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Lei de Abuso de Autoridade – 13.

869 de 2019
O que não posso esquecer sobre ela?
CRIMES DOLOSOS
Para configurar abuso de autoridade, requer dolo específico: M.P.B
• Mero capricho ou satisfação pessoal;
• Prejudicar outrem;
• Beneficiar a si mesmo ou a outrem
Não há crimes culposos / Não há pena de reclusão / Não se admite tentativa.

AÇÃO PENAL
Os crimes são de ação penal pública incondicionada. É possível ação penal privada
subsidiária da pública, no prazo de 06 meses.

PENAS DOS CRIMES


• Detenção de 06 meses a 02 anos + multa;
• Detenção de 01 a 04 anos + multa.
• Detenção de 03 meses a 1 ano + multa (apenas na violência institucional;
Todos os crimes são punidos com Detenção e multa.

SUJEITO ATIVO
Agentes aposentados ou exonerados não praticam abuso de autoridade.
A lei trouxe em seu art. 2º um rol exemplificativo para considerar autoridade.
Todos os crimes são próprios (Funcionário Público). É possível Particular praticar o
crime? Sim, apenas comete crime de abuso de autoridade se estiver em concurso com uma
autoridade pública, desde que tenha conhecimento desta qualidade.

EFEITOS DA CONDENAÇÃO
• Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (automático)
• Inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública pelo prazo de 1 a 5
anos
• Perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Obs.: nos dois últimos efeitos (inabilitação e perda) são condicionados: reincidência
em crime de abuso de autoridade;
AS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
• Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
• Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a
6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens.
Podem ser aplicadas de forma autônoma ou cumulativamente.

VEDAÇÃO DO CRIME POR HERMENÊUTICA


A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura
abuso de autoridade.

INDEPÊNDENCIA DAS PENAS CRIMINAIS


As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente das sanções de
natureza civil ou administrativa cabíveis.

RESPONSABILIDADE MULTIDISCIPLINAR
As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não se podendo
mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham
sido decididas no juízo criminal.

COISA JULGADA – EXCLUDENTES DA ILICITUDE


Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença
penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima
defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

CRIMES
Novo crime na lei de abuso de autoridade:
Violência Institucional
Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha de crimes violentos a
procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem estrita
necessidade:
I - a situação de violência; ou
II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento ou estigmatização:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
ÚNICO CRIME COM CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
§ 1º Se o agente público permitir que terceiro intimide a vítima de crimes violentos,
gerando indevida revitimização, aplica-se a pena aumentada de 2/3 (dois terços).
§ 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes violentos, gerando indevida
revitimização, aplica-se a pena em dobro.

Outro crime muito cobrado


Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do
ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições,
sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel
ou suas dependências;
II - (VETADO);
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas)
ou antes das 5h (cinco horas). Horário noturno na lei!
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados
indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante delito
ou de desastre.
QUESTÕES
1- Referente à Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/2019), assinale a
alternativa INCORRETA.
A- A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura
abuso de autoridade.
B- Os crimes previstos nessa Lei são de ação penal pública incondicionada.
C- São possíveis efeitos da condenação, dentre outros, a inabilitação para o exercício
de cargo, mandato ou função pública, pelo período de um a oito anos.
D- A perda do cargo, do mandato ou da função pública, como efeito da condenação, está
condicionada à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não é
automática, devendo ser declarada motivadamente na sentença.
E- Entre as possíveis penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de
liberdade, está a suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo
prazo de um a seis meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens.

2- A Lei nº 13.869/2019, que dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade, prevê:


A- que os efeitos da condenação previstos na lei especial se aplicam automaticamente
em caso de reincidência por crime análogo.
B- a imposição de pena restritiva de direitos consistente na suspensão do exercício do
cargo, função ou mandato pelo prazo máximo de 1 (um) ano.
C- rol taxativo indicando os agentes públicos que podem ser sujeitos ativos dos delitos
previstos na legislação especial.
D- que a perda do cargo, do mandato ou da função pública, no caso de reincidência,
configura efeito automático da condenação.
E- a exigência em todas as condutas de dolo específico de prejudicar outrem ou
beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação
pessoal.
3- De acordo com a Lei de abuso de autoridade (Lei nº 13.869/2019), é crime deixar
de:
A- comunicar, no prazo de 24 horas, a execução de prisão temporária ou preventiva à
autoridade judiciária que a decretou.
B- substituir, em prazo razoável, a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de
conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível.
C- comunicar, em prazo razoável, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontra
à sua família ou à pessoa por ela indicada.
D- identificar-se ou identificar-se falsamente ao investigado ou acusado em qualquer
fase do inquérito policial ou da ação penal.
E- comunicar a prisão em flagrante à autoridade policial no prazo legal em qualquer
hipótese.

