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DIREITO EMPRESARIAL

TEORIA GERAL DO DIREITO FALIMENTAR

Livro Eletrônico
DIREITO EMPRESARIAL
Teoria Geral do Direito Falimentar
Renato Borelli

Sumário
Teoria Geral do Direito Falimentar. . ........................................................................................................................3
Apresentação......................................................................................................................................................................3
1. Aspectos Introdutórios e Legislação de Regência. ..................................................................................3
2. Âmbito de Aplicação da Lei 11.101/2005........................................................................................................6
2.1. Empresas Públicas (EP) e Sociedades de Economia mista (SEM)...............................................7
2.2. Sociedades Empresárias Sujeitas à Liquidação Extrajudicial.......................................................8
3. Ações Judiciais e Competência............................................................................................................................8
4. Intervenção do Ministério Público....................................................................................................................9
5. Aplicação Subsidiária do Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015)..................................... 10
6. Sujeitos e Figuras Envolvidas no Processo Falimentar.......................................................................11
6.1. O Administrador judicial. . ....................................................................................................................................11
6.2. O Comitê de Credores..........................................................................................................................................14
6.3. Destituição e Responsabilização do Administrador Judicial e dos Membros do
Comitê de Credores.. ......................................................................................................................................................16
6.4. A Assembleia-geral de Credores. . ................................................................................................................17
Questões de Concurso................................................................................................................................................20
Gabarito...............................................................................................................................................................................33
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................34
Referências........................................................................................................................................................................65

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TEORIA GERAL DO DIREITO FALIMENTAR


Apresentação
Hoje, examinaremos os aspectos gerais relativos à Teoria geral do Direito Falimentar.
Desejo a você uma boa leitura e sucesso nos seus estudos!

1. Aspectos Introdutórios e Legislação de Regência


O instrumento legislativo atual responsável por regular a recuperação judicial, a extrajudi-
cial e a falência do empresário individual e da sociedade empresária é a Lei 11.101, de 9 de
fevereiro de 2005.
Seu prazo de vacatio legis foi de 120 (cento e vinte) dias, de modo que a sua vigência se
deu somente a partir de 9 de junho daquele mesmo ano. Importante notar, nesse aspecto, que
o diploma normativo antecedente – Decreto-lei 7.661/45 – permanece(u) aplicável aos proces-
sos nos quais a falência restou decretada com base nele. Ou seja, tem-se que a nova lei não se
aplica aos processos que já estavam em curso quando da sua entrada em vigor.
Uma primeira observação importante que devemos fazer é a de que, até 9 de junho de
2005, era possível requerer a chamada “concordata”, instituto jurídico não mais presente na
atualidade. Se, a partir da referida data, houvesse uma concordata em trâmite, é certo que esta
não seria transformada, por ocasião da nova lei, em uma recuperação judicial. Nada obstante,
fala-se em convolação da concordata em falência.
Portanto, toda falência decretada após a entrada em vigor da Lei 11.101/2005 é por ela
inteiramente regulada, ainda que resultante da convolação de uma concordata em falência.
Sob outro aspecto, também devemos destacar que a importância atribuída à nova lei (pela
mídia, pelo Poder Executivo ou pelo próprio meio jurídico) se justifica não apenas pela defasa-
gem e obsolescência do Decreto-lei anterior, mas também por deficiências normativas inter-
nas que até então se observavam, como veremos a seguir:
De início, tínhamos que a decretação de falência nos moldes do Decreto-lei 7.661/45 ocor-
ria em duas hipóteses: Por impontualidade (art. 1º1) ou por atos de falência (art. 2º), enumera-
dos na própria lei.

1
“Art. 1º Considera-se falido o comerciante que, sem relevante razão de direito, não paga no vencimento obrigação
líquida, constante de título que legitime a ação executiva.
§ 1º Torna-se líquida, legitimando a falência, a obrigação provada por conta extraída dos livros comerciais e verificada, judicial-
mente, nas seguintes condições:
I – a verificação será requerida pelo credor ao juiz competente para declarar falência do devedor (art. 7º) e far-se-á nos livros de
um ou de outro, por dois peritos nomeados pelo juiz, expedindo-se precatória quando os livros forem de credor domiciliado
em comarca diversa;
II – se o credor requerer a verificação da conta nos próprios livros, estes deverão achar-se revestidos das formalidades legais
intrínsecas e extrínsecas e a conta comprovada nos têrmos do art. 23, n. 2, do Código Comercial; se nos livros do devedor,

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Por impontualidade entendia-se o não pagamento, pelo comerciante, de obrigações líqui-


das (constantes de títulos executivos) na data de seu vencimento, sem a presença de “relevan-
te razão de direito”. Era a chamada “falência técnica”.
Tal opção legislativa mostrava-se complicada no campo da prática comercial diária, na
medida em que poucos empresários, no Brasil, não tinham (e talvez ainda não tenham) ao
menos uma dívida sem pagamento quando do seu vencimento; de modo que, se levada “ao pé
da letra”, a redação do art. 1º do Decreto-lei implicaria na quebra da grande maioria dos comer-
ciantes, inclusive os pequenos e médios empresários, o que, por óbvio, acarretaria um sério
problema social e econômico. A toda evidência, não havia – como ainda não o há – o mínimo
interesse público ou social na falência generalizada dos empresários brasileiros.
Não ficou claro? Pois então imagine o seguinte exemplo:

Uma cidade inteira que se sustentava economicamente em razão de uma única, porém grande
usina ou indústria, responsável pela geração da grande maioria dos empregos na região, direta
ou indiretamente. Em tal cenário, não seria interessante para a Administração municipal, para
a população local e, ainda, para o próprio credor de um crédito vencido, ver a usina ou a indús-
tria mencionada em processo de falência. É como afirma o ditado segundo o qual “não pode o
remédio ser pior do que a doença”.
Assim, a falência era mais vista como um modo, um instrumento de pressão para que os
comerciantes honrassem com seus compromissos do que como um procedimento técnico de
encerramento de atividades empresariais.
Inclusive, em razão desse mesmo quadro fático-jurídico, houve, em dado momento, a constru-
ção de uma corrente jurisprudencial que defendia que a falência não podia ser utilizada como
meio de cobrança de dívida. De sorte que a falência somente podia ser utilizada quando a
empresa, de fato, não detivesse condições mínimas de se sustentar ou permanecer ativa.
Como se observa, tal entendimento buscava privilegiar a economia e os credores que só
tinham como objetivo o recebimento de seus créditos. Assim, os tribunais superiores, à época,
passaram a acolher essa teoria para justificar o afastamento da falência nos casos em que o
interesse público ou social não a justificassem.

será êste citado para, em dia e hora marcados, exibí-los em juízo, na forma do disposto no art. 19, primeira alínea, do Código
Comercial;
III – a recusa de exibição ou a irregularidade dos livros provam contra o devedor, salvo a sua destruição ou perda
em virtude de fôrça maior;
IV – os peritos apresentarão os laudos dentro de três dias e, julgado por sentença o exame, os respectivos autos
serão entregues ao requerente, independentemente de traslado, não cabendo dessa sentença recurso algum;
V – as contas assim verificadas consideram-se vencidas desde a data da sentença que julgou o exame.
§ 2º Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que não se possam na mesma reclamar.
§ 3º - Para os efeitos desta Lei, considera-se obrigação líquida, legitimando o pedido de falência, a constante dos
títulos executivos extrajudiciais mencionados no art. 15 da Lei n. 5.474, de 18 de julho de 1968. (Incluído pela Lei
n. 6.458, de 1º.11.1977)”

