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“Ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo

situado em determinado território”. – Dalmo de Abreu Dallari

1.2. Elementos constitutivos do Estado

território

materiais
povo (Dalmo Dallari e Celso
Bastos), população (Sahid
elementos
Maluf)

governo (Sahid Maluf), poder


formais soberano (Celso Bastos),
soberania (Dalmo Dallari)
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

1. A sociedade internacional

O homem é um animal político - Aristóteles

A essencialidade do convívio social, para a satisfação das


necessidades humanas.

Da família À grande sociedade internacional


O Direito Internacional surge justamente da necessidade de se
regulamentar essa nova realidade social, que surge da interação entre
Estados, organismos internacionais intergovernamentais e indivíduos -
sociedade internacional.
2. Conceito de Direito Internacional Público

Conjunto de princípios e regras jurídicas que disciplinam a sociedade


internacional, visando alcançar metas comuns da humanidade e, em última
análise, a paz, a segurança e a estabilidade das relações internacionais.

critério dos sujeitos intervenientes: sociedade


internacional (conjunto formado por Estados,
organizações internacionais e indivíduos);
critério das matérias reguladas: as metas comuns da
3 critérios sociedade internacional (a paz, a segurança e
conceituais estabilidade das relações internacionais, etc.);

critério das fontes normativas: conjunto de princípios e


regras jurídicas, costumeiras e convencionais.
3. Objeto do Direito Internacional Público

a limitação do uso da força pelos sujeitos


internacionais;

Relacionamento
entre os sujeitos a proteção de interesses universais, como os
da sociedade direitos humanos e o meio ambiente)
internacional.

e a instituição de mecanismos de apuração de


responsabilidade no âmbito internacional
4. Direito Internacional Público e Direito Internacional Privado

Público relacionamento entre os sujeitos da


sociedade internacional.

Direito
questões que envolvem o conflito
Internacional
de leis no espaço. Quando, sobre
uma mesma relação jurídica, com
Privado conexão internacional, possam
aparentemente incidir normas de
mais de um Estado.
5. Evolução histórica

Minoria: o Direito Internacional é tão antigo quanto a civilização

Maioria: o Direito Internacional tem suas manifestações mais singelas a


partir Idade Média, quando os feudos passaram a intercambiar mercadorias
e a celebrar alianças entre si.

DIP, como conhecemos surge no final do século XIV, com o nascimento


dos Estados. Importância da obra de Hugo Grotius (1586-1645), que
conferiu status científico à disciplina jurídica (até então, o Estado era o
único sujeito da disciplina, o que muda partir da 2ª Guerra Mundial, com o
surgimento das organizações intergovernamentais)
5. Evolução histórica

Münster: assinado por Estados católicos;


Tratados de
Westfália
Osnabrück, assinado por Estados protestantes.

fim à Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) , com vitória dos


Estados protestantes

declínio da influência da Igreja Católica sobre os Estados

Fortalecimento da autoridade governamental

Desenvolvimento dos conceitos de idéia de soberania


nacional e de igualdade formal entre os Estados
Incremento do DIP, como conjunto de regras voltadas a
disciplinar a relação entre os Estados soberanos
6. A questão da soberania

Soberania estatal: "poder de organizar-se


Miguel juridicamente e de fazer valer dentro de seu território
Reale a universalidade de suas decisões nos limites dos fins
éticos de convivência”.

consiste num poder de auto-determinação voltado para dentro


do território estatal

Mas, e no plano internacional? No relacionamento entre Estados


igualmente soberanos? Como justificar a vinculação de um Estado
soberano a uma ordem jurídica internacional?

Pelo pressuposto da aceitação estatal.


6. A questão da soberania

Âmbito Soberania
interno

Poder do
Estado Autonomia – um poder relativo,
condicionado aos limites do
Relações regramento internacional, na
Internacionais exata medida em que o Estado
aceitou submeter-se a este
regramento.
7. Fundamentos do Direito Internacional Público

O que justifica a submissão dos Estados à ordem jurídica internacional é a


manifestação de vontade destes?

Voluntarist
Manifestação de vontade destes
a

Princípios e regras superiores


Doutrinas Objetivista inerentes ao DI

Pacta sunt servanda, a tornar


Mista obrigatório cumprimento da vontade
manifestada.
8. Fontes do Direito Internacional Público

Fonte: é o local de onde algo provem.

circunstâncias ou fatos culminam na


materiais elaboração de normas jurídicas
internacionais.
Fontes
do DI
Formais são as maneiras como as normas de
DI se exteriorizam.

Art. 38, do Estatuto da Corte Internacional de Justiça traz um rol de


fontes formais – não exaustivo
8. Fontes do Direito Internacional Público

Primárias: diretamente aplicáveis


Em relação à aos casos concretos;
aplicação do Secundárias: indicam as normas
Direito (primárias) a serem aplicadas.

Em relação à Convencionais : aquelas para as


existência de quais houve acordo de vontades ;
Fontes
acordo de Extraconvencionais: aquelas não
formais
vontades atreladas a um acordo de vontades

Em relação à Estatutárias: constantes do art. 38,


previsão no do Estatuto da CIJ;
art. 38 do Extraestatutárias: não previstas no
ECIJ art. 38, do Estatuto da CIJ
8.1 Tratados internacionais

É um acordo de vontades firmado por escrito entre


Conceito
pessoas jurídicas de direito internacional.

Emerson Penha Malheiro: há mais de trinta


designações para um acordo de vontades firmado por
escrito entre PJDI
Questão da
nomenclatura
Francisco Resek, “o que a realidade mostra é o uso
livre, indiscriminado, e muitas vezes ilógico, dos
termos variantes.”

Tratado é gênero, a comportar diversas espécies.


8.2. Costume internacional

prática, geral, uniforme e reiterada de uma conduta


Costume
aceita como correta e obrigatória.

Generalidade
Objetivo Uniformidade
Reiteração
Elementos

Subjetivo convicção acerca da correção e


obrigatoriedade da desta conduta

O costume internacional tem a mesma estrutura conceitual, todavia, os


sujeitos envolvidos são sujeitos de direito internacional.

