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APRESENTAÇÃO DA 1ª EDIÇÃO
Em verdade, pouca capacidade tinha sequer para entender algumas noções (algo
comum para os recém-formados). Aliás, àqueles que estão nesta condição, não se
preocupem, pois o receio, o pensamento confuso e a enorme insegurança quanto ao
conteúdo é algo evidente e deve acontecer. Do contrário, existe algo errado contigo e
talvez esteja tomado por uma soberba intelectual e um pedantismo que a local algum
te levará.
Não que minha compreensão técnica hoje seja impecável (muito pelo contrário,
pois humildemente devemos reconhecer que nunca será e que diariamente
aprendemos – eis a essência de tudo -), mas, ao menos, a coragem é maior para,
acompanhado de bons companheiros, eu pudesse compartilhar estes registros e
ideias, sem medo (talvez um pouco, risos – ou muito) das violentas críticas que
poderiam vir.
Eu, Mário Celegatto, fiz do Direito Processual Civil grande parte da minha vida e
jamais entregaria este “filho” de forma a não prestigiar, com uma obra de excelente
qualidade, quem fizesse sua leitura.
Pensando nisto, objetivamos somar tudo aquilo que se mostra necessário para o
conhecimento e compreensão da legislação. Inicialmente a obra trará comentários
breves sobre os artigos, evitando, sempre que possível, muitas citações doutrinárias,
pois a ideia é quase de uma conversa informal com o leitor. Traremos questões de
concursos públicos recentes para que o candidato saiba como o tema tem sido
abordado, bem como a exposição de julgados dos Tribunais Superiores sobre o
assunto, para que todos saibam como o Código de Processo Civil está sendo
interpretado.
Desta forma, sem excesso de formalismo, o leitor terá em suas mãos a
compressão doutrinária, a forma de cobrança e de interpretação jurisprudencial de
todos os dispositivos no Código de Processo Civil.
Mário A. Q. Celegatto
@mario_celegatto
PREFÁCIO
ORGANIZADORES
EDUARDO NOVACKI
GIULIA DE ANGELUCCI
MARCELO QUENTIN
NITARA SCHUARTZ
Acadêmica de Direito pela Universidade Positivo. Bolsista do programa de bolsas
meritórias do Centro de Pesquisa Jurídica e Social (CPJUS) da Universidade Positivo.
Bolsista vinculada ao programa de iniciação científica da Universidade Positivo desde
2019, com vínculo ao programa de bolsas meritórias do CNPq desde 2020.
Pesquisadora do Grupo de Estudos de Direito Civil do Programa de Pós-Graduação
em Direito Civil da Universidade Federal do Paraná - Virada de Copérnico.
Pesquisadora do Programa de Iniciação Científica (PIC) da Universidade Positivo
desde 2019. Membro do Grupo de Pesquisa Direito Privado no Século XXI do Instituto
Brasiliense de Direito Público. Pesquisadora da Comissão de Responsabilidade Civil
da OAB/PR. Associada à Rede de Estudos Empíricos do Direito (REED). Email:
s.nitara@gmail.com
VIVIAN ZARONI
Wiliam Loro é Advogado sócio da Tranquilli & Loro Sociedade de Advogados com
bancas nos estados de Minas Gerais e São Paulo, Doutorando em Direito pela
Universidade Autonóma de Lisboa PT; Mestre em Direito Processual Civil pela
UNIMEP – Piracicaba, SP; Professor concursado de Direito Processual Civil, Direito
Civil e prática real da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais em Poços de
Caldas; Coordenador da Pós-graduação em Direito Civil e Processo civil com ênfase
em famílias e sucessões na PUC-Minas Poços de Caldas, MG; Membro da ABDPro -
Associação Brasileira de Direito Processual; Associado ao IBDFam; Professor em
diversos cursos de pós-graduação pelo Brasil; Professor de Direito Civil e Processo
Civil da Escola da Magistratura do Paraná EMAP; Professor convidado da ESA-SP
(Escola Superior da Advocacia de São Paulo), palestrante. (Instagram:
@prof.wiliamloro , e-mail: wloliveira@pucpcaldas.br
REVISORES
GIULIA DE ANGELUCCI
NITARA SCHUARTZ
“Aos meu pais e ao Miguel. Que a distância nunca seja um impedimento ao amor.”
Mario Celegatto
SUMÁRIO
ÍNDICE DOS COMENTÁRIOS
Capítulo I - Da Competência
Seção III - Das Despesas, dos Honorários Advocatícios e das Multas – arts. 82 a 97
Capítulo I - Da Assistência
PARTE ESPECIAL
LIVRO III - Dos Processos nos Tribunais e dos Meios de Impugnação das Decisões
Judiciais
PARTE GERAL
LIVRO I
TÍTULO ÚNICO
CAPÍTULO I
Quando o texto legal utiliza a expressão "normas” diz respeito a um gênero que
comporta as Normas Regras e Normas Princípios. Tal distinção tem importância
desde o desenvolvimento da ideia de força normativa da Constituição (Konrad Hesse)
e da normatividade dos princípios (com desenvolvimento no Pós-positivismo Jurídico).
Nesse sentido entende, por exemplo, Fredie Didier Júnior e Guilherme Rizzo
Amaral: "na vigência do CPC revogado, a violação direta a tais princípios dificilmente
era objeto de análise nos Tribunais Superiores. Se, por um lado, o STJ consolidou
jurisprudência no sentido de que tal análise caberia tão somente ao STF, por outro, o
STF, salvo raríssimas exceções, estabeleceu ser inviável a análise da alegação de
violação a tais princípios sob o fundamento de se tratar de ofensa reflexa ao texto
constitucional" (2015, p. 47-48).
JURISPRUDÊNCIA
Aplicação de princípios constitucionais, ainda sob a égide do CPC de 73. CIVIL.
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INVENTÁRIO. CITAÇÃO POR EDITAL DE
HERDEIROS QUE RESIDEM EM COMARCA DISTINTA DA QUE TRAMITA A AÇÃO.
INTERPRETAÇÃO DA NORMA EM SINTONIA COM A GARANTIA DO
CONTRADITÓRIO E AS REGRAS QUE AUTORIZAM, SEMPRE
EXCEPCIONALMENTE, A CITAÇÃO EDITALÍCIA. CITAÇÃO, POR CARTA, DE
HERDEIROS CONHECIDOS E QUE ESTÃO EM LOCAL SABIDO. NECESSIDADE.
(...) 3- A regra do art. 999, §1º, do CPC/73, que autoriza a citação por edital daqueles
que residem em comarca distinta daquela em que tramita a ação de inventário, não
deve ser interpretada de forma assistemática, devendo, em observância ao modelo
constitucional de processo e à garantia do contraditório, ser lida em sintonia com
as hipóteses de cabimento da citação editalícia, previstas no art. 231 do mesmo
diploma, que sempre devem ser consideradas excepcionais. 4- Na hipótese, tendo sido
declinados na petição inicial todos os dados pessoais indispensáveis a correta
identificação dos herdeiros, inclusive os seus respectivos endereços, devem ser eles
citados pessoalmente, por carta com aviso de recebimento, vedada apenas a citação
por oficial de justiça, que comprometeria a garantia a razoável duração do processo. 5-
Recurso especial conhecido e provido. (REsp 1584088/MG, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/05/2018, DJe 18/05/2018).
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Prova: FCC -
2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Procurador Legislativo
No que se refere às normas fundamentais do Processo Civil:
A) todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
B) é assegurado às partes tratamento diferenciado em relação ao exercício de direitos
e faculdades processuais, inclusive quanto ao contraditório, a ser discricionariamente
resguardado a elas pelo juiz.
C) as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito,
excluída a atividade satisfativa.
D) o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, salvo se
tratar-se de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
E) os juízes e tribunais atenderão obrigatoriamente à ordem cronológica de conclusão
para proferir sentença ou acórdão.
(Gabarito A)
• Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2018 - TJ-
MG - Juiz de Direito Substituto
São princípios fundamentais do processo civil, EXCETO:
A) Isonomia.
B) Cooperação.
C) Informalidade.
D) Boa-fé objetiva.
(Gabarito C)
Nesse contexto, o Estado-Juiz, somente irá atuar quando provocado pela parte que
se sentiu lesada, sendo-lhe exigida uma postura ativa de busca da tutela jurisdicional,
o que deverá ser feito perante o juízo competente para análise do caso proposto e
mediante petição inicial.
Conjugadas ao princípio da inércia estão as expressões nemo judex sine actore
(não pode haver juiz sem um autor) e ne procedat judex ex officio (o juiz não pode dar
início a um processo sem que haja provocação da parte), que se traduzem na primeira
parte do art. 2º.
Insta salientar, ainda, que a doutrina trabalha com três motivos justificadores da
inércia, quais sejam: a) o Juiz não deve transformar um conflito jurídico em um conflito
social, uma vez que as partes, mesmo existindo um conflito jurídico, podem preferir
dele abrir mão em nome da paz social, situação em que o Estado-Juiz, ao agir de
ofício, estaria prejudicando as partes; b) a atuação de ofício do Estado-Juiz consistiria
em sacrifício dos meios alternativos de solução do conflito, uma vez que as partes,
ainda que desejem resolver o conflito jurídico existente, podem querer fazê-lo por
autocomposição, o que seria prejudicado pela iniciativa de ofício; e, c) a perda da
imparcialidade do juiz, uma vez que tomando a iniciativa, desde logo demonstra a
propensão pelo direito veiculado.
Por sua vez, a existência de exceções ao princípio da inércia é admitida pela própria
redação do dispositivo, em sua parte final, que tem como exemplos: suscitar conflito
de competência (art. 951) e instaurar incidente de resolução de demandas repetitivas
(art. 978).
Entretanto, não obstante o teor do princípio do impulso oficial, nada impede que as
partes desistam da demanda, desde que respeitado o devido procedimento para tanto.
Impulso Oficial e acordos processuais: A noção de que o processo começa por
iniciativa das partes, mas se desenvolve por impulso oficial precisa ser reexaminada
em virtude de uma novidade implícita. Isso porque uma das exceções ao princípio do
impulso oficial passa a ser a negociação entre as partes.
Enunciados 6 - FPPC: “O negócio jurídico processual não pode afastar os deveres inerentes
à boa-fé e à cooperação”.
Enunciado 17 - FPPC: “As partes podem, no negócio processual, estabelecer outros deveres
e sanções para o caso do descumprimento da convenção”.
Enunciado 20 - FPPC: “Não são admissíveis os seguintes negócios bilaterais, dentre outros:
acordo para modificação da competência absoluta, acordo para supressão da 1ª instância”.
Enunciado 21 - FPPC: “São admissíveis os seguintes negócios, dentre outros: acordo para
realização de sustentação oral, acordo para ampliação do tempo de sustentação oral,
julgamento antecipado da lide convencional, convenção sobre prova, redução de prazos
processuais”.
Da mesma forma, orientativos são os enunciados das Jornadas de Direito Processual Civil do
CJF:
Enunciado 113 - FPPC: "As disposições previstas nos arts. 190 e 191 do CPC poderão ser
aplicadas ao procedimento de recuperação judicial".
Enunciado 114 - FPPC: "Os entes despersonalizados podem celebrar negócios jurídicos
processuais".
Legislação Complementar:
Art. 3º. Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou sobre
direitos indisponíveis que admitam transação. (LEI DE MEDIAÇÃO - Lei nº 13.140, de 26 de
junho de 2015)
Art. 165. § 2º. O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver
vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a
utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior
entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em
conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si
próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 - DPE-MA - Defensor
Público
O conceito de Equilíbrio de Nash (NASH, John F. Theory of Games and Economic
Behavior, 1944) na teoria dos jogos
A) se trata de teoria de comportamento econômico, sem qualquer relevância para o
estudo da mediação em demandas judiciais.
B) tem como principal elemento a competição entre os envolvidos na disputa, de modo
que deve prevalecer quem tem maior mérito.
C) é absolutamente incompatível com os escopos e finalidades da mediação como
instrumento de autocomposição.
D) tem por finalidade assegurar a absoluta igualdade entre as partes envolvidas em um
litígio judicial.
E) é compatível com a cooperação, pois combinando estratégias entre os jogadores
alcança-se um melhor resultado, individual e coletivamente.
(Gabarito E)
• Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 - DPE-MA - Defensor
Público
A mediação:
A) não constitui técnica adequada para a solução de demandas contra a Fazenda
Pública.
B) constitui técnica de heterocomposição, uma vez que se caracteriza pela intervenção
de um terceiro imparcial para auxiliar na resolução do conflito.
C) é inaplicável diante de um conflito que verse sobre direito indisponível.
D) da forma como é regulamentada pelo Código de Processo Civil não é a técnica
adequada para a solução de um conflito entre pessoas que não mantinham vínculo
anterior.
E) extrajudicial não encontra regulamentação na legislação federal em vigor, uma vez
que ela cuida apenas da mediação de demandas judicializadas.
(Gabarito D)
Luiz Guilherme Marinoni explica que o acesso à justiça também tem caráter
instrumental para a tutela ou proteção do direito material. Para tanto, é preciso levar
em consideração as especificidades do direito material, uma vez que o direito de ação
não se esgota com o protocolo da petição inicial, mas constitui um complexo de
posições jurídicas e técnicas processuais em busca da tutela efetiva, sendo
considerado o direito fundamental à tutela jurisdicional efetiva (MARINONI, 2011. p.
227).
Esta nova norma fundamental processual, teve como influência a resolução 125 de
2010 do CNJ, que instituiu a Política Judiciária Nacional de tratamento dos conflitos
de interesses, tendente a assegurar a todos o direito à solução dos conflitos por meios
adequados à sua natureza e peculiaridade.
O art. 3º, §3º vem na mesma toada, determinando que todos os sujeitos/atores do
processo são convidados a estimular a solução consensual do conflito. O estímulo à
utilização métodos de solução consensual de conflitos (obtempere-se que o texto legal
usa a expressão “métodos de solução consensual” e não “meios alternativos de
solução de controvérsias”) revela-se como um dos principais objetivos do CPC, tanto
que, expressamente, consagra que está poderá ocorrer a qualquer momento (ex:
designação de audiências conciliatórias além das iniciais). Pode-se afirmar que houve
uma verdadeira alteração do paradigma da justiça ao se reconhecer que nem sempre
a imposição de uma decisão judicial é o meio mais idôneo para que a efetividade seja
alcançada.
Outra exceção, que vem sendo admitida pela Jurisprudência, são os benefícios
previdenciários – Tema 350 do STF2 – em que há a necessidade do prévio
requerimento administrativo como condição para o acesso ao Judiciário.
Enunciado 05: "(art. 69, § 3º) O pedido de cooperação jurisdicional poderá ser realizado
também entre o árbitro e o Poder Judiciário. (Grupo: Arbitragem – Enunciado aprovado por
aclamação)".
Enunciado 24: "(art. 237, IV) Independentemente da sede da arbitragem ou dos locais em que
se realizem os atos a ela inerentes, a carta arbitral poderá ser processada diretamente pelo
órgão do Poder Judiciário do foro onde se dará a efetivação da medida ou decisão,
ressalvadas as hipóteses de cláusulas de eleição de foro subsidiário. (Grupo: Arbitragem;
redação revista no III FPPC- RIO21 e no V FPPC- Vitória)".
Enunciado 27: "(art. 267) Não compete ao juízo estatal revisar o mérito da medida ou decisão
arbitral cuja efetivação se requer por meio da carta arbitral. (Grupo: Arbitragem – Enunciado
aprovado por aclamação) ".
Enunciado 47: "(art. 485, VII) A competência do juízo estatal deverá ser analisada previamente
à alegação de convenção de arbitragem (Grupo: Arbitragem; redação revista no III FPPC-
Rio)".
Enunciado 48: "(art. 485, VII) A alegação de convenção de arbitragem deverá ser examinada
à luz do princípio da competência-competência. (Grupo: Arbitragem – enunciado aprovado
por aclamação)".
Enunciado 153: "(art. 485, VII) A superveniente instauração de procedimento arbitral, se ainda
não decidida a alegação de convenção de arbitragem, também implicará a suspensão do
processo, à espera da decisão do juízo arbitral sobre a sua própria competência. (Grupo:
Arbitragem)".
Enunciado 203: "(art. 966) Não se admite ação rescisória de sentença arbitral. (Grupo:
Arbitragem)".
Enunciado 417: "(arts. 260, caput e §3º, 267, I) São requisitos para o cumprimento da carta
arbitral: i) indicação do árbitro ou do tribunal arbitral de origem e do órgão do Poder Judiciário
de destino; ii) inteiro teor do requerimento da parte, do pronunciamento do árbitro ou do
Tribunal arbitral e da procuração conferida ao representante da parte, se houver; iii)
especificação do ato processual que deverá ser praticado pelo juízo de destino; iv)
encerramento com a assinatura do árbitro ou do presidente do tribunal arbitral conforme o
caso. (Grupo: Arbitragem)";
Enunciado 434: "(art. 485, VII) O reconhecimento da competência pelo juízo arbitral é causa
para a extinção do processo judicial sem resolução de mérito. (Grupo: Arbitragem)".
Enunciado 435: "(arts. 485, VII, 1015, III) Cabe agravo de instrumento contra a decisão do juiz
que, diante do reconhecimento de competência pelo juízo arbitral, se recusar a extinguir o
processo judicial sem resolução de mérito. (Grupo: Arbitragem)".
Enunciado 572: "(art. 1º, § 1º, da Lei 9.307/1996) A Administração Pública direta ou indireta
pode submeter-se a uma arbitragem ad hoc ou institucional. (Grupo: Arbitragem)".
Enunciado 371: "(arts. 3o, §3º, e 165). Os métodos de solução consensual de conflitos devem
ser estimulados também nas instâncias recursais. (Grupo: Normas fundamentais)".
JURISPRUDÊNCIA
Acesso à justiça: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INVENTÁRIO.
CELEBRAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL ATÍPICO. CLÁUSULA
GERAL DO ART. 190 DO NOVO CPC. AUMENTO DO PROTAGONISMO DAS
PARTES, EQUILIBRANDO-SE AS VERTENTES DO CONTRATUALISMO E DO
PUBLICISMO PROCESSUAL, SEM DESPIR O JUIZ DE PODERES ESSENCIAIS À
OBTENÇÃO DA TUTELA JURISDICIONAL EFETIVA, CÉLERE E JUSTA. CONTROLE
DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS QUANTO AO OBJETO E
ABRANGÊNCIA. POSSIBILIDADE. DEVER DE EXTIRPAR AS QUESTÕES NÃO
CONVENCIONADAS E QUE NÃO PODEM SER SUBTRAÍDAS DO PODER
JUDICIÁRIO. NEGÓCIO JURÍDICO ENTRE HERDEIROS QUE PACTUARAM SOBRE
RETIRADA MENSAL PARA CUSTEIO DE DESPESAS, A SER ANTECIPADA COM
OS FRUTOS E RENDIMENTOS DOS BENS. AUSÊNCIA DE CONSENSO SOBRE O
VALOR EXATO A SER RECEBIDO POR UM HERDEIRO. ARBITRAMENTO
JUDICIAL. SUPERVENIÊNCIA DE PEDIDO DE MAJORAÇÃO DO VALOR PELO
HERDEIRO. POSSIBILIDADE DE EXAME PELO PODER JUDICIÁRIO. QUESTÃO
NÃO ABRANGIDA PELA CONVENÇÃO QUE VERSA TAMBÉM SOBRE O DIREITO
MATERIAL CONTROVERTIDO. INEXISTÊNCIA DE VINCULAÇÃO DO JUIZ AO
DECIDIDO, ESPECIALMENTE QUANDO HOUVER ALEGAÇÃO DE
SUPERVENIENTE MODIFICAÇÃO DO SUBSTRATO FÁTICO. NEGÓCIO JURÍDICO
PROCESSUAL ATÍPICO QUE APENAS PODE SER BILATERAL, LIMITADOS AOS
SUJEITOS PROCESSUAIS PARCIAIS. JUIZ QUE NÃO PODE SER SUJEITO DE
NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL. INTERPRETAÇÃO ESTRITIVA DO OBJETO E
DA ABRANGÊNCIA DO NEGÓCIO. NÃO SUBSTRAÇÃO DO EXAME DO PODER
JUDICIÁRIO DE QUESTÕES QUE DESBORDEM O OBJETO CONVENCIONADO.
VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO ACESSO À JUSTIÇA. REVISÃO DO VALOR QUE
PODE SER TAMBÉM DECIDIDA À LUZ DO MICROSSISTEMA DE TUTELAS
PROVISÓRIAS. ART. 647, PARÁGRAFO ÚNICO, DO NOVO CPC. SUPOSTA
NOVIDADE. TUTELA PROVISÓRIA EM INVENTÁRIO ADMITIDA, NA MODALIDADE
URGÊNCIA E EVIDÊNCIA, DESDE A REFORMA PROCESSUAL DE 1994,
COMPLEMENTADA PELA REFORMA DE 2002. CONCRETUDE AOS PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO E DA RAZOÁVEL
DURAÇÃO DO PROCESSO. HIPÓTESE ESPECÍFICA DE TUTELA PROVISÓRIA DA
EVIDÊNCIA QUE OBVIAMENTE NÃO EXCLUI DA APRECIAÇÃO DO PODER
JUDICIÁRIO PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA. REQUISITOS PROCESSUAIS
DISTINTOS. EXAME, PELO ACÓRDÃO RECORRIDO, APENAS DA TUTELA DA
EVIDÊNCIA. ACORDO REALIZADO ENTRE OS HERDEIROS COM FEIÇÕES
PARTICULARES QUE O ASSEMELHAM A PENSÃO ALIMENTÍCIA CONVENCIONAL
E PROVISÓRIA. ALEGADA MODIFICAÇÃO DO SUBSTRATO FÁTICO. QUESTÃO
NÃO EXAMINADA PELO ACÓRDÃO RECORRIDO. REJULGAMENTO DO RECURSO
À LUZ DOS PRESSUPOSTOS DA TUTELA DE URGÊNCIA. 1- Recurso especial
interposto em 19/12/2016 e atribuído à Relatora em 25/01/2018. 2- Os propósitos
recursais consistem em definir: (i) se a fixação de determinado valor a ser recebido
mensalmente pelo herdeiro a título de adiantamento de herança configura negócio
jurídico processual atípico na forma do art. 190, caput, do novo CPC; (ii) se a
antecipação de uso e de fruição da herança prevista no art. 647, parágrafo único, do
novo CPC, é hipótese de tutela da evidência distinta daquela genericamente prevista
no art. 311 do novo CPC. 3- Embora existissem negócios jurídicos processuais típicos
no CPC/73, é correto afirmar que inova o CPC/15 ao prever uma cláusula geral de
negociação por meio da qual se concedem às partes mais poderes para convencionar
sobre matéria processual, modificando substancialmente a disciplina legal sobre o
tema, especialmente porque se passa a admitir a celebração de negócios processuais
não especificados na legislação, isto é, atípicos. 4- O novo CPC, pois, pretende melhor
equilibrar a constante e histórica tensão entre os antagônicos fenômenos do
contratualismo e do publicismo processual, de modo a permitir uma maior participação
e contribuição das partes para a obtenção da tutela jurisdicional efetiva, célere e justa,
sem despir o juiz, todavia, de uma gama suficientemente ampla de poderes essenciais
para que se atinja esse resultado, o que inclui, evidentemente, a possibilidade do
controle de validade dos referidos acordos pelo Poder Judiciário, que poderá negar a
sua aplicação, por exemplo, se houver nulidade. 5- Dentre os poderes atribuídos ao juiz
para o controle dos negócios jurídicos processuais celebrados entre as partes está o
de delimitar precisamente o seu objeto e abrangência, cabendo-lhe decotar, quando
necessário, as questões que não foram expressamente pactuadas pelas partes e que,
por isso mesmo, não podem ser subtraídas do exame do Poder Judiciário. 6- Na
hipótese, convencionaram os herdeiros que todos eles fariam jus a uma retirada mensal
para custear as suas despesas ordinárias, a ser antecipada com os frutos e os
rendimentos dos bens pertencentes ao espólio, até que fosse ultimada a partilha, não
tendo havido consenso, contudo, quanto ao exato valor da retirada mensal de um dos
herdeiros, de modo que coube ao magistrado arbitrá-lo. 7- A superveniente pretensão
do herdeiro, que busca a majoração do valor que havia sido arbitrado judicialmente em
momento anterior, fundada na possibilidade de aumento sem prejuízo ao espólio e na
necessidade de fixação de um novo valor em razão de modificação de suas condições,
evidentemente não está abrangida pela convenção anteriormente firmada. 8- Admitir
que o referido acordo, que sequer se pode conceituar como um negócio processual
puro, pois o seu objeto é o próprio direito material que se discute e que se pretende
obter na ação de inventário, impediria novo exame do valor a ser destinado ao herdeiro
pelo Poder Judiciário, resultaria na conclusão de que o juiz teria se tornado igualmente
sujeito do negócio avençado entre as partes e, como é cediço, o juiz nunca foi, não é e
nem tampouco poderá ser sujeito de negócio jurídico material ou processual que lhe
seja dado conhecer no exercício da judicatura, especialmente porque os negócios
jurídicos processuais atípicos autorizados pelo novo CPC são apenas os bilaterais, isto
é, àqueles celebrados entre os sujeitos processuais parciais. 9- A interpretação acerca
do objeto e da abrangência do negócio deve ser restritiva, de modo a não subtrair do
Poder Judiciário o exame de questões relacionadas ao direito material ou processual
que obviamente desbordem do objeto convencionado entre os litigantes, sob pena de
ferir de morte o art. 5º, XXXV, da Constituição Federal e do art. 3º, caput, do novo CPC.
10- A possibilidade de revisão do valor que se poderá antecipar ao herdeiro também é
admissível sob a lente das tutelas provisórias, sendo relevante destacar, nesse
particular, que embora se diga que o art. 647, parágrafo único, do novo CPC seja uma
completa inovação no ordenamento jurídico processual brasileiro, a tutela provisória já
era admitida, inclusive em ações de inventário, desde a reforma processual de 1994,
que passou a admitir genericamente a concessão de tutela antecipatória, em qualquer
espécie de procedimento, fundada em urgência (art. 273, I, do CPC/73) ou na evidência
(art. 273, II, do CPC/73), complementada pela reforma de 2002, que introduziu a
concessão da tutela fundada em incontrovérsia (art. 273, §6º, do CPC/73),
microssistema que deu concretude aos princípios constitucionais da inafastabilidade da
tutela jurisdicional e da razoável duração do processo. 11- O fato de o art. 647,
parágrafo único, do novo CPC, prever uma hipótese específica de tutela provisória da
evidência evidentemente não exclui da apreciação do Poder Judiciário a pretensão
antecipatória, inclusive formulada em ação de inventário, que se funde em urgência,
ante a sua matriz essencialmente constitucional. 12- A antecipação da fruição e do uso
de bens que compõem a herança é admissível: (i) por tutela provisória da evidência, se
não houver controvérsia ou oposição dos demais herdeiros quanto ao uso, fruição e
provável destino do referido bem a quem pleiteia a antecipação; (ii) por tutela provisória
de urgência, independentemente de eventual controvérsia ou oposição dos demais
herdeiros, se presentes os pressupostos legais. 13- Na hipótese, o acordo celebrado
entre as partes é bastante singular, pois não versa sobre bens específicos, mas sobre
rendimentos e frutos dos bens que compõem a herança ao espólio, bem como porque
fora estipulado com o propósito específico de que cada herdeiro reunisse condições de
custear as suas despesas do cotidiano, assemelhando-se, sobremaneira, a uma
espécie de pensão alimentícia convencional a ser paga pelo espólio enquanto perdurar
a ação de inventário e partilha. 14- Tendo o acórdão recorrido se afastado dessas
premissas, impõe-se o rejulgamento do recurso em 2º grau de jurisdição, a fim de que
a questão relacionada à modificação do valor que havia sido arbitrado judicialmente
seja decidida à luz da possibilidade de majoração sem prejuízo ao espólio e da
necessidade demonstrada pelo herdeiro, o que não se pode fazer desde logo nesta
Corte em virtude da necessidade de profunda incursão no acervo fático-probatório. 15-
Recurso especial conhecido e provido, para cassar o acórdão recorrido e determinar
que o agravo de instrumento seja rejulgado à luz dos pressupostos da tutela provisória
de urgência, observando-se, por fim, que eventual majoração deverá respeitar o limite
correspondente ao quinhão hereditário que couber à parte insurgente. (REsp
1738656/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
03/12/2019, DJe 05/12/2019)
QUESTÕES
• Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: PGE-SE Prova: CESPE – 2017 – PGE-SE –
Procurador do Estado:
Duas sociedades empresárias firmaram contrato que contém cláusula compromissária
de convenção de arbitragem com a previsão de que eventual litígio de natureza
patrimonial, referente ao contrato, deveria ser submetido a tribunal arbitral. Nessa
situação hipotética, caso seja instaurado procedimento arbitral,
A) o magistrado poderá, de ofício, reconhecer a existência de convenção de arbitragem
e extinguir o processo sem resolução do mérito, se o litígio referente ao contrato
também for levado ao Poder Judiciário. (art. 337, § 5º, CPC)
B) em eventual execução judicial de sentença arbitral, será vedado ao réu arguir
nulidade da decisão arbitral por meio de impugnação ao cumprimento de sentença,
devendo o interessado utilizar ação própria para esse fim. (art. 1.061. CPC)
C) as partes não estarão obrigadas a se submeter a esse procedimento, uma vez que
a convenção de arbitragem é nula, por excluir da apreciação jurisdicional ameaça ou
lesão a direito. (art. 3º, § 1º, CPC)
D) a opção feita pelas partes pela arbitragem deverá ser considerada legítima, e a
sentença do árbitro, título executivo extrajudicial, conforme o CPC. (art.515, CPC)
E) eventual cumprimento de carta arbitral no Poder Judiciário, referente ao caso, deverá
tramitar em segredo de justiça, se houver comprovação de confidencialidade da
arbitragem. (art. 189, IV CPC)
(Gabarito E)
• Ano: 2020 Banca: VUNESP Órgão: FITO Prova: VUNESP - 2020 - FITO - Advogado
O artigo 3° do CPC dispõe: “Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou
lesão a direito”. E o artigo 16 cita que: “A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos
tribunais em todo o território nacional”.
Tais artigos tratam respectivamente dos princípios da
A) inafastabilidade da jurisdição e da aderência ao território.
B) inércia e da sucumbência.
C) instrumentalidade e da inafastabilidade da jurisdição.
D) lealdade processual e da instrumentabilidade.
E) aderência ao território e do duplo grau de jurisdição.
(Gabarito A)
Enunciado 292: "(arts. 330 e 321; art. 4º) Antes de indeferir a petição inicial, o juiz deve aplicar
o disposto no art. 321. (Grupo Sentença, Coisa Julgada e Ação Rescisória)";
Enunciado 372: "(art. 4º) O art. 4º tem aplicação em todas as fases e em todos os tipos de
procedimento, inclusive em incidentes processuais e na instância recursal, impondo ao órgão
jurisdicional viabilizar o saneamento de vícios para examinar o mérito, sempre que seja
possível a sua correção. (Grupo: Normas fundamentais)";
Enunciado 386: "(art. 113, §1º; art. 4º) A limitação do litisconsórcio facultativo multitudinário
acarreta o desmembramento do processo. (Grupo: Litisconsórcio e intervenção de terceiros)"
Enunciado 387: "(art. 113, §1º; art. 4º) A limitação do litisconsórcio multitudinário não é causa
de extinção do processo. (Grupo: Litisconsórcio e intervenção de terceiros)";
Enunciado 488: "(art. 64, §§3º e 4º; art. 968, §5º; art. 4º; Lei 12.016/2009). No mandado de
segurança, havendo equivocada indicação da autoridade coatora, o impetrante deve ser
intimado para emendar a petição inicial e, caso haja alteração de competência, o juiz remeterá
os autos ao juízo competente. (Grupo: Impacto do novo CPC e os processos da Fazenda
Pública)";
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: SEAD-AP Prova: FCC - 2018 - SEAD-AP - Analista
Jurídico
Estabelece o Código de Processo Civil:
- não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida
(art. 9°, caput);
- o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que
se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício (art. 10).
Tais normas atendem ao princípio
A) Contraditório.
B) Inércia.
C) Primazia do mérito.
D) Motivação das decisões judiciais.
E) Inafastabilidade da jurisdição.
(Gabarito A)
• Ano: 2018 Banca: COMPERVE Órgão: TJ-RN Prova: COMPERVE - 2018 - TJ-RN -
Juiz Leigo
Imagine a seguinte situação: um juiz, numa demanda acerca de indenização por dano
moral, ao chegar ao momento de produção de provas, indefere o pedido da parte autora
para a devida produção, determinando julgamento antecipado da lide. Posteriormente,
acaba indeferindo o pleito sob o argumento de falta de provas. No novo sistema
processual civil brasileiro, baseado na boa fé objetiva, essa situação caracteriza
A) surpressio, renúncia tácita a um direito.
B) exceptio doli, boa-fé utilizada como defesa nesse caso.
C) venire contra factum proprium, também aplicável ao órgão jurisdicional.
D) tu quoque, utilização de uma norma já violada pela parte.
(Gabarito C)
Mais uma vez, o CPC apenas declarou em seu texto um preceito há muito
contemplado na prática processual, o da boa-fé. Entretanto, é importante,
inicialmente, diferenciar a Boa-fé Subjetiva e Boa-fé Objetiva:
Importante salientar que a boa-fé é uma Cláusula Geral, que é uma norma com
diretrizes indeterminadas, podendo ser indeterminadas em um duplo aspecto,
quanto a: a) Hipóteses: a dúvida está no conteúdo da norma; b) Consequências: resta
dúvida quanto à solução jurídica. Por essa razão, a aplicação da boa-fé exige
Concretização na Prática.
Enunciado 169 – Jornada CFJ: O princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o
agravamento do próprio prejuízo.
Enunciado 375 – FPPC: O órgão jurisdicional também deve comportar-se de acordo com a
boa-fé objetiva.
Enunciado 377 - FPPC: A boa-fé objetiva impede que o julgador profira, sem motivar a
alteração, decisões sobre uma mesma questão de direito aplicável às situações de fato
análogas, ainda que em processos distintos.
Não pode prosperar a condenação por litigância de má-fé com o simples argumento de
que os recursos são protelatórios. Isso porque, sem a adequada fundamentação, não
é possível a imposição da pena de litigância de má-fé, como assentado em diversos
precedentes da Corte” (STJ, REsp 622.366/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª Turma, jul.
21.06.2005, DJU 01.07.2005, p. 519)
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2018 - TJ-
MG - Juiz de Direito Substituto
São princípios fundamentais do processo civil, EXCETO:
A) Isonomia.
B) Cooperação.
C) Informalidade.
D) Boa-fé objetiva.
(Gabarito C)
• Ano: 2016 Banca: Serctam Órgão: Prefeitura de Quixadá - CE Prova: Serctam - 2016
- Prefeitura de Quixadá - CE - Advogado
Julgue as questões abaixo. Depois marque alternativa correta.
I- No regime do novo CPC a solução de mérito é prioritária, gerando, como uma de
suas implicâncias práticas, o dever do juiz determinar a correção dos vícios
processuais.
II- O princípio da cooperação, consagrado no art. 6º do CPC/2015, é um corolário do
princípio da boa-fé, gerando o dever de assim agir às partes e ao juiz, mas não aos
auxiliares da justiça, pois estes não participam do processo de forma direta, não sendo
razoável a exigência de tal comportamento.
III- O princípio da boa-fé processual não está expressamente disposto no CPC/2015,
porém pode ser extraído do devido processo legal, que é uma cláusula geral
processual.
IV- É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos
e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação
de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório
A) Os itens I e II são falsos.
B) Todas alternativas são falsas.
C) Os itens I e IV estão corretos.
D) Apenas o item III é falso.
E) Os itens I e III estão corretos.
(Gabarito C)
A boa-fé tem na cooperação um dos seus deveres anexos. Por isso, no art. 6º temos
a consagração do Princípio da Cooperação e do modelo cooperativo de processo.
Tal modelo tem por meta transformar o processo em um ambiente cooperativo. Cuida-
se da noção de uma comunidade de trabalho em que vigore a lealdade e o equilíbrio
entre os sujeitos do processo.
Cooperar não se trata de ajudar a parte adversa, mas sim agir em conformidade
com os deveres de cooperação e da boa-fé. São deveres objetivos. Essencialmente,
poderíamos dizer que seriam, na verdade, um dever de “não atrapalhar”. Dever de
não transformar o processo em um ambiente hostil. Transformar o processo em
um ambiente de diálogo e equilíbrio, objetivando que o conflito se desenvolva com
ética.
Veja-se, ainda, o teor do art. 190: “Versando o processo sobre direitos que admitam
autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no
procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os
seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das
convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de
nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se
encontre em manifesta situação de vulnerabilidade”.
JURISPRUDÊNCIA
• Ano: 2019 Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: MPE-PR - 2019 - MPE-PR -
Promotor Substituto
Assinale a alternativa correta acerca das normas fundamentais do processo civil, de
acordo com o Código de Processo Civil de 2015:
A) A atividade satisfativa da tutela jurisdicional deve ser prestada com duração
razoável.
B) A exigência de comportamento com boa-fé, do Código de Processo Civil, aplica-se
somente às partes.
C) Há regra geral do Código de Processo Civil que permite que decisões sejam
proferidas sem a oitiva da parte afetada.
D) A cooperação processual é princípio que atinge apenas as partes, no Código de
Processo Civil.
E) A solução consensual dos conflitos é incentivada somente em momentos pré-
processuais.
(Gabarito A)
1º - Imparcialidade do Juiz;
JURISPRUDÊNCIA
Paridade de tratamento. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. ERRO
MÉDICO. TEORIA DA DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA E INVERSÃO DO ÔNUS DA
PROVA. PARIDADE DE TRATAMENTO NO PROCESSO CIVIL. ARTS. 7º E 373, §
1º, DO CPC/2015. ACÓRDÃO QUE, À LUZ DAS PROVAS DOS AUTOS, CONCLUIU
PELA HIPOSSUFICIÊNCIA TÉCNICA DA PARTE AUTORA. IMPOSSIBILIDADE DE
REVISÃO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. 1. Cuida-se, na origem, de Agravo de
Instrumento interposto pelo Distrito Federal a fim de impugnar decisão interlocutória
que inverteu o ônus da prova em Ação de Indenização por suposto erro médico. 2.
Impossível, diante do óbice da Súmula 7/STJ, rever, em Recurso Especial, o
entendimento do Tribunal de origem que considerou os agravados-autores
tecnicamente hipossuficientes diante da natureza do objeto da prova pericial e de erro
em atendimento médico, e concluiu, ademais, que o agravante-réu dispõe de melhores
meios para obter prontuários e ocorrências médicas sofridas pela paciente. 3.
Outrossim, a decisão recorrida está em consonância com a jurisprudência do STJ, que,
em casos análogos, tem admitido a inversão do ônus da prova, em face de
vulnerabilidade técnica e hipossufiência da vítima, como na hipótese. Precedentes. 4.
O art. 373, § 1º, do CPC/2015, em perfeita sintonia com a Constituição de 1988,
reproduz, na relação processual, a transição da isonomia formal para a isonomia
real por meio da teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova, mutação
profunda do paradigma dos direitos retóricos para o paradigma dos direitos
operativos, pilar do Estado Social de Direito. Não se trata, contudo, de
prerrogativa judicial irrestrita, pois depende ora de previsão legal direta ou
indireta (ope legis), ora, na sua falta, de peculiaridade da causa (ope iudicis),
associada quer à impossibilidade ou a excessivo custo ou complexidade de
cumprimento do encargo probante, quer à maior capacidade de obtenção da
prova pela parte contrária. No primeiro cenário, em resposta à natureza
espinhosa da produção probatória, a inversão foca a dificuldade do beneficiário;
no segundo, prestigia a maior facilidade para tanto do detentor da prova do fato
contrário. Qualquer elemento probatório, pontualmente - ou todos eles
conjuntamente -, pode ser objeto da ordem de inversão, desde que estribada em
adequada fundamentação judicial. A locução "peculiaridades da causa" refere-se
tanto a atributos singulares da pretensão em juízo como, mais amplamente, a
especificidades de classe de causas com características comuns ensejadoras da
inversão do ônus da prova. 5. No erro médico, barreiras de todo tipo - técnicas, de
informação, econômicas, de status social e de espírito de corpo da profissão -
contribuem para, com frequência, transmutar o ônus probatório da vítima em via crucis
rumo ao impossível, convertendo, assim, o direito de acesso ao Judiciário em
irrealizável fantasia de justiça. Então, legal e legítima a inversão do ônus da prova ope
iudicis na relação de consumo, pública ou privada, que tem por objeto prestação de
serviço médico. 6. A inversão do ônus da prova cumpre papel ético-político, mas
também jurídico, de equilibrar, no processo civil, as posições dos litigantes em
conflito, de modo a evitar que a fraqueza processual gritante de um não
corresponda tout court à vitória do outro, passaporte para negar àquele o que lhe
cabe de direito. A "paridade de tratamento", essência do art. 7º do CPC/2015,
carrega sentido de genuína paridade real, e não apenas de oca paridade formal,
garantia inútil por ser carente de efetividade. É dever do juiz assegurar a paridade
real, inclusive com a inversão do ônus da prova. 7. Agravo conhecido para não se
conhecer do Recurso Especial. (AREsp 1682349/DF, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/10/2020, DJe 22/10/2020)
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: PGE-AP Prova: FCC - 2018 - PGE-AP - Procurador do
Estado
Afirma-se, de modo pacífico na doutrina, que O magistrado está limitado, na sua
decisão, aos fatos jurídicos alegados e ao pedido formulado. (DIDIER Jr., Fredie. Curso
de Direito Processual Civil. Edit. Jus Podivm, 1 v., 17.ed., 2015, p. 553)
Essa lição concerne ao princípio
A) da inércia processual.
B) da eventualidade
C) do dispositivo ou da livre iniciativa da parte.
D) da inafastabilidade da jurisdição.
E) da adstrição ou congruência.
(Gabarito E)
• Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RJ Prova: VUNESP - 2018 - TJ-RJ - Juiz Leigo
A regra segundo a qual o juiz, ao decidir a questão que lhe foi proposta, deve manter-
se nos limites das questões trazidas, não podendo julgar acima, abaixo ou
diferentemente do que lhe foi trazido (são as jurisdições ou julgamentos ultra, intra ou
extra petita) corresponde ao princípio
A) do contraditório.
B) da ampla defesa.
C) do impulso oficial.
D) da congruência.
E) da substanciação.
(Gabarito D)
JURISPRUDÊNCIA
PROCESSUAL CIVIL. TUTELA DA SAÚDE. INTERESSES E DIREITOS
METAINDIVIDUAIS. COMPETÊNCIA ABSOLUTA. ART. 2º, CAPUT, DA LEI DA AÇÃO
CIVIL PÚBLICA (LEI 7.347/1985). ART. 209 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE (LEI 8.069/1990). ART. 80 DA LEI 10.741/2003 (ESTATUTO DO
IDOSO). ART. 93 DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (LEI 8.078/1990).
DEMANDAS SOBRE SAÚDE PÚBLICA EM QUE O ESTADO DE MATO GROSSO
SEJA PARTE. ARTS. 44 E 52, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC/2015. COMPETÊNCIA
CONCORRENTE. FORO DO DOMICÍLIO DO AUTOR. OPÇÃO LEGISLATIVA
INAFASTÁVEL. HISTÓRICO DA DEMANDA 1. Trata-se de Mandado de Segurança
impetrado por idoso hipossuficiente, de 81 anos, representado pela Defensoria Pública,
contra ato do Juiz de Direito do Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Sinop,
que - nos autos de "ação de obrigação de fazer (concretização de direito fundamental)
c/c pedido de tutela de urgência satisfativa" de medicamento de uso contínuo (Entresto
24/26 mg, 60 doses/mês) - declinou da competência, em obediência à Resolução
9/2019 do Órgão Especial do TJ/MT, em favor da 1ª Vara Especializada da Fazenda
Pública da Comarca de Várzea Grande, a cerca 500km de distância. No Mandado de
Segurança, a Defensoria Pública alega que a Resolução 9/2019 violou as normas de
competência do CPC/2015, da Lei da Ação Civil Pública e do Estatuto da Criança e do
Adolescente. BENEFÍCIOS DA ESPECIALIZAÇÃO JUDICIAL: ALÉM DA
EFICIÊNCIA ECONÔMICA 2. A especialização de Varas e órgãos fracionários dos
tribunais representa tendência mundial na organização do Poder Judiciário,
instigada pela crescente complexidade jurídica - enredamento legal (do
arcabouço normativo) e fático (da vida na sociedade tecnológica) -, um dos
subprodutos do enveredar do Direito por espaços policêntricos e
multidisciplinares. Ao contrário do que se observou nos primórdios do fenômeno
em outros setores, hoje se especializa não só por convocação de pura eficiência
econômica, mas sobretudo em decorrência de legítimas inquietações éticas e
políticas com a dignidade da pessoa humana, os fins sociais do Direito, as
exigências do bem comum, a qualidade da prestação jurisdicional e a segurança
jurídica. Significação duplamente dilatada se empresta ao núcleo eficiência
referido no art. 8º, in fine, do CPC/2015, em primeiro lugar como peça integrante
de uma constelação de valores e objetivos proeminentes e vinculantes que, em
segundo, balizam não só a "aplicação do ordenamento jurídico pelo juiz", mas
também a próprIa "organização judiciária em que se insere o juiz". 3. Apontam-se
inconvenientes plausíveis na centralização, técnica de monopólio ou oligopólio judicial
associada à especialização. Tais malefícios são contrastados com inúmeros benefícios
que, claro, subordinam-se a certas condições prévias, entre elas deliberação com base
em critérios objetivos e cautelas procedimentais de praxe, fugindo-se seja de modismo
supérfluo, seja de transplante inconsequente, duas das notórias influências e pressões
impertinentes que turvam a lucidez de medidas legislativas, administrativas e judiciais.