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Sob outro aspecto, mas ainda sobre as inconsistências do Decreto-lei 7.661/45, cumpre
registrar que o sistema falimentar anterior possuía natureza puramente “liquidatória”, ou seja,
tinha por único objetivo a liquidação da empresa, o fechamento de suas portas e a alienação
de seu patrimônio. Atualmente, isso já não mais se justifica.
Com efeito, a lógica por trás da Lei 11.101/2005 é a de que o importante é buscar a recu-
peração da empresa, e não a sua liquidação, visando à manutenção da unidade produtiva, tida
por fonte de renda, de receita tributária e de empregos (diretos e indiretos). Tanto é que, como
já explicado, a nova lei traz, na sua introdução, o escopo de “regular a recuperação judicial, a
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária”.
Para além disso, o instituto da concordata – compreendida como um benefício a que os
empresários tinham de, em um prazo de até 2 (dois) anos2, pagar as dívidas quirografárias, o
que se fazia a partir de uma parcela no final do primeiro ano de 40% (quarenta por cento) da
dívida e, no final do segundo ano, dos 60% (sessenta por cento) remanescentes –, ainda que
se afeiçoasse, de uma certa forma, como um meio (rudimentar) de recuperação empresarial,
mas estava longe de atingir o mesmo objetivo desta.
É dizer, quem podia assegurar que aquele que solicitava a instauração do procedimento de
concordata conseguiria pagar as suas dívidas em até 2 (dois) anos?
Pois bem, como não havia tal garantia de êxito na adoção de tal medida, não se atingia, na
maioria dos casos, o objetivo de recuperação da atividade empresarial, visto que uma empresa
que esteja enfrentando dificuldades econômicas deve ser, em verdade, “tratada”, localizando-se
as origens dos problemas por ela enfrentados e solucionando-os, como se doente estivesse.
A concordata correspondia, então, a “um único e amargo remédio” ministrado para “toda e
qualquer doença” enfrentada. De modo que, quando o empresário a requeria, muitos fornece-
dores, desde logo, simplesmente encerravam as suas relações com a empresa.
Ao final do primeiro ano, inclusive, caso não houvesse o pagamento das dívidas contraí-
das, era permitido ao juiz, até mesmo de ofício, decretar a falência, podendo fazê-lo, também,
a partir de manifestação do Ministério Público ou de outro interessado legitimado para tanto.
A concordata, assim, se apresentava como um instrumento bastante ineficaz no âmbito do
Direito Empresarial brasileiro.
No quadro abaixo, compilamos as principais diferenças entre os institutos da extinta con-
cordata e da recuperação judicial.

PRINCIPAIS DIFERENÇAS

Concordata Recuperação Judicial

2
Se optasse pelo pagamento à vista, ao devedor era concedido um desconto de 50% (cinquenta por cento) do
valor devido.

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PRINCIPAIS DIFERENÇAS

- Sujeita os credores
- Sujeita apenas os credores quirografários, os com garantia
quirografários; real, os privilegiados e os
- Limita-se à dilação de prazo para trabalhistas;
pagamento ou à remissão das - O plano de recuperação judicial
dívidas; abrange diferentes meios de
- Depende apenas de decisão reorganização patrimonial;
judicial; - Depende de aprovação do plano
pelos credores;
Diante do que expomos até aqui, é de se concluir, com segurança, que a Lei 11.101/2005,
de fato, veio para trazer mudanças positivas e necessárias em relação ao diploma legal que
até então regulava a matéria.
Não é por outro motivo que, segundo André Luiz Santa Cruz Ramos:

(...) Dentre as principais alterações trazidas pela Lei 11.101/2005 (Lei de falência e recuperação de
empresas – LFRE), podemos citar as seguintes: (i) a substituição da ultrapassada figura da concor-
data pelo instituto da recuperação judicial; (ii) o aumento do prazo de contestação do processo de
falência, de 24 horas para 10 dias; (iii) a exigência de que a impontualidade injustificada que embasa
o pedido de falência seja relativo à dívida superior a 40 salários mínimos; (iv) a redução da partici-
pação do Ministério Público no processo falimentar, em razão do veto ao art. 4º; (v) alteração de
regras relativas ao síndico, que passou a ser chamado de administrador judicial; (vi) a mudança na
ordem de classificação dos créditos; (vii) a alteração nas regras relativas à ação revocatória; (viii)
o fim da medida cautelar de verificação de contas; (ix) o fim do inquérito judicial para apuração de
crime judicial; e (x) a criação da figura da recuperação extrajudicial.”3

2. Âmbito de Aplicação da Lei 11.101/2005


Pois bem, segundo o artigo 1º da Lei em referência, tem-se a seguinte redação: “Esta Lei
disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da
sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.”
Disso se extrai que, além dos devedores civis – pessoas naturais insolventes que não se-
jam empresários individuais nos termos do artigo 966 do CC/20024 – também estão excluídas
do regime falimentar as espécies de pessoas jurídicas previstas no artigo 44 da Lei Civil, à

3
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial / André Luiz Santa Cruz Ramos. – 3ª. ed. rev. e atual. – Salvador/BA:
JusPODIVM, 2020. p. 273.
4
“Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística,
ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.”

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exceção das empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI) e, por óbvio, das so-
ciedades empresárias (não as simples5, ou as cooperativas):

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:


I – as associações;
II – as sociedades;
III – as fundações.
IV – as organizações religiosas;
V – os partidos políticos.
VI – as empresas individuais de responsabilidade limitada.

Para fins de registro, salienta-se que o fato de as EIRELI não terem constado da redação
do artigo 1º da Lei de Falências se deve apenas à precedência desta norma em relação à Lei
12.441/2011, que alterou “a Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), para permitir
a constituição de empresa individual de responsabilidade limitada”. Assim, é pacífico o enten-
dimento segundo o qual a Lei 11.101/2005 é perfeitamente aplicável às EIRELI, como pessoas
jurídicas empresariais que são.

2.1. Empresas Públicas (EP) e Sociedades de Economia mista (SEM)


Quanto às empresas públicas (EP) e às sociedades de economia mista (SEM), espécies de
pessoas jurídicas de direito privado integrantes da estrutura orgânica da Administração Públi-
ca indireta (vide o artigo 4º, inciso II, alíneas ‘b’ e ‘c’, do Decreto-lei 200/676), o artigo 2º, caput
e inciso I, da Lei de Falências estabelece que:

Art. 2º Esta Lei não se aplica a:


I – empresa pública e sociedade de economia mista;

Tal exclusão tem por fundamento, em verdade, o próprio texto Constitucional que, no inciso
II do § 1º do art. 173, preceitua o que se segue:

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de


suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou
de prestação de serviços, dispondo sobre:
5
“Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade pró-
pria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.”
6
“Art. 4º A Administração Federal compreende:
(...)
II – A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
(...)
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.”

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(...)
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

Vale dizer que a lei a que se refere o dispositivo da CF/88 em comento é a Lei 13.303/2016,
a qual, apesar de dispor “sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de eco-
nomia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios”, nada traz quanto ao tema da falência, objeto do nosso estudo. Por tal motivo é
que alguns doutrinadores defendem a aplicação da Lei de Falências às EP e às SEM, ainda que
somente àquelas que têm por atividade central a exploração da atividade econômica (e não a
prestação de serviços públicos).

2.2. Sociedades Empresárias Sujeitas à Liquidação Extrajudicial


Semelhantemente ao que ocorre em relação às EP e às SEM, o artigo 2º da Lei de Falên-
cias, em seu inciso II, dispõe que:

Art. 2º Esta Lei não se aplica a:


(...)
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previ-
dência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.

Tratam-se, pois, de “agentes econômicos que atuam em mercados regulados”7, os quais, por
possuírem diplomas normativos próprios – a exemplo da Lei 6.024/74, quanto às instituições
financeiras, e do Decreto-lei 73/66, quanto às seguradoras –, submetem-se a um regime espe-
cial de liquidação extrajudicial que se difere dos procedimentos previstos na Lei 11.101/2005.

3. Ações Judiciais e Competência


Segundo o artigo 3º da Lei de Falências, “é competente para homologar o plano de recupera-
ção extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil”.
Nesse cenário, importante definir que, “para fins do Direito Falimentar, o local do principal
estabelecimento é aquele de onde partem as decisões empresariais, e não necessariamente a
sede indicada no registro público” (Enunciado 466 da V Jornada de Direito Civil do CJF).

7
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial / André Luiz Santa Cruz Ramos. – 3ª. ed. rev. e atual. – Salvador/BA:
JusPODIVM, 2020. p. 276.

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4. Intervenção do Ministério Público


Quando da tramitação do projeto que deu origem à Lei 11.101/2005, o artigo 4º, integral-
mente vetado, previa o seguinte:

Art. 4º O representante do Ministério Público intervirá nos processos de recuperação judicial e de


falência.
Parágrafo único. Além das disposições previstas nesta Lei, o representante do Ministério Público
intervirá em toda ação proposta pela massa falida ou contra esta.

Dessa forma, a partir redação vigente, é possível concluir que a atuação do Ministério Pú-
blico no processo recuperacional ou falimentar se restringe a determinadas hipóteses que
justificam a sua intervenção nos autos, a exemplo do que se observa nos artigos 22, § 4º, e
142, § 7º:

Seção III
Do Administrador Judicial e do Comitê de Credores
(...)
Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros
deveres que esta Lei lhe impõe:
(...)
III – na falência:
(...)
e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de compromisso,
prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação
de falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto
no art. 186 desta Lei;
(...)
§ 4º Se o relatório de que trata a alínea e do inciso III do caput deste artigo apontar responsabilidade
penal de qualquer dos envolvidos, o Ministério Público será intimado para tomar conhecimento de
seu teor.
(...)
(...)
(...)
Art. 142. A alienação de bens dar-se-á por uma das seguintes modalidades
(...)
§ 7º Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público e as Fazendas Públicas serão inti-
mados por meio eletrônico, nos termos da legislação vigente e respeitadas as respectivas prerroga-
tivas funcionais, sob pena de nulidade.

