Você está na página 1de 8

UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO

/CURSO DIREITO

RONICLEI MORAIS LIMA

RESUMO SUGERINDO EFEITO GENERICO E ESPECIFICOS DA


CONDENAÇAO (ART.91 AOS 92) BEM COMO SOBRE
REABILITAÇAO (ART.93,94 E 95) FUNDAMENTANDO
INSTITUTOS.

IMPERATRIZ-MA

2021
RONICLEI MORAIS LIMA
PERÍODO: 4º TURMA: DIM20.1A

RESUMO SUGERINDO EFEITO GENERICO E ESPECIFICOS DA


CONDENAÇAO, BEM COMO SOBRE REABILITAÇAO:

Resumo sugerindo apresentado a curso de direito


Penal, com pré-requisito parcial de avaliação para obtenção de
nota da disciplina: Fundamentos do Direito penal a, orientado
pela Professora Orientadora: Letícia de Jesus Pereira

IMPERATRIZ-MA

2021
RESUMO SUGERINDO APRESENTADO AO CURSO DE DIREITO
PENAL, COM PRÉ-REQUISITO PARCIAL DE AVALIAÇÃO PARA
OBTENÇÃO DE NOTA DA DISCIPLINA:
Roniclei morais lima

O principal efeito é a concretização da pena que deverá ser cumprida pelo


acusado (efeito principal da condenação). Em nossa legislação, porém, existem
diversos efeitos secundários que decorrem da procedência definitiva da ação
penal. Tais efeitos estão previstos tanto no Código Penal quanto em leis
especiais. Estes, por sua vez, subdividem-se em efeitos extrapenais genéricos
ou específicos.

O efeito principal da condenação é a imposição da pena (privativa de


liberdade ou multa) ou medida de segurança para os semi-imputáveis cuja
necessidade de tratamento tenha sido constatada (os inimputáveis também
recebem medida de segurança, mas em razão de sentença absolutória,
conforme se verá oportunamente). É certo que o juiz pode, ainda, substituir a
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ou multa, ou suspendê-la
condicionalmente e, entretanto, já foram estudados, sendo que a finalidade do
presente capítulo é exatamente a de analisar os efeitos secundários da
condenação.

Efeitos extrapenais genéricos; São assim denominados porque decorrem de


qualquer condenação. Constituem efeito automático da condenação, vale dizer,
não necessitam de declaração expressa na sentença.

São os seguintes:

a) Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime (art. 91, I,
do CP).
A sentença condenatória constitui título executivo judicial. Assim, a
vítima do delito, ou seus familiares, não precisam ingressar com ação
indenizatória na esfera cível, caso haja condenação no âmbito penal.

Código de Processo Penal, na sentença condenatória o juiz deverá fixar o valor


mínimo da indenização, considerando os prejuízos sofridos pela vítima. A
fixação exata desse valor, entretanto, não é tarefa simples, ficando muitas
vezes prejudicada pela falta de informações. De qualquer modo, se na ação
penal houver elementos suficientes, o juiz deverá, conforme já mencionado,
fixar o valor mínimo, podendo a vítima complementar esse valor em liquidação
no juízo cível. Se, entretanto, por falta de elementos suficientes quanto ao
valor, não for possível ao juízo criminal fixar o valor mínimo na sentença, o
montante deverá ser, integralmente, objeto de liquidação.

Observe-se que a vítima não é obrigada a aguardar o desfecho da ação penal


para buscar sua indenização, podendo intentar a ação civil antes mesmo da
propositura da ação penal ou durante sua tramitação.

O efeito condenatório em estudo evidentemente não existe nas infrações que


não causam prejuízo ou que não possuem vítima determinada.

Por fim, o dever de indenizar pode ser transferido aos herdeiros, nos limites
dos valores recebidos a título de herança, nos termos do art. 5º, XLV, da
Constituição Federal.

b) Perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de


boa-fé, dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico
alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito (art. 91, II, a, do CP).

Não são todos os instrumentos do crime que podem ser confiscados, mas
apenas aqueles cujo fabrico alienação, uso, porte ou detenção constitua fato
ilícito. Podem ser citados como exemplos os petrechos para falsificação de
moeda, as chaves falsas utilizadas em crimes de furto, documentos falsos
utilizados na prática de estelionato etc.

É evidente, igualmente, que o confisco só pode recair sobre objeto que


pertença ao autor ou partícipe do crime. O próprio art. 91, II, do Código Penal
ressalva o direito do lesado ou do terceiro de boa-fé. É de se mencionar que,
se o objeto não pertence ao criminoso, mas é desconhecido o seu proprietário,
torna-se necessário aguardar o prazo de 90 dias a contar do trânsito em
julgado da sentença, hipótese em que será vendido em leilão, caso não seja
reclamado, depositando-se o valor à disposição do juízo de ausentes.

1º Para que haja êxito em referida providência, estabelece o atual art. 91, § 2º,
do Código Penal que as medidas assecuratórias previstas na legislação
processual, poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou
acusado para posterior decretação de perda.

As conseqüências jurídicas extrapenais, previstas no art. 91 do Código


Penal, são decorrentes de sentença penal condenatória. Tal não ocorre,
portanto, quando há transação penal, cuja sentença tem natureza meramente
homologatória, sem qualquer juízo sobre a responsabilidade criminal do
aceitante. As conseqüências geradas pela transação penal são essencialmente
aquelas estipuladas por modo consensual no respectivo instrumento de acordo.
No julgamento desse caso, a Corte asseverou, ainda, que “as conseqüências
jurídicas extrapenais previstas no art. 91 do CP, dentre as quais a do confisco
de instrumentos do crime (art. 91, II, a) e de seu produto ou de bens adquiridos
com o seu proveito (art. 91, II, b), só pode ocorrer como efeito acessório,
reflexo ou indireto de uma condenação penal. Apesar de não possuírem
natureza penal propriamente dita, as medidas acessórias previstas no art. 91
do CP, embora incidam ex lege, exigem juízo prévio a respeito da culpa do
investigado, sob pena de transgressão ao devido processo legal” (STF, Min.
Teori Zavascki

EFEITOS EXTRAPENAIS GENÉRICOS;

Primeiro tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime.


Segundo Perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de
terceiro de boa-fé, dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas
cujo fabrico alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito.
Terceira Perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro
de boa-fé, do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua
proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.

Quarta suspensão dos direitos políticos, enquanto durarem os efeitos da


condenação.

Quinta rescisão do contrato de trabalho por justa causa.

Sexta obrigatoriedade de novos exames às pessoas condenadas por crimes


praticados na direção de veículo automotor descritos no Código de Trânsito
Brasileiro.

EFEITOS EXTRAPENAIS ESPECÍFICOS;

Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo quando aplicada pena


privativa de liberdade igual ou superior a 1 ano, nos crimes praticados com
abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública.

Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo quando aplicada pena


privativa de liberdade por tempo superior a 4 anos, qualquer que tenha sido
a infração penal cometida.

Incapacidade para o exercício do poder familiar, tutela ou curatela, nos


crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado
ou curatelado.

Inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática
de crime doloso.
Inabilitação para o exercício de atividade empresarial e outras, nas
condenações por crime falimentar.

REABILITAÇÃO CRIMINAL
RECUPERAÇÃO DOS DIREITOS ATINGIDOS COMO EFE EXTRAPENAL
ESPECÍFICO DA CONDENAÇÃO

Damásio de Jesus e Fernando Capez afirmam que a reabilitação criminal


possui natureza jurídica de “causa suspensiva de alguns efeitos secundários da
condenação”.

Art. 93, caput, do Código Penal assegura ao condenado reabilitado uma folha
de antecedentes sem registros criminais a respeito do processo e da
condenação.

Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados


ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça,
qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para instruir processo pela
prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei”. Por qual
razão, então, o condenado iria requerer a reabilitação, se este dispositivo
garante o sigilo logo após o cumprimento ou extinção da pena e de forma
automática, enquanto o deferimento da reabilitação exige o decurso do prazo
de 2 anos após referida extinção ou cumprimento e pressupõe o
preenchimento de diversos requisitos? A resposta é simples. O deferimento da
reabilitação faz com que a condenação anterior só possa constar de certidões
por força de ordem judicial

Que já tenham se passado 2 anos do dia em que foi extinta, por qualquer
modo, a pena ou tenha terminado sua execução, computando-se o período de
prova do sursis e do livramento condicional, desde que não revogados (art. 94,
caput, do CP). A reabilitação só é cabível em caso de condenação, quer tenha
havido o cumprimento da pena, quer tenha sido decretada sua extinção
(prescrição da pretensão executória, por exemplo)

De acordo com o art. 95 do Código Penal, a reabilitação será revogada, de


ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado,
como reincidente, por sentença transitada em julgado, exceto se houver
imposição somente de pena de multa.

A reabilitação não exclui a possibilidade de o réu ser considerado reincidente


caso venha a cometer novo delito, já que os efeitos da condenação anterior
subsistem por 5 anos após o cumprimento da pena ou sua extinção. Assim,
concedida a reabilitação após 2 anos, o réu não volta a ser primário. Desse
modo, se neste interregno (após a reabilitação e antes do retorno à condição
de primário) o réu sofrer nova condenação, sendo considerado reincidente,
estará revogada a reabilitação deferida no processo anterior.

Exemplo l: JOÃO, condenado por peculato, perdeu o cargo público. Coma


reabi- litaçâo, JOÃO pode voltar aos quadros da Administraçâo Pública, mas
depende de nova investidura (reabilitaçâo parcial).

Exemplo 2: JOÃO, pai de três filhas, foi condenado pelo estupro da mais velha.
Na sentença, o juiz julgou JOÃO incapaz de exercer o poder familiar. Depois de
reabilitado, JOÂO pode voltar a exercer o poder sobre as filhas, porém jamais
em face daquela vítima do estupro.

Referência Bibliográfica
Estefam, André ; Gonçalves, Victor Eduardo Rios

Direito penal esquematizado® – parte geral / André Estefam; Victor Eduardo Rios
Gonçalves. – Coleção esquematizado ® / coordenador Pedro Lenza -: Saraiva Educação,
2020.1. Direito penal - Brasil I. Título. II. Lenza, Pedro.

MANUAL DE DIREITO PENAL -Parte Geral - Rogério Sanches Cunha

Você também pode gostar