ESPECIALIZAÇÃO DE VARA E ÓRGÃOS FRACIONÁRIOS DOS TRIBUNAIS:
LIMITES CONSTITUCIONAIS E LEGAIS NA ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DOS
ESTADOS 4. Se é verdade que os arts. 8º e 44 do CPC/2015 autorizam, de maneira
implícita, os tribunais a, por ato administrativo, designarem Varas e Câmaras/Turmas
especializadas - alternativa inteiramente compatível com o princípio do juiz natural por
não importar designação casuística ou manipulação post factum da competência -, tal
poder vem condicionado por limites fixados em normas constitucionais federais e
estaduais, legislação processual comum e especial, e leis de organização judiciária,
tanto mais se envolvidos sujeitos vulneráveis ou valores e bens aos quais a legislação
confere especial salvaguarda. Em outras palavras, interditado atribuir,
administrativamente, a órgão jurisdicional competência que legalmente não lhe
pertence, ou ampliar a existente fora das hipóteses cabíveis, mesmo que com o nobre
fundamento da necessidade de especialização de varas. 5. Não se veja no art. 44 do
CPC/2015 empecilho à melhor gestão processual de demandas guarnecidas de
consistência ético-jurídica diferenciada, com destaque para as ações coletivas. É
exatamente o contrário, haja vista, nessas latitudes de metaindividualidade, se requerer
mais engenhosidade na organização judiciária. Tabus centenários e arranjos
institucionais arcaicos convidam a incansável e enérgico questionamento e, se
imperativo, modificação ou mesmo completa substituição. Situações haverá, inclusive
em Estados com grande território, em que a especialização - e correlata concentração
- se explicará pelo desiderato, iluminado pelo ânimo da eficiência e eficácia, de
assegurar autêntica justiça a pessoas e bens jurídicos especialmente tutelados, como
ocorre com Varas Ambientais desenhadas a partir, p. ex., da conformação de
ecossistemas, ecorregiões, bacias ou sub-bacias hidrográficas, tendo em mente a
concorrência ecológica instaurada nesse cenário, em que o dano potencial ou real,
direto ou indireto, pode afetar, juntamente, múltiplas comarcas ou subseções
judiciárias. Não há alternativa possível, dado que tribunais e juízes fracassarão se
pretenderem aplicar ao processo civil coletivo a lupa, o modo de pensar, os institutos e
os procedimentos típicos do processo civil individual. Nesse panorama, lembra-se que,
por vezes, a especialização vem apresentada pelo legislador. É assim no art. 70 do
Estatuto do Idoso ("O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas do
idoso") e no art. 5º, IV, do Código de Defesa do Consumidor. COMPETÊNCIA NA LEI
DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA, NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, NO
ESTATUTO DO IDOSO E NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 6. A
Resolução 9/2019 do TJ/MT atribuiu à 1ª Vara Especializada de Fazenda Pública de
Várzea Grande "Processar e julgar, exclusivamente, os feitos relativos à saúde pública,
ações civis públicas, ações individuais ..., incluindo as ações de competência da Vara
da Infância e Juventude e os feitos ... relativos à saúde pública, em que figure como
parte o Estado de Mato Grosso" (destaque acrescentado). Não obstante a evidente
intenção elevada do Órgão Especial, a concentração adotada pelo ato impugnado
choca-se frontalmente com o art. 2º, parágrafo único, da Lei 7.347/1985 (Lei da Ação
Civil Pública), com o art. 209 da Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
com o art. 80 da Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso) e com o art. 93 da Lei 8.078/1990
(Código de Defesa do Consumidor). 7. Nesses quatro dispositivos, fica patente a ratio
legislativa de antepor, à frente de qualquer outra consideração, a facilitação, na
perspectiva da vítima, da tutela dos interesses individuais e metaindividuais de sujeitos
vulneráveis ou hipossuficientes. Destarte, vedado, aqui, rompante de flexibilização
administrativa judiciária, pois se está diante ora de competência absoluta, ora de
competência concorrente à conveniência do autor. COMPETÊNCIA EM DEMANDAS
COM ESTADOS FEDERADOS 8. Com espírito semelhante ao decretado na Lei da
Ação Civil Pública, no Estatuto da Criança e do Adolescente, no Estatuto do Idoso e no
Código de Defesa do Consumidor - vale dizer, facilitação do acesso à justiça ao
vulnerável ou hipossuficiente -, prescreve o CPC/2015 que, "Se Estado ou o Distrito
Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no
de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na
capital do respectivo ente federado" (art. 52, parágrafo único, grifo acrescentado).
Prioriza-se, sem dúvida, a comodidade dos cidadãos, conferindo-lhes privilégio de
opção ("poderá"), na forma de competência concorrente. 9. A Súmula 206/STJ
preceitua: "A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a
competência territorial resultante das leis de processo." A jurisprudência do STJ
reconhece que os Estados-Membros e suas entidades autárquicas e empresas
públicas podem ser demandados em qualquer comarca do seu território, não gozando
de foro privilegiado. Precedentes do STJ. 10. O art. 52, parágrafo único, do CPC/2015
estabelece foro concorrente para as causas em que seja réu o Estado ou o Distrito
Federal, estipulando prerrogativa processual em favor do cidadão, a quem é facultado
escolher onde demandar a Administração. Tal dispositivo concretiza garantia real, e
não meramente fictícia, de inafastabilidade da jurisdição e de acesso democrático à
justiça. Como instituição, o Estado está presente e atua em todo o seu território -
ubiquidade territorial; o cidadão, ao contrário, propende a se vincular a espaço
confinado, ordinariamente o local onde reside e trabalha - constrição territorial. Logo,
se ato normativo secundário do Tribunal cria prerrogativa de foro ao ente público e
altera padrões de competência prescritos por lei federal, ofendido se queda o esquema
normativo imperturbável de organização do aparelho judiciário, gravidade acentuada
se o rearranjo acarretar grave e desarrazoado desmantelamento de deferência que o
próprio legislador se encarregou de conferir, como mandamento de ordem pública, aos
sujeitos vulneráveis ou hipossuficientes e aos titulares ou representantes de certos
bens e valores considerados de altíssima distinção na arquitetura do Estado Social de
Direito. 11. A alteração da competência para comarca distante do domicílio do autor-
vítima vulnerável ou hipossuficiente traz, sim, indisputável prejuízo, ainda que o
processo judicial seja eletrônico, haja vista os demandantes nem sempre disporem de
computador e internet. Além disso, a distância geográfica pode comprometer a
produção de provas pelo jurisdicionado, o contato com seu advogado etc. Aqui, então,
assoma um dos cânones de ouro no Estado Social de Direito: o acesso à justiça para
hipossuficiente ou vulnerável - portador de debilidade jurídica, econômica, técnica ou
informativa, perdurável ou contingencial - deve, no verbo e na prática, ser facilitado, e
não embaraçado. A prerrogativa de escolha de foro processual visa garantir a
superação, ou pelo menos a mitigação, de variados obstáculos naturais, formais,
financeiros e psicológicos que impedem ou dificultam o acesso à justiça a todos em
condições de igualdade real, postura de repúdio republicano absoluto a um Poder
Judiciário de elite e a serviço da elite. CONCLUSÃO 12. Recurso Ordinário provido.
(RMS 64.534/MT, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
13/10/2020, DJe 01/12/2020)
QUESTÕES
• Ano: 2016 Banca: IESES Órgão: TJ-MA Prova: IESES - 2016 - TJ-MA - Titular de
Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Com relação a preocupação do legislador no novo Código de Processo Civil para
assegurar uma prestação jurisdicional célere e elevar o grau de justiça, foram valorados
alguns princípios constitucionais, dos quais podemos destacar:
A) Evidenciados no Novo Código de Processo Civil, apenas os princípios da celeridade,
da razoabilidade e do contraditório.
B) Essencialmente o princípio do juiz natural e da celeridade.
C) Princípio da ampla defesa, do contraditório, do devido processo legal, da celeridade,
da dignidade da pessoa humana, moralidade, publicidade e razoabilidade.
D) Somente os princípios da celeridade e da dignidade da pessoa humana.
(Gabarito C)
• Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: TJM-SP Prova: VUNESP - 2016 - TJM-SP - Juiz
de Direito Substituto
Assinale a alternativa correta.
A) garantia do contraditório participativo impede que se profira decisão ou se conceda
tutela antecipada contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida (decisão
surpresa).
B) A boa-fé no processo tem a função de estabelecer comportamentos probos e éticos
aos diversos personagens do processo e restringir ou proibir a prática de atos
atentatórios à dignidade da justiça.
C) O princípio da cooperação atinge somente as partes do processo que devem
cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e
efetiva.
D) Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e econômicos e
às exigências do bem público, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa
humana.
E) Será possível, em qualquer grau de jurisdição, a prolação de decisão sem que se dê
às partes oportunidade de se manifestar, se for matéria da qual o juiz deva decidir de
ofício.
(Gabarito B)
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida.
De acordo com esta orientação, uma decisão não pode ser proferida contra
alguém, sem que este seja previamente ouvido. Se a decisão a ser proferida for
em benefício de uma das partes, é possível que a parte beneficiada não seja ouvida
previamente. Por esta razão se admite improcedência liminar do pedido -
Julgamento de improcedência sem participação do Réu -, isto porque a decisão
lhe será benéfica.
Art. 5º, LXI, CF. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] LXI
- ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente.
Art. 93, IX, CF. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: [...] IX - todos os julgamentos
dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena
de nulidade, podendo a lei limitar.
Art. 381, III, CPP. A sentença conterá: [...] III - a indicação dos motivos de fato e de direito em
que se fundar a decisão.
Art. 489, CPC. São elementos essenciais da sentença - § 1o Não se considera fundamentada
qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à
indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a
causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar
o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar
qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar
precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem
demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir
enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a
existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
Enunciado 29: Para a concessão da tutela de evidência prevista no art. 311, III, do CPC/2015,
o pedido reipersecutório deve ser fundado em prova documental do contrato de depósito e
também da mora.
Enunciado 30: É possível a concessão da tutela de evidência prevista no art. 311, II, do
CPC/2015 quando a pretensão autoral estiver de acordo com orientação firmada pelo
Supremo Tribunal Federal em sede de controle abstrato de constitucionalidade ou com tese
prevista em súmula dos tribunais, independentemente de caráter vinculante.
Enunciado 31: A concessão da tutela de evidência prevista no art. 311, II, do CPC/2015
independe do trânsito em julgado da decisão paradigma.
Enunciado 30 – JPC-CJF: É admissível a prova emprestada, ainda que não haja identidade
de partes, nos termos do art. 372 do CPC.
Enunciado 31 – JPC-CJF: A compatibilização do disposto nos arts. 378 e 379 do CPC com o
art. 5º, LXIII, da CF/1988, assegura à parte, exclusivamente, o direito de não produzir prova
contra si quando houver reflexos no ambiente penal.
JURISPRUDÊNCIA
Contraditório Efetivo. O termo inicial da contagem do prazo para impugnar decisão
judicial é, para o Ministério Público, a data da entrega dos autos na repartição
administrativa do órgão, sendo irrelevante que a intimação pessoal tenha se dado em
audiência, em cartório ou por mandado (...) Assim, conquanto se reconheça que a
intimação do ato e o respectivo prazo processual caminhem ligados, uma vez que, em
regra, a ciência ou o conhecimento das partes acerca dos atos processuais dispara o
início do cômputo do prazo para a prática de novos atos, o início na contagem do
prazo pode e deve ser postergado quando adequado e necessário ao exercício
do contraditório pleno (...) REsp 1.349.935-SE, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz,
Terceira Seção, por maioria, julgado em 23/8/2017, DJe 14/9/2017. (Tema 959).
Informativo n. 611.
O curador especial tem legitimidade para propor reconvenção em favor de réu revel
citado por edital (...) al orientação é a que melhor se coaduna com o direito ao
contraditório e à ampla defesa (...). REsp 1.088.068-MG, Rel. Min. Antonio Carlos
Ferreira, por unanimidade, julgado em 29/08/2017, DJe 09/10/2017. Informativo n. 613.
Motivação per relationem. STF- Segunda Turma- ARE 753481 -Rei. Min. Celso de
Mello- DJe 28/10/2013 e STJ- Quinta Turma- HC 263985- Rei. Min. Marco Aurélio
Bellizze- DJe 25/11/2013.
QUESTÕES
• Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: TJ-PR Prova: CESPE - 2017 - TJ-PR - Juiz
Substituto
Com referência ao litisconsórcio e à intervenção de terceiros, assinale a opção correta.
A - No incidente de desconsideração da personalidade jurídica, estará sempre presente
interesse público que torne obrigatória a intervenção do MP como fiscal da ordem
jurídica.
B - O magistrado deve indeferir o requerimento de ingresso de amicus curiae em
processo que esteja em primeira instância, porque essa hipótese de intervenção de
terceiro somente pode ocorrer em causa que tramite no tribunal.
C - Na hipótese de desmembramento do litisconsórcio multitudinário, a interrupção da
prescrição deve retroagir à data de propositura da demanda original, inclusive para os
autores que forem compor um novo processo.
D - A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório pelo
litisconsorte necessário, será nula de pleno direito, não importando que o litisconsórcio
seja simples ou unitário.
(Gabarito C)
• Ano: 2016 Banca: TRF - 4ª REGIÃO Órgão: TRF - 4ª REGIÃO Prova: TRF - 4ª
REGIÃO - 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto
Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.
Considerando o Código de Processo Civil de 2015:
I. O Código é marcado pelos princípios do contraditório permanente e obrigatório, da
cooperação, do máximo aproveitamento dos atos processuais, da primazia do
julgamento de mérito e da excepcionalidade dos recursos intermediários, entre outros.
II. O Código busca a segurança jurídica e a isonomia, reforçando o sistema de
precedentes (stare decisis) e estabelecendo como regra, no plano vertical, a
observância dos precedentes e da jurisprudência e, no plano horizontal, a estabilidade,
a integridade e a coerência da jurisprudência.
III. A distinção (distinguishing), a superação (overruling) e a superação para a frente,
mediante modulação dos efeitos (prospective overruling), são técnicas de adequação
do sistema de precedentes às alterações interpretativas da norma e às circunstâncias
factuais postas sob exame dos juízes e dos tribunais.
IV. Paralelamente à proteção da segurança jurídica, a necessidade de evolução da
hermenêutica exige que apenas súmulas, vinculantes ou não, sejam consideradas
parâmetros para aplicação do sistema de precedentes, sob pena de se imobilizar a
exegese das normas.
A - Estão corretas apenas as assertivas I e II.
B - Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.
C - Estão corretas apenas as assertivas II, III e IV.
D - Estão corretas todas as assertivas.
E - Nenhuma assertiva está correta.
(Gabarito B)
• Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: TJM-SP Prova: VUNESP - 2016 - TJM-SP - Juiz
de Direito Substituto
Assinale a alternativa correta.
A - A garantia do contraditório participativo impede que se profira decisão ou se
conceda tutela antecipada contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida
(decisão surpresa).
B - A boa-fé no processo tem a função de estabelecer comportamentos probos e éticos
aos diversos personagens do processo e restringir ou proibir a prática de atos
atentatórios à dignidade da justiça.
C - O princípio da cooperação atinge somente as partes do processo que devem
cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e
efetiva.
D - Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e econômicos e
às exigências do bem público, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa
humana.
E - Será possível, em qualquer grau de jurisdição, a prolação de decisão sem que se
dê às partes oportunidade de se manifestar, se for matéria da qual o juiz deva decidir
de ofício.
(Gabarito B)
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade
de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir
de ofício.
Tal ideia já havia sido consagrada na lei de execução fiscal onde se pode conhecer
de ofício da prescrição intercorrente, mas com a incumbência de ouvir a fazenda
pública previamente, ou seja, uma concretização do dever de consulta prévia ao CPC,
senão vejamos:
• Art. 40, Lei 6.830/80: “O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for
localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora,
e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição. § 4o Se da decisão que ordenar
o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a
Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e
decretá-la de imediato”.
Enunciado 5: não viola o art. 10 do CPC/2015 a decisão com base em elementos de fato
documentados nos autos sob o contraditório.
Enunciado 61 – JPC-CJF: Deve ser franqueado às partes sustentar oralmente as suas razões,
na forma e pelo prazo previsto no art. 937, caput, do CPC, no agravo de instrumento que
impugne decisão de resolução parcial de mérito (art. 356, § 5º, do CPC).
Enunciado 97 – JPC-CJF: A execução pode ser promovida apenas contra o titular do bem
oferecido em garantia real, cabendo, nesse caso, somente a intimação de eventual
coproprietário que não tenha outorgado a garantia.
JURISPRUDÊNCIA
A Fazenda Pública, em sua primeira oportunidade de falar nos autos (art. 245 do
CPC/1973, correspondente ao art. 278 do CPC/2015), ao alegar nulidade pela falta de
qualquer intimação dentro do procedimento do art. 40 da LEF, deverá demonstrar o
prejuízo que sofreu (exceto a falta da intimação que constitui o termo inicial -Tema 566,
onde o prejuízo é presumido), por exemplo, deverá demonstrar a ocorrência de
qualquer causa interruptiva ou suspensiva da prescrição. REsp 1.340.553-RS, Rel. Min.
Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 12/09/2018,
DJe 16/10/2018 (Temas 570 e 571). Informativo n. 635.
A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 do CPC/2015, torna-se estável
somente se não houver qualquer tipo de impugnação pela parte contrária.
REsp1.760.966-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em
04/12/2018, DJe 07/12/2018. Terceira turma. Informativo n. 639.
QUESTÕES
• Ano: 2016 Banca: FAURGS Órgão: TJ-RS Prova: FAURGS - 2016 - TJ-RS - Juiz de
Direito Substituto
Na vigência do Novo Código de Processo Civil, instituído pela Lei nº 13.105/2015,
Antônio propõe ação em face de Ovídio, pedindo ordem para cumprimento de
obrigação de fazer cumulada com indenização por danos materiais. Após a regular
instrução do feito, passa-se à fase decisória. Nesse caso, quanto à sentença, assinale
a alternativa correta.
A - Se, após contraditório prévio e efetivo, o juiz absolutamente competente fixar na
sentença a liquidação por procedimento comum para os danos materiais, uma vez
transitada em julgado a decisão, a forma de liquidação não poderá ser alterada, por
estar protegida pela coisa julgada.
B - Após contraditório prévio e efetivo e uma vez transitada em julgado a decisão do
juiz absolutamente competente, não será possível a Ovídio obter alterações no julgado
calcadas em supostas modificações de fato ou de direito supervenientes, mesmo se a
obrigação de fazer referir-se à relação jurídica de trato continuado.
C - Se, após contraditório prévio e efetivo, o juiz absolutamente competente fixar, na
sentença, a técnica da multa diária para o cumprimento da obrigação de fazer, uma vez
transitada em julgado a decisão, a técnica executiva não poderá ser alterada, por estar
protegida pela coisa julgada.
D - Se, após contraditório prévio e efetivo, o juiz absolutamente competente decidir
questão prejudicial de cuja solução dependa o mérito da causa, uma vez transitada em
julgado a decisão, não será possível a Ovídio rediscutir tal questão em ação futura, por
estar protegida pela coisa julgada.
E - Se, após contraditório prévio e efetivo, o juiz absolutamente competente
reconhecer, em sentença, que o valor da indenização é menor do que 40 salários
mínimos nacionais, a motivação poderá ser feita de maneira sucinta, omitindo-se o
relatório.
(Gabarito D)
• Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: DPE-MG Prova: FUNDEP
(Gestão de Concursos) - 2019 - DPE-MG - Defensor Público
Analise as seguintes afirmativas referentes aos princípios aplicáveis ao Direito
Processual Civil.
I. Não se considera “decisão surpresa” ou “decisão de terceira via” aquela que, à luz do
ordenamento jurídico nacional, as partes tinham obrigação de prever, concernente às
condições da ação, aos pressupostos de admissibilidade de recurso e aos
pressupostos processuais.
II. No modelo cooperativo de processo, a gestão do procedimento de elaboração da
decisão judicial é difusa, já que o provimento é o resultado da manifestação de vários
núcleos de participação, ao mesmo tempo em que todos os sujeitos processuais
cooperam com a condução do processo.
III. Por meio do contraditório, as partes têm o condão de delimitar a atividade decisória
aos limites do pedido (princípio da congruência ou da adstrição), coibindo o julgamento
não apenas fora e além do pedido, mas, inclusive, em desconformidade com a causa
de pedir.
IV. A defesa técnica no processo civil é prescindível para assegurar às partes, ao longo
de todas as etapas do procedimento, a chamada “competência de atuação”,
diretamente relacionada ao exercício pleno dos princípios da ampla defesa, da
isonomia e do contraditório.
Nesse contexto, pode-se afirmar:
A Todas as afirmativas estão corretas.
B Todas as afirmativas estão incorretas.
C Estão corretas as afirmativas I e IV apenas.
D Estão incorretas as afirmativas I e IV apenas.
(Gabarito D)
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Regra: art. 93, inciso IX - todos os Exceção: CF art. 5°, LX - a lei só poderá
julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário restringir a publicidade dos atos
serão públicos, e fundamentadas todas as processuais quando a defesa da intimidade
decisões, sob pena de nulidade. ou o interesse social o exigirem.
A questão referente os atos processuais será melhor discutida no art. 189 do CPC,
no qual prevê que a regra geral é de que os processos são públicos, salvo exceções
que tramitarão em segredo de justiça, como se vê: “I - em que o exija o interesse
público ou social; II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio,
separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; III
- em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; IV - que
versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a
confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. § 1 o O
direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir
certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores. § 2o O terceiro
que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da
sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação”.
Art. 201, § 6°, CPP: “Para preservar o ofendido, é possível a decretação judicial do segredo
de justiça, que pode atingir toda a persecução penal, englobando dados, depoimentos e
demais informações constantes dos autos, de forma a não expor a vítima aos meios de
comunicação”.
Enunciado 9. É ônus da parte, para os fins do disposto no art. 489, § 1º, V e VI, do CPC/2015,
identificar os fundamentos determinantes ou demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento, sempre que invocar jurisprudência, precedente
ou enunciado de súmula.
Enunciado 12. Não ofende a norma extraível do inciso IV do § 1º do art. 489 do CPC/2015 a
decisão que deixar de apreciar questões cujo exame tenha ficado prejudicado em razão da
análise anterior de questão subordinante.
Enunciado 13. O art. 489, § 1º, IV, do CPC/2015 não obriga o juiz a enfrentar os fundamentos
jurídicos invocados pela parte, quando já tenham sido enfrentados na formação dos
precedentes obrigatórios.
Enunciado 19. A decisão que aplica a tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos
não precisa enfrentar os fundamentos já analisados na decisão paradigma, sendo suficiente,
para fins de atendimento das exigências constantes no art. 489, § 1º, do CPC/2015, a
correlação fática e jurídica entre o caso concreto e aquele apreciado no incidente de solução
concentrada.
Enunciado 92 – I JPC-CJF. A intimação prevista no caput do art. 523 do CPC deve contemplar,
expressamente, o prazo sucessivo para impugnar o cumprimento de sentença.
JURISPRUDÊNCIA
O magistrado, ao reconhecer a prescrição intercorrente, deverá fundamentar o ato
judicial por meio da delimitação dos marcos legais que foram aplicados na contagem
do respectivo prazo, inclusive quanto ao período em que a execução ficou suspensa.
REsp 1.340.553-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, por
unanimidade, julgado em 12/09/2018, DJe 16/10/2018. Informativo n. 635.
No caso de processo penal que tramita sob segredo de justiça em razão da qualidade
da vítima (criança ou adolescente), o nome completo do acusado e a tipificação legal
do delito podem constar entre os dados básicos do processo disponibilizados para
consulta livre no sítio eletrônico do Tribunal, ainda que os crimes apurados se
relacionem com pornografia infantil. A CF, em seu art. 5º, XXXIII e LX, erigiu como
regra a publicidade dos atos processuais, sendo o sigilo a exceção, visto que o
interesse individual não pode se sobrepor ao interesse público. Tal norma é secundada
pelo disposto no art. 792, caput, do CPP. A restrição da publicidade somente é admitida
quando presentes razões autorizadoras, consistentes na violação da intimidade ou se
o interesse público a determinar. Nessa mesma esteira, a Quarta Turma do STJ,
examinando o direito ao esquecimento (REsp 1.334.097-RJ, DJe 10⁄9⁄2013),
reconheceu ser “evidente o legítimo interesse público em que seja dada publicidade da
resposta estatal ao fenômeno criminal”. Ademais, os arts. 1º e 2º da Resolução n.
121⁄2010 do CNJ, que definem os dados básicos dos processos judiciais passíveis de
disponibilização na internet, assim como a possibilidade de restrição de divulgação de
dados processuais em caso de sigilo ou segredo de justiça, não têm o condão de se
sobrepor ao princípio constitucional da publicidade dos atos processuais (art. 5º, LV, da
CF), tampouco podem prescindir da obrigatoriedade de fundamentação das decisões
judiciais (art. 93, IX, da CF). RMS 49.920-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 2/8/2016, DJe 10/8/2016. (Informativo n. 587).
Tese firmada para fins do art. 543-C do CPC/1973: 1-O tabelião, antes de intimar o
devedor por edital, deve esgotar os meios de localização, notadamente por meio do
envio de intimação por via postal, no endereço fornecido por aquele que procedeu ao
apontamento do protesto; 2-é possível, à escolha do credor, o protesto de cédula de
crédito bancário garantida por alienação fiduciária, no tabelionato em que se situa a
praça de pagamento indicada no título ou no domicílio do devedor. REsp 1.398.356-
MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. para acórdão Min. Luis Felipe
Salomão, Segunda Seção, julgado em 24/2/2016, DJe 30/3/2016 (Informativo n. 579).
QUESTÕES
• Ano: 2016 Banca: TRT 4º Região Órgão: TRT - 4ª REGIÃO (RS) Prova: TRT 4º Região
- 2016 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Juiz do Trabalho Substituto
Considere as assertivas abaixo sobre remessa necessária.
I - Não se aplica a remessa necessária quando a sentença estiver fundada em
entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência.
II - Aplica-se a remessa necessária mesmo que a sentença esteja fundada em
entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo
do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula
administrativa.
III - Não se aplica a remessa necessária para a confirmação de sentença proferida
contra fundações de direito público estaduais quando a condenação ou o proveito
econômico obtido na causa for inferior a 500 (quinhentos) salários-mínimos.
Quais são corretas?
A - Apenas I
B - Apenas II
C - Apenas III
D - Apenas I e III
E - I, II e III
(Gabarito D)
• Ano: 2016 Banca: TRT 4º Região Órgão: TRT - 4ª REGIÃO (RS) Prova: TRT 4º Região
- 2016 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Juiz do Trabalho Substituto
Considere as assertivas abaixo sobre fundamentos das decisões judiciais.
I - No caso de colisão entre normas, o Juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais
da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma
afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
II - Não serão consideradas fundamentadas as decisões interlocutórias, caso haja
referência apenas à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida.
III - É fundamentada a sentença que deixar de seguir o enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de
distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
Quais são corretas?
A - Apenas I
B - Apenas II
C - Apenas III
D - Apenas I e II
E - I, II e III
(Gabarito D)
O caput do artigo 12 seria uma das maiores inovações do CPC, mas já no período
de Vacatio Legis houve a alteração do dispositivo, no sentido de retirar o caráter
obrigatório da ordem cronológica de julgamentos, passando-se a adotar a
expressão preferencialmente, o que talvez retire grande parte da “intenção” do
dispositivo. De mais a mais, tem-se, (ainda que somente de maneira preferencial), a
instituição de uma ordem cronológica de julgamento dos processos conclusos.
Exceções. Existem casos que são exceção à regra geral, ou seja, não se
submetem a tal lista cronológica (Art. 12, § 2º), quais sejam: a) Improcedência
Liminar do Pedido – Rejeição (no mérito) de plano da petição inicial; b) Casos
Repetitivos – um dos grandes propósitos do NCPC: fixar um precedente para casos
repetitivos e tornar esse precedente, essa tese, obrigatório. Deste modo, para aplicar
a tese firmada, não se precisa respeitar a ordem de conclusão - julgamento em bloco;
c) Recursos Repetitivos e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas - A
ideia é dar preferência às decisões em casos repetitivos; d) Decisões que extinguem
sem exame do mérito (art. 485) e decisões monocráticas de relator (art. 932); e)
Embargos de Declaração e Agravo Interno; f) Preferências Legais e Metas do
CNJ; g) Processos Criminais – casos de vara única por exemplo. Cumulação de
competências; h) “a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida
por decisão fundamentada”: sempre que o caso concreto demonstrar que há
urgência, possibilita-se a flexibilização, dês que devidamente fundamentada a decisão
que rompe a cronologia.
Sentença anulada não precisa voltar no final da fila, mas assume o primeiro lugar
da fila.
Caso a preterição se der pelo juiz, não há que se falar em invalidação da sentença
proferida fora da ordem cronológica. Não há prejuízo que invalide a sentença proferida
fora da ordem. O desrespeito gera consequências disciplinares (CNJ e Corregedoria).
Pode-se imaginar que o desrespeito a ordem cronológica pode ser um indício de
suspeição do juiz e, constatada a suspeição, o ato será invalidado. Não pela quebra
da ordem, mas pela suspeição.
Enunciados relevantes da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento
de Magistrados – ENFAM:
Enunciado 32. O rol do art. 12, § 2º, do CPC/2015 é exemplificativo, de modo que o juiz
poderá, fundamentadamente, proferir sentença ou acórdão fora da ordem cronológica de
conclusão, desde que preservadas a moralidade, a publicidade, a impessoalidade e a
eficiência na gestão da unidade judiciária.
Enunciado 33: A urgência referida no art. 12, § 2º, IX, do CPC/2015 é diversa da necessária
para a concessão de tutelas provisórias de urgência, estando autorizada, portanto, a prolação
de sentenças e acórdãos fora da ordem cronológica de conclusão, em virtude de
particularidades gerenciais da unidade judicial, em decisão devidamente fundamentada.
Enunciado 34: A violação das regras dos arts. 12 e 153 do CPC/2015 não é causa de nulidade
dos atos praticados no processo decidido/cumprido fora da ordem cronológica, tampouco
caracteriza, por si só, parcialidade do julgador ou do serventuário.
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Campo Limpo Paulista - SP Prova:
VUNESP - 2018 - Câmara de Campo Limpo Paulista - SP - Procurador Jurídico.
Dr. Esculápio é juiz de direito de uma das varas cíveis da Comarca de Campo Limpo
Paulista. Em uma ação que tramita pelo procedimento comum, após a citação, no
momento do saneamento do processo, percebe que o direito da parte autora está
prescrito. Diante dessa situação, levando em consideração os princípios que norteiam
a nova estrutura do CPC/15, assinale a alternativa correta.
A) Independentemente da oitiva das partes, por se tratar de matéria de ordem pública,
poderá o juiz aplicar a prescrição e assim extinguir a ação sem resolução do mérito.
B) Por ser vedada a decisão surpresa, deve o juiz, mesmo em se tratando de matéria
de ordem pública, ouvir as partes antes de determinar a extinção do processo com
resolução do mérito, aplicando-se a prescrição.
C) Em que pese seja vedada a decisão surpresa, tal princípio é excepcionado pelas
matérias de ordem pública e, dessa forma, o juiz pode extinguir a ação com resolução
do mérito, independentemente da oitiva das partes.
D) A prescrição somente será aplicada se o réu da causa alegá-la em sede de
contestação, a fim de dar vazão ao princípio dispositivo.
E) Por ser vedada a decisão surpresa, deve o juiz ouvir as partes antes de determinar
a extinção do processo sem resolução do mérito, por inépcia da petição inicial,
aplicando-se a prescrição.
(Gabarito B)
• Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2017 - TJ-SP - Juiz
Substituto
Quanto à petição inicial, no procedimento comum,
A) o autor, depois da citação, poderá aditar ou alterar o pedido ou causa de pedir,
hipótese em que, desde que assegurado o contraditório mediante a possibilidade de
manifestação no prazo mínimo de quinze (15) dias, não será exigido consentimento do
demandado.
B) o autor tem o ônus de alegar eventual desinteresse na designação de audiência de
conciliação ou mediação, sob pena de ser presumido seu interesse na tentativa de
autocomposição.
C) ela será inepta e, como tal, deverá ser indeferida se o juiz verificar desde logo a
ocorrência de prescrição ou decadência.
D) o autor poderá cumular pedidos, desde que haja conexão entre eles.
(Gabarito B)
CAPÍTULO II
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras,
ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados,
convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.
Decreto nº 19.841/1945. Promulga a Carta das Nações Unidas, da qual faz parte integrante o
anexo Estatuto da Corte Internacional de Justiça, assinada em São Francisco, a 26 de junho
de 1945, por ocasião da Conferência de Organização Internacional das Nações Unidas.
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
• Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: TRF - 4ª REGIÃO Prova: FCC - 2019 - TRF - 4ª
REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária
Renato ajuizou ação de cobrança contra Paulo, julgada procedente em primeiro grau.
No julgamento do recurso de apelação interposto pelo réu, o Tribunal pronunciou a
prescrição de ofício, sem conceder às partes a oportunidade de se manifestarem sobre
essa matéria, que não havia sido previamente ventilada no processo. De acordo com o
que está disposto no Código de Processo Civil, o acórdão que decidiu o recurso de
apelação é
A) nulo, pois a prescrição não pode ser pronunciada de ofício.
B) válido, pois a prescrição é matéria que pode ser apreciada de ofício, circunstância
que dispensa prévia manifestação das partes.
C) válido, pois, quando reconhecida em segundo grau de jurisdição, a prescrição pode
ser pronunciada de ofício sem que antes seja dada oportunidade às partes de se
manifestarem sobre ela.
D) nulo, pois o juiz não poderá decidir com base em fundamento acerca do qual não se
tenha dado às partes oportunidade de se manifestarem, nem mesmo em segundo grau
de jurisdição, ainda que se trate de matéria pronunciável de ofício. (Art. 10 e 933 CPC)
E) nulo, pois o Tribunal não pode decidir com base em fundamento que não foi ventilado
em primeiro grau de jurisdição, em virtude da preclusão.
(Gabarito D)
• Ano: 2021 Banca: CESPE CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE
CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal
A respeito da jurisdição, da competência e do poder geral de cautela no processo civil,
julgue o item subsequente.
As características da jurisdição incluem substituir, no caso concreto, a vontade das
partes pela vontade do juiz, o que, por sua vez, resolve a lide e promove a pacificação
social.
Certo
Errado
(Gabarito Errado)
A doutrina resume o teor do art. 14 nos termos: “A primeira parte do art. 14 agasalha
expressamente o princípio tempus regit actum, que deve ser entendido como a
incidência imediata das novas leis no processo em curso, com a preservação dos atos
processuais já praticados. A regra é harmônica com o caput do art. 1.046, que
estabelece a aplicação imediata do CPC de 2015 aos processos em curso com a sua
entrada em vigor (art. 1.045), com a expressa revogação de 1973. [...] Com relação à
segunda parte do art. 14, não há espaço para duvidar de que, também no plano
processual, os atos processuais (porque praticados no âmbito e para o processo) e
os fatos processuais (porque influentes) devem ser apanhados pelo inciso XXXVI do
art. 5º da CF e a proteção lá prevista que, em última análise, enaltece o princípio da
segurança jurídica. É o que a doutrina chama, em geral, de ‘princípio do isolamento
dos atos processuais’ a ser analisado, caso a caso, para verificar em que medida a
nova lei processual (inclusive o próprio CPC de 2015) pode incidir, por força da
primeira parte do dispositivo e do caput do art. 1.046”. (SCARPINELLA BUENO, 2021.
p. 126-128).
Art. 1.047. As disposições de direito probatório adotadas neste Código aplicam-se apenas às
provas requeridas ou determinadas de ofício a partir da data de início de sua vigência.
Art. 1.049. Sempre que a lei remeter a procedimento previsto na lei processual sem especificá-
lo, será observado o procedimento comum previsto neste Código. Parágrafo único. Na
hipótese de a lei remeter ao procedimento sumário, será observado o procedimento comum
previsto neste Código, com as modificações previstas na própria lei especial, se houver
(aplicação supletiva e subsidiária do CPC 2015).
Art. 1.052. Até a edição de lei específica, as execuções contra devedor insolvente, em curso
ou que venham a ser propostas, permanecem reguladas pelo Livro II, Título IV, da Lei nº
5.869, de 11 de janeiro de 1973.
Art. 1.053. Os atos processuais praticados por meio eletrônico até a transição definitiva para
certificação digital ficam convalidados, ainda que não tenham observado os requisitos
mínimos estabelecidos por este Código, desde que tenham atingido sua finalidade e não
tenha havido prejuízo à defesa de qualquer das partes.
Art. 1.054. O disposto no art. 503, § 1º , somente se aplica aos processos iniciados após a
vigência deste Código, aplicando-se aos anteriores o disposto nos arts. 5º , 325 e 470 da Lei
nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 .
Art. 1.056. Considerar-se-á como termo inicial do prazo da prescrição prevista no art. 924,
inciso V , inclusive para as execuções em curso, a data de vigência deste Código.
Art. 1.063. Até a edição de lei específica, os juizados especiais cíveis previstos na Lei nº 9.099,
de 26 de setembro de 1995 , continuam competentes para o processamento e julgamento das
causas previstas no art. 275, inciso II, da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 .
Art. 1.070. É de 15 (quinze) dias o prazo para a interposição de qualquer agravo, previsto em
lei ou em regimento interno de tribunal, contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal
proferida em tribunal.
JURISPRUDÊNCIA
Tempus Regit Actum. ADMINISTRATIVO. PROCESSO CIVIL. AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 3/STJ. INTERVENÇÃO DO
ESTADO NA PROPRIEDADE. DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA.
OFERTA INDENIZATÓRIA INICIAL. INSTAURAÇÃO DE CONTROVÉRSIA.
REALIZAÇÃO DE PERÍCIAS PROVISÓRIA E DEFINITIVA. IMPUGNAÇÃO
RECURSAL. PRETENSÃO DE LEVANTAMENTO DA INTEGRALIDADE DO
DEPÓSITO INICIAL. APLICABILIDADE DO NOVO REGRAMENTO. DIREITO
PROCESSUAL. IMPOSSIBILIDADE DE RETROATIVIDADE. "TEMPUS REGIT
ACTUM". 1. A regra do art. 34-A do Decreto-Lei 3.365/1941 versa norma de direito
processual aplicável, portanto, aos processos pendentes por ocasião da sua
entrada em vigor, mas desde que preservados os atos processuais já praticados.
Inteligência do art. 14 do CPC/2015. 2. Agravo conhecido para negar provimento ao
recurso especial. (AREsp 1464539/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 11/06/2019, DJe 18/06/2019)
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: MPE-BA Órgão: MPE-BA Prova: MPE-BA - 2018 - MPE-BA -
Promotor de Justiça Substituto
O Código de Processo Civil (CPC), cuja entrada em vigor se deu no dia 18 de março
de 2016, portanto um ano após a sua publicação, trouxe à tona a problemática da
aplicação da lei no tempo. Sendo o arcabouço jurídico do Código de Processo Civil
destinado à regular a relação processual, é correto afirmar que
A) a lei passou a ser aplicada apenas aos processos ajuizados depois da sua entrada
em vigor, sem retroatividade, em atenção à unidade processual e à validade dos atos
processuais já praticados, evitando, com isso, a utilização de duas normas no mesmo
processo.
B) os atos que estavam pendentes nos processos em curso no momento da sua
entrada em vigor se sujeitaram à nova lei processual, mas foi preservada a eficácia dos
atos processuais já praticados na égide da lei antiga, aplicando a teoria do isolamento
dos atos processuais.
C) as fases postulatória, probatória, rescisória e recursal, por serem independentes e
compostas de atos inseparáveis, implicaram a incidência da nova lei, mas apenas aos
atos do processo cuja fase não tenha sido iniciada.
D) aplicou a teoria da unidade processual, segundo a qual a lei nova deve incidir sobre
todos os atos processuais praticados e a praticar no processo em curso, refazendo-se
aqueles realizados em desconformidade com a nova lei.
E) o novo CPC aplicou a teoria da unidade processual, incidindo a sua aplicação sobre
os atos já praticados e os por vir a ser, repetindo aqueles efetivados em desacordo com
a nova regra processual.
(Gabarito B)
• Ano: 2018 Banca: FEPESE Órgão: PGE-SC Prova: FEPESE - 2018 - PGE-SC -
Procurador do Estado
Segundo dispõe o artigo 14 do CPC/2015, “A norma processual não retroagirá e será
aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais
praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”.
Considerando isso, é correto afirmar que:
A) O legislador usou da chamada “teoria das fases processuais”, de modo que cada
fase é analisada e claramente identificada, promovendo-se a aplicação da nova lei
quando houver nova fase processual na demanda em curso.
B) A teoria adotada pelo legislador foi a chamada “teoria do isolamento dos atos
processuais”, ou seja, cada ato é claramente identificado (e olhado de forma
individualizada), promovendo-se a aplicação da nova lei quando houver novo ato
processual na demanda em curso.
C) Com esse dispositivo, o legislador determina o respeito aos atos processuais
praticados e a situações jurídicas consolidadas na vigência da norma revogada tão
somente quando dessas não resultarem piora da situação processual de qualquer das
partes. O que for em benefício da parte, sempre retroagirá.
D) Desse dispositivo decorre a aplicação do sistema da unidade processual, de modo
que, ocorrendo alteração da norma processual em meio à tramitação de um feito, ele
não surtirá qualquer efeito, permanecendo a norma revogada em plena vigência.
E) A referência a “situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”
diz respeito apenas e tão somente a questões de direito material resolvidas sob a égide
da norma anterior, não guardando qualquer relação com questões de direito formal.
(Gabarito B)
• Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Serrana - SP Prova: VUNESP - 2019
- Câmara de Serrana - SP - Procurador Jurídico
Tratando especificamente de direito intertemporal processual, assinale a alternativa
que está em consonância com a atual norma processual civil.
A) É regido pelos princípios da imediatidade e da retroatividade.
B) Não é adotado de forma explícita na lei.
C) Em regra, a norma processual retroagirá e será aplicável imediatamente aos
processos em curso.
D) A lei nova pode incidir imediatamente sobre relações jurídicas preexistentes,
ignorando os efeitos que estas já tenham produzido.
E) A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos
em curso, respeitadas as situações jurídicas já consolidadas. (Art. 14 CPC)
(Gabarito E)
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais,
trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão
aplicadas supletiva e subsidiariamente.
Vale dizer ainda, que a aplicação subsidiária do CPC não se esgota nos casos
previstos neste dispositivo, tratando-se de rol, meramente, exemplificativo.
ADI 5.492 - Questiona a constitucionalidade dos arts. 9º, parágrafo único, II, 15,
46, § 5º, 52, parágrafo único, 242, § 3º, 311, parágrafo único, 535, § 3º, II, 840, I, 985,
§ 2º, 1.035, § 3º, III, e 1.040, IV - Previsão de Julgamento: Excluída da sessão de
julgamento de 04/11/2021.
Legislação Complementar
Lei nº 12.016/2009. Disciplina o mandado de segurança individual e coletivo.
Lei nº 7.347/1985. Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao
meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico
e paisagístico.
Lei nº 8.429/1992. Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração
pública direta, indireta ou fundacional.