Sobre o tema, inclusive, mencionamos importante decisão do Superior Tribunal de Justiça


no seguinte sentido:

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COMERCIAL E PROCESSO CIVIL. PEDIDO DE FALÊNCIAAJUIZADO NA VIGÊNCIA DO DL N.


7.661/45. INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO EM AÇÃO CONEXA ANTES DO TRÂN-
SITO EM JULGADO DA DECISÃO QUE DECRETA A QUEBRA. POSSIBILIDADE. ANULAÇÃO
DO PROCESSO. DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO. NECESSIDADE.
1. Na vigência do DL 7.661/45 era possível a intervenção do Ministério Público durante
todo o procedimento de quebra, inclusive em sua fase pré-falimentar, alcançando também
as ações conexas.
2. Com o advento da Lei 11.101/05, houve sensível alteração desse panorama, sobretudo
ante a constatação de que o número excessivo de intervenções do Ministério Público
vinha assoberbando o órgão e embaraçando o trâmite das ações falimentares. Diante
disso, vetou-se o art. 4º da Lei 11.101/05, que mantinha a essência do art. 210 do DL
7.661/45, ficando a atuação do Ministério Público, atualmente, restrita às hipóteses
expressamente previstas em lei.”
(Cf. REsp 1.230.431/SP, Terceira Turma, da relatoria da ministra Nancy Andrighi, DJe
18/11/2011.)

5. Aplicação Subsidiária do Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015)


Sobre o assunto, os artigos 189 a 191 da Lei 11.105/2005, com a redação dada pela recen-
tíssima Lei 14.112/2020, nos ensinam que:

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 189. Aplica-se, no que couber, aos procedimentos previstos nesta Lei, o disposto na Lei n. 13.105,
de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), desde que não seja incompatível com os princí-
pios desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
§ 1º Para os fins do disposto nesta Lei: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
I – todos os prazos nela previstos ou que dela decorram serão contados em dias corridos; e (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020)
II – as decisões proferidas nos processos a que se refere esta Lei serão passíveis de agravo de ins-
trumento, exceto nas hipóteses em que esta Lei previr de forma diversa. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020)
§ 2º Para os fins do disposto no art. 190 da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo
Civil), a manifestação de vontade do devedor será expressa e a dos credores será obtida por maioria,
na forma prevista no art. 42 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
Art. 189-A. Os processos disciplinados nesta Lei e os respectivos recursos, bem como os proces-
sos, os procedimentos e a execução dos atos e das diligências judiciais em que figure como parte
empresário individual ou sociedade empresária em regime de recuperação judicial ou extrajudicial
ou de falência terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo o habeas corpus e as prioridades
estabelecidas em leis especiais. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)

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Art. 190. Todas as vezes que esta Lei se referir a devedor ou falido, compreender-se-á que a disposi-
ção também se aplica aos sócios ilimitadamente responsáveis.
Art. 191. Ressalvadas as disposições específicas desta Lei, as publicações ordenadas serão feitas
em sítio eletrônico próprio, na internet, dedicado à recuperação judicial e à falência, e as intimações
serão realizadas por notificação direta por meio de dispositivos móveis previamente cadastrados e
autorizados pelo interessado. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)”

Ressalta-se que a mencionada Lei do ano de 2020 trouxe uma solução digna a complica-
ções que até então se observavam em relação a determinados pontos da aplicação subsidiá-
ria do CPC à Lei de Falências, sobretudo quanto à espécie recursal adequada à impugnação
das decisões interlocutórias proferidas nos processos falimentares (agravo de instrumento),
bem assim quanto à forma adequada de contagem dos prazos previstos na Lei, isto é, se em
dias corridos ou em dias úteis, apenas (cf., oportunamente, as decisões proferidas nos REsp
1.698.283/GO, 1.699.528/MG e 1.772.866/MT).

6. Sujeitos e Figuras Envolvidas no Processo Falimentar


6.1. O Administrador judicial
Segundo o disposto no artigo 21 da Lei de Falências, tem-se que o administrador judicial é
um profissional idôneo, “preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas
ou contador, ou pessoa jurídica especializada”.
Trata-se, pois, do síndico da falência – nomenclatura adotada em diversos pontos da Lei
11.101/2005 –, uma figura de destaque no processo falimentar e que atua como auxiliar do
Juízo em diversos aspectos e como representante legal da massa falida.
Quando o administrador judicial é uma pessoa jurídica especializada, o p. único do artigo
supra preceitua que deverá ser declarado “o nome de profissional responsável pela condução
do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autori-
zação do juiz”.
Conforme o disposto no artigo 25, o administrador judicial deve ser remunerado pelos ser-
viços prestados, seja pelo devedor (em caso de recuperação judicial), seja pela massa falida
(em caso de falência). Vale ressaltar que, havendo a contratação de pessoas para auxiliá-lo
no desempenho de suas atribuições, essas também deverão ser remuneradas com quantias
fixadas pelo juiz, de acordo com critérios que envolvem “a complexidade dos trabalhos a serem
executados e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes”
(art. 21, § 1º).
Acerca dos critérios de fixação do valor da remuneração percebida pelo síndico, o artigo 24
e seus §§ nos dizem o seguinte:

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Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador judicial, ob-
servados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores
praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes.
§ 1º Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial não excederá 5% (cinco por cento)
do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na
falência.
§ 2º Será reservado 40% (quarenta por cento) do montante devido ao administrador judicial para
pagamento após atendimento do previsto nos arts. 154 e 155 desta Lei.
§ 3º O administrador judicial substituído será remunerado proporcionalmente ao trabalho realizado,
salvo se renunciar sem relevante razão ou for destituído de suas funções por desídia, culpa, dolo ou
descumprimento das obrigações fixadas nesta Lei, hipóteses em que não terá direito à remunera-
ção.
§ 4º Também não terá direito a remuneração o administrador que tiver suas contas desaprovadas.
§ 5º A remuneração do administrador judicial fica reduzida ao limite de 2% (dois por cento), no caso
de microempresas e de empresas de pequeno porte, bem como na hipótese de que trata o art. 70-A
desta Lei.

Salienta-se que o artigo 154, mencionado no § 2º acima colacionado, diz respeito à apre-
sentação das contas (relatório final) do administrador judicial ao juiz (no prazo de 30 dias).
O artigo 155, também mencionado, foi revogado. O artigo 156, por seu turno, estabelece que
“apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por sentença”, da qual cabe recurso de
apelação (§ 6º do art. 154).
Por fim, cumpre registrar o rol de competências do administrador judicial, cuja leitura e
compreensão são de grande importância para provas do Exame da OAB e concursos públicos
afins. A partir da redação do caput do artigo 22, percebemos que o rol de atribuições, conquan-
to extenso, não é exaustivo (taxativo):

Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros
deveres que esta Lei lhe impõe:
I – na recuperação judicial e na falência:
a) enviar correspondência aos credores constantes na relação de que trata o inciso III do caput do
art. 51, o inciso III do caput do art. 99 ou o inciso II do caput do art. 105 desta Lei, comunicando a
data do pedido de recuperação judicial ou da decretação da falência, a natureza, o valor e a classifi-
cação dada ao crédito;
b) fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos credores interessados;
c) dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de servirem de fundamento
nas habilitações e impugnações de créditos;
d) exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer informações;
e) elaborar a relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei;
f) consolidar o quadro-geral de credores nos termos do art. 18 desta Lei;
g) requerer ao juiz convocação da assembleia-geral de credores nos casos previstos nesta Lei ou
quando entender necessária sua ouvida para a tomada de decisões;

