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PRÁTICA PROCESSUAL
CONSTITUCIONAL
PARA A SEGUNDA FASE DO
EXAME DA ORDEM DOS
ADVOGADOS DO BRASIL
DEDICATÓRIAS
APRESENTAÇÃO:
Prezado Examinando,
É com grande satisfação que apresento a vocês o nosso material preparatório para a prova
prático-profissional de Direito Constitucional, popularmente conhecida como Segunda Fase da
OAB. Através dela, iremos revisar os principais pontos do Direito Constitucional cobrado nos
diversos exames da OAB, desde a unificação da prova. Faremos, também, um estudo
sistematizado do Direito Constitucional Processual, abordando e trabalhando as peças
processuais que envolvem:
1) Petições Iniciais:
1.2 – Dos Remédios Constitucionais: Habeas Corpus – HC, Habeas Data – HD,
Mandado de Injunção – MI, Mandado de Injunção Coletivo – MIC, Mandado de
Segurança – MS, Mandado de Segurança Coletivo – MSC, Ação Popular – AP, Ação Civil
Pública - ACP.
1.3 - Outras ações: Ação Pelo Rito Comum, Reclamação Constitucional, Impugnação de
Mandato Eletivo, ADI Estadual (Representação de Inconstitucionalidade), Ação de
Revisão de Decisão de Mandado de Injunção, etc.
bem utilizar todo este tempo. Certamente, o maior vilão de um mau desempenho é o fator
“tempo”. Isto ocorre pelo fato de a peça prático-profissional tomar, geralmente, muito
tempo de prova do candidato, e se não houver um controle deste, certamente sobrará
pouquíssimo tempo para responder as perguntas abertas. Com a preocupação do pouco
tempo, o candidato não irá fazer uma pesquisa em boas condições. Por esta razão, tanto
nossa apostila quanto o nosso curso direcionará para a feitura e o treinamento das peças,
é claro, mas sem deixar de lado o treino para a resposta das questões abertas, que
envolvem:
Outra preocupação dos candidatos deverá estar no aspecto formal da prova. A prova
prático-profissional, por ser escrita, deverá seguir uma série de regras, que se não observadas,
levará o candidato direto para a reprovação. São elas:
NÃO É PERMITIDO
Todas as peças processuais sejam elas petições, defesas ou recursos, possuem uma
forma procedimental, que em regra, contém: ENDEREÇAMENTO OU VOCATIVO
(Competência), PREÂMBULO, FATOS, FUNDAMENTAÇÃO, TUTELAS DE URGÊNCIA e PEDIDOS E
REQUERIMENTOS.
Pois bem, trataremos de forma geral cada um desses aspectos, e quando abordarmos
particularmente cada peça, falaremos das peculiaridades de cada um desses tópicos:
É necessário saber que alguns elementos do caso proposto pode mudar a competência
ou o endereçamento de uma ação, como por exemplo, a legitimidade ativa e passiva (Ex:
Ações contra o Presidente da República, União, Ministro de Estado), a matéria da ação (Ex:
direito líquido e certo, ofensa ao patrimônio histórico e cultural, liberdade de locomoção,
retificação de dados, falta de norma regulamentadora, declaração de inconstitucionalidade ou
constitucionalidade, lesão a preceito fundamental, omissão inconstitucional, etc.) o momento
processual (Ex: Recurso Especial para o STJ, ou Recurso Extraordinário para o STF), o território
(Ex: Estado X ou Y).
Observação: Qualquer dado relacionado ao Tribunal, Turma, Vara, etc. será informado
na questão. Caso não seja informado, você deve manter-se silente, apenas indicando
com o tracinho___ ou ... .
2 – PREÂMBULO
O preâmbulo da peça é uma síntese de apresentação dos dados para identificação das
partes litigantes do processo (polos ativo e passivo), da peça processual, do momento em que
se encontra o processo e dos fundamentos legais processuais (apenas menção aos artigos
justificadores da peça proposta).
Apesar de ser fácil, é preciso tomar alguns cuidados com o preâmbulo, pois além de ser
pontuado, pode dar muito trabalho e tomar muito tempo da prova e qualquer erro do
candidato (invenção de dados) pode fazer com que a sua prova seja zerada. Perceba-se que na
prova de Direito Constitucional do XVIII Exame, o preâmbulo foi gigantesco por haver várias
pessoas no polo passivo e, praticamente, ocupou uma página inteira de vários candidatos.
O preâmbulo deve fazer referência ao advogado, (mesmo na ação de Habeas Corpus que
não necessita de advogado é preciso constar os dados). Ex: ...vem por meio de seu advogado,
com inscrição na OAB ...., endereço para comunicações judiciais...,endereço eletrônico...
(artigo 287 do Novo CPC). Em, se tratando de uma prova para a OAB, obviamente qualquer HC
que se peça, será para o então, futuro advogado, que está sendo examinado. Não se deve
esquecer também de mencionar que a procuração ou o instrumento de mandado encontra-se
anexo (Ex: conforme procuração anexa, nos termos do artigo 287, CPC).
