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EIXO TEMÁTICO 4
• REMISSÃO
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infra-
cional, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como
forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do
fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou
menor participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autorida-
de judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.
No caso de o procedimento judicial ainda não ter sido instaurado, isto é, o Ministé-
rio Público (Promotor de Justiça ou Procurador da República) não fez a representação
perante o poder judiciário e a investigação somente decorre em delegacia especializada,
uma remissão pode ser concedida ao menor. Será feito uma espécie de acordo a partir
do depoimento do indivíduo e diante das circunstâncias do fato, de sua personalidade,
da gravidade ou não do ato infracional e de sua participação, o Ministério Público deci-
dirá não abrir o processo judicial contra esse menor.
No caso de um procedimento já instaurado, ainda é possível haver uma remissão
concedida somente pelo juiz que implicará na suspensão (por prazo estipulado) ou extin-
ção do processo e assim, apaga-se qualquer registro de sentença contra o menor enten-
dida pela autoria e materialidade do ato infracional.
Tanto o Ministério Público quanto o juiz ao conceder a remissão – antes ou após o procedimento,
respectivamente –, que gera a exclusão ou suspensão do processo, podem aplicar as medidas
socioeducativas (como advertência, reparação de danos, liberdade assistida), salvo as de
semiliberdade e internação.
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Para que haja restrição da liberdade do menor é necessário a realização do devido processo
legal que garante a ampla defesa e o contraditório.
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Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente,
a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu represen-
tante legal, ou do Ministério Público.
• DOS CRIMES
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o ado-
lescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do
Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
§ 1º Aos crimes cometidos contra a criança e o adolescente, independentemen-
te da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995. (In-
cluído pela Lei n. 14.344/2022) Vigência
Para TODOS os crimes cometidos contra a criança e o adolescente JAMAIS pode ser
aplicada a Lei n. 9.009/1995, que trata dos Juizados Especiais Criminais (JECRIM) pois
deve haver uma proteção maior para esses menores.
Se for um processo que verse uma conduta praticada no contexto familiar ou domés-
tico, o juiz não pode condenar a pessoa a pagamento de prestação pecuniária (pena
alternativa) ou de cesta básica. Também não pode haver a substituição da pena que
implique o pagamento ISOLADO de multa. Deve-se aplicar uma pena privativa de liber-
dade combinada com multa. Esta mudança ocorreu em 2022 a partir da Lei Henry Borel,
que endureceu a aplicabilidade do Direito Penal para aqueles que cometeram crimes
contra menores.
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Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.
Ação penal pública incondicionada: É necessário que haja o preenchimento dos requi-
sitos legais para que o Ministério Público, por meio de seu representante, ingresse com a
demanda judicial sem a autorização de qualquer outra pessoa.
Para que haja a aplicação dos efeitos condenatórios sob todo aquele que praticou
um crime contra criança e adolescente, se foi servidor público, é preciso que ele seja
reincidente. Essa reincidência significa que existe uma condenação criminal definitiva
anterior por qualquer outro crime.
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Desde 2019 têm ocorrido mudanças legislativas que implicam maior gravidade
quanto à prática de condutas criminosas contra crianças e adolescentes.
O crime culposo é quando o agente não teve a intenção deliberada, foi sucedido por
negligência. O caput do art. 228. ocorre em modalidade dolosa, ou seja, ele quer fazer e
quer o resultado – ou assume o risco que esse resultado aconteça.
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Obs.: Se a lei não expressar nada a respeito do crime, ele é doloso. Para que seja culposo,
é preciso que a lei preveja expressamente; a culpa no Direito Penal não se presume,
ela deve ser expressa.
Neste artigo, há uma pluralidade de pessoas que podem praticar esse crime por
omissão: médico, enfermeiro ou dirigente do estabelecimento de atenção à saúde da
gestante (maternidades). Após o parto, a mulher recebe uma pulseira com seu nome
e um número, a criança que nasceu dela também recebe uma pulseira que contém as
mesmas informações, o que serve para a identificação. Além disso, após o nascimento,
toda criança é submetida a exames obrigatórios que têm a intenção de monitorar o
desenvolvimento nas primeiras horas de vida do recém-nascido.
Assim, caso o funcionário deixe de realizar a identificação e os exames necessários,
sua ação é considerada crime – se decretado como culposo, isto é, o agente esqueceu
por negligência, o crime terá uma pena mais branda.
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Nenhum indivíduo pode ser privado de liberdade, salvo situações de flagrante delito
ou por decisão judicial. Tal ação é considerada crime.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem ob-
servância das formalidades legais.
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Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância
a vexame ou a constrangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
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No Direito Penal existe o Princípio da Legalidade, que traz em sua essência o Princípio da
Taxatividade. A lei precisa ser taxativa, se ela não define como crime o impedimento ou
embaraço da ação de autoridade POLICIAL, neste caso (art. 236.) não há crime.
Somente haverá crime se ocorre o impedimento ou embaraço da ação de autoridades
judiciárias, como juiz, conselheiros tutelares, Promotor de Justiça ou Procurador da República.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guar-
da em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.
Lar substituto (adoção): Situação de ordem extrema, isto é, tirar a criança ou o ado-
lescente do seio familiar.
Pergunta: Qual a prescrição do crime previsto no art. 237.?
Todos os crimes previstos na lei são prescritíveis; os não prescritíveis (ou imprescrití-
veis) são aqueles previstos na Constituição Federal: racismo e ações de grupos armados
contra a ordem democrática.
Quanto à prescrição do crime do art. 237. no art. 109. do Código Penal contém uma
tabela que prevê os prazos prescricionais a partir da pena máxima. Exemplo: se a pena
máxima é de 6 (seis) anos, a prescrição será de 12 (doze) anos.
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Pessoas não podem ser alienadas, o indivíduo que vende ou compra um menor
comete crime como previsto na lei.
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Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qual-
quer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou ado-
lescente: (Redação dada pela Lei n. 11.829/2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
11.829/2008)
Essa nova lei também traz o bullying e o cyberbullying como novos crimes do Código
Penal e alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente, observadas no § 1º do
art. 240.:
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Como previsto na lei é considerado crime qualquer situação em que haja pornografia
ou cenas de sexo envolvendo criança ou adolescente (até os 17 (dezessete) anos com-
pletos). Mesmo que o adolescente tenha consentido na realização do material, seu con-
sentimento é inválido.
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Obs.: Obs.: As relações são em linha reta, isto é, pai e mãe-filho/filha, avô e avó, bisavô
e bisavó -filho/filha e em linha colateral, isto é, irmão-irmã e tio-sobrinho.
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo
ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfi-
ca envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade
o material a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comu-
nicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts.
240., 241., 241-A. e 241-C. desta Lei, quando a comunicação for feita por: (Incluído
pela Lei n. 11.829/2008)
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalida-
des institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notí-
cia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou
serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do mate-
rial relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder
Judiciário. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão manter sob sigilo o material
ilícito referido. (Incluído pela Lei n. 11.829/2008)
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Art. 244-C. Deixar o pai, a mãe ou o responsável legal, de forma dolosa, de co-
municar à autoridade pública o desaparecimento de criança ou adolescente:
(Incluído pela Lei n. 14.811/2024)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Carolina Carvalhal.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.
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