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h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas especializadas para, quando
necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções;
i) manifestar-se nos casos previstos nesta Lei;
j) estimular, sempre que possível, a conciliação, a mediação e outros métodos alternativos de solu-
ção de conflitos relacionados à recuperação judicial e à falência, respeitados os direitos de terceiros,
na forma do § 3º do art. 3º da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil);
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
k) manter endereço eletrônico na internet, com informações atualizadas sobre os processos de
falência e de recuperação judicial, com a opção de consulta às peças principais do processo, salvo
decisão judicial em sentido contrário; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
l) manter endereço eletrônico específico para o recebimento de pedidos de habilitação ou a apresen-
tação de divergências, ambos em âmbito administrativo, com modelos que poderão ser utilizados
pelos credores, salvo decisão judicial em sentido contrário; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
m) providenciar, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, as respostas aos ofícios e às solicitações
enviadas por outros juízos e órgãos públicos, sem necessidade de prévia deliberação do juízo;
II – na recuperação judicial:
a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial;
b) requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação;
c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do devedor, fiscalizan-
do a veracidade e a conformidade das informações prestadas pelo devedor; (Redação dada pela Lei
n. 14.112, de 2020)
d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação, de que trata o inciso III do caput
do art. 63 desta Lei;
e) fiscalizar o decurso das tratativas e a regularidade das negociações entre devedor e credores;
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
f) assegurar que devedor e credores não adotem expedientes dilatórios, inúteis ou, em geral, prejudi-
ciais ao regular andamento das negociações; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
g) assegurar que as negociações realizadas entre devedor e credores sejam regidas pelos termos
convencionados entre os interessados ou, na falta de acordo, pelas regras propostas pelo adminis-
trador judicial e homologadas pelo juiz, observado o princípio da boa-fé para solução construtiva de
consensos, que acarretem maior efetividade econômico-financeira e proveito social para os agentes
econômicos envolvidos; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
h) apresentar, para juntada aos autos, e publicar no endereço eletrônico específico relatório men-
sal das atividades do devedor e relatório sobre o plano de recuperação judicial, no prazo de até 15
(quinze) dias contado da apresentação do plano, fiscalizando a veracidade e a conformidade das
informações prestadas pelo devedor, além de informar eventual ocorrência das condutas previstas
no art. 64 desta Lei; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
III – na falência:
a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores terão à sua disposição
os livros e documentos do falido;
b) examinar a escrituração do devedor;
c) relacionar os processos e assumir a representação judicial e extrajudicial, incluídos os processos
arbitrais, da massa falida; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)

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d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for assunto de
interesse da massa;
e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de compromisso,
prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação
de falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto
no art. 186 desta Lei;
f) arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de arrecadação, nos termos dos
arts. 108 e 110 desta Lei;
g) avaliar os bens arrecadados;
h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização judicial, para a avaliação dos
bens caso entenda não ter condições técnicas para a tarefa;
i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores;
j) proceder à venda de todos os bens da massa falida no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias,
contado da data da juntada do auto de arrecadação, sob pena de destituição, salvo por impossibi-
lidade fundamentada, reconhecida por decisão judicial; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a cobrança de dívidas e dar
a respectiva quitação;
m) remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens apenhados, penhorados ou
legalmente retidos;
n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado, cujos honorários se-
rão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de Credores;
o) requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o cumprimento desta Lei, a
proteção da massa ou a eficiência da administração;
p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10º (décimo) dia do mês seguinte ao vencido,
conta demonstrativa da administração, que especifique com clareza a receita e a despesa;
q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em seu poder, sob pena de
responsabilidade;
r) prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído ou renunciar ao cargo.
s) arrecadar os valores dos depósitos realizados em processos administrativos ou judiciais nos
quais o falido figure como parte, oriundos de penhoras, de bloqueios, de apreensões, de leilões, de
alienação judicial e de outras hipóteses de constrição judicial, ressalvado o disposto nas Leis nos
9.703, de 17 de novembro de 1998, e 12.099, de 27 de novembro de 2009, e na Lei Complementar n.
151, de 5 de agosto de 2015. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)

6.2. O Comitê de Credores


O comitê de credores, órgão não obrigatório no processo falimentar, possui as seguintes
atribuições, além de outras previstas na Lei 11.101/2005:

I – na recuperação judicial e na falência:


a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial;
b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei;
c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos interesses dos credores;

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d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados;
e) requerer ao juiz a convocação da assembleia-geral de credores;
f) manifestar-se nas hipóteses previstas nesta Lei;
II – na recuperação judicial:
a) fiscalizar a administração das atividades do devedor, apresentando, a cada 30 (trinta) dias, rela-
tório de sua situação;
b) fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial;
c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o afastamento do devedor nas hipóteses previs-
tas nesta Lei, a alienação de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais e outras garan-
tias, bem como atos de endividamento necessários à continuação da atividade empresarial durante
o período que antecede a aprovação do plano de recuperação judicial.
(Art. 27 da Lei de Falências)

Devido à sua natureza facultativa, entende-se que, “não havendo Comitê de Credores, ca-
berá ao administrador judicial ou, na incompatibilidade deste, ao juiz exercer suas atribuições”
(Art. 28).
Nesse sentido, de acordo com o artigo 99, inciso XII, uma das faculdades reconhecidas
ao juiz responsável pela condução do processo é justamente a de determinar, na sentença
que decreta a falência do devedor, “quando entender conveniente, a convocação da assem-
bleia-geral de credores para a constituição de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a
manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento na recuperação judicial quando da
decretação da falência”.
Sobre os membros, impende pontuar que o Comitê deve ser “constituído por deliberação
de qualquer das classes de credores na assembleia-geral” (Art. 26.), sendo a sua composição
a seguinte (incisos I a IV):

I – 1 (um) representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes;
II – 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia ou privilé-
gios especiais, com 2 (dois) suplentes;
III – 1 (um) representante indicado pela classe de credores quirografários e com privilégios gerais,
com 2 (dois) suplentes.
IV – 1 (um) representante indicado pela classe de credores representantes de microempresas e
empresas de pequeno porte, com 2 (dois) suplentes.

Desse modo, conclui-se que o Comitê funciona com 4 (quatro) membros, em regra, na
medida em que “a falta de indicação de representante por quaisquer das classes não prejudi-
cará a constituição do Comitê, que poderá funcionar com número inferior ao previsto no caput
deste artigo” (§ 1º do Art. 26).
Sobre o desempenho das atribuições, é importante dizer que, ao contrário do que ocorre
com o administrador judicial, “os membros do Comitê não terão sua remuneração custeada
pelo devedor ou pela massa falida, mas as despesas realizadas para a realização de ato pre-

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visto nesta Lei, se devidamente comprovadas e com a autorização do juiz, serão ressarcidas
atendendo às disponibilidades de caixa” (Art. 29).
À derradeira, cumpre acentuar que as decisões pelo Comitê de credores são tomadas por
maioria, devendo também “ser consignadas em livro de atas, rubricado pelo juízo, que ficará
à disposição do administrador judicial, dos credores e do devedor” (§ 1º do Art. 27). Nada
obstante, “caso não seja possível a obtenção de maioria em deliberação do Comitê, o impasse
será resolvido pelo administrador judicial ou, na incompatibilidade deste, pelo juiz” (§ 2º desse
mesmo artigo).

6.3. Destituição e Responsabilização do Administrador Judicial e dos


Membros do Comitê de Credores
Sobre o afastamento das funções das quais tratamos nos tópicos antecedentes, o artigo
31 da Lei de Falência estabelece que “o juiz, de ofício ou a requerimento fundamentado de
qualquer interessado, poderá determinar a destituição do administrador judicial ou de quais-
quer dos membros do Comitê de Credores quando verificar desobediência aos preceitos desta
Lei, descumprimento de deveres, omissão, negligência ou prática de ato lesivo às atividades do
devedor ou a terceiros”.
Portanto, a destituição pode ocorrer por motivos de:
Desobediência aos preceitos da Lei;
Descumprimento de deveres;
Omissão;
Negligência;
Prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros.
Importante dizer também que, ao proceder de tal forma, deve o juiz, no próprio ato de desti-
tuição, nomear novo administrador judicial ou convocar os suplentes para recompor o Comitê
(§ 1º). Na falência, caso a destituição ocorra em face do administrador judicial, deverá o subs-
tituído apresentar relatório – prestar contas – acerca de sua atuação até aquele momento, no
prazo de 10 (dez) dias (§ 2º do art. 31), nos mesmos moldes do que ocorreria caso desempe-
nhasse regularmente o seu papel até o final do processo (isto é, nos termos do art. 154).
Lado outro, acerca da eventual responsabilização (subjetiva) pelos atos praticados, o ar-
tigo 32 da Lei 11.101/2005 dispõe que “o administrador judicial e os membros do Comitê res-
ponderão pelos prejuízos causados à massa falida, ao devedor ou aos credores por dolo ou
culpa, devendo o dissidente em deliberação do Comitê consignar sua discordância em ata para
eximir-se da responsabilidade”.

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6.4. A Assembleia-geral de Credores


Para encerrarmos, estudaremos um dos mais importantes – e recorrentemente cobrados
– órgãos presentes nos processos falimentares, qual seja, a Assembleia-geral de credores,
prevista nos artigos 35 a 46 da Lei 11.101/2005.
De início, devemos registrar que o artigo 41 da Lei de Falências nos traz as diferentes clas-
ses de credores que compõem a Assembleia-geral, a saber:

I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho;


II – titulares de créditos com garantia real;
III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordina-
dos.
IV – titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte.