Enunciado 245, FPPC. (art. 99, § 4º, 15). O fato de a parte, pessoa natural ou jurídica, estar
assistida por advogado particular não impede a concessão da justiça gratuita na Justiça do
Trabalho. (Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 246, FPPC. (arts. 99, §7º, e 15). Dispensa-se o preparo do recurso quando houver
pedido de justiça gratuita em sede recursal, consoante art. 99, §6º, aplicável ao processo do
trabalho. Se o pedido for indeferido, deve ser fixado prazo para o recorrente realizar o
recolhimento. (Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 250, FPPC. (art. 138; art. 15). Admite-se a intervenção do amicus curiae nas
causas trabalhistas, na forma do art. 138, sempre que o juiz ou relator vislumbrar a relevância
da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão geral da
controvérsia, a fim de obter uma decisão respaldada na pluralidade do debate e, portanto,
mais democrática. (Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 266, FPPC. (arts. 218, § 4º, 15) Aplica-se o art. 218, §4º, ao processo do trabalho,
não se considerando extemporâneo ou intempestivo o ato realizado antes do termo inicial do
prazo. (Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 270, FPPC. (art. 224, § 1º; art.15) Aplica-se ao processo do trabalho o art. 224, §
1º. (Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 294, FPPC. (arts. 332 e §1º e 15). O julgamento liminar de improcedência,
disciplinado no art. 333, salvo com relação ao §1º, se aplica ao processo do trabalho quando
contrariar: a) enunciado de súmula ou de Orientação Jurisprudencial do TST; b) acórdão
proferido pelo TST em julgamento de recursos de revista repetitivos; c) entendimento firmado
em resolução de demandas repetitivas. (Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 302, FPPC. (arts. 373, §§1º e 2º, e 15). Aplica-se o art. 373, §§1º e 2º, ao processo
do trabalho, autorizando a distribuição dinâmica do ônus da prova diante de peculiaridades
da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade da parte de cumprir o seu
encargo probatório, ou, ainda, à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário. O
juiz poderá, assim, atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que de forma
fundamentada, preferencialmente antes da instrução e necessariamente antes da sentença,
permitindo à parte se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. (Grupo: Impacto do CPC no
processo do trabalho).
Enunciado 304, FPPC. (art. 489; art. 15). As decisões judiciais trabalhistas, sejam elas
interlocutórias, sentenças ou acórdãos, devem observar integralmente o disposto no art. 499,
sobretudo o seu §1º, sob pena de se reputarem não fundamentadas e, por conseguinte, nulas.
(Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 325, FPPC. (arts. 927 e 15). A modificação de entendimento sedimentado pelos
tribunais trabalhistas deve observar a sistemática prevista no art. 927, devendo se
desincumbir do ônus argumentativo mediante fundamentação adequada e específica,
modulando, quando necessário, os efeitos da decisão que supera o entendimento anterior.
(Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 326, FPPC. (arts. 927 e 15). O órgão jurisdicional trabalhista pode afastar a
aplicação do precedente vinculante quando houver distinção entre o caso sob julgamento e o
paradigma, desde que demonstre, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada
por hipótese fática distinta, a impor solução jurídica diversa. (Grupo: Impacto do CPC no
processo do trabalho).
Enunciado 329, FPPC. (arts. 843, caput e §1º, e 15). Na execução trabalhista deve ser
preservada a quota parte de bem indivisível do coproprietário ou do cônjuge alheio à
execução, sendo-lhe assegurado o direito de preferência na arrematação do bem em
igualdade de condições. (Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 330, FPPC. (arts. 895 e 15). Na Justiça do trabalho, o juiz pode deferir a aquisição
parcelada do bem penhorado em sede de execução, na forma do art. 895 e seus parágrafos.
(Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 331, FPPC. (arts. 916 e 15). O pagamento da dívida objeto de execução trabalhista
fundada em título extrajudicial pode ser requerido pelo executado nos moldes do art. 916.98
(Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho; redação revista no VI FPPC-Curitiba).
Enunciado 332, FPPC. (arts. 938, §1º, e 15). Considera-se vício sanável, tipificado no art. 938,
§1º, a apresentação da procuração e da guia de custas ou depósito recursal em cópia,
cumprindo ao relator assinalar prazo para a parte renovar o ato processual com a juntada dos
originais. (Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 333, FPPC. (arts. 938, §1º e 15). Em se tratando de guia de custas e depósito
recursal inseridos no sistema eletrônico, estando o arquivo corrompido, impedido de ser
executado ou de ser lido, deverá o relator assegurar a possibilidade de sanar o vício, nos
termos do art. 938, §1º. (Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 335, FPPC. (arts. 947 e 15). O incidente de assunção de competência aplica-se
ao processo do trabalho. (Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 347, FPPC. (arts. 976 e 15). Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de
resolução de demandas repetitivas, devendo ser instaurado quando houver efetiva repetição
de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão de direito. (Grupo: Impacto
do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 350, FPPC. (arts. 988 e 15) Cabe reclamação, na Justiça do Trabalho, da parte
interessada ou do Ministério Público, nas hipóteses previstas no art. 988, visando a preservar
a competência do tribunal e garantir a autoridade das suas decisões e do precedente firmado
em julgamento de casos repetitivos. (Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 352, FPPC. (arts. 998, caput e parágrafo único, e 15) É permitida a desistência do
recurso de revista repetitivo, mesmo quando eleito como representativo da controvérsia, sem
necessidade de anuência da parte adversa ou dos litisconsortes; a desistência, contudo, não
impede a análise da questão jurídica objeto de julgamento do recurso repetitivo. (Grupo:
Impacto do CPC no processo do trabalho).
Enunciado 353, FPPC. (arts. 1.007, § 7º, e 15) No processo do trabalho, o equívoco no
preenchimento da guia de custas ou de depósito recursal não implicará a aplicação da pena
de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o
recorrente para sanar o vício no prazo de cinco dias. (Grupo: Impacto do CPC no processo
do trabalho).
JURISPRUDÊNCIA
Fixação de honorários. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PRAZO LEGAL.
PAGAMENTO INTEGRAL DA DÍVIDA CPC/2015. DISCIPLINA PRÓPRIA.
HONORÁRIOS. REDUÇÃO. 1. O Código de Processo Civil de 2015 dispõe de regra
própria para o estabelecimento da verba honorária provisória para os casos de
execução de título executivo extrajudicial (dos quais é espécie a Certidão de Dívida
Ativa - CDA), o que afasta a disciplina geral contida no art. 85 do CPC. 2. Prevê o art.
827 e §§ do CPC vigente que serão arbitrados honorários advocatícios ao despachar a
inicial da execução em percentual fixo em favor do exequente, podendo esse ser
reduzido ou majorado a depender da sorte do feito executivo e das discussões
promovidas. 3. Considerando a inexistência de regra específica na Lei n.
6.830/1980, admite-se a aplicação subsidiária do art. 827, §1°, do CPC/2015 na
hipótese de pagamento integral da dívida objeto da execução fiscal no prazo
legal, possibilitando, assim, a redução do valor da verba honorária inicialmente
fixado. 4. Agravo conhecido para negar provimento ao recurso especial. (AREsp
1389544/RS, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
15/06/2021, DJe 29/06/2021)
QUESTÕES
• Ano: 2016 Banca: IDECAN Órgão: Câmara Municipal de Aracruz - ES Prova: IDECAN
- 2016 - Câmara de Aracruz - ES - Procurador Legislativo
Sobre o tratamento que o Novo Código de Processo Civil dá à aplicação das normas
processuais, analise as afirmativas a seguir.
I. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as
disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais
de que o Brasil seja parte. (Art. 13 CPC)
II. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em
curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas
sob a vigência da norma revogada. (Art. 14 CPC)
III. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou
administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas conjuntamente. (Art.
15 CPC)
Estão corretas as afirmativas
A) I, II e III.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
(Gabarito B)
• Ano: 2020 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Itajaí - SC Prova: FEPESE - 2020 -
Prefeitura de Itajaí - SC - Assistente Jurídico
É correto afirmar de acordo com o Código de Processo Civil.
A A aplicação das normas de processo civil deverá respeitar as situações jurídicas
consolidadas sob a vigência da norma revogada. (Art. 14 CPC)
B Aplicam-se de forma integral e no que for compatível as normas do Código de
Processo Civil às normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou
administrativos. (Art. 15 CPC)
C A jurisdição civil interna será regida pelas normas processuais brasileiras e pelas
disposições específicas previstas em acordos e tratados internacionais. (Art. 13 CPC)
D A norma processual retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em
curso, independentemente da fase em que se encontrem.
E Os atos processuais já praticados sob a égide da norma revogada deverão ser
ratificados de acordo com a norma processual superveniente.
(Gabarito A)
LIVRO II
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL
TÍTULO I
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo
o território nacional, conforme as disposições deste Código.
Nesses termos, a jurisdição, pode ser vista sobre os enfoques de poder, função e
atividade:
Pois bem. Passando à análise do art. 16 do CPC, não obstante a breve exposição
anteriormente feita, verifica-se que o dispositivo deixa-se levar mais pelas regras de
repartição de competências do que à própria jurisdição.
Ou seja, “[...] ele insinua muito mais as questões relativas à competência e, portanto
a distribuição de tarefas por toda a organização judiciária nacional do que a jurisdição,
propriamente dita. [...] todo o cuidado é pouco com o art. 16 do CPC de 2015. Além
de não tratar de jurisdição, sua prescrição é insuficiente. E pensar, prezado leitor, que
o dispositivo é cópia quase literal do art. 1º do CPC de 1973. Viva, portanto, o art. 1º
do CPC de 2015” (SCARPELLA BUENO, 2021, p.142).
Legislação Complementar
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] XXXV - a lei não excluirá
da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; XXXVI - a lei não prejudicará o
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal
de exceção.
Art. 3º. Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1º É permitida
a arbitragem, na forma da lei. § 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução
consensual dos conflitos. § 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução
consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos
e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Art. 4º. As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída
a atividade satisfativa.
Art. 5º. Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo
com a boa-fé.
Art. 6º. Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Art. 8º. Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do
bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
Art. 9º. Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; II - às
hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III - à decisão prevista
no art. 701.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se
trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de
segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados,
de defensores públicos ou do Ministério Público.
Súmulas
JURISPRUDÊNCIA
Atuação Juiz. RECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL. LIBERDADE NEGOCIAL
CONDICIONADA AOS FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS. CPC/2015. NEGÓCIO
JURÍDICO PROCESSUAL. FLEXIBILIZAÇÃO DO RITO PROCEDIMENTAL.
REQUISITOS E LIMITES. IMPOSSIBILIDADE DE DISPOSIÇÃO SOBRE AS
FUNÇÕES DESEMPENHADAS PELO JUIZ. 1. A liberdade negocial deriva do princípio
constitucional da liberdade individual e da livre iniciativa, fundamento da República, e,
como toda garantia constitucional, estará sempre condicionada ao respeito à dignidade
humana e sujeita às limitações impostas pelo Estado Democrático de Direito,
estruturado para assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais e a Justiça. 2.
O CPC/2015 formalizou a adoção da teoria dos negócios jurídicos processuais,
conferindo flexibilização procedimental ao processo, com vistas à promoção efetiva do
direito material discutido. Apesar de essencialmente constituído pelo autorregramento
das vontades particulares, o negócio jurídico processual atua no exercício do múnus
público da jurisdição. 3. São requisitos do negócio jurídico processual: a) versar a causa
sobre direitos que admitam autocomposição; b) serem partes plenamente capazes; c)
limitar-se aos ônus, poderes, faculdades e deveres processuais das partes; d) tratar de
situação jurídica individualizada e concreta. 4. O negócio jurídico processual não se
sujeita a um juízo de conveniência pelo juiz, que fará apenas a verificação de sua
legalidade, pronunciando-se nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato
de adesão ou ainda quando alguma parte se encontrar em manifesta situação de
vulnerabilidade. 5. A modificação do procedimento convencionada entre as partes
por meio do negócio jurídico sujeita-se a limites, dentre os quais ressai o
requisito negativo de não dispor sobre a situação jurídica do magistrado. As
funções desempenhadas pelo juiz no processo são inerentes ao exercício da
jurisdição e à garantia do devido processo legal, sendo vedado às partes sobre
elas dispor. 6. Recurso especial não provido. (REsp 1810444/SP, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 23/02/2021, DJe 28/04/2021)
QUESTÕES
• Ano: 2017 Banca: IESES Órgão: ALGÁS Prova: IESES - 2017 - ALGÁS - Analista de
Projetos Organizacionais - Jurídica
Segundo a Lei 13.105/2015, podemos afirmar sobre a jurisdição e da ação:
A) Não é admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a
violação do direito. (Art. 20 CPC)
B) Havendo substituição processual, o substituído não poderá intervir como assistente
litisconsorcial. (Art. 18, parágrafo único, CPC)
C) A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional
segundo as disposições do Código de Processo Civil regulamentado pela Lei
13.105/2015. (Art. 16 CPC)
D) Para postular em juízo é facultativo ter interesse e legitimidade. (Art. 17 CPC)
(Gabarito C)
• Ano: 2021 Banca: Quadrix Órgão: CRECI - 14ª Região (MS) Prova: Quadrix - 2021 -
CRECI - 14ª Região (MS) - Advogado
Resolvi certo!
A jurisdição pode ser conceituada como a função atribuída a terceiro imparcial de
realizar o direito, de modo imperativo e criativo, reconhecendo, efetivando e protegendo
situações jurídicas concretamente deduzidas, em decisão insuscetível de controle
externo e com aptidão para tornar-se indiscutível. Acerca das características da
jurisdição, julgue o item.
Por se tratar de monopólio do Estado, a função jurisdicional é indelegável e não pode
ser exercida por agentes privados.
Certo
Errado
(Gabarito Errado)
Trata o artigo, basicamente, das condições da ação e, aqui, mais uma vez,
importante traçar alguns apontamentos antes da análise, propriamente dita, do art. 17.
Em linhas iniciais, a ação “merece ser entendida como o direito (subjetivo público
ou, mais recentemente, fundamental) de romper a inércia jurisdicional e atuar ao longo
do processo em busca da tutela jurisdicional” (SCARPINELLA BUENO, 2021, p. 143).
Além disso, não obstante o CPC ter adotado, expressamente, a teoria eclética
da ação, importante trazer a classificação das teorias, quais sejam: a) Monistas
(Unitárias): conceituada por pertencer, unicamente, ao plano de direito material ou,
unicamente, ao plano de direito processual; e, b) Dualistas: abarca conceitos de direito
material e processual.
Teoria Civilista O direito de ação (poder do indivíduo contra outrem, não contra o
(Imanentista) Estado) só existe se existir o direito material.
Teoria Concreta da O direito de ação diferencia-se do direito material - poder do
Ação indivíduo contra o Estado, buscando decisão em seu favor, somado
a seu direito contra outrem.
Teoria Abstrata do Também diferencia o direito de ação do direito material - porém, o
Direito de Ação direito de ação é independente do direito material – o direito de ação
é abstrato na busca do pronunciamento do Estado-juiz.
Teoria Eclética Direito de ação e o direito material são distintos, autônomos e
independentes entre si, mas nunca incondicional e indeterminado.
Aqui, o a existência do direito de postular está condicionado ao
preenchimento de requisitos que, no caso do CPC, é a legitimidade
e o interesse – Adotada pelo CPC (Art. 17).
Teoria da A análise do preenchimento dos requisitos para exercício do direito
Asserção de ação deve ser analisada pelo Estado-juiz levando em conta as
informações apresentadas na petição inicial, pelo autor, sem
cognição exauriente, portanto, independe da existência de direito
material – Adotada pelo STJ (Resp nº 930.336/MG).
Nestes termos “Postular, contudo, não pode ser compreendido apena do ponto de
vista do autor, aquele que rompe a inércia da jurisdição para pedir a tutela jurisdicional.
Também o réu postula em juízo. E o faz mesmo quando se limita a resistir à pretensão
autoral sem reconvir. Os terceiros. Ao pretenderem intervir no processo, também
postulam. É essa a razão pela qual entendo importante adotar, em diversas
passagens deste Manual, a palavra postulação querendo descrever com ela o
exercício do direito de ação ao longo do processo, que não se confunde com a ação
em si mesma considera nem com a petição inicial (demanda) e, menos ainda, confina-
se ao autor” (SCARPINELLA BUENO, 2021, p. 143).
A “possibilidade jurídica do pedido”, que anteriormente era tida como uma das
condições da ação, fica, expressamente, excluída desse rol, o que é confirmado
pelo teor do art. 485, VI, CPC: “O juiz não resolverá o mérito quando: [...] VI - verificar
ausência de legitimidade ou de interesse processual”. Nesse sentido, passa-se à
análise dos requisitos previstos, senão vejamos:
Por sua vez, a legitimidade para agir (que terá maior atenção quando da análise
do art. 18) é, resumidamente, “a tradução processual dos polos subjetivos da relação
controvertida. Todo aquele que afirmadamente está naquela relação tem legitimidade
para agir. É o que a boa doutrina chama de ‘situação legitimante’” (SCARPINELLA
BUENO, 2021, p. 145).
Assim, a legitimidade leva a ideia de que, para cada processo, existem partes
legitimas, para que o mérito possa ser enfrentado pelo Estado-juiz.
Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não
altera a legitimidade das partes.
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente será
deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que
falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão
do processo.
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os
processos: [...] § 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão
do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou
separação.
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: [...] XI - ausência de legitimidade
ou de interesse processual.
Art. 339, caput. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da
relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas
processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: [...] VI - verificar ausência de legitimidade ou
de interesse processual.
Art. 722. A Fazenda Pública será sempre ouvida nos casos em que tiver interesse.
Art. 726, caput. Quem tiver interesse em manifestar formalmente sua vontade a outrem sobre
assunto juridicamente relevante poderá notificar pessoas participantes da mesma relação
jurídica para dar-lhes ciência de seu propósito.
JURISPRUDÊNCIA
Interesse. PROCESSUAL CIVIL. BENEFÍCIO DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. FALTA
DE INTERESSE RECURSAL. AUSÊNCIA DO BINÔMIO NECESSIDADE-
ADEQUAÇÃO. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO. 1. O interesse recursal
repousa no binômio necessidade e utilidade. A necessidade refere-se à
imprescindibilidade do provimento jurisdicional pleiteado para a obtenção do
bem da vida em litígio, ao passo que a utilidade cuida da adequação da medida
recursal alçada para atingir o fim colimado. 2. O Tribunal de origem consignou: "em
face do exposto, dou provimento ao agravo de instrumento para reformar a decisão
agravada e assim conceder os benefícios da assistência judiciária a Luiz Antônio Nunes
de Souza, nos autos do processo nº 0069271-20.2016.4.02.5117." (fl. 48, e-STJ). 3. In
casu, a necessidade de novo julgamento não se apresenta, pois o bem da vida já está
devidamente assegurado ao recorrente, tampouco há utilidade no Recurso Especial
interposto, pois possui como único pedido a concessão do benefício de gratuidade de
justiça, que fora deferido pelo Tribunal de origem. 4. Com efeito, revela-se ausente o
interesse recursal, uma vez que insubsistente o binômio necessidade-adequação da
tutela ora pleiteada. 5. Recurso Especial não conhecido. (REsp 1732026/RJ, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/05/2018, DJe
21/11/2018)
QUESTÕES
• Ano: 2019 Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: MPE-PR - 2019 - MPE-PR -
Promotor Substituto
Sobre a jurisdição e a ação, assinale a alternativa correta, de acordo com o Código de
Processo Civil:
A) De acordo com o Código de Processo Civil, é necessário ter interesse, legitimidade
e possibilidade jurídica do pedido para postular em juízo.
B) A restrição para se pleitear direito alheio em nome próprio é absoluta e não possui
exceções.
C) É cabível ação declaratória do modo de ser da relação jurídica.
D) A ação declaratória de autenticidade de documento não é admitida pelo
ordenamento jurídico.
E) Se houver afirmação de violação de um direito, não se admite a ação meramente
declaratória.
(Gabarito C)
• Ano: 2018 Banca: MPE-BA Órgão: MPE-BA Prova: MPE-BA - 2018 - MPE-BA -
Promotor de Justiça Substituto
A jurisdição é uma das funções de Estado e visa a solucionar conflitos entre sujeitos
que declaram direito a um determinado bem, podendo ser entendida também como a
atividade de um órgão julgador, singular ou plural, tendente a esse mesmo fim.
Assinale a alternativa que, em vista da normatização ínsita ao Código de Processo Civil,
não pode ser aplicada à lide.
A) Uma vez provocando o exercício da jurisdição, imediatamente estará o autor
sujeitando-se ao juiz, posto que está a dar causa à formação do processo com a
entrega da causa ao Poder Judiciário em face da inevitabilidade da jurisdição estatal.
B) São limites jurisdicionais a que se submetem os juízes questões atinentes à
competência, condições da ação e exigências procedimentais, impedindo, assim, o seu
exercício indiscriminado.
C) Poderá ser contenciosa ou voluntária, sendo exemplo caracterizador desta última o
não julgamento de pretensões antagônicas, não impondo ao julgador escolher entre
tutelar um ou outro interessado.
D) A pretexto de julgar por equidade não pode o juiz decidir por critérios
inexistentes numa norma positivada, posto que lhe compete julgar,
exclusivamente, segundo as regras previstas em lei.
E) Expondo a violação de um direito, pode o autor requerer unicamente a sua
declaração, a manifestação acerca da inexistência de uma relação jurídica, da
autenticidade ou da falsidade documental.
(Gabarito D)
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo
quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Art. 8º, III, CF. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: [...] III - ao
sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas.
Art. 103, I e IX, CF. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória
de constitucionalidade: [...] I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III -
a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara
Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o
Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical
ou entidade de classe de âmbito nacional.
Art. 81, CDC. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser
exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. Parágrafo único. A defesa coletiva será
exercida quando se tratar de: I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos
deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas
indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; II - interesses ou direitos coletivos, assim
entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja
titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma
relação jurídica base; III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os
decorrentes de origem comum.
Art. 82, CDC. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: I -
o Ministério Público; II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; III - as
entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade
jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este
código; IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam
entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código,
dispensada a autorização assemblear. § 1° O requisito da pré-constituição pode ser
dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto
interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do
bem jurídico a ser protegido.
Súmulas
Súmula 629/ STF. A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe
em favor dos associados independe da autorização destes.
Súmula 630/ STF. A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda
quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
Súmula 329/ STJ. O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em
defesa do patrimônio público.
Súmula 219-III/TST. São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente
sindical figure como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego.
Enunciados Relevantes
Enunciado 110, FPPC. (art. 18, parágrafo único) Havendo substituição processual, e sendo
possível identificar o substituto, o juiz deve determinar a intimação deste último para,
querendo, integrar o processo. (Grupo: Litisconsórcio e Intervenção de Terceiros).
JURISPRUDÊNCIA
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO
DECLARATÓRIA DE NULIDADE. CONTRATO DE LOCAÇÃO. LEGITIMIDADE ATIVA
DA IMOBILIÁRIA. MANDATÁRIA DO PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL. CONTRATO QUE
EXPRESSAMENTE PREVÊ A LEGITIMIDADE. REVER AS CONCLUSÕES DO
ACÓRDÃO RECORRIDO. SÚMULAS N. 5 E 7 DO STJ. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A
relação jurídica estabelecida entre a imobiliária e o proprietário do imóvel locado é de
um contrato de prestação de serviços, no qual aquela figura como mandatária deste
para realizar e administrar a locação, nos termos do art. 653 do CC, obrigando-se a
indenizar o mandante por quaisquer prejuízos advindos de sua conduta culposa. 2. O
acórdão recorrido, mediante acurada análise do acervo probatório e do contrato
firmado pelas partes, asseverou que o instrumento entabulado pelos
contratantes expressamente previa a legitimidade ad causam da ora recorrida
para figurar no polo ativo de demandas envolvendo o bem locado. Rever tais
conclusões demandaria o reexame de provas e análise do contrato. Incidência das
Súmulas n. 5 e 7 do STJ. 3. Agravo interno desprovido. (AgInt no AREsp 1345254/PR,
Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em
03/12/2018, DJe 06/12/2018)
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: FEPESE Órgão: PGE-SC Prova: FEPESE - 2018 - PGE-SC -
Procurador do Estado
Em uma ação de conhecimento pelo procedimento ordinário, é apontada como ré a
“Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina”. Nessa hipótese:
A) Não há qualquer defeito processual a ser considerado.
B) Falta legitimidade passiva, razão pela qual é cabível a extinção do feito sem
julgamento do mérito.
C) Falta capacidade postulatória e, por esse motivo, deve ser dado prazo para a
solução do defeito processual.
D) Falta capacidade de ser parte, razão pela qual está ausente pressuposto de
constituição do processo.
E) É mera possibilidade de nulidade relativa do feito e, por esse motivo, não necessita
de qualquer providência imediata.
(Gabarito D)
Nesses termos, “O art. 19 do novo CPC, tal qual o art. 4º do CPC atual, refere-se a
interesse do autor, o que é correto na compreensão de representar necessidade e
utilidade (alguns ainda se referem à adequação) da e na intervenção do Estado-juiz
para solucionar lesão ou ameaça a direito. Graças à subtração da ‘possibilidade
jurídica do pedido’ (v.art. 17), não há mais espaço para duvidar de que a temática
merece ser enfrentada na perspectiva do interesse de agir do autor; e não sobre os
pedidos voltados àquelas situações serem possíveis ou impossíveis juridicamente.
Afirmar existente ou inexistente que se quer declarar como tal ou, ainda, autêntico ou
falso um documento é questão relativa ao mérito cujo enfrentamento pressupõe, como
no CPC atual, a existência do interesse de agir” (SCARPINELLA BUENO, 2015, p.
57).
Além disso, “as ações meramente declaratórias são ações dúplices. Assim, durante
certo tempo, discutiu-se a possibilidade de reconvenção em tais ações. O STF editou
o enunciado n. 258 da súmula da sua jurisprudência, em que admite reconvenção em
ação declaratória [...] Esse enunciado deve ser compreendido da seguinte forma: o
réu não pode reconvir para pedir a negação do pedido do autor (inexistência ou
existência da relação jurídica discutida), em razão de falta de interesse, mas pode
reconvir para formular outro tipo de pretensão” (DIDIER, 2013, p.560).
Súmulas
Súmula 150/STJ. Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico
que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas.
Súmula 181/STJ. É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto a exata
interpretação de cláusula contratual.”
Súmula 242/STJ. Cabe ação declaratória para reconhecimento de tempo de serviço para fins
previdenciários.
JURISPRUDÊNCIA
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO INTERNO
NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ALEGAÇÃO DE INCIDÊNCIA DA SÚMULA
7/STJ. DESNECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO
PROBATÓRIO. EFICÁCIA EXECUTIVA DA SENTENÇA DECLARATÓRIA.
PRECEDENTES DO STJ. ICMS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. ART. 166 DO CTN.
INOVAÇÃO RECURSAL. AGRAVO INTERNO CONHECIDO, EM PARTE, E, NESSA
EXTENSÃO, IMPROVIDO. I. Agravo interno aviado contra decisão que julgara recurso
interposto contra decisum publicado na vigência do CPC/2015. II. Noticiam os autos
que WMS Supermercados do Brasil Ltda ajuizou ação, com pedido de concessão de
tutela de urgência, contra o Distrito Federal, em que cumula pedidos de declaração de
inexistência de relação jurídico-tributária que obrigue a recolher ICMS nas operações
interestaduais com mercadorias ou bens realizadas de forma não presencial e de
condenação à repetição do indébito dos valores pagos indevidamente, a esse título. A
sentença confirmou a antecipação de tutela anteriormente deferida e julgou
"procedente o pedido para condenar o réu a se abster de exigir o recolhimento do ICMS
nos moldes estabelecidos no Protocolo ICMS 21/2001, regulamentado pelo Decreto
Distrital 32.933/2011". III. Na origem, trata-se de Agravo de Instrumento, interposto pelo
Distrito Federal, contra decisão mediante a qual o Juízo singular rejeitara impugnação
ao cumprimento de sentença, assentando que, "muito embora não conste
expressamente do dispositivo da sentença determinação de ressarcir os valores
recolhidos indevidamente, da forma como quer o executado, isso é consequência lógica
da ilegalidade da cobrança do tributo nela declarada e mantida pelo e. TJDFT". O
Tribunal de Justiça do Distrito Federal, dando provimento ao Agravo de Instrumento,
reformou a decisão, para afastar a repetição do indébito, relativamente a fatos
geradores ocorridos anteriormente ao deferimento da tutela de urgência. Nas razões
do Recurso Especial, o contribuinte aponta violação aos arts. 502 e 503 do CPC/2015,
alegando, em suma, que (i) a repetição do indébito estava abrangida pelo título, uma
vez que, "para aferir a extensão do comando do dispositivo da sentença, deve ser
considerado tanto o pedido quanto a causa de pedir, pois estes são os elementos que
delimitam o alcance do dispositivo da sentença, ou seja, da coisa julgada material"; e
(ii) ainda que assim não fosse, o direito à repetição decorre do efeito declaratório da
sentença. Mediante decisão monocrática, o Agravo em Recurso Especial foi conhecido,
para dar provimento ao Recurso Especial do contribuinte, restabelecendo a decisão do
Juízo singular, daí a interposição do presente Agravo interno, pelo Distrito Federal. IV.
Consoante a jurisprudência do STJ, "tem eficácia executiva a sentença
declaratória que traz definição integral da norma jurídica individualizada. Não há
razão alguma, lógica ou jurídica, para submetê-la, antes da execução, a um
segundo juízo de certificação, até porque a nova sentença não poderia chegar a
resultado diferente do da anterior, sob pena de comprometimento da garantia da
coisa julgada, assegurada constitucionalmente. E instaurar um processo de
cognição sem oferecer às partes e ao juiz outra alternativa de resultado que não
um, já prefixado, representaria atividade meramente burocrática e desnecessária,
que poderia receber qualquer outro qualificativo, menos o de jurisdicional" (STJ,
EREsp 609.266/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, DJ
de 11/09/2006). Em igual sentido: STJ, AgRg nos EDcl no REsp 1.462.896/RS, Rel.
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 22/10/2015;
REsp 1.300.213/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA,
DJe de 18/04/2012. V. No caso dos autos, conforme assentado no acórdão recorrido,
o Distrito Federal foi condenado a abster-se "de exigir o recolhimento do ICMS nos
moldes estabelecidos no Protocolo ICMS 21/2001, regulamentado pelo Decreto Distrital
32.933/2011". Desse modo, ressai evidente que o título judicial tem eficácia executiva,
de modo a autorizar a repetição de eventual indébito, relativo à relação jurídica
declarada inexistente, mesmo porque o pedido inicial versava também sobre a
repetição de indébito, tendo a sentença julgado a ação procedente, na íntegra, tal como
transcrito no acórdão recorrido, que permitiu, em execução, apenas a repetição dos
valores de ICMS recolhidos após o deferimento da tutela de urgência. VI. É certo que,
em se tratando de tributo indireto, como o ICMS, a repetição do indébito fica sujeita à
prova de assunção do encargo financeiro do tributo ou à prévia autorização por parte
de quem o tenha suportado. Não quer isto dizer, porém, que o título judicial declaratório
não tenha carga executiva. Em casos tais, não sendo possível, de plano, a
comprovação do preenchimento dos requisitos do art. 166 do CTN, deve o contribuinte
fazê-lo em sede de liquidação pelo procedimento comum, nos termos do art. 511 do
CPC/2015. No entanto, no caso concreto, a parte agravante não agitou a questão, no
Agravo de Instrumento, de modo que se trata de inovação recursal, de que não se pode
conhecer. VII. Agravo interno conhecido, em parte, e, nessa extensão, improvido. (AgInt
no AgInt no AREsp 1515296/DF, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 01/03/2021, DJe 08/03/2021).
QUESTÕES
• Ano: 2016 Banca: CONSULTEC Órgão: Prefeitura de Ilhéus - BA Prova: CONSULTEC
- 2016 - Prefeitura de Ilhéus - BA - Procurador
Com base no Art. 19, do novo Código de Processo Civil (CPC), o interesse do autor
pode limitar-se à declaração
A) apenas do interesse.
B) apenas de uma relação jurídica.
C) da existência, da inexistência de uma relação jurídica.
D) da autenticidade e falsidade de documento. (Art. 19, II, CPC)
E) da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica.
(Gabarito E)
• Ano: 2018 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2018 - UEM - Advogado
São elementos da ação:
A) possibilidade jurídica do pedido, legitimidade ad causam e interesse processual.
B) legitimidade ad causam e interesse processual.
C) partes, causa de pedir e pedido.
D) partes, causa de pedir e interesse processual.
E) partes, legitimidade ad causam e causa de pedir.
(Gabarito C)
Assim, acredita-se que o art. 20, nada mais é o preenchimento do vão deixado pela
supressão da ação declaratória incidental, pela Câmara dos Deputados, durante o
processo legislativo (SCARPINELLA BUENO, 2015, p. 57-58).
Súmulas
Súmula 258/STF. É admissível reconvenção em ação declaratória.
Enunciados Relevantes
Enunciado 111, FPPC. (arts. 19, 329, II, 503, §1º) Persiste o interesse no ajuizamento de ação
declaratória quanto à questão prejudicial incidental. (Grupo: Coisa Julgada, Ação Rescisória
e Sentença).
JURISPRUDÊNCIA
AGRAVO INTERNO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PEDIDO DE NATUREZA DECLARATÓRIA.
AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO. ART. 20, § 4º, DO CPC/73. 1. Nas causas sem
condenação, em que se deduziu pretensão de natureza meramente declaratória,
os honorários advocatícios devem ser arbitrados de forma equitativa pelo juiz,
nos termos do § 4º do artigo 20 do CPC. Precedentes. 2. Agravo interno a que se
nega provimento. (AgInt no AREsp 824.428/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL
GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 25/09/2018, DJe 05/10/2018)
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO
OCORRÊNCIA. AÇÃO MERAMENTE DECLARATÓRIA. NÃO SUBMISSÃO A PRAZO
PRESCRICIONAL. SÚMULA 83/STJ. IRRESIGNAÇÃO QUANTO À CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. QUESTÃO NÃO ARGUIDA NAS
CONTRARRAZÕES DO APELO ESPECIAL. PRECLUSÃO. HONORÁRIOS
RECURSAIS. NECESSIDADE DE PRÉVIA FIXAÇÃO DA VERBA NA ORIGEM.
AGRAVO DESPROVIDO. 1. Apesar de rejeitados os embargos de declaração, a
matéria em exame foi suficientemente enfrentada pela segunda instância, que sobre
ela emitiu pronunciamento de forma fundamentada, ainda que em sentido contrário à
pretensão do recorrente. 2. A única pretensão da parte é a declaração de nulidade
do contrato de sociedade por conta de participação, caracterizando-se, portanto,
como ação puramente declaratória, a qual, nos termos da jurisprudência desta
Corte Superior, não se submete a prazo prescricional. 3. A irresignação quanto à
concessão do benefício da gratuidade de justiça deveria ter sido trazida por ocasião da
abertura do prazo para apresentar contrarrazões ao recurso especial, ônus do qual a
parte não se desincumbiu, incidindo, portanto, a preclusão. 4. Não ensejam o
arbitramento de honorários recursais de sucumbência os casos em que o acórdão
recorrido foi proferido em julgamento de agravo de instrumento, sem a prévia fixação
da verba honorária. 5. Agravo interno desprovido. (AgInt no AREsp 1556722/MG, Rel.
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/03/2020,
DJe 13/03/2020)
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: SEFAZ-SC Prova: FCC - 2018 - SEFAZ-SC - Auditor-
Fiscal da Receita Estadual - Gestão Tributária (Prova 3)
A ação meramente declaratória
A) não é admissível, pela falta de conteúdo condenatório na sentença a ser proferida.
B) é admissível, salvo se houver ocorrido a violação do direito.
C) não é admissível, pela falta de conteúdo mandamental na sentença a ser proferida.
D) é admissível, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.
E) poderá ou não ser admissível, se a sentença a ser proferida não possuir efeitos
patrimoniais nem definir a existência ou a inexistência de uma relação jurídica.
(Gabarito D)
• Ano: 2018 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2018 - UEM - Advogado
Pode-se afirmar que são condições da ação pelo Código de Processo Civil de 2015:
A) partes, legitimidade ad causam e interesse processual.
B) partes, pedido de legitimidade ad causam.
C) possibilidade jurídica do pedido, legitimidade ad causam e interesse processual.
D) legitimidade ad causam e interesse processual.
E) possibilidade jurídica do pedido, legitimidade ad causam e pedido.
(Gabarito D)
• Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Prova: FCC -
2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Procurador Legislativo
Em relação à função jurisdicional, é correto afirmar:
A) Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, em nenhuma hipótese.
B) A possibilidade jurídica da ação é uma das condições preliminares a serem
observadas no atual CPC por ocasião da prestação jurisdicional, até mesmo de ofício.
C) É admissível a ação meramente declaratória, salvo se houver ocorrido a violação do
direito.
D) A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a
que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são
conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos
bilaterais em vigor no Brasil.
E) Compete à autoridade judiciária brasileira, em qualquer hipótese, o processamento
e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro
em contrato internacional, por sua ineficácia.
(Gabarito D)
TÍTULO II
CAPÍTULO I
Art. 71, CC. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente,
viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
Art. 72, CC. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à
profissão, o lugar onde esta é exercida. Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em
lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe
corresponderem.
Art. 73, CC. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o
lugar onde for encontrada.
Art. 74, CC. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o
mudar. Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às
municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da
própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.
Art. 75, CC. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I - da União, o Distrito Federal; II - dos
Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a
administração municipal; IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as
respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto
ou atos constitutivos. § 1º. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares
diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. § 2º. Se a
administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa
jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do
estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
Art. 76, CC. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o
preso. Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do
servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde
servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar
imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o
lugar em que cumprir a sentença.
Art. 77, CC. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar
extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado
no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.
Art. 78, CC. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se
exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
Art. 12. LINDB. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado
no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. § 1º. Só à autoridade judiciária brasileira
compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. § 2º. A autoridade
judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pela lei
brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei
desta, quanto ao objeto das diligências.
JURISPRUDÊNCIA
SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. COMPETÊNCIA CONCORRENTE
ENTRE A JUSTIÇA BRASILEIRA E A AMERICANA. TRÂNSITO EM JULGADO.
CARIMBO DE ARQUIVAMENTO "FILED". DISPOSIÇÃO SOBRE IMÓVEL SITUADO
NO BRASIL. AQUISIÇÃO ANTERIOR AO CASAMENTO CELEBRADO SOB O
REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BENS. POSSIBILIDADE. ATENDIMENTO
DOS REQUISITOS PARA HOMOLOGAÇÃO. DEFERIMENTO. I - A hipótese versada
nos autos se insere no rol de competência concorrente da justiça brasileira
previsto no art. 21 do CPC/2015. II - O trânsito em julgado pode ser comprovado
com o carimbo "filed", no título judicial estrangeiro. (SEC 8.883/EX, Rel. Ministro
Raul Araújo, Corte Especial, DJe 11/9/2015; SEC 11.060/EX, Rel. Ministro Og
Fernandes, Corte Especial, DJe 25/5/2015. III - É válida a partilha de bens realizada
no estrangeiro quando o bem imóvel situado no Brasil for adquirido em data anterior ao
casamento e o regime de bens estipulado pelas partes seja o da comunhão parcial de
bens. (SEC 15.639/EX, Rel. Ministro Og Fernandes, Corte Especial, julgado em
4/10/2017, DJe 9/10/2017). IV - Homologação de sentença estrangeira deferida. (SEC
14.822/EX, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em
05/09/2018, DJe 13/09/2018)
QUESTÕES
• Ano: 2019 Banca: Instituto Consulplan Órgão: Prefeitura de Suzano - SP Prova:
Instituto Consulplan - 2019 - Prefeitura de Suzano - SP - Procurador Jurídico
Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que,
EXCETO:
A) No Brasil tiver de ser cumprida a obrigação.
B) O fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
C) O réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil.
D) Da ação, ainda quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em
contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
CPC, Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o
julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro
em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
(Gabarito D)
• Ano: 2018 Banca: IDHTEC Órgão: CRQ - 19ª Região (PB) Prova: IDHTEC - 2018 -
CRQ - 19ª Região (PB) - Advogado
Acerca das regras de Competência, assinale a alternativa incorreta.
A) A incompetência absoluta deverá ser alegada como questão preliminar de
contestação.
B) A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição
e deve ser declarada de ofício.
C) A incompetência relativa deverá ser alegada incidentalmente, através de exceção
de incompetência, por instrumento apartado à contestação.
D) Estará precluso o direito do réu de alegar a abusividade de cláusula de eleição de
foro se, citado, deixar de arguí-la na contestação.
E) Os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente deverão ser conservados
até que outra seja proferida pelo juízo competente, se for o caso, salvo decisão judicial
em sentido contrário.
(Gabarito C)
I - de alimentos, quando:
Scarpinella Bueno (p. 219) faz uma ressalva quanto à previsão do inciso com
relação a boa-fé das partes em pactuar a cláusula de eleição de foro optando pela
justiça brasileira em detrimento de outros juízos competentes: ‘Trata-se de verdadeira
cláusula de eleição de foro com opção pelo Judiciário nacional, hipótese em que será
necessário discernir até que ponto o ajuste entre as partes – mesmo que celebrado
sob as vestes de “negócio processual” (art. 190) – pode querer definir o juízo
competente, levando em conta, inclusive, o Judiciário brasileiro. É correto, por isso
mesmo, entender que a liberdade contratual prevista no dispositivo encontra óbice no
art. 23 e que seu questionamento pode se dar, inclusive de ofício pelo magistrado,
nos moldes dos § § 3º e 4º do art. 63.’
Art. 1.694, CC. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os
alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social,
inclusive para atender às necessidades de sua educação. § 1º. Os alimentos devem ser
fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. §
2º. Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de
necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.
Art. 1.695, CC. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes,
nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam,
pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
Art. 1.696, CC. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo
a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de
outros.
Art. 1.697, CC. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a
ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
Art. 1.698, CC. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições
de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo
várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos
respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas
a integrar a lide.
Art. 1.699, CC. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem
os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as
circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.
Art. 1.700, CC. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na
forma do art. 1.694.
Art. 1.701, CC. A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar o alimentando, ou dar-
lhe hospedagem e sustento, sem prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação,
quando menor. Parágrafo único. Compete ao juiz, se as circunstâncias o exigirem, fixar a
forma do cumprimento da prestação.
Art. 1.702, CC. Na separação judicial litigiosa, sendo um dos cônjuges inocente e desprovido
de recursos, prestar-lhe-á o outro a pensão alimentícia que o juiz fixar, obedecidos os critérios
estabelecidos no art. 1.694.
Art. 1.703, CC. Para a manutenção dos filhos, os cônjuges separados judicialmente
contribuirão na proporção de seus recursos.
Art. 1.704, CC. Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a necessitar de alimentos,
será o outro obrigado a prestá-los mediante pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido
declarado culpado na ação de separação judicial. Parágrafo único. Se o cônjuge declarado
culpado vier a necessitar de alimentos, e não tiver parentes em condições de prestá-los, nem
aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá-los, fixando o juiz o valor
indispensável à sobrevivência.
Art. 1.705, CC. Para obter alimentos, o filho havido fora do casamento pode acionar o genitor,
sendo facultado ao juiz determinar, a pedido de qualquer das partes, que a ação se processe
em segredo de justiça.
Art. 1.706, CC. Os alimentos provisionais serão fixados pelo juiz, nos termos da lei processual.
Art. 1.707, CC. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos,
sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.
Art. 1.708, CC. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever
de prestar alimentos. Parágrafo único. Com relação ao credor cessa, também, o direito a
alimentos, se tiver procedimento indigno em relação ao devedor.
Art. 1.709, CC. O novo casamento do cônjuge devedor não extingue a obrigação constante
da sentença de divórcio.
Art. 1.710, CC. As prestações alimentícias, de qualquer natureza, serão atualizadas segundo
índice oficial regularmente estabelecido.
Art. 101, CDC. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem
prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas:
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor.
Súmulas
Súmula 309/STJ. O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que
compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem
no curso do processo.
JURISPRUDÊNCIA
PROCESSO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C DANOS MORAIS.
DETERMINAÇÃO DE EMENDA À PETIÇÃO INICIAL. CONTRATO ASSINADO NO
EXTERIOR. RELAÇÃO DE CONSUMO. INEXISTÊNCIA DE CLÁUSULA DE
ELEIÇÃO DE FORO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA BRASILIEIRA. APLICAÇÃO DO
ARTIGO 22, INCISO II, DO CPC. DECISÃO REFORMADA. 1. Nos termos do art. 22,
inc. II, do Código de Processo Civil, compete à autoridade judiciária brasileira processar
e julgar as ações decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver
domicílio ou residência no Brasil. 2. Na espécie, considerando que a relação jurídica
tratada entre as partes é de consumo e que o agravante reside e tem domicílio local,
ainda que a parte agravada seja empresa estrangeira e que a relação jurídica tenha
sido travada em território internacional, não existe óbice ao processamento e
julgamento da ação no Brasil, pois, ao que tudo indica, não foi realizado contrato que
contenha cláusula de eleição de foro estrangeiro. 3. Agravo de Instrumento conhecido
e provido. Unânime. (TJ-DF 07148667320188070000 DF 0714866-73.2018.8.07.0000,
Relator: FÁTIMA RAFAEL, Data de Julgamento: 04/10/2018, 3ª Turma Cível, Data de
Publicação: Publicado no DJE : 11/10/2018 . Pág.: Sem Página Cadastrada.)
QUESTÕES
• Ano: 2016 Banca: MPE-RS Órgão: MPE-RS Prova: MPE-RS - 2016 - MPE-RS -
Promotor de Justiça - Prova Anulada
Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as seguintes afirmações sobre o tema
dos limites da jurisdição nacional, segundo o disposto no Código do Processo Civil.
( ) Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que o réu,
qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil ou no exterior. (Art.
21, I, CPC)
( ) Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações decorrentes
de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil.
(Art. 22, II, CPC)
( ) Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, em
matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao
inventário e à partilha de bens situados no Brasil, desde que o autor da herança não
seja de nacionalidade estrangeira ou não tenha domicílio fora do território nacional. (Art.
23, II, CPC)
( ) A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a
que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são
conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos
bilaterais em vigor no Brasil. (Art. 24, I, CPC)
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
A) F – V – V – F.
B) F – V – F – V.
C) V – V – F – F.
D) F – F – V – V.
E) V – F – V – F.
(Gabarito B)
• Ano: 2016 Banca: IDECAN Órgão: Câmara Municipal de Aracruz - ES Prova: IDECAN
- 2016 - Câmara de Aracruz - ES - Procurador Legislativo
De acordo com o Novo Código de Processo Civil, compete à autoridade judiciária
brasileira, com exclusão de qualquer outra:
A) Processar e julgar as ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade,
estiver domiciliado no Brasil. (Art. 21, I, CPC)
B) Processar e julgar as ações decorrentes de relações de consumo, quando o
consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil. (Art. 22, II, CPC)
C) Julgar as ações de alimentos, quando o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
ou o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens,
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos. (Art. 22, II, CPC)
D) Em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento
particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da
herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
(Art. 23 CPC)
(Gabarito D)
Do teor do art. 23, percebe-se que não estamos diante de limites à jurisdição
brasileira, mas sim da sua exclusividade da jurisdição (Jurisdição Nacional
Exclusiva), ou seja, o conflito só admitirá julgamento no território nacional, tornando
ineficaz qualquer pronunciamento de autoridade estrangeira.
Hipóteses de Competência Nacional Exclusiva. Nestes casos, se alguma
demanda referente aos temas elencados vier a ser julgada no exterior, efeito algum
produzirá em território nacional (art. 964 do CPC), diferente do que ocorre na
competência concorrente.
A ação para pôr fim ao casamento ou à sociedade conjugal pode ser proposta de
julgada em outro país, mas a partilha dos bens competirá à jurisdição brasileira, ainda
que o titular dos bens seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do
território nacional.
Art. 8º, LINDB. Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-
á a lei do país em que estiverem situados. § 1º. Aplicar-se-á a lei do país em que for
domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a
transporte para outros lugares. § 2º. O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a
pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
Art. 10. LINDB. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1º. A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. § 2º. A lei do domicílio do herdeiro ou
legatário regula a capacidade para suceder.
Art. 12, LINDB. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado
no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. § 1º. Só à autoridade judiciária brasileira
compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
JURISPRUDÊNCIA
PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. DECISÃO
PROFERIDA PELA JUSTIÇA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. PARTILHA DE
BENS IMÓVEIS SITUADOS NO BRASIL. ACORDO ENTRE AS PARTES NA JUSTIÇA
ESTRANGEIRA. HOMOLOGAÇÃO PELO STJ. POSSIBILIDADE. NÃO
COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA E DO
RESPECTIVO TRÂNSITO EM JULGADO. HOMOLOGAÇÃO INDEFERIDA. 1. Esta
Corte possui precedentes no sentido de que o acordo quanto à partilha de bens imóveis
situados no Brasil pode ser homologado pelo STJ. Precedentes: SEC 15.639/EX, de
minha relatoria, Corte Especial, j. em 4/10/2017, DJe 9/10/2017. 2. Entretanto, entendo
que não houve a devida comprovação da homologação do acordo de partilha de bens
pela autoridade judicial estrangeira, bem como do respectivo trânsito em julgado,
requisitos indispensáveis para a chancela pelo STJ. 3. A diferença de forma entre o
documento de fl. 14 (N. FBT-FA-07-40197811) e a sentença que anteriormente deferira
o divórcio (N. FBT-FA-07-4019213-S: e-STJ, fls. 31-32), demonstra que, de fato, não
houve a comprovação da existência de sentença estrangeira homologando a proposta
de partilha de bens, o que torna impossível sua chancela pelo STJ. 4. Condeno a parte
autora ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, estes
arbitrados no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), com fundamento no art. 85, §§ 2º
e 8º, do CPC/2015. Registre-se que o CPC/2015 é aplicável ao caso, porquanto a
sentença está sendo prolatada sob a vigência do novo estatuto normativo, e, conforme
recente precedente da Corte Especial do STJ: "O marco temporal para a aplicação das
regras fixadas pelo CPC/2015 em relação aos honorários advocatícios é a data da
prolação da sentença. Precedentes." (SEC 14.385/EX, Rel. Min. Nancy Andrighi, Corte
Especial, julgado em 15/8/2018, DJe 21/8/2018). 5. Pedido de homologação de
sentença estrangeira indeferido. (SEC 14.233/EX, Rel. Ministro OG FERNANDES,
CORTE ESPECIAL, julgado em 21/11/2018, DJe 27/11/2018)
PROCESSO CIVIL. RECURSOS ESPECIAIS INTERPOSTOS NA VIGÊNCIA DO
CPC/1973. CONTRATO INTERNACIONAL. COMPETÊNCIA CONCORRENTE.
CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO. PERMISSÃO LEGAL E CONTRATUAL PARA
ESCOLHA DE OUTRO FORO. AÇÕES AJUIZADAS NA INGLATERRA. SENTENÇAS
PROFERIDAS. AJUIZAMENTO DE AÇÃO DECLARATÓRIA NO BRASIL PELA
PARTE SUCUMBENTE NO TERRITÓRIO INGLÊS. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
BOA-FÉ OBJETIVA. IMPOSSIBILIDADE DE BENEFICIAR-SE DA PRÓPRIA
TORPEZA. 1. Tendo sido extinta a ação declaratória por faltar ao Poder Judiciário
brasileiro jurisdição sobre o feito - matéria objeto dos recursos especiais -, os efeitos da
superveniente homologação de sentença estrangeira acerca da referida demanda
somente poderão ser enfrentados se reconhecida a jurisdição nacional. Isso porque,
sem jurisdição e sem competência, não é permitido ao magistrado nem ao STJ decidir
nenhuma outra questão jurídica, meritória ou processual. 2. As matérias relacionadas
para efeito de comprovar a afronta ao art. 535 do CPC/1973 foram enfrentadas pelo
Tribunal de origem, sobretudo à luz dos arts. 88, 89 e 90 do CPC/1973, de cláusula
contratual e, ainda, da livre aceitação pelas partes da jurisdição estrangeira. Omissões,
portanto, descaracterizadas. 3. Apesar de reconhecer a jurisdição concorrente com
fundamento no art. 88, I, do CPC/1973 e no próprio contrato (cláusula 14.2), o TJRJ
afastou a jurisdição do Poder Judiciário brasileiro, tendo em vista que contratantes e
contratadas ajuizaram demandas no foro inglês e, somente depois de sentenciados os
respectivos processos, a empresa cessionária dos supostos direitos das partes
sucumbentes propôs ação declaratória no Brasil com o propósito de rediscutir questões
decididas pela Justiça alienígena. Em tais circunstâncias, diante dos princípios da boa-
fé objetiva e da segurança jurídica, os quais também devem ser respeitados no plano
internacional, mantém-se a extinção da presente declaratória por faltar jurisdição à
magistratura brasileira. 4. Diante da impossibilidade legal de a parte se beneficiar da
própria torpeza, descabe à recorrente alegar a existência de fraude vinculada à cláusula
de eleição de foro e de aplicação da legislação inglesa ao contrato assinado em
território inglês. 5. Sendo vedado às cedentes ajuizar a presente ação no Brasil,
também não poderia fazê-lo a cessionária, que possui os mesmos direitos daquelas,
não mais. 6. Divergência jurisprudencial não configurada por ausência de semelhança
fática entre os casos confrontados. 7. Não sendo partes nesta demanda, cabe às
cedentes, para interpor recurso especial, comprovar "o nexo de interdependência entre
o seu interesse de intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial", nos
termos do art. 499, § 3º, do CPC/1973. Incidência da Súmula n. 5 do STJ, considerando
a necessidade de examinar integralmente as cláusulas do contrato assinado entre a
cessionária, autora desta ação, e as cedentes, com recursos especiais distintos. 8.
Verificada a cessão de supostos créditos disputados judicialmente (art. 358 do
CC/2002), não incide o direito à evicção em favor da cessionária, disciplinado no art.
359 do CC/2002, sendo certo não ter existido hipótese de "retomada" nem "perda" de
domínio ou posse de bem adquirido pela cessionária. Fica afastada a legitimidade
recursal das cedentes também por essa razão. 9. Recurso especial interposto por
MARÍTIMA PETRÓLEO E ENGENHARIA LTDA. conhecido em parte e desprovido.
Recurso interposto por FSO CONTRUCTION INC. e outras não conhecido. (REsp
1090720/RJ, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado
em 14/06/2016, DJe 23/08/2016)
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Divinópolis - MG Prova: IBFC - 2018 -
Prefeitura de Divinópolis - MG - Procurador do Município
Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
A) processar e julgar as ações de alimentos, quando o credor tiver domicílio ou
residência no Brasil
B) julgar as ações em que o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil
C) conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil
D) julgar as ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver
domiciliado no Brasil.
(Gabarito C)
• Ano: 2016 Banca: Serctam Órgão: Prefeitura de Quixadá - CE Prova: Serctam - 2016
- Prefeitura de Quixadá - CE - Assistente Jurídico
Analise os itens abaixo e depois marque a alternativa correta.
I- Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações nas quais o
réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil, considerando-
se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou
sucursal.
II- Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações de alimentos,
quando o credor tiver domicílio ou residência no Brasil e quando o réu mantiver vínculos
no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção
de benefícios econômicos.
III- Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da
ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato
internacional, arguida pelo réu na contestação.
IV- Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra,
conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil.
V- A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de
sentença judicial estrangeira, quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
A) As cinco assertivas são falsas.
B) Todas as assertivas são verdadeiras.
C) Há duas assertivas falsas e três verdadeiras.
D) Há duas assertivas verdadeiras e três falsas.
E) Há apenas uma assertiva falsa.
(Gabarito B)
JURISPRUDÊNCIA
HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA CONTESTADA. PEDIDO DE
HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA QUE DECRETA DIVÓRCIO E
EFETUA A PARTILHA DE BENS E DIREITOS E ESTABELECE AS
RESPONSABILIDADES POR DÍVIDAS. ARTIGOS 15 E 17 DA LEI DE INTRODUÇÃO
ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO. ARTS. 963 A 965 DO CPC. ARTS. 216-C,
216-D E 216-F DO RISTJ. REQUISITOS. CUMPRIMENTO. BENS IMÓVEIS
SITUADOS NO BRASIL. INVIABILIDADE, NO PONTO, DE HOMOLOGAÇÃO DA
PARTILHA. ART. 89, I, DO CPC/73. HOMOLOGAÇÃO PARCIAL. 1. Nos termos dos
artigos 15 e 17 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, 963 a 965 do
Código de Processo Civil e artigos 216-C, 216-D e 216-F do Regimento Interno do
Superior Tribunal de Justiça, que, atualmente, disciplinam o procedimento de
homologação de sentença estrangeira, constituem requisitos indispensáveis ao
deferimento da homologação, os seguintes: (i) instrução da petição inicial com o original
ou cópia autenticada da decisão homologanda e de outros documentos indispensáveis;
(ii) haver sido a sentença proferida por autoridade competente; (iii) terem as partes sido
regularmente citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia; (iv) ter a sentença
transitado em julgado; (v) não ofender "a soberania, a dignidade da pessoa humana
e/ou ordem pública". 2. A requerida afirma que a sentença estrangeira acostada pelo
autor não é completa, contudo não traz aos autos comprovação de qual seria a
integralidade da sentença, deixando de se desincumbir de comprovar fato impeditivo
do direito à homologação, ônus que lhe incumbe, a teor do art. 373, II, do CPC/73. 3.
Preenchidos os requisitos legais, impõe-se a homologação da sentença estrangeira,
não cabendo ao Superior Tribunal de Justiça o exame de matéria pertinente ao mérito,
salvo para, dentro de estreitos limites, verificar eventual ofensa à ordem pública e à
soberania nacional, o que não é o caso. 4. A pendência de demanda no Brasil não
impede a homologação de sentença estrangeira. Art. 24, parágrafo único, do
CPC/2015. Inexiste, ademais, proibição de que a requerida fosse demandada no
estrangeiro, onde vive. 5. Definitividade da sentença homologanda comprovada pela
certidão acostada à inicial, cumprindo-se a exigência do art. 961, parágrafo 1º, do
CPC/2015. 6. Apenas no que diz respeito aos bens imóveis situados no Brasil, inviável
a homologação da partilha efetuada pela autoridade estrangeira, pois, nos termos do
art. 89, I, do CPC/73, em vigor quando da prolação da sentença estrangeira, a partilha
dos bens imóveis situados no Brasil apenas pode ser feita pela autoridade judiciária
brasileira, com a exclusão de qualquer outra. 7. Sentença estrangeira parcialmente
homologada. (HDE 176/EX, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, CORTE
ESPECIAL, julgado em 15/08/2018, DJe 21/08/2018)
• Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: Câmara Municipal de Araraquara - SP Provas: IBFC -
2017 - Câmara Municipal de Araraquara - SP - Procurador Jurídico
No que diz respeito à competência da autoridade judiciária brasileira para processar e
julgar as ações no Brasil, assinale a alternativa incorreta:
A) Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações de alimentos,
quando o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens,
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos.
B) A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a
que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são
conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos
bilaterais em vigor no Brasil.
C) Compete à autoridade judiciária brasileira, concorrentemente com a autoridade
judiciária estrangeira, conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil.
D) Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da
ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato
internacional, arguida pelo réu na contestação.
(Gabarito B)
JURISPRUDÊNCIA
PROCESSO CIVIL. RECURSOS ESPECIAIS INTERPOSTOS NA VIGÊNCIA DO
CPC/1973. CONTRATO INTERNACIONAL. COMPETÊNCIA CONCORRENTE.
CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO. PERMISSÃO LEGAL E CONTRATUAL PARA
ESCOLHA DE OUTRO FORO. AÇÕES AJUIZADAS NA INGLATERRA. SENTENÇAS
PROFERIDAS. AJUIZAMENTO DE AÇÃO DECLARATÓRIA NO BRASIL PELA
PARTE SUCUMBENTE NO TERRITÓRIO INGLÊS. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
BOA-FÉ OBJETIVA. IMPOSSIBILIDADE DE BENEFICIAR-SE DA PRÓPRIA
TORPEZA. 1. As matérias relacionadas para efeito de comprovar a afronta ao art. 535
do CPC/1973 foram enfrentadas pelo Tribunal de origem, sobretudo à luz dos arts. 88,
89 e 90 do CPC/1973, de cláusula contratual e, ainda, da livre aceitação pelas partes
da jurisdição estrangeira. Omissões, portanto, descaracterizadas. 2. Apesar de
reconhecer a jurisdição concorrente com fundamento no art. 88, I, do CPC/1973 e no
próprio contrato (cláusula 14.2), o TJRJ afastou a jurisdição do Poder Judiciário
brasileiro, tendo em vista que contratantes e contratadas ajuizaram demandas no foro
inglês e, somente depois de sentenciados os respectivos processos, a empresa
cessionária dos supostos direitos das partes sucumbentes propôs ação declaratória no
Brasil com o propósito de rediscutir questões decididas pela Justiça alienígena. Em tais
circunstâncias, diante dos princípios da boa-fé objetiva e da segurança jurídica, os
quais também devem ser respeitados no plano internacional, mantém-se a extinção da
presente declaratória por faltar jurisdição à magistratura brasileira. 3. Diante da
impossibilidade legal de a parte se beneficiar da própria torpeza, descabe à recorrente
alegar a existência de fraude vinculada à cláusula de eleição de foro e de aplicação da
legislação inglesa ao contrato assinado em território inglês. 4. Sendo vedado às
cedentes ajuizar a presente ação no Brasil, também não poderia fazê-lo a cessionária,
que possui os mesmos direitos daquelas, não mais. 5. Divergência jurisprudencial não
configurada por ausência de semelhança fática entre os casos confrontados. 6. Não
sendo partes nesta demanda, cabe às cedentes, para interpor recurso especial,
comprovar "o nexo de interdependência entre o seu interesse de intervir e a relação
jurídica submetida à apreciação judicial", nos termos do art. 499, § 3º, do CPC/1973.
Incidência da Súmula n. 5 do STJ, considerando a necessidade de examinar
integralmente as cláusulas do contrato assinado entre a cessionária, autora desta ação,
e as cedentes, com recursos especiais distintos. 7. Verificada a cessão de supostos
créditos disputados judicialmente (art. 358 do CC/2002), não incide o direito à evicção
em favor da cessionária, disciplinado no art. 359 do CC/2002, sendo certo não ter
existido hipótese de "retomada" nem "perda" de domínio ou posse de bem adquirido
pela cessionária. Fica afastada a legitimidade recursal das cedentes também por essa
razão. 8. Recurso especial interposto por MARÍTIMA PETRÓLEO E ENGENHARIA
LTDA. conhecido em parte e desprovido. Recurso interposto por FSO CONTRUCTION
INC. e outras não conhecido. (REsp 1091299/RJ, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS
FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 14/06/2016, DJe 23/08/2016)
QUESTÕES
• Ano: 2017 Banca: FUNECE Órgão: UECE Prova: FUNECE - 2017 - UECE - Advogado
Assinale a opção que completa, correta e respectivamente, as lacunas do seguinte
dispositivo legal: “_________________¹ à autoridade judiciária brasileira o
processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro
exclusivo estrangeiro em contrato internacional, _________________²”.
A) Não compete¹; arguida pelo réu na exceção própria²
B) Não compete¹; arguida pelo réu na contestação²
C) Compete¹; ainda que arguida pelo réu²
D) Compete¹; vedada a arguição pelo réu²
(Gabarito B)
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Seção I
Disposições Gerais
Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que
o Brasil faz parte e observará:
Art. 5º, LIV e LXXIV, CF. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] LIV
- ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; [...] LXXIV
- o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência
de recursos.
Art. 93, IX, CF. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: [...] IX - todos os julgamentos
dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena
de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a
seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.
Art. 134, caput, CF. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a
defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma
integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição
Federal.
Art. 4º, IX, Lei nº 13.445/2017 (Lei de Migração). Ao migrante é garantida no território nacional,
em condição de igualdade com os nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, bem como são assegurados: IX - amplo acesso à
justiça e à assistência jurídica integral gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos.
JURISPRUDÊNCIA
CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DO STJ. EXEQUATUR. CARTA ROGATÓRIA.
CONCEITO E LIMITES. COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL. TRATADOS
E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS, APROVADOS E PROMULGADOS PELO
BRASIL. CONSTITUCIONALIDADE. HIERARQUIA, EFICÁCIA E AUTORIDADE DE
LEI ORDINÁRIA. 1. Em nosso regime constitucional, a competência da União para
"manter relações com estados estrangeiros" (art. 21, I), é, em regra, exercida pelo
Presidente da República (CF, art. 84, VII), "auxiliado pelos Ministros de Estado" (CF,
art. 76). A intervenção dos outros Poderes só é exigida em situações especiais e
restritas. No que se refere ao Poder Judiciário, sua participação está prevista em
pedidos de extradição e de execução de sentenças e de cartas rogatórias estrangeiras:
"Compete ao Supremo Tribunal Federal (...) processar e julgar, originariamente (...) a
extradição solicitada por Estado estrangeiro" (CF, art. 102, I, g); "Compete ao Superior
Tribunal de Justiça (...) processar e julgar originariamente (...) a homologação de
sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias" (CF, art. 105,
i, i); e "Aos Juízes federais compete processar e julgar (...) a execução de carta
rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação" (CF, art.
109, X). 2. As relações entre Estados soberanos que têm por objeto a execução de
sentenças e de cartas rogatórias representam, portanto, uma classe peculiar de
relações internacionais, que se estabelecem em razão da atividade dos respectivos
órgãos judiciários e decorrem do princípio da territorialidade da jurisdição, inerente ao
princípio da soberania, segundo o qual a autoridade dos juízes (e, portanto, das suas
decisões) não pode extrapolar os limites territoriais do seu próprio País. Ao atribuir ao
STJ a competência para a "concessão de exequatur às cartas rogatórias" (art. 105, I,
i), a Constituição está se referindo, especificamente, ao juízo de delibação consistente
em aprovar ou não o pedido feito por autoridade judiciária estrangeira para
cumprimento, em nosso país, de diligência processual requisitada por decisão do juiz
rogante. É com esse sentido e nesse limite, portanto, que deve ser compreendida a
referida competência constitucional. 3. Preocupados com o fenômeno da criminalidade
organizada e transnacional, a comunidade das Nações e os Organismos Internacionais
aprovaram e estão executando, nos últimos anos, medidas de cooperação mútua para
a prevenção, a investigação e a punição efetiva de delitos dessa espécie, o que tem
como pressuposto essencial e básico um sistema eficiente de comunicação, de troca
de informações, de compartilhamento de provas e de tomada de decisões e de
execução de medidas preventivas, investigatórias, instrutórias ou acautelatórias, de
natureza extrajudicial. O sistema de cooperação, estabelecido em acordos
internacionais bilaterais e plurilaterais, não exclui, evidentemente, as relações que se
estabelecem entre os órgãos judiciários, pelo regime das cartas precatórias, em
processos já submetidos à esfera jurisdicional. Mas, além delas, engloba outras muitas
providências, afetas, no âmbito interno de cada Estado, não ao Poder Judiciário, mas
a autoridades policiais ou do Ministério Público, vinculadas ao Poder Executivo. 4. As
providências de cooperação dessa natureza, dirigidas à autoridade central do Estado
requerido (que, no Brasil, é o Ministério da Justiça), serão atendidas pelas autoridades
nacionais com observância dos mesmos padrões, inclusive dos de natureza
processual, que devem ser observados para as providências semelhantes no âmbito
interno (e, portanto, sujeitas a controle pelo Poder Judiciário, por provocação de
qualquer interessado). Caso a medida solicitada dependa, segundo o direito interno, de
prévia autorização judicial, cabe aos agentes competentes do Estado requerido atuar
judicialmente visando a obtê-la. Para esse efeito, tem significativa importância, no
Brasil, o papel do Ministério Público Federal e da Advocacia Geral da União, órgãos
com capacidade postulatória para requerer, perante o Judiciário, essas especiais
medidas de cooperação jurídica. 5. Conforme reiterada jurisprudência do STF, os
tratados e convenções internacionais de caráter normativo, "(...) uma vez regularmente
incorporados ao direito interno, situam-se, no sistema jurídico brasileiro, nos mesmos
planos de validade, de eficácia e de autoridade em que se posicionam as leis ordinárias"
(STF, ADI-MC 1480-3, Min. Celso de Mello, DJ de 18.05.2001), ficando sujeitos a
controle de constitucionalidade e produzindo, se for o caso, eficácia revogatória de
normas anteriores de mesma hierarquia com eles incompatíveis (lex posterior derrogat
priori). Portanto, relativamente aos tratados e convenções sobre cooperação jurídica
internacional, ou se adota o sistema neles estabelecido, ou, se inconstitucionais, não
se adota, caso em que será indispensável também denunciá-los no foro próprio. O que
não se admite, porque então sim haverá ofensa à Constituição, é que os órgãos do
Poder Judiciário pura a simplesmente neguem aplicação aos referidos preceitos
normativos, sem antes declarar formalmente a sua inconstitucionalidade (Súmula
vinculante 10/STF). 6. Não são inconstitucionais as cláusulas dos tratados e
convenções sobre cooperação jurídica internacional (v.g. art. 46 da Convenção de
Mérida -"Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção"e art. 18 da Convenção
de Palermo -"Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado
Transnacional") que estabelecem formas de cooperação entre autoridades vinculadas
ao Poder Executivo, encarregadas da prevenção ou da investigação penal, no exercício
das suas funções típicas. A norma constitucional do art. 105, I, i, não instituiu o
monopólio universal do STJ de intermediar essas relações. A competência ali
estabelecida - de conceder exequatur a cartas rogatórias -, diz respeito,
exclusivamente, a relações entre os órgãos do Poder Judiciário, não impedindo nem
sendo incompatível com as outras formas de cooperação jurídica previstas nas
referidas fontes normativas internacionais. 7. No caso concreto, o que se tem é pedido
de cooperação jurídica consistente em compartilhamento de prova, formulado por
autoridade estrangeira (Procuradoria Geral da Federação da Rússia) no exercício de
atividade investigatória, dirigido à congênere autoridade brasileira (Procuradoria Geral
da República), que obteve a referida prova também no exercício de atividade
investigatória extrajudicial. O compartilhamento de prova é uma das mais
características medidas de cooperação jurídica internacional, prevista nos acordos
bilaterais e multilaterais que disciplinam a matéria, inclusive na "Convenção das Nações
Unidas contra o Crime Organizado Transnacional" (Convenção de Palermo),
promulgada no Brasil pelo Decreto 5.015, de 12.03.04, e na "Convenção das Nações
Unidas contra a Corrupção" (Convenção de Mérida), de 31.10.03, promulgada pelo
Decreto 5.687, de 31.01.06, de que a Federação da Rússia também é signatária.
Consideradas essas circunstâncias, bem como o conteúdo e os limites próprios da
competência prevista no art. 105, i, i da Constituição, a cooperação jurídica requerida
não dependia de expedição de carta rogatória por autoridade judiciária da Federação
da Rússia e, portanto, nem de exequatur ou de outra forma de intermediação do
Superior Tribunal de Justiça, cuja competência, conseqüentemente, não foi usurpada.
8. Reclamação improcedente. (STJ - Rcl: 2645 SP 2007/0254916-5, Relator: Ministro
TEORI ALBINO ZAVASCKI, Data de Julgamento: 18/11/2009, CE - CORTE
ESPECIAL, Data de Publicação: DJe 16/12/2009RSTJ vol. 217 p. 308)
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: ADM&TEC Órgão: Câmara de Belo Monte - AL Prova: ADM&TEC -
2018 - Câmara de Belo Monte - AL - Procurador
Leia as afirmativas a seguir:
I. A cooperação jurídica internacional é proibida de observar a publicidade processual
em todos os seus atos.
II. A cooperação jurídica internacional poderá ter por objeto, entre outros, a colheita de
provas e obtenção de informações, conforme disposto na lei nº 13.105, de 2015.
III. Não se destinando à vigência temporária, a lei poderá ter vigor até que outra a
modifique ou revogue.
Marque a alternativa CORRETA:
A) Nenhuma afirmativa está correta.
B) Está correta a afirmativa II, apenas.
C) Estão corretas as afirmativas I e II, apenas.
D) Estão corretas as afirmativas II e III, apenas.
E) Todas as afirmativas estão corretas.
(Gabarito B)
• Ano: 2018 Banca: ADM&TEC Órgão: Câmara de Belo Monte - AL Prova: ADM&TEC -
2018 - Câmara de Belo Monte - AL - Procurador
Leia as afirmativas a seguir:
I. Não deve haver cooperação entre os sujeitos do processo civil para que se obtenha
decisão de mérito justa e efetiva.
II. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional,
conforme as disposições da lei nº 13.105, de 2015.
III. A cooperação jurídica internacional poderá ter por objeto, entre outros, a assistência
jurídica internacional, conforme disposto na lei nº 13.105, de 2015.
Marque a alternativa CORRETA:
A) Nenhuma afirmativa está correta.
B) Está correta a afirmativa II, apenas.
C) Estão corretas as afirmativas I e II, apenas.
D) Estão corretas as afirmativas II e III, apenas.
E) Todas as afirmativas estão corretas.
(Gabarito D)
Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto:
Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do
processo. § 1º. É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte
por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de
recebimento. § 2º. O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do despacho, da
decisão ou da sentença. § 3º. A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada
perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
Art. 726. Quem tiver interesse em manifestar formalmente sua vontade a outrem sobre
assunto juridicamente relevante poderá notificar pessoas participantes da mesma relação
jurídica para dar-lhes ciência de seu propósito. § 1º. Se a pretensão for a de dar conhecimento
geral ao público, mediante edital, o juiz só a deferirá se a tiver por fundada e necessária ao
resguardo de direito. § 2º. Aplica-se o disposto nesta Seção, no que couber, ao protesto
judicial.
Art. 727. Também poderá o interessado interpelar o requerido, no caso do art. 726 , para que
faça ou deixe de fazer o que o requerente entenda ser de seu direito.
Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação de
decisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em tratado. § 1º.
A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil por meio de carta
rogatória. § 2º. A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados em vigor no Brasil
e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. § 3º. A homologação de decisão
arbitral estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e em lei, aplicando-se,
subsidiariamente, as disposições deste Capítulo.
Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de
sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em
sentido contrário de lei ou tratado. § 1º. É passível de homologação a decisão judicial
definitiva, bem como a decisão não judicial que, pela lei brasileira, teria natureza jurisdicional.
§ 2º. A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente. § 3º. A autoridade judiciária
brasileira poderá deferir pedidos de urgência e realizar atos de execução provisória no
processo de homologação de decisão estrangeira. § 4º. Haverá homologação de decisão
estrangeira para fins de execução fiscal quando prevista em tratado ou em promessa de
reciprocidade apresentada à autoridade brasileira. § 5º. A sentença estrangeira de divórcio
consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de homologação pelo Superior
Tribunal de Justiça. § 6º. Na hipótese do § 5º, competirá a qualquer juiz examinar a validade
da decisão, em caráter principal ou incidental, quando essa questão for suscitada em
processo de sua competência.
Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão: I - ser proferida por
autoridade competente; II - ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia; III
- ser eficaz no país em que foi proferida; IV - não ofender a coisa julgada brasileira; V - estar
acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado; VI -
não conter manifesta ofensa à ordem pública. Parágrafo único. Para a concessão do
exequatur às cartas rogatórias, observar-se-ão os pressupostos previstos no caput deste
artigo e no art. 962, § 2º .
Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva
da autoridade judiciária brasileira. Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à
concessão do exequatur à carta rogatória.
Art. 965. O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á perante o juízo federal competente,
a requerimento da parte, conforme as normas estabelecidas para o cumprimento de decisão
nacional. Parágrafo único. O pedido de execução deverá ser instruído com cópia autenticada
da decisão homologatória ou do exequatur, conforme o caso.
Legislação Complementar
Decreto nº 9.039/2017. Promulga a Convenção sobre a Obtenção de Provas no Estrangeiro
em Matéria Civil ou Comercial, firmada em Haia, em 18 de março de 1970.
JURISPRUDÊNCIA
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO. PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA
ARBITRAL. CONTRATO DE COMPRA E VENDA. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DA
ORDEM PÚBLICA E DA SOBERANIA. REQUISITOS FORMAIS CLARAMENTE
ATENDIDOS. CITAÇÃO POR MEIO POSTAL COM ATESTADO DE RECEBIMENTO.
POSSIBILIDADE NO PROCESSO ARBITRAL. PRECEDENTES. DOCUMENTAÇÃO
LEGALIZADA COM ATENÇÃO ÀS NORMAS CONSULARES DO MINISTÉRIO DAS
RELAÇÕES EXTERIORES. PRESENÇA DA TRADUÇÃO JURAMENTADA.
HOMOLOGAÇÃO. 1. Pedido de homologação de sentença derivada de procedimento
arbitral realizado no estrangeiro sobre inadimplência em contrato de compra e venda
de produtos agrícolas; o requerido foi sentenciamento por perdas e danos pelo
descumprimento de três contratos. 2. Os requisitos formais para homologação judicial
de sentenças estrangeiras possui sua previsão inicial no art. 15 do Decreto-Lei
4.657/1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB), tendo sido
recentemente reafirmados estes no art. 963 do Novo Código de Processo Civil. 3. O
Superior Tribunal de Justiça possui competência para homologação de sentenças
estrangeiras em razão da Emenda Constitucional 45/2004, e o § 2º do art. 960 do Novo
Código de Processo Civil determina a validade dos requisitos regulamentares do RISTJ
em relação aos procedimentos de homologação; no caso concreto, é aplicável, ainda,
as prescrições dos arts. 37 ao 40 da Lei 9.307/96, por se tratar de sentença arbitral. 4.
No caso concreto, a sentença arbitral não ofende a soberania e a ordem pública
brasileira, porquanto trata de direitos patrimoniais disponíveis pelas partes e tem uma
cláusula contratual, que frisa que a escolha pela via arbitral não veda o acesso do Poder
Judiciário para eventual conflito (fls. 164, 170 e 176); não há nenhum óbice, com base
no art. 39, e incisos, da Lei 9.307/96, no art. 216-F do RISTJ e no art. 963, VI, do NCPC.
5. A cláusula compromissória é facilmente localizada nos três contratos de compra e
venda, os quais foram redigidos em português e juntados aos autos (fls. 163, 169 e
175); e, portanto, está clara a competência atribuída pelas partes à entidade que
proferiu a sentença arbitral sob processo de homologação, estando atendidos o art. 15,
"a", da LINDB, o art. 216-D, I, do RISTJ, o art. 3º da Lei 9.307/96 e o art. 963, I, do
NCPC. No mesmo sentido: SEC 3.660/GB, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Corte
Especial, DJe 25.6.2009. 6. O trânsito em julgado pode ser inferido da própria sentença
traduzida (fls. 153-154), que indica que, em atenção aos contratos firmados, tornar-se-
ia final após a data de 23 de outubro de 2012; foi atendido o ditame previsto no art. 15,
"c", da LINDB, no art. 216-D, III, do RISTJ e no art. 38, VI, da Lei 9.607/96, por se tratar
de sentença arbitral. 7. Em relação aos procedimentos arbitrais, são aceitos pela Lei
9.307/96 o modo de citação postal, a aplicação de lei estrangeira ou outro meio previsto
na convenção de arbitragem, tal como expresso no seu parágrafo único; há cópias das
mensagens eletrônicas enviadas à parte requerida sobre o início da arbitragem (fls.
243-244; tradução: fls. 247-248), sendo que as cartas foram remetidas, também, por
serviço de entregas postais e entregues (fls. 287-303). 8. A citação em procedimentos
arbitrais por meio postal, com atestado de recebimento, é meio bastante e suficiente
para atender o ditame do parágrafo único do art. 39 da Lei 9.307/96, como já firmou a
Corte Especial do STJ: SEC 10.658/EX, Rel. Ministro Humberto Martins, Corte
Especial, DJe 16/10/2014. No mesmo sentido: SEC 8.847/EX, Rel. Ministro João Otávio
de Noronha, Corte Especial, DJe 28/11/2013; atendidos o art. 15, "b", da LINDB, assim
como o art. 261-D, II, do RISTJ, o art. 963, II, do NCPC e o parágrafo único do art. 39
da Lei 9.307/96. 9. A legalização de documentos estrangeiros tem base, atual, no
Decreto 8.742/2016 e possui ditames regulamentares fixados no Manual do Serviço
Consular e Jurídico do Ministério das Relações Exteriores do Brasil; em sintonia com o
fixado no regulamento, há certificado de notária inglesa juntado aos autos, que
assevera a autenticidade dos documentos anexados e referentes ao processo de
arbitragem (fl. 14; tradução juramentada: fls. 52-53), com o devido selo consular (fl. 15);
de outro lado, os contratos de compra e venda também estão devidamente
autenticados por oficial de registro no Brasil, o qual reconheceu a firma do requerido
(fls. 159-164, 165-170 e 171-176); atendido o art. 15, "d", da LINDB, o art. 216-C do
RISTJ, o art. 963, V, do NCPC e, por se tratar de sentença arbitral, o art. 37, I, da Lei
9.307/96. 10. Após o exame acurado dos autos, deve ser frisado não existirem
impedimentos para a homologação postulada, tendo sidos atendidos todos os
requisitos formais previstos na legislação brasileira pertinente. Pedido de homologação
deferido. (SEC 9.820/EX, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, CORTE ESPECIAL,
julgado em 19/10/2016, DJe 26/10/2016)
QUESTÕES
• Ano: 2019 Banca: NC-UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova: NC-UFPR - 2019 -
ITAIPU BINACIONAL - Profissional de Nível Universitário Jr - Direito
Sobre a competência do Poder Judiciário brasileiro, identifique como verdadeiras (V)
ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a
que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são
conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos
bilaterais em vigor no Brasil.
( ) Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que o réu,
qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil.
( ) Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que no
Brasil tiver de ser cumprida a obrigação.
( ) Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, conhecer
de ações relativas a imóveis situados no Brasil.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
A) F – F – V – F.
B) V – F – V – F.
C) V – V – V – V.
D) F – V – F – V.
E) F – V – F – F.
(Gabarito C)
• Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: TJ-AC Prova: VUNESP - 2019 - TJ-AC - Juiz de
Direito Substituto
A cooperação jurídica internacional pode ser entendida como um modo formal de
solicitar a outro país alguma medida judicial, investigativa ou administrativa, necessária
para um caso concreto em andamento. Uma das inovações trazidas pelo Código de
Processo Civil de 2015 foi regular a cooperação internacional em seu texto, nos
seguintes termos:
A) a carta rogatória oriunda de autoridade brasileira competente, a fim de viabilizar o
seu cumprimento, via de regra, será encaminhada ao Ministério das Relações
Exteriores, acompanhada de tradução para a língua oficial do Estado requerido.
B) compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar
pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional.
C) realizar-se-á, como regra, com base em reciprocidade, manifestada por via
diplomática.
D) é incabível o auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão
de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.
(Gabarito B)
Seção II
Do Auxílio Direto
Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de
decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo
de delibação no Brasil.
Nos termos do artigo 28 do CPC, o auxílio direto será cabível quando o pedido de
cooperação não tiver por objeto uma decisão judicial estrangeira que esteja
sujeita à delibação pela autoridade brasileira. Assim, como o auxílio direto não se
origina de decisão judicial estrangeira, não se sujeita a juízo de delibação, podendo-
se concluir, portanto, que a cooperação internacional não se restringe inclusive a ato
do Poder Judiciário.
Isso porque, como dito, o auxílio direto é uma forma de cooperação jurídica
internacional mais simplificada, podendo a providência solicitada em sede de auxílio
direto, no Brasil, ser cumprida até mesmo sem exequatur – o que realça a celeridade
na execução do ato.
Araken de Assis (2015, p.424) faz uma crítica sobre as disposições trazidas no
código sobre a cooperação internacional, em especial ao art. 28, por entender que as
mesmas não respeitam ao direito processual e sim ao direito internacional e por isso,
deveriam constar em diploma específico: “Segundo o art. 28, cabe essa modalidade
cooperativa quando a medida proveniente de autoridade jurisdicional estrangeira não
depender de juízo de delibação. Ora, nesse caso o assunto é administrativo e, salvo
quando houver necessidade de medida judicial (art. 33), não importa à autoridade
judiciária. Ao processo civil interessa o objeto da cooperação, no caso da necessidade
juízo de delibação, e o respectivo modus operandi. A localização dessa matéria no
estatuto processual, presumivelmente no interesse do Ministério da Justiça, revela os
efeitos colaterais de elaborar uma lei geral no regime democrático, promovendo
concessões a interesses heterogêneos. É a velha prática do rider passando da lei
orçamentária à lei processual. O único benefício consiste em conferir ares de
atualização e de inserção internacional do país”.
Legislação Complementar
Art. 4º da CF. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III -
autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa
da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX -
cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,
social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.
Art. 7º da Resolução nº 9/2005 do STJ. As cartas rogatórias podem ter por objeto atos
decisórios ou não decisórios. Parágrafo único. Os pedidos de cooperação jurídica
internacional que tiverem por objeto atos que não ensejem juízo de delibação pelo Superior
Tribunal de Justiça, ainda que denominados como carta rogatória, serão encaminhados ou
devolvidos ao Ministério da Justiça para as providências necessárias ao cumprimento por
auxílio direto.
JURISPRUDÊNCIA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. COOPERAÇÃO JURÍDICA
INTERNACIONAL. CARTA ROGATÓRIA E AUXÍLIO DIRETO. DEFINIÇÃO. CASO
CONCRETO. EXISTÊNCIA DE DECISÃO JUDICIAL ESTRANGEIRA.
IMPRESCINDIBILIDADE DO EXEQUATUR. RECURSO PROVIDO. 1. Na carta
rogatória passiva, há decisão judicial oriunda da Justiça rogante que precisa ser
executada e cumprida no Estado rogado, cabendo ao Superior Tribunal de Justiça o
juízo de delibação, sem, contudo, adentrar-se no mérito da decisão oriunda do País
estrangeiro. No auxílio direto passivo, há um pedido de assistência do Estado
alienígena diretamente ao Estado rogado, para que este preste as informações
solicitadas ou provoque a Justiça Federal para julgar a providência requerida
(medidas acautelatórias), conforme o caso concreto. Tudo isso, baseado em
Acordo ou Tratado Internacional de cooperação. 2. In casu, trata-se da primeira
espécie de cooperação internacional. O Promotor da República de Paris denunciou e
solicitou ao Judiciário francês o processamento da investigação, e o Juiz de instrução
julgou necessárias as providências referentes à colheita de prova "para a manifestação
da verdade". Assim, o Juízo estrangeiro, ao deferir a produção da prova requerida pelo
Ministério Público, emitiu pronunciamento jurisdicional. Quer dizer, houve um juízo de
valor realizado pelo Judiciário alienígena sobre a necessidade e adequação da colheita
de prova. A decisão judicial estrangeira, portanto, deve ser submetida ao juízo
delibatório do Superior Tribunal de Justiça, assegurando-se às Partes as garantias do
devido processo legal, sem, contudo, adentrar-se no mérito da decisão proveniente do
País rogante. 3. Frise-se que não se trata de mero ato judicial formal de
encaminhamento de pedido de cooperação, mas de ato com caráter decisório proferido
pelo Poder Judiciário francês no exercício típico da função jurisdicional. 4. A concessão
do exequatur é imprescindível na hipótese, pois, existente decisão judicial estrangeira
a ser submetida ao crivo desta Corte, o caso concreto amolda-se à definição de carta
rogatória, sendo de rigor a anulação dos procedimentos já realizados. 5. Não respeitada
a competência adequada para o processamento da cooperação internacional em
território nacional, nos termos do art. 105, inciso III, alínea i, da Constituição da
República, impõe-se a anulação do feito desde o seu início. 6. O ato de delegação da
condução e direção de produção de prova oral à Autoridade estrangeira, a fim de que
esta proceda diretamente à inquirição da testemunha ou do investigado, não encontra
qualquer tipo de respaldo constitucional, legal ou jurisprudencial. Trata-se de ato eivado
de nulidade absoluta, por ofensa à soberania nacional, o qual não pode produzir efeitos
dentro de investigações penais que estejam dentro das atribuições das Autoridades
brasileiras. Além disso, a nulidade decorrente do reconhecimento da necessidade de
exequatur, abrange também a realização do aludido ato. 7. Recurso provido, a fim de
declarar, relativamente a procedimentos ou processos em trâmite na República
Federativa do Brasil decorrente do pedido de auxílio direto ora anulado, a invalidade da
oitiva do Recorrente e as medidas judiciais de busca e apreensão e condução
coercitiva, além de outras determinadas pelo Juízo da 9.ª Vara Federal Criminal do Rio
de Janeiro, nos autos do Processo n.º 0120881-41.2017.4.02.5101, restituindo-se os
objetos apreendidos. (RHC 102.322/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA,
julgado em 12/05/2020, DJe 22/05/2020). Não obstante trata-se de julgado em matéria
criminal, o teor do voto elucida a questão do auxílio direto à luz do presente dispositivo
QUESTÕES
• Ano: 2017 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: CESPE -
2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto
De acordo com as regras do Código de Processo Civil (CPC) que tratam da cooperação
jurídica internacional, o denominado auxílio direto passivo
A depende, para que seja cumprido, da concessão de exequatur, exceto quando tiver
por objeto ato de instrução processual.
B deve ser, caso dependa de medida judicial, pleiteado em juízo pelo Ministério Público,
independentemente de quem atue como autoridade central no caso.