Quanto ao nome das partes, o artigo 319 do Novo CPC, aduz que deve constar o nome e o
prenome, dentre outras qualificações. Acontece que a prova da OAB poderá trazer um caso
concreto contendo apenas o nome do litigante que será seu cliente como, por exemplo,
PEDRO. Assim, se a prova não trouxer o restante do nome, não deve o examinando inventar
um. Neste caso, o examinando apenas irá escrever PEDRO..... Muito cuidado deve se ter
também com o estado civil e com a possibilidade de o enunciado informar que o seu cliente
está em “união estável”, caso em que deve-se escrever “companheiro” ou “companheira”
(outra novidade trazida pelo Novo CPC). Ainda no preâmbulo deve ser informada a
nacionalidade, o endereço, o endereço eletrônico, com instrumento de procuração do
advogado nos termos do artigo 287 do Novo CPC (antigo artigo 39 do CPC de 1973) pois, não
se deve inventar dado algum, sob pena de identificação de sua prova. Assim, naquilo que a
prova for silente, você também o será, fazendo apenas menção aos indicativos obrigatórios
(Estado civil..., nacionalidade...).
não a peça processual cobrada na sua prova e sua fundamentação. Por esta razão,
recomendamos que o examinando escreva o nome da sua peça em letra de forma. Por
exemplo: MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO ou AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE MEDIDA
LIMINAR ou HABEAS CORPUS... Quanto à fundamentação legal, deverá o examinando incluir
somente aquelas que dizem respeito tipo processual adequado ao caso concreto, podendo,
utilizar mais de um fundamento. Se, por exemplo, identificássemos supostamente uma AÇÃO
POPULAR, poderíamos utilizar os seguintes fundamentos: O art. 5, LXXIII, CF /88, a Lei 4.717/65
e ainda o artigo 319 do CPC.
Ainda sobre o preâmbulo, é preciso que o candidato se atente aos verbos utilizados para
cada tipo de ação. Assim, sugerimos:
1) Remédios Constitucionais: HC, HD, MS, MI, Ação Popular, Ação Civil Pública o verbo
deverá ser: impetrar;
2) Outras petições iniciais: ADI, ADC, ADO, ADPF, Ação Pelo Rito Comum, Reclamação
Constitucional o verbo deverá ser: propor;
3) Recursos: Para o Agravo de Instrumento, Apelação, Recurso Especial, Recurso
Extraordinário, Recurso Ordinário Constitucional o verbo deverá ser: interpor;
4) Embargos: Para os Embargos de Declaração, Embargos de Divergência o verbo deverá
ser: opor;
5) Defesas: Para a Contestação o verbo deverá ser: apresentar.
Vejamos alguns exemplos de preâmbulos, imaginando que nosso cliente é sempre o PEDRO,
nas seguintes ações:
1) Mandado de Segurança:
PEDRO ...., estado civil..., nacionalidade..., profissão..., residente e domiciliado
na ....., bairro..., cidade...., estado..., com endereço eletrônico..., inscrito no cadastro
de pessoas físicas (CPF) sob o número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o
número...., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado, com endereço
eletrônico... (termo de procuração anexa nos termos do artigo 287 do Código de
Processo Civil), perante Vossa Excelência, impetrar, com fulcro no artigo 5, LXIX, da
Constituição Federal e artigo 1 e seguintes da Lei 12.016 /09 e artigo 319 do Código de
Processo Civil, MANDADO DE SEGURANÇA, contra ato da autoridade coatora
NOME...., estado civil, nacionalidade, profissão, inscrito no CPF sob o n. ... e RG sob o
n...., com endereço na ....., bairro..., cidade...., estado..., e endereço eletrônico..., pelos
fatos e fundamentos que passa a expor:
2) Ação popular:
PEDRO ...., estado civil, nacionalidade, profissão, residente e domiciliado na
....., bairro..., cidade...., estado..., inscrito no cadastro de pessoas físicas (CPF) sob o
número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o número...., cidadão em pleno gozo
de seus direitos políticos, com título de eleitor número..., zona...., seção...., e endereço
eletrônico..., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado, que a esta subscreve,
com inscrição na OAB de número..., com endereço para comunicações judiciais na .....,
bairro...,cidade..., estado..., e endereço eletrônico... (procuração anexa), nos termos
do artigo 287 do CPC, perante Vossa Excelência, impetrar, com fulcro no artigo 5,
LXXIII, da Constituição Federal e artigo 1 e seguintes da Lei 4.717 /65 e artigo 319 do
CPC,
AÇÃO POPULAR,
contra ato do NOME...., estado civil, nacionalidade, profissão, inscrito no CPF
sob o n...., e RG sob o n...., com endereço na ....., bairro..., cidade...., estado..., e
endereço eletrônico..., pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
3) Mandado de Injunção:
PEDRO ...., estado civil, nacionalidade, profissão, residente e domiciliado na
....., bairro..., cidade...., estado..., com endereço eletrônico..., inscrito no cadastro de
pessoas físicas (CPF) sob o número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o
número...., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado que a esta subscreve,
com inscrição na OAB de número..., com endereço para comunicações judiciais na .....,
bairro...,cidade..., estado... e endereço eletrônico (procuração anexa), nos termos do
artigo 287 do CPC, perante Vossa Excelência, impetrar, com fulcro no artigo 5, LXXI, da
Constituição Federal, artigo 1º e seguintes da Lei 13.300/15, Lei 12.016/09 e artigo 319
do CPC,
MANDADO DE INJUNÇÃO,
em face do Congresso Nacional (se for o responsável pela edição da lei
regulamentadora), pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o n..., com sede no endereço...,
endereço eletrônico..., pela ausência de norma regulamentadora inserida no artigo ...