Nesse ponto, há de se observar que um mesmo credor pode figurar em mais de uma classe
no âmbito da Assembleia-geral, seja em razão das distintas naturezas dos créditos dos quais
eventualmente é titular, seja por ocasião dos montantes aos quais tem direito. Prova disso é
que o § 2º do artigo 41 dispõe que “os titulares de créditos com garantia real votam com a clas-
se prevista no inciso II do caput deste artigo até o limite do valor do bem gravado e com a classe
prevista no inciso III do caput deste artigo pelo restante do valor de seu crédito”. Perceberam a
diferença?
Sobre a competência deliberativa da Assembleia-geral, por seu turno, o artigo 35 dispõe
o seguinte:

Art. 35. A assembleia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre:


I – na recuperação judicial:
a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor;
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição;
(...)
d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4º do art. 52 desta Lei;
e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor;
f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores;
g) alienação de bens ou direitos do ativo não circulante do devedor, não prevista no plano de recupe-
ração judicial; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
II – na falência:
(...)
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição;
c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta Lei;
d) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.

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A respeito do quórum necessário às decisões em Assembleia-geral, podemos afirmar que,


a priori, estão são consideradas aprovadas quando obtidos votos favoráveis dos credores que
representam “mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia-geral” (Art.
42), sendo que a regra supra não aplicável, porém, às deliberações que envolvam:
a) Aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação
judicial;
b) Composição do Comitê de Credores;
c) Forma alternativa de realização do ativo;
Sobre as decisões acerca do plano de recuperação judicial, “todas as classes de credores
referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta” (Art. 45). As regras específicas para
as votações em cada uma das 4 (quatro) classes de credores estão delineadas nos §§ desse
mesmo artigo8.
Sob outro aspecto, tem-se que, “na escolha dos representantes de cada classe no Comitê
de Credores, somente os respectivos membros poderão votar” (Art. 44).
Por fim, caso a deliberação diga respeito à aprovação de forma alternativa de realização
do ativo na falência (prevista no art. 145 da Lei), o artigo 46 estabelece que a sua aprovação
“dependerá do voto favorável de credores que representem 2/3 (dois terços) dos créditos pre-
sentes à assembleia”.
Sobre a força das deliberações tomadas em Assembleia-geral de credores, é pacífico o
entendimento segundo o qual, conquanto sejam soberanas – isto é, imunes à análise e inter-
ferência / modificação meritória por parte do Poder Judiciário –, submetem-se a um controle
de legalidade, tal como ocorre, por exemplo, com os atos administrativos discricionários prati-
cados no âmbito da Administração Pública (não passíveis de revogação, mas tão somente de
anulação).
Sobre o tema, inclusive já se manifestou o STJ no sentido de que “a assembleia de credo-
res é soberana em suas decisões quanto aos planos de recuperação judicial. Contudo, as de-
liberações desse plano estão sujeitas aos requisitos de validade dos atos jurídicos em geral,
requisitos esses que estão sujeitos a controle judicial” (cf. REsp 1.314.209/SP, Terceira Turma,
da relatoria da ministra Nancy Andrighi, DJe 1º/06/2012).
Apenas para expandir a sua noção acerca do assunto, sugerimos também a leitura dos
Enunciados 44 a 46 da I Jornada de Direito Comercial do CJF, redigidos nos seguintes termos:

8
“§ 1º Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada por credores
que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia e, cumulativamente, pela maioria simples
dos credores presentes.
§ 2º Nas classes previstas nos incisos I e IV do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credo-
res presentes, independentemente do valor de seu crédito. (Redação dada pela Lei Complementar n. 147, de 2014)
§ 3º O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de quórum de deliberação se o plano de
recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito.”

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Enunciado 44 – A homologação de plano de recuperação judicial aprovado pelos credores está su-
jeita ao controle judicial de legalidade.
Enunciado 45 – O magistrado pode desconsiderar o voto de credores ou a manifestação de vontade
do devedor, em razão de abuso de direito.
Enunciado 46 – Não compete ao juiz deixar de conceder a recuperação judicial ou de homologar a
extrajudicial com fundamento na análise econômico-financeira do plano de recuperação aprovado
pelos credores.”

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2017/FCC/ARTESP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE TRANSPORTE I – DIREITO)
Conforme alerta Fábio Ulhôa Coelho, na obra Comentários à Nova Lei de Falências e de Recu-
peração de Empresas − Lei n. 11.101, de 9/2/2005 (Editora Saraiva, p. 24/25) A crise fatal de
uma grande empresa significa o fim de postos de trabalho, desabastecimento de produtos ou
serviços, diminuição na arrecadação de impostos e, dependendo das circunstâncias, paralisa-
ção de atividades satélites e problemas sérios para a economia local, regional ou, até mesmo,
nacional. Por isso, muitas vezes o direito se ocupa em criar mecanismos jurídicos e judiciais de
recuperação da empresa (...). No Brasil, a nova Lei de Falências introduziu o procedimento da
recuperação das empresas, em substituição à concordata. Contudo, como bem destaca o au-
tor, “nem todo aquele que exerce atividade econômica empresarial encontra-se sujeito à nova
Lei de Falências.” Nesse sentido, estão excluídas do procedimento de recuperação judicial
a) as Empresas públicas e sociedades de economia mista, que também não se sujeitam
à falência.
b) as Sociedades anônimas, eis que se submetem apenas a procedimento de liquidação judicial.
c) a Instituição financeira, sujeita a Regime de Administração Especial Temporária − RAET, que
precede a decretação da falência.
d) a Sociedade de previdência complementar, a qual, embora não excluída da falência, possui
procedimento de recuperação específico, consistente em intervenção pelo órgão regulador.
e) a Cooperativa de crédito, salvo se constituída na forma de sociedade de capitalização.

002. (2015/FCC/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) A empresa “PESCADO PURO LTDA.” formulou pe-


dido de recuperação judicial, apresentando plano que previa o pagamento de todas as suas
dívidas em 60 (sessenta) parcelas mensais e sucessivas, vencendo-se a primeira no dia da
concessão da recuperação e as demais no mesmo dia dos meses subsequentes. Regularmen-
te aprovado o plano pela assembleia-geral de credores, a recuperação foi concedida pelo juiz.
Porém, depois de pontualmente adimplidas as trinta primeiras parcelas, a devedora não conse-
guiu honrar com as demais, por dificuldades de fluxo de caixa. Nesse caso, o descumprimento
das obrigações assumidas no plano
a) não autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, mas pode justificar novo
pedido de falência.
b) autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, que pode ser decretada de ofício.
c) autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, desde que requerida por qual-
quer credor.
d) autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, desde que requerida pelo admi-
nistrador judicial.

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e) não autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, mas apenas a execução in-
dividual pelos credores.

003. (2015/FCC/TJ-PE/JUIZ SUBSTITUTO) A Lei n. 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, que


disciplina a falência, a recuperação judicial e a recuperação extrajudicial, aplica-se
a) às instituições financeiras privadas, mas não às públicas.
b) aos consórcios.
c) tanto às sociedades empresárias quanto aos empresários individuais.
d) às sociedades de economia mista.
e) às empresas públicas.

004. (2014/FCC/MPE-PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Acerca dos processos de falência e de


recuperação judicial, é correto afirmar:
a) Tanto na falência quanto na recuperação judicial, o juiz poderá nomear pessoa jurídica es-
pecializada para o exercício das funções de Administrador Judicial, não sendo obrigatória a
nomeação de pessoal natural para o cargo.
b) O Administrador Judicial poderá ser destituído por deliberação da Assembleia-Geral de Cre-
dores, desde que obtida maioria em todas as classes de credores.
c) Destituído o Administrador Judicial, compete ao Ministério Público o exercício das suas
atribuições até a nomeação do substituto.
d) O Administrador Judicial substituído sempre será remunerado proporcionalmente ao traba-
lho realizado, mesmo se renunciar injustificadamente ou for destituído de suas funções por
desídia, culpa, dolo ou descumprimento das suas obrigações.
e) Na falência, o Administrador Judicial não poderá, sem autorização judicial, transigir sobre
obrigações e direitos da massa falida e conceder abatimento de dívidas, salvo se estas forem
consideradas de difícil recebimento.

005. (2005/FCC/TCE-MA/PROCURADOR) Sociedades que NÃO estão sujeitas ao regime fali-


mentar previsto na Lei n. 11.101/05:
a) cooperativas de consumo e companhias privadas concessionárias de serviço público.
b) companhias prestadoras de serviços médico-hospitalares e sociedades prestadoras de ser-
viços educacionais.
c) fundações públicas e companhias privadas concessionárias de transporte.
d) sociedades de arrendamento mercantil e sociedades administradoras de cartões de crédito.
e) empresas públicas e sociedades de economia mista.

006. (2020/CESPE/SEFAZ-AL/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL) Acerca de assun-


tos relativos ao direito empresarial, julgue o item a seguir.