“Teoria do objetor persistente”: o Estado que reiteradamente se opõe a


um costume, estaria desonerado de observá-lo nas relações internacionais.
8.3. Princípios Gerais do Direito Internacional

Carlos Roberto Gonçalves se refere aos princípios gerais do direito como


“regras que se encontram na consciência dos povos e são universalmente
aceitas, ainda que não escritas.”

A definição se aplica perfeitamente aos princípios gerais de direito


internacional, sendo que, neste caso, trata-se de preceitos
conscientemente aceitos pelas pessoas jurídicas de direito internacional.

Exs: boa-fé; o pacta sunt servanda; a não-agressão; a não-interferência; o


primado da dignidade humana; o respeito ao devido processo legal e à
coisa julgada, etc.
8.4. Decisões judiciárias e doutrina

Por decisões judiciárias entenda-se a jurisprudência formada pelas Cortes e


Tribunais Internacionais.

Doutrina: obras de destaque no âmbito do direito internacional público,


publicadas por juristas reconhecidamente qualificados

8.5. Equidade

Via de regra, o julgador decidirá por equidade quando expressamente


autorizado a fazê-lo ou quando da ausência de norma jurídica que se
aplique à solução do caso sob judice.
8.6. Atos unilaterais dos Estados

Atos unilateralmente produzidos por um determinado Estado, que não


dependem da aceitação de outros para que adquiram validade.

Exemplos: o reconhecimento de Estados e governos; a ruptura de relações


diplomáticas; etc.

8.7. Atos e decisões das organizações internacionais

Não constam do rol do art. 38, do Estatuto da Corte Internacional de


Justiça

Estatuto é de 1920.
ONU é de 1945.
8.8. Jus cogens e soft law

Normas constituídas ao longo do processo histórico-social, situadas em


plano superior às demais normas de DI, posto que traduzem valores
fundamentais sobre os quais se consubstancia a ordem pública
internacional

Os direitos humanos, a paz entre as nações e o meio ambiente


mundial.

Conjunto de normas desprovidas de caráter jurídico vinculante, mas que


orientam programas de ação no plano do Direito Internacional.

As recomendações exaradas pelas Organizações Internacionais


9. Sujeitos de Direito Internacional Público

Sujeitos de O ente dotado de Personalidade Jurídica


Direito Internacional
Internacional
Público Aptidão para assumir e exercer direitos e
obrigações no âmbito da sociedade
internacional, submetendo-se ao DIP

Conjunto de normas desprovidas de caráter jurídico vinculante, mas que


orientam programas de ação no plano do Direito Internacional.

As recomendações exaradas pelas Organizações Internacionais


9. Sujeitos de Direito Internacional

os Estados

as Organizações Internacionais

os Blocos Regionais
Sujeitos de DI
a Santa Sé
(há
divergências)
as Empresas Transnacionais

as Organizações não-governamentais

os insurgentes, beligerantes e movimentos de


libertação nacional
9.1. Estados

Personalidade internacional primária (ou originária) → independem da


manifestação de vontade de outro ente para existirem .
São compostos por: território, povo e governo soberano

9.2. Organizações internacionais

Personalidade jurídica internacional derivada → são compostas por outros


entes internacionais, quais sejam, os Estados ou Estados e outras
organizações internacionais

9.3. Blocos regionais

Coletividades de Estados que se unem para obterem vantagens no


relacionamento comum entre eles ou com outros países ou blocos.
9.4. Santa Sé

Expressão jurídica internacional da Igreja Católica, chefiada pelo Papa


(status de Chefe de Estado).

Cidade Estado do Vaticano é a base territorial da Santa Sé, também


chefiado pelo Papa, criada em 1929, através do Tratado de Latrão,
celebrado entre a Itália e a Santa Sé.

9.5. Empresas transnacionais


Divergência doutrinária

A favor: vários Estados estabelecem acordos e contratos com as mesmas.


Há várias normas internacionais se prevendo direitos e deveres para tais
empresas.

Contra: não podem celebrar tratados ou acordos internacionais, nem


integrar organizações internacionais
9.6. Organizações não governamentais (ONG´s)

São entidades jurídicas privadas com finalidades específicas (políticas,


sociais, econômicas, etc.), que participam ativamente da cena global.

Maioria da doutrina → não considera as ONG´s como sujeitos de Direito


Internacional, tendo em vista que:

-Estão impedidas de celebrar tratados ou acordos internacionais;

- Não podem integrar organizações internacionais.


9.7. Insurgentes, beligerantes e movimentos de libertação nacional

Insurgentes : grupos que confrontam o Estado, gerando conflitos armados


ou não, que não tomam grandes proporções.
Reconhecimento: depende do juízo discricionário de cada Estado.

Beligerantes: grupos organizados e armados, que afrontam o Estado em


movimentos de grande proporção.
Reconhecimento : depende de ato discricionário dos Estados. Sempre é
cobrado que observem as regras internacionais relativas a conflitos
bélicos

Os movimentos de libertação nacional: grupos que buscam a


independência de um determinado território e sua população, baseado
no direito de autodeterminação dos povos.
Reconhecidos pelos Estados, ganham capacidade de representação do
povo em questão, passando a atuar como sujeitos de Direito Internacional
10. Integrações Regionais

10. 1 Direito da integração e Direito comunitário

Direito da Integração:
regulamenta funcionamento dos
sistemas de integração
socioeconômica regional.
Direito da
Integração Intergovernabilida/Soberania
Ramos do Dir. intacta.
Internacional
Direito Comunitário: estágio
Direito posterior ao Direito da
Comunitário Integração.

Supranacionalidade / Limites ao
exercício da soberania.
10.2. MERCOSUL – Mercado Comum do Sul

Criação: Tratado de Assunção: estabelecido em 26 de março, de 1991.

eliminação de barreiras alfandegárias

instituição de um imposto de importação comum (TEC)

coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais de


Finalidades
comércio exterior, fiscal, cambial, monetária, industrial e
agrícola, dentre outras;
harmonização da legislação interna de cada Estado com
as diretrizes regionais do bloco;

Personalidade Adquirida em dezembro de 1994, com a assinatura


Jurídica do Protocolo de Ouro Preto
10.2. 1 Membros

Formação original: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Formação atual: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela.