da Constituição Federal de 1988, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
4) Habeas data:
PEDRO ...., estado civil, nacionalidade, profissão, residente e domiciliado na
....., bairro..., cidade...., estado..., inscrito no cadastro de pessoas físicas (CPF) sob o
número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o número...., e endereço
eletrônico..., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado que a esta subscreve,
com inscrição na OAB de número..., com endereço para comunicações judiciais na .....,
bairro...,cidade..., estado... e endereço eletrônico... (procuração anexa), nos termos do
artigo 287 do CPC, perante Vossa Excelência, impetrar, com fulcro no artigo 5, LXXII, da
Constituição Federal e da Lei 9.507/97 e artigo 319 do CPC, HABEAS DATA, contra ato
da autoridade coatora de NOME....., Estado Civil, Profissão, residente no endereço...,
com endereço eletrônico..., pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
5) Habeas Corpus:
ADVOGADO, com inscrição na OAB de número..., com endereço para
comunicações judiciais na ....., bairro...,cidade..., estado... e endereço
eletrônico...(procuração anexa), nos termos do artigo 287 do CPC, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, impetrar, com fulcro no artigo 5, LXVIII, da
Constituição Federal e artigos 647 e 648 do Código de Processo Penal, HABEAS
CORPUS, em favor de PEDRO ...., estado civil, nacionalidade, profissão, residente e
domiciliado na ....., bairro..., cidade...., estado..., endereço eletrônico..., inscrito no
cadastro de pessoas físicas (CPF) sob o número... e Registro de Identidade Geral (RG)
sob o número...., contra ato da autoridade coatora NOME..., Estado Civil ,Profissão,
residente e domiciliado no endereço..., inscrito no CPF sob o n.... e RG sob o n.... pelos
fatos e fundamentos que passa a expor:
7) Reclamação Constitucional:
PEDRO ...., estado civil, nacionalidade, profissão, residente e domiciliado na
....., bairro..., cidade...., estado..., inscrito no cadastro de pessoas físicas (CPF) sob o
número... e Registro de Identidade Geral (RG) sob o número...., vem, respeitosamente,
por meio de seu advogado que a esta subscreve, com inscrição na OAB de número...,
com endereço para comunicações judiciais na ....., bairro...,cidade..., estado...,
endereço eletrônico..., (procuração anexa), nos termos do artigo 287 do CPC, perante
Vossa Excelência, propor, com fulcro no artigo 102, I, alínea I da Constituição Federal
de 1988 e artigos 988 e seguintes do CPC, RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL, contra ato
da (indicar a autoridade reclamada que não preservou a competência do Supremo
Tribunal Federal ou autoridade da decisão do Supremo Tribunal Federal) NOME... ,
Estado Civil, Profissão, inscrito no cadastro de pessoas físicas (CPF) sob o número... e
Registro de Identidade Geral (RG) sob o número...., residente no endereço..., endereço
eletrônico... pelos fatos e fundamentos a seguir:
8) Contestação:
PEDRO ...., já qualificado nos autos em epígrafe...., vem, respeitosamente, por
meio de seu advogado que a esta subscreve, com inscrição na OAB de número..., com
endereço para comunicações judiciais na ....., bairro...,cidade..., estado..., endereço
eletrônico (procuração anexa), nos termos do artigo 287 do CPC, perante Vossa
Excelência, com fulcro nos artigos 335 3 seguintes do CPC, apresentar CONTESTAÇÃO,
em face da ação......, que lhe move, NOME..., já qualificada, pelos fatos e fundamentos
a seguir:
9) Recurso de Apelação:
PEDRO ...., já qualificado nos autos da ação ....., inconformado com a sentença
proferida pelo .... vem, respeitosamente e tempestivamente, por meio de seu
advogado que a esta subscreve, com inscrição na OAB de número..., com endereço
para comunicações judiciais na ....., bairro...,cidade..., estado... (procuração anexa),
nos termos do artigo 287 do CPC, perante Vossa Excelência, com fundamento no
artigo 1009 e seguintes do CPC, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, em face de NOME
DO APELADO, pelas razões anexas:
105, III, alínea ___ da Constituição Federal e artigo 1029 e seguintes do CPC e na Lei
8.038 /90, interpor RECURSO ESPECIAL, pelas razões anexas:
alínea “a” e “p”, da Constituição Federal de 1988, artigos 2, inciso ...., da Lei 9868/99 e
artigo 319 do Código de Processo Civil propor AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO CAUTELAR em face de ....(ÓRGÃO OU
AUTORIDADE QUE EDITOU A NORMA IMPUGNADA – Ex: Congresso Nacional, seguindo
a sistemática do artigo 319, II, CPC ), pelas razões de fato e de direito que a seguir se
expõe:
Nunca, nunca, nunca, tente construir toda a peça na folha de rascunhos, pois NÃO
HÁ TEMPO PARA ISSO!
3 - DOS FATOS
DOS FATOS, BREVE RELATO DOS FATOS OU DA NORMA IMPUGNADA, DA
NORMA VIOLADORA DE PRECEITO FUNDAMENTAL, DA NORMA
CONSTITUCIONAL, ETC....
Por exemplo:
É importante ressaltar que os títulos que o examinando irá por em sua peça,
nada mais são que o exercício de seu estilo pessoal processual. Portanto, a explanação
aqui é apenas no sentido de dar lógica processual àquilo que convencionamos intitular
como sendo “DOS FATOS”.
Exemplo 1:
Exemplo de transcrição:
Outro ponto importante: Você deve manter a sua escrita sempre na terceira
pessoa, privando o julgador (no caso o examinador) de detalhes desnecessários, já
informados no Preâmbulo, como, por exemplo, o estado civil do seu cliente.
Exemplo 2:
Exemplo de transcrição:
I – DA NORMA IMPUGNADA
- Perceba que a questão trás consigo diversas informações que deverão ser
tratadas ao longo da fundamentação, tais como a legitimidade ativa, a pertinência
temática, a inconstitucionalidade formal e material, etc. Trataremos disso na parte da
fundamentação e nas peças autônomas que serão aqui realizadas mais adiante. Ainda,
a questão demonstra urgência, sendo necessário relatar “nos fatos” para justificar
posteriormente o pedido da medida cautelar. Veja, estamos somente na parte “DOS
FATOS”, onde o importante é não inventar dados e sintetizar as informações trazidas
pela banca.