4- Para efeito de tipificação dos crimes de abuso de autoridade, considera-se


autoridade:
A- somente quem exerce cargo de natureza militar não transitório.
B- quem exerce cargo de natureza civil, desde que remunerado.
C- apenas quem exerce cargo de natureza militar remunerado.
D- quem exerce emprego público de natureza civil, desde que não transitório.
E- quem exerce função pública de natureza civil, ainda que não remunerada.

5- Antônio, servidor público federal, no exercício da função e de forma livre e


consciente, constrangeu a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão
de profissão, devia guardar segredo e resguardar sigilo. Com base na Lei de
Abuso de Autoridade, Antônio respondeu à ação penal na qualidade de réu
primário e foi condenado à pena privativa de liberdade e multa.
No caso em tela, de acordo com a Lei nº 13.869/2019, é efeito da condenação:
A- a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de
oito anos;
B- a suspensão dos direitos políticos, pelo período de oito anos;
C- a perda do cargo público e a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função
pública, de forma perpétua;
D- tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a
requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos
causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;
E- reparar os danos materiais e morais eventualmente sofridos pela vítima, que terá
legitimidade concorrente com o Ministério Público para promover a ação penal e a
correlata ação civil indenizatória.

6- Consoante dispõe a Lei nº 13.869/2019, que trata dos crimes de abuso de


autoridade, é efeito não automático da condenação em relação aos crimes
previstos na citada lei, condicionado à ocorrência de reincidência em crime de
abuso de autoridade, devendo ser declarada, motivadamente na sentença,
A- a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de
1 (um) a 5 (cinco) anos.
B- a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, pelo período de 12
(doze) a 36 (trinta e seis) meses.
C- a suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um)
a 4 (quatro) anos, com a perda dos vencimentos e das vantagens.
D- a perda do cargo, do mandato ou da função pública, desde que precedido de processo
administrativo disciplinar conduzido pela controladoria-geral do ente público a que
pertencer o agente público.
E- a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz fixar na sentença
o valor mínimo de vinte salários mínimos para reparação dos danos causados pela
infração, independentemente dos prejuízos sofridos pelo ofendido.

7- Constitui delito de abuso de autoridade cumprir mandado de busca e apreensão


domiciliar:
A- fora do período de luminosidade solar;
B- após as 18h ou antes das 6h;
C- após as 20h ou antes das 8h;
D- após as 21h ou antes das 5h;
E- fora do horário de expediente forense.

8- Constitui crime de abuso de autoridade cometido por agente público:


A- decretar, de forma descabida, a condução coercitiva de testemunha.
B- constranger a prestar depoimento pessoa que, em razão de função, ministério, ofício
ou profissão, deva guardar segredo.
C- retardar o envio de pleito de preso à autoridade judiciária competente.
D- deixar de comunicar ao juiz, sem justificativa, prisão em flagrante.
E- impedir a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado.

9- Em relação à Lei n.º 13.869/2019 e a seus dispositivos, que se referem aos


crimes abuso de autoridade, assinale a opção correta.
A- A prática de crime de abuso de autoridade pressupõe vínculo estatutário do agente
ativo com a administração pública.
B- Alguns dos delitos previstos nessa lei processam-se mediante ação penal pública
condicionada à representação.
C- Um dos efeitos da condenação pela prática de abuso de autoridade é a perda do
cargo público, que deverá ser fundamentada e pode ser aplicada em caso de
reincidência, ainda que não específica.
D- Sem prejuízo das disposições do Código Penal, essa lei admite a substituição das
penas privativas de liberdade por restritivas de direitos, entre as quais a suspensão
do exercício do cargo, da função ou do mandato por prazo determinado.
E- A configuração dos crimes de abuso de autoridade exige elemento subjetivo
específico ou, então, na modalidade culposa, negligência, imprudência ou imperícia
no desempenho da função pública.

10- Com base na Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/2019), assinale a opção
correta.
A- Os delitos previstos na referida lei apenas podem ser cometidos por servidor público.
B- Aquele que cumprimento de mandado de busca e apreensão domiciliar em entre as
20 horas de um dia e as 6 horas do dia seguinte está sujeito a pena prevista na
referida lei.
C- A perda do cargo, do mandato ou da função pública não é automática, devendo ser
declarada motivadamente na sentença, e condicionada à ocorrência de reincidência
em crime de abuso de autoridade.
D- Os crimes previstos na referida lei são de ação penal pública condicionada.
E- Deixar de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal
constitui crime de abuso de autoridade.

GABARITO: 1-C / 2-E / 3-B / 4-E / 5-D / 6-A / 7-D / 8-D / 9-D / 10-C

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