Venezuela Suspensa desde 2017, por ruptura com a ordem


democrática - exigida pelo Protocolo de Ushuaia

Esteve suspenso de julho de 2012 a julho de 2013 –


Paraguai “golpe de Estado” contra o Presidente Fernando Lugo.
10.2. 2 Diplomas mais importantes

Tratado de criou o bloco econômico, instituindo normas


Assunção programáticas indicadoras de seus objetivos

Protocolo de atribuiu ao MERCOSUL personalidade jurídica de


Ouro Preto: direito internacional

Protocolo de instituiu um sistema definitivo de solução de


Brasília conflitos no âmbito do bloco
derrogou o sistema de solução de conflitos previsto
Protocolo de pelo Prot. de Brasília, instituindo o Trib. Perm. de
Olivos Revisão, como instância superior aos Tribs.
Arbitrais
Protocolo de Reafirmou o compromisso democrático do
Ushuaia MERCOSUL
10.2. 3 Sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL

POLÍTICA: negociação política, diretamente estabelecida


1ª FASE entre os Estados litigantes

2ª FASE OPCIONAL: Ests. poderão submeter o litígio ao GMC, que


apresentará recomendaçs. para a soluç. consens. do conflito

3ª FASE ARBITRAL: constituição de um Trib. Arbitral Ad Hoc, que


elaborará um laudo arbitral propondo uma solução

TRIBUNAL PERMANENTE DE REVISÃO: recurso ao TPR, que


4ª FASE apreciará apenas questões de direito argüidas na
controvérsia.

É facultado aos Estados-membros passarem diretamente para a 4º fase,


passando o TPR a ter as mesmas atribuições do Tribunal Arbitral Ad Hoc
10.3. UNIÃO EUROPÉIA

Criação: Tratado de Maastricht, 1993.

criar um mercado comum entre seus membros, livre de


barreiras comerciais, instituindo uma moeda única e a
livre circulação de pessoas, mercadorias e fatores de
produção.
Finalidades

como direitos humanos, políticas ambientais, educação,


saúde, etc.

Característica
supranacionalidade
marcante
10.3. UNIÃO EUROPÉIA

Delegação parcial de soberania

supranacionalidade regras produzidas pelo Direito Comunitário são


aplicadas direta, imediata e prevalecentemente
sobre o direito interno

funcionamento do mercado comum

regulação da união aduaneira


Limitação
cidadania européia

política monetária e comercial, etc


10.3.1 Membros

Composição 27 países
atual

Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca,


Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia,
Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta,
Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Suécia
10.3.1 Membros

Critério Político: manutenção da Democracia, do


Estado de Direito, os Direitos Humanos e a proteção
das minorias

Critério Econômico: economia de mercado efetiva,


Critérios de com capacidade de fazer frente à concorrência do
ingresso bloco

Critério do Acervo Comunitário: capacidade para


assumir as obrigações decorrentes da adesão, como
os objetivos de união política, econômica e
monetária
10.3.2 Principais diplomas normativos

Tratado de Maastricht: deu origem à União Europeia (EU). Objetivos:


implementação de uma unidade política, econômica e monetária; criação
de um mercado e de uma unidade no tocante à política externa, segurança
e assuntos jurídicos (como a questão da cidadania européia).

Tratado de Amsterdã: eliminou os últimos obstáculos quanto à livre


circulação. Colocou o pleno emprego e os direitos fundamentais como
objetivos nucleares do bloco.

Tratado de Nice: adaptou os órgãos integram a estrutura organizacional da


União Europeia, de modo a melhor permitir o ingresso de novos membros.

Tratado de Lisboa: democratizou a União Europeia, estabelecendo uma


espécie de iniciativa popular, pela qual os cidadãos, através do quórum de
um milhão de assinaturas podem apresentar proposta legislativa à
Comissão Europeia
10.3.3 Membros

O órgão de maior importância decisória é o Conselho da União Europeia

concordância de 55% dos Estados-


membros
Sistema Dupla
decisório maioria
65% da população abrangida pelo
bloco
11. Organizações Internacionais

11. 1 Conceito

“associação voluntária de sujeitos de Direito Internacional, criada


mediante tratado internacional (nominado de convênio constitutivo) e
com finalidades predeterminadas, regidas pelas normas do Direito
Internacional, dotada de personalidade jurídica distinta da dos seus
membros, que se realiza em um organismo próprio e estável, dotado
de autonomia e especificidade, possuindo ordenamento jurídico
interno e órgãos auxiliares, por meio dos quais se realiza os propósitos
comuns dos seus membros, mediante os poderes próprios que lhes são
atribuídos por estes.”
11.1 Conceito

Organizações não-
Organizações Internacionais
governamentais

são associações de Estados formadas por particulares


11. 1 Conceito

Ganham importância após a Segunda


Guerra Mundial
Organizações
Internacionais

Mas já existiam antes


11. 2 Imunidade

Dos Assenta-se sobre regra


Estados principiológica/costumeira

Imunidade
Respalda-se em seus próprios
Das tratados constitutivos,
Organizações voluntariamente aceitos pelos
Internacionais Estados integrantes
11. 2 Imunidade

Posição atual: a imunidade das organizações


STF internacionais é absoluta, nos termos previstos no nos
tratados internacionais que as constituíram.

não-submissão, à jurisdição trabalhista


RE 578.542 e brasileira, dada a existência de regramento
597.368 próprio no bojo dos acordos internacionais
firmados entre a ONU e Estados-membros.

Decretos nº 27.784/50 e nº 52.288/63 - imunidade de


jurisdição e de execução
11.3 OIT – Organização Internacional do Trabalho

11.3.1 Histórico

Revolução Custo humano. Nações se unem


Industrial para constituírem uma
Contexto organização comprometida com
histórico a reconstrução da paz mundial e
1ª Guerra
Mundial de um mundo mais justo

promover o trabalho compatível com a OIT


dignidade humana (1919)
11.3.1 Histórico

agência especializada da ONU

governos
OIT estrutura
tripartite empregadores
(1919)
trabalhadores

187 países-membros, possuindo escritório em cerca de


40 países
11.3.2 Convenções fundamentais

Responsável pela elaboração e aplicação das normas


internacionais do direito do trabalho

OIT
(1919)
Suas convenções, uma vez ratificadas por decisão
soberana dos Estados que a integram, passam a fazer
parte do ordenamento jurídico deste Estado
11.3.2 Convenções fundamentais

Conferência
adota a Declaração dos Direitos e
Internacional da OIT,
Princípios Fundamentais no Trabalho
de 1998
11.3.2 Convenções fundamentais

À liberdade sindical

À negociação coletiva
Reafirmação do
compromisso À eliminação de todas as formas de trabalho
com a forçado ou obrigatório
observância dos
direitos À eliminação efetiva do trabalho infantil

À eliminação da discriminação em matéria de


emprego e profissão.
11.3.2 Convenções fundamentais

Convenção nº 29: Convenção sobre o Trabalho


Forçado, de 1930
Convenção nº 87: Convenção sobre a Liberdade
Sindical e a Proteção do Direito Sindical, de 1948
Convenção nº 98: Convenção sobre o Direito de
Sindicalização e de Negociação Coletiva, de 1949
Convenção nº 100: Convenção sobre a Igualdade
Oito de Remuneração, de 1951
convenções Convenção nº 105: Convenção sobre a Abolição do
fundamentais Trabalho Forçado, de 1957
Convenção nº 111: Convenção sobre a
Discriminação (Emprego e Profissão), de 1958
Convenção nº 138: Convenção sobre a Idade
Mínima para Admissão e Emprego, de 1973
Convenção nº 182: Conv. sobre a Proibição das
Piores Formas de Trab. Infantil e a Aç. Imediata
para a sua Eliminação, de 1999
11.3.3 Funcionamento

Comissão de Peritos para a Aplicação das Convenções e


das Recomendações

Órgãos
que Comissão de Aplicação das Normas da Conferência
integram
a OIT

Comitê de Liberdade Sindical


11.4 Organização das Nações Unidas (ONU)

11.4.1 Nascimento

Ato constitutivo: Carta da ONU, assinada em 24.06.1945, tendo entrado


em vigor em 24.10.1945

11.4.2 Estrutura

Seis órgãos fundamentais


11.4.2 Estrutura

ASSEMBLÉIA-GERAL: formada por todos os Estados integrantes da


Organização. Deliberar sobre todos os temas relacionados à finalidade da
ONU. Reúne-se ordinariamente em sessões anuais Via de regra, delibera por
maioria simples. Eventualmente pode ser exigido quórum especial de 2/3.
Qualquer que seja o quorum, cada Estado-Membro tem direito a um voto
na Assembleia-Geral
11.4.2 Estrutura

CONSELHO DE SEGURANÇA: finalidade precípua - manutenção da paz e da


segurança internacionais. Constituído por 15 membros: 5 permanentes e
10 não permanentes, estes, eleitos pela AG - mandato de dois anos,
admitida a reeleição. Reúne-se em qualquer hipótese de ameaça à paz ou a
segurança dos Estados. Decisões: voto favorável de pelo menos 9
membros, dentre os quais o permanentes, que possuem poder de veto.
Principais funções: pacificar os litígios entre os Estados-membros;
regulamentar a construção e o uso de armamentos e atuar nas hipóteses
de ameaça à paz e de agressão internacional.
11.4.2 Estrutura

SECRETARIADO: encarregado da administração da ONU. Integrado pelo


Secretário-Geral e por um corpo burocrático por ele nomeado. O
Secretário-Geral é nomeado pela Assembleia-Geral, mediante
recomendação do Conselho de Segurança, para um mandato de cinco
anos, podendo ser renovado por igual período
11.4.2 Estrutura

CONSELHO ECONÔMICO E SOCIAL: composto por 54 membros, eleitos


pela Assembleia-Geral. Mandato de três anos, permitida a reeleição.
Função: elaborar estudos, relatórios e formular recomendações sobre
questões de caráter econômico, social, cultural, educacional e correlatas
11.4.2 Estrutura

CONSELHO DE TUTELA: sua finalidade era promover o desenvolvimento


econômico, político, social e educacional de territórios não independentes.
O último território sob tutela da ONU foi o arquipélago de Palau, no Oceano
Pacífico. Com a independência deste território, em 1994, o Conselho de
Tutela acabou perdendo sua finalidade, ficando suspenso
11.4.2 Estrutura

CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA: localizada em Haia, Holanda. É um


órgão essencialmente judicial, com competência consultiva e contenciosa,
admitindo como litigantes apenas Estados soberanos. Sua competência
contenciosa, contudo, não é obrigatória, carecendo da aceitação por
parte do Estado litigante. Composta por 15 julgadores, eleitos pela AG e
pelo CS. Mandato de 9 anos, admitida a reeleição. Renovação do quadro a
cada 3 anos, 1/3 dos membros.
11.4.2 Estrutura

ONU conta hoje com 193 Estados-membros, dos quais 51 são considerados
membros originários.
11.5 Organização dos Estados Americanos

11.5.1 Criação e finalidade

Criação 1948, com a assinatura de seu tratado constitutivo na


cidade de Bogotá, na Colômbia

Protocolo de Buenos Aires (de 1967)

Alterações Protocolo de Cartagena das Índias (de 1985)


do ato
constitutivo Protocolo de Washington (de 1992)

Protocolo de Manágua (de 1993)

Somente o documento originário Incidência assimétrica das


foi assinado por todos regras da organização
11.5 .1 Criação e finalidade

na manutenção da paz

promoção da democracia

Finalidade desenvolvimento econômico

proteção da soberania e integridade territorial

A OEA foi originalmente fundada por 21 Estados, possuindo atualmente 35


países-membros
11.5 .2 Estrutura

Assembléia-Geral

Reunião de Consulta dos Ministros das Relações


Exteriores
Órgãos
Integrantes
Conselhos

Comissão Jurídica Interamericana

Comissão (ou Corte) Interamericana de Direitos Humanos

Secretaria-Geral
11.5 .2 Estrutura

Assembléia-Geral: órgão máximo. Integrado por todos os Estados-


membros. Tomada de decisões:

- em regra: por maioria absoluta;

- excepcionalmente: dois terços dos membros (art. 59, da Carta da OEA)


11.5 .2 Estrutura

Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores: convocada em


casos excepcionais, para deliberar sobre questões urgentes e de interesse
geral dos Estados-membros
11.5 .2 Estrutura

Conselhos: finalidade precípua de realização de estudos e apresentação de


propostas junto à Assembléia-Geral em temas de interesse da
organização.

