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LEI N. 8.

069/1990 - ECA
Crimes – Infrações Administrativas
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CRIMES - INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

RELEMBRANDO
Em regra geral, os crimes que estão tipificados no ECA são punidos a título de dolo, mas
existem dois crimes que poderão ser punidos tanto a título de dolo quanto a título de culpa,
que são os crimes previstos nos arts. 228 e 229.

BLOCO 6 - ARTS. 228 E 229

1.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de
gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 des-
ta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, decla-
ração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:

Pena: detenção de seis meses a dois anos.



– Parágrafo único. Se o crime é culposo:
– Pena: detenção de dois a seis meses, ou multa.
Trata-se de um crime próprio: não pode ser praticado por qualquer pessoa.

– SUJEITO ATIVO: encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento.


– SUJEITO PASSIVO: a criança/neonato ou parturiente. Aqui não pode ser o
adolescente.

Como regra geral, os crimes que estão tipificados no ECA têm como sujeito passivo a
criança e o adolescente, mas o crime listado no art. 228, não. Nesse artigo será a criança (o
neonato) ou a parturiente.
5m
– Pode ser punido a título de dolo e a título de culpa.
– Trata-se de uma infração de menor potencial ofensivo.
– Cabe a suspensão condicional do processo.
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2.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de ges-
tante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar
de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:

– Pena: detenção de seis meses a dois anos.


– Parágrafo único. Se o crime é culposo:
– Pena: detenção de dois a seis meses, ou multa.

Se o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento alegar que não fez a identifi-


cação, porque estava nascendo muita criança ao mesmo tempo, ou seja, agiram com culpa,
também irão responder.
10m

– SUJEITO ATIVO: médico, enfermeiro ou o responsável pela identificação.


– SUJEITO PASSIVO: criança ou parturiente. O adolescente não é sujeito passivo.
– Trata-se de um crime próprio.
– Pode ser punido a título de dolo ou de culpa.
– É um crime omissivo.
– Cabe suspensão condicional do processo.
– É classificado como infração de menor potencial ofensivo.

Esse artigo, o 229, deve ser comparado com o artigo 245 do ECA: ambos informam uma
infração administrativa. Perceba que começam com a mesma escrita: “deixar o médico...”. Se
o médico deixar de identificar a criança ao nascer, ele praticará crime. Se o médico ou profes-
sor deixar de comunicar à autoridade competente que a criança ou adolescente sofreu maus-
-tratos, ele não praticará crime, mas infração administrativa.

Situação hipotética: um médico atendeu a criança na rede pública ou na rede privada


de saúde e viu que aquela criança sofreu maus-tratos. Nesse caso, o médico está obrigado a
comunicar a situação ao Conselho Tutelar. Se ele deixa de comunicar, ele praticará infração
administrativa (art. 245, ECA). Agora, se o médico deixa de identificar a criança ao nascer, ele
pratica crime.
15m
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• CONHECENDO AS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

 Obs.: são bastante cobradas em prova.

Toda infração administrativa é sanada apenas com multa, a qual possui caráter admi-
nistrativo.

Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e
de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de
que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou
adolescente:

Obs.: fazer um paralelo com o art. 229

Toda vez que uma criança sofrer maus-tratos, o Estatuto da Criança e do Adolescente
dispõe que o Conselho Tutelar deve ser obrigatoriamente comunicado.
O procedimento para apuração de uma infração administrativa começa por meio de repre-
sentação, que pode ser do Conselho tutelar ou do Ministério Público (ou pode ser, inclusive, por
meio de um auto de infração, lavrado por um servidor efetivo ou por um servido credenciado).

RELEMBRANDO
A multa aqui não é a do Penal, a multa da infração administrativa do ECA prescreve em 5
anos.
20m

Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendimento o exercício dos direitos
constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:

Obs.: o art. 124 traz os direitos do adolescente privado da liberdade.

Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de comunica-
ção, nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo à criança
ou adolescente a que se atribua ato infracional:

Obs.: essa já foi cobrada bastante em prova.


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§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou adolescente
envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe
sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.

Obs.: às vezes o adolescente é conhecido por um apelido e esse apelido é divulgado. Nesse
caso, a lei proíbe essa divulgação e a caracteriza como infração administrativa.

§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou televisão, além da pena
prevista neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação ou a sus-
pensão da programação da emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico até
por dois números. (Expressão declarada inconstitucional pela ADIN 869).

A lei proíbe que imprensa divulgue o nome do adolescente que praticou ato infracional ou
divulgue algum meio de identificação, como o apelido, por exemplo. Se divulgá-lo, a imprensa
praticará infração administrativa e não crime. Infração administrativa pode ser praticada por
pessoa física ou por pessoa jurídica e a sanção é uma só: multa.

Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de seu domicílio, no prazo de cinco dias, com
o fim de regularizar a guarda, adolescente trazido de outra comarca para a prestação de serviço
doméstico, mesmo que autorizado pelos pais ou responsável: (Vide Lei n. 13.431, de
2017) (Vigência) (Revogado pela Lei n. 13.431, de 2017) (Vigência)
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência,
independentemente das despesas de retorno do adolescente, se for o caso. (Revogado pela Lei n.
13.431, de 2017) (Vigência)

ATENÇÃO
O art. 248 foi revogado em 2017.

Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao pátrio poder familiar ou de-
corrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar:
(Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
25m
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O poder familiar é pertinente a quem tem a guarda ou a tutela de uma criança, em geral
a mãe ou o pai da criança. Se o responsável deixar de matricular a criança na escola na data
correta, ele estará descumprindo com os deveres do poder familiar.
Outro exemplo é se o pai ou a mãe da criança deixar de vaciná-la por motivo religioso: isso
é proibido no Brasil, porque é a vida da criança em primeiro lugar.

Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem
autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere: (Re-
dação dada pela Lei n. 12.038, de 2009).

Obs.: é um dos artigos que mais é cobrado em prova.

§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária poderá deter-
minar o fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei n. 12.038, de
2009).
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será
definitivamente fechado e terá sua licença cassada. (Incluído pela Lei n. 12.038, de 2009).

Hospedar criança ou adolescente sem autorização dos pais ou responsáveis, sem autori-
zação com firma reconhecida ou sem autorização do juiz caracteriza infração administrativa.
Já foi cobrado em prova o seguinte: a criança chegou para se hospedar, não tinha autori-
zação e o pai ligou autorizando. A lei dispõe que a autorização deve ser escrita. A banca então
perguntou se essa autorização era válida e o gabarito da questão foi errado. Então, nesse
caso, se o hotel hospedar, pagará multa e poderá ficar suspenso sem funcionar durante 15
dias. Se ele reiterar a conduta, poderá ser fechado.

Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com inobservância do disposto
nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:

Obs.: arts. 83, 84 e 85: dispõem sobre a autorização para viajar.

Obs.: quem transporta uma criança ou adolescente sem observar a lei pratica infração ad-
ministrativa.
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Se uma pessoa estiver saindo do território do Distrito Federal em direção, por exemplo, ao
estado de Goiás com seu sobrinho no carro, ao ser parado pela PRF, ele seria informado sobre
a necessidade da documentação da criança ou estaria praticando infração administrativa.
30m

Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de afixar, em lugar visível e de
fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou
espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação:

Obs.: se um cinema permitir que criança ou adolescente ingresse para assistir filme não in-
dicado para sua idade e sem a companhia do seu responsável, esse cinema praticará
infração administrativa.

Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetáculos, sem indicar
os limites de idade a que não se recomendem:

Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou
sem aviso de sua classificação: (Expressão declarada inconstitucional pela ADI 2.404).

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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