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A falência incide tanto sobre a sociedade empresária regular quanto sobre o empresário de
fato, mas a recuperação judicial beneficia somente os que pratiquem a atividade empresarial
conforme a lei.

007. (2019/CESPE/CGE-CE/AUDITOR DE CONTROLE INTERNO - ÁREA DE CORREIÇÃO) A


decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial acarreta
a) a conexão das ações ao foro cível da ação principal.
b) a interrupção do curso da prescrição em relação ao devedor.
c) o prosseguimento de ações contra o devedor no juízo onde estiver se processando deman-
da por quantia ilíquida.
d) a suspensão das ações ajuizadas contra o devedor, por dois anos.
e) a prevenção da jurisdição criminal relativa ao mesmo devedor.

008. (2018/CESPE/MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL – ÁREA PROCESSUAL) Acerca dos di-


reitos do consumidor e da falência e recuperação judicial, julgue o item que se segue.
De acordo com a legislação que rege a falência e a recuperação judicial, o Ministério Público
possui legitimidade para apresentar ao magistrado impugnação contra a relação de credores,
oportunidade em que pode apontar a ausência de qualquer crédito ou se manifestar contra a
legitimidade, a importância ou a classificação de determinado crédito.

009. (2018/CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) Julgue o item se-


guinte, relativos a institutos complementares do direito empresarial, teoria geral dos títulos de
crédito, responsabilidade dos sócios, falência e recuperação empresarial.
A sentença que decreta a falência ou concede a recuperação judicial é condição objetiva de
punibilidade das infrações penais previstas na Lei de Recuperação de Empresas.

010. (2018/CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA) Diversas modificações fo-


ram feitas na Lei de Recuperação Judicial — Lei n. 11.101/2005 —, entre elas, o fim da su-
cessão empresarial e a busca pela preservação da empresa. Com referência ao disposto na
referida norma e em suas alterações, julgue o item a seguir.
O trespasse constitui uma das formas de se buscar a preservação da empresa.

011. (2018/CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA) Diversas modificações fo-


ram feitas na Lei de Recuperação Judicial — Lei n. 11.101/2005 —, entre elas, o fim da su-
cessão empresarial e a busca pela preservação da empresa. Com referência ao disposto na
referida norma e em suas alterações, julgue o item a seguir.
A regra da impossibilidade de sucessão empresarial também se aplica a empresas que não
estejam em crise econômico-financeira.

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012. (2017/CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO) No que se refere ao direito falimen-


tar, é correto afirmar que
a) o juízo competente para julgar o pedido de falência é o do local do domicílio do credor.
b) a sentença declaratória é pressuposto material objetivo da falência.
c) cabe ao juiz analisar se o empresário se encontra em estado de insolvência.
d) as sociedades cooperativas estão sujeitas à falência.
e) o sujeito ativo da falência deverá ser, necessariamente, empresário.

013. (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO – CONSULTOR


LEGISLATIVO ÁREA VII) A respeito do direito falimentar, julgue o item que se segue.
Por não ter caráter terminativo, a sentença que julgar procedente a ação revocatória, deter-
minando o retorno dos bens objetos da ação à massa falida, poderá ser atacada pela via do
agravo de instrumento.

014. (2014/CESPE/TCE-PB/PROCURADOR) Com referência a recuperação judicial e falência,


assinale a opção correta.
a) O falido que for condenado por crime falimentar, ainda que culposo, sofrerá também a pena
acessória de inabilitação empresarial.
b) O pedido de falência por parte de um credor impede o devedor de obter o benefício da recu-
peração judicial.
c) A prévia condenação de algum dos sócios por crime tipificado na lei que dispõe sobre falên-
cia e recuperação judicial e extrajudicial é impeditiva da concessão do benefício da recupera-
ção judicial à empresa.
d) O comitê de credores não é órgão obrigatório nos processos de falência e recuperação, po-
dendo suas funções ser exercidas pelo administrador judicial.
e) Os contratos do devedor falido extinguem-se em razão da decretação da falência.

015. (2014/CESPE/MPE-AC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) No que se refere à atuação do MP no


processo de falência e recuperação judicial, assinale a opção correta.
a) O MP assume a legitimidade para a propositura da ação revocatória de atos do falido ape-
nas se, no prazo de três anos, não a propuserem a própria massa falida ou os credores
b) A lei falimentar não prevê a participação obrigatória do MP na fase pré-falimentar do processo.
c) É desnecessária a intimação pessoal do MP caso a alienação dos bens do ativo do falido se
faça na forma de propostas fechadas, bastando intimação posterior à abertura das propostas.
d) O MP não pode, a fim de apontar crédito não incluído, apresentar impugnação à primeira
relação de credores preparada pelo administrador, visto que, de acordo com previsão legal, a
legitimidade é exclusiva do credor.
e) O MP não tem legitimidade para recorrer da decisão que defira o processamento do pedido
de recuperação judicial

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016. (2013/CESPE/ANCINE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO ATIVIDADE CINEMATOGRÁ-


FICA E AUDIOVISUAL – ÁREA 3) A respeito da recuperação de empresa e falência, julgue os
itens seguintes.
Em razão de abuso de direito, o magistrado pode desconsiderar o voto de credores ou a mani-
festação de vontade do devedor.

017. (2013/CESPE/BACEN/PROCURADOR) No que se refere à recuperação e à falência, as-


sinale a opção correta.
a) As multas tributárias estão entre os créditos que gozam de preferência na falência.
b) A recuperação extrajudicial de instituições financeiras é de interesse público, por isso pode
ser decretada de ofício pelo BACEN, a requerimento dos administradores da instituição finan-
ceira ou por acolhida aos motivos justificadores da medida propostos pelo interventor.
c) A distinção entre empresário regular e irregular é irrelevante em matéria de tratamento legal
quando se trata de falência ou de recuperação.
d) O beneficiário do título cambial avalizado pode habilitar seu crédito na falência e, concomi-
tantemente, promover a execução em relação ao avalista.
e) A ordem de preferência dos credores é a mesma na recuperação judicial e na falência, não
podendo ser alterada por acordo entre devedor e credores.

018. (2013/CESPE/TJ-RR/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) Com rela-


ção à recuperação judicial, à extrajudicial e à falência do empresário e da sociedade empresá-
ria, assinale a opção correta.
a) Compete ao juízo falimentar deixar de conceder, com fundamento na análise econômico-
-financeira do plano de recuperação aprovado pelos credores, a recuperação judicial ou a sua
homologação extrajudicial.
b) A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos controladores e
dos administradores da sociedade falida, estabelecida nas respectivas leis, será apurada no
próprio juízo da falência, independentemente da realização do ativo e da prova da sua insu-
ficiência para cobrir o passivo, aplicando-se aos casos de desconsideração da personalida-
de jurídica.
c) O deferimento do processamento da recuperação judicial enseja o cancelamento da negati-
vação do nome do devedor nos órgãos de proteção ao crédito e nos tabelionatos de protestos.
d) A extensão dos efeitos da falência a outras pessoas jurídicas e físicas confere legitimidade
à massa falida para figurar nos polos ativo e passivo das ações nas quais figurem os atingidos
pela falência.
e) A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial sus-
pende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor e dos seus
coobrigados.

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019. (2013/CESPE/SERPRO/ANALISTA – ADVOCACIA) Julgue os itens a seguir, referentes


à falência.
Sobre os administradores da sociedade limitada recairão os deveres impostos pela lei falimen-
tar no caso de falência, não sendo cabível nenhuma restrição à pessoa dos sócios que não
sejam administradores da sociedade.

020. (2013/CESPE/TELEBRÁS/ESPECIALISTA EM GESTÃO DE TELECOMUNICAÇÕES –


ADVOGADO) Com base nas disposições da Lei n. 11.101/2005, julgue os itens a seguir.
A homologação do plano de recuperação extrajudicial, o deferimento da recuperação judicial
ou a decretação de falência compete ao juízo do local da sede do empresário, da sociedade
empresária ou da filial de empresa, no caso de a sede localizar-se fora do Brasil.

021. (2013/CESPE/TRF - 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL) A Lei n. o 11.101/2005, que regula as


recuperações judicial e extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária,
se aplicaria
a) a uma empresa pública, como a ECT.
b) a um indivíduo qualquer que, conforme o Código Civil, se enquadre no conceito de empresário.
c) a uma instituição financeira, como o Banco do Brasil S.A.
d) a uma entidade de previdência complementar operadora de planos de saúde.
e) a uma empresa de economia mista, como a PETROBRAS.

022. (2012/CESPE/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL – ÁREA 5)


Julgue o item seguinte, relativo à falência e à recuperação judicial.
Uma vez que a relação de credores com direito a voto na Assembleia-Geral de Credores pode
sofrer alterações no decorrer da recuperação judicial ou falência, a lei estabelece que as delibe-
rações não serão invalidadas em razão de posterior decisão judicial modificadora da condição
de credor.

