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Autor: Otávio Souza – PMMINAS

Ed.23.01.02

ATENÇÃO: PROIBIDA A VEICULAÇÃO DESTES MATERIAIS, ainda que sem finalidade de lucro (uso autorizado
apenas para o comprador), todos os direitos reservados. Muito cuidado com a investigação social, fase
importantíssima do seu certame - a honra militar começa nos estudos.

DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL


Violação de direito autoral → ainda que não tenha objetivo de lucro é crime!
ART. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por
qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização
expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os
represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Bizu: esse crime INDEPENDE de você ter ou não lucro, o mero compartilhamento incide no caput
do artigo. Quando há lucro o crime é qualificado (ainda mais grave) nos termos do §1º.

O QUE SIGNIFICAM AS CORES DOS GRIFOS?


Azul → prazos e datas.
Verde → títulos de determinados assuntos relevantes.
Vermelho → atenção + palavras importantes as quais são alvo de pegadinhas.
Laranja → artigos que já caíram e caem bastante em concursos policiais militares.
Vermelho → pegadinhas com troca de palavras.

LIVE COM APROVADOS (APRENDA A ESTUDAR COM ELES E SEJA APROVADO VOCÊ TAMBÉM):

1. Carol 1ª Colocada Soldado PMMG: https://youtu.be/kEByCpuKPVU


2. Juliana 1ª Colocada Oficial PMMG: https://youtu.be/v4ftXoAHD4c
3. Filipe: https://www.instagram.com/p/CPWzRDmjx-6/
4. Bruno: https://www.instagram.com/p/CPZWVKojWfe/
ATENÇÃO: Qual a finalidade desta Apostila? Com este material quero que tenha uma base sólida para encarar
a prova de Cadete da PMMG. Mas, Otávio, e os aprofundamentos? Este PDF, somado a realização de
questões específicas para a banca CRS/PMMG fornecerá os aprofundamentos jurídicos necessários e suficientes
para sua aprovação.

Estas foram, inclusive, as palavras do Filipe Carvalho que hoje é oficial da Polícia Militar de Minas Gerais:
”Otávio, estudei somente por seus materiais e metodologia e fui aprovado na PMMG, obrigado irmão” – nos links
acima é possível assistir à várias entrevistas com alunos aprovados pelo Método OBA.

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LEI FEDERAL Nº 13.869/19 – ABUSO DE
AUTORIDADE

Percentual de acertos desta lei no Qconcursos.

FINALIDADE DESTA LEI: dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a Lei nº 7.960, de 21 de
dezembro de 1989, a Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei nº
8.906, de 4 de julho de 1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e dispositivos do Decreto-Lei
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

Bizu: Além de poucas partes conceituais, a exigência temática nos concursos públicos na área de
segurança pública, sobre a Lei de Abuso de Autoridade, consiste em saber interpretar se
determinada conduta é ou não crime dessa natureza. Portanto, faz-se necessário encarar a
literalidade da lei e a definição dessas infrações penais. Como trata-se de uma lei enxuta,
entregarei ela bizurada em sua literalidade, porém atente-se aos pontos abaixo.

PONTOS IMPORTANTES - INTRODUÇÃO


1. Qual a finalidade da Lei de Abuso de Autoridade? Esta Lei DEFINE os crimes de abuso de autoridade,
cometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las,
abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.

Finalidade específica: as condutas devem ser praticadas pelo agente público com a finalidade específica
de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação
pessoal.

2. Qual o sujeito ativo dessa Lei, o rol é taxativo ou exemplificativo? A Lei 13.869/19 exige que o sujeito
ativo seja funcionário público, portanto, trata-se de CRIME PRÓPRIO em razão de exigir circunstancias peculiares
do agente, qual seja: ser funcionário público, servidor ou não. A lei em comento traz um rol que é
EXEMPLIFICATIVO, isto é, comporta outras possibilidades de sujeitos ativos desse delito.

I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;

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II - membros do Poder Legislativo;

III - membros do Poder Executivo;

IV - membros do Poder Judiciário;

V - membros do Ministério Público;

VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.

Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos
pelo caput deste artigo.

3. Qual o sujeito passivo dessa Lei? Qualquer pessoa, pois não há exigências legais para a definição do sujeito
passivo (aquele sobre o qual recai a conduta do agente).

4. Quais são as sanções possíveis? A principal pegadinha é compreender que os crimes de abuso de autoridade
possuem pena de DETENÇÃO. Há apenas 1 termo reclusão na lei, pois ela altera a lei 9.296/96 (lei de
interceptação telefônica) – vide Art. 41.

Existem penas restritivas de direito?