C deve ser encaminhado, pelo Estado estrangeiro interessado, diretamente a órgão do
Poder Judiciário brasileiro.
D pode ser utilizado para qualquer medida judicial ou extrajudicial, desde que não
vedada pela lei brasileira e não sujeita a juízo de delibação no Brasil.
E somente pode ser utilizado nos casos previstos em tratados internacionais ratificados
pelo Brasil, dependendo a sua efetivação de homologação no STJ.
(Gabarito D)
• Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPU Prova: CESPE - 2018 - MPU -
Analista do MPU - Direito
Com base nas normas que regem o processo civil, julgue o item seguinte, acerca da
função jurisdicional; do Ministério Público; de nulidades processuais; e de sentença.
Na cooperação jurídica internacional, poderá ser prestado auxílio direto caso a medida
requerida não decorra diretamente de decisão jurisdicional que, proferida por
autoridade estrangeira, será submetida a juízo de delibação no Brasil.
Certo
Errado
(Gabarito Certo)
Este dispositivo versa sobre o auxílio direto passivo, caso em que o auxílio é
solicitado pelo Estado estrangeiro. Normalmente, o tratado internacional firmado entre
o Brasil e determinado Estado estrangeiro prevê quem exercerá o papel de
“autoridade central” em cada país. Desse modo, a autoridade central detém
competência para receber a solicitação de auxílio direto por parte do órgão
estrangeiro.
Legislação Complementar
Art. 105, I, i, da CF. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar,
originariamente: [...] i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur
às cartas rogatórias.
JURISPRUDÊNCIA
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INVENTÁRIO E PARTILHA DE BENS.
ANORMALIDADE INSTITUCIONAL EM PAÍS ESTRANGEIRO QUE IMPEDE A
OBTENÇÃO DE DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS AO
ANDAMENTO DE PROCESSO JUDICIAL NO BRASIL. FATO NOTÓRIO.
NECESSIDADE DE ADOÇÃO DE INSTRUMENTOS DE COOPERAÇÃO JURÍDICA
INTERNACIONAL. EVENTUAL INSUCESSO DA MEDIDA. DECLARAÇÃO DE
AUTENTICIDADE DE DOCUMENTOS PELO ADVOGADO, MESMO QUE PARA
FINALIDADE DISTINTA DO USO EM PROCESSO JUDICIAL, PARA A QUAL HÁ
AUTORIZAÇÃO NORMATIVA. POSSIBILIDADE. CARÁTER EXCEPCIONAL E
SUBSIDIÁRIO DA INTERPRETAÇÃO POR ANALOGIA. 1- Ação proposta em
16/06/2017. Recurso especial interposto em 07/03/2018 e atribuído à Relatora em
18/09/2018. 2- O propósito recursal é definir se é admissível a autenticação de
documentos estrangeiros pelo advogado para a obtenção, perante a Receita Federal,
de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas em nome de pessoa falecida que residia
no exterior, permitindo-se a continuidade da ação de inventário, especialmente quando
há notória impossibilidade, ainda que momentânea, de obtenção das referidas
autenticações no país de origem. 3- Tratando-se de fato notório a existência de situação
de anormalidade institucional em país estrangeiro que faz presumir a dificuldade ou a
inviabilidade de se obter documentos ou informações necessárias para o
prosseguimento da ação de inventário, deve-se flexibilizar a regra segundo a qual é
dever da parte atender às exigências e determinações de órgãos e entidades para que
se dê regular prosseguimento ao processo judicial, admitindo-se o uso de instrumentos
de cooperação jurídica internacional para a prática de atos ou obtenção de informações
de países do exterior. 4- Sendo infrutífero o pedido de cooperação jurídica internacional
e em se tratando de situação de notória anormalidade institucional existente no país de
origem, é admissível, subsidiariamente e em caráter excepcional, que seja determinado
à Receita Federal que emita CPF sem que haja autenticação, no país de origem, dos
documentos estrangeiros por ela comumente exigidos, suprindo-se a referida
autenticação por declaração de autenticidade dos documentos estrangeiros realizada
pelo advogado das partes, sob sua responsabilidade pessoal, como autoriza, no
processo judicial, o art. 425, IV, V e VI, do CPC/15. 5- Recurso especial conhecido e
provido. (REsp 1782025/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 02/04/2019, DJe 04/04/2019)
QUESTÕES
• Ano: 2017 Banca: FMP Concursos Órgão: PGE-AC Prova: FMP Concursos - 2017 -
PGE-AC - Procurador do Estado
Considere as seguintes afirmativas sobre o tema da cooperação internacional no
âmbito do Código de Processo Civil.
I - Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que
contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais
que regem o Estado brasileiro.
II - Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de
autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.
III - Compete exclusivamente ao juízo federal do Distrito Federal apreciar pedido de
auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional.
IV - Somente nas hipóteses previstas no Código de Processo Civil será possível a
revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária
brasileira.
Estão CORRETAS apenas as alternativas:
A I e II.
B II e III.
C II e IV.
D I, III e IV.
E II, III e IV.
(Gabarito A)
• Ano: 2017 Banca: IADES Órgão: CRF - DF Prova: IADES - 2017 - CRF - DF - Analista
l - Advogado
Sobre jurisdição, competência e cooperação internacional, à luz do Novo Código de
Processo Civil (NCPC), assinale a alternativa correta.
A A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado
à autoridade judiciária, com exclusividade, cabendo ao Estado requerente assegurar a
autenticidade e a clareza do pedido.
B Cabe auxílio direto quando a medida decorrer diretamente de decisão de autoridade
jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.
C O ato de apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de
atividade jurisdicional compete ao juízo estadual do lugar em que deva ser executada
a medida.
D Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à
parte interessada na medida, que a requererá em juízo. Neste sentido, o NCPC veda a
atribuição ao Ministério Público do status de autoridade central, para fins de auxílio
direto.
E Quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato
internacional, arguida pelo réu na contestação, o processamento e o julgamento da
ação não competem à autoridade judiciária brasileira. Todavia, tal restrição à jurisdição
nacional não se aplica aos casos de competência internacional exclusiva, como nos
casos relativos a imóveis situados no território da República Federativa do Brasil.
(Gabarito E)
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o
auxílio direto terá os seguintes objetos:
O auxílio direto terá cabimento em casos específicos, quais sejam: aqueles em que
existir previsão de sua existência em tratados em que o Brasil faça parte, bem como
para o fornecimento de informações e para a prática de atos probatórios. Nesse caso,
a competência para prática de tais atos probatórios será da Justiça Federal, por força
da previsão contida no art. 109 da Constituição Federal.
Art. 16, LINDB. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por
ela feita a outra lei.
Art. 17, LINDB. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem
pública e os bons costumes.
Art. 216-D do Regimento Interno do STJ. A decisão estrangeira deverá: I - ter sido proferida
por autoridade competente; II - conter elementos que comprovem terem sido as partes
regularmente citadas ou ter sido legalmente verificada a revelia; III - ter transitado em julgado.
Art. 216-F do Regimento Interno do STJ. Não será homologada a decisão estrangeira que
ofender a soberania nacional, a dignidade da pessoa humana e/ou a ordem pública.
JURISPRUDÊNCIA
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO. PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA
ESTRANGEIRA ORIUNDA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. ARTS. 15 E 17
DA LEI DE INTRODUÇÃO ÀS 0NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO. ARTS. 960 E
SEGUINTES DO CPC/2015. ARTS. 216-C, 216-D E 216-F DO RISTJ. REQUISITOS
ATENDIDOS. PEDIDO DE HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA
DEFERIDO. 1. A homologação de decisões estrangeiras pelo Poder Judiciário possui
previsão na Constituição Federal de 1988 e, desde 2004, está outorgada ao Superior
Tribunal de Justiça, que a realiza com atenção aos ditames dos arts. 15 e 17 do
Decreto-Lei n.º 4.657/1942 (LINDB), do Código de Processo Civil de 2015 (art. 960 e
seguintes) e do art. 216-A e seguintes do RISTJ. 2. Nos termos dos arts. 15 e 17 da Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, 963 do CPC/2015 e 216-C, 216-D e 216-
F do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, que, atualmente, disciplinam
o procedimento de homologação de sentença estrangeira, constituem requisitos
indispensáveis ao deferimento da homologação, os seguintes: (i) instrução da petição
inicial com o original ou cópia autenticada da decisão homologanda e de outros
documentos indispensáveis, devidamente traduzidos por tradutor oficial ou
juramentado no Brasil e chancelados pela autoridade consular brasileira; (ii) haver sido
a sentença proferida por autoridade competente; (iii) terem as partes sido regularmente
citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia; (iv) ter a sentença transitado em
julgado; (v) não ofender a soberania, a dignidade da pessoa humana e/ou ordem
pública. 3. Não há objeção da parte requerida à homologação da sentença estrangeira.
Após a citação por carta rogatória, a DEEPFLEX INC. não apresentou contestação,
razão pela qual a Defensoria Pública da União foi nomeada como curadora especial e,
em sua tréplica, concordou com a homologação da sentença. A requerida DEEPFLEX
DO BRASIL INDUSTRIA DE DUTOS FLEXIVEISE PARTICIPAÇÕES LTDA. se
manifestou pela homologação da sentença proferida pela Corte de Michigan "sem que
haja condenação nos ônus da sucumbência diante da ausência de litigiosidade do
presente caso". 4. Portanto os requisitos legais se encontram plenamente atendidos
neste caso, quanto à prova da citação do requerido no processo estrangeiro, ao trânsito
em julgado e estar a decisão devidamente autenticada por autoridade consular
brasileira e com tradução oficial e/ou juramentada. Nesse sentido, a propósito, o
parecer do MPF. 5. Determino às requeridas o ressarcimento das custas processuais
adiantadas pela parte requerente, mas deixo de condená-las em honorários
advocatícios, uma vez que não houve contestação ou qualquer oposição à
homologação pleiteada. Aplica-se, no caso, precedente recente firmado por esta Corte
Especial: HDE 1.614/EX, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, CORTE ESPECIAL, julgado em
22/04/2021, DJe 01/07/2021. 6. Pedido de homologação de sentença estrangeira
deferido. (HDE 1.600/EX, Rel. Ministro OG FERNANDES, CORTE ESPECIAL, julgado
em 01/09/2021, DJe 13/09/2021)
QUESTÕES
• Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: TJ-PE Prova: IBFC - 2017 - TJ-PE - Técnico Judiciário
- Função Judiciária
A Cooperação Internacional foi recentemente regulamentada em território nacional por
meio da promulgação do novo Código de Processo Civil. A respeito do tema, assinale
a alternativa que contém informação correta:
A A solicitação de auxílio direto será encaminhada ao Brasil pela autoridade
estrangeira, cabendo ao Estado brasileiro assegurar a autenticidade do pedido
B É desnecessária a tradução juramentada de documento encaminhado juntamente
com o pedido de cooperação jurídica internacional, desde que este seja enviado por
meio de autoridade central ou via diplomática
C Compete ao juiz estadual da comarca em que deverá ser executada a medida
apreciar o pedido de auxílio direto
D A cooperação jurídica internacional terá como objeto tão somente os atos de citação,
intimação, notificação judicial e extrajudicial
E Caso fira preceitos constitucionais, pode a autoridade judiciária brasileira revisar o
mérito do pronunciamento judicial estrangeiro
(Gabarito B)
• Ano: 2016 Banca: IDECAN Órgão: Câmara Municipal de Aracruz - ES Prova: IDECAN
- 2016 - Câmara de Aracruz - ES - Procurador Legislativo
Segundo o Novo Código de Processo Civil, a cooperação jurídica internacional NÃO
terá por objeto:
A Homologação e cumprimento de decisão.
B Concessão de medida judicial de urgência.
C Citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial.
D Medida processual, mesmo que proibida pela lei brasileira.
(Gabarito D)
Legislação Complementar
Decreto nº 3.413/2000. Promulga a Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro
Internacional de Crianças, concluída na cidade de Haia, em 25 de outubro de 1980.
• Ano: 2017 Banca: TRF - 2ª Região Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: TRF - 2ª Região
- 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto
Sobre sentença estrangeira, rogatória e cooperação internacional, assinale a opção
correta:
A Por entender que o auxílio direto nem sempre é questão decorrente de Tratado ou
Contrato entre a União e o Estado estrangeiro ou organismo internacional, o CPC-2015
não atribuiu competência, para cumpri-lo, à Justiça Federal.
B A sentença estrangeira só pode ser homologada no Brasil se a autoridade que a
prolatou tiver jurisdição internacional exclusiva.
C A homologação de sentença estrangeira e a execução de rogatória submetem-se à
compatibilidade com a ordem pública brasileira, matéria a ser apreciada pelo Juiz
Federal, no chamado juízo prévio de delibação.
D A carta rogatória será cumprida como requerida pela via diplomática, de modo que,
quando exista requerimento de que a testemunha preste juramento com a mão sobre
a Bíblia, será esta a liturgia procedimental a ser observada.
E Na ausência de designação de outro órgão, pelo tratado ou instrumento de
cooperação internacional, o Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade
central.
(Gabarito E)
Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei
brasileira, não necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central
adotará as providências necessárias para seu cumprimento.
JURISPRUDÊNCIA
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INVENTÁRIO E PARTILHA DE BENS.
ANORMALIDADE INSTITUCIONAL EM PAÍS ESTRANGEIRO QUE IMPEDE A
OBTENÇÃO DE DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS AO
ANDAMENTO DE PROCESSO JUDICIAL NO BRASIL. FATO NOTÓRIO.
NECESSIDADE DE ADOÇÃO DE INSTRUMENTOS DE COOPERAÇÃO JURÍDICA
INTERNACIONAL. EVENTUAL INSUCESSO DA MEDIDA. DECLARAÇÃO DE
AUTENTICIDADE DE DOCUMENTOS PELO ADVOGADO, MESMO QUE PARA
FINALIDADE DISTINTA DO USO EM PROCESSO JUDICIAL, PARA A QUAL HÁ
AUTORIZAÇÃO NORMATIVA. POSSIBILIDADE. CARÁTER EXCEPCIONAL E
SUBSIDIÁRIO DA INTERPRETAÇÃO POR ANALOGIA. 1- Ação proposta em
16/06/2017. Recurso especial interposto em 07/03/2018 e atribuído à Relatora em
18/09/2018. 2- O propósito recursal é definir se é admissível a autenticação de
documentos estrangeiros pelo advogado para a obtenção, perante a Receita Federal,
de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas em nome de pessoa falecida que residia
no exterior, permitindo-se a continuidade da ação de inventário, especialmente quando
há notória impossibilidade, ainda que momentânea, de obtenção das referidas
autenticações no país de origem. 3- Tratando-se de fato notório a existência de situação
de anormalidade institucional em país estrangeiro que faz presumir a dificuldade ou a
inviabilidade de se obter documentos ou informações necessárias para o
prosseguimento da ação de inventário, deve-se flexibilizar a regra segundo a qual é
dever da parte atender às exigências e determinações de órgãos e entidades para que
se dê regular prosseguimento ao processo judicial, admitindo-se o uso de instrumentos
de cooperação jurídica internacional para a prática de atos ou obtenção de informações
de países do exterior. 4- Sendo infrutífero o pedido de cooperação jurídica internacional
e em se tratando de situação de notória anormalidade institucional existente no país de
origem, é admissível, subsidiariamente e em caráter excepcional, que seja determinado
à Receita Federal que emita CPF sem que haja autenticação, no país de origem, dos
documentos estrangeiros por ela comumente exigidos, suprindo-se a referida
autenticação por declaração de autenticidade dos documentos estrangeiros realizada
pelo advogado das partes, sob sua responsabilidade pessoal, como autoriza, no
processo judicial, o art. 425, IV, V e VI, do CPC/15. 5- Recurso especial conhecido e
provido. (STJ - REsp: 1782025 MG 2018/0196150-3, Relator: Ministra NANCY
ANDRIGHI, Data de Julgamento: 02/04/2019, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de
Publicação: DJe 04/04/2019)
QUESTÕES
• Ano: 2019 Banca: ADM&TEC Órgão: Prefeitura de Colônia Leopoldina - AL Prova:
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Colônia Leopoldina - AL - Advogado
Leia as afirmativas a seguir:
I. Dívida pública mobiliária é a dívida pública representada por títulos emitidos pela
União – inclusive os do Banco Central do Brasil –, pelos estados e pelos municípios. I.
A cooperação jurídica internacional poderá ter por objeto, entre outros, a assistência
jurídica internacional, conforme disposto na lei nº 13.105, de 2015. Marque a alternativa
CORRETA:
A As duas afirmativas são verdadeiras
B A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
C A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa
D As duas afirmativas são falsas.
(Gabarito A)
• Ano: 2016 Banca: Serctam Órgão: Prefeitura de Quixadá - CE Prova: Serctam - 2016
- Prefeitura de Quixadá - CE - Assistente Jurídico
Analise os itens abaixo e depois marque a alternativa correta.
I- Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações nas quais o
réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil, considerando-
se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou
sucursal.
II- Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações de alimentos,
quando o credor tiver domicílio ou residência no Brasil e quando o réu mantiver vínculos
no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção
de benefícios econômicos.
III- Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da
ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato
internacional, arguida pelo réu na contestação.
IV- Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra,
conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil.
V- A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de
sentença judicial estrangeira, quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
A As cinco assertivas são falsas.
B Todas as assertivas são verdadeiras.
C Há duas assertivas falsas e três verdadeiras.
D Há duas assertivas verdadeiras e três falsas.
E Há apenas uma assertiva falsa.
(Gabarito B)
Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central
o encaminhará à Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a
medida solicitada.
JURISPRUDÊNCIA
CRIME - COOPERAÇÃO INTERNACIONAL - COMBATE - DILIGÊNCIAS -
TERRITÓRIO NACIONAL - MEIO. A prática de atos decorrentes de pronunciamento de
autoridade judicial estrangeira, em território nacional, objetivando o combate ao crime,
pressupõe carta rogatória a ser submetida, sob o ângulo da execução, ao crivo do
Superior Tribunal de Justiça, não cabendo potencializar a cooperação internacional a
ponto de colocar em segundo plano formalidade essencial à valia dos atos a serem
realizados. (HC 85588, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em
04/04/2006, DJ 15-12-2006 PP-00095 EMENT VOL-02260-04 PP-00685) Não obstante
trata-se de julgado em matéria criminal, o fundamento utilizado adequa-se à previsão
do presente dispositivo
QUESTÕES
• Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: TJPR - Prova: Juiz Substituto
Sobre a cooperação nacional e internacional, é correto afirmar que:
A a cooperação jurídica internacional terá por objeto medidas judiciais, ficando
excluídas as medidas judiciais;
B na cooperação jurídica internacional, a publicidade dos atos processuais praticados
no Brasil deverá observar as hipótesesde sigiloda legisação nacional, sendo
irrelevantes as situaçõe previstas na legislação do Estado requerente;
C compete ao juízo estadual do lugar em que deva ser execuada a medida apreeciar
pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional;
D os atos concertados entr os juízes cooperantes poderão consistir no estabelecimento
de procedimento para a efetivação de medidas e providências para recuperação e
preservação de empresas;
E o pedido de cooperação judiciária não pode abranger atos relacionados à facilitação
de habilitação de créditos na falência.
(Gabarito D)
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a
medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação
de atividade jurisdicional.
A competência será do juízo federal do local em que deva ser cumprida a medida
pleiteada, conforme o art. 109, incisos I, III e X, da CF/88 (Marinoni et. al, 2020, p.209).
Legislação Complementar
Art. 109 da CF. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União,
entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras,
rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas
à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; [...] III - as causas fundadas em tratado ou contrato
da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional. [...] X - os crimes de ingresso
ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur",
e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade,
inclusive a respectiva opção, e à naturalização.
JURISPRUDÊNCIA
EMENTA DIREITO PROCESSUAL. DIREITO INTERNACIONAL. CARTA
ROGATÓRIA E AUXÍLIO DIRETO. EXEQUATOR. COMPETÊNCIA. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. ALEGAÇÃO DE
OFENSA AO ART. 105, I E III, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
INOCORRÊNCIA. CONSONÂNCIA DA DECISÃO RECORRIDA COM A
JURISPRUDÊNCIA CRISTALIZADA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. DEVIDO PROCESSO LEGAL.
INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO
VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ART. 93, IX, DA LEI MAIOR.
NULIDADE. INOCORRÊNCIA. RAZÕES DE DECIDIR EXPLICITADAS PELO ÓRGÃO
JURISDICIONAL. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. Inexiste
violação do art. 93, IX, da Constituição Federal. A jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal é no sentido de que o referido dispositivo constitucional exige a explicitação,
pelo órgão jurisdicional, das razões do seu convencimento. Enfrentadas todas as
causas de pedir veiculadas pela parte, capazes de, em tese, influenciar no resultado
da demanda, fica dispensando o exame detalhado de cada argumento suscitado,
considerada a compatibilidade entre o que alegado e o entendimento fixado pelo órgão
julgador. 2. O entendimento da Corte de origem, nos moldes do assinalado na decisão
agravada, não diverge da jurisprudência firmada no Supremo Tribunal Federal.
Compreensão diversa demandaria a reelaboração da moldura fática delineada no
acórdão de origem, a tornar oblíqua e reflexa eventual ofensa à Constituição,
insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. 3. O
exame da alegada ofensa ao art. 5º, X, XI, XXXV e LIV, da Constituição Federal,
observada a estreita moldura com que devolvida a matéria à apreciação desta Suprema
Corte, dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à
espécie, o que refoge à competência jurisdicional extraordinária prevista no art. 102 da
Magna Carta. 4. As razões do agravo não se mostram aptas a infirmar os fundamentos
que lastrearam a decisão agravada, mormente no que se refere à ausência de ofensa
a preceito da Constituição da República. 5. Agravo interno conhecido e não provido.
(ARE 1146501 AgR, Relator(a): ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em
01/03/2019, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-052 DIVULG 15-03-2019 PUBLIC 18-03-
2019)
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: IADES Órgão: APEX Brasil Prova: IADES - 2018 - APEX Brasil -
Analista - Jurídico
Acerca das normas de direito processual internacional, assinale a alternativa correta.
A Uma vez ajuizada a ação no brasil, a sentença estrangeira não mais poderá ser
homologada, sob pena de constituir litispendência.
B São requisitos à homologação de sentença estrangeira: a não ofensa à soberania
nacional, a ordem pública, os bons costumes, e a existência de reciprocidade judiciária
entre o sistema judiciário do Brasil e do país rogante.
C No Brasil, é requisito para a homologação de sentença arbitral que a citação da parte
residente no Brasil tenha ocorrido em corte situada no território nacional.
D É expressamente vedado o reexame, a pedido de uma das partes interessadas, das
decisões proferidas em pedidos de homologação de sentença estrangeira.
E Via de regra, o cumprimento de carta rogatória é regido, quanto ao conteúdo, pelas
regras do Estado rogante. Todavia, quanto à matéria, a lei processual a ser observada
é a da justiça rogada.
(Gabarito E)
• Ano: 2017 Banca: CONSULPLAN Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: CONSULPLAN -
2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária
O Novo Código de Processo Civil de 2015, Lei Federal nº 13.105, trouxe consideráveis
aprofundamentos em relação à cooperação jurídica internacional e aos instrumentos que
a viabilizam. Sobre o tema proposto, assinale a alternativa correta.
A O auxílio direto é via útil ao órgão estrangeiro interessado para requerer quaisquer
medidas judiciais ou extrajudiciais não proibidas pela lei brasileira. (Art. 27, VI, CPC)
B Não poderá ser objeto de auxílio direto a obtenção e prestação de informações sobre
o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em
curso. (Art. 27 CPC)
C Apenas quando houver prévio tratado de cooperação jurídica bilateral celebrado entre
o Brasil e o país requerente será possível a prática de atos de cooperação jurídica
internacional em território nacional. (Art. 26 CPC)
D O Superior Tribunal de Justiça, no juízo de delibação da carta rogatória, pode rever o
mérito do pronunciamento judicial estrangeiro para adequá-lo com as normas
fundamentais que regem o Estado brasileiro. (Art. 36 CPC)
(Gabarito A)
Seção III
Da Carta Rogatória
Por sua vez, para fins conceituais, entenda-se: o Estado que envia a carta rogatória,
logo, solicita cooperação, é o Estado rogante. Já o Estado que recebe a carta, logo,
recebe a solicitação para cooperar é o Estado rogado.
Portaria Relevante
Portaria Interministerial n° 501, de 21 de março de 2012, do Ministério da Justiça e do
Ministério das Relações Exteriores. Define a tramitação de cartas rogatórias e pedidos de
auxílio direto, ativos e passivos, em matéria penal e civil, na ausência de acordo de
cooperação jurídica internacional bilateral ou multilateral, aplicando-se neste caso apenas
subsidiariamente (art. 1º).
JURISPRUDÊNCIA
PROCESSUAL CIVIL. CARTA ROGATÓRIA. AGRAVO INTERNO. TESE DE
DEFICIÊNCIA NA INSTRUÇÃO. DOCUMENTAÇÃO SUFICIENTE PARA A
COMPREENSÃO DA CONTROVÉRSIA. CONCESSÃO DE EXEQUATUR. VIOLAÇÃO
DA ORDEM PÚBLICA.NÃO OCORRÊNCIA. QUESTÕES DE MÉRITO.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ROGANTE. 1. A prática de ato de comunicação
processual é plenamente admissível em carta rogatória. A simples notificação, por si só,
não representa situação de afronta à ordem pública ou à soberania nacional, destinando-
se apenas a dar conhecimento de ação em curso na justiça alienígena. 2. Para a
concessão do exequatur, a carta rogatória não precisa estar acompanhada de todos os
documentos indicados na petição inicial e de detalhes do processo em curso, mas de
peças suficientes para a compreensão da controvérsia. 3. Cabe ao Superior Tribunal de
Justiça emitir juízo meramente de delibação acerca da concessão de exequatur à carta
rogatória, sendo competência da Justiça rogante a análise de alegações relacionadas
ao mérito da causa. Agravo interno desprovido. (AgInt na CR 16.181/EX, Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS, CORTE ESPECIAL, julgado em 08/09/2021, DJe 13/09/2021)
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: CIEE Órgão: TJ-DFT Prova: CIEE - 2018 - TJ-DFT - Estágio - Direito
Com base na Lei nº 13.105/2015 - Código de Processo Civil, a carta será expedida para
a prática de atos fora dos limites territoriais do tribunal, da comarca, da seção ou da
subseção judiciárias. No que diz respeito às cartas, numerar a 2ª coluna de acordo com
a 1ª e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
(1) Rogatória.
(2) Precatória.
(3) Arbitral.
( ) Expedida para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o cumprimento,
na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação judiciária
formulado por juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação de tutela provisória.
( ) Expedida para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de cooperação jurídica
internacional, relativo a processo em curso perante órgão jurisdicional brasileiro.
( ) Expedida para que órgão jurisdicional brasileiro pratique ou determine o cumprimento,
na área de sua competência territorial, de ato relativo a pedido de cooperação judiciária,
formulado por órgão jurisdicional de competência territorial diversa.
A - 3 - 1 - 2.
B - 1 - 2 - 3.
C - 3 - 2 - 1.
D - 2 - 3 - 1.
(Gabarito A)
Seção IV
JURISPRUDÊNCIA
PROCESSUAL CIVIL E PROCESSUAL PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA
POSITIVO. SUSCITAÇÃO PELA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO. JUÍZOS
SUSCITADOS. ÓRGÃOS FRACIONÁRIOS DO STJ. SOBREPOSIÇÃO DE
COMPETÊNCIAS. AUSÊNCIA. NÃO CONHECIMENTO DO INCIDENTE.
IDENTIFICAÇÃO DA CONTROVÉRSIA 1. Trata-se de Conflito de Competência
(positivo) suscitado pela Advocacia-Geral da União, no qual se alega que a matéria
versada no Mandado de Segurança 26.627/DF, impetrado por Luiz Inácio Lula da Silva
na Primeira Seção do STJ, é estritamente penal e, por isso, deveria ser processada nas
Turmas e Seção com competência criminal, designadamente a Quinta Turma e a
Terceira Seção, onde está em curso o AgRg no REsp 1.765.139/PR. 2. No mencionado
MS 26.627/DF objetiva-se a concessão da segurança "a fim de que se franqueie acesso
à cópia integral de todos os eventuais registros relativos ao intercâmbio de informações,
contatos, encontros, provas, procedimentos e investigações entre as autoridades locais
e norte-americanas no âmbito da 'Operação Lava Jato', nos termos da Investigação
Defensiva comunicada na origem por meio de correspondência encaminhada em
16.03.2020, ou, então, para que referido órgão esclareça e certifique que não participou
dessa cooperação internacional com os Estados Unidos da América na condição de
autoridade central na forma prevista no Decreto n.º 3.810/2001". 3. Foi deferida medida
liminar para suspender a ordem emanada na liminar concedida no MS 26.627/DF (fls.
43-45) pelo eminente Ministro Sérgio Kukina. A liminar suspensa tem o seguinte teor:
"defiro, apenas em parte, o pedido de medida liminar, determinando à autoridade
coatora - Excelentíssimo Ministro de Estado da Justiça e Segurança - que informe ao
impetrante, única e tão somente, sobre a existência, ou não, de pedidos de cooperação
internacional formulados por autoridades Judiciárias brasileiras ou americanas (EUA),
com base no acordo referido no Decreto 3.810/01, que tenham tramitado ou ainda
tramitem perante a Autoridade Central brasileira (DRCI), tendo por foco as específicas
6 (seis) ações penais a que responde o impetrante no âmbito da Operação Lava Jato,
todas identificadas e numeradas na nota de rodapé n. 12, da página 11 da petição inicial
destes autos; em caso de inexistirem pedidos de cooperação internacional relacionados
aos mencionados processos penais, deverá a autoridade impetrada, do mesmo modo,
informar acerca dessa inexistência; fixo, outrossim, o prazo de 5 (cinco) dias úteis, a
contar da publicação desta decisão, para o atendimento da presente medida,
comunicando-se a este relator sobre o seu cumprimento". ANÁLISE DO
CONHECIMENTO DO CONFLITO 4. O writ impetrado por Luiz Inácio Lula da Silva visa
ao acesso a documentos em posse de autoridade administrativa (Ministro de Estado da
Justiça e Segurança Pública), o que demonstra competência da Primeira Seção, não
importando se o conteúdo ou o destino posterior de sua utilização envolvam questão
penal. 5. Estaria caracterizado o conflito positivo apenas se a Quinta Turma também
tivesse declarado sua competência para apreciar o pedido de acesso administrativo, o
que não se verifica. 6. Como informado pelo Ministro Felix Fischer, a petição incidental
apresentada pelo ora interessado Luiz Inácio Lula da Silva, nos autos do REsp
1.765.139/PR, pleiteava acesso aos precitados Termos de Cooperação, que estariam
tramitando sob sigilo perante a 13ª Vara Federal de Curitiba/PR. 7. Não se pleiteou, no
juízo suscitado penal, acesso aos documentos à autoridade administrativa impetrada
no MS 26.627/DF, o que por si só resulta na conclusão de que não há conflito positivo
entre os juízos suscitados. Não bastasse isso, a Quinta Turma do STJ, no AgRg no
REsp 1.765.139/PR, decidiu não conhecer do pedido, por total impertinência temática
com a questão de fundo tratada na Ação Penal. ANÁLISE DE POSSÍVEL PERDA DE
OBJETO EM RAZÃO DO DECIDIDO PELO STF NA RCL 43.007 8. Por provocação da
Ministra Maria Thereza de Assis Moura, passa-se a analisar possível perda de objeto
em virtude de recente decisão proferida pelo Ministro Ricardo Lewandowski na
Reclamação 43.007 com o seguinte teor: "Diante de todo o exposto, julgo procedente
o pedido para, confirmando a medida cautelar, determinar ao Juízo da 13ª Vara Federal
Criminal da Subseção Judiciária de Curitiba/PR que libere, incontinenti, o acesso da
defesa aos elementos de prova e demais dados constantes do Acordo de Leniência
5020175-34.2017.4.04.7000 que façam referência ao reclamante ou que lhe digam
respeito, notadamente: (i) ao seu conteúdo e respectivos anexos; (ii) à troca de
correspondência entre a 'Força Tarefa da Lava Jato' e outros países que participaram,
direta ou indiretamente, da avença, como, por exemplo, autoridades dos Estados
Unidos da América e da Suíça; (iii) aos documentos e depoimentos relacionados aos
sistemas da Odebrecht; (iv) às perícias da Odebrecht, da Polícia Federal, do MPF e
realizadas por outros países que, de qualquer modo, participaram do ajuste; e (v) aos
valores pagos pela Odebrecht em razão do acordo, bem assim à alocação destes pelo
MPF e por outros países, como também por outros órgãos, entidades e pessoas que
nele tomaram parte. O acesso a tais dados só poderá ser limitado - e desde que de
forma motivada e pormenorizada - caso contemple informações tão somente referentes
a terceiros ou que possam concretamente comprometer eventuais diligências em
andamento. Reforço, ainda, que a presente decisão deve ser cumprida
independentemente de prévia intimação ou manifestação do MPF, da Odebrecht ou de
quem quer que tenha participado do referido Acordo de Leniência, sobretudo para
impedir que venham a obstar ou dificultar o fornecimento dos elementos de prova cujo
acesso o STF autorizou à defesa do reclamante. Por fim, após uma cognição exauriente
dos autos, concluo que a determinação acima exarada deve estender-se a todos
elementos probatórios e demais informações que se encontrem em expedientes
conexos à Ação Penal e ao Acordo de Leniência acima referidos, digam eles respeito
à Odebrecht ou a outras pessoas jurídicas de direito público ou privado, ainda que
envolvam autoridades estrangeiras, desde que tais dados tenham sido ou possam ser
empregados pela acusação contra o reclamante ou tenham a aptidão de contribuir para
a comprovação de sua inocência. O prazo para as alegações finais nos autos da Ação
Penal 5063130-17.2016.4.04.7000 somente deverá ter início após o cabal cumprimento
desta decisão, ficando prejudicado, consequentemente, o pedido de declaração de
nulidade dos atos praticados a partir do despacho judicial impugnado nesta
reclamação. Publique-se. Brasília, 16 de novembro de 2020". 9. Ressalta-se que a
decisão acima é exauriente e confirma decisão cautelar proferida em 2.9.2020 com o
mesmo teor, mas o Conflito de Competência ora em análise foi ajuizado pela União em
9.9.2020. 10. Não há perda de objeto do presente Conflito de Competência por o ex-
Presidente da República ter supostamente conseguido acesso aos documentos
controvertidos, pois tal questão diz respeito ao mérito das ações que dão origem ao
presente Conflito, sendo nelas o juízo próprio para declaração de perda de objeto pelo
acesso aos documentos. 11. Ocorreria a perda de objeto do presente Conflito de
Competência se em uma das ações originárias houvesse declaração de carência de
interesse processual da parte que persegue a resposta jurisdicional. CONCLUSÃO 12.
Sendo o presente Conflito incognoscível, a medida liminar deferida é revogada, e a
análise da tutela provisória pleiteada por Luiz Inácio Lula da Silva nas fls. 80-90 fica
prejudicada. 13. Conflito de Competência não conhecido. (CC 174.706/DF, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, CORTE ESPECIAL, julgado em 18/11/2020, DJe
18/12/2020)
QUESTÕES
• Questão elaborada pelos autores
O procedimento da carta rogatória perante o STJ, será de jurisdição contenciosa e
dispensará as garantias do devido processo legal nos casos em que a lei determinar.
Certo
Errado
(Gabarito Errado)
JURISPRUDÊNCIA
AGRAVO INTERNO NA CARTA ROGATÓRIA. VIA DIPLOMÁTICA. PRESUNÇÃO DE
AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS. DISPENSA DE TRADUÇÃO, CHANCELA E
PROCURAÇÃO. DOCUMENTOS SOLICITADOS. ESPECIFICAÇÃO DEVIDA.
COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL. RESSALVA DO ART. 23 DA
CONVENÇÃO DE HAIA. COMPARTILHAMENTO E PRODUÇÃO DE PROVAS.
CONFIDENCIALIDADE, RECIPROCIDADE E NECESSIDADE DE PROVAS.
COMPETÊNCIA CONCORRENTE DA JUSTIÇA BRASILEIRA. 1. Diante da
autenticidade presumida dos documentos que instruem as cartas rogatórias passivas,
as quais são encaminhadas pela via diplomática, são dispensáveis a tradução oficial, a
chancela consular e a apresentação de instrumento de mandato. 2. A indicação
individualizada de documentos cuja produção é objeto de diligência rogada e a
demonstração de sua pertinência para a instrução de demanda em trâmite na Justiça
rogante, quando feitas da forma mais completa possível (art. 397 do CPC), não geram
nulidade da comissão. 3. A ninguém é dado eximir-se do dever de colaborar com o Poder
Judiciário, incumbindo ao terceiro, em relação a qualquer causa, exibir coisa ou
documento que esteja em seu poder, observado o direito de abster-se de eventual
autoincriminação (arts. 378, 379 e 380, II, do CPC). 4. A ressalva feita pelo Brasil em
relação ao pre-trial discovery of documents, nos termos do art. 23 da Convenção de Haia
sobre a Obtenção de Provas no Estrangeiro em Matéria Civil ou Comercial, não impede
a busca de provas no estrangeiro, mas evita a coleta abusiva de provas quando dirigidas
contra particulares. 5. Litígio que não conste do rol dos temas sujeitos à jurisdição
exclusiva da Justiça brasileira (art. 23 do CPC), configurando hipóteses de competência
concorrente, pode ser apreciado pela Justiça alienígena. 6. Agravo interno desprovido.
(STJ - AgInt na CR: 14548 EX 2019/0122704-5, Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, Data de Julgamento: 07/04/2020, CE - CORTE ESPECIAL, Data de
Publicação: DJe 16/04/2020)
QUESTÕES
Podemos entender que há um núcleo central que defina o termo, existindo ainda
uma zona de certeza positiva (a qual não há dúvidas sobre a aplicação do conceito) e
uma zona de certeza negativa (a qual não há dúvidas sobre a impossibilidade de
aplicação do conceito). Entre estes dois campos permeia uma zona de incerteza
(espaço de dúvida sobre a aplicação do conceito).
De acordo com José Eduardo Martins Cardozo (2005, p.67), “apenas quando essa
zona conceitual tiver grande amplitude é que o conceito jurídico poderá ser qualificado
de indeterminado”
Nas palavras de Acedo Penco, a ordem pública pode ser classificada por
juridicidade, objetividade, ser reflexo social, flexibilidade, fixação jurisprudencial e
limitatividade. Tem caráter de mutabilidade e sua construção é feita pelos juízes,
devendo servir a evitar limitação aos direitos individuais, sendo analisada sob o
paradigma dos valores políticos, econômicos, sociais e jurídicos vigentes no caso
concreto.
JURISPRUDÊNCIA
CARTA ROGATÓRIA - CITAÇÃO - AÇÃO DE COBRANÇA DE DÍVIDA DE JOGO
CONTRAÍDA NO EXTERIOR - EXEQUATUR - POSSIBILIDADE. - Não ofende a
soberania do Brasil ou a ordem pública conceder exequatur para citar alguém a
se defender contra cobrança de dívida de jogo contraída e exigida em Estado
estrangeiro, onde tais pretensões são lícitas. (STJ - AgRg na CR: 3198 US
2008/0069036-9, Relator: Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, Data de
Julgamento: 30/06/2008, CE - CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe 11/09/2008)
QUESTÕES:
• Questão elaborada pelos autores
Inexistindo tratado, a cooperação jurídica internacional poderá se realizar com base na
reciprocidade, através da via diplomática.
Certo
Errado
(Gabarito Certo)
Somente para atos mais simples podemos cogitar a utilização de auxílio direto.
Quando se tratar de pedido relativo à execução de decisão estrangeira, deverá ser
seguido o procedimento previsto no art. 960 e seguintes do CPC, que tratam da
homologação de sentença estrangeira e concessão de exequatur à carta rogatória,
sendo ambos os procedimentos de competência do STJ (art. 105, I, i, da Constituição
Federal).
Legislação complementar:
Redação do art. 105 da Constituição Federal após a Emenda Constitucional nº 45 de 2004.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: (...)
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;
JURISPRUDÊNCIA
SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. SENTENÇA FINAL DE PENHORA DE
BENS SOB A GUARDA DE TERCEIROS. CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS
EXIGIDOS PELA RES. 9/STJ. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE
OMISSÃO. ARGUMENTO APRECIADO. EMBARGOS REJEITADOS. 1. Nos termos
do art. 535 do CPC, os Embargos de Declaração constituem modalidade recursal
destinada a suprir eventual omissão, obscuridade e/ou contradição que se faça
presente na decisão contra a qual se insurge, de maneira que seu cabimento revela
finalidade estritamente voltada para o aperfeiçoamento da prestação jurisdicional, que
se quer seja cumprida com a efetiva cooperação das partes. 2. Na hipótese, nota-se
claramente a intenção de alteração do julgado a partir de argumentos e fundamentos
novos, calcados em princípios e dispositivos constitucionais, o que não se coaduna com
o escopo dos Declaratórios. 3. O acórdão embargado entendeu pela inexistência do
vício de fundamentação apontado não havendo falar-se em omissão, tendo
solucionado a controvérsia a partir dos fundamentos que entendeu suficientes e
necessários, sendo impróprio o uso dos Embargos Declaratórios para forçar o
pronunciamento desta Corte sobre matéria de cunho constitucional ou mesmo para
sustentar a incorreção do julgado. 4. Nos termos da Resolução STJ 9/2005 para a
homologação de sentença estrangeira somente cabe ao STJ verificar a presença dos
requisitos, em mero juízo de delibação. 5. Embargos de Declaração rejeitados. (EDcl
na SEC 9.275/EX, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, CORTE ESPECIAL,
julgado em 17/12/2014, DJe 02/02/2015)
QUESTÕES:
• Questão elaborada pelos autores
O pedido de auxílio direto formulado pelo Estado estrangeiro será requerido em juízo
pela Advocacia Geral da União e, se for o caso, pelo Ministro Público.
Certo
Errado
(Gabarito Certo)
JURISPRUDÊNCIA
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO. PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA
ESTRANGEIRA CONTESTADA. AÇÃO DE GUARDA COMPARTILHADA JULGADA
POR SENTENÇA ORIUNDA DA ALEMANHA. ARTIGOS 15 E 17 DA LEI DE
INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO. ARTS. 960 E SEGUINTES
DO CPC/2015. ARTS. 216-C, 216-D E 216-F DO RISTJ. REQUISITOS ATENDIDOS.
PEDIDO DE HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA DEFERIDO. 1. A
homologação de decisões estrangeiras pelo Poder Judiciário possui previsão na
Constituição Federal de 1988 e, desde 2004, está outorgada ao Superior Tribunal de
Justiça, que a realiza com atenção aos ditames dos arts. 15 e 17 do Decreto-Lei n.º
4.657/1942 (LINDB), do Código de Processo Civil de 2015 (art. 960 e seguintes) e do
art. 216-A e seguintes do RISTJ. 2. Nos termos dos arts. 15 e 17 da Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro, art. 963 do CPC/2015, e artigos 216-C, 216-D e 216-F
do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, que, atualmente, disciplinam o
procedimento de homologação de sentença estrangeira, constituem requisitos
indispensáveis ao deferimento da homologação, os seguintes: (i) instrução da petição
inicial com o original ou cópia autenticada da decisão homologanda e de outros
documentos indispensáveis, devidamente traduzidos por tradutor oficial ou juramentado
no Brasil e chancelados pela autoridade consular brasileira; (ii) haver sido a sentença
proferida por autoridade competente; (iii) terem as partes sido regularmente citadas ou
haver-se legalmente verificado a revelia; (iv) ter a sentença transitado em julgado; (v)
não ofender a soberania, a dignidade da pessoa humana e/ou ordem pública. 3. Entendo
que o alegado descumprimento do referido acordo de guarda compartilhada não é óbice
para a homologação da sentença estrangeira, pois o ordenamento jurídico brasileiro
adota o sistema de delibação na hipótese, razão pela qual há que se verificar apenas a
presença dos requisitos formais, não cabendo o exame do mérito. Dessa forma, como
bem argumentando na réplica às e-STJ, fls. 164-167, "o ajuizamento de ação
modificativa de guarda no Brasil patrocinado pela requerida não tem o condão de obstar
a homologação da sentença estrangeira". Precedentes. 4. O fato de existir uma decisão
liminar do Judiciário Brasileiro regulando de forma diversa da sentença estrangeira os
alimentos e a guarda de menor não importa, só por si, em ofensa à soberania da
jurisdição nacional, o que impediria o deferimento do exequatur à decisão estrangeira.
Precedentes. 5. A execução da sentença estrangeira no país, entretanto, deverá
observar a prudente ponderação da Relatora Ministra Maria Thereza de Assis Moura,
na SEC 14914-EX, aprovada à unanimidade pela Corte Especial: "Como os provimentos
jurisdicionais que versam sobre guarda de menores, direito de visita, alimentos, são
desprovidos de definitividade, podendo ser revisto em caso de modificação do estado
de fato, tem-se que a sentença estrangeira homologada, quanto a esses pontos, será
confrontada, pelo juízo da execução, com as decisões proferidas pelo Poder Judiciário
brasileiro.". 6. No que concerne à gratuidade da justiça concedida em favor do requente,
já foi concedida pela Presidência e merece ser mantida, nos termos do quanto salientado
pela Defensoria Pública da União, pois "a situação socioeconômica do mesmo no
processo em questão encontra-se em consonância com a Resolução 133/2016 do
Conselho Superior da Defensoria Pública da União, a qual disciplina os critérios para
aferição da hipossuficiência econômica de pessoa natural integrante de núcleo familiar
cuja renda mensal bruta não ultrapasse valor fixado para atuação do órgão.".
Igualmente, penso que merece acolhida o pleito de concessão da justiça gratuita à
requerida, pois comprovou que não tem condições de arcar com as custas e despesas
do processo. 7. Portanto, os requisitos legais se encontram plenamente atendidos neste
caso, quanto à prova da citação do requerido no processo estrangeiro, ao trânsito em
julgado e a estar a decisão devidamente autenticada por autoridade consular brasileira
e com tradução oficial e/ou juramentada. Nesse sentido, a propósito, o parecer do MPF.
8. Pedido de homologação de sentença estrangeira deferido. (HDE 3.014/EX, Rel.
Ministro OG FERNANDES, CORTE ESPECIAL, julgado em 07/10/2020, DJe
20/10/2020)
• Ano: 2018 Banca: ADM&TEC Órgão: Câmara de Serra Talhada - PE Prova: ADM&TEC
- 2018 - Câmara de Serra Talhada - PE - Procurador Jurídico
Leia as afirmativas a seguir:
I. Os juízes não podem formular entre si pedido de cooperação para prática de qualquer
ato processual, exceto quando devidamente autorizados pelo promotor de justiça da
comarca.
II. Para ter efeitos legais no Brasil, os documentos redigidos em língua estrangeira não
devem ser traduzidos, devendo ser mantidos na língua original.
Marque a alternativa CORRETA:
A) As duas afirmativas são verdadeiras.
B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
D) As duas afirmativas são falsas.
(Gabarito D)
TÍTULO III
DA COMPETÊNCIA INTERNA
CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA
Seção I
Disposições Gerais
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos
limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo
arbitral, na forma da lei
Enunciado 47 – FPPC: “(art. 485, VII) A competência do juízo estatal deverá ser analisada
previamente à alegação de convenção de arbitragem (Grupo: Arbitragem; redação revista no
III FPPC-Rio).”
Enunciado 48 – FPPC: “(art. 485, VII) A alegação de convenção de arbitragem deverá ser
examinada à luz do princípio da competência-competência. (Grupo: Arbitragem – enunciado
aprovado por aclamação).”
Enunciado 153 – FPPC: “(art. 485, VII) A superveniente instauração de procedimento arbitral,
se ainda não decidida a alegação de convenção de arbitragem, também implicará a
suspensão do processo, à espera da decisão do juízo arbitral sobre a sua própria
competência. (Grupo: Arbitragem).”
Enunciado 434 – FPPC: “(art. 485, VII) O reconhecimento da competência pelo juízo arbitral
é causa para a extinção do processo judicial sem resolução de mérito. (Grupo: Arbitragem).”
Jornada CFJ - Enunciado 5: “A arguição de convenção de arbitragem pode ser promovida por
petição simples, a qualquer momento antes do término do prazo da contestação, sem
caracterizar preclusão das matérias de defesa, permitido ao magistrado suspender o processo
até a resolução da questão.”
Jornada CFJ - Enunciado 75: “Havendo convenção de arbitragem, caso uma das partes tenha
a falência decretada: (i) eventual procedimento arbitral já em curso não se suspende e novo
procedimento arbitral pode ser iniciado, aplicando-se, em ambos os casos, a regra do art. 6º,
§ 1º, da Lei n. 11.101/2005; e (ii) o administrador judicial não pode recusar a eficácia da
cláusula compromissória, dada a autonomia desta em relação ao contrato.”
Legislação Complementar
Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. Dispõe sobre a arbitragem.
JURISPRUDÊNCIA
1) A convenção de arbitragem, tanto na modalidade de compromisso arbitral
quanto na modalidade de cláusula compromissória, uma vez contratada pelas
partes, goza de força vinculante e de caráter obrigatório, definindo ao juízo arbitral
eleito a competência para dirimir os litígios relativos aos direitos patrimoniais
disponíveis, derrogando-se a jurisdição estatal.
Julgados: REsp 1733685/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado
em 06/11/2018, DJe 12/11/2018; AgInt no AREsp 425931/MG, Rel. Ministro RICARDO
VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/10/2018, DJe 17/10/2018;
REsp 1639035/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA
TURMA,julgado em 18/09/2018, DJe 15/10/2018; AgInt no AgInt no AREsp 1096912/SP,
Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 20/02/2018, DJe
27/02/2018; REsp 1694826/GO, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 07/11/2017, DJe 13/11/2017.(Edição 122 – Jurisprudência em Teses, STJ).
QUESTÕES
• Ano 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PGE-PE Prova: CESPE - 2019 - PGE-
PE - Analista Judiciário de Procuradoria.
Por ter sofrido sucessivos erros em cirurgias feitas em hospital público de determinado
estado, João ficou com uma deformidade no corpo, razão pela qual ajuizou ação de
reparação de danos em desfavor do referido estado.
Tendo como referência essa situação hipotética e os dispositivos do Código de Processo
Civil, julgue o item subsecutivo.
O foro competente para o ajuizamento da referida ação será o da ocorrência do fato,
não podendo ser escolhido o foro do domicílio de João.
Certo
Errado
(Gabarito Errado)
• Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: MPE-MG Prova: FUNDEP
(Gestão de Concursos) - 2019 - MPE-MG - Promotor de Justiça Substituto
Assinale a alternativa incorreta sobre arbitragem (Lei n° 9.307/96):
A) Quando a cláusula compromissória for vazia, e, pelo teor da sua redação, ficar claro
que a arbitragem deverá ser institucional, e as partes não chegarem a um acordo sobre
qual câmara de arbitragem ficará responsável por administrar o procedimento arbitrai,
uma das partes deverá ajuizar ação judicial, buscando, com isso, a instituição da
arbitragem. Trata-se de procedimento especial disciplinado pelos arts. 6o e 7o da Lei n°
9.307/96.
B) De acordo com o princípio da competência-competência, é o árbitro que tem
competência, em primeiro lugar, para decidir sobre a sua própria competência..
C) No cumprimento da carta arbitrai, será observado o segredo de justiça,
independentemente do teor da convenção de arbitragem, do termo de referência e do
regulamento da instituição de arbitragem.
D) Estão impedidas de funcionar como árbitros as pessoas que tenham, com as partes
ou com o litígio que lhes for submetido, algumas das relações que caracterizam os casos
de impedimento ou suspeição de juízes.
(Gabarito C)
JURISPRUDÊNCIA
PROCESSO CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA. EXCEÇÃO DE
INCOMPETÊNCIA. EXTINÇÃO DOS GRUPOS DE CÂMARAS CÍVEIS. REDISTRIBUI-
ÇÃO A CÂMARA CÍVEL ISOLADA. ALTERAÇÃO DE COMPETÊNCIA. PRINCÍPIO DA
PERPETUAÇÃO DA COMPETÊNCIA. NÃO OCORRÊNCIA. PRECEDENTES 5. O art.
87 do Código de Processo Civil estabelece que "se determina a competência no mo-
mento em que a ação é proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato
ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou
alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia". 6. As exceções ao
princípio da perpetuatio jurisdictionis elencadas no art. 87 do CPC são taxativas,
ou seja, somente deve ocorrer quando houver supressão do órgão judiciário ou
alteração da competência em razão da matéria ou da hierarquia, que me parece
ser o caso dos autos. (STJ - REsp 1533268 / MG 2014/0343175-7, Relator: Ministro
HUMBERTO MARTINS (1130), Data do Julgamento: 18/08/2015, Data da Publicação:
01/09/2015, T2 - SEGUNDA TURMA)
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: FEPESE Órgão: PGE-SC Prova: FEPESE - 2018 - PGE-SC - Pro-
curador do Estado
No que se refere à competência interna, é correto afirmar:
A) A competência em razão do valor da causa será sempre critério relativo, nunca ab-
soluto.
B) A competência funcional equipara-se à competência territorial e, por essa razão, é
considerada competência relativa.
C) Fixada a competência no momento do registro ou distribuição da petição inicial, a
alteração da competência absoluta poderá determinar sua modificação.
D) Fixada a competência pelo registro ou distribuição, caso ocorra a alteração do domi-
cílio do réu durante o prazo de contestação, e a pedido dele, haverá o deslocamento da
demanda para o novo local.
E) Para as ações fundadas em direito real, a competência será do local da situação da
coisa, adotando-se o critério territorial (competência relativa).
(Gabarito C)
Ano: 2018 Banca: COSEAC Órgão: Prefeitura de Maricá - RJ Prova: COSEAC - 2018 -
Prefeitura de Maricá - RJ - Procurador do Município
São de jurisdição exclusiva da autoridade judiciária brasileira as ações:
A) de alimentos, quando o alimentando tiver domicílio no Brasil.
B) relativas a imóveis situados no Brasil.
C) de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil.
D) em que a obrigação tiver que ser cumprida no Brasil.
E) em que o fundamento seja fato ou ato praticado no Brasil.
(Gabarito B)
Enunciado nº 236: O art. 44 não estabelece uma ordem de prevalência, mas apenas elenca
as fontes normativas sobre competência, devendo ser observado o art.125, § 1º, da
Constituição Federal.1
JURISPRUDÊNCIA
PROCESSUAL CIVIL. TUTELA DA SAÚDE. INTERESSES E DIREITOS
METAINDIVIDUAIS. COMPETÊNCIA ABSOLUTA. ART. 2º, CAPUT, DA LEI DA AÇÃO
CIVIL PÚBLICA (LEI 7.347/1985). ART. 209 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE (LEI 8.069/1990). ART. 80 DA LEI 10.741/2003 (ESTATUTO DO
IDOSO). ART. 93 DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (LEI 8.078/1990).
DEMANDAS SOBRE SAÚDE PÚBLICA EM QUE O ESTADO DE MATO GROSSO
SEJA PARTE. ARTS. 44 E 52, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC/2015. COMPETÊNCIA
CONCORRENTE. FORO DO DOMICÍLIO DO AUTOR. OPÇÃO LEGISLATIVA
INAFASTÁVEL. HISTÓRICO DA DEMANDA 1. Trata-se de Mandado de Segurança
impetrado por idoso hipossuficiente, de 81 anos, representado pela Defensoria Pública,
contra ato do Juiz de Direito do Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Sinop,
que - nos autos de "ação de obrigação de fazer (concretização de direito fundamental)
c/c pedido de tutela de urgência satisfativa" de medicamento de uso contínuo (Entresto
24/26 mg, 60 doses/mês) - declinou da competência, em obediência à Resolução 9/2019
do Órgão Especial do TJ/MT, em favor da 1ª Vara Especializada da Fazenda Pública da
Comarca de Várzea Grande, a cerca 500km de distância. No Mandado de Segurança,
a Defensoria Pública alega que a Resolução 9/2019 violou as normas de competência
do CPC/2015, da Lei da Ação Civil Pública e do Estatuto da Criança e do Adolescente.
BENEFÍCIOS DA ESPECIALIZAÇÃO JUDICIAL: ALÉM DA EFICIÊNCIA ECONÔMICA
2. A especialização de Varas e órgãos fracionários dos tribunais representa tendência
mundial na organização do Poder Judiciário, instigada pela crescente complexidade
jurídica - enredamento legal (do arcabouço normativo) e fático (da vida na sociedade
1
Embora o enunciado traga entendimento diverso ao apresentado, este não possui caráter vinculante, mas
simplesmente orientativo.
tecnológica) -, um dos subprodutos do enveredar do Direito por espaços policêntricos e
multidisciplinares. Ao contrário do que se observou nos primórdios do fenômeno em
outros setores, hoje se especializa não só por convocação de pura eficiência econômica,
mas sobretudo em decorrência de legítimas inquietações éticas e políticas com a
dignidade da pessoa humana, os fins sociais do Direito, as exigências do bem comum,
a qualidade da prestação jurisdicional e a segurança jurídica. Significação duplamente
dilatada se empresta ao núcleo eficiência referido no art. 8º, in fine, do CPC/2015, em
primeiro lugar como peça integrante de uma constelação de valores e objetivos
proeminentes e vinculantes que, em segundo, balizam não só a "aplicação do
ordenamento jurídico pelo juiz", mas também a própria "organização judiciária em que
se insere o juiz". 3. Apontam-se inconvenientes plausíveis na centralização, técnica de
monopólio ou oligopólio judicial associada à especialização. Tais malefícios são
contrastados com inúmeros benefícios que, claro, subordinam-se a certas condições
prévias, entre elas deliberação com base em critérios objetivos e cautelas
procedimentais de praxe, fugindo-se seja de modismo supérfluo, seja de transplante
inconsequente, duas das notórias influências e pressões impertinentes que turvam a
lucidez de medidas legislativas, administrativas e judiciais. ESPECIALIZAÇÃO DE
VARA E ÓRGÃOS FRACIONÁRIOS DOS TRIBUNAIS: LIMITES CONSTITUCIONAIS
E LEGAIS NA ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DOS ESTADOS 4. Se é verdade que os
arts. 8º e 44 do CPC/2015 autorizam, de maneira implícita, os tribunais a, por ato
administrativo, designarem Varas e Câmaras/Turmas especializadas - alternativa
inteiramente compatível com o princípio do juiz natural por não importar
designação casuística ou manipulação post factum da competência -, tal poder
vem condicionado por limites fixados em normas constitucionais federais e
estaduais, legislação processual comum e especial, e leis de organização
judiciária, tanto mais se envolvidos sujeitos vulneráveis ou valores e bens aos
quais a legislação confere especial salvaguarda. Em outras palavras, interditado
atribuir, administrativamente, a órgão jurisdicional competência que legalmente
não lhe pertence, ou ampliar a existente fora das hipóteses cabíveis, mesmo que
com o nobre fundamento da necessidade de especialização de varas. 5. Não se
veja no art. 44 do CPC/2015 empecilho à melhor gestão processual de demandas
guarnecidas de consistência ético-jurídica diferenciada, com destaque para as
ações coletivas. É exatamente o contrário, haja vista, nessas latitudes de
metaindividualidade, se requerer mais engenhosidade na organização judiciária.
Tabus centenários e arranjos institucionais arcaicos convidam a incansável e
enérgico questionamento e, se imperativo, modificação ou mesmo completa
substituição. Situações haverá, inclusive em Estados com grande território, em
que a especialização - e correlata concentração - se explicará pelo desiderato,
iluminado pelo ânimo da eficiência e eficácia, de assegurar autêntica justiça a
pessoas e bens jurídicos especialmente tutelados, como ocorre com Varas
Ambientais desenhadas a partir, p. ex., da conformação de ecossistemas,
ecorregiões, bacias ou sub-bacias hidrográficas, tendo em mente a concorrência
ecológica instaurada nesse cenário, em que o dano potencial ou real, direto ou
indireto, pode afetar, juntamente, múltiplas comarcas ou subseções judiciárias.
Não há alternativa possível, dado que tribunais e juízes fracassarão se
pretenderem aplicar ao processo civil coletivo a lupa, o modo de pensar, os
institutos e os procedimentos típicos do processo civil individual. Nesse
panorama, lembra-se que, por vezes, a especialização vem apresentada pelo legislador.
É assim no art. 70 do Estatuto do Idoso ("O Poder Público poderá criar varas
especializadas e exclusivas do idoso") e no art. 5º, IV, do Código de Defesa do
Consumidor. COMPETÊNCIA NA LEI DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA, NO ESTATUTO DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, NO ESTATUTO DO IDOSO E NO CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR 6. A Resolução 9/2019 do TJ/MT atribuiu à 1ª Vara
Especializada de Fazenda Pública de Várzea Grande "Processar e julgar,
exclusivamente, os feitos relativos à saúde pública, ações civis públicas, ações
individuais ..., incluindo as ações de competência da Vara da Infância e Juventude e os
feitos ... relativos à saúde pública, em que figure como parte o Estado de Mato Grosso"
(destaque acrescentado). Não obstante a evidente intenção elevada do Órgão Especial,
a concentração adotada pelo ato impugnado choca-se frontalmente com o art. 2º,
parágrafo único, da Lei 7.347/1985 (Lei da Ação Civil Pública), com o art. 209 da Lei
8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), com o art. 80 da Lei 10.741/2003
(Estatuto do Idoso) e com o art. 93 da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do
Consumidor). 7. Nesses quatro dispositivos, fica patente a ratio legislativa de antepor, à
frente de qualquer outra consideração, a facilitação, na perspectiva da vítima, da tutela
dos interesses individuais e metaindividuais de sujeitos vulneráveis ou hipossuficientes.
Destarte, vedado, aqui, rompante de flexibilização administrativa judiciária, pois se está
diante ora de competência absoluta, ora de competência concorrente à conveniência do
autor. COMPETÊNCIA EM DEMANDAS COM ESTADOS FEDERADOS 8. Com espírito
semelhante ao decretado na Lei da Ação Civil Pública, no Estatuto da Criança e do
Adolescente, no Estatuto do Idoso e no Código de Defesa do Consumidor - vale dizer,
facilitação do acesso à justiça ao vulnerável ou hipossuficiente -, prescreve o CPC/2015
que, "Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no
foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no
de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado" (art. 52, parágrafo único,
grifo acrescentado). Prioriza-se, sem dúvida, a comodidade dos cidadãos, conferindo-
lhes privilégio de opção ("poderá"), na forma de competência concorrente. 9. A Súmula
206/STJ preceitua: "A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não
altera a competência territorial resultante das leis de processo." A jurisprudência
do STJ reconhece que os Estados-Membros e suas entidades autárquicas e
empresas públicas podem ser demandados em qualquer comarca do seu
território, não gozando de foro privilegiado. Precedentes do STJ. 10. O art. 52,
parágrafo único, do CPC/2015 estabelece foro concorrente para as causas em que seja
réu o Estado ou o Distrito Federal, estipulando prerrogativa processual em favor do
cidadão, a quem é facultado escolher onde demandar a Administração. Tal dispositivo
concretiza garantia real, e não meramente fictícia, de inafastabilidade da jurisdição e de
acesso democrático à justiça. Como instituição, o Estado está presente e atua em todo
o seu território - ubiquidade territorial; o cidadão, ao contrário, propende a se vincular a
espaço confinado, ordinariamente o local onde reside e trabalha - constrição territorial.
Logo, se ato normativo secundário do Tribunal cria prerrogativa de foro ao ente público
e altera padrões de competência prescritos por lei federal, ofendido se queda o esquema
normativo imperturbável de organização do aparelho judiciário, gravidade acentuada se
o rearranjo acarretar grave e desarrazoado desmantelamento de deferência que o
próprio legislador se encarregou de conferir, como mandamento de ordem pública, aos
sujeitos vulneráveis ou hipossuficientes e aos titulares ou representantes de certos bens
e valores considerados de altíssima distinção na arquitetura do Estado Social de Direito.
11. A alteração da competência para comarca distante do domicílio do autor-vítima
vulnerável ou hipossuficiente traz, sim, indisputável prejuízo, ainda que o processo
judicial seja eletrônico, haja vista os demandantes nem sempre disporem de computador
e internet. Além disso, a distância geográfica pode comprometer a produção de provas
pelo jurisdicionado, o contato com seu advogado etc. Aqui, então, assoma um dos
cânones de ouro no Estado Social de Direito: o acesso à justiça para hipossuficiente ou
vulnerável - portador de debilidade jurídica, econômica, técnica ou informativa,
perdurável ou contingencial - deve, no verbo e na prática, ser facilitado, e não
embaraçado. A prerrogativa de escolha de foro processual visa garantir a superação, ou
pelo menos a mitigação, de variados obstáculos naturais, formais, financeiros e
psicológicos que impedem ou dificultam o acesso à justiça a todos em condições de
igualdade real, postura de repúdio republicano absoluto a um Poder Judiciário de elite e
a serviço da elite. CONCLUSÃO 12. Recurso Ordinário provido. (STJ - RMS: 64534 MT
2020/0235110-3, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento:
13/10/2020, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/12/2020)
QUESTÕES
• Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-PR Prova: CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz
Substituto
De acordo com o Código de Processo Civil, no que concerne ao julgamento de ação
reivindicatória da propriedade de bem imóvel localizado em território nacional, a
competência internacional da justiça brasileira e a competência territorial do foro do local
do imóvel são consideradas, respectivamente, como
A) exclusiva e absoluta.
B) exclusiva e relativa.
C) concorrente e absoluta.
D) concorrente e relativa.
(Gabarito A)
• Ano: 2018 Banca: FUNDATEC Órgão: DPE-SC Prova: FUNDATEC - 2018 - DPE-SC
- Analista Técnico
No caso dos cônjuges manterem domicílio na mesma cidade em que conviviam
maritalmente e não havendo filho incapaz, será competente para a ação de divórcio o
local do:
A) Domicílio da mulher.
B) Domicílio do marido.
C) Último domicílio do casal.
D) Casamento.
E) Onde estão situados os bens imóveis a serem partilhados.
(Gabarito C)
O art. 45 do CPC trata do caso em que o processo tem de ser remetido de juízo
estadual para juízo federal.
O juiz deve não admitir a cumulação caso seja incompetente, mas deve
processar o pedido para o qual ele é competente. Não se deve remeter os autos
existindo parcela de pedido para a qual o juízo seja competente.
Neste caso os autos não serão remetidos ao juízo federal (art. 45, § 1o), não
se admitindo a cumulação de pedidos e não podendo, por conta disso, o juízo
estadual conhecer do pedido em relação ao qual exista interesse da entidade
federal (art. 45, § 2o).
À parte, no caso em análise, caberá propositura de nova ação quanto ao pedido
não apreciado em face do juízo competente, havendo extinção sem julgamento de
mérito do pedido pelo juízo incompetente. Não sendo o caso de manter o processo
com o juízo estadual, serão os autos remetidos para o juízo federal, único
competente para dizer se o ente federal deverá ou não ser admitido no processo
(enunciado 150 da súmula do STJ).
Súmulas
Súmula 224 do STJ. Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a
declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar conflito. A
súmula foi integralmente incorporada ao seu CPC (art. 45, § 3o).
JURISPRUDÊNCIA
“A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA)
desloca a competência para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha sido proferida
por Juízo estadual” (Súmula 365, STJ).
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: MPE-BA Órgão: MPE-BA Prova: MPE-BA - 2018 - MPE-BA -
Promotor de Justiça Substituto - Anulada
Aponte a assertiva correta:
A) É decorrente da própria lei o efeito suspensivo emprestado pela apelação, o que
significa dizer que somente após a análise por órgãos colegiados as decisões
provisórias ou de mérito em sede de primeiro grau começam a produzir efeitos concretos
para as partes.
B) Não obstante reconhecido o poder-dever do magistrado de velar pela rápida e
adequada solução dos litígios, este se encontra limitado e condicionado ao quanto
requerido pela parte ao conceder a tutela antecipada.
C) As hipóteses de incompetência em razão da matéria (rationi materiae), da pessoa
(rationi personae) e funcional (rationi funcioae), tendo em vista o interesse público, deve
ser declarada ex officio.
D) Como consectário lógico do processo, a sentença definitiva declaratória encerra a
fase de cognição e, uma vez reconhecendo um direito, este possui, de regra, efeitos ex
nunc, posto que não criam situações novas, mas a reconhece.
E) A tutela inibitória busca garantir a efetividade da prestação jurisdicional, visando
impedir ou suspender prática ilícita, pouco importando a ocorrência potencial do dano,
de culpa ou dolo.
(Gabarito C)
• Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: SABESP Prova: FCC - 2018 - SABESP - Advogado
O juízo estadual, verificando que certa ação de ressarcimento de danos é proposta em
face de Mévio e da Caixa Econômica Federal, dá-se por incompetente e remete os autos
ao juízo federal que, por sua vez, após ouvir as partes, exclui do processo a referida
empresa pública e devolve os autos ao juízo estadual. Nessa situação, segundo dispõe
o Código de Processo Civil de 2015, o juízo
A) estadual, se discordar da decisão do juízo federal, deverá a este reenviar os autos,
expondo as razões do seu convencimento.
B) federal, após excluir a Caixa Econômica Federal do feito, deveria ter suscitado conflito
negativo de competência.
C) estadual, se discordar da decisão do juízo federal, deverá suscitar conflito negativo
de competência, no prazo preclusivo de 5 dias.
D) federal agiu acertadamente ao devolver os autos ao juízo estadual após excluir a
Caixa Econômica Federal do feito, não se cogitando, no caso¸ de conflito de
competência.
E) estadual, ao verificar que a relação processual envolvia a Caixa Econômica Federal,
deveria desde logo, ter suscitado o conflito de competência perante o Tribunal
competente, sobretudo se, de acordo com o seu pensamento, a Caixa Econômica
Federal fosse, sim, parte legítima no feito.
(Gabarito D)
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens
móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 3.º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será
proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do
Brasil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4.º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão
demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. § 5.º A
execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua
residência ou no do lugar onde for encontrado.
Actor Sequitur Forum Rei. Em síntese, a regra geral como critério para
determinação de competência é o domicílio do réu.
Para entendimento completo do artigo em questão, este deve ser conjugado com
as disposições sobre o domicílio elencadas no Código Civil (art. 70 a 78).
Execução fiscal. O CPC trouxe uma inovação em seu art. 46, §5º, deixando claro
que caberá à Fazenda Pública a escolha do foro onde irá demandar o executado,
desde que em seu domicílio, residência ou onde for encontrado.
Segundo Marinoni et al. (2019, pg. 217-218), a Fazenda Pública não pode
escolher o foro onde ajuizará a execução pois o referido artigo prenuncia uma
“gradação legal impositiva”, partindo de uma regra de abstração onde existente o
domicílio, afasta-se a residência e a residência afasta o lugar onde for encontrado.
JURISPRUDÊNCIA
A pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no domicílio da agência,
ou estabelecimento, em que se praticou o ato. (SUMULA 363, STF)
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: IESES Órgão: TJ-AM Prova: IESES - 2018 - TJ-AM - Titular de
Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I. O réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil. II. O
fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. III. De alimentos, quando o
credor tiver domicílio ou residência no Brasil. IV. Decorrentes de relações de consumo,
quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil.
A sequência correta é:
A) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
B) Apenas as assertivas II e IV estão incorretas.
C) Apenas a assertiva IV está incorreta.
D) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
(Gabarito A)
• Ano: 2021 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-PA Prova: INSTITUTO AOCP - 2021
- PC-PA - Delegado de Polícia Civil
Sobre a competência no processo civil, assinale a alternativa correta.
A) A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será
proposta, em regra, no foro de domicílio do autor.
B) Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis, é competente o foro de
situação da coisa. O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de
eleição se o litígio recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e
demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
C) Após a citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz
de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio
do réu.
D) É competente o foro de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de
reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive
aeronaves.
E) É competente o foro onde a obrigação deve ser satisfeita para as causas em que seja
autora a União.
(Gabarito D)
§ 1.º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de
eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança,
servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
Forum Rei Sitae. Como regra geral, nas ações reais imobiliárias é competente o
foro de situação da coisa.
Nos termos do §1º, de acordo com Marinoni et al. (2019, pg. 218), se as demandas
versarem sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e
demarcação de terras e nunciação de obra nova o foro da coisa, a competência é
determinada pelo critério funcional, sendo portanto, regime de competência
absoluta. Sobre todas as outras, pode o demandante optar pelo foro de domicílio do
demandado ou pelo foro de eleição, sendo então a competência relativa.
O §2º por sua vez esclarece uma antiga controvérsia doutrinária e jurisprudencial,
explicitando que ações possessórias também serão propostas no local da coisa. A
controvérsia existia, em apertadíssima síntese, pelo fato de que a posse não é um
direito real sendo, todavia, tratada no Direito Material Civil dentro do estudo do Direito
das Coisas junto com os Direitos Reais, em uma grande relação de proximidade.
Assim, sentido faz atribuir à posse as mesmas regras de competência dos direitos
reais.
JURISPRUDÊNCIA
CONFLITO DE COMPETÊNCIA - AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA
AJUIZADA CONTRA A UNIÃO - AÇÃO DE NATUREZA REAL - COMPETÊNCIA
ABSOLUTA DO FORO DA SITUAÇÃO DA COISA - ANÁLISE SISTEMÁTICA DOS
ARTS. 109, § 2º, DA CARTA MAGNA, E 95 DO CPC - COMPETÊNCIA DO JUÍZO
FEDERAL ONDE SE SITUA O IMÓVEL OBJETO DA DEMANDA. 1. Na linha da
orientação desta Corte Superior, a ação de desapropriação indireta possui
natureza real, circunstância que atrai a competência para julgamento e
processamento da demanda para o foro da situação do imóvel, nos termos do art.
95 do Código de Processo Civil. 2. Versando a discussão sobre direito de propriedade,
trata-se de competência absoluta, sendo plenamente viável seu conhecimento de ofício,
conforme fez o d. Juízo Suscitado. 3. A competência estabelecida com base no art.
95 do Código de Processo Civil não encontra óbice no art. 109, § 2º, da
Constituição Federal, segundo o qual "as causas intentadas contra a União
poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela
onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja
situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal". Com efeito, conforme já decidido
por esta Corte Superior, a competência absoluta do forum rei sitae não viola as
disposições do art. 109, § 2º, da Carta Magna, certo que a hipótese da situação da
coisa está expressamente prevista como uma das alternativas para a escolha do
foro judicial. 4. Ainda que a União Federal figure como parte da demanda, o foro
competente para processar e julgar ação fundada em direito real sobre imóvel deve ser
o da situação da coisa, especialmente para facilitar a instrução probatória. Precedentes
do STF e do STJ. 5. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo Suscitante
- Juízo Federal da 1ª Vara de Macaé - SJ/RJ (STJ - CC: 46771 RJ 2004/0146695-8,
Relator: Ministra DENISE ARRUDA, Data de Julgamento: 24/08/2005, S1 - PRIMEIRA
SEÇÃO, Data de Publicação: DJ 19.09.2005 p. 177)
• Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova: FGV - 2018 - AL-RO - Advogado
Determinado credor ajuizou ação de cobrança em face do devedor, postulando a
condenação deste ao pagamento da quantia de cem mil reais, relativa ao crédito
derivado de um contrato de mútuo.
Na sessão de conciliação, as partes não obtiveram a auto composição. Transcorrido o
prazo legal, o réu não apresentou contestação, o que lhe valeu o decreto de revelia. Na
sequência, o devedor ajuizou, em face do credor, ação declaratória de inexistência do
contrato de mútuo.
Nesse cenário, o feito correspondente à demanda declaratória deve ser
A) reunido com o primeiro, em razão da conexão.
B) reunido com o primeiro, em razão da continência.
C) julgado extinto, sem resolução do mérito.
D) julgado extinto, com resolução do mérito.
E) regularmente processado, após ser submetido à livre distribuição.
(Gabarito C)
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do
espólio.
JURISPRUDÊNCIA
CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 163.153 - PE (2019/0002147-7) RELATOR :
MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA SUSCITANTE : JUÍZO DE DIREITO DA 2A
VARA CÍVEL DE PAULISTA - PE SUSCITADO : JUÍZO DE DIREITO DA 5A VARA
CÍVEL DE BARUERI - SP INTERES. : FERNANDA BRITO DA SILVA E OUTROS
ADVOGADO : ADALGISA ANGÉLICA DOS ANJOS - SP104403 INTERES. : JOAO
BRITO DA SILVA - ESPÓLIO DECISÃO Trata-se de conflito negativo de competência
em que é suscitante o JUÍZO DE DIREITO DA 2ª VARA DE CÍVEL DE PAULISTA - PE
e suscitado o JUÍZO DE DIREITO DA 5ª VARA CÍVEL DE BARUERI - SP. O interessado
ajuizou ação de inventário na 5ª VARA CÍVEL DE BARUERI - SP que, de ofício, declinou
a competência para o foro do último domicílio do autor da herança (e-STJ fl. 12). O
suscitante, por sua vez, aponta que a competência, nesses casos, é de natureza
territorial (art. 48 do CPC/2015), não podendo ser declinada de ofício pelo juízo (e-STJ
fls. 15/16). O Ministério Público Federal manifestou-se nos seguintes termos (e-STJ fl.
21): CONFLITO DE COMPETÊNCIA. ARROLAMENTO DE BENS. ÚLTIMO DOMICÍLIO
DO AUTOR DA HERANÇA. COMPETÊNCIA RELATIVA. DECLÍNIO DE OFÍCIO.
VEDAÇÃO. SÚMULA 33 DO STJ. PARECER PELA DECLARAÇÃO DA
COMPETÊNCIA DO SUSCITADO. É o relatório. Decido. Segundo orientação desta
Corte Superior, "a competência territorial é matéria que gera nulidade relativa, não
devendo ser reconhecida de ofício, mas arguida em momento oportuno, sob pena
de operar-se a preclusão" (AgRg no AREsp n. 240.812/SP, Relator Ministro RAUL
ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 22/9/2015, DJe 15/10/2015). Confiram-se:
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E
MATERIAIS. INCOMPETÊNCIA RELATIVA. DECLARAÇÃO DE OFÍCIO.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 33/STJ. 1. Relativa a competência territorial, a declaração
de incompetência não pode ser de ofício, incidindo o enunciado 33 da súmula deste
Tribunal. Precedentes. 2. Conflito conhecido, para declarar a competência do Juízo de
Direito da 25ª Vara Cível de São Paulo/SP, o suscitado. (CC n. 46.558/PR, Relator
Ministro FERNANDO GONÇALVES, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 30/3/2005, DJ
18/4/2005, p. 211.) CONFLITO DE COMPETÊNCIA. INVENTARIO. COMPETÊNCIA
TERRITORIAL. TRATANDO-SE DE COMPETÊNCIA TERRITORIAL, DE NATUREZA
RELATIVA, NÃO CABE AO JUIZ DE DIREITO DA COMARCA ONDE FOI
INSTAURADO O INVENTARIO, SUSCITAR DE OFICIO A SUA INCOMPETÊNCIA,
SOB A ALEGAÇÃO DE QUE O "DE CUJUS" TIVERA SEU ULTIMO DOMICILIO EM
OUTRA COMARCA. (CC n. 11.629/MG, Relator Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/12/1994, DJ 20/2/1995, p. 3100.) CONFLITO
NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. INVENTARIO. COMPETÊNCIA TERRITORIAL E,
PORTANTO, RELATIVA. IMPOSSIBILIDADE DE DECLINAÇÃO DE OFICIO. SUM.
33/STJ. - EM SE TRATANDO DE COMPETÊNCIA TERRITORIAL, PORTANTO,
RELATIVA, NÃO CABE AO JUIZ DECLARA-LA DE OFICIO (VERBETE DA SUM.
33/STJ). SOMENTE O PRÓPRIO REU, MEDIANTE OPOSIÇÃO DE EXCEÇÃO NA
FORMA DO ART. 112 DO CPC, PODERA INSURGIR-SE CONTRA O FORO
ESCOLHIDO PELO AUTOR. - CONFLITO CONHECIDO E DECLARADA A
COMPETÊNCIA DO JUÍZO DE DIREITO DA 1A. VARA DE ORFÃOS E SUCESSÕES
DO RIO DE JANEIRO/RJ, O SUSCITADO. (CC n. 18.032/MG, Relator Ministro CESAR
ASFOR ROCHA, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 11/12/1996, DJ 17/03/1997, p. 7425.)
Sendo assim, não pode o Juízo suscitado, no local de ajuizamento da ação, excepcionar
sua competência sem a devida provocação da parte ré, nos termos da Súmula n. 33 do
STJ: "a incompetência relativa não pode ser declarada de oficio" (Súmula n. 33, CORTE
ESPECIAL, julgado em 24/10/1991, DJ 29/10/1991, p. 15.312). Diante do exposto,
CONHEÇO do presente conflito negativo de competência, para DECLARAR
COMPETENTE o JUÍZO DE DIREITO DA 5ª VARA CÍVEL DE BARUERI - SP. Publique-
se e intimem-se. Brasília-DF, 27 de março de 2019. Ministro ANTONIO CARLOS
FERREIRA Relator (STJ - CC: 163153 PE 2019/0002147-7, Relator: Ministro ANTONIO
CARLOS FERREIRA, Data de Publicação: DJ 28/03/2019)
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: FUNRIO Órgão: AL-RR Prova: FUNRIO - 2018 - AL-RR - Procurador
(Anulada)
O Código de Processo Civil estabelece que a competência é determinada no momento
do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do
estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, entretanto, a própria legislação
processual estabelece exceções.
Considerando a legislação processual, NÃO se configura EXCEÇÃO, quando
A) duas ou mais ações tiverem em comum o pedido ou a causa de pedir.
B) ocorrer identidade entre duas ou mais ações quanto às partes e à causa de pedir,
mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
C) o Tribunal extinguir um órgão jurisdicional fracionado e os processos forem
redistribuídos para outro órgão jurisdicional fracionado, também de segundo grau
D) se repete ação que está em curso e essas ações são idênticas, pois possuem
as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
• Ano: 2016 Banca: IESES Órgão: TJ-MA Prova: IESES - 2016 - TJ-MA - Titular de
Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Consoante a competência, se o autor da herança não possuía domicílio certo, é
competente de forma abrangente:
A) Somente dos bens móveis e semoventes.
B) Local de último domicílio do autor da herança e/ou dos bens do espólio.
C) Foro de situação dos bens imóveis; havendo bens imóveis em foros diferentes,
qualquer destes; não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do
espólio.
D) Residência dos pais e familiares do autor da herança.
(Gabarito C)
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu
último domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a
partilha e o cumprimento de disposições testamentárias.
Neste sentido, tem-se que ausência decorre da não localização da pessoa em seu
domicílio atrelado à falta de notícias, não deixando representante ou procurador a
quem caiba administrar-lhe os bens (art. 22 do Código Civil). Também haverá
ausência quando houver mandatário que não queira ou não possa exercer ou
continuar o mandato, ou ainda quando seus poderes forem insuficientes (art. 23 do
Código Civil).
Se, por outro lado, o réu se encontra em local incerto ou não sabido, a ação deve
ser proposta no foro de domicílio do autor.
QUESTÕES
• Ano: 2019 Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: MPE-PR - 2019 - MPE-PR -
Promotor Substituto
Assinale a alternativa correta, no que diz respeito à matéria de competência, de acordo
com o Código de Processo Civil de 2015:
A) A ação fundada em direito real sobre bem móvel tem como regra geral a distribuição
no foro de domicílio da coisa.
B) Havendo dois ou mais réus com diferentes domicílios, o autor pode distribuir a ação
fundada em direito pessoal em qualquer foro do país.
C) A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de seu domicílio e a ação em
que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio.
D) É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor a União,
Estado ou o Distrito Federal.
E) As regras de competência territorial têm natureza absoluta.
(Gabarito D)
• Ano: 2019 Banca: PUC-PR Órgão: Prefeitura de Campo Grande - MS Prova: PUC-PR
- 2019 - Prefeitura de Campo Grande - MS - Auditor Fiscal da Receita Municipal
Em regra, a abertura da sucessão dá-se com a morte da pessoa, no entanto, há alguns
casos em que a morte não é dada como certa e provada, e com o intuito de solucionar
esse entrave da ausência de uma pessoa, o sistema jurídico brasileiro admite a
chamada “morte presumida”, portanto, presume-se que a ausência significa, pelo menos
temporariamente, a morte de uma pessoa, o que justificaria a abertura da sucessão, em
um primeiro momento de forma provisória. A lei elenca um rol de “interessados” que
podem pedir a declaração de ausência e a consequente abertura de sucessão
provisória.
Acerca da declaração de ausência e da consequente instauração da sucessão
provisória, é CORRETO afirmar que
A) se o ausente deixou representante ou procurador, não se pode pedir a declaração de
ausência e a sucessão provisória.
B) dez anos depois da prolatação da sentença que concede a abertura da sucessão
provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das
cauções prestadas.
C) o cônjuge separado judicialmente há menos de um ano pode pedir a declaração de
ausência.
D) tendo decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, pode-se pedir a
declaração de ausência e a sucessão provisória.
E) regressando o ausente nos dez anos seguintes à declaração da sucessão definitiva,
será restituído em todos os bens existentes desde a sua ausência.
(Gabarito D)
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio
de seu representante ou assistente.
Neste contexto, o artigo traz uma alteração textual para incluir a figura do
“assistente”. Isso se dá para promover uma adaptação do CPC à legislação civil que
nos esclarece que os absolutamente incapazes são representados e os
relativamente incapazes são assistidos (Art. 71 do Código Civil), tendo domicílio
necessário (art.76 do Código Civil), que será do seu representante ou assistente (art.
76, parágrafo único do Código Civil).
Enunciado 40: O incapaz responde pelos prejuízos que causar de maneira subsidiária ou
excepcionalmente como devedor principal, na hipótese do ressarcimento devido pelos
adolescentes que praticarem atos infracionais nos termos do art. 116 do Estatuto da Criança
e do Adolescente, no âmbito das medidas socioeducativas ali previstas.
Legislação Complementar
Lei Nº 13.146/2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto
da Pessoa com Deficiência).
JURISPRUDÊNCIA
CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 168.603 - PB (2019/0294163-4) RELATOR :
MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE SUSCITANTE : JUÍZO DE DIREITO DA VARA
ÚNICA DE PEDRAS DE FOGO - PB SUSCITADO : JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE
ITAMBÉ - PE INTERES. : A J DA S ADVOGADO : LUCIENE DA SILVA PONTES -
PE036483 INTERES. : L V M DE P REPR. POR : D F DE M E OUTRO EMENTA
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE ANULAÇÃO DE REGISTRO C.C.
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE, PROMOVIDA POR QUEM REPUTA SER O PAI
BIOLÓGICO DA CRIANÇA, CONSTANDO A MENOR NO POLO PASSIVO DA
DEMANDA. AÇÃO AJUIZADA NO DOMICÍLIO DO AUTOR. DECLARAÇÃO DE OFÍCIO
DA INCOMPETÊNCIA, ANTE A CONSTATAÇÃO DE INTERESSE DE MENOR, CUJA
PRIMAZIA HÁ DE SER SEMPRE E NECESSARIAMENTE OBSERVADA.
COMPETÊNCIA ABSOLUTA DO FORO DOS PAIS OU DO DETENTOR DE SUA
GUARDA, PASSÍVEL, NESSE CASO, DE SER DECLARADA DE OFÍCIO. CONFLITO
CONHECIDO PARA DECLARAR A COMPETÊNCIA DO FORO EM QUE RESIDE A
CRIANÇA COM SUA GENITORA E PAI REGISTRAL. 1. Nos termos do art. 50 do
Código de Processo Civil, "a ação em que o incapaz for réu será proposta no foro
do domicílio de seu representante ou assistente", o que, na espécie, como visto, não
foi observada. Trata-se, pois, de regra especial de competência territorial que protege o
incapaz, por considerá-lo parte mais frágil na relação jurídica (ut CC 160.329/MG, Rel.
Ministra Nancy Andrighi, Segunda Seção, julgado em 27/02/2019, DJe 06/03/2019). Em
princípio, ainda que se trate de competência territorial especial, o critério de
competência é relativo, e, como tal, passível de prorrogação, caso o demandado
não alegue a incompetência do Juízo em preliminar de contestação, nos termos
do art. 65 do Código de Processo Civil. 2. Todavia, além da regra protetiva do
incapaz acima referida, é certo, que, em se tratando de ação que verse sobre
interesses de menor, cuja primazia há de ser sempre e necessariamente
observada, incide regramento especial (art. 147 do ECA) que estabelece a
competência absoluta do foro dos pais ou do detentor de sua guarda, passível,
nesse caso, de ser declarada de ofício. 3. A subjacente ação de investigação de
paternidade consubstancia ação de estado da pessoa, diretamente ligada ao direito de
personalidade e da dignidade da pessoa humana, no caso, de uma criança, não
restando dúvidas, assim, tratar-se de ação conexa ao interesse de menor, a atrair a
competência absoluta do foro do domicílio do detentor de sua guarda, nos termos de
enunciado n. 383 da Súmula do STJ. 4. Conflito de competência conhecido para declara
a competência do Juízo de Direito da Vara Única de Pedras Fogo/PB, ora suscitante.