023. (2011/CESPE/EBC/ANALISTA – ADVOCACIA) Julgue o item abaixo, acerca da falência.


A lei que regula as recuperações judicial e extrajudicial e a falência do empresário e da socie-
dade empresária não se aplica às sociedades seguradoras.

024. (2010/CESPE/CAIXA/ADVOGADO) Assinale a opção correta no que concerne a recupe-


ração judicial, extrajudicial e falência do empresário e da sociedade empresária.
a) No rol das ações excluídas do juízo universal da falência, estão aquelas não reguladas na lei
falimentar em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.
b) As ações de execução fiscal serão suspensas em razão do deferimento da recuperação
judicial da sociedade empresária devedora.

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c) No processamento de recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários derivados


da relação de trabalho não têm direito a voto nas deliberações da assembleia-geral de credores.
d) O administrador judicial deve ser, necessariamente, uma pessoa física que atue no ramo do
direito, administração de empresas ou economia.
e) A lei admite que a sociedade empresária devedora requeira sua recuperação judicial desde
que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de um ano.

025. (2008/CESPE/PGE-PI/PROCURADOR DO ESTADO) Com relação à cobrança dos crédi-


tos tributários na falência, assinale a opção correta.
a) O processo falimentar envolve o crédito tributário, mas exclui a multa tributária.
b) As execuções fiscais em curso serão suspensas com a decretação de falência, consoante a
lei processual que disciplina a cobrança do crédito tributário.
c) A propositura de execução fiscal posterior à decretação de falência ocorrerá no juízo
falimentar.
d) A decretação da falência interrompe o prazo de prescrição do crédito tributário.
e) Os créditos tributários serão adimplidos após realizado o pagamento dos créditos com ga-
rantia real, até o limite do apurado com os bens gravados.

026. (2008/CESPE/PGE-CE/PROCURADOR DO ESTADO) A Lei n. 11.101/2005, que regula


a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade
empresária, aplica-se a
a) empresa pública exploradora de atividade econômica.
b) instituição financeira privada.
c) sociedade de capitalização.
d) sociedades simples.
e) pessoas jurídicas irregulares.

027. (2007/CESPE/TJ-TO/JUIZ) Assinale a opção correta quanto à convolação da recupera-


ção judicial em falência e ao procedimento judicial da falência.
a) Com a decretação da falência, são anulados todos os atos de alienação ocorridos durante
o processamento da recuperação judicial, se a convolação tiver se dado por deliberação da
assembleia-geral de credores.
b) Os créditos decorrentes de multas de igual natureza são classificados como créditos de
natureza tributária.
c) A ação de responsabilidade dos sócios de responsabilidade limitada será processada no
juízo da falência, independentemente da realização do ativo e da prova de sua insuficiência
para cobrir o passivo.

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d) Havendo vencimento antecipado de obrigação contratual, decorrente da decretação da fa-


lência, a cláusula penal prevista contratualmente deverá ser incluída na massa e classificada
como crédito quirografário.

028. (2006/CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) O direito empresarial tem abrangência


bastante ampla, com definições variadas. No Brasil, existe uma diversidade de contratos para
operações comerciais e financeiras, como as operações de leasing (arrendamento mercantil),
factoring (fomento mercantil), contratos bancários, entre outros. As sociedades empresariais,
suas características, a desconsideração da personalidade jurídica e a nova lei de falência e
recuperação das empresas confirmam a importância do direito empresarial para a economia
nacional. Acerca desses assuntos, julgue os itens a seguir.
A nova Lei de Falências regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário
e da sociedade empresária, aí abrangidos os tipos empresariais existentes no Brasil, incluindo-
-se as sociedades de economia mista e excluindo-se as instituições financeiras e as coopera-
tivas de crédito.

029. (2005/CESPE/EMBRAPA) Julgue o item seguinte, relativo a recuperação judicial e extra-


judicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.
As sociedades empresárias que explorem serviços aéreos privados estarão impedidas de re-
querer recuperação judicial ou extrajudicial.

030. (2009/FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS – PROVA 2) A respeito da disciplina jurídica


brasileira das empresas em crise, é correto afirmar que:
a) estão sujeitos à disciplina da Lei 11.101/2005 (Lei de Falências e Recuperação de Empre-
sas) os empresários, as sociedades empresárias, as instituições financeiras privadas, as so-
ciedades seguradoras e as cooperativas de crédito.
b) os sócios das sociedades limitadas estão sujeitos aos efeitos jurídicos da falência produzi-
dos em relação à sociedade empresária falida.
c) durante o procedimento de recuperação judicial, os administradores da sociedade podem
ser mantidos em seus cargos com competência para a condução dos negócios sociais.
d) todos os credores, inclusive os de natureza tributária e trabalhista, podem participar da ne-
gociação da recuperação extrajudicial.
e) o plano de recuperação judicial deverá ser apresentado pelo devedor e aprovado pela unani-
midade dos devedores, sob pena de ser decretada a falência.

031. (2014/CETAP/PREFEITURA DE SÃO MIGUEL DO GUAMÁ-PA/ADVOGADO) Sobre


a falência e a recuperação de empresas, marque a alternativa correta, conforme a Lei n.
11.101/2005:
a) A Lei n. 11.101/2005 se aplica às sociedades de economia mista.

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b) As obrigações a título gratuito não são exigíveis do credor apenas na recuperação, sendo
exigíveis na falência.
c) Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, desde
que vencidos.
d) O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, in-
teresses e negócios do falido, ressalvadas apenas as causas trabalhistas.
e) Os créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado, têm preferência sobre os
créditos de natureza tributária.

032. (2015/CONSULPLAN/PREFEITURA DE PATOS DE MINAS-MG/ADVOGADO) A Lei n.


11.101/2005, que disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do
empresário e da sociedade empresária aplica‐se, dentre outros casos, à(ao):
a) Consórcio.
b) Microempresa.
c) Empresa pública
d) Instituição financeira.

033. (2019/IAUPE/UPE/ADVOGADO) Sobre recuperação e falência, é INCORRETO afirmar que


a) no processo de recuperação e falência de empresas, todas as obrigações, inclusive as de
natureza gratuitas, serão exigidas do devedor.
b) o administrador judicial da empresa sob procedimento de recuperação não será necessaria-
mente um advogado.
c) o plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor deverá ser aprovado pela assem-
bleia-geral de credores.
d) durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor será mantido na condução da
atividade empresarial, sob fiscalização do Comitê, se houver, e do administrador judicial no-
meado, salvo se houver sido condenado em sentença penal transitada em julgado por crime
cometido em recuperação judicial ou falência anteriores ou por crime contra o patrimônio, a
economia popular ou a ordem econômica, previstos na legislação vigente.
e) uma vez decretada a falência, o falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empre-
sarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações.

034. (2016/MPE/SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos termos da Lei n. 11.101/05 (Lei de Fa-


lência e Recuperação de Empresas), a sociedade de economia mista, por ser pessoa jurídica
de direito privado, criada mediante autorização legal, sob a forma de sociedade anônima, está
sujeita à recuperação judicial e à falência.

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035. (2019/FUNDEP/PREFEITURA DE CONTAGEM/MG/PROCURADOR) Sobre a falência e a


recuperação judicial dos empresários, analise a afirmativa a seguir e assinale com V se verda-
deira e com F se falsa.
( ) A falência de Sociedades de Economia Mista submete-se às regras da Lei n. 11.101/2005,
diferentemente da falência de Empresas Públicas, que é regida por lei própria.

036. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CABO SANTO AGOSTINHO-PE/PROCURADOR MUNICI-


PAL) Acerca das disposições sobre recuperação judicial e falência da Lei n. 11.101/2005, as-
sinale a alternativa incorreta.
a) A Lei n. 11.101/2005 não se aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista.
b) A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para
qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor.
c) Para que seja aprovado o plano de recuperação judicial pode ser exigido do devedor obriga-
ções a título gratuito.
d) É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação
judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da
filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.

037. (2018/IESES/TJ-AM/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - REMO-


ÇÃO) A Lei n. 11.101, disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência
do empresário e da sociedade empresária. Estão fora do alcance da referida Lei as seguintes
instituições:
I – Empresa pública e sociedade de economia mista.
II – Instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio.
III – Entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à
saúde, sociedade seguradora.
IV – Sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas.
A sequência correta é:
a) Apenas as assertivas II e IV estão incorretas.
b) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
c) Apenas a assertiva IV está incorreta.
d) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.

038. (2017/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS -


PROVIMENTO) Segundo a Lei n. 11.101/2005, é atribuição do Comitê de Credores, na recupe-
ração judicial, EXCETO:
a) Fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial.
b) Comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos interesses dos credores.
c) Aprovar, rejeitar ou modificar o plano de recuperação judicial apresentado pelo credor.