Os Enunciados das Questões trazidas pela Banca FGV no início pode lhes
causar certo receio. Não se preocupem, pois é natural. Quando vocês o lerem
completamente pela primeira vez, farão já uma ideia de qual peça poderá se tratar. Na
segunda leitura, as informações mais importantes como legitimidade ativa e passiva,
objeto, prazos, autoridades e demais elementos que identificam a peça a ser
trabalhada irão surgindo e serão marcados.
As tutelas provisórias são muito cobradas nas peças processuais pelos exames da OAB,
especialmente pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. Elas sempre estarão presentes nas peças
quando preenchidos os requisitos do artigo 300 (Tutelas de Urgência) e 311 (Tutela de
Evidência) do Novo CPC. Assim, se houver uma urgência que possa justificar a existência da
plausibilidade do direito evocado na peça, ou se, ainda, a não concessão do pedido significar
para a parte um dano irreparável ou de difícil reparação, presente estará um pedido de tutela
provisória que pode se desdobrar em:
Cumpre ressaltar que há tutela provisória nos recursos também. Assim, um recurso
poderá vir acompanhado de uma antecipação de tutela recursal, quando o direito que se
busca, corresponder à satisfação pretendida na peça exordial. Todavia, se o recurso é para
evitar a concessão de um pedido formulado pela parte adversa, aí sim, estaríamos tratando de
um pedido liminar.
Ainda sobre a tutela provisória, outra dúvida surge quando o enunciado da questão é
silente neste quesito. Ou seja, a questão não deixou claro se há ou não urgência no caso
apresentado. Pois bem, nossa recomendação para tanto é que faça, ainda assim, o pedido da
tutela provisória, pois não há qualquer perda de pontos pela FGV pelo excesso do examinando,
neste caso.
Com o advento do Novo CPC, o candidato não deve mais mencionar os requisitos do
“fumus boni iuris” ou do “periculum in mora”, mas sim os prescritos nas leis específicas de
peça a ser confeccionada (ex: Lei 9882 e 9868 de 1999) e os do artigo 300 e 311 quando for o
caso.
Ainda assim, a tutela provisória não ocupará muito espaço da peça processual.
Normalmente, é uma construção que se faz logo após a fundamentação utilizando o silogismo,
antes dos pedidos, com título separado e depois replicado de forma bem reduzida quando for
constar nos “Pedidos e Requerimentos”. Obviamente, que deve ser inserido o fundamento
legal ensejador da tutela provisória.
6 – PEDIDOS E REQUERIMENTOS
na própria constituição, nas leis específicas que envolvem as peças constitucionais e na lei
processual civil.
O que o examinando precisa compreender é que não existe uma regra de pedidos para
todas as peças processuais. Cada uma possui peculiaridades, inerentes a elas e, essas regras,
estão presentes, conforme dito, nas suas respectivas leis. Desta forma, o examinando ao
formular os pedidos, precisa observar na legislação as formalidades exigidas para aquela peça.
Pode ser que o pedido principal seja uma condenação ou declaração e o pedido da tutela de
urgência, e ainda, a depender da peça:
- Pedido para provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos
(exceto para o Mandado de Segurança, cuja prova é pré-constituída).
- Informação dos Advogados das partes e seus respectivos endereços (No Agravo de
Instrumento);
A dica, então, é muito simples. Em cada uma das normas que se referem à peça
processual, o examinado deverá grifar com lápis, preferencialmente, os artigos que exprimem
os pedidos a serem feitos.
Dificuldade outra, reside nos pedidos dos recursos dotados de duas peças
(Interposição e Razões). Criamos aqui uma “fórmula” para o examinando não mais esquecer.
Assim, quando se tratar de um recurso de apelação, ROC, extraordinário ou especial, que
possuem duas peças, basta lembrar que na peça de interposição, os pedidos estarão
representados pela seguinte palavra abaixo:
“ CON PRO”
Atenção: Os PEDIDOS também devem ser justificados e complementados. Não basta apenas
pedir que o recurso seja conhecido e provido. É preciso que o recurso seja provido para os fins
de alguma coisa (anular ou reformar a decisão atacada).
Importa também dizer que os pedidos, quando puderem, devem ser acompanhados de
sua fundamentação jurídica. De tal modo, se aquele determinado pedido exprimir uma
ordenação de um determinado artigo, ao final, deve o examinando mencioná-lo (nos termos
do artigo X da Lei Y).
Não se deve esquecer que o CPC é a lei processual mais utilizada subsidiariamente nas
peças processuais constitucionais, de modo que deve o examinando atentar-se também para o
Valor da Causa (quando o enunciado não informar será de R$1000,00 – aceito pela FGV),
Citação, Intimação do MP, Honorários Sucumbenciais, Produção de provas.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Local e data...
Direito Constitucional
Raciocínio para a prova: Toda vez que estivermos diante de um caso, cujo cliente for um dos
legitimados do artigo 103, da CF, e, tiver como interesse a declaração de inconstitucionalidade
ou constitucionalidade de uma norma, pela não recepção da norma pela CF ou pela declaração
da lesão à preceito fundamental , estaremos diante de uma dessas ações. Para identificar qual
das ações, basta olhar para a norma (se é federal ou estadual, se for pré-constitucional, se for
municipal, ou se houver controvérsia judicial acerca da constitucionalidade da mesma).
Outra questão: Quando se fala em norma passível de controle, quais são? Ora, são
aquelas constantes do artigo 59 da Constituição Federal.
Por fim, identificando umas das ações do controle concentrado, deve o examinando
observar as diretrizes trazidas pelas leis específicas de cada uma, como por exemplo, a Lei
9868 de 1999 e a Lei 9882 de 1999.
Quarto – Agora é sua vez! Darei um enunciado, só que agora, você é quem irá
construir a peça!
Bom trabalho!
Redigindo a Peça 1:
ENUNCIADO:
QUESITOS ESSENCIAIS
Existe urgência no
direito pretendido Sim, pois a norma fere o direito de propriedade dos Associados.
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO
julgar a ação?
TRIBUNAL FEDERAL (Art. 102, I, a, Constituição Federal de 1988)
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Competência (102, I, a, CF) + Legitimidade ativa (103, IX, CF e artigo 2, IX, da Lei
Quais os
9868/99) + Pertinência temática + Competência privativa da União para Legislar
fundamentos serão
(Art. 22, I, CF) + Direito à livre iniciativa (art. 1, IV, CF) + Direito de Propriedade
utilizados? (Art. 5, XXII, CF) + Artigo 170, “caput” e II, CF
Pedido Cautelar (Artigo 102, I, p, CF e artigo 10 da Lei 9868/99)
A peça exige alguma
Intimação do AGU e do PGR (art. 12, Lei 9868/99)
formalidade?
Requisitos do artigo 3, da Lei 9868/99.
MODELO DA PEÇA:
I – DOS FATOS
O Estado KWY editou norma que determinou a gratuidade dos estacionamentos privados
vinculados a estabelecimentos comerciais, tais como os de supermercados, hipermercados, shoppings
centers. A norma editada também determinou multa para os estabelecimentos, caso descumprissem o
imperativo da norma. A norma estabeleceu ainda, gradação nas punições administrativas, delegando o
cumprimento e fiscalização ao PROCON local. Ferindo a Constituição Federal de 1988, a norma
estadual deve ser declarada inconstitucional, conforme se demonstrará.
II – DA COMPETÊNCIA
Os artigos 103, IX, da Constituição Federal e 2, IX, da Lei 9868/99 preveem a legitimidade
da Confederação Sindical ou Entidade de Classe de Âmbito Nacional para propor a Ação Direta de
Inconstitucionalidade. A autora da presente ação é a Confederação Nacional do Comércio, entidade de
classe de âmbito nacional e, portanto, legitimada para a propositura da presente ação.
Cumpre dizer, que a autora é legitimada especial, sendo então, necessária a demonstração da
pertinência temática. A norma, objeto da ação, causa lesão aos associados da autora, fere
dispositivos e princípios constitucionais, o que justifica o interesse da autora e consequentemente, a
sua pertinência temática.
IV – LEGITIMIDADE PASSIVA
V- DA INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL
A norma estadual editada pelo Estado KWY padece do vício da inconstitucionalidade formal,
pois não observou o imperativo expresso no artigo 22, I, da Constituição Federal de 1988. Tal
dispositivo prescreve a competência privativa da União para legislar sobre determinadas matérias,
dentre elas o direito civil e o comercial. Sendo assim, somente uma lei federal poderia dispor sobre o
tema relacionado à cobrança dos estacionamentos privados.
VI – DA INCONSTITUCIONALDADE MATERIAL
A norma editada pelo Estado KWY fere, também, materialmente a Constituição Federal de
1988. Ao tratar do direito de propriedade, a norma violou o artigo 5, XXII, da Constituição de 1988,
pois restringiu o exercício do mesmo. Cumpre dizer, que o direito de propriedade é cláusula pétrea e,
portanto, não pode ter seu direito abolido nos termos do artigo 60, parágrafo 4 da Constituição da
República.
Conforme preleciona o artigo 102, I, ”p” da Constituição Federal e também o artigo 10 da Lei
9868/99, o Supremo Tribunal Federal poderá conceder medida cautelar, assegurando a força e
eficácia de futura decisão de mérito. Neste sentido, presente o requisito da relevância urgência, vez
que se nota, claramente que a norma estadual viola frontalmente artigos constitucionais dos
associados da autora. Ademais, caso descumpram o disposto no ato normativo estadual
inconstitucional, sofrerão sanções pelo PROCON, que torna a medida cautelar necessária no caso.
Diante do exposto, requer o autor que o Supremo Tribunal Federal, se digne pela:
Concessão da medida cautelar, suspendendo a eficácia da norma estadual, conforme o artigo 10 e 11,
da Lei 9868/99 (Cópias anexas, conforme artigo 3, parágrafo único da Lei 9868/99);
Intimação do Ilustre Advogado Geral da União, para se manifestar sobre o mérito da presente ação, no
prazo de 15 dias, conforme o artigo 8, da Lei 9868/99 e artigo 103, parágrafo 3, da Constituição
Federal de 1988;
Procedência do pedido de mérito, para que a norma editada pelo Estado KWY seja declarada
inconstitucional nos termos da Lei 9868/99;
A juntada das cópias integrais do ato impugnado, procuração do advogado constituído e demais
documentos comprobatórios, nos termos do artigo 3, parágrafo único da Lei 9868/99.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Local e data...
Advogado.... OAB....
ENUNCIADO:
QUESITOS ESSENCIAIS
Existe urgência no
direito pretendido
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
julgar a ação?
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
fundamentos serão
utilizados?
Redigindo a Peça 2:
ENUNCIADO:
QUESITOS ESSENCIAIS
Existe urgência no
direito pretendido Sim. Pedido de Medida Cautelar – Artigo 21, Lei 9868/99
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO
julgar a ação?
