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PROCEDIMENTOS

CONTINUAÇÃO...

Olá turma, tudo certo por ai? Espero que sim.


Preparados para iniciarmos mais uma espécie de procedimento comum após uma
semaninha inteira dedicada a primeira verificação de aprendizagem e um feriado?
Em nossa última aula finalizamos o denominado “Procedimento comum sumário”,
estudamos todas as suas minúcias e aprendemos as principais diferenças existentes entre o
procedimento comum ordinário e o sumário.
Hoje, avançaremos nos nossos estudos conhecendo mais um procedimento comum,
qual seja, O PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO.
Este procedimento é um pouco extenso e requer muito cuidado em sua análise. Por
isso, caminharemos com tranquilidade desbravando seus principais pontos em duas aulas. A
aula de hoje trará os aspectos introdutórios em si, bem como a fase preliminar. Certo? Vamos
lá?

1.3 PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO (Lei 9.099/95)

Pessoal, como dito anteriormente para vocês, o procedimento comum sumaríssimo


será adotado para os crimes de menor potencial ofensivo. É, portanto aplicado aos feitos que
tramitam perante o Juizado Especial Criminal, tendo todo o seu regramento previsto na lei
9.099/95.
Antes de adentrarmos no rito do juizado propriamente dito, vamos analisar alguns
pontos de extrema importância no que se refere esse procedimento comum.

Competência em razão da matéria: Como dito anteriormente em nossas aulas,


no que tange a competência em razão da matéria, o Juizado Especial Criminal tem
competência para o julgamento e execução das denominadas infrações de
menor potencial ofensivo, as quais englobam as contravenções penais e os crimes

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“As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” II Co. 5:17b
a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou
não com multa.

Não aplicação do procedimento sumaríssimo aos crimes praticados


mediante violência ou grave ameaça contra a mulher: De acordo com o
artigo 41 da lei 11.343/06, não se aplica para os crimes que envolvam violência ou
grave ameaça contra a mulher o procedimento previsto na lei 9.099/95.

Competência territorial: No que diz respeito à competência territorial, verifica-se


que será competente o juízo em que for PRATICADA A INFRAÇÃO PENAL.
Assim, vem prevalecendo na doutrina o entendimento de que rege a competência
territorial do Juizado Especial Criminal a TEORIA DA ATIVIDADE. Ou seja, o
juiz competente é o do local da ação ou omissão, regra diferente do CPP, que
consagra a Teoria do Resultado como regra geral.

Princípios norteadores:

 Oralidade;
 Simplicidade; mudança recente para acrescentar a simplicidade (2018).
 Informalidade;
 Economia processual;
 Celeridade.

Objetivos: São objetivos verificados no Juizado Especial Criminal, a possibilidade


da reparação dos danos sofridos pela vítima (composição civil dos danos), e
aplicação de uma pena não privativa de liberdade (transação penal).

Conexão e Cotinência: Turma, se a infração penal de menor potencial ofensivo


for praticada em conexão ou continência com crime de competência do juízo
comum ou do tribunal do júri, será este último o órgão competente para o
julgamento de ambas as infrações. Mas observem que será possível a aplicação das
medidas despenalizadoras para a infração de menor potencial ofensivo, mesmo
esta correndo em outro procedimento.

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Termo Circunstanciado de Ocorrencia- TCO: Pessoal, em havendo prática de
uma infração de menor potencial ofensivo, a autoridade policial deverá proceder
ao TCO e não ao inquérito policial, embora, caso instaure este último, não haverá
qualquer prejuízo.

Flagrante e Fiança: Se o autor do fato for imediatamente encaminhado ao juizado


ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se importará prisão em
flagrante, nem se exigirá fiança.

Entendido?

Passaremos agora para a análise da FASE PRELIMINAR.


Vamos lá?

FASE PRELIMINAR- AUDIÊNCIA PRELIMINAR (Arts. 72 a 76 da Lei 9.099/95)

Turma, neste primeiro momento do Procedimento Sumaríssimo será realizada a


audiência preliminar. Neste momento será possível a aplicação de alguns institutos
despenalizadores distintos. Vamos analisá-los?

 Composição Civil dos Danos (Art. 74): A referida medida consiste em um acordo/ ajuste
firmado entre o autor da infração penal e o ofendido para que haja a reparação dos danos
sofridos pela vítima em decorrência da conduta criminosa praticada.

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É importante observar, que para que este acordo opere efeitos, faz-se obrigatório que o
juiz o homologue, proferindo, assim, uma sentença irrecorrível, que constituirá um título
executivo judicial, que poderá ser executado no juízo cível.
Assim, em se tratando de crimes de ação penal privada e de ação penal pública
condicionada à representação do ofendido, o acordo implica em renúncia ao direito de
queixa ou de representação.

 Transação Penal (Art. 76): A transação penal é a proposta de aplicação imediata da


PENA RESTRITIVA DE DIREITOS ou MULTA, a ser realizada pelo MINISTÉRIO
PÚBLICO e aceita pelo autor do delito.
Entendam que para o oferecimento da mencionada proposta, será necessário a
verificação de alguns requisitos. Vamos conferir o artigo?

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública


incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na
proposta.

§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa
de liberdade, por sentença definitiva;

II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela


aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;

III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente,


bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.

Pessoal, é de suma importância destacar que o agente do delito não é obrigado a


aceitar a proposta de transação penal ofertada pelo MP, mas caso aceite, ela não funcionará
como confissão de culpa, daí porque não valerá como maus antecedentes ou para fins de

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reincidência, sendo registrada apenas para fins de se evitar novo
oferecimento do benefício no prazo de 5 (cinco) anos, não constando
também em certidões criminais.
A transação penal somente operará efeitos com a homologação
judicial.
Quando cumprida a transação penal conforme o homologado pelo juiz, opera-se a
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE, fazendo apenas coisa julgada formal, daí porque fato
superveniente pode desconstituí-la.
Assim, caso haja o descumprimento injustificado do acordo, será possível revogar a
transação penal e consequentemente admite-se o oferecimento da denúncia. Súmula
Vinculante 35 (Não haverá prisão, apenas continuidade da persecução penal).
Turma, agora que compreendemos os aspectos introdutórios a respeito do
procedimento sumaríssimo, adentraremos no seu rito propriamente dito. Assim, preciso que
entendam que o procedimento sumaríssimo possui duas fases distintas, quais sejam, a fase
preliminar, que é pré-processual e se desenvolve na audiência preliminar, e a fase processual
propriamente dita, que se desenvolve ao longo da audiência de instrução e julgamento.
Vamos conhecer essa última fase na próxima aula, bem como a medida
despenalizadora da Suspensão Condicional do Processo?
Aguardo todos vocês.
Grande abraço e até lá!

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