de
18 (dezoito) anos, podem ter relações sexuais e se consentirem, a prática não é consi-
derada crime. Agora, caso não queiram, o ato é considerado como estupro qualificado.

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Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer


forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei n. 10.764, de
12/11/2003)
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuita-
mente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem
justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar dependência
física ou psíquica: (Redação dada pela Lei n. 13.106/2015)
Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime
mais grave. (Redação dada pela Lei n. 13.106/2015)

“[...] se o fato não constitui crime mais grave”: crime subsidiário.


Se um indivíduo vende bebida alcoólica com a intenção de que o menor fique em
coma, responderá por lesão corporal grave ou gravíssima. Se apenas vendeu para a
criança, segundo o ECA, a pena é de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, essa é a razão pela qual
bares, restaurantes, depósitos de bebidas e outros estabelecimentos possuem placas
“Proibida a venda de bebida alcoólica para menores de 18 anos”.
45m
Mesmo que a criança possua autorização para comprar a bebida, a venda é proibida.
Não se entrega para menores, ainda que gratuitamente, bebida alcoólica ou qualquer
outra substância que traga a possibilidade de dependência química ou física.

Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer


forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto
aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer
dano físico em caso de utilização indevida:
Pena – detenção de seis meses a dois anos, e multa.

Há exceções, no caso do “estalinho” ou “craque”, estes não trazem qualquer dano ou


perigo de dano para o menor que o manuseia.

Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do


art. 2º desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: (Incluído pela Lei n. 9.975,
de 23/06/2000)
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores
utilizados na prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do
Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi co-
metido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei
n. 13.440/2017)
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo lo-
cal em que se verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 9.975, de 23/06/2000)

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Exemplo: Em um bar, se o indivíduo nota nitidamente a submissão de menores à


exploração sexual e nada faz, ou seja, sua conduta é por omissão, ele responderá a pena
do art. 244-A., isto é, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.

§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização


e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei n. 9.975, de 23/06/2000)
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos,
com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei
n. 12.015/2009)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015/2009)
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas
ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-
-papo da internet. (Incluído pela Lei n. 12.015/2009)
§ 2º As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso
de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei n. 8.072, de
25 de julho de 1990. (Incluído pela Lei n. 12.015/2009)

Pergunta: Propagandas que mencionam bebidas sem álcool induzem menores a


beberem álcool? Haveria crime nessa situação?
Não há um tipo penal específico de indução no que diz respeito ao menor vir a beber
álcool, o que ocorre nessa situação é já oportunizar àquela criança ou àquele adoles-
cente a ingerir a substância. Não há um crime específico, portanto a conduta é conside-
rada atípica devido ao Princípio da Legalidade que traz a necessidade da lei ser taxativa.
Pergunta: Crianças acompanhadas dos pais podem frequentar bares?
50m
Depende; existem bares que determinam a não entrada de menores. Porém, em regra
sim, a entrada é permitida em bares – e restaurantes – desde que esses menores não
façam o uso de bebidas alcoólicas ou haja alguma espécie de induzimento para consumo.

Obs.: No ECA há figuras de infrações administrativas. Há situações que são consideradas


crimes enquanto outras não, mas são vistas como infrações administrativas. Por
exemplo, um indivíduo não pode submeter uma criança ou um adolescente a altas
horas da noite a estar em um bar como sua companhia. Essa situação pode ser
respondida perante a Vara da Infância, sendo possível até mesmo a suspensão
da guarda.

Art. 244-C. Deixar o pai, a mãe ou o responsável legal, de forma dolosa, de co-
municar à autoridade pública o desaparecimento de criança ou adolescente:
(Incluído pela Lei n. 14.811/2024)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

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TREINAMENTO INTENSIVO
Eixo Temático 4
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Trata-se de um novo crime, de caráter omissivo e consequentemente, ainda não há


decisões judiciais quanto a ele. Todo aquele que é responsável por uma criança ou ado-
lescente que venha a desaparecer, é obrigatório que o incidente seja comunicado à auto-
ridade pública.
O artigo não traz em si nenhuma especificidade no que concerne ao prazo máximo
para que o desaparecimento seja qualificado como crime. Dessa forma, a qualquer
momento, poderá ser considerado crime.
Exemplo: o caso do menino Bernardo Boldrini cabe dentro deste artigo, porém, não
pode ser, de fato, aplicado pois na Constituição Federal, o Princípio de Aplicabilidade do
Direito Penal corresponde ao Princípio da Irretroatividade da lei penal mais gravosa. A
nova lei n. 14.811 sancionada em 12 de janeiro de 2024 traz um NOVO crime no art. 244-
C., assim, não é permitido retroagir para alcançar fatos anteriores à lei, somente
poderá ser aplicada sob fatos que ocorreram após o período em que entrou em vigor.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Carolina Carvalhal.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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