As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas nesta Lei são:

I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;

II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis)


meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou


cumulativamente.

5. Qual a natureza da ação penal? A ação será pública incondicionada.

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.

§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos
do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do
querelante, retomar a ação como parte principal (bizu: é a figura jurídica da ação penal privada subsidiária
da pública a qual possui respaldo constitucional, Art. 5º, LIX da CF/88).

§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em que se
esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.”

6. Quais são os efeitos da condenação? (bizu: cuidado, não confunda efeitos da condenação com as penas
restritivas de direito):

Art. 4º São EFEITOS DA CONDENAÇÃO:

I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento
do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos por ele sofridos (bizu: efeito automático, a reparação do dano, em regra, é
sempre automática);

II - a INABILITAÇÃO para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5
(cinco) anos (bizu: NÃO é automático e exige reincidência em crime de abuso de autoridade);

III - a PERDA do cargo, do mandato ou da função pública (bizu: NÃO é automático e exige reincidência
em crime de abuso de autoridade);

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REINCIDÊNCIA ESPECÍFICA: Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste
artigo (inabilitação e perda) são condicionados à ocorrência de REINCIDÊNCIA em crime de abuso de
autoridade E não são automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença.

7. Quais são as penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade (diferente de
efeito da condenação, cuidado para não confundir)?

Art. 5º As PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS SUBSTITUTIVAS DAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE


previstas nesta Lei são:

I -PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE ou a entidades públicas;

II -SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO DO CARGO, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a


6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.

Bizu: as penas restritiva de direitos são apenas 2, favor não confundir suspensão (pena
restritiva) com inabilitação (efeito da condenação).

8. NÃO existem crimes de abuso de autoridade CULPOSOS #pegadinha. Aplica-se a Lei de Juizados Especiais (Lei
nº 9.099/95), logo é possível a aplicação dos institutos despenalizadores do JECRIM.

LEI COMPLETA: LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE


Vídeos do professor Rogério Sanches que poderão te auxiliar:

Vídeo 1 – https://youtu.be/3Rnz0KpwPg4

Vídeo 2 – https://youtu.be/9NHCOslNXTM

Vídeo 3 - https://youtu.be/-UPlsbLynVg

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS


Art. 1º Esta Lei DEFINE OS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE, cometidos por agente público, servidor ou
não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído
(excesso de poder).

§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo
agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro,
ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.

Bizu: parte da doutrina, nos termos do §1º, passa a defender que só será possível a modalidade
do dolo direto, não comportando a espécie de dolo eventual. Repare que há um especial fim de
agir (finalidade específica) que é:

1. Prejudicar outrem;
2. Beneficiar a si mesmo ou a terceiro;
3. Mero capricho ou satisfação pessoal.

§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas NÃO configura


abuso de autoridade.

Bizu: Rogério Sanches entende que no § 2º há uma excludente de tipicidade quando o agente
está no exercício de uma saudável interpretação e aplicação do Direito.

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CAPÍTULO II - DOS SUJEITOS DO CRIME
Art. 2º É SUJEITO ATIVO do crime de abuso de autoridade QUALQUER agente público, servidor ou não, da
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a (bizu: rol exemplificativo, isto é, cabem
outros exemplos):

I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;

II - membros do Poder Legislativo;

III - membros do Poder Executivo;

IV - membros do Poder Judiciário;

V - membros do Ministério Público;

VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.

Bizu: Repito: não se limita às autoridades expressas acima, pois é um rol meramente
exemplificativo e se estende a outros agentes públicos em sentido amplo. O militar pode cometer
crime de abuso de autoridade, por força do art. 9º, inciso II, crimes militares por extensão
(inserido pela lei 13.491/17 a qual amplia a competência da Justiça Militar). Logo, o militar que
cometer crime de abuso de autoridade, caso atendidas as condições do art. 9º, será julgado pela
Justiça Militar e não pela justiça comum. Ademais, o civil pode cometer crime de abuso de
autoridade caso concorra com o agente público no cometimento desse delito (concurso de
pessoas).

Parágrafo único. REPUTA-SE AGENTE PÚBLICO, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste
artigo.

Bizu: sujeito ativo é aquele que comete o crime, que pratica a ação e os elementos do tipo penal.
Por outro lado, o sujeito passivo é a vítima do delito, isto é, aquele sobre o qual recai a conduta do
sujeito ativo e sofre as consequências da infração penal.

CAPÍTULO III - DA AÇÃO PENAL


Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

Bizu: IMPORTANTE saber disso, isso quer dizer que a ação penal pode começar ainda que a
vítima não solicite e quiçá seja contra.

