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21.1 Introdução
RODRIGO @Natividade
São todos os demais efeitos condenatórios. Podem ser de natureza penal ou extrapenal.”
3. EFEITOS GENÉRICOS
Trata-se de efeito automático, que não necessita ser expressamente pronunciado pelo juiz na
sentença condenatória e destina-se a formar título executivo judicial (art. 515 do CPC/2015)
para a propositura da ação civil ex delicto.
THALITA @Thalita💕
4.EFEITOS ESPECÍFICOS
Trata-se de efeito não automático, que precisa ser explicitado na sentença, respeitados os
seguintes pressupostos:
a) nos crimes praticados com abuso de poder ou violação do dever para com a Administração
Pública, quando a pena aplicada for igual ou superior a 1 ano;
Cargo público é o cargo criado por lei, com denominação própria, número certo e remunerado
pelos cofres do Estado (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União), vinculando o
servidor à administração estatutariamente; função pública é a atribuição que o Estado impõe
aos seus servidores para realizarem serviços nos três Poderes, sem ocupar cargo ou emprego.
(...).
Trata-se de efeito não automático e permanente, que necessita ser declarado na sentença
condenatória. É aplicável aos condenados por crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão,
cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder, contra filho, filha ou outro
descendente, tutelado ou curatelado (art. 92, II, CP).
Pouco interessa, nesse caso, qual o montante da pena aplicada, importando somente se tratar
de crime sujeito à pena de reclusão. Embora seja de aplicação rara, ou por esquecimento do
magistrado, ou porque este se convence de sua inutilidade no campo reeducativo e
pedagógico (lembremos que o efeito é permanente, podendo fomentar o descrédito do pai ou
da mãe no lar em relação ao(s) filho(s), mesmo depois de cumprida a pena), o fato é que a lei
civil também prevê a hipótese de perda do poder familiar em caso de condenação.
Dispõe o art. 1.638, parágrafo único, do Código Civil (com a redação dada pela Lei
13.715/2018) o seguinte: 'perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que: I –
praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar: a) homicídio, feminicídio
ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso
envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de
mulher; b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão; II –
praticar contra filho, filha ou outro descendente: a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de
natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência
doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; b) estupro,
estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão'.
Sob outro aspecto, constitui forma de suspensão do poder familiar a condenação por sentença
irrecorrível, em face de delito cuja pena ultrapasse dois anos de prisão (art. 1.637, parágrafo
único, CC). Nesta hipótese, pouco importa se o crime é apenado com reclusão ou detenção
(fala-se somente em prisão) ou mesmo se tem a infração penal como vítima o filho. O
fundamento é a prisão efetiva, em regime incompatível com o exercício do poder familiar (ex.:
aquele que está em regime fechado não tem condições de cuidar do filho). No entanto, se o
genitor for condenado a regime semiaberto ou aberto, possuindo condições de criar os filhos,
a suspensão se torna desnecessária.
(...).
EMILLY @Emilly
Jurisprudência
TJDFT
“7. A impenhorabilidade do bem de família prevista no art. 1º da Lei 8.009/90, não é oponível
em relação ao bem que tiver sido adquirido com produto de crime ou para execução de
sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens, nos termos
do inciso VI, do art. 3º, do mesmo Diploma Legal.”
“4. O perdimento da arma de fogo e munições apreendidas não configura pena restritiva de
direito, mas sim efeito automático da condenação por porte ilegal de arma de fogo de uso
permitido, o que inviabiliza a restituição dos objetos (art. 91, II, alínea "a", do CP c/c o art. 25
da Lei 10.826/2003).”
“5. A aposentadoria, direito à inatividade remunerada, não é abrangida pelo disposto no art.
92 do CP. A condenação criminal, portanto, somente afeta o servidor ativo, ocupante efetivo
de cargo, emprego, função ou mandato eletivo. ”
Prática de crime doloso – utilização do veículo para realização do crime – inabilitação para
dirigir
“17. Constatada a prática de crime doloso e verificando-se que o veículo foi utilizado como
instrumento para a realização do crime, é possível a imposição da inabilitação para dirigir
veículo, com fundamento no artigo 92, inciso III, do Código Penal, desde que fundamentada a
necessidade de aplicação da medida no caso concreto.”
Crime de corrupção passiva no exercício do cargo público – efeito extrapenal – perda do cargo
"18 - Mantém-se, como efeito extrapenal da condenação, a perda de cargo público se o agente
comete o crime (corrupção passiva) no exercício do cargo, com abuso de poder ou violação de
dever para com a Administração Pública (art. 92, I, 'a', do CP).”