TRIBUNAL FEDERAL – Artigo 102, I, a, da Constituição Federal.
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
Existência de controvérsia judicial. Artigo 14, parágrafo 9 da CF/88, Princípio da
fundamentos serão
Razoabilidade, Artigo 15, inciso V, CF/88 cc artigo 37, parágrafo 4, CF/88.
utilizados?
Pedido Cautelar (artigo 21 da Lei 9868/99)
A peça exige alguma Intimação do PGR (art. 19, Lei 9868/99 e art. 103, parágrafo 1, CF/88 )
formalidade? Requisitos do artigo 14, da Lei 9868/99.
Efeitos da Decisão (Artigo 102, parágrafo 2, CF/88)
MODELO DA PEÇA:
I – DA CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA
A Lei complementar federal 135/10, conhecida como “Lei da Ficha Limpa”, altera o texto da
Lei complementar 64/90, tornando inelegíveis os cidadãos condenados por crime de
responsabilidade, antes de sua publicação. A Lei da Ficha Limpa está em harmonia com os preceitos
constitucionais, devendo ser a sua constitucionalidade confirmada pela Corte maior brasileira.
II – DA COMPETÊNCIA
A Lei complementar 135/10 tem sido objeto de várias ações na justiça, gerando controvérsia
judicial e um ambiente de incerteza jurídica no País. Todavia, a controvérsia tem ocorrido em função
da norma prever a inelegibilidade dos cidadãos condenados por crime de responsabilidade antes da
publicação da lei.
Neste sentido, a Lei Complementar 135/10 se amolda com perfeição ao disposto supracitado,
pois prevê a impossibilidade de elegibilidade para os já condenados por crime de responsabilidade,
deixando a Administração Pública livre do risco de um dos condenados serem eleitos. É, sem dúvida,
uma garantia sob a ótica da vida pregressa do candidato.
Ainda, o artigo 15, V, da Constituição Federal, combinado com o artigo 37, parágrafo quarto,
veda a cassação, mas trás as hipóteses em que eles poderão ser suspensos nos casos de improbidade
administrativa. Assim, a Lei 135/10 torna-se, além de constitucional, norma de imenso valor para a
população brasileira, pois retira do cenário político candidatos, diga-se de passagem, já condenados
por algum crime de responsabilidade.
V – DA MEDIDA CAUTELAR
Conforme preleciona o artigo 102, I, ”p” da Constituição Federal e também o artigo 21 da Lei
9868/99, o Supremo Tribunal Federal poderá conceder medida cautelar, assegurando a força e
eficácia de futura decisão de mérito.
Destarte, nota-se então que diante da incerteza jurídica criada pelo judiciário e, neste cenário, o
dano seria irreparável para a população brasileira, pois a não aplicação da Lei 135/10 tornaria
possível a elegibilidade de cidadãos condenados por improbidade administrativa antes de 2010.
VI – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer o autor que o Supremo Tribunal Federal, se digne pela:
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Local e data...
Advogado.... OAB....
ENUNCIADO:
QUESITOS ESSENCIAIS
Existe urgência no
direito pretendido
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
julgar a ação?
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
fundamentos serão
utilizados?
Redigindo a Peça 3:
ENUNCIADO:
PEÇA PRÁTICO‐PROFISSIONAL
QUESITOS ESSENCIAIS
da Causa.
MODELO DA PEÇA:
II – DA COMPETÊNCIA
Os artigos 103, IX, da Constituição Federal e 12-A, da Lei 9868/99 preveem a legitimidade
da Autora para propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. O autor da presente ação
é Entidade de Classe de Âmbito Nacional, e, portanto, legitimado especial para a propositura da
presente ação.
IV – DA LEGITIMIDADE PASSIVA
Ocorre que os representados da Autora são servidores públicos e estão subordinados à Lei
8112 de 1990 que nada prevê acerca do exercício do direito de greve. Deste modo, estão os
representados da Autora sem qualquer força para exercer o direito pretendido. Direito esse
necessário por estarem os representados com salários atrasados e defasados.
VI – DA MEDIDA CAUTELAR
No tocante a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, nos termos do artigo 102, I, p,
da CFRB /88 e do artigo 12-F, da Lei 9868/99, pode o Supremo Tribunal Federal conceder a
medida cautelar que assegure a suspensão da norma que inviabiliza o exercício do direito
constitucional avocado, no caso, o direito de greve dos servidores públicos do transporte.
VII – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer o autor que o Supremo Tribunal Federal, se digne pela:
a) Concessão da medida cautelar, para suspender a aplicação do artigo 37, VII, da CFRB /88,
tornando viável o exercício do direito de greve pelos servidores públicos, nos termos do
artigo 12-F, parágrafo único, da Lei 9868/99;
b) A Intimação do Presidente do Congresso Nacional (do Senado Federal), e do Presidente da
República, como autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, manifestem-se no
prazo de cinco dias, sobre o pedido de medida cautelar, com fundamento no artigo 12-F da
CFRB /88.
c) A Intimação do Presidente do Congresso Nacional (do Senado Federal), e do Presidente da
República, como autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, manifestem-se no
prazo de trinta dias, sobre o mérito da ação, com fundamento no artigo 6, da Lei 9868/99.
d) Intimação do Ilustre representante do Ministério Público, o Senhor Procurador Geral da
República, para manifestar-se, no prazo de 15 dias, emitindo seu parecer, conforme o artigo
12-E, parágrafo 3, da Lei 9868/99 e artigo 103, parágrafo 1, da Constituição Federal de
1988;
e) Intimação do senhor Advogado Geral da União, para manifestar-se, no prazo de 15 dias,
conforme artigo 12-E, parágrafo 2, da Lei 9868/99;
f) Procedência do pedido de mérito, para que seja declarada a inconstitucionalidade por
Omissão do artigo 37, VII, da CFRB /88, para tornar efetivo o exercício do direito de greve
do servidor público e, ainda, dar ciência aos Órgãos competentes para adotar as providências
cabíveis e necessárias, editando a norma no prazo de trinta dias, conforme artigo 103,
parágrafo segundo, da CFRB /88 e artigo 12-H, da Lei 9868/99.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Local e data...
Advogado.... OAB....
ENUNCIADO:
QUESITOS ESSENCIAIS
Existe urgência no
direito pretendido
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
julgar a ação?
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
fundamentos serão
utilizados?
Redigindo a Peça 4:
ENUNCIADO:
PEÇA PRÁTICO‐PROFISSIONAL
QUESITOS ESSENCIAIS
Existe urgência no
direito pretendido Sim. Medida Liminar face à iminência das eleições (Art. 5, da Lei 9882 /99)
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO
julgar a ação?
TRIBUNAL FEDERAL (artigo 102, Parágrafo 1, CRFB /88).
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os Competência privativa da União (art. 22, I, CRFB /88) + Idade Mínima para
fundamentos serão Prefeito (Art. 14, parágrafo 3, VI, “c”, CRFB /88) + Reeleição (art. 1, parágrafo 5,
utilizados? CRFB /88).
+ Valor da Causa
MODELO DA PEÇA:
PARTIDO POLÍTICO ABC, com inscrição no cadastro de pessoas jurídicas sob o número...,
com Sede na.... , bairro..., Cidade/Estado..., com endereço eletrônico..., vem respeitosamente, por
meio de seu advogado que esta subscreve, inscrito na OAB sob o número..., com endereço para
comunicações judiciais na ...., bairro..., Cidade/Estado e endereço eletrônico... (procuração anexa
nos termos do artigo 287 do CPC), perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 103, IX,
artigo 102, I, “a”, da Constituição Federal de 1988, artigo 12-A, da Lei 9868/99 e artigo 319 do
Código de Processo Civil, propor
II – DA COMPETÊNCIA E CABIMENTO
lei. Sendo assim, a competência para o julgamento da norma violadora de preceitos fundamentais “in
casu” pertence à Corte Maior brasileira.
Ainda, vale ressaltar que a referida norma violadora de preceito fundamental é lei municipal,
não podendo ser objeto de Ação Declaratória de Inconstitucionalidade, mas sim da Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental.
IV – DA LEGITIMIDADE PASSIVA
A legitimidade passiva pertence àqueles responsáveis pela prática do ato violador dos
preceitos fundamentais, que no presente caso, recai sobre a Câmara Municipal e Prefeito municipal,
ambos do Município X, que editaram a Lei Municipal 1234.
No presente caso, a norma violadora – Lei 1234 - é municipal, não cabendo, portanto, a ação
direta de inconstitucionalidade, já que essa apenas se faz cabível quando a norma objeto da
inconstitucionalidade for lei ou ato normativo federal ou estadual.
A norma editada pelo Município X – lei 1234 – fere diversos artigos da Constituição Federal.
Já no primeiro artigo da Lei 1234 que prevê que o prefeito do Município X deverá ter no mínimo 18
anos. Ora, o artigo da Lei 1234 fere frontalmente o disposto no artigo 14, parágrafo 3, inciso VI, “c”
da Constituição Federal de 1988, que prevê a idade mínima de 21 anos para o cargo de Prefeito
Municipal.
A Lei Municipal 1234 fere absurdamente ainda o artigo 22, I, da Constituição Federal de
1988, que prevê a competência privativa da União para legislar sobre determinadas matérias, dentre
elas a de direito eleitoral.
Já no seu artigo segundo, a Lei Municipal 1234 prevê a possibilidade de reeleição por mais
dois mandatos subsequentes para o cargo de prefeito municipal. Percebe-se novamente, afronta aos
artigos 22, I e 14, parágrafo quinto, ambos da Constituição Federal de 1988, este último prevendo
apenas a possibilidade de apenas um mandato subsequente no caso de reeleição.
Percebe-se, pois, a plausibilidade na medida liminar visto que a Lei Municipal 1234 afronta
vários artigos constitucionais que violam direitos políticos. O dano irreparável na aplicação da Lei
Municipal 1234 é iminente, tendo em vista o fato de o presente ano, ser de eleições municipais, o
que justificaria a sua concessão.
VIII – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer o autor que o Supremo Tribunal Federal, se digne pela:
a) Concessão da medida liminar para suspender a aplicação dos artigos 1 e 2 da Lei Municipal
1234, fazendo assim valer o disposto nos artigos 14, parágrafo 3, VI, “c” e 14, parágrafo 5
da Constituição Federal, bem como o artigo 22, I, da Constituição Federal.
b) A Intimação do Prefeito Municipal e do Presidente da Câmara Municipal, ambos do Município
X para manifestarem acerca da Lei Municipal 1234 no prazo de cinco dias, nos termos do
artigo 5, parágrafo 2, da Lei 9882 /99;
c) A Intimação do Prefeito Municipal e do Presidente da Câmara Municipal, ambos do Município
X, como autoridades responsáveis pela violação aos preceitos fundamentais, para que
manifestem-se no prazo de dez dias, sobre o mérito da ação, com fundamento no artigo 6,
caput, da Lei 9882/99;
d) Intimação do Ilustre representante do Ministério Público, o Senhor Procurador Geral da
República, para manifestar-se, no prazo de 5 dias, emitindo seu parecer, conforme o artigo
7, parágrafo único, da Lei 9882/99;
e) Procedência do pedido de mérito, para que seja declarada a violação aos preceitos
fundamentais, declarando inconstitucionais os artigos violadores 1 e 2 da Lei Municipal 1234,
nos termos do artigo 11 da Lei 9882/99.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Local e data...