Via de regra, são integrados por representantes de todos os países


membros
11.5 .2 Estrutura

Comissão Jurídica Interamericana: órgão de assessoramento jurídico.


Objetivo: realizar estudos e apresentar propostas em matéria jurídica
junto aos demais órgãos da OEA, inclusive no sentido de correlacionar ou
uniformizar as legislações dos Estados-membros no tocante a temas
específicos
11.5 .2 Estrutura

Comissão (ou Corte) Interamericana de Direitos Humanos: de 1959.


Funciona como foro para a promoção e proteção dos direitos humanos
dos cidadãos do continente americano. Conduz procedimentos de
responsabilização internacional dos países-membros, em caso de
violação dos direitos humanos.

Possui atuação própria e independente, não se submetendo à vontade


Estados que constituem a OEA.

Sua autoridade sobre os Estados-membros advém do fato de que estes,


inclusive o Brasil, aceitaram sua jurisdição
11.5 .2 Estrutura

Secretaria-Geral: órgão responsável pelas atividades administrativas da


OEA.
É chefiada por Secretário-Geral, eleito pela Assembléia-Geral, para um
mandato de cinco anos, com direito a uma única reeleição, não podendo
ser sucedido por alguém de mesma nacionalidade
12. Relacionamento entre o Dir. Internacional Público e o Dir. Interno

Primeiras normas de Dir. Internacional

Ordem jurídica interna dos Estados Ordem jurídica internacional –


– fruto do exercício da soberania fruto da adesão voluntária dos
estatal Estados

Desafio para o Direito de conciliar estas duas ordens jurídicas – Teoria


Dualista e Teoria Monista
12.1 Teoria Dualista

duas ordens jurídicas distintas, que não se relacionam nem


se interpenetram - fundamentos e fontes de produção
diferentes
Teoria
Dualista

Para que uma norma internacional pudesse viger na


ordem interna, deveria haver alguma espécie de
‘incorporação’ desta norma no quadro jurídico interno
12.1 Teoria Dualista

Para uma norma de direito


internacional produzir eficácia em um
RADICAL ordenamento jurídico interno, haveria
a necessidade de uma lei nacional
admitindo a incorporação
Teoria
Dualista a incorporação da norma
internacional pelo ordenamento
MODERADA jurídico interno dispensa a edição de
lei nacional, mas exige um
procedimento interno específico, com
participação do Legislativo e Executivo
12.1 Teoria Dualista

Congresso Nacional (através de


Decreto Legislativo)

Brasil Teoria Dualista


Moderada
Decreto (pelo Chefe do Poder
Executivo Federal)
12.2 Teoria Monista

o ordenamento jurídico interno de cada Estado e o


ordenamento jurídico internacional se interpenetrariam,
formando um ordenamento único.
Teoria
Monista

Desta coexistência certamente adviriam conflitos


normativos, sendo necessário fixar a norma prevalecente
(interna ou internacional?)
12.2 Teoria Monista

Teoria Monista Internacionalista

Teoria Teoria Monista Nacionalista


Monista

Teoria Monista Mitigada (ou Dialógica)


12.2.1 Teoria Monista Internacionalista

Teoria Monista Internacionalista


Radical: no conflito entre a norma
Teoria Monista internacional e a norma interna,
Internacionalista: um aquela deve prevalecer e esta deve ser
sistema jurídico único, declarada inválida;
(normas nacionais +
normas internacionais) e
no conflito entre elas, a Teoria Monista Internacionalista
internacional deve Moderada: no conflito entre a norma
prevalecer. internacional e a norma interna,
aquela deve prevalecer e esta ser tão
somente afastada do caso concreto.

É a que prevalece nos tratados e acordos internacionais – vide


art. 27, da Convenção de Viena sobre Tratados, de 1969.
12.2.2Teoria Monista Nacionalista

um sistema jurídico único, (normas


Teoria Monista nacionais + normas internacionais) e
Nacionalista no conflito entre elas, a norma
interna deve prevalecer.
12.2.3 Teoria Monista Mitigada (ou Dialógica)

um sistema jurídico único, (normas


nacionais + normas internacionais) e no
Teoria Monista conflito entre elas, deve prevalecer
Mitigada aquela que ofereça o maior grau de
proteção aos direitos humanos.

Hierarquia de valores
12.2. Processo de elaboração dos tratados internacionais

negociações preliminares

celebração ou assinatura

aprovação parlamentar

Processo de
ratificação
Elaboração

promulgação

publicação

registro
12.2.1 Negociações preliminares

Etapa prévia, onde as autoridades apresentam seus


pontos concordantes e discordantes a respeito da
matéria, buscando um denominador comum

Negociações
preliminares
CF/88, art. 84, VIII → compete privativamente ao
PR celebrar tratados, convenções e atos
internacionais sujeitos a referendo do CN. Tal
competência pode ser delegada
12.2.2. Celebração/assinatura

É o aceite formal e precário do texto do tratado

Celebração/
assinatura
Não é suficiente para gerar vínculo obrigacional no
plano internacional.
12.2.3. Aprovação parlamentar

Ato de soberania interna de cada país signatário

CF/88, art. 49, I → competência exclusiva do CN


Celebração/ “resolver definitivamente sobre tratados, acordos
assinatura ou atos internacionais que acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional”.

Materialização → por decreto legislativo


12.2.4. Ratificação

Ato discricionário, irretratável, expresso e


irretroativo pelo qual o Chefe de Estado do país
signatário declara a aceitação definitiva do
convencionado
12.2.4.
Ratificação
Materializa-se pelo depósito da carta de retificação
perante o órgão internacional competente, por
meio do qual o Estado se vincula ao tratado no
plano internacional
12.2.5. Promulgação

Ato jurídico pelo qual o Chefe de Estado confere


executoriedade interna ao tratado, declarando-o
em conformidade com o processo constitucional
12.2.5. de elaboração.
Promulgação

Materialização → decreto do Presidente da


República
12.2.6. Publicação

Tanto o DL, quanto o DPR devem ser devidamente


12.2.6. publicados na Imprensa Oficial, para que possam
Publicação ser, enfim, aplicados.
12.2.7. Registro

O registro é o ato pelo qual se torna público o


conteúdo de um tratado e os integrantes que o
celebraram.

Via de regra, os tratados são registrados nas


12.2.7. Organs. Interns. das quais os acordantes
Registro participam, considerando-se, sobretudo, a
pertinência temática.

Convenção de Viena sobre Tratados → qualquer


tratado assinado por membro da ONU deve ser
registrado na Secretaria desta.
12.3. Incorporação ao Direito Internacional Brasileiro

Doutrina majoritária → Brasil adotou a teoria


dualista moderada: incorporação de um
12.3. tratado ao direito pátrio e a sua conseqüente
Incorporação ao executoriedade, depende:
Direito
Internacional -da aprovação do mesmo pelo Congresso
Brasileiro Nacional, através de Decreto Legislativo

- e a conseqüente edição de um Decreto


Presidencial promulgando-o
12.2.7. Registro

Condição resolutiva: ocorrência de evento futuro e incerto

Denúncia: CF, 84, VII → ato discricionário do Chefe de Est.

Distrato: dissolução por comum acordo entre as partes


Extinção
Expiração do termo: em caso de tratado por prazo determ.

Perda do objeto

Execução integral do objeto

Tratado posterior
12.3. Incorporação ao Direito Internacional Brasileiro

Regra Incorporam como LEI ORDINÁRIA

Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos

Tratados Internacionais sobre Transporte


Exceções Internacional

Tratados Internacionais sobre Direito Tributário

Exceção não acolhida pelo STF e pelos Tribunais Superiores


12.5.1 Hierarquia do tratados internacionais sobre direitos humanos

tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos terão status


hierárquico de

emenda constitucional: se norma supralegal: se ingressarem


ingressarem no ordenamento no ordenamento jurídico nacional
jurídico nacional pelo rito pelo “rito comum” (Decreto
especial do § 3º, do art. 5º, da CF Legislativo + Decreto Presidencial)
12.5.2 Hierarquia dos tratados internacionais sobre transporte internacional

Art. 179. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes


CF aéreo, aquático e terrestre, devendo quanto à ordenação
do transporte internacional, observar os acordos firmados
pela União, atendido o princípio da reciprocidade.

“Nos termos do art.178 da CR, as normas e os tratados


internacionais limitadores da responsabilidade das
STF transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as
Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em
relação ao CDC.”
12.5.2 Hierarquia dos tratados internacionais sobre Direito Tributário

Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais


CTN revogam ou modificam a legislação tributária interna, e
serão observados pela que lhes sobrevenha

Há decisões recentes reconhecendo, com base no referido dispositivo a


supralegalidade das normas internacionais sobre Dir. Internacional

Mas essa não é a posição predominante nos Tribunais Superiores


1. Direito Internacional Privado - Conceito

é o ramo do direito interno que regula normativamente as relações


jurídicas com “conexão internacional”, apresentando soluções para o
concurso de leis no espaço.

Às relações jurídicas constituídas na circunscrição


Regra territorial de um Estado, aplica-se a lei deste Estado

Pode ocorrer, porém de uma relação jurídica apresentar


Exceção “conexão internacional” – ex.: quando atos que a
constituem são produzidos em mais de um Estado.
1. Direito Internacional Privado - Conceito

Diante destas relações jurídicas com “conexão


internacional” – ex.: quando atos que a Que ordenamento
constituem são produzidos em mais de um jurídico aplicar?
Estado.

“conflito (ou concurso) de leis no espaço”, ou seja, uma hipótese de


aplicação simultânea das normas de dois ou mais ordenamentos jurídicos

É justamente nesses casos que o Direito Internacional Privado


atual
1. Direito Internacional Privado - Conceito

E como o Direito Internacional Privado soluciona essas questões?

regra (ou “lei”) do domicílio

Aplicando o que eu regra (ou “lei”) do local onde se


chamo de regras constituiu a obrigação
parâmetros (a doutrina
fala em regras de regra (ou “lei”) do foro
conexão)

a regra (ou “lei”) da nacionalidade


1. Direito Internacional Privado - Conceito

IMPORTANTE

Não se aplicam diretamente à


solução dos casos concretos
As regras de Direito
Internacional

Elas indicam as normas de direito


material a serem aplicadas na
solução dos casos concretos
2. Objeto

Principal Conflito de leis no espaço

Nacionalidade
Objeto
Mas também
(devido à tradição Estrangeiro
francesa)

Conflito de Jursidição
3. Fontes

Lembra que o Direito Internacional Privado é um ramo do direito privado


interno? Portanto, ele é produzido pelo poder competente (via de regra, o
Poder Legislativo) de cada país.

Fonte principal do Direito


Lei interna do país
Internacional Privado

Constituição Federal
LINDB (Lei 12.376/2010)
Código de Processo Civil
Estatuto do Estrangeiro (6.815/80) e a Lei de Migração (13.445/2017)
Lei do Refúgio (Lei nº 9.747/94)
4. Conflito de leis e norma aplicável
4.1. Introdução

Às relações jurídicas constituídas na circunscrição


Regra territorial de um Estado, aplica-se a lei deste Estado

Pode ocorrer, porém de uma relação jurídica apresentar


Exceção “conexão internacional” – ex.: quando atos que a
constituem são produzidos em mais de um Estado.

Nesses casos nasce a dúvida sobre a norma de que país aplicar –


“concurso (ou conflito) de leis no espaço.

As normas de Direito Internacional Privado surgem para sanar


essa situação, INDICANDO a lei a ser aplicada (a nacional ou a
estrangeira)
4.2. Objetos e elementos de conexão

No Brasil, a quase totalidade dos conflitos de leis no espaço são resolvidos


pela Lei de Introdução das Normas do Direito Brasileiro - LINDB

Princípio da territorialidade moderada → na maioria


dos conflitos aplica-se a lei brasileira, mas em
LINDB hipóteses excepcionais admite-se a aplicação da lei de
outro Estado.
4.2. Objetos e elementos de conexão

Objeto de conexão: entenda-se a matéria a que se


Estrutura das refere a norma.
normas da
LINDB
Elemento de conexão: a indicação do direito
aplicável.

Art. 9º (da LINDB). Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei


do país em que se constituírem.

Objeto de conexão: qualificação e Elemento de conexão: lei do pais


regência das obrigações. (matéria em que a obrigação foi
de que trata o dispositivo legal) constituída. (direito aplicável)
5. Condição jurídica do estrangeiro

5.1 Introdução

Estrangeiro é aquele que não detém vínculo de


Conceito nacionalidade com determinado país.

Lei nº 6.815/1980 (Estatuto do Estrangeiro)

Legislação

Lei nº 13.445/2017 (Lei de Migração)


5.1 Introdução

Art. 2º Na aplicação desta lei atender-se-á precipuamente à


(Estatuto do segurança nacional, à organização institucional, aos
Estrangeiro) interesses políticos, socioeconômicos e culturais do
Brasil, bem assim à defesa do trabalhador nacional.

modernizou o tratamento da matéria,


abandonando, p. ex., a idéia o migrante como
Lei de Migração ameaça à segurança nacional e ao trabalhador
brasileiro
5.2 Princípios e diretrizes (art. 3º, da Lei de Migração)

universalidade dos direitos humanos

acesso igualitário e livre do migrante a serviços, programas e benefícios


sociais, bens públicos, educação, assistência jurídica integral pública,
trabalho, moradia, serviço bancário e seguridade social

repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a quaisquer forma de


discriminação

garantia do direito à reunião familiar

proteção integral e atenção ao superior interesse da criança e do


adolescente migrante

repúdio a práticas de expulsão ou de deportação coletivas.


5.3 Entrada do estrangeiro

Ato discricionário de cada Estado

visto

Envolve

documentação oficial de viagem e identificação


5.3.1 Visto

de visita

temporário

Visto
oficial

diplomático

de cortesia
5.3.1 Visto

turismo

Visto de Estada de curta duração.


Sem intenção de estabelecer negócios
visita
residência
Competição esportiva
5.3.1 Visto

estudo

Visto intenção de estabelecer


temporário residência temporária Trabalho (temporário)

pesquisa
5.3.1 Visto

concedidos a autoridades ou
Oficial
funcionários estrangeiros que viajem
ao Brasil em missão oficial, de
Vistos caráter transitório ou permanente,
representando Estado estrangeiro
Diplomático ou organismo internacional
5.3.1 Visto

Visto de concedido aos empregados dos titulares de vistos


cortesia oficiais ou diplomáticos

O titular do visto de cortesia, enquanto permanecer no território


brasileiro, só poderá exercer atividade remunerada para o titular do visto
oficial ou diplomático
5.3.2. Documentos oficiais de viagem

passaporte

carteira de identidade de marítimo


Exemplos de
documentos
oficiais de viagem
carteira de matrícula consular

certificado de membro de tripulação de


transporte aéreo
5.4. Saída do estrangeiro

repatriação

deportação
Três formas

expulsão

A extradição também acarreta a saída compulsória do território brasileiro,


mas será estuda como “medida de cooperação”
5.4.1 Repatriação

Consiste em medida administrativa de devolução, ao país de procedência


ou nacionalidade, de pessoa impedida de ultrapassar as barreiras
alfandegárias em porto, aeroporto ou fronteira a fim de entrar no Brasil.
(art. 49)
5.4.1 Repatriação

Pessoas impedidas de ingressar no território nacional (art. 45)

a. Pessoa anteriormente expulsa do País, enquanto os efeitos da expulsão


vigorarem;

b. Pessoa condenada por crime de genocídio, crime contra a humanidade,


crime de guerra ou crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto
de Roma do Tribunal Penal Internacional

c. Pessoa que tenha o nome incluído em lista de restrições por ordem


judicial ou por compromisso assumido pelo Brasil perante organismo
internacional
5.4.1 Repatriação

não seja válido no Brasil;

d. Pessoa que apresente esteja com prazo de validade


documento que vencido

esteja com rasura ou indício de


falsificação

e. Pessoa que não apresente documento de viagem ou documento de


identidade, quando admitido;

f. Pessoa cuja razão da viagem não seja condizente com o visto;

g. Pessoa que tenha fraudado documentação ou prestado informação falsa


por ocasião da solicitação de visto
5.4.1 Repatriação

raça

Art. 45, parágrafo único: religião


ninguém será impedido de
ingressar no País por motivo
de nacionalidade

pertinência a grupo social ou


opinião política
5.4.2. Deportação

Medida decorrente de procedimento administrativo consistente na retirada


compulsória de pessoa que esteja em situação migratória irregular (50)

notificação pessoal ao deportando, apontando


expressamente as irregularidades e concedendo
Deve ser prazo para regularização, não inferior a 60 dias,
precedida de podendo ser renovado por despacho
fundamentado e compromisso de manter
atualizadas suas informações domiciliares (50, §1º).

Também deverão ser respeitados o contraditório e a ampla defesa, bem


como a garantia de recurso, com efeito suspensivo (art. 51)
5.4.2. Deportação

Regularizada a sua situação, o deportado poderá retornar ao Brasil.

esta configurar extradição inadmitida pela lei


Não poderá haver brasileira
deportação quando
(53) o estrangeiro puder ser enquadrado como
asilado ou refugiado

O fato do estrangeiro ser casado com cônjuge brasileiro ou ter filho


brasileiro sob sua guarda e dependência econômica não impede a
deportação.
5.4.3. Expulsão

Medida administrativa discricionária, consistente na retirada compulsória


de estrangeiro do território nacional, conjugada com o impedimento de
reingresso por prazo determinado tendo em vista a prática de ato
criminoso específico.

Genocídio, cr. contra a humanidade, cr. de


guerra ou cr. de agressão, nos termos do
Estatuto de Roma
Crimes que ensejam a
expulsão Cr. comum doloso passível de pena priv. de
liberd., consideradas a gravidade e as
possibilidades de ressocialização em
território nacional.
5.4.3. Expulsão

O procedimento de expulsão tramita pelo Min. da Justiça, atribuindo-se ao


respectivo Ministro, decidir discricionariamente a respeito da expulsão,
garantindo-se ao expulsando o direito ao contraditório e à ampla defesa.