§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério
Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo,
fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a
ação como parte principal.

§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em que se esgotar
o prazo para oferecimento da denúncia

Bizu: ação penal privada subsidiária da pública, diante da inércia do Ministério Público. Se o MP,
age, em prol do arquivamento do inquérito, não há que se falar em ação penal privada subsidiária

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e ele poderá retomar a titularidade da ação penal a qualquer tempo em caso de negligência do
querelante.

CAPÍTULO IV - DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS


DE DIREITOS
SEÇÃO I - DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

ART. 4º SÃO EFEITOS DA CONDENAÇÃO:

Bizu: não confunda efeitos da condenação com as penas restritivas de direitos substitutivas das privativas
de liberdade do art. 5º, isso foi alvo de questão no CFO/PMMG 2020.

São 3 os efeitos da condenação, decore:

1. Tornar certa a obrigação de reparar o dano (bizu: efeito civil extrapenal da condenação).

2. INABILITAÇÃO para o exercício do cargo, mandato ou função pública (bizu: não confundir com a
suspensão do cargo que é pena restritiva de direito substitiva das privativas de liberdade).

3. PERDA do cargo, mandato ou função pública (bizu: inabilitação é temporária, já a perda é definitiva).

I - TORNAR certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a
requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados pela
infração, considerando os prejuízos por ele sofridos (possui efeito automático!)

II - a INABILITAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE CARGO, mandato ou função pública, pelo período de 1


(um) a 5 (cinco) anos;

III - a PERDA DO CARGO, do mandato ou da função pública.

Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput (inabilitação e perda do cargo) deste
artigo são condicionados à ocorrência de REINCIDÊNCIA em crime de abuso de autoridade e não
são automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença.

SEÇÃO II - DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Art. 5º As PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS SUBSTITUTIVAS DAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE


previstas nesta Lei são:

I -PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE ou a entidades públicas;

II -SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO DO CARGO, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis)


meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.

Bizu: as penas restritiva de direitos são apenas 2, favor não confundir suspensão (pena restritiva)
com inabilitação (efeito da condenação).

CAPÍTULO V - DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA


Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente das sanções de natureza civil ou
administrativa cabíveis.

Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta funcional serão
informadas à autoridade competente com vistas à apuração.

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Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são INDEPENDENTES da criminal, não se podendo mais
questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal.

Bizu: em regra as esferas administrativa, civil e penal são independente e não se comunicam,
podendo o agente ser condenado nas 3, sem ser considerado bis in idem (dupla punição por um
mesmo fato). Porém, preste atenção, o art. 7º preceitua que não é possível questionar sobre a
existência do fato (materialidade) ou sua autoria quando isso tiver sido decidido no juízo
criminal. O examinador pode fazer as seguintes pegadinhas: omitir o “não”; mudar o assunto
para algo que não seja existência ou autoria do fato e, por fim, alterar juízo criminal para juízo
civil, por exemplo.

Art. 8º FAZ COISA JULGADA em âmbito CÍVEL, assim como no ADMINISTRATIVO-DISCIPLINAR, a


SENTENÇA PENAL que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa,
em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Bizu: guarde o seguinte: a sentença penal que reconhecer qualquer EXCLUDENTE DE


ILICITUDE faz coisa julgada em âmbito civil e administrativo, ainda que sejam esferas
independentes.

CAPÍTULO VI - DOS CRIMES E DAS PENAS


Bizu: muito importante saber os casos que serão considerados abuso de autoridade, a
questão pode trazer um exemplo real ou perguntar diretamente se se trata ou não de crime de
abuso de autoridade. Esse é o tipo de questão mais recorrente sobre essa lei.

Art.9º Decretar MEDIDA DE PRIVAÇÃO DA LIBERDADE em manifesta desconformidade com as hipóteses


legais:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade JUDICIÁRIA que, dentro de prazo razoável,
deixar de:

Bizu: aqui ocorre uma omissão da autoridade judiciária, é uma agir negativo “deixar de”.

I –“deixar de” RELAXAR A PRISÃO manifestamente ilegal;

Bizu: a prisão ILEGAL deverá ser relaxada, enquanto a revogação da prisão ocorre quando não
mais subsista os requisitos motivadores da medida cautelar.

Prisão ilegal = será relaxada

Prisão que não estão mais presentes as exigências legais para a manutenção da prisão =
será revogada.

II – “deixar de” SUBSTITUIR A PRISÃO PREVENTIVA por medida cautelar diversa ou de conceder
liberdade provisória, quando manifestamente cabível;

Bizu: o juiz DEVE substituir a prisão preventiva por outra menos gravosa quando há cabimento
legal. Afinal, a regra é o acusado responder em liberdade, as prisões cautelares são respostas
estatais excepcionais. Lembrando que é “deixar de substituir”.