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d) Requerer ao juiz a convocação da assembleia geral de credores.

039. (2017/FMP CONCURSOS/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) De acordo com a Lei


11.101, de 09 de fevereiro de 2005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falên-
cia do empresário e da sociedade empresária, é CORRETO afirmar que a assembléia geral de
credores terá por atribuições deliberar na falência sobre
a) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição.
b) o pedido de desistência do devedor, nos termos do §4º do art. 52 desta Lei.
c) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor.
d) a aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado
pelo devedor.
e) o nome do administrador judicial, quando do afastamento do devedor.

040. (2017/FMP CONCURSOS/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) De acordo com a Lei


11.101, de 09 de fevereiro de 2005, que regula a recuperação judicial; a extrajudicial e a falência
do empresário e da sociedade empresária, é CORRETO afirmar que ao administrador judicial
compete na recuperação judicial
a) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida.
b) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for assun-
to de interesse da massa.
c) avaliar os bens arrecadados.
d) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores.
e) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial.

041. (2021/FGV/XXXIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Na Comarca de Imperatriz/MA fun-


cionam 4 (quatro) Varas Cíveis, com competência concorrente para o julgamento de causas de
falência e recuperação judicial. Em 22 de agosto de 2019, foi apresentado requerimento de fa-
lência de uma sociedade empresária enquadrada como empresa de pequeno porte, com prin-
cipal estabelecimento naquele município. O requerimento foi distribuído para a 3ª Vara Cível.
Tendo sido determinada a citação do devedor, no prazo da contestação, Coelho Dutra, admi-
nistrador e representante legal da sociedade, requereu sua recuperação judicial, devidamente
autorizado por deliberação dos sócios.
Com base nestas informações, assinale a afirmativa correta.
a) O requerimento de recuperação judicial não está sujeito à distribuição por dependência, po-
dendo ser apreciado por qualquer um dos quatro juízos cíveis da comarca.
b) A distribuição do pedido de falência previne a jurisdição para o pedido de recuperação judi-
cial formulado pelo devedor, de modo que será competente o juízo da 3ª Vara Cível.

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c) Por se tratar de devedor enquadrado como empresa de pequeno porte, há tratamento di-
ferenciado para o pedido de recuperação judicial, estando prevento o juízo que conheceu do
pedido de falência.
d) Como o devedor não se enquadra na definição legal de microempresa (incluído o microem-
preendedor individual), o requerimento de recuperação judicial não está sujeito à distribuição
por dependência.

042. (2018/FGV/XXVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Antes da decretação de falência da


sociedade Talismã & Sandolândia Ltda., foi ajuizada ação de execução por título extrajudicial
por Frigorífico Rio Sono Ltda., esta enquadrada como empresa de pequeno porte.
Com a notícia da decretação da falência pela publicação da sentença no Diário da Justiça, o
advogado da exequente tomará ciência de que a execução do título extrajudicial
a) não será suspensa, em razão do enquadramento da credora como empresa de pequeno porte.
b) está suspensa pelo prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias, contados da publica-
ção da sentença.
c) não será suspensa, em razão de ter sido ajuizada pelo credor antes da decretação da falência.
d) está suspensa, devendo o credor se submeter às regras do processo falimentar e ter seu
crédito verificado e classificado.

043. (2017/FGV/XXIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO) O empresário individual Ives Diniz,


em conluio com seus dois primos, realizou empréstimos simulados a fim de obter crédito para
si; por esse e outros motivos, foi decretada sua falência.
No curso do processo falimentar, o administrador judicial verificou a prática de outros atos
praticados pelo devedor e seus primos, antes da falência; entre eles, a transferência de bens
do estabelecimento a terceiros lastreados em pagamentos de dívidas fictícias, com nítido pre-
juízo à massa.
De acordo com o enunciado e as disposições da Lei de Falência e Recuperação de Empresas,
o advogado contratado pelo administrador judicial para defender os direitos e interesses da
massa deverá
a) requerer, no juízo da falência, a instauração do incidente de desconsideração da personali-
dade jurídica.
b) ajuizar ação revocatória em nome da massa falida no juízo da falência.
c) ajuizar ação pauliana em nome do administrador judicial no juízo cível.
d) requerer, no juízo da falência, o sequestro dos bens dos primos do empresário como medida
antecedente à ação de responsabilidade civil.

044. (2012/FGV/VII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Dentre as alternativas abaixo, indique


aquela que corresponde a um crédito que deve ser classificado como extraconcursal:
a) Multas por infração do Código de Postura Municipal.

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b) Custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa tenha sido vencida.
c) Créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial pertencentes a fornecedores de bens
ou serviços que continuaram a provê-lo normalmente após o pedido de recuperação judicial.
d) Os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu
pagamento.

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GABARITO
1. a 37. d
2. a 38. c
3. c 39. a
4. a 40. e
5. e
6. C
7. c
8. C
9. C
10. C
11. E
12. c
13. E
14. d
15. b
16. C
17. d
18. d
19. C
20. E
21. b
22. C
23. C
24. a
25. e
26. e
27. c
28. E
29. E
30. c
31. e
32. b
33. a
34. E
35. F
36. c

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GABARITO COMENTADO
001. (2017/FCC/ARTESP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE TRANSPORTE I – DIREITO)
Conforme alerta Fábio Ulhôa Coelho, na obra Comentários à Nova Lei de Falências e de Recu-
peração de Empresas − Lei n. 11.101, de 9/2/2005 (Editora Saraiva, p. 24/25) A crise fatal de
uma grande empresa significa o fim de postos de trabalho, desabastecimento de produtos ou
serviços, diminuição na arrecadação de impostos e, dependendo das circunstâncias, paralisa-
ção de atividades satélites e problemas sérios para a economia local, regional ou, até mesmo,
nacional. Por isso, muitas vezes o direito se ocupa em criar mecanismos jurídicos e judiciais de
recuperação da empresa (...). No Brasil, a nova Lei de Falências introduziu o procedimento da
recuperação das empresas, em substituição à concordata. Contudo, como bem destaca o au-
tor, “nem todo aquele que exerce atividade econômica empresarial encontra-se sujeito à nova
Lei de Falências.” Nesse sentido, estão excluídas do procedimento de recuperação judicial
a) as Empresas públicas e sociedades de economia mista, que também não se sujeitam
à falência.
b) as Sociedades anônimas, eis que se submetem apenas a procedimento de liquidação judicial.
c) a Instituição financeira, sujeita a Regime de Administração Especial Temporária − RAET, que
precede a decretação da falência.
d) a Sociedade de previdência complementar, a qual, embora não excluída da falência, possui
procedimento de recuperação específico, consistente em intervenção pelo órgão regulador.
e) a Cooperativa de crédito, salvo se constituída na forma de sociedade de capitalização.

Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empre-
sário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previ-
dência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Letra a.

002. (2015/FCC/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) A empresa “PESCADO PURO LTDA.” formulou pe-


dido de recuperação judicial, apresentando plano que previa o pagamento de todas as suas
dívidas em 60 (sessenta) parcelas mensais e sucessivas, vencendo-se a primeira no dia da
concessão da recuperação e as demais no mesmo dia dos meses subsequentes. Regularmen-
te aprovado o plano pela assembleia-geral de credores, a recuperação foi concedida pelo juiz.
Porém, depois de pontualmente adimplidas as trinta primeiras parcelas, a devedora não conse-
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guiu honrar com as demais, por dificuldades de fluxo de caixa. Nesse caso, o descumprimento
das obrigações assumidas no plano
a) não autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, mas pode justificar novo
pedido de falência.
b) autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, que pode ser decretada de ofício.
c) autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, desde que requerida por qual-
quer credor.
d) autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, desde que requerida pelo admi-
nistrador judicial.
e) não autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, mas apenas a execução in-
dividual pelos credores.

Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o juiz poderá determinar a manutenção do
devedor em recuperação judicial até que sejam cumpridas todas as obrigações previstas no plano
que vencerem até, no máximo, 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial, indepen-
dentemente do eventual período de carência. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
§ 1º Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento de qualquer obrigação
prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta
Lei.
§ 2º Decretada a falência, os credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições
originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos valida-
mente praticados no âmbito da recuperação judicial.
Art. 62. Após o período previsto no art. 61 desta Lei, no caso de descumprimento de qualquer
obrigação prevista no plano de recuperação judicial, qualquer credor poderá requerer a execução
específica ou a falência com base no art. 94 desta Lei.
Letra a.

003. (2015/FCC/TJ-PE/JUIZ SUBSTITUTO) A Lei n. 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, que


disciplina a falência, a recuperação judicial e a recