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Folclore do Paraná

O folclore é resultado de uma manifestação essencialmente popular que tem


como algumas de suas características a transmissão oral de geração para geração,
o anonimato sobre sua origem, e sua funcionalidade em explicar fenômenos ou
acontecimentos considerados inexplicáveis para uma parte da população. Um
exemplo que agrega esses diferentes aspectos são as lendas, contos e crendices
populares que ninguém sabe dizer de onde surgiram, mas são tidas como
verdadeiras por muitos.
No Paraná, o folclore pode ser entendido como uma miscigenação entre os
costumes trazidos pelos diversos imigrantes europeus e pelos escravos que
colonizaram o Estado, com os dos povos indígenas que já se encontravam nesse
território. Além disso, são fortes as influências deixadas por migrantes de outros
Estados brasileiros, em especial, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Visando a manutenção das tradições de seus antepassados, existem grupos de
descendentes de imigrantes que atuam na apresentação de danças e trajes típicos.
Entre esses, os grupos folclóricos alemães, italianos, gaúchos, poloneses,
portugueses e ucranianos são os de maior número no Paraná. Muitos desses
apresentam-se anualmente no Festival Folclórico e de Etnias do Paraná, realizado
desde 1961 pela Associação Interétnica do Paraná (AINTEPAR).
Sem origem definida, também são comuns em festas paranaenses a realização
de algumas danças folclóricas como a Balainha, onde cada parte de um casal
segura uma extremidade de um arco florido e passam por cima e por baixo do arco
dos outros pares; o Pau-de-fitas, com fitas coloridas pregadas em um mastro de
três metros de comprimento e manuseadas por pares que giram e entrelaçam as
fitas formando vários desenhos; e a mais conhecida dança, o Fandango, marcada
por um forte sapateado feito pelos homens, enquanto as mulheres rodeiam com
suas saias, arrastando as sandálias, e batendo palmas ao som de violas, rabeca e
pandeiro.
Para a preservação de costumes, a celebração de uma data, época do ano na
agricultura, produto ou prato típico de uma região, ou ainda para homenagear uma
figura religiosa, vários municípios realizam festas já tradicionais no calendário de
eventos do Estado. Segundo a Secretaria Estadual da Cultura do Paraná (SEEC),
essas festas já contabilizam um número superior a 160 comemorações. Por todo
território paranaense, as festas mais populares são as Congadas, Folia de Reis,
Festas do Divino, as festas de aniversário, voltadas aos pratos típicos ou em honra
ao padroeiro ou padroeira de um município, e também as direcionadas a
determinadas etnias como a japonesa Haru Matsuri – Festival da Primavera. Há
ainda eventos tradicionais de algumas localidades como as Cavalhadas, em
Guarapuava; a Festa do Fandango e a de Nossa Senhora do Rocio, em
Paranaguá.
Outra característica do folclore é a existência e disseminação de contos e lendas
populares. O Paraná já reuniu através da SEEC mais de 200 histórias ou “causos”,
sendo muitos de origem indígena, contadas por escravos ou da época do
tropeirismo. Essas lendas geralmente tratam de temas como assombrações,
milagres, manifestações religiosas, maldições, histórias sobre o monge João Maria,
visões de lobisomens e outros seres fantásticos, tesouros escondidos, entre outros.
Dentre as mais conhecidas no Paraná, estão as lendas que tentam explicar a
origem de alguns pontos turísticos locais, como a lenda de Vila Velha, das
Cataratas do Iguaçu e a lenda da mudança (referente à padroeira do Estado,
Nossa Senhora do Rocio).
Herança deixada por diversos povos, o folclore é um dos aspectos responsáveis
por criar uma identidade, baseando-se em todo um contexto histórico e na própria
população de uma localidade. E, apesar das dificuldades e do desinteresse entre
os mais jovens, é importante a transmissão de contos, músicas, danças e festas
para garantir a contínua valorização da cultura em uma sociedade.

Fonte: SEEC – Secretaria Estadual da Cultura do Paraná. Projeto


Paraná da Gente

A IARA ou Mãe-D'água - figura mitológica difundida entre os indígenas e caboclos após o século XVII, de
aculturação provavelmente européia e tendo suas raízes nas sereias. Loira e muito bonita, a mãe-d'água
atrai os pescadores, ou quem quer que se aproxime de rio ou praia `a noite, e leva o pretendente a
afogar-se em busca de diversão. Em algumas comunidades é reputada como protetora das águas e
pescas. Sendo meio peixe e meio mulher, apresenta-se a pentear os cabelos, a cantar ou mesmo
conversando com algum passante. Encantado e quase que sob efeito hipnótico, o pretenso parceiro
mergulha nas profundezas da água, onde sufoca e morre.1

A Iara é uma bonita moça que vive na água, contam os índios. Dizem que é tão linda, que ninguém
resiste ao seu encanto. Costuma cantar com uma voz tão doce, que atrai as pessoas. Quando se
percebe, já é tarde. Ela arrasta a vítima para o fundo das águas. Os índios têm tanto medo da Iara, que,
ao entardecer, evitam ficar perto dos lagos e dos rios. Receiam ser atraídos por ela.

Jaguarari era um moço índio. Ele era muito forte, tão forte como a onça. E se houvesse uma luta entre os
dois, não sei quem sairia ganhando. Era, também, muito corajoso e os outros moços índios morriam de
inveja. Os velhos gostavam dele, porque era bondoso. As moças, então, viviam elogiando sua elegância,
sua força, sua ligeireza! É claro que ele se sentia feliz.

O índio Jaguarari gostava de remar e possuía uma canoa muito bonita. Mas bonita mesmo! Feita com
todo o capricho. Quando ele passava, remando, as aves da beira do rio não fugiam, ao contrário,
esticavam o pescoço o mais que podiam para vê-lo passar.

Para pescar e caçar não havia outro! Não tinha nem graça: enquanto os outros índios se cansavam,
correndo pela selva atrás de algum bicho, Jaguarari caçava quantos queria. Depois, pedia aos jovens
índios que o ajudassem a carregar os animais que havia caçado. E eles, embora tivessem inveja de
Jaguarari, não conseguiam resistir ao seu pedido, tão grande era sua simpatia.

Como o moço era bondoso, ainda repartia os animais abatidos com os amigos, proibindo-os de contar
aos outros índios quem os havia caçado...

Um dia, ele partiu bem cedo para a caça. Ia sozinho. A manhã estava linda. De toda parte, saíam gritos,
pios, cantos, saudando o sol que transformava tudo em vida e alegria. O moço índio sentia-se mais feliz
do que nunca e não parava de admirar as maravilhas que encontrava: as aves voando perto das águas
tranqüilas do lago... O colorido das flores... As teias de aranha cobertas de orvalho, parecendo tecidas
com fios de prata... Quanta beleza! Entusiasmado, ele resolveu passar o dia na floresta. Só voltaria à
aldeia quando começasse a anoitecer. Queria aproveitar bem aquele dia maravilhoso. Foi entrando pela
selva, até alcançar lugares que ainda não conhecia. Em tudo encontrava a mesma vida e a mesma
beleza, que pareciam nascer da luz do sol.

Encontrou um lago muito bonito, o mais bonito que ele já havia visto. Tinha uma superfície tão calma e
cristalina, que parecia ser de vidro. Não resistiu e resolveu dar um mergulho. Como sempre, as aves que
se achavam nas margens não fugiram. Chegaram mais perto do lago, para ver melhor o moço índio.

Depois de se banhar demoradamente, deitou-se à beira do lago e ficou admirando a beleza do céu. Ficou
assim horas, completamente esquecido do que pretendia fazer. Quando se lembrou, deu um salto,
apanhou o arco, as flechas e partiu para a caça. Não queria caçar muito, pois estava longe de sua aldeia.

E ficou por ali, caçando, até sentir fome. Preparou e comeu uma das caças e, sentindo sono, deitou-se
para descansar um pouco. Adormeceu profundamente. Quando despertou, viu que o dia já estava
terminando. Apressou-se em voltar à aldeia.

Mal começou a andar, ouviu um canto que o deixou maravilhado. Nunca ouvira nada tão bonito, antes.
Deixava longe o canto do uirapuru! Jaguarari, encantado, queria conhecer a ave que cantava assim, mas
já era tarde. Precisava ir embora, mas era tão bonito! Poderia voltar outro dia... E não conseguia afastar-
se.
Sem perceber, foi andando na direção da doce e mágica melodia. Afastando cipós e folhagens, sem ligar
para o perigo que podia encontrar, foi seguindo como que puxado por uma corda invisível.

Não demorou muito, chegou, por outro caminho, ao lago onde havia nadado. E viu a Iara.

Era realmente a Iara. Tinha um rosto tão lindo, que o moço ficou impressionado.

Sempre atraído, ele já estava quase dentro da água. Lembrou-se, porém, do que os velhos costumavam
contar sobre a Iara e se agarrou desesperadamente ao tronco de uma árvore, à beira do lago.

A Iara, que já o tinha visto antes, quando ele estava nadando, queria leva-lo para o fundo das águas.
Como não gostava da luz do dia, esperara entardecer para atrair o moço com o seu canto.

Jaguarari, por ser forte, muito forte, conseguiu resistir, agarrado ao tronco da árvore. Depois, segurando
os cipós que havia por perto, conseguiu afastar-se do lago. Percebeu, então, inúmeros animais e aves,
paralisados pelo canto da Iara. Estavam tão hipnotizados, que nem perceberam a sua passagem.

Quando chegou à aldeia, sua mãe notou que ele estava diferente.

- Que aconteceu? - perguntou-lhe. Você foi atacado por alguma fera?

- Não, minha mãe. Nada me aconteceu.

- Mas você está tão esquisito! Nunca o vi assim!

- E apenas cansaço. Estive muito longe e precisei andar depressa, para que a noite não me pegasse na
floresta.

- Ainda bem. Pensei que fosse coisa mais grave.

No dia seguinte, ele continuou preocupado e triste, bem diferente do que havia sido até então. Todos
estranharam e queriam saber o que lhe havia acontecido. Muitos acreditavam que ele estava sendo
vítima de Jurupari, o espirito do mal, pois o moço não ligava para mais nada. Apenas continuava a caçar
e a pescar. Só que não trazia mais bichos e peixes, como antes. Agora, trazia apenas algum bichinho e
dois ou três peixes, quando muito. Ele ficava a maior parte do tempo na beira do lago, para tornar a ver a
Iara. Estava completamente enfeitiçado.

A Iara, porém, não aparecia mais. E o moço ficava ali, atento, procurando perceber algum movimento na
água ou ouvir algumas notas de seu maravilhoso canto.

A mãe dele é que não conseguia descansar. Ficava à espera do filho e, todas as vezes que lhe
perguntava o que estava acontecendo, a resposta era sempre a mesma:

- Nada. Apenas estou cansado.

Ele, que antes não gostava de ficar na floresta quando escurecia, voltava agora muitas horas depois de
ter anoitecido. E, desde aquele dia, não aceitou mais a companhia de ninguém.

Os dias foram passando e cada vez Jaguarari parecia mais triste e desanimado. Tanto sua mãe insistiu,
que, uma noite, ao voltar do lago, ele lhe contou:

- Vi a Iara, minha mãe. Num lago, bem dentro da floresta. É a moça mais linda que já me apareceu. Não
existe outra igual. Seu canto é tão bonito, que não consigo esquecê-lo. Preciso vê-la outra vez e,
novamente, ouvir a sua voz maravilhosa!

- A pobre mãe pôs-se a chorar:

- Fuja da Iara! - pediu-lhe. Ela conseguiu enfeitiçá-lo e você será morto, se não se afastar dela!

Ele foi para a rede, mas não pôde dormir. A lembrança do canto da Iara roubara-lhe o sono.

No dia seguinte, ouvindo o conselho da mãe, Jaguarari não saiu da aldeia. À medida, porém, que a tarde
ia caindo, ele foi ficando impaciente. Não conseguia conter-se. Precisava ir até o lago! Como era tarde
demais para atravessar a floresta, tomou uma canoa e começou a descer o rio. Os que estavam por perto
pensaram que ele ia pescar.
De repente, um índio gritou:

- Ei, Jaguarari não estava sozinho? Pois agora não está mais! Vejam!

Ao longe, avistava-se Jaguarari de pé, na canoa, em companhia de uma moça. Era a Iara. Foi a última
vez que alguém o viu.2

Fontes:
1. Sociedade e Cultural - Enciclopédia Compacta Brasil - Larousse Cultural - Nova Cultural - 1995
2. Texto extraído do livro Histórias e Lendas do Brasil (adaptado do texto original de Gonçalves Ribeiro). -
São Paulo: APEL Editora, sem/data
Ilustrações de J. Lanzellotti

mito que protege nossa fauna e nossa flora, que desorienta o caçador predador, que parte o machado de
quem abater árvores sem necessidade.

Ele que permite através da preservação da natureza, que se preserve assim também pelo maior tempo
possível a espécie humana.

Tendo em vista a preocupação da humanidade em relação à ecologia, coloca o FEFOL, do qual é o


Patrono, e sua capital, Olímpia, assim como o próprio folclore, em sintonia com o planeta."

Entidade mítica de idealização folclórica de procedência tupi-guarani (de "curu"-corruptela de curumim +


"pira" = corpo, corpo de menino), com ligações originárias ao homem primitivo e de atributos heróicos na
proteção da fauna e da flora.

Tem como principal signo a direção contrária dos pés em relação ao próprio corpo, o que constitui um
artifício natural para despistar os caçadores, colocando-os numa perseguição a falsos rastros.

Possui extraordinários poderes e é implacável com os caçadores que matam pelo puro prazer de fazê-lo;

Há, entretanto variantes, extremamente divergentes dessas idéias, onde o Curupira (e/ou Caipora, do
tupi-guarani "caá", mato, e "pora", habitante), é um ser medonho e perverso: "o demônio das florestas"; na
concepção pictória, "aparece" de várias formas: como um menino de corpo peludo, cabelos avermelhados
e dentes verdes; como um curumim; como um duende sem cabelos e com o corpo coberto de pelos
verdes; como um anão, um caboclinho, etc.

O Curupira tem para nós olimpienses uma peculiar importância por ser o patrono do FEFOL, durante a
qual é incumbido de governar a cidade após receber (personificado) das mãos do prefeito a carta de
mandatário e a chave simbólica do município.

É um mito existente em todo o Brasil. É um ente fantástico, demoníaco, cruel para os que não o atendem.
É representado ora como mulher unípede, o Caipora-Fêmea, ora como um tapuio encantado,nu, que
fuma no cachimbo, este último na área do Maranhão a Minas.

Manoel Ambrósio dá a notícia, no Nordeste, de um caboclinho com um olho só no meio da testa,


descrição que nos faz lembrar dos ciclopes gregos. Também aparece no Paraná como um homem peludo
que percorre as matas montado num porco-espinho.

No Vale do Paraíba, estado de São Paulo, ele é descrito como um caçador façanhudo, bastante feio, de
pêlos verdes e pés virados para trás.

Outro nome do Caipora, ou Caapora, é Curupira, protetor das árvores, chamado assim quando apresenta
os pés normais.

Em algumas regiões, há fusão dos dois duendes, em outras elas coexistem. O mito emigrou do Sul para o
Norte, conforme conclusão dos estudiosos.

Existe na Argentina o mesmo duende, como um gigante peludo e cabeçudo. Couto de Magalhães aceita a
influência platina no nosso Caipora.

Nesse conto brasileiro, o duende vira ao avesso o caçador. Também é comum, principalmente em Minas
e São Paulo, o castigo de matar de cócegas aquele que não tem fumo para contentá-lo.
O Caipora, ou Pai-do-Mato, é protetor da caça e reina sobre todos os animais.

É mau espírito. Infelicita os que encontra, quando não lhe dá tremendas surras. Deparar o Caipora traz
conseqüências desagradáveis.

Por extensão, passou a lenda a considerar qualquer encontro com o Caipora como causa de infelicidade.
Daí caiporismo = má sorte.

O Caipora, também chamado Curupira e, em algumas regiões, Caiçara, justificado pelas lendas
ameríndias, é protetor da caça e guardião dos caminhos. Em maio de 1550, dizia o Padre Anchieta que o
Caiçara maltratava os índios nas brenhas, com chicotadas.

Chegava até a matá-los, à força de maltratos. Os índios, para apaziguá-lo, deixavam para ele, nas
clareiras, penas de pássaros, redes, esteiras. Segundo Gonçalves Dias, Curupira é o espírito mau que
habita as florestas. Descreve-o assim: 'Veste as feições de um índio anão de estatura, com armas
proporcionais ao seu tamanho'. Governa os porcos-do-mato e anda com varas deles, barulhando pela
floresta. O mesmo mito é encontrado em toda a América Espanhola: no Paraguai, na Bolívia, na
Venezuela.

Entre os Chipaias, tribo guarani moderna, há a crença no Curupira, como sendo um monstro antropófago,
gigantesco, muito simplório, conforme relato de Artur Ramos, em Introdução à Antropologia Brasileira.

Apesar de serem conhecidos o nome e o mito Curupira, no Vale do Paraíba é mais encontradiço o nome
Caipora, usado até para designar gente de cabeleira alvoroçada.

Lá, é um caboclinho feio pra danar, anão de pés virados para trás, cabeludo. Viaja montado em um porco-
espinho, com a cara virada do lado do rabo da montaria.

Quem vai mato a dentro, tem que se prevenir com fumo de rolo, para lhe oferecer.

Uma variação fonética mais recente foi recolhida no estado de São Paulo, e consta do reforço do primeiro
'r' brando do nome, para Currupira. Assim se diz em alguns pontos da Serra Quebra-Cangalha, nas
alturas de Silveiras e assim foi ouvido em Olímpia, cognominada a Capital Nacional do Folclore.

A Lenda do Saci

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Pretinho arteiro, de olhos carburantes e barrete de rubra cor à cabeça, traquinando e assobiando pelas
estradas em horas-mortas, a pelear, maldosamente, com suas travessuras, os animais e a trançar-lhes as
crinas.

Com efeito, o viajante que, no sertão, ao cair da tarde, cochilando o seu cansaço, as pernas lassas,
caídas sobre as espendas da sela, busca o pouso para descansar os membros doridos da jornada, ao
encilhar a montaria, na manhã seguinte, para seguir viagem, encontrará muitas vezes, a crina do animal
emaranhadamente trançada.
Atribuirá por certo às artes do Saci, sem indagar de uma pequenina ave do sertão que revela o curioso
característico de, em procurando no dorso dos animais a alimentação que lhe é cara, carrapatos e outros
parasitas, nunca deixam sem antes trançá-las com o bico sedenho.

Os redemoinhos, fenômenos produzidos por desequilíbrio das atmosferas, verdadeiras trombas aéreas
que se formam vertiginosamente em espiral, carregando folhas secas, gravetos e areia em suas
passagens, esses fenômenos consoante à crença entre os caipiras, são produzidos pelo Saci, e se algum
dotado de verdadeira fé, lançar sobre a tromba um rosário de capim, aprisioná-lo-á, por certo, e se
conseguir o barrete, terá em prêmio a ventura que aspirar.

Outra versão da lenda do Saci:

"Esta entidade matreira, traquina e das mais conhecidas é também objeto de incontáveis e controvertidas
interpretações, tendo atravessado uma sucessão de metamorfoses, sob a influência mística e
supersticiosa de índios (o nome é de origem tupi-guarani), negros, brancos e mestiços.

Enredado em diversas lendas, em alguns rincões é uma assombração tenebrosa, um eufemismo do


capeta, ou ainda um ser simpático e graciosamente assustador - terrisível; em outros, tem uma imagemde
benfeitor - o Negrinho do Pastoreio, que encontra objetos perdidos.

O Saci é apresentado até como filho do Curupira, numa fantástica concepção que, de alguma forma, pode
até adquirir certa coerência se tomarmos as variantes em que o Curupira e o Caipora são seres distintos,
sendo o segundo, numa delas, uma mulher unípede que anda aos saltos.

De acordo com a configuração mais popular, o Saci-Pererê é representado por um negrinho de uma
perna só que usa carapuça vermelha cujo poder mágico lhe confere a prerrogativa de ficar invisível e de
aparecer e desaparecer como fumaça. Ele se faz anunciar por um assobio estridente e adora fumar, aliás
essa é uma forte característica do Saci, visto que é difícil imaginá-lo sem seu cachimbo.

Ah!!, e o Saci também é daqueles fumantes que nunca trazem consigo fósforos ou isqueiros e, por isso,
sempre aterroriza os viajantes pedindo-lhes fogo."

Boitatá, a Cobra de fogo


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Ou Batatá, Baitatá, Biatatá, Bitatá, Batatal... O nome é indígena e quer dizer "cobra de fogo". E é
justamente o que ela é. Contam que certa vez houve uma grande enchente e todos os bichos morreram,
menos a cobra.

Quando a água baixou, era tanta comida que ela até ficou fresca: só queria comer os olhos dos bichos,
porque eram mais molinhos (é meio nojento, mas a lenda é assim).
Foi comendo tanto olho, tanto olho, que sua pele ficou transparente e ela virou uma cobra de luz! Virou o
Boitatá. Dizem que o Boitatá persegue quem faz queimadas nas matas, e se você correr — babau! Lá vai
ela atrás.

Bumba meu boi (Folclore Brasileiro)


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O mais importante e talvez o mais conhecido folguedo do Nordeste, espalhado por todo o Brasil, vira aqui
brincadeira de roda.

Brincadeira de meninos, que forma uma roda tendo o boi no centro. O boi pode ser um simples arremedo
na cabeça do animal, manejado pelo menino no centro da roda.

Enquanto cantam, o boi pode, sem prévio aviso, arremeter contra os que formam a roda.

Canta o toureiro:
Meu boi é laranjo

E! boi...

Os meninos respondem acompanhados pelos presentes:

Meu boi é pintado

E boi...

Meu boi é bonito

E! boi...

Saúda essa gente

E! boi...

Meu boi é rosado

E! boi....

Meu boi é calçado

E! boi... etc.

Nesse ponto – E! boi... – é que o boi, no centro, levanta a cabeça e arremete contra os da roda. Os que
não são atacados incentivam o boi com gritos, risadas e apupos. depois, escolhido o novo boi, forma-se
de novo a roda e a brincadeira continua.

Fonte:
http://www.abrasoffa.org.br/folclore/danfesfol/boi.htm

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