III – “deixar de” deferir liminar ou ordem de HABEAS CORPUS, quando manifestamente cabível.

Art. 10. Decretar a CONDUÇÃO COERCITIVA de testemunha ou investigado manifestamente descabida ou


sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

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Art. 12. Deixar injustificadamente de COMUNICAR PRISÃO EM FLAGRANTE à autoridade judiciária no
prazo legal:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:

I - deixa de COMUNICAR, imediatamente, a EXECUÇÃO DE PRISÃO TEMPORÁRIA OU


PREVENTIVA à autoridade judiciária que a decretou;

II - deixa de COMUNICAR, imediatamente, A PRISÃO DE QUALQUER PESSOA e o local onde se


encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;

III - deixa de ENTREGAR ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a NOTA DE CULPA,
assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das testemunhas;

IV - PROLONGA A EXECUÇÃO DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, de prisão temporária, de


prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e
excepcionalíssimo, de executar o ALVARÁ DE SOLTURA imediatamente após recebido ou de promover
a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.

Bizu: o alvará de soltura é instrumento necessário para colocar o preso em liberdade, portanto,
deve ser executado imediatamente quando recebido, sem prolongar o tempo de prisão, visto que é
uma medida bastante gravosa e excepcional (a regra é a liberdade).

Art. 13. CONSTRANGER O PRESO OU O DETENTO, mediante VIOLÊNCIA, GRAVE AMEAÇA ou REDUÇÃO
DE SUA CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA, a:

I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;

Exemplo: filmar o preso sem autorização e postar nas redes sociais com intuito de constrangê-lo.

II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;

Exemplo: fazer com que o preso profira palavras de arrependimento “peça desculpas”, etc.

III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro;

Exemplo: obrigar o preso a confessar o delito em sede de interrogatório policial.

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência.

Bizu: fique atento a este artigo, bastante propício a cair em provas na área de segurança pública
em razão da natureza da profissão. O preso conserva TODOS os seus direitos não atingidos pela
perda da liberdade.

Art. 15. CONSTRANGER A DEPOR, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício
ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório:

I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou

II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a
presença de seu patrono.

Bizu: recordar do art. 206 e 207 do CPP que são os casos de recusa ou proibição de depor:

Art. 206 do CPP: A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão,
entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge,
ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for
possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

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Art. 207 do CPP: São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício
ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar
o seu testemunho.

CRIME DE VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL

<INSERIDO EM 2022> Art. 15-A. Submeter a VÍTIMA de infração penal ou a TESTEMUNHA de CRIMES
VIOLENTOS a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem estrita
necessidade:

I - a SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA; ou

II - outras situações POTENCIALMENTE geradoras de sofrimento ou estigmatização (bizu: no


inciso II não é necessário que haja efetivo ou real dano ao bem jurídico, mas simplesmente o colocar em
risco, denunciado pelo termo “potencialmente”, diferente do inciso I em que a situação de violência é
flagrante):

Pena - DETENÇÃO, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

Bizu: veja que o dispositivo legal traz o termo “infração penal” o que inclui crimes e
contravenções penais, visto que o Brasil adota o sistema binário. Além disso é a VÍTIMA ou a
TESTEMUNHA que é submetida a procedimentos desnecessário e não o autor, cuidado com essa
pegadinha. Há aqui uma recuperação do protagonismo da vítima na persecução penal, é um
retorno à chamada “idade de ouro” na qual a vítima tinha centralidade na vingança privada.

Bizu: atenção, pois não é vítima ou testemunha de qualquer infração penal, mas aquelas que se
envolveram em CRIMES VIOLENTOS, como o homicídio, latrocínio, estupro por exemplo. A
intenção do legislador é frear a revitimização. Revitimização é fazer a vítima passar por situações
desconfortáveis novamente, ou seja, torná-la vítima mais uma vez. A criminologia chama essa
violência de secundária, agora a própria lei codificou e definiu essa conduta como crime de abuso
de autoridade.

<CAUSA DE AUMENTO DE PENA> §1º Se o agente público PERMITIR que terceiro intimide a vítima de
CRIMES VIOLENTOS, gerando indevida revitimização, aplica-se a pena aumentada de 2/3 (dois terços).

Bizu: na situação acima o agente público admite que um terceiro revitimize indevidamente a
vítima de crimes violentos. Omite-se nessa causa de aumento o termo “testemunha”.

<CAUSA DE AUMENTO DE PENA> §2º Se o agente público INTIMIDAR a vítima de CRIMES VIOLENTOS,
gerando indevida revitimização, aplica-se a pena em dobro.

Bizu: na situação acima o próprio agente público é quem revitimiza indevidamente a vítima de
crimes violentos. Omite-se nessa majorante o termo “testemunha”.

Art. 16. Deixar de IDENTIFICAR-SE ou IDENTIFICAR-SE FALSAMENTE ao preso por ocasião de sua
CAPTURA ou quando deva fazê-lo durante sua DETENÇÃO ou PRISÃO

Bizu: lembrar que o policial militar precisa identificar-se, salvo em missões especiais e
previamente autorizadas. Ademais, segundo o Código de Ética e Disciplina dos Militares de MG
(CEDM) trata-se, também, de infração disciplinar média segundo seu art. 14, XVII: “recusar-se a
identificar-se quando justificadamente solicitado”. Como as instâncias são independentes ele
poderá sofrer as penalizações administrativas e penais, sem ser considerado bis in idem.

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por INTERROGATÓRIO em sede
de procedimento investigatório de infração penal, deixa de IDENTIFICAR-SE ao preso ou atribui a
si mesmo falsa identidade, cargo ou função.

Bizu: situação parecida com o caput do art. 16 que versa sobre o momento da captura do preso,
mas aqui há uma situação específica de interrogatório e procedimento investigatório.

Art. 18. Submeter o preso a INTERROGATÓRIO POLICIAL durante o período de REPOUSO NOTURNO,
SALVO se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, CONSENTIR em prestar declarações:

Bizu: o seu examinador pode trocar repouso noturno por “durante a noite”, cuidado isso tornaria a
questão incorreta. Foi cobrado na prova de escrivão da PCSE em 2021: Não caracteriza abuso de
autoridade a submissão de preso a interrogatório durante o período de repouso noturno em caso
de flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações (CERTO).

Pontos importante de pegadinha:

1. Precisa ter ocorrido flagrante delito;


2. É em período de repouso noturno (diferente do conceito de noite);
3. O preso precisa estar assistido (advogado ou defensor);
4. O preso deve CONSENTIR em prestar declarações.

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de preso à autoridade judiciária competente
para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia:

Bizu: imagine alguém que impede ou retarda o encaminhamento de Habeas Corpus destinado ao
juiz. Lembre-se de que esse remédio constitucional tutela o direito de ir e vir e se relaciona a
apreciação de legalidade da prisão a qual deve ser imediatamente relaxada em caso de ilegalidade.

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do impedimento ou da demora,
deixa de tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a prisão,
deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.

Bizu: o parágrafo único é destinado especificamente ao juiz, uma vez que o magistrado pode
responder por abuso de autoridade, não só policiais.

Art. 20. Impedir, sem justa causa, a ENTREVISTA PESSOAL E RESERVADA do preso com seu advogado:

Bizu: o preso não pode ficar incomunicável, deverá ter contato com seu advogado na forma da lei.

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado de
entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de
audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso
de interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência.

Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento (bizu: é proibido homem
ser preso em um mesmo espaço de confinamento com mulher):

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela, criança ou adolescente na
companhia de maior de idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 de
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

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Art. 22. INVADIR OU ADENTRAR, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, imóvel
alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das
condições estabelecidas em lei:

Bizu: muito importante! É a situação em que o agente público, por exemplo os policiais,
adentrarem o imóvel de alguém FORA dos casos previstos em lei – os casos permitidos são:

1. em flagrante de flagrante delito (dia ou noite);

2. prestar socorro (dia ou noite);

3. casos de desastre (dia ou noite);

4. determinação judicial por meio de mandado (apenas durante o dia).

Não há unanimidade para o conceito do que seria “dia”, porém a lei de Abuso de Autoridade
traz um marco temporal que veda o cumprimento de mandado após as 21h ou antes das 5h.

Outro fator importante é a definição do que é considerado casa (o art. 22 traz um


conceito amplo):

I - qualquer compartimento habitado (toda a geografia da casa, como garagem, sótão, porão,
quintal etc.);

II - aposento ocupado de habitação coletiva (exemplos: quartos de motel, hotel, pensão, pousada,
Airbnb etc.);

III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.

Atenção: o STJ considera que além de denúncia anônima são necessárias outras diligências a fim
de constatar a fundada suspeita, para então, realizar o flagrante por meio de busca domiciliar
(ingresso dos policiais na residência do investigado).

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:

I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas
dependências;

III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h
(cinco horas).

§2º NÃO HAVERÁ CRIME se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados indícios
que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre.