DECISÃO Cuida-se de conflito de competência negativo instaurado entre o Juízo de
Direito da Vara Única de Pedras de Fogo/PB, como suscitante, e o Juízo de Direito da
Vara de Itambé/PE, como suscitado, no bojo de ação de anulação de registro civil e
reconhecimento de paternidade, ajuizada por A. J. da S. Extrai-se dos autos que A. J.
da S. promoveu ação de anulação de registro civil de pessoa natural e investigação de
paternidade, tendo por propósito anular o registro civil de pessoa natural da ré, L. V. F.
M. de P., menor impúbere, representada pela genitora D. F. de M. e por M. R. S. de P.
(pai registral), bem como investigação da sua paternidade, originariamente distribuída
para o Juízo de Direito da Vara Única da Comarca de Itambé/PE, autuado sob o n.º
0000035-70.2019.8.17.2770. O Juízo de Direito da Vara Única da Comarca de
Itambé/PE, de ofício, em virtude do reconhecimento de sua incompetência absoluta,
determinou a remessa dos autos ao Juízo de Direito da Vara Única de Pedras de
Fogo/PB (comarca do domicílio do detentor da guarda da menor), com a adoção da
seguinte fundamentação (e-STJ, fl. 24): Trata-se de Ação de Anulação de Registro e
Reconhecimento de Paternidade ajuizada por ARTUR JOSÉ DA SILVA em face
deLORENA VITÓRIA FELIX MESQUITA DE PAIVA, menor impúbere, representada por
DÊNYA FELIX DE MESQUITA e MARCOS RAFAEL SILVA DE PAIVA. Ocorre que o
pedido formulado não se enquadra nos limites de competência desta Unidade Judiciária,
uma vez que a menor e sua representante possuem endereço na Cidade de Pedras de
Fogo-PB. De acordo com a Súmula 383 do STJ, a competência para processar e
julgar ações que envolvam interesses do menor é do foro do domicílio do detentor
da sua guarda. Nesse sentido, o art. 147, inc.II, do Estatuto da Criança e
Adolescente dispõe que a competência será determinada pelo lugar em que se
encontra a criança ou adolescente. Tem-se entendido, inclusive, que se trata de
hipótese de competência absoluta. Isso porque o trâmite do processo na comarca
em que reside a menor atenderá melhor os seus interesses. Ante o exposto, declino
da competência para processar e julgar a demanda em favor da Comarca de Pedras de
Fogo-PB. Remetidos os autos ao Juízo de Direito da Vara Única de Pedras de Fogo/PB,
este, por sua vez, também se deu por incompetente, razão pela suscitou o presente
conflito de competência, tecendo os seguintes fundamentos (e-STJ, fl. 28): Bem
analisando o caso, vejo que houve sensível equívoco por parte do Juízo da Vara Única
da Comarca de Itambé/PE ao declinar de sua competência jurisdicional. De sabença
meridiana é que competência territorial é competência relativa, conforma pacífica
doutrina e jurisprudência quanto à questão. Em assim o sendo, patente é que não pode
qualquer Juízo declinar de sua competência em razão de critério territorial de ofício, sem
ter sido provocado pela parte ré ou executada. Veja-se que o art. 65, é taxativo em
afirmar que a competência territorial (relativa) prorrogasse em caso de não suscitação
caput pelo réu em preliminar de contestação, entendimento que deve ser estendido aos
processos de execução de título extrajudicial, tendo em vista que, conforme o art. 917,
V, do CPC, pode o executado, em embargos à execução, alegar a incompetência
absoluta ou relativa do juízo da execução. Em verdade, compulsando a totalidade dos
documentos que constam nos autos, não se percebe uma linha que seja por parte da ré
alegado a incompetência territorial (relativa) do juízo da Vara Única da Comarca de
Itambé/PE para processamento e julgamento desta demanda, ainda mais porque nem
mesmo citada foi. Desta forma, e com amparo nos termos do Enunciado n.º 33 da
Súmula do Superior Tribunal de Justiça (STJ), é clara a vedação da declaração da
incompetência relativa (territorial) de ofício, que houve neste caso. [...] Assim, resta
patente a incompetência deste Juízo da Vara Única da Comarca de Pedras de Fogo/PB,
sendo realmente competente o Juízo da Vara Única da Comarca de Itambé/PE. Tendo
em vista que tanto o Juízo da entendeu-se incompetente e atribuiu a Vara Única da
Comarca de Itambé/PE este Juízo da Vara Única da Comarca de Pedras de Fogo/PB a
competência para processamento e julgamento do feito, conforme Decisão constante do
ID. , como este 17998353 Juízo da Vara Única da Comarca de Pedras de Fogo/PB
entende-se incompetente e atribui ao Juízo da 1ª Vara Única da Comarca de Itambé/PE
a competência para processamento e julgamento do feito, de acordo com o art. 66, II,
do CPC, há conflito de competência e, conforme inteligência do art. 66, parágrafo único,
do CPC, deve este Juízo da Vara Única da Comarca de Pedras de Fogo/PB suscitar o
conflito, de ofício, tendo em vista que foi o que não acolheu a competência declinada. O
Ministério Público Federal ofertou parecer pelo conhecimento do conflito negativo,
declarando-se a competência do Juízo de Direito da Vara Única de Pedras Fogo/PB,
que foi sintetizado na seguinte ementa (e-STJ, fl. 42): CONFLITO DE COMPETÊNCIA.
Ação de anulação de registro civil e reconhecimento de paternidade . Direito da Criança
e do Adolescente. Competência. Prevalência dos interesses do menor. Princípio do
Juízo Imediato. Precedentes. Parecer pelo provimento do conflito. Brevemente relatado,
decido. Nos termos relatados, subjaz ao presente conflito ação de anulação de registro
civil de pessoa natural e investigação de paternidade, promovida por A. J. da S., tendo
por propósito anular o registro civil de pessoa natural da ré, L. V. F. M. de P., menor
impúbere, representada pela genitora D. F. de M. e por M. R. S. de P. (pai registral),
bem como investigação da sua paternidade, originariamente distribuída para o Juízo de
Direito da Vara Única da Comarca de Itambé/PE, autuado sob o n.º 0000035-
70.2019.8.17.2770. Pelo que se verifica da exordial (e-STJ, fl. 8), o autor da ação, que
alega ser pai biológico da ré, é domiciliado na Comarca de Itambé/PE, foro no qual foi
proposta ação; enquanto que a demandada, menor impúbere, é domiciliada na comarca
de Pedras de Fogo/PB, com a sua genitora D. F. de M. e com M. R. S. de P., que figura
como seu pai registral. Não se olvida que, nos termos do art. 50 do Código de Processo
Civil, "a ação em que o incapaz for réu será proposta no foro do domicílio de seu
representante ou assistente", o que, na espécie, como visto, não foi observada. Trata-
se, pois, de regra especial de competência territorial que protege o incapaz, por
considerá-lo parte mais frágil na relação jurídica (ut CC 160.329/MG, Rel. Ministra Nancy
Andrighi, Segunda Seção, julgado em 27/02/2019, DJe 06/03/2019). Em princípio, ainda
que se trate de competência territorial especial, o critério de competência é relativo, e,
como tal, passível de prorrogação, caso o demandado não alegue a incompetência do
Juízo em preliminar de contestação, nos termos do art. 65 do Código de Processo Civil.
Todavia, além da regra protetiva do incapaz acima referida, é certo, que, em se tratando
de ação que verse sobre interesses de menor, cuja primazia há de ser sempre e
necessariamente observada, incide regramento especial (art. 147 do ECA) que
estabelece a competência absoluta do foro dos pais ou do detentor de sua guarda,
passível, nesse caso, de ser declarada de ofício. Registre-se, a esse propósito,
encontrar-se sedimentada a jurisprudência da Segunda Seção desta Corte de Justiça
no sentido de que 'a competência para processar e julgar ações conexas de interesse
de menor é, em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda' (Súmula n.
383/STJ). AGRAVO INTERNO EM CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA.
GUARDA PROVISÓRIA DEFERIDA AOS AVÓS MATERNOS E À GENITORA EM
DUAS DEMANDAS DISTINTAS. ART. 147, ECA. PREVALÊNCIA DO MELHOR
INTERESSE DO MENOR. 1. Nos termos do art. 147 do ECA, a competência das ações
envolvendo interesses de menor possui natureza absoluta, sendo primordialmente
determinada pelo local do domicílio dos pais ou responsável, ou, na falta destes, pelo
lugar onde se encontre a criança ou o adolescente, não se podendo olvidar que o
princípio constitucional da prioridade absoluta dos interesses do menor é orientador das
regras desse estatuto e, por conseguinte, dos critérios previstos nesse dispositivo legal.
Neste sentido, a Súmula 383 do STJ: "A competência para processar e julgar ações
conexas de interesse de menor é, em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua
guarda". 2. Em tal contexto, não se podem adotar, de forma automática, as regras
processuais civis se elas puderem acarretar qualquer prejuízo aos interesses e direitos
do menor, cuja condição peculiar de pessoa em desenvolvimento implica a sobreposição
e aplicação do princípio da proteção integral, que permeia as regras do Estatuto da
Criança e do Adolescente. Precedentes. 3. No caso concreto, consignou-se a prolação
de liminares por juízos distintos deferindo a guarda provisória do menor aos avós
maternos e à genitora, respectivamente, devendo-se aplicar a regra do art. 147, II, do
ECA, qual seja a do local onde a criança se encontra atualmente, em atenção ao
princípio do juízo imediato, máxime porque não há provas contundentes, no atual
estágio, de que a genitora tenha se valido de subterfúgio a fim de afastar o Juízo natural.
Ao revés, há indicativos da prática de violência doméstica, ainda que sem provimento
judicial definitivo. 4. Dessarte, em face do princípio constitucional da prioridade absoluta
dos interesses do menor, orientador dos critérios do art. 147 do ECA, mais adequada a
declaração de competência do Juízo do local onde se encontra atualmente o menor. 5.
Ausentes alegações que infirmem os fundamentos da decisão atacada, permanecem
incólumes os motivos expendidos pela decisão recorrida, que declarou a competência
do Juízo do local onde se encontra o menor. 6. Agravo interno a que se nega provimento.
(AgInt no CC 156.392/BA, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 25/09/2019, DJe 30/09/2019) A subjacente ação de investigação de
paternidade consubstancia ação de estado da pessoa, diretamente ligada ao direito de
personalidade e da dignidade da pessoa humana, no caso, de uma criança, não
restando dúvidas, assim, tratar-se de ação conexa ao interesse de menor, a atrair a
competência absoluta do foro do domicílio do detentor de sua guarda, nos termos de
enunciado n. 383 da Súmula do STJ. Nesse sentido, oportuno transcrever as
considerações feitas pelo i. Representante do Ministério Público Federal: Cinge-se a
controvérsia a definir qual juízo competente para o processamento da ação de anulação
de registro civil e reconhecimento de paternidade. O Estatuto da Criança e do
Adolescente dispõe que a competên- cia será determinada pelo lugar em que se
encontra a criança ou o adolescen - te. É o que está disposto no artigo 147 do ECA,
segundo qual: "Art. 147. A competência será determinada: I - pelo domicílio dos pais ou
responsável; II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais
ou responsável." Nos termos de tal disposição, a competência das ações que envolvam
interesses de menor possui natureza absoluta. Isto se dá sob a ori - entação do princípio
constitucional da prioridade absoluta dos interesses do menor, que serve como princípio
norteador para estas regras. Deste modo, a necessidade de assegurar ao menor a
prestação jurisdicional de forma prioritá- ria, se sobrepõe à determinação da
competência. Cabe ainda destacar o enunciado da Súmula nº 383 do STJ que dispõe:
"A competência para processar e julgar as ações conexas de inte - resse de menor é,
em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda". Deste modo, as regras
processuais civis não podem ser ado tadas de forma automática, de forma a prejudicar
uma tutela mais eficaz ao atendimento dos interesses do menor. [...] Isto posto, o trâmite
do processo deve ser feito na comarca em que reside o menor, tendo em vista que tal
circunstância é mais adequada ao atendimento de seus interesses. Em arremate, na
esteira dos fundamentos acima delineados, conheço do conflito para declarar a
competência do Juízo de Direito da Vara Única de Pedras Fogo/PB, ora suscitante. Dê-
se ciência ao Juízo suscitado. Publique-se. Brasília (DF), 07 de novembro de 2019.
MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Relator (STJ - CC: 168603 PB 2019/0294163-
4, Relator: Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Data de Publicação: DJ 02/12/2019)
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-AM - Defensor
Público - Reaplicação
Carlos e Vitória se casaram na cidade de Tabatinga (AM), onde residiram por cerca de
três anos e tiveram dois filhos. Há cerca de dois anos se mudaram para Tefé (AM). Em
razão de desentendimentos entre o casal, acabaram rompendo o relacionamento e,
após a separação de fato, Vitória se mudou para Parintins (AM), enquanto Carlos voltou
com as crianças para a sua cidade natal, Eurunepé (AM). O único imóvel do casal está
situado na cidade de Manaus (AM). Caso Carlos venha a ajuizar ação de divórcio, a
competência territorial neste caso será da Comarca de
A) Tabatinga.
B) Parintins.
C) Manaus.
D) Eurunepé.
E) Tefé.
(Gabarito D)
• Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: PC-BA Prova: VUNESP - 2018 - PC-BA - Delegado
de Polícia
As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua
competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. A
respeito do instituto da competência, é correto afirmar que
A) as suas regras são exclusivamente determinadas pelas normas previstas no Código
de Processo Civil ou em legislação especial.
B) tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal
competente se nele intervier a União, excluindo-se dessa regra, dentre outras, as ações
de insolvência civil.
C) a ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo
tem competência relativa para sua análise.
D) se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente o foro do domicílio
do inventariante para análise do inventário.
E) a ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de seu domicílio.
(Gabarito B)
Temos uma reprodução da CF/88 (art. 109, §§ 1º e 2º), de modo que a ação em
que a União seja autora não mais tramitará perante o Foro da Capital do Estado
ou Território, mas sim no domicílio do Réu. Por sua vez, quando a União estiver
na condição de Ré, o processo poderá tramitar em foros diversos, à escolha do
autor (concorrência de foros), o que é regulado pelo parágrafo único.
Competência da Justiça Federal. Conforme estabelece o art. 109, I da CF/88,
compete aos juízes federais processar e julgar “I - as causas em que a União, entidade
autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras,
rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho.”
Tal competência pode ser delegada à Justiça Estadual através de Lei nas
demandas em que forem parte instituição de previdência social e segurado quando a
comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal (art. 109, § 3º da
CF/88). No entanto, com relação ao recurso cabível, este será sempre para o Tribunal
Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau (art. 109, § 4º da
CF/88).
JURISPRUDÊNCIA
CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 178303 - RS (2021/0082949-0) DECISÃO
PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO AJUIZADA PERANTE O
FORO DO DOMICÍLIO DO AUTOR, NA FORMA FRANQUEADA PELO ART. 109, § 2o.
, DA CF/1988 E DO ART. 51, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC/2015. INFORMAÇÕES
REFERENTES A DOMICÍLIO RELATIVIZADAS PELO JULGADOR, COM REMESSA
DO FEITO AO JUÍZO FEDERAL NO DISTRITO FEDERAL. PROVIDÊNCIA QUE, SE
FOSSE CONFIRMADA, TRADUZIRIA ESCOLHA DE FORO PELO MAGISTRADO
QUANTO A COMPETÊNCIA RELATIVA. COMPETÊNCIA MANTIDA NO JUÍZO
FEDERAL EM CANOAS/RS. CONFLITO DE COMPETÊNCIA CONHECIDO PARA
DECLARAR COMPETENTE O JUÍZO FEDERAL EM CANOAS/RS, O SUSCITANTE,
AO MENOS NOS ESTRITOS LIMITES DO CONFLITO APRESENTADO. 1. Trata-se de
Conflito Negativo de Competência suscitado entre o JUÍZO FEDERAL DA 2a. VARA DE
CANOAS/RS e o JUÍZO FEDERAL DA 4a. VARA CÍVEL DO DISTRITO FEDERAL, em
ação ajuizada por YANET DAVILA DIAZ, médica cubana, em desfavor da UNIÃO, a
partir do qual objetiva a sua inscrição no Programa Mais Médicos para o Brasil/CICLO20,
que teve seu prazo encerrado em 03 de abril de 2020. 2. Inicialmente, a ação foi ajuizada
perante o Juízo Federal em Canoas/RS, que declinou de sua competência, sob a
compreensão de que, considerando a inexistência de prova do domicílio da Autora na
região abrangida pela competência territorial deste Juízo, tudo indicando que seu
domicílio era e é no Município de São José do Belmonte/PE, não há, de fato, qualquer
circunstância que justifique a manutenção do processo nesta Subseção (fls. 1.140). 3.
Por sua vez, o Juízo Federal do Distrito Federal determinou a devolução dos autos à
Justiça Federal no Rio Grande do Sul, sob a compreensão de que a opção pelo foro do
Distrito Federal é uma faculdade do jurisdicionado, não do juiz, este que não pode
declarar, de ofício, competência de natureza relativa. Assinalou, ademais, serem
razoáveis os motivos apresentados pela parte autora para justificar seu domicílio no
Município de Canoas/RS. Ao retorno, o Juízo Federal em Canoas/RS suscitou conflito
perante esta Corte Superior. 4. Em síntese, é o relatório. 5. Inicialmente, cumpre
registrar a regra prevista na Constituição Federal acerca da competência de foro
da Justiça Federal (art. 109, § 2o.): Art. 109. Aos juízes federais compete processar
e julgar: (...). § 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na
seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o
ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda,
no Distrito Federal. 6. Também é crucial fazer lembrança ao art. 51 do Código de
Processo Civil: Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas
em que seja autora a União. Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação
poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato
que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal. 7. Na
espécie, observa-se que a ação foi ajuizada perante o Juízo Federal em Canoas/RS.
Porém, o douto Magistrado lançou desconfiança sobre as informações e os documentos
apresentados pela parte autora quanto ao seu domicílio. Por essa razão, remeteu os
autos ao Juízo Federal no Distrito Federal. 8. Esse último Juízo, acertadamente,
devolveu os autos à Justiça Federal em Canoas/RS, uma vez que não cabia - como
efetivamente não cabe - ao Magistrado optar pelo Juízo do Distrito Federal, até mesmo
por se tratar de competência relativa. De fato, se aceitada a competência, ter-se-ia
hipótese em que, diante de diversos foros possíveis, a escolha recaiu sobre o Distrito
Federal a partir de apontamento do Juiz Federal de Canoas/RS, o que implicaria
violação ao citado dispositivo constitucional. 9. Lado outro, há um aspecto percuciente
na decisão declinatória de foro do Juízo Suscitante, o Juízo Federal de Canoas/RS: Não
há prova do domicílio da Autora na região abrangida pela competência territorial deste
Juízo. Pelo contrário, tudo indica que seu domicílio era e é no Município de São José do
Belmonte/PE. Tal constatação tem origem em consulta atualizada com os dados da
Requerente junto à Receita Federal do Brasil (ev. 2, INF1). A mesma informação pode
ser extraída da Declaração de que trabalhou como médica junto àquele Município por
meio do PMMB (ev. 1, DOC_IDENTIF7) e da Certidão de Casamento (ev.
1,CERTCAS22), dando conta de que é casada com cidadão natural do mesmo Estado
(PE). Quanto ao ato administrativo impugnado, ressalto que não tem origem neste
Município, não podendo prevalecer o foro eleito na propositura desta ação (fls. 1.161).
10. Ao que se vê, o Julgador indica certa convicção quanto ao verdadeiro domicílio da
parte autora, por informações pessoais que, diga-se de passagem, foram angariadas
com assaz diligência. 11. Bem por isso, frente a justificativas não aceitas quanto ao
domicílio, competia ao Magistrado ter remetido os autos para o foro que considera ser
do domicílio da parte autora, isto é, o Juízo Federal referente ao Município de São José
do Belmonte/PE, conforme afirmou com notável clareza. Essa providência se justificaria
porque, consoante a parte autora assinala, utilizou-se do foro do domicílio como critério
para o ajuizamento da ação. 12. Não é o caso de proclamar-se, nesta Corte Superior, a
competência do Juízo Federal no Estado de Pernambuco, uma vez que esse Juízo não
se pronunciou acerca do caso, não havendo, quanto a este, qualquer conflito. 13. Assim,
por ora, não sendo competência do Juízo Suscitado, a atribuição jurisdicional, ao menos
nos limites do que se apresentou nesta Corte Superior, permanece, por ora, a
competência d o Juízo Federal em Canoas/RS. 14. Mercê do exposto, conhece-se do
Conflito Negativo de Competência para, nos estritos limites dos Juízos apontados como
suscitante e suscitado, declarar-se competente o Juízo Federal da 2a. Vara Federal em
Canoas/RS. 15. Publique-se. Intimações necessárias. Brasília, 12 de abril de 2021.
MANOEL ERHARDT (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF-5ª REGIÃO)
Relator (STJ - CC: 178303 RS 2021/0082949-0, Relator: Ministro MANOEL ERHARDT
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF-5ª REGIÃO), Data de Publicação: DJ
14/04/2021)
• Ano: 2021 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-PA Prova: INSTITUTO AOCP - 2021
- PC-PA - Delegado de Polícia Civil
Sobre a competência no processo civil, assinale a alternativa correta.
A) A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será
proposta, em regra, no foro de domicílio do autor.
B) Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis, é competente o foro de
situação da coisa. O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de
eleição se o litígio recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e
demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
C) Após a citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz
de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio
do réu.
D) É competente o foro de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de
reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive
aeronaves.
E) É competente o foro onde a obrigação deve ser satisfeita para as causas em que seja
autora a União.
(Gabarito D)
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que
seja autor Estado ou o Distrito Federal.
Em termos teóricos, este artigo é um espelho do art. 51 do CPC, pois colhe a regra
pensada para união e aplica com algumas adaptações aos Estados e ao Distrito
Federal.
Para Scarpinella Bueno (2021, p. 234 e 235), a regra prevista no parágrafo único
traz certa polêmica considerando o “modelo constitucional do direito processual civil”,
“em especial os casos em que a demanda contra Estados será necessariamente
ajuizada perante o STF (art. 102, I, “e” e “f”, da CF) e a previsão do § 1º do art. 125 da
CF, que reserva aos Estados a organização da sua própria Justiça. Ademais, litigar
em face de Estado em qualquer comarca brasileira, como autoriza aquele dispositivo
ao fazer menção ao “domicílio do autor”, pode comprometer, não há como afastar,
aprioristicamente, esse receio, o exercício da ampla defesa pelo próprio Estado.
Idêntica observação merece ser feita com relação ao Distrito Federal, não obstante
caber à União Federal organizar a Justiça daquele ente político, consoante estabelece
o inciso XVII do art. 22 da CF.”
JURISPRUDÊNCIA
PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO INDENIZATÓRIA.
DEMANDA CONTRA ESTADO DA FEDERAÇÃO. COMPETÊNCIA CONCORRENTE.
FORO DO DOMICÍLIO DO AUTOR. OPÇÃO. 1. O art. 52, parágrafo único, do
CPC/2015, ao enunciar que, se o Estado ou o Distrito Federal for demandado, a
ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato
ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do
respectivo ente federado, estabelece a competência concorrente entre os juízos
para o ajuizamento da ação, constituindo-se em verdadeira opção do seu
promovente. 2. No caso, levando em consideração que a distribuição originária do feito
deu-se na comarca do domicílio do autor, evidencia-se a competência do suscitado. 3.
Impossibilidade de reconhecimento de ofício da incompetência relativa, a teor da Súmula
33 do STJ. 4. A pendência de ação direta de inconstitucionalidade perante o STF não
tem o condão de autorizar o sobrestamento do presente conflito, à míngua de previsão
legal. Precedentes: AgInt no CC 158781/DF, de minha relatoria, PRIMEIRA SEÇÃO,
DJe 21/03/2019; AgInt no CC 157479/SE, rel. Min. REGINA HELENA COSTA,
PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 04/12/2018 5. Agravo interno desprovido
QUESTÕES
• Ano: 2016 Banca: PGE-MS Órgão: PGE-MS Prova: PGE-MS - 2016 - PGE-MS -
Procurador do Estado
Analise as informações a seguir e identifique a alternativa correta, de acordo com as
previsões do CPC/15 e de Súmulas do STF e do STJ com este compatíveis:
I - De acordo com o princípio perpetuado jurisdicionis, determina-se a competência no
momento da ocorrência da citação, sendo irrelevantes as modificações do estado de
fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou
alterarem a competência absoluta. II - Proposta a execução fiscal, a posterior mudança
de domicílio do executado desloca a competência anteriormente determinada. Assim,
na hipótese de o executado transferir seu domicílio de Campo Grande-MS para São
Paulo-SP após a propositura da ação, tornar-se-á competente o foro de São Paulo-SP.
III - O foro de domicílio do réu será o competente para as causas em que seja autor
Estado ou o Distrito Federal; no caso de estes serem os demandados, a ação poderá
ser proposta no foro de domicílio do autor' no de ocorrência do ato ou fato que originou
a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.
A) Todas as afirmações estão corretas.
B) Apenas uma das afirmações está correta.
C) Estão corretas apenas as afirmações I e II;
D) Estão corretas apenas as afirmações I e III;
E) Estão corretas apenas as afirmações II e III.
(Gabarito B)
• Ano: 2019 Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: MPE-PR - 2019 - MPE-PR -
Promotor Substituto
Assinale a alternativa correta, no que diz respeito à matéria de competência, de acordo
com o Código de Processo Civil de 2015:
A) A ação fundada em direito real sobre bem móvel tem como regra geral a distribuição
no foro de domicílio da coisa.
B) Havendo dois ou mais réus com diferentes domicílios, o autor pode distribuir a ação
fundada em direito pessoal em qualquer foro do país.
C) A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de seu domicílio e a ação em
que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio.
D) É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor a União,
Estado ou o Distrito Federal.
E) As regras de competência territorial têm natureza absoluta.
(Gabarito D)
III - do lugar:
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o
cumprimento;
a) de reparação de dano;
O art. 53, basicamente atualiza o antigo art. 100 do CPC/73 com relação à
competência de foro para as ações relacionadas no artigo.
Assim a alínea “a” estabelece que havendo filho incapaz, o foro competente para o
ajuizamento da ação será o domicílio do guardião.
A Lei nº 13.894, de 2019 incluiu na redação do art. 53, I do CPC a alínea “d”, que
trouxe ao CPC o contido na Lei Maria da Penha quanto às vítimas de violência
doméstica e familiar, estabelecendo como competente o domicilio da própria vítima
para processamento das ações relacionadas ao casamento e união estável.
Neste sentido, a Súmula 383 do STJ: "A competência para processar e julgar ações
conexas de interesse de menor é, em princípio, do foro do domicílio do detentor de
sua guarda".
Ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício. O CPC define
como foro competente para as ações de reparação de dano por ato praticado em
razão do ofício a sede da serventia notarial ou de registro. A redação do artigo atende
a solicitação realizada pelos cartorários
Enunciado do Conselho da Justiça Federal
Enunciado 108: A competência prevista nas alíneas do art. 53, I, do CPC não é de foros
concorrentes, mas de foros subsidiários.
Legislação Complementar
Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e
familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher;
dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera
o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras
providências.
Lei nº 13.894, de 29 de outubro de 2019. Altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei
Maria da Penha), para prever a competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento ou dissolução
de união estável nos casos de violência e para tornar obrigatória a informação às vítimas
acerca da possibilidade de os serviços de assistência judiciária ajuizarem as ações
mencionadas; e altera a Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil),
para prever a competência do foro do domicílio da vítima de violência doméstica e familiar
para a ação de divórcio, separação judicial, anulação de casamento e reconhecimento da
união estável a ser dissolvida, para determinar a intervenção obrigatória do Ministério Público
nas ações de família em que figure como parte vítima de violência doméstica e familiar, e
para estabelecer a prioridade de tramitação dos procedimentos judiciais em que figure como
parte vítima de violência doméstica e familiar.
JURISPRUDÊNCIA
PROCESSO CIVIL. AGRAVO INTERNO NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO
DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL AJUIZADA POR
VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. FORO DO DOMICÍLIO DA MULHER.
COMPETÊNCIA ABSOLUTA. 1. O art. 53, I, d, do CPC/15, dispõe sobre hipótese de
competência absoluta em função da pessoa e estabelece a possibilidade de a
mulher, em situação de violência, optar pelo foro do seu domicílio ou de sua
residência para o ajuizamento de ação de reconhecimento e dissolução de união
estável 2. Agravo Interno não provido.(STJ - AgInt no CC: 174492 PA 2020/0221014-
7, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 18/08/2021, S2 -
SEGUNDA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 20/08/2021)
QUESTÕES
• Ano: 2017 Banca: FMP Concursos Órgão: MPE-RO Prova: FMP Concursos - 2017 -
MPE-RO - Promotor de Justiça Substituto
Acerca das regras de competência dispostas no Código de Processo Civil, pode-se
afirmar:
A ação fundada em direito sobre bens imóveis será proposta, em regra, no foro do
domicílio do réu.
B) Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde
for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
C) Para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou
dissolução de união estável, é competente o foro do domicílio do réu, mesmo que o
autor seja o guardião de filho incapaz.
D) Para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou
dissolução de união estável, é competente o foro do domicílio do réu, mesmo que seja
o autor quem reside no último domicílio do casal.
E) É competente o foro de residência da mulher, para a ação de separação dos
cônjuges e a conversão desta em divórcio e para a anulação de casamento.
(Gabarito B)
• Ano: 2016 Banca: MPE-GO Órgão: MPE-GO Prova: MPE-GO - 2016 - MPE-GO -
Promotor de Justiça Substituto
A respeito das regras de competência, é incorreto afirmar:
A) Para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou
dissolução da união estável, é competente o domicílio do guardião do filho incapaz;
B) Ainda que não haja conexão entre eles, poderão ser reunidos para julgamento
conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou
contraditórias;
C) A competência determina-se no momento do registro ou da distribuição da petição
inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência
absoluta.
D) A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função poderá
ser derrogada por acordo entre as partes, homologado pelo juiz.
(Gabarito D)
Seção II
Da Modificação da Competência
VOLUNTÁRIA LEGAL
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
• Ano: 2017 Banca: IESES Órgão: ALGÁS Prova: IESES - 2017 - ALGÁS -
Analista de Projetos Organizacionais - Jurídica
A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência,
desta forma:
A) Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade
somente quanto ao pedido. Quando houver continência e a ação continente tiver
sido proposta posteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida
sentença com resolução de mérito.
B) Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o
pedido ou a causa de pedir: à execução de título extrajudicial, à ação de
conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico e às execuções fundadas no
mesmo título executivo.
C) Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar
risco de prolação de decisões semelhantes caso decididos separadamente,
mesmo havendo conexão entre eles.
D) Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta
mesmo se um deles já houver sido sentenciado.
(Gabarito B)
• Ano: 2021 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-PA Prova: INSTITUTO AOCP
- 2021 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil
Acerca da modificação da competência, prevista no Código de Processo Civil,
assinale a alternativa correta.
A) Reputam-se conexas duas ou mais ações quando houver identidade quanto
às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange
o das demais.
B) A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é
inderrogável por convenção das partes.
C) A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde
serão decididas sucessivamente.
D) Dá-se a continência entre duas ou mais ações quando lhes for comum o
pedido ou a causa de pedir.
E) Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar
risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias, caso decididos
separadamente, salvo se não houver conexão entre eles.
(Gabarito B)
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for
comum o pedido ou a causa de pedir.
Havendo sentença, mesmo que haja recurso decorrente, não há que se falar em
conexão da ação julgada com outra ação que venha a ser ajuizada. No entanto, se a
segunda ação ajuizada também atingir grau recursal antes que seja realizado
julgamento da primeira ação, poderá haver reunião destas no segundo grau.
Desta forma, há que se distinguir a conexão de seus efeitos. Nas palavras de Didier
Jr. (2019, p. 278): “É preciso, portanto, distinguir o fato jurídico conexão dos efeitos
jurídicos da conexão. Conexão não é a reunião dos processos. Conexão é o fato que
pode ter essa consequência. Pode haver conexão, como visto, sem que haja reunião
dos processos. Essa distinção entre o fato (conexão) e o efeito (reunião) está bem-
posta no enunciado n. 235 da súmula da jurisprudência do STJ: "A conexão não
determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado". Esse enunciado foi
reproduzido no § 1 º do art. 55 do CPC: "§ 1 º Os processos de ações conexas
serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido
sentenciado".”
No entanto, não basta apenas que o título executivo coincida com a relação jurídica
base da ação de conhecimento. Para haver a modificação da competência deve existir
o risco de a pretensão executiva colidir com a pretensão cognitiva (THEODORO
JUNIOR, 2021, p.495).
III Jornada de Direito Comercial - Enunciado 109 CFJ: “Os pedidos de abstenção de
uso e indenização, quando cumulados com ação visando anular um direito de
propriedade industrial, são da competência da Justiça Federal, em face do art. 55 do
CPC.”
Enunciado 289 FPPC: “Se houver conexão entre pedidos cumulados, a incompetência
Súmulas do STJ
Súmula nº 235. A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.
JURISPRUDÊNCIA
• Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: MPE-AL Prova: FGV - 2018 - MPE-AL - Analista do
Ministério Público - Área Jurídica
Sobre a competência no Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta.
A) A reunião de ações conexas pode se dar a qualquer tempo, independentemente da
prolação de sentença em algum dos processos.
B) As decisões do juízo absolutamente incompetente são nulas.
C) A cláusula de eleição de foro abusiva pode ser decretada ineficaz de ofício pelo juiz
a qualquer tempo.
D) Quando houver continência, as ações serão necessariamente reunidas.
E) Serão reunidos, para julgamento conjunto, os processos que possam gerar risco de
prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente,
mesmo sem conexão entre eles.
(Gabarito E)
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver
identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por
ser mais amplo, abrange o das demais.
No entanto, conforme lição de Fredie Didier Jr. (2019, p. 280): “Não se deve
confundir continência com litispendência: na continência o pedido de uma
demanda abrange (contém) o pedido da outra. Pedido aqui não é o conjunto dos
pedidos formulados em urna petição inicial, mas cada um dos pedidos efetivamente
deduzidos. Se em uma demanda há três pedidos e na outra há dois pedidos, não há
continência porque a primeira "conteria" a segunda. Se os pedidos formulados na
segunda demanda também foram formulados na primeira, o caso é de litispendência
parcial. Na continência os pedidos das causas pendentes são diversos: um engloba o
outro. Dois exemplos: i) se se pede a anulação de um contrato, em urna demanda, e
a anulação de uma cláusula do mesmo contrato, embora diferentes os pedidos, o
primeiro engloba o segundo; ii) pedido de anulação do ato de inscrição de crédito
tributário na dívida ativa e pedido de anulação do ato de lançamento (esse engloba
aquele, visto que a anulação do ato de lançamento implicará a anulação dos que lhe
forem subsequentes, inclusive o de inscrição em dívida ativa).”
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Prova: FCC -
2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Procurador Legislativo
No que tange aos critérios de modificação de competência,
A) a competência determinada em razão do território, pessoa ou função é derrogável
por convenção das partes.
B) reputam-se conexas duas ou mais ações quando lhes for comum pedido, as partes e
a causa de pedir.
C) os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, ainda que um
deles já tenha sido sentenciado
D) a reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, ocorrendo a
prevenção com o oferecimento da contestação pelo réu.
E) quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no
processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso
contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
(Gabarito E)
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta
anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença
sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente
reunidas.
Dessa forma, nem sempre a continência vai gerar reunião dos processos.
Conforme lição de Humberto Theodoro Junior (2021, p. 505-506), “a regra se aplica
se, naturalmente, os dois processos se acharem em situações de desenvolvimento
que permitam o julgamento simultâneo, pois se a ação menor já tiver sido sentenciada,
por exemplo, não haverá como reuni-la com a continente. Ao juiz da causa em estágio
menos avançado caberá precaver-se para evitar o risco de decisões conflitantes,
lançando mão, por exemplo, da suspensão do processo durante algum tempo
razoável para aguardar a solução do outro. Não haverá de ser, entretanto, um prazo
indefinido ou exagerado, afinal, as partes têm direito a uma duração razoável do
processo, sob pena de a procrastinação transformar-se em denegação de justiça. Se
a causa contida se embaraçar a ponto de não se poder divisar quando se encerrará,
o processo continente terá de prosseguir, ainda que se corra o risco de indesejável
conflito de decisões.”
• Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: PGE-AP Prova: FCC - 2018 - PGE-AP - Procurador do
Estado
No tocante à modificação da competência,
A) quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no
processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso
contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
B) caso a alegação de incompetência seja acolhida, o processo será sempre extinto sem
resolução do mérito, interrompida porém a prescrição.
C) a competência relativa poderá modificar-se pela conexão, litispendência ou pela
continência.
D) os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, mesmo que
um deles já tenha sido sentenciado.
E) a incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de
contestação; se relativa a incompetência pode ser alegada em qualquer tempo e grau
de jurisdição e deve ser declarada de ofício.
(Gabarito A)
Dessa forma, podemos dizer que a prevenção se utiliza do elemento temporal para
sua fixação, sendo critério de determinação de competência, impondo a reunião dos
processos e seu julgamento em conjunto (Marinoni et al., 2020, p. 225).
JURISPRUDÊNCIA
Desta forma, o juiz a quem foi primeiramente designada uma das causas conexas,
torna-se prevento. A exceção se dá caso haja o cancelamento da distribuição (art. 290
do CPC) e quando o juiz prevento for incompetente porque “a prevenção pressupõe
juízo competente” (STJ - CC: 133426 DF 2014/0089370-7, Relator: Ministra MARIA
THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de Julgamento: 05/11/2014, CE - CORTE
ESPECIAL, Data de Publicação: DJe 17/11/2014).
Súmulas do STJ
Súmula nº 489. Reconhecida a continência, devem ser reunidas na Justiça Federal as ações
civis públicas propostas nesta e na Justiça estadual.
JURISPRUDÊNCIA
Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRF - 1ª REGIÃO Prova: CESPE - 2017 - TRF - 1ª
REGIÃO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal
A respeito da formação do processo, da penhora e do cumprimento de sentença, julgue
o item que se segue.
De acordo com o Novo Código de Processo Civil, considera-se proposta a ação quando
a petição inicial for protocolada, sendo que o efeito da prevenção está vinculado à
distribuição ou ao registro da petição inicial.
Certo
Errado
(Gabarito CERTO)
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
• Ano: 2019 Banca: FAFIPA Órgão: Prefeitura de Foz do Iguaçu - PR Prova: FAFIPA -
2019 - Prefeitura de Foz do Iguaçu - PR - Procurador do Município Júnior
“Como função estatal, a jurisdição é, naturalmente, una. Mas seu exercício na prática
exige o concurso de vários órgãos do Poder Público. A competência é justamente o
critério de distribuir entre os vários órgãos judiciários as atribuições relativas ao
desempenho da jurisdição.” (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito
Processual Civil. v. I. 59. ed. Rio de Janeiro: Forense, 11/2017. VitalBook file. p. 192).
Sobre competência para processar e julgar as ações, assinale a alternativa
INCORRETA:
A) Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser
protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao
juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.
B) A arguição de incompetência relativa não leva à extinção do processo, já a alegação
de incompetência absoluta leva à extinção do processo, visto que esta não se prorroga.
C) A tutela provisória em caráter antecedente deverá ser requerida ao juízo competente
para conhecer o pedido principal.
D) Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção
judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do
imóvel.
E) Para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica, é
competente o foro do lugar onde referida sociedade/associação exerce suas atividades.
(Gabarito B)
• Ano: 2020 Banca: IBFC Órgão: EBSERH Prova: IBFC - 2020 - EBSERH - Advogado
O exercício da jurisdição envolve a distribuição de atribuições aos órgãos jurisdicionais.
Como resultado dos critérios dessa distribuição, encontram-se as regras de
competência. Sobre ela, assinale a alternativa correta.
A) Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção
judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do
imóvel
B) A competência relativa não se modifica pela conexão ou pela competência
C) Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto
às partes e aos pedidos
D) A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é
derrogável por convenção das partes
E) Prorrogar-se-á a competência absoluta se o réu não alegar a incompetência em
preliminar de contestação
(Gabarito A)
Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação
principal.
A ação assessória é aquela que se liga à ação principal por dependência no sentido
de complementar a demanda principal, sendo que o pedido formulado (ou que será
formulado) integra ou garante a ação principal.
Embora seja denominada de “ação secundária”, isto não quer dizer que tenha que
ser interposta depois da ação principal, podendo ter caráter antecedente (proposta
antes da ação principal) ou incidental (proposta no curso da ação principal).
1) Sendo a ação acessória antecedente, esta deve ser proposta perante o juízo
competente para o julgamento da ação principal. Neste caso, tudo o que se pode fazer
é um prognóstico para definição da competência, a exemplo da definição da
competência do juízo para conhecer o pedido de tutela de urgência antecipada,
concedida em caráter antecedente;
JURISPRUDÊNCIA
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE PARTILHA POSTERIOR AO DIVÓRCIO.
INCAPACIDADE SUPERVENIENTE DE UMA DAS PARTES. PREVENÇÃO ORIUNDA
DE CONEXÃO SUBSTANCIAL COM A AÇÃO DO DIVÓRCIO. COMPETÊNCIA
FUNCIONAL DE NATUREZA ABSOLUTA. FORO DE DOMICÍLIO DO INCAPAZ.
COMPETÊNCIA TERRITORIAL ESPECIAL DE NATUREZA RELATIVA. 1. Há entre as
duas demandas (ação de divórcio e ação de partilha posterior) uma relação de conexão
substancial, a qual, inevitalmente, gera a prevenção do Juízo que julgou a ação de
divórcio. 2. A prevenção decorrente da conexão substancial se reveste de natureza
absoluta por constituir uma competência funcional. 3. A competência prevista no art. 50
do CPC/15 constitui regra especial de competência territorial, a qual protege o incapaz,
por considerá-lo parte mais frágil na relação jurídica, e possui natureza relativa. 4. A
ulterior incapacidade de uma das partes (regra especial de competência relativa) não
altera o Juízo prevento, sobretudo quando o próprio incapaz opta por não utilizar a
prerrogativa do art. 50 do CPC/15. 5. Conflito de competência conhecido para declarar
como competente o Juízo de Direito da Vara Cível de Barbacena - MG. (STJ - CC:
160329 MG 2018/0210068-1, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de
Julgamento: 27/02/2019, S2 - SEGUNDA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 06/03/2019
REVJUR vol. 498 p. 123)
QUESTÕES
• Ano: 2016 Banca: IESES Órgão: TJ-MA Prova: IESES - 2016 - TJ-MA - Titular de
Serviços de Notas e de Registros - Provimento
É certo afirmar:
I. Através do rito das “ações de família” previsto no CPC/2015, o ministério público teve
a sua competência significativamente ampliada.
II. O manejo da oposição pelo terceiro é facultativo. Cabe ao terceiro avaliar se pretende
discutir, desde logo, o objeto da lide pendente ou se aguardará o desfecho daquele feito
para ajuizar ação autônoma apenas em face do vencedor.
III. A ação de habilitação pertence à categoria das ações acessórias, por corresponder
a uma forma complementar ou regularizar causa já pendente, assim, a competência para
processá-la e julgá-la é do juiz.
IV. O foro para julgamento da ação de dissolução de sociedade de que trata o
procedimento especial do CPC é aquele eleito pelos sócios, constante do instrumento
contratual. Sendo omisso o contrato, o juízo competente será o do local onde está a
sede da sociedade (competência territorial), pois um dos réus é pessoa jurídica.
• Ano: 2019 Banca: FAFIPA Órgão: Prefeitura de Foz do Iguaçu - PR Prova: FAFIPA -
2019 - Prefeitura de Foz do Iguaçu - PR - Procurador do Município Júnior
De acordo com a doutrina “a Reconvenção é ‘a ação do réu contra o autor, proposta no
mesmo feito em que está sendo demandado’. Ao contrário da contestação, que é
simples resistência à pretensão do autor, a reconvenção é um contra-ataque, uma
verdadeira ação ajuizada pelo réu (reconvinte) contra o autor (reconvindo), nos mesmos
autos.” (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. v. I. 59. ed.
Rio de Janeiro: Forense, 11/2017. VitalBook file. p.830). Atende, pois, ao princípio da
economia processual. Sobre o tema, considere as proposições abaixo:
I. O réu poderá reconvir em face do autor da ação e de uma terceira pessoa que não
integre a lide ou ainda poderá, em litisconsórcio com terceira pessoa que não integre a
lide, reconvir em face do autor da ação, desde que haja conexão com a ação principal
ou mesmo com os fundamentos que ele mesmo apresentou na defesa.
II. No prazo para defesa, o réu pode limitar-se a apresentar reconvenção, sem contestar
a ação.