O reingresso de estrangeiro expulso configura crime previsto no art. 338, do


CP
5.4.3. Expulsão

Quando a expulsão configure extradição inadmitida pelas


leis brasileiras;

Tiver filho brasileiro sob sua guarda


ou depend. Econôm. ou socioafetiva
ou tiver brasileiro sob sua tutela

Não será Tiver cônjuge ou companheiro


admitida a residente no Br., sem discriminação,
expulsão reconhecido judicial ou legalmente;
Quando o
(55) expulsando Tiver ingressado no Br. até os 12 anos,
residindo desde então no país

For pessoa com + de 70 anos que


resida no País há mais de 10,
considerados a gravidade e o
fundamento da expulsão
5.4.3. Expulsão

Súmula 1, STF: É vedada a expulsão de estrangeiro casado com brasileira,


ou que tenha filho brasileiro, dependente da economia paterna.
6. Extradição

6.1. Conceito

“extradição é a entrega, por um Estado a outro, e a pedido deste, de


indivíduo que em seu território deva responder a processo penal ou
cumprir pena.”

6.2. Espécies

a. extradição ativa: o Estado Brasileiro solicita a outro país a


entrega de um indivíduo, a fim de julgá-lo ou puni-lo por
crime praticado no Brasil
Espécies
b. extradição passiva: outro Estado estrangeiro solicita ao
Brasil a entrega de um indivíduo que se encontre no
território brasileiro.
6.3. Condições

ter sido o crime cometido no território do Estado


requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis
penais desse Estado;
Condições
(83) estar o extraditando respondendo a processo
investigatório ou a processo penal ou ter sido condenado
pelas autoridades judiciárias do Estado requerente a
pena privativa de liberdade.

Tb é existência de Tratado de Extradição ou promessa de


necessário reciprocidade entre os países envolvidos.
6.4. Impedimentos

I – o indivíduo cuja extradição é solicitada ao Brasil for brasileiro nato

II – o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no


Estado requerente

III – o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime
imputado ao extraditando

IV – a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão inferior a 2 (dois) anos


6.4. Impedimentos

V – o extraditando estiver respondendo a processo ou já houver sido


condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o
pedido

VI – a punibilidade estiver extinta pela prescrição, segundo a lei brasileira


ou a do Estado requerente

VII – o fato constituir crime político ou de opinião

VIII – o extraditando tiver de responder, Estado requerente, perante


tribunal ou juízo de exceção

IX – o extraditando for beneficiário de refúgio, nos termos da Lei nº 9.747,


de 22 de julho de 1997, ou de asilo territorial
6.4. Impedimentos

não será extraditado. Questão da perda da


Brasileiro nacionalidade originária, por conta, por exemplo, da
nato aquisição voluntária de outra nacionalidade (STF, ETX
1462)

Regra Não será extraditado

Brasileiro crime comum, praticado antes da


naturalizado naturalização
Exceção
comprovado envolvimento, a
qualquer tempo, em tráfico ilícito de
entorpecentes ou drogas afins
6.5. Procedimento

Min. das Estado


Relações Via diplomática
Estrangeiro
Exteriores

Ministério da Justiça

Arquivamento STF

Presidente da República
7. Asilo

7.1. Conceito

O asilo consiste numa proteção dada por um Estado a um indivíduo em


face de perseguição sofrida em outro Estado, por razões políticas, religiosas
ou de opinião.

7.2. Espécies

asilo territorial: aquele que é requerido por quem já se


encontra no território do Estado asilante.

Espécies asilo diplomático: requerido por quem ainda se encontra no


território do Estado onde é perseguido. Neste caso, o
requerente será acolhido em local imune à jurisdição deste
Est., até sua transf. para o território do Estado asilante.
7.3. Diretrizes e Impedimentos

DIRETRIZES - Resolução nº 3.212 da Assembléia Geral da ONU

a concessão de asilo é deicisão discricionária do Estado concedente

o asilo deve ser concedido a pessoas que sofrem perseguição;

os demais Estados devem respeitar a outorga do asilo e este não será


considerado ato inamistoso por parte de nenhuma nação

pessoas que recebem asilo não poderão ser enviadas aos Estados em cujo
território sofram perseguição (regra do non-refoulement )

cabe ao Estado asilante a qualificação do ato que motiva a perseguição ao


indivíduo comum ou político
7.3. Diretrizes e Impedimento

IMPEDIMENTO - Lei de Migração, em seu artigo 28

Não se concederá asilo a quem tenha cometido crime de genocídio,


crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos
termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional,
de 1998, promulgado pelo Decreto nº 4.388/2002
8. Refúgio

8.1. Conceito

Instituto de dir. internacional que tem por fim a proteção da pessoa


humana, individual ou coletivamente considerada, que em razão de
fundados temores de perseguição, por motivo de raça, crença,
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, encontre-se fora de seu
país de origem
8.2. Legislação

Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados de


1951 – promulgada pelo Decreto 50.215/61

Legislação Declaração da Organização dos Estados Americanos de


Cartagena sobre os Refugiados, de 1984

Lei nº 9474/1997 (Lei do Refúgio)

Para e editar e acompanhar as normas que tratam do tema, a ONU criou o


o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
8.3. O refugiado na legislação brasileira

devido a fundado temores de perseguição encontre-se


fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não
queira acolher-se à proteção de tal país;

No Brasil, não tendo nacionalidade e estando fora do país onde


considera-se antes teve sua residência habitual, não possa ou não
refugiado todo queira regressa a ele, em razão de perseguições lá
indivíduo que: sofridas

Devido a grave e generalizada violação de direitos


humanos, é obrigado a deixar seu país de
nacionalidade
8.3. O refugiado na legislação brasileira

O reconhecimento, no Brasil, da condição de refugiado, fica a cargo do


Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), órgão colegiado vinculado
ao Ministério da Justiça

A solicitação de refúgio suspenderá, até decisão definitiva, qualquer


processo de extradição pendente

Também se aplica ao refúgio a regra do non-refoulement


8.4. Impedimentos

desfrutar de proteção ou assistência por parte de


organismo ou instituição da ONU

ser residente no território nacional


O candidato a
refugiado no
Brasil não ter direitos ou obrigações relativas à condição de
pode: nacional brasileiro

ter cometido cri. contra a paz, crime de guerra, contra


a humanidade, cr. hediondo, atos terroristas, tráfico
de drogas ou ser considerado culpado de atos
contrários aos fins e princípios das NU

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