Art. 23. INOVAR ARTIFICIOSAMENTE, no curso de diligência, de investigação ou de processo, o estado


de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente
alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:

Bizu: o delito acima (art. 23) é mais abrangente que a modalidade de Fraude Processual (art. 347
do CP), porque abrange diligências, investigação e o processo. No parágrafo único abaixo é
possível visualizar condutas equiparadas.

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o intuito de:

I -eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso praticado no curso de diligência;

II -omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incompletos para desviar o


curso da investigação, da diligência ou do processo.

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Art. 24. Constranger, sob VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA, funcionário ou empregado de instituição
hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de
alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuração:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Bizu: o art. 24 é o chamado de constrangimento para admissão hospitalar de pessoa em óbito. O


sujeito ativo é agente público que tem a finalidade de atrapalhar a apuração de um possível delito.
Afinal, se a pessoa morre no hospital a tendência é acreditar na ausência de crime (morte natural),
porque há um rigor muito menor de investigação quando comparado a pessoa que morre em casa
e que coabitava com outros moradores, por exemplo. Outras possiblidade é atrapalhar as
estatísticas que envolvem crimes, transferindo para uma ou outra comarca.

Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou fiscalização, por meio
manifestamente ilícito:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em desfavor do investigado ou
fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.

Art. 27. REQUISITAR instauração ou INSTAURAR procedimento investigatório de infração penal ou


administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional
ou de infração administrativa:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Bizu: o agente requisita ou instaura procedimento investigatório com a ausência de qualquer indício que
desenhe um potencial cometimento da prática de um crime, ilícito funcional ou infração administrativa. A
intenção aqui é

Parágrafo único. NÃO HÁ CRIME quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar


sumária, devidamente justificada.

Art. 28. DIVULGAR GRAVAÇÃO OU TRECHO DE GRAVAÇÃO sem relação com a prova que se pretenda
produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 29. PRESTAR INFORMAÇÃO FALSA sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo com
o fim de prejudicar interesse de investigado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 30. DAR INÍCIO OU PROCEDER À PERSECUÇÃO PENAL, CIVIL OU ADMINISTRATIVA sem justa
causa fundamentada ou contra quem sabe inocente:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 31. ESTENDER INJUSTIFICADAMENTE A INVESTIGAÇÃO, procrastinando-a em prejuízo do investigado


ou fiscalizado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão de
procedimento, o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do
fiscalizado.

Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado ACESSO AOS AUTOS DE INVESTIGAÇÃO
PRELIMINAR, ao termo circunstanciado (TCO), ao inquérito ou a qualquer outro procedimento
investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias,

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RESSALVADO o acesso a peças relativas a diligências EM CURSO, ou que indiquem a realização de
diligências FUTURAS, cujo SIGILO SEJA IMPRESCINDÍVEL:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Bizu: muita atenção no art. 32, porque a regra é a possibilidade de acesso aos autos de
investigação (civil, penal ou administrativa), desde que já estejam conclusos e não estejam sob
sigilo imprescindível. O que você precisa entender é que o interessado, seu defensor ou advogado
PODEM acessar os autos do inquérito policial, porém, em via de exceção, não poderão acessar:

1. As peças de diligências em curso (risco óbvio de prejudicar a investigação);


2. Autos que indiquem a realização de diligências futuras (imagine uma interceptação
telefônica que o interceptado fica sabendo, por óbvio ela será infrutífera);
3. Aquelas cujo sigilo seja imprescindível (proteção da vida privada e intimidade dos envolvidos).

Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem
expresso amparo legal:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou função pública ou invoca a
condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou
privilégio indevido.

Art. 36. DECRETAR, EM PROCESSO JUDICIAL, a indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que
extrapole exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração, pela
parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo de que tenha requerido vista em órgão
colegiado, com o intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 38. ANTECIPAR o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede social,
ATRIBUIÇÃO DE CULPA, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Bizu: lembrar do princípio da PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA que exige que o responsável pelas
investigações seja considerado inocente até que se prove o contrário por meio de processo público e que
assegure todas as garantias necessárias a sua defesa.

CAPÍTULO VII - DO PROCEDIMENTO


Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos previstos nesta Lei, no que couber, as disposições do
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei nº 9.099, de 26 de setembro
de 1995.

Bizu: aplica-se a Lei de Juizados Especiais (Lei nº 9.099/95), portanto há possibilidade de


incidência dos institutos despenalizadores:

1. suspensão condicional do processo (pena mínima não superior a 1 ano);

2. transação penal (aplicação imediata de pena restritiva de direitos proposta pelo MP);

3. composição civil dos danos.

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CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES FINAIS
Bizu: abaixo estão as alterações legislativas no Código Penal e Código de Processo Penal, etc.

Art. 40. O Art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art.2º .......................................................................................................

........................................................................................................................

§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da prisão temporária estabelecido no
caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado.

.........................................................................................................................

§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia deverá,
independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já
tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão preventiva.

§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão temporária.” (NR)

Art. 41. O Art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática,
promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não
autorizados em lei:

Pena - RECLUSÃO, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a execução de conduta prevista no
caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei.” (NR)

Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a vigorar acrescida
do seguinte Art. 227-A:

“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do Art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com
abuso de autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência.

Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá da pena aplicada na
reincidência.”

Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida do seguinte Art. 7º-B:

‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput
do Art. 7º desta Lei:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”

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TEMAS COBRADOS NAS PROVAS ANTERIORES DA PMMG

1. Ano: 2021 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova: PM-MG - 2021 - PM-MG - Aspirante da Polícia Militar

A Lei n. 13.869, de 2019 (Lei de Abuso de Autoridade), prevê determinadas penas restritivas de direitos
substitutivas das privativas de liberdade. Nesse sentido, analise as assertivas abaixo:

I. Inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos.

II. Perda do cargo, do mandato ou da função pública.

III. Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a
perda dos vencimentos e das vantagens.

IV. Prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas.

Correspondem CORRETAMENTE com pena restritiva de direitos prevista na Lei de Abuso de Autoridade as
assertivas:

A) II, III e IV, apenas.

B) I, II e III, apenas.

C) I e II, apenas.

D) III e IV, apenas.

Bizu: A tentativa do examinador foi confundir o candidato sobre a diferença entre efeitos da
condenação e as penas restritivas de direito substitutivas das privativas de liberdade previstas na
Lei de Abuso de Autoridade. Gabarito: D

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HORA DO CAMPO DE BATALHA, APLIQUE O CONTEÚDO:

1) (FUNDATEC - 2018 - AL-RS - Agente Legislativo)

Durante uma atividade na Assembleia Legislativa do RS, alguns manifestantes quebraram móveis e danificaram as
instalações do prédio, além de agredirem algumas pessoas na sala de audiência pública. Os agentes da segurança
do prédio contiveram aqueles agressores e os mantiveram sob sua guarda até as autoridades policiais
comparecerem e adotarem as medidas legais correspondentes. Nesse intervalo de tempo, alguns agentes
utilizaram uma placa que colocaram no pescoço dos manifestantes com dizeres “Animais irresponsáveis, não
merecem liberdade”, para que fossem vistos e ridicularizados perante os presentes. Qual foi o ato cometido por
esses agentes?

a) Crime hediondo.

b) Contravenção insidiosa.

c) Acusação caluniosa.

d) Abuso de autoridade.

e) Excesso de arbitrariedade.

2) (IADES - 2014 - METRÔ-DF - Segurança Metroferroviário)

Acerca da natureza jurídica das ações penais nos crimes de abuso de autoridade, assinale a alternativa correta.

a) Depende de representação da vítima, sendo, por isso, crimes de ação penal pública condicionada.

b) De regra, são crimes de ação penal pública incondicionada, conquanto seja necessária a representação criminal
da vítima para o oferecimento da denúncia.

c) O Ministério Público poderá oferecer a denúncia, desde que essa venha instruída com a representação criminal.

d) Quando a autoridade praticar o abuso contra o particular, danificando, por exemplo, um bem de sua
propriedade, a vítima oferecerá queixa-crime contra o abusador, caso em que a ação penal será privada.

e) Todos os crimes praticados com abuso de autoridade são processados mediante ação penal pública
incondicionada, embora seja possível ao lesado propor ação penal privada subsidiária da pública, ante a inércia do
órgão ministerial.

3) (VUNESP - 2014 - PC-SP - Investigador de Polícia)

Hércules, delegado de polícia, efetuou uma prisão em flagrante delito, mas deixou de comunicar ao juiz
competente, de imediato, a prisão da pessoa, mesmo estando obrigado a fazê-lo. Segundo as leis brasileiras, essa
omissão de Hércules constitui crime de

a) omissão delituosa.

b) tortura

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c) omissão de socorro.

d) abuso de autoridade.

e) usurpação de poder

4) (IBFC - 2013 - MPE-SP - Analista de Promotoria II)

Nos termos da Lei Federal n° 4.898/65 (Abuso de Autoridade), constitui abuso de autoridade qualquer atentado
contra a liberdade de locomoção, a inviolabilidade de domicílio, o sigilo de correspondência e etc. O crime de
Abuso de Autoridade se procede mediante:

a) Ação penal privada subsidiária da pública.

b) Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça.

c) Ação penal pública condicionada à representação da vítima.

d) Ação penal privada.

e) Ação penal pública incondicionada.