Advogado.... OAB....
AGORA É A SUA VEZ!
ENUNCIADO:
Em 1972, durante a Ditadura, foi editada uma determinada Lei Federal de n. 4321. A Lei
Federal 4321 de 1972 em seu artigo 10 previa: “O Direito de Reunião será exercido em locais
destinados pelo Estado e não poderão conter quaisquer opiniões contrárias aos interesses
do Governo Federal sob pena de não ser autorizado”.
Inconformado com o disposto no artigo 10 da Lei Federal 4321, o Partido Político ABC, com
representação no Congresso Nacional, contrata seus serviços advocatícios para a adoção da
medida judicial cabível. Elabore a peça.
QUESITOS ESSENCIAIS
Existe urgência no
direito pretendido
pelo seu cliente?
Qual órgão
jurisdicional irá
julgar a ação?
(Competência) –
Indicar o vocativo.
Quais os
fundamentos serão
utilizados?
RELEMBRANDO A MATÉRIA
Os remédios constitucionais são meios constitucionais que tem por objetivo garantir
aos sujeitos de direito o respeito aos seus direitos fundamentais previstos na Constituição
Federal de 1988. Para cada um dos direitos inerentes ao indivíduo existe um remédio
constitucional disponível que poderá ser utilizado.
Todas essas ações estão previstas ao final do artigo quinto da Constituição Federal,
todavia, elas possuem leis próprias que regulamentam o seu procedimento e, devem ser
observadas pelo examinando na construção da sua peça processual.
Esses fundamentos constitucionais e legais deverão constar nos preâmbulos das peças
processuais, sem prejuízo de outros, como por exemplo, o artigo 319 do CPC. Lembrando que,
por ser petição inicial, as ações constitucionais seguem o roteiro estabelecido no artigo 319 do
Código de Processo Civil.
O Mandado de Segurança Coletivo pode ser confundido com a Ação Civil Pública, pois
a legitimidade ativa pode ser comum em ambos os casos. Todavia, quando o examinado se
deparar com essa dúvida, deverá observar os demais requisitos trazidos no enunciado, tais
como a existência de prova pré-constituída que é exigida apenas nas ações de Mandado de
Segurança. Portanto, se a questão falar em provas que ainda serão produzidas, não seria o
caso de Mandado de Segurança. Isto é importante!
Já, o Mandado de Injunção Coletivo pode ser confundido com uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade por Omissão, caso em que, por exemplo, se advoga para uma Entidade
de Classe de Âmbito Nacional. Deve se, portanto, observar dois detalhes. O primeiro detalhe
diz respeito ao descabimento de tutela de urgência em Mandado de Injunção. Ou seja,
decorem: - Em Mandado de Injunção não cabe tutela de urgência! O segundo detalhe reside
na discussão da omissão inconstitucional. Se a discussão se der na omissão inconstitucional da
lei em tese, estaremos diante de uma ADiPO. Se a pretensão é o exercício do direito no caso
concreto, então, estaremos diante de um Mandado de Injunção Coletivo.
Na ação de Habeas Data deve se observar alguns detalhes. Perceba que o Habeas Data
é um remédio constitucional destinado a garantir o acesso a dados próprios ou a retificação
desses dados em registros públicos. Assim, o Habeas Data deve ser utilizado apenas para ter
acesso, retificar ou complementar as informações da própria pessoa, não sendo cabível para
obtenção de informações de terceiros. A negativa de informações de caráter público, não
pessoais, enseja o Mandado de Segurança.
E, por fim, a Ação Popular é o instrumento à disposição do cidadão para anular ato
lesivo ao patrimônio histórico, cultural, ao meio ambiente ou o desrespeito aos princípios da
Administração Pública. É preciso, portanto, que o Impetrante seja eleitor ativo, sendo
obrigatória a cópia de seu título de eleitor. Na ação popular, podem figurar-se várias pessoas
no polo passivo. A legitimidade passiva é ampla.
A Ação Civil Pública é mais voltada para a atuação do Ministério Público, todavia,
existe uma única hipótese de se figurar como advogado em peça a ser cobrada pela OAB: -
Quando o seu cliente for uma Associação constituída há pelo menos um ano que tenha por
objetivo a proteção de interesses difusos e coletivos. Imaginemos por exemplo, a possibilidade
de uma Associação constituída há mais de um ano, de moradores da Cidade Mariana procurar
seus serviços para ingressar com a referida ação em face da Empresa Samarco, pelos danos
ocorridos em face do rompimento da sua barragem de rejeitos. Vimos que o sujeito passivo
aqui pode ser um particular, assim como também pode ser algum ente da Administração
Pública. Veja, que o objeto da ACP se parece com o objeto da Ação Popular, mas diferenciá-las
não será problema para o examinando, pois há uma diferença gritante na legitimidade ativa
de ACP para a Ação Popular. Enquanto na ACP, na prova da OAB o examinado advogará para
uma Associação, na Ação Popular, o examinando advogará para um eleitor, com direitos
políticos ativos em dia e isto, o enunciado da questão deixará bem claro.
Quarto – Agora é sua vez! Darei um enunciado, só que agora, você é quem irá
construir a peça!
Bom trabalho!