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Vocabulário Jurídico
1.1 Vocabulário Jurídico: Linguagem Técnica; sentido das palavras na linguagem jurídica;
sinônimos, antônimos, parônimos, homófonos.
SEMÂNTICA
Conceito: É o estudo da significação das palavras e das suas mudanças, através do tempo ou em
determinada época.
A semântica pode ser sincrônica e diacrônica.
A significação das palavras ( sinonímia - homonímia - paronímia e polissemia).
a linguagem figurada (figuras de linguagem) - que constitui sozinha, uma ciência especial chamada
estilística.
A significação das palavras:
Significante: é a forma é um elemento material , visível e sensível.
Significado: é uma idéia, um conteúdo semântico, um elemento conceitual que compreende:
Denotação e Conotação;
Denotação: é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a seu primeiro significado, aquele
imediatamente sugerido pelo significante.
Ex: pé (*extremidade da perna).
Conotação: É a ampliação do seu campo semântico de caráter interpretativo, subjetivo, dentro de
um contexto tendo outros significados.
Ex. pé - "ela não teve pé de romper comigo (pretexto).
" Em que pé está a sua empresa" ( situação).
" O pé da estátua" (base).
" O pé de cana " (haste , caule).
" pé da cama - pé da mesa" (parte inferior de vários objetos)
Sinonímia
Sinonímia é a relação que se estabelece entre palavras que apresentam sentido igual ou semelhante:
zelo - cuidado
economizar - poupar
branco - alvo
Antonímia
Antonímia ao contrário, a relação que se estabelece entre duas palavras de sentido oposto,
Zelo - descuido
economizar - gastar
branco - preto
Homonímia
I- Homonímia é a relação que se estabelece entre palavras da mesma estrutura fonológica, no plano
do significante.
As palavras homônimas podem ser:
homógrafas heterofônicas - são as palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia:
colher (verbo) - colher (substantivo)
jogo (1a pessoa do presente do ind. do verbo jogar) - jogo (substantivo)
homófonas heterográficas - são as palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita:
concertar - consertar
censo - senso
homófonas homográficas - são as palavras iguais na pronúncia e na escrita:
livre (verbo) - livre (adjetivo)
alvo (substantivo = coisa que se deseja acertar) - alvo (adjetivo = branco)
Paronímia
Paronímia é a relação que se estabelece entre palavras semelhantes na pronúncia e na escrita, mas
diferentes no significado.
Seguem alguns exemplos na área jurídica:
Absolver (perdoar)
Absorver (assimilar)
descriminar (tirar o crime)
discriminar (diferenciar)
destratar (ofender)
distratar (romper o trato)
elidir (suprimir)
ilidir (refutar. anular)
emitir (mandar para fora)
imitir (colocar, investir em)
flagrante (manifesto, evidente)
fragrante (perfumado)
infligir (impor pena)
infringir (desobedecer)
mandado (ordem)
mandato (procuração)
1.2 Vocabulário Jurídico: brocardos, expressões latinas, gíria, preciosismo, neologismo,
solecismo, estrangeirismo.
Brocardo
Gíria
O Direito está ligado à vida diária de todos. Todos os dias praticamos atos jurídicos de
todo tipo, como a simples compra de uma passagem de ônibus, de um jornal, de uma
mercadoria, o pagamento de um tributo, a autorização dada a um filho para determinado
fato, pagamos ou cobramos um aluguel, etc... Daí porque a linguagem comum do povo,
a gíria e os modismos têm uma importância muito grande e é necessário que seja
acompanhada pelo estudioso, sob pena de amanhã não se fazer entender pelos outros
com os quais mantém diálogo.
A gíria é muito efêmera, mas nem por isso deixa de figurar em jornais, peças de teatro e
livros de sua época, e alguém tem de registrar isso para que um futuro leitor possa
entender um escrito de hoje. Entre os marginais, no foro, nas aulas, nas delegacias, a
gíria é muitíssimo usada.
Há interrogatórios forenses, principalmente criminais, que não passam de gíria de ponta
a ponta, e juízes, advogados e leitores têm de estar por dentro dessa linguagem.
A propósito de gíria, há um exemplo de um professor de direito romano que conta o
seguinte fato: depois de explicar a formação do Digesto, mandou que um aluno repetisse
a exposição. O aluno muitas vezes disse: "então o cara reuniu os juristas", "então o cara
promulgou", etc. O professor tentou interromper o aluno para simplesmente dizer que
este "cara" era nada mais nada menos que o imperador Justiniano, mas os companheiros
do aluno imediatamente replicaram: "não precisa não professor, estamos entendendo
perfeitamente".
É evidente que contamos esse episódio para mostrar o poder de comunicação da gíria e
não para que sirva de modelo para aulas ou trabalhos científicos, mas se o professor
achar que obtêm maior rendimento permitindo o emprego da gíria,seria um absurdo
impedir a sua utilização.
É verdade que muitos filólogos têm prevenção contra a gíria porque consideram-a como
causa de empobrecimento do vocabulário de uma língua na medida em que uma palavra
de gíria serve para designar várias coisas completamente diferentes. Não concordamos
com esse ponto de vista, pois acreditamos que o empobrecimento da linguagem do
diálogo da mocidade em nossos dias não se deve à gíria, mas sim ao embrutecimento
político-ideológico que esta mocidade tem sofrido com os regimes autoritários impostos
ao país (o autor escreveu tal verbete durante o regime da ditadura).
É por não ter o direito de falar livremente ou de questionar, que nasce a pobreza de
vocabulário e floresce a gíria, sendo esta mais um efeito que outra coisa. Por outro lado,
a gíria também faz parte da explosão vocabular contemporânea, devido a uma maior
liberdade no campo da moral e dos costumes de que goza a mocidade de hoje, que cria
novas palavras ou formas de expressão para temas que antigamente lhe era vedado
questionar. Estes velhos problemas de gerações anteriores lhe foram transmitidos com
um instrumental vocabular inadequado, obrigando-a a inventar novos termos para
analisá-los.
Também contribui para o fato a perplexidade perante a dinâmica complexa de
problemas e novos conhecimentos que se sucedem com muita rapidez. Gíria é também
sintoma de afirmação ou protesto social.
Ver solecismo
ESTRANGEIRISMOS
Influência de uma língua em outra em decorrência normal do intercâmbio político e cultural.
Quando as palavras estrangeiras tiverem correspondentes no nosso vernáculo, daremos
preferência ao uso das nossas palavras, salvo se houver alguma razão de ordem estilística ou
outra que justifique a forma alienígena.
É importante dar uma roupagem nova às palavras estrangeiras com o nosso vernáculo,
incorporando-as ao nosso léxico como ocorreu com:
Abajur - Abat-jour
Buquê - Bouquet
Conhaque - Cognac
complô - complot (fr.)
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