5) (CESPE / CEBRASPE - 2009 - PC-PB - Agente de Investigação e Escrivão de Polícia)

Considerando que um cidadão, vítima de prisão abusiva, tenha apresentado sua representação, na Corregedoria
da Polícia Civil, contra o delegado que a realizou, assinale a opção correta quanto ao direito de representação e ao
processo de responsabilidade administrativa, civil e penal no caso de crime de abuso de autoridade.

a) Eventual falha na representação obsta a instauração da ação penal.

b) A ação penal é pública incondicionada.

c) A representação é condição de procedibilidade para a ação penal.

d) A referida representação deveria ter sido necessariamente dirigida ao Ministério Público (MP).

e) Se a representação apresentar qualquer falha, a autoridade que a recebeu não poderá providenciar, por outros
meios, a apuração do fato.

6) (INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil)

Referente à Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/2019), assinale a alternativa INCORRETA.

a) A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso de autoridade.

b) Os crimes previstos nessa Lei são de ação penal pública incondicionada.

c) São possíveis efeitos da condenação, dentre outros, a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função
pública, pelo período de um a oito anos.

d) A perda do cargo, do mandato ou da função pública, como efeito da condenação, está condicionada à ocorrência
de reincidência em crime de abuso de autoridade e não é automática, devendo ser declarada motivadamente na
sentença.

e) Entre as possíveis penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade, está a suspensão do
exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de um a seis meses, com a perda dos vencimentos e das
vantagens.

7) (OBJETIVA - 2021 - Prefeitura de Cascavel - PR - Guarda Municipal)

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Considerando-se a Lei nº 13.869/2019, sobre os crimes e as penas de abuso de autoridade, assinalar a alternativa
que preenche a lacuna abaixo CORRETAMENTE:

Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado, manifestamente descabida ou sem prévia intimação
de comparecimento ao juízo, terá pena de _________________.

a) detenção, de um a quatro anos, e multa

b) multa, apenas

c) detenção, de quatro a oito anos, apenas

d) detenção, de um a quatro anos, apenas

e) detenção, de quatro a sete anos, e multa

8) (EDUCA - 2020 - Prefeitura de Cabedelo - PB - Guardas Metropolitanas de Cabedelo)

Está preconizado no Art. 2º da Lei nº 13.869/19, “é sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer
agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a”:
I. Servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas. II. Membros do Poder Legislativo. III. Membros
do Poder Executivo. IV. Membros do Poder Judiciário. V. Membros do Ministério Público. VI. Membros dos tribunais
ou conselhos de contas.

Estão CORRETAS:

a) III, IV, V e VI.

b) I, II, V e VI.

c) I, II, III, IV e V.

d) I, II, III, IV, V e VI.

e) II, III, IV, V e VI.

9) (IPEFAE - 2020 - Prefeitura de Campos do Jordão - SP - Agente de Trânsito)

A Lei de Abuso de Autoridade diz que a conduta consistente em “submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a
vexame ou a constrangimento não autorizado em lei” é crime de abuso de autoridade. Quanto ao crime de abuso
de autoridade, assinale a alternativa correta:

a) O funcionário público exonerado ou aposentado não pode cometer o crime de abuso de autoridade.

b) O funcionário público exonerado ou aposentado pode cometer o crime de abuso de autoridade em qualquer
hipótese.

c) O funcionário público exonerado ou aposentado só pode cometer o crime de abuso de autoridade se invocar seu
antigo cargo praticá-lo.

d) O funcionário público exonerado ou aposentado não pode cometer o crime de abuso de autoridade apenas se a
vítima não souber da situação de aposentadoria.

10) (IPEFAE - 2020 - Prefeitura de Campos do Jordão - SP - Agente de Trânsito)

O sujeito ativo de uma infração penal é aquele que comete o crime, praticando a conduta descrita na lei penal
incriminadora. Pode ser sujeito ativo no crime de abuso de autoridade:

a) Quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, apenas permanentemente.

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b) Quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem
remuneração.

c) Quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente, porém
apenas se mediante remuneração.

d) Quem exerce cargo, emprego ou função pública, ou privada de natureza civil, ou militar, ainda que
transitoriamente, porém apenas se mediante remuneração.

Gabarito:

1 2 3 4 5
D E D E B
6 7 8 9 10
C A D A B

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