III. Se o réu apresentar reconvenção, o juiz deverá intimar o autor, na pessoa de seu
advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 dias.
IV. Sendo a reconvenção conexa com a ação principal, se esta for extinta sem resolução
do mérito, a reconvenção também o será, já que a acessória deve seguir a sorte da
principal.
Assinale a alternativa que apresenta apenas a(s) proposição(ões) CORRETA(S):
A) III.
B) I e III.
C) II e III.
D) I, II e III.
E) II, III e IV.
(Gabarito D)
Nas palavras de Araken de Assis (2015, p.734), “é fato que o regime dessas
competências difere completamente. Todavia, a base da respectiva distinção se
revela frágil. Na elaboração das regras de competência, em tese, ora prepondera o
interesse das partes, formando os casos de competência relativa, ora impera o
interesse público na melhor aplicação da justiça, gerando os casos de competência
absoluta. Por óbvio, na primeira hipótese, a competência é disponível; na segunda,
indisponível. O interesse particular, de um lado, e o interesse público, de outro,
inspiram a formulação desses regimes.”
A diferenciação entre as duas espécies pelo legislador ora se baseia nos elementos
da lide e ora nos dados do processo. No entanto, a principal consequência desta
diferenciação nos remete ao aspecto negativo ou incompetência.
JURISPRUDÊNCIA
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. EMBARGOS DE TERCEIRO. USUCAPIÃO.
COMPETÊNCIA ABSOLUTA. 1. A reunião de ações, em virtude de conexão, não se
mostra possível quando implicar alteração de competência absoluta. 2. O foro
competente para a ação de usucapião de bem imóvel será sempre o da situação da
coisa (art. 95 do CPC/1973 e art. 57 do CPC/2015), configurando hipótese de
competência material, portanto, absoluta e improrrogável. 3. A competência para
julgamento dos embargos de terceiro é do juiz que determinou a constrição na ação
principal, nos termos do art. 1.049 do CPC/1973 (art. 676 do CPC/2015), de modo que,
por se tratar de hipótese de competência funcional, é também absoluta e improrrogável.
4. Conflito de competência conhecido para declarar a competência do Juízo suscitado.
(STJ - CC: 142849 SP 2015/0214808-0, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data
de Julgamento: 22/03/2017, S2 - SEGUNDA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe
11/04/2017)
QUESTÕES
• Ano: 2019 Banca: Crescer Consultorias Órgão: Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara -
CE Prova: Crescer Consultorias - 2019 - Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara - CE -
Procurador do Município
Acerca do tema competência, nos termos do Novo CPC, analise os itens em que V
corresponde à Verdadeiro e F corresponde à Falso:
I. Em razão da autonomia proporcionada às partes no contexto do Novo CPC, é
assegurado o estabelecimento de cláusula geral de eleição de foro.
II. Em nenhuma hipótese pode o juiz declarar de ofício a incompetência relativa.
III. Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na
contestação, sob pena de preclusão.
IV. A competência determinada em razão do território, da pessoa ou da função é
inderrogável por convenção das partes.
A sequência correta corresponde a alternativa:
A) F, F, F, V
B) F, F, V, F
C) V, F, V, F
D) V, F, F, F
(Gabarito B)
• Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Campinas - SP Prova: FCC - 2016 -
Prefeitura de Campinas - SP - Procurador
No que tange à incompetência absoluta e à incompetência relativa, é correto afirmar:
A) A competência determinada em razão de matéria, da pessoa ou da função é
derrogável por convenção das partes.
B) Prorrogar-se-ão as competências relativa e absoluta se o réu não alegar a
incompetência em preliminar de contestação.
C) A incompetência absoluta será alegada como preliminar de contestação, enquanto a
relativa será arguida por meio de exceção.
D) Caso a alegação de incompetência seja acolhida, o processo será extinto, sem
resolução de mérito.
E) A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição
e deve ser declarada de ofício.
(Gabarito E)
Marinoni et. al (2020, p.227) discorda deste posicionamento e entende que o foro
de eleição se diferencia do foro contratual, sendo o primeiro aquele eleito pelas partes
para dirimir conflitos oriundos dos mais diversos atos da vida civil, já o foro contratual
seria aquele estabelecido pelas partes para o cumprimento do contrato.
Por imposição do art. 10 do CPC, ainda que a questão seja suscitada ex officio, o
juiz não poderá decidir sem oportunizar a manifestação das partes.
Legislação Complementar
Art. 78 do Código Civil. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio
onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
Súmulas
Súmula nº 381 STJ. Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da
abusividade das cláusulas.
Súmula nº 335 STF. É válida a cláusula de eleição do foro para os processos oriundos do
contrato.
Enunciado do Fórum Permanente de Processualistas Civis
JURISPRUDÊNCIA
AGRAVO INTERNO NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE NULIDADE DE
ACORDO DE ACIONISTAS. CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO. VALIDADE.
SUMULA 335/STF. COMPROMISSO ARBITRAL. PRESENÇA. REGRAS DE
COMPETÊNCIA TERRITORIAL. NÃO OBSERVÂNCIA. 1. O propósito recursal consiste
em avaliar a decisão monocrática, a qual, de plano, estabeleceu o juízo competente para
a apreciação de lide acerca de questões societárias existentes entre J&F e MCL,
relativas à participação na sociedade ELDORADO. 2. Decisão agravada declarou a
competência da 2ª Vara Empresarial de Conflitos de Arbitragem da Comarca de São
Paulo/SP e, por consequência, retirar a eficácia as decisões proferidas pelo TJ/MS. 3.
De acordo com a Súmula nº 335/STF ?é válida a cláusula de eleição do foro para os
processos oriundos do contrato? e o Superior Tribunal de Justiça mantém essa mesma
orientação. Na hipótese, há cláusula de eleição de foro em contrato de compra e venda
de participação societária. 4. O Juízo Suscitante não demonstrou qualquer ilegalidade
da cláusula de eleição de foro e, assim, seu conteúdo deve se manter válido e íntegro,
o que afasta a competência do Juízo suscitante, em favor do Juízo suscitado. 5. A
presença de cláusula compromissória afasta a apreciação das controvérsias do Poder
Judiciário, considerando que o juízo arbitral possui prioridade lógica e temporal.
Precedentes. 6. Nos termos do art. 955, parágrafo único, I, do CPC/2015, nas hipóteses
de ofensa a súmulas do STF ou STJ, é permitido ao relator julgar, de plano, o conflito
de competência. 7. As alegações da agravante estão fundamentadas na premissa de
que a filial da Eldorado Brasil Celulose é localizada no Município de Três Lagoas/MS.
Entretanto, a Eldorado não é parte na ação originária. 8. Argumentos adicionais
apresentados no agravo interno são incapazes de infirmar a decisão agravada. 9.
Agravo interno não provido. (STJ - AgInt no CC: 171855 MS 2020/0095348-4, Relator:
Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 18/08/2020, S2 - SEGUNDA SEÇÃO,
Data de Publicação: DJe 21/08/2020)
QUESTÕES
• Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Registro - SP Prova: VUNESP - 2016
- Prefeitura de Registro - SP - Advogado
Em um contrato de adesão constou uma cláusula de eleição de foro que prejudicava a
parte mais vulnerável da relação jurídica. Nessa situação hipotética, no que diz respeito
à competência prevista no Código de Processo Civil, está correto afirmar que
A) qualquer ação judicial só poderá ser proposta no foro de eleição, por se tratar de
competência relativa.
B) apenas se a parte prejudicada requerer a nulidade de tal cláusula, a competência
pelo foro de eleição poderá ser afastada.
C) é possível que em casos como este o juiz declare a nulidade de tal cláusula de ofício,
declinando a competência para o domicilio do réu.
D) por se tratar de competência absoluta, a parte que sentir-se lesada pela eleição do
foro deverá manejar exceção de incompetência.
E) é possível que em casos como este o juiz declare a nulidade de tal cláusula de ofício,
declinando a competência para o domícilio do autor.
(Gabarito C)
• Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: COMPESA Prova: FGV - 2016 - COMPESA - Analista
de Gestão - Advogado
A respeito das disposições sobre Função Jurisdicional, assinale a afirmativa incorreta.
A) A continência entre duas ou mais ações ocorre quando há identidade quanto às partes
e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
B) Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um
deles já houver sido sentenciado.
C) A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é
inderrogável por convenção das partes.
D) As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo
foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações, mas a cláusula de eleição
de foro não vincula os herdeiros e sucessores.
E) A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de
contestação.
(Gabarito D)
Seção III
Da Incompetência
Para Marinoni et. al (2020, p.229) embora o rol seja taxativo, entende-se que deve
se admitir exceções. Para o autor, a decisão relacionada à competência deve ser
recorrível de forma imediata e não apenas quando da apelação (art.1.009, § 1º, CPC),
em razão do risco das decisões que podem ser invalidas ou substituídas pela previsão
do art. 64, § 3º, CPC, atrelado à gravidade das consequências do prosseguimento da
ação em juízo incompetente, passível inclusive de ação rescisória.
Súmulas:
Súmula 33 STJ. A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.
Súmula 282 STF. É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão
recorrida, a questão federal suscitada.
Enunciado 238 – FPPC. O aproveitamento dos efeitos de decisão proferida por juízo
incompetente aplica-se tanto à competência absoluta quanto à relativa.
JURISPRUDÊNCIA
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. APLICAÇÃO IMEDIATA DAS NORMAS
PROCESSUAIS. TEMPUS REGIT ACTUM. RECURSO CABÍVEL. ENUNCIADO
ADMINISTRATIVO N. 1 DO STJ. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA COM
FUNDAMENTO NO CPC/1973. DECISÃO SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. AGRAVO DE
INSTRUMENTO NÃO CONHECIDO PELA CORTE DE ORIGEM. DIREITO
PROCESSUAL ADQUIRIDO. RECURSO CABÍVEL. NORMA PROCESSUAL DE
REGÊNCIA. MARCO DE DEFINIÇÃO. PUBLICAÇÃO DA DECISÃO
INTERLOCUTÓRIA. RECURSO CABÍVEL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA OU EXTENSIVA DO INCISO III DO ART. 1.015 DO
CPC/2015. 1. É pacífico nesta Corte Superior o entendimento de que as normas de
caráter processual têm aplicação imediata aos processos em curso, não podendo ser
aplicadas retroativamente (tempus regit actum), tendo o princípio sido positivado no art.
14 do novo CPC, devendo-se respeitar, não obstante, o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada. 2. No que toca ao recurso cabível e à forma de sua
interposição, o STJ consolidou o entendimento de que, em regra, a lei regente é aquela
vigente à data da publicação da decisão impugnada, ocasião em que o sucumbente
tem a ciência da exata compreensão dos fundamentos do provimento jurisdicional que
pretende combater. Enunciado Administrativo n. 1 do STJ. 3. No presente caso, os
recorrentes opuseram exceção de incompetência com fundamento no Código
revogado, tendo o incidente sido resolvido, de forma contrária à pretensão dos autores,
já sob a égide do novo Código de Processo Civil, em seguida interposto agravo de
instrumento não conhecido pelo Tribunal a quo. 4. A publicação da decisão
interlocutória que dirimir a exceptio será o marco de definição da norma processual de
regência do recurso a ser interposto, evitando-se, assim, qualquer tipo de tumulto
processual. 5. Apesar de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015,
a decisão interlocutória relacionada à definição de competência continua desafiando
recurso de agravo de instrumento, por uma interpretação analógica ou extensiva da
norma contida no inciso III do art. 1.015 do CPC/2015, já que ambas possuem a mesma
ratio -, qual seja, afastar o juízo incompetente para a causa, permitindo que o juízo
natural e adequado julgue a demanda. 6. Recurso Especial provido. (RECURSO
ESPECIAL Nº 1.679.909 - RS (2017/0109222-3) RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE
SALOMÃO. QUARTA TURMA, julgado em 14.11.2017).
QUESTÕES
• Ano: 2020 Banca: VUNESP Órgão: FITO Prova: VUNESP - 2020 - FITO - Advogado
Sobre a incompetência absoluta ou relativa, assinale a alternativa correta.
A) Deverão ser alegadas como questão de mérito na contestação.
B) A absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição.
C) A absoluta não pode ser declarada de ofício.
D) Prorrogar-se-á a relativa se o réu alegar em preliminar de contestação.
E) A relativa não poderá ser alegada pelo Ministério público nas causas em que atuar.
(Gabarito B)
• Ano: 2017 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de Sabará - MG Prova:
CONSULPLAN - 2017 - Prefeitura de Sabará - MG - Advogado
Sobre a incompetência no Código de Processo Civil, assinale a alternativa
INCORRETA.
A) A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de
contestação.
B) A incompetência relativa não pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas
em que atuar.
C) Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo
competente.
D) A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição
e deve ser declarada de ofício.
(Gabarito B)
Na lição de Humberto Theodoro Junior (2021 p. 494), “a prorrogação pode ser: (a)
legal (ou necessária): quando decorre de imposição da própria lei, como nos casos de
conexão ou continência (arts. 54 a 56); (b) voluntária: quando decorre de ato de
vontade das partes, como no foro de eleição (art. 63), ou na falta de alegação de
incompetência relativa em preliminar de contestação ou de impugnação com base em
convenção de arbitragem (arts. 65 e 337, § 6º). A prorrogação, no entanto, em
quaisquer desses casos, pressupõe competência relativa, visto que juiz
absolutamente incompetente nunca se legitima para a causa, ainda que haja conexão
ou continência, ou mesmo acordo expresso entre os interessados.”
Neste último caso, segue-se a regra do art. 179, I quanto ao momento da alegação.
Desta forma, compreende-se que ainda que não haja alegação pelo réu da
incompetência relativa como matéria de defesa, intervindo o Ministério Público nos
autos e arguindo a incompetência, relativiza-se a preclusão.
Legislação Complementar
Art. 127 da CF. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional
do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interes-
ses sociais e individuais indisponíveis. § 1º São princípios institucionais do Ministério Público
a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. § 2º Ao Ministério Público é assegu-
rada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor
ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os
por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de
carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. § 3º O Ministério Público ela-
borará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orça-
mentárias. § 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária
dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo conside-
rará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. § 5º
Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os
limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. § 6º Durante a execução orçamen-
tária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações
que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previa-
mente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
• Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: TRT - 24ª REGIÃO (MS) Prova: FCC - 2017 - TRT - 24ª
REGIÃO (MS) - Analista Judiciário - Área Judiciária
Sobre a competência interna, de acordo com o Código de Processo Civil, é correto
afirmar:
A) Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em
preliminar de contestação.
B) A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, podendo
o autor, contudo, optar pelo foro do domicílio do réu ou de eleição.
C) Tramitando processo de recuperação judicial na Justiça Estadual, os autos serão
remetidos ao juízo federal competente no caso de intervenção de uma determinada
empresa pública federal.
D) O foro da Capital do Estado é competente para as causas em que seja autora a
União.
E) A citação válida torna prevento o juízo e, ainda quando ordenada por juiz
incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
(Gabarito A)
• Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: PGE-MT Prova: FCC - 2016 - PGE-MT - Procurador do
Estado
A respeito de competência absoluta e relativa, segundo legislação vigente,
A) a incompetência relativa não pode ser conhecida de ofício pelo Magistrado, pois deve
ser alegada pelo réu em exceção de incompetência, em peça apartada, no mesmo prazo
da contestação.
B) a competência prevista em lei para a execução fiscal, é de natureza funcional e,
assim, absoluta, de modo que pode ser declinada de ofício pelo Magistrado.
C) a incompetência, seja absoluta ou relativa, deve ser alegada pelo réu em
preliminar de contestação; todavia, caso não o faça no prazo legal, somente esta
última se prorroga.
D) o Código prevê que é possível a reunião de duas ações conexas no juízo prevento,
ainda que se trate de competência em razão da matéria, desde que haja interesse
público que justifique a união das demandas para único julgamento.
E) a incompetência territorial é relativa e, por isso, não pode ser conhecida de ofício pelo
Magistrado, razão pela qual se prorroga, caso não seja alegada no momento oportuno.
(Gabarito C)
Art. 66. Há conflito de competência quando:
Caberá ao Superior Tribunal de Justiça, nos termos do art. 105, I, “d”: “julgar os
conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102,
I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados
a tribunais diversos.”
Caberá ao Superior Tribunal Federal, nos termos do art. 102, I, "o" processar e
julgar: 102, I, "o": “os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e
quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro
tribunal.”
Súmulas
Súmula 59 STJ. Não há conflito de competência se já existe sentença com trânsito em julgado,
proferida por um dos juízos conflitantes.
Súmula 428 STJ. Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência
entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária.
Sumula 236 STJ. Não compete ao Superior Tribunal de Justiça dirimir conflitos de
competência entre juízes trabalhistas vinculados a Tribunais Regionais do Trabalho diversos.
JURISPRUDÊNCIA
• Ano: 2017 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TRE-TO Prova: CESPE - 2017 - TRE-
TO - Analista Judiciário - Área Judiciária
Determinado cidadão impetrou, na justiça cível estadual, mandado de segurança contra
ato do presidente do partido político ao qual é filiado, que lhe teria negado o direito de
concorrer ao cargo de vereador. Na oportunidade, questionou, ainda, a validade da
convenção partidária na qual foram escolhidos os candidatos do partido. Ao receber a
petição inicial, o juízo declinou sua competência para a justiça eleitoral. Posteriormente,
o juízo da zona eleitoral, por entender que a matéria referente a critérios do partido
político para a escolha de candidatos diz respeito à validade de ato interno do partido,
suscitou conflito de competência por entender que a competência seria do juízo que a
havia declinado.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta de acordo com a
legislação em vigor e com a jurisprudência dos tribunais superiores.
A) O conflito de competência deve ser decidido pelo Superior Tribunal de Justiça, e a
competência para exame do mandado de segurança é da justiça eleitoral. -
ELEITORAL. MANDADO DE SEGURANÇA. DECISÃO DE 1º GRAU. CONCESSÃO DE
LIMINAR PARA PARTICIPAÇÃO DE CHAPA EM CONVENÇÃO PARTIDÁRIA.
MATÉRIA INTERNA CORPORIS. REPERCUSSÃO NO PROCESSO ELEITORAL.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL. AUSÊNCIA DEDIREITO LÍQUIDO E
CERTO. SEGURANÇA DENEGADA. É cabível Mandado de Segurança, tendo em vista
o não cabimento de recurso contra as decisões interlocutórias no processo eleitoral. É
de competência da Justiça Eleitoral o julgamento de matéria interna corporis se e
quando desafiar reflexos diretos no processo eleitoral." Quando dois juízes vinculados a
“Justiças” diferentes estão divergindo acerca da competência, quem deverá julgar este
conflito? Quem julga o conflito entre um juiz de direito e um juiz eleitoral? STJ, nos
termos do art. 105, I, “d”, da CF/88: Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente: (...) d) os conflitos de competência entre quaisquer
tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele
não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos.
B) O conflito de competência deve ser decidido pelo Supremo Tribunal Federal, e a
competência para exame do mandado de segurança é da justiça estadual.
C) O conflito de competência deve ser decidido pelo Supremo Tribunal Federal, e a
competência para exame do mandado de segurança é da justiça eleitoral.
D) O conflito de competência não deve ser conhecido porque esse incidente somente
pode ser suscitado pelas partes ou pelo Ministério Público.
E) O conflito de competência deve ser decidido pelo Superior Tribunal de Justiça, e a
competência para exame do mandado de segurança é da justiça estadual.
(Gabarito A)
• Ano: 2019 Banca: Quadrix Órgão: CRA-PR Prova: Quadrix - 2019 - CRA-PR -
Advogado I
No que se refere à ordem dos processos de competência originária dos tribunais, julgue
o item a seguir.
O conflito de competência, positivo ou negativo, uma vez suscitado, suspende
automaticamente o processo.
a) Certo
b) Errado.
(Gabarito B)
CAPÍTULO II
DA COOPERAÇÃO NACIONAL
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
• Ano: 2021 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-PA Prova: INSTITUTO AOCP - 2021
- PC-PA - Delegado de Polícia Civil
De acordo com o Código de Processo Civil, as causas cíveis serão processadas e
decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de
instituir juízo arbitral, na forma da lei. Quanto a esse tema, é correto afirmar que
A) determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição
inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência
absoluta.
B) a competência, obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, é
determinada pelas normas previstas no Código de Processo Civil ou em legislação
especial, pelas normas de organização judiciária, mas não pelas constituições dos
Estados.
C) a ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será
proposta, em regra, no foro em que se encontra o bem.
D) a ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, mas
este não será competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento
de disposições testamentárias.
E) é incompetente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União.
(Gabarito A)
• Ano: 2021 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-PA Prova: INSTITUTO AOCP - 2021
- PC-PA - Delegado de Polícia Civil
Sobre a competência no processo civil, assinale a alternativa correta.
A) A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será
proposta, em regra, no foro de domicílio do autor.
B) Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis, é competente o foro de
situação da coisa. O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de
eleição se o litígio recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e
demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
C) Após a citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz
de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio
do réu.
D) É competente o foro de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de
reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive
aeronaves.
E) É competente o foro onde a obrigação deve ser satisfeita para as causas em que seja
autora a União.
(Gabarito B)
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
• Ano: 2021 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: MPE-MG Prova: FUNDEP
(Gestão de Concursos) - 2021 - MPE-MG - Promotor de Justiça Substituto
Assinale a alternativa INCORRETA quanto à cooperação internacional:
A) Cabe aos tratados internacionais disciplinar a cooperação internacional.
B) A reciprocidade pode suprir a ausência de tratados; desnecessária, contudo, na
hipótese de homologação de sentença estrangeira.
C) Devidamente autorizada pela via diplomática, a autoridade central nacional
comunicará ou dará tramitação ao auxílio direto ativo.
D) Ao Ministério Público cabe a adoção de atos à satisfação do pedido de auxílio direto,
quando indicado como autoridade central.
(Gabarito C)
• Ano: 2021 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-PA Prova: INSTITUTO AOCP - 2021
- PC-PA - Delegado de Polícia Civil
Acerca da modificação da competência, prevista no Código de Processo Civil, assinale
a alternativa correta.
A) Reputam-se conexas duas ou mais ações quando houver identidade quanto às partes
e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
B) A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é
inderrogável por convenção das partes.
C) A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão
decididas sucessivamente.
D) Dá-se a continência entre duas ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a
causa de pedir.
E) Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de
prolação de decisões conflitantes ou contraditórias, caso decididos separadamente,
salvo se não houver conexão entre eles.
(Gabarito B)
I - auxílio direto;
De forma a tornar palpável o novo rumo que toma a cooperação nacional externa
com a égide do CPC atual, o art. 69 traz um rol exemplificativo de meios que podem
ser usados como Meios de cooperação jurisdicional. Entre eles, temos:
i. Auxílio direto
Portaria nº 40/2012 do CNJ. Designa os membros dos Comitês Executivos Estaduais da Rede
Nacional de Cooperação Judiciária.
Enunciado 5 – FPPC: (art. 69, § 3º). O pedido de cooperação jurisdicional poderá ser realizado
também entre o árbitro e o Poder Judiciário. (Grupo: Arbitragem – Enunciado aprovado por
aclamação).
Legislação Complementar
Art. 103-B, § 4º, I, CF (incluído pela EC 45/2004). O Conselho Nacional de Justiça compõe-
se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução,
sendo: […] § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do
Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de
outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: I - zelar pela
autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo
expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
Art. 3º, Lei 11.101/2005 (Lei de Falência). É competente para homologar o plano de
recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local
do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
• Ano: 2017 Banca: IADES Órgão: CRF - DF Prova: IADES - 2017 - CRF - DF - Analista
l - Advogado
Sobre jurisdição, competência e cooperação internacional, à luz do Novo Código de
Processo Civil (NCPC), assinale a alternativa correta.
A) A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado
à autoridade judiciária, com exclusividade, cabendo ao Estado requerente assegurar a
autenticidade e a clareza do pedido.
B) Cabe auxílio direto quando a medida decorrer diretamente de decisão de autoridade
jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.
C) O ato de apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de
atividade jurisdicional compete ao juízo estadual do lugar em que deva ser executada a
medida.
D) Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à
parte interessada na medida, que a requererá em juízo. Neste sentido, o NCPC veda a
atribuição ao Ministério Público do status de autoridade central, para fins de auxílio
direto.
E) Quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato
internacional, arguida pelo réu na contestação, o processamento e o julgamento da ação
não competem à autoridade judiciária brasileira. Todavia, tal restrição à jurisdição
nacional não se aplica aos casos de competência internacional exclusiva, como nos
casos relativos a imóveis situados no território da República Federativa do Brasil.
(Gabarito E)
• Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: TRF - 3ª REGIÃO Prova: FCC - 2019 - TRF - 3ª
REGIÃO - Técnico Judiciário – Administrativa.
De acordo com o Código de Processo Civil, o pedido de cooperação jurisdicional, no
âmbito nacional:
A) exige forma prevista em lei, podendo ser executado como atos concertados entre os
juízes cooperantes.
B) exige forma prevista em lei, podendo ser executado como prestação de informações.
C) exige forma prevista em lei, podendo ser executado como reunião de processos.
D) prescinde de forma específica, podendo ser executado como auxílio direto.
E) prescinde de forma específica, desde que realizado entre órgãos jurisdicionais do
mesmo ramo do Poder Judiciário.
(Gabarito D)
LIVRO III
TÍTULO I
CAPÍTULO I
DA CAPACIDADE PROCESSUAL
Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem
capacidade para estar em juízo.
O incapaz pode figurar como autor ou réu em uma demanda, mas, se não tiver
representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, o juiz deverá
nomear lhe curador especial (art. 72, I do CPC).
Súmulas
Súmula 525 do STJ. A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas
personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos
institucionais.
Legislação Complementar
Art. 4º do CC. São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - os
maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em
tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua
vontade; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por
legislação especial.
Art. 5º do CC. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores,
a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz,
ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo
exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde
que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Art. 6º da Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). A deficiência não afeta a
plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: I - casar-se e constituir união estável; II -
exercer direitos sexuais e reprodutivos; III - exercer o direito de decidir sobre o número de
filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; IV
- conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; V - exercer o direito à
família e à convivência familiar e comunitária; e, VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à
curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas.
Art. 8º da Lei nº 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais). Não poderão ser partes, no processo
instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas
públicas da União, a massa falida e o insolvente civil. § 1o Somente serão admitidas a propor
ação perante o Juizado Especial: I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de
direito de pessoas jurídicas; II - as pessoas enquadradas como microempreendedores
individuais, microempresas e empresas de pequeno porte na forma da Lei Complementar no
123, de 14 de dezembro de 2006; III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999; IV
- as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de
14 de fevereiro de 2001; § 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por
advogado, quando a causa o recomendar.
JURISPRUDÊNCIA
• Ano: 2016 Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: MPE-PR - 2016 - MPE-PR -
Promotor Substituto
Sobre a disciplina dos sujeitos do processo, de seus direitos e deveres, no Código de
Processo Civil de 2015, assinale a alternativa correta:
A) A capacidade para estar em juízo é exclusiva dos maiores de dezoito anos, dos
menores cuja incapacidade cessou por conta das hipóteses legais do Código Civil e
das pessoas jurídicas;
B) O menor de idade tem capacidade para estar em juízo, mas não possui capacidade
processual;
C) A ação reipersecutória de bem imóvel não exige citação do cônjuge casado em
comunhão universal, pois não é ação possessória;
D) A parte que age de má-fé, como o autor que altera a verdade dos fatos ao narrá-los
na petição inicial, será punida com multa superior a um por cento e inferior a dez por
cento do valor corrigido da causa, não se cumulando nenhuma outra consequência
jurídica pelo ato praticado;
E) Como o benefício da gratuidade da justiça depende da demonstração de prejuízo
próprio ou da família, considera-se que essa garantia de acesso à justiça é válida
apenas para pessoas físicas.
(Gabarito B)
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor
ou por curador, na forma da lei.
Não tem capacidade de estar em juízo quem não dispõe de aptidão civil para
praticar atos jurídicos materiais, como os menores.
A doutrina assim dispõe: “O incapaz não tem capacidade de estar em juízo, ad-
quirindo-a no caso concreto pela presença de seus pais, tutor ou curador, na forma
da lei. É preciso observar que a incapacidade civil relativa e absoluta é resolvida no
âmbito das relações jurídicas de direito material, com a intervenção de um assistente
ou um representante, respectivamente. No âmbito processual, a representação impor-
tará a realização de atos de parte exclusivamente pelo representante, enquanto na
assistência haverá realização conjunta dos atos. A distinção de o incapaz ser repre-
sentado ou assistido é novidade do art. 71 do Novo CPC, já que o art. 8o do CPC/1973
se limita a prever a circunstância de o incapaz ser representado em juízo. Ainda assim,
é mais adequada a manutenção do termo “representante processual”, que além de
devidamente consagrado, independentemente de se tratar de incapacidade absoluta
ou relativa, evita confusões com o terceiro interveniente pela assistência, chamado de
assistente” (NEVES, 2016, p. 98).
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: SEFAZ-SC Prova: FCC - 2018 - SEFAZ-SC - Auditor-
Fiscal da Receita Estadual - Gestão Tributária (Prova 3)
Quanto aos sujeitos do processo, é correto afirmar:
A) Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte,
o juiz de imediato extinguirá o processo, por falta de pressuposto essencial de
admissibilidade.
B) Nem toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para
estar em juízo, o que pressupõe capacidade postulatória.
C) O juiz nomeará curador especial ao réu preso, revel ou não, bem como ao citado
com hora certa ou por edital, desde que os direitos sejam indisponíveis.
D) Os cônjuges não necessitam do consentimento um do outro para propor qualquer
ação, de direito pessoal ou real, seja qual for o regime matrimonial de bens, pois são
isonômicos os seus direitos.
E) Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é
indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticados.
(Gabarito E)
• Ano: 2019 Banca: AMEOSC Órgão: Prefeitura de São Miguel do Oeste - SC Prova:
AMEOSC - 2019 - Prefeitura de São Miguel do Oeste - SC - Advogado.
Julgue os itens a seguir sobre a capacidade processual de acordo com o Código de
Processo Civil:
I - O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre
direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de
bens;
II - Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte,
o juiz julgará extinto o processo sem julgamento de mérito;
III - O incapaz tem capacidade para estar em juízo independente de assistência ou
representação;
IV - Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é
indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticados.
Dos itens acima:
A) Apenas os itens II e IV estão corretos.
B) Apenas os itens I e IV estão corretos.
C) Apenas os itens II e III estão corretos.
D) Apenas os itens I e II estão corretos.
(GABARITO B)
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora
certa, enquanto não for constituído advogado.
O inciso II, nada tem a ver com o assunto capacidade processual. A justificativa
para sua previsão conjunta com o inciso I, é somente pelo intuito comum a ambas:
prestar tutela à paridade de armas no processo civil. Neste ponto, não basta ser réu
preso. Exige-se à revelia, ao contrário do que o CPC/73 que ampliava a qualquer réu.
Curador especial somente se justifica se o curatelado não tiver advogado (nos casos
do inciso II). Atuação enquanto não houver advogado constituído nos autos.
Nesse sentido, entende a doutrina: “O curador especial tem como função defen-
der os interesses da parte no processo quando assim disciplinado por lei. Ao ser no-
meado pelo juiz, condição sine qua non para que exista, o curador especial legitima-
se a exercer todas as situações jurídicas passivas e ativas da parte por ele tutelada,
exercendo um munus público exclusivamente dentro do processo” (NEVES, 2016, p.
99).
Súmula 196 do STJ. Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel,
será nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos.
Legislação Complementar
Art. 134 da CF. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional
do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamen-
talmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os
graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita,
aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. § 1º Lei
complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios
e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, pro-
vidos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus
integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribui-
ções institucionais. § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia fun-
cional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabe-
lecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º; § 3º
Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal; § 4º São
princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência
funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96
desta Constituição Federal.
Art. 135 da CF. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste
Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
• Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: TRT - 21ª Região (RN) Prova: FCC - 2017 - TRT - 21ª
Região (RN) - Analista Judiciário - Área Judiciária
De acordo com o novo Código de Processo Civil, o juiz nomeará curador especial:
A) ao preso, seja ele autor ou réu.
B) ao réu preso, desde que revel.
C) a todo réu revel.
D) ao réu revel citado por edital, mas não ao revel citado com hora certa.
E) a toda pessoa menor de 18 anos, seja ela autora ou ré. (Gabarito B).
• Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-AM Prova: CESPE - 2019 - TJ-AM
- Assistente Judiciário
Acerca dos sujeitos do processo, julgue o item seguinte.
Se os interesses do incapaz colidirem com aqueles do seu representante legal, o juiz
nomeará um curador especial.
Certo
Errado
(Gabarito Certo)
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor
ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o
regime de separação absoluta de bens.
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o
regime de separação absoluta de bens;
Quanto ao teor do § 3º, note-se que a União Estável é uma situação de fato,
tendo como marca a informalidade (inclusive sendo essa sua grande vantagem), o
que faz desse artigo um grande problema, pois não é exatamente controlável,
tampouco pública a situação de União Estável.
Súmula
Súmula 377 do STF. No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na
constância do casamento.
Provimento CNJ
Provimento nº 37 do CNJ. Dispõe sobre o registro de união estável, no Livro "E", por Oficial
de Registro Civil das Pessoas Naturais.
Legislação Complementar
Art. 226, § 3º, da CF. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. [...] § 3º
Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
Art. 1.644 do CC. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam
solidariamente ambos os cônjuges.
Art. 1.663 do CC. A administração do patrimônio comum compete a qualquer dos cônjuges. §
1º. As dívidas contraídas no exercício da administração obrigam os bens comuns e
particulares do cônjuge que os administra, e os do outro na razão do proveito que houver
auferido. § 2º. A anuência de ambos os cônjuges é necessária para os atos, a título gratuito,
que impliquem cessão do uso ou gozo dos bens comuns. § 3º. Em caso de malversação dos
bens, o juiz poderá atribuir a administração a apenas um dos cônjuges.
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
• Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Campinas - SP Prova: FCC - 2016 -
Prefeitura de Campinas - SP - Procurador
Em relação à capacidade processual, é correto afirmar:
Alternativas
A Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte,
o juiz extinguirá o processo na primeira hipótese e suspendê-lo-á na hipótese de
irregularidade.
B O juiz nomeará curador especial ao réu preso revel, bem como ao réu revel citado
por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado.
C Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação que verse sobre
direto real, mobiliário ou imobiliário.
D A falta de consentimento de um cônjuge a outro, para ajuizamento de demandas,
quando necessário mas não suprido pelo juiz, caracteriza mera irregularidade
processual.
E A sociedade ou associação sem personalidade jurídica pode opor a irregularidade de
sua constituição quando demandada, por não possuir capacidade postulatória.
(Gabarito B)
• Ano: 2018 Banca: IDHTEC Órgão: CRQ - 19ª Região (PB) Prova: IDHTEC - 2018 -
CRQ - 19ª Região (PB) - Advogado
Sobre a capacidade processual das partes, assinale a alternativa correta no que tange
a atuação do cônjuge da parte processual.
Alternativas
A É sempre indispensável ao cônjuge o consentimento do outro para propor ação que
verse sobre direito real imobiliário.
B Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é
dispensável nas hipóteses de composse ou de ato praticado por ambos.
C É dispensável a citação de ambos os cônjuges para a ação resultante de fato que
diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles.
D Na ação que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus
sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges, a citação de ambos os cônjuges é
necessária.
E É dispensável a citação de ambos os cônjuges para a ação fundada em dívida
contraída por apenas um dos cônjuges a bem da família.
(Gabarito D)
Legislação Complementar
Art. 1.648 do CC. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um
dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
Art. 1.649 do CC. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647),
tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois
anos depois de terminada a sociedade conjugal. Parágrafo único. A aprovação torna válido o
ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado.
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
• Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de São Miguel Arcanjo - SP Prova:
VUNESP - 2019 - Câmara de São Miguel Arcanjo - SP - Procurador Legislativo
No que diz respeito à capacidade processual dos cônjuges, assinale a alternativa
correta.
Alternativas
A O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre
direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de comunhão total de bens.
B Basta a citação de apenas um dos cônjuges para ações que tenham por objeto o
reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos
os cônjuges.
C Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para ação resultante de fato que
diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles, desde que casados
pelo regime de separação absoluta de bens.
D Para as ações fundadas em dívida contraída por um dos cônjuges relativa a bem da
família, basta a citação do cônjuge que contraiu a dívida.
E Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é
indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.
(Gabarito E)
• Ano: 2017 Banca: FMP Concursos Órgão: MPE-RO Prova: FMP Concursos - 2017 -
MPE-RO - Promotor de Justiça Substituto
Levando em consideração o disposto no Código de Processo Civil no que diz respeito
à capacidade processual, assinale a alternativa CORRETA.
A O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre
direito real imobiliário, independentemente do regime de bens.
B Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação que verse sobre
direito real sobre bens móveis.
C Poderá haver a citação de apenas um dos cônjuges para ação fundada em dívida
contraída por um dos cônjuges a bem da família.
D Poderá haver a citação de apenas um dos cônjuges para ação que tenha por objeto
o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de
ambos os cônjuges.
E O juiz nomeará curador especial ao réu preso revel, bem como ao réu revel citado
por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado.
(Gabarito E)
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
Entretanto, vale destaque a releitura feita por Daniel Neves acerca dos
ensinamentos de Pontes de Miranda: “É antiga e tradicional a lição de Pontes de
Miranda que distingue presentação e representação: quando a parte se faz presente
em juízo por meio de seus órgãos, não existe tecnicamente representação, mas
presentação. Dessa forma, apesar do caput do artigo ora analisado mencionar
expressamente “representação”, somente as partes indicadas nos incisos V, VI, VIII e
X são efetivamente representadas em juízo pelos sujeitos previstos no dispositivo
legal, enquanto as partes indicadas nos incisos I, II, III, IV, VII e IX são presentadas
pelos sujeitos previstos no artigo ora comentado. Na hipótese de presentação não
existe necessidade de procuração, mandato nem qualquer forma de outorga de
poderes” (NEVES, 2016, p. 106).
Súmula
Súmula 644 do STF. Ao titular do cargo de procurador de autarquia não se exige a
apresentação de instrumento de mandato para representá-la em Juízo.
Legislação Complementar
Art. 131 da CF. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de
órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos
da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de
consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. § 1º - A Advocacia-Geral da União
tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República
dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-
se-á mediante concurso público de provas e títulos. § 3º - Na execução da dívida ativa de
natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, observado o disposto em lei.
Art. 132 da CF. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira,
na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da
Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial
e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. Parágrafo único. Aos
procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo
exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório
circunstanciado das corregedorias.
Art. 46, III, do CC. O registro declarará: [...] III - o modo por que se administra e representa,
ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
Art. 47 do CC. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites
de seus poderes definidos no ato constitutivo.
Art. 1.323 do CC. Deliberando a maioria sobre a administração da coisa comum, escolherá o
administrador, que poderá ser estranho ao condomínio; resolvendo alugá-la, preferir-se-á, em
condições iguais, o condômino ao que não o é.
Art. 1.324 do CC. O condômino que administrar sem oposição dos outros presume-se
representante comum.
Art. 1.325 do CC. A maioria será calculada pelo valor dos quinhões. § 1º. As deliberações
serão obrigatórias, sendo tomadas por maioria absoluta. § 2º. Não sendo possível alcançar
maioria absoluta, decidirá o juiz, a requerimento de qualquer condômino, ouvidos os outros. §
3º. Havendo dúvida quanto ao valor do quinhão, será este avaliado judicialmente.
Art. 1.326 do CC. Os frutos da coisa comum, não havendo em contrário estipulação ou
disposição de última vontade, serão partilhados na proporção dos quinhões.
Art. 1.819 do CC. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo
notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e
administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à
declaração de sua vacância.
Art. 1.821 do CC. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas
reconhecidas, nos limites das forças da herança.
Art. 1.822 do CC. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que
legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens
arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas
respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em
território federal. Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os
colaterais ficarão excluídos da sucessão.
Art. 1.823 do CC. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta
desde logo declarada vacante.
Art. 22, § 1º, Lei nº 4.591/1964 (Lei do Condomínio). Será eleito, na forma prevista pela
Convenção, um síndico do condomínio, cujo mandato não poderá exceder de 2 anos,
permitida a reeleição. § 1º Compete ao síndico: a) representar ativa e passivamente, o
condomínio, em juízo ou fora dele, e praticar os atos de defesa dos interesses comuns, nos
limites das atribuições conferidas por esta Lei ou pela Convenção; b) exercer a administração
interna da edificação ou do conjunto de edificações, no que respeita à sua vigência,
moralidade e segurança, bem como aos serviços que interessam a todos os moradores; c)
praticar os atos que lhe atribuírem as leis a Convenção e o Regimento Interno; d) impor as
multas estabelecidas na Lei, na Convenção ou no Regimento Interno; e) cumprir e fazer
cumprir a Convenção e o Regimento Interno, bem como executar e fazer executar as
deliberações da assembleia; f) prestar contas à assembleia dos condôminos. g) manter
guardada durante o prazo de cinco anos para eventuais necessidade de verificação contábil,
toda a documentação relativa ao condomínio.
Art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009 (Lei do Mandado de Segurança). Ao despachar a inicial, o
juiz ordenará: [...] II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa
jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo,
ingresse no feito;
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
• Ano: 2018 Banca VUNESP Órgão: Prefeitura de Bauru - SP Prova: VUNESP - 2018 -
Prefeitura de Bauru - SP - Procurador Jurídico
A relação jurídica processual possui requisitos próprios, denominados pressupostos
processuais, que devem estar presentes a fim de que esse processo suporte resolução
de mérito da relação jurídica material que está por detrás da lide. Sobre a capacidade
processual, como pressuposto da relação jurídica processual, é correto afirmar que
Alternativas
A toda pessoa, que se encontre no exercício de seus direitos ou não, tem capacidade
para estar em juízo.
B o juiz nomeará curador especial ao réu citado pelo correio, enquanto não for
constituído advogado.
C o Município será representado em juízo, ativa e passivamente, por seu prefeito ou
procurador.
D o cônjuge não necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse
sobre direito real imobiliário.
E verificada a incapacidade processual, o juiz, de plano, deve extinguir o processo, sem
resolução de mérito.
(Gabarito C)
• Ano: 2019 Banca: Itame Órgão: Prefeitura de Senador Canedo - GO Prova: Itame -
2019 - Prefeitura de Senador Canedo - GO - Procurador Municipal
Sobre a capacidade processual definida no Código de Processo Civil, é correto afirmar:
A Nas ações possessórias, não é exigida a participação do cônjuge do autor ou do réu
nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado;
B O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre
direito real imobiliário, qualquer que seja o regime de bens do casamento;
C O Município será representado em juízo, ativa e passivamente, por seu prefeito ou
procurador;
D Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte,
o juiz extinguirá o processo sem resolução de mérito, sem necessidade de intimação
das partes.
(Gabarito C)
Súmulas
Súmula 456 do TST. Representação. Pessoa jurídica. Procuração. Invalidade. Identificação
do outorgante e de seu representante. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 373 da
SBDI-1 com nova redação). É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa
jurídica que não contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração,
pois estes dados constituem elementos que os individualizam.
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÕES
• Ano: 2017 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SEDF Prova: CESPE - 2017 - SEDF
- Analista de Gestão Educacional - Direito e Legislação
Julgue o item a seguir, relativo a normas processuais civis, capacidade processual e
postulatória e intervenção de terceiros.
Após a juntada da procuração nos autos de uma relação processual, é vedado ao
constituinte revogar os poderes conferidos ao seu advogado sem a anuência deste.
Alternativas
Certo
Errado
(Gabarito Errado)
• Ano: 2020 Banca: Dédalus Concursos Órgão: COREN-SC Prova: Dédalus Concursos
- 2020 - COREN-SC - Advogado
De acordo com o Código Processual Civil em vigor, se um dos polos do processo for
ocupado por quem não tem capacidade de ser parte, ter-se-á:
A Declaração de nulidade do processo e remessa dos autos ao juízo competente, pois
há casos em que a falta de um pressuposto processual de validade ensejará a nulidade
do processo, mas não a sua extinção.
B Extinção do processo sem resolução do mérito, uma vez que a falta de um
pressuposto processual constitui matéria de ordem pública, devendo ser declarada de
ofício pelo juiz a qualquer tempo e grau de jurisdição.
C Prazo dado pelo juiz para regularização, pois há pressupostos processuais cuja
inobservância pode acarretar a extinção do processo, mas antes deve o juiz permitir a
sua regularização.
D Homologação da desistência da ação, que não se confunde com a renúncia ao direito
em que ela se funda.
E Extinção do processo com resolução do mérito, pois algumas ações têm cunho
personalíssimo e não se transmitem por força de sucessão.
(Gabarito C)