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Na cidade de Praga, conta se uma historia

Sobre um homem que com seus bonecos dançava


Encantado as crianças com sua oratória
E divertindo a multidão que do campo voltava

A comida era escassa, mas fartos eram os risos


“Kazi”, “Teta” e “Tom” era o nome de seus bonecos e amigos
Quem perguntava sobre eles, o homem com orgulho respondia
Eram do pai do meu pai, e herança da minha tia

Um dia, o homem recebeu a visita de um guarda


Possuía um cavalo, uma ordem e uma grande espada
Após se apresentar, com força em “Tom” pisou
Rasgou “Kazi”, cortou “Teta” e sua barraca quebrou

O homem, em lagrimas, perguntou o motivo


“Estou apenas seguindo ordens, meu amigo”
“Nestas terras, o riso é uma distração”
“Se for corajoso, vá reclamar com o capitão”
E o homem, em prantos foi

“São ordens do cavalheiro da cidade”


Disse o capitão
“São ordens do conselheiro”
Disse o cavalheiro
“São ordens do próprio lorde”
Disse o conselheiro
“Ordenei porque quis”
Disse o lorde
E então, com um grito que apenas os que perderam tudo poderiam dar
Foi capaz de ser ouvido por Praga em todo lar

Meia noite, o homem estava jogado em sua cela


Braços quebrados, e muita dor em sua costela
Surpreendeu-se com a comediante da corte a lhe visitar
Que com curiosidade sentou ao lado do homem a gargalhar

“Que loucura leva um comum a tentar matar o lorde da cidade”


“Entendo sua raiva, mas precisava usar uma colher? ”
O homem, com mais risadas, respondeu aquela mulher
“Onde há loucura, também há liberdade”

A comediante, rindo com orgulho, o envolveu


Aproximou ao seu pescoço, e um estranho beijo lhe deu
Conta-se, os que estavam próximo da execução
Do homem que foi enforcado com um sorriso de satisfação

Antes de partir, a comediante fez questão de prometer


“Faça o mundo rir, meu filho, que voltarei para lhe ver”
“Espalhe por estas terras infelizes, a liberdade de sua marca”
“Mas se não rirem, que pelo menos use uma faca”

Então o homem partiu, com seus amigos quebrados


Sua missão em morte, viajando para todos os lados
“Nobres, Cardeais, Cavalheiros e Reis
“Pro inferno todos, eu enxergo vocês,
são todos marionetes também”
“E eu os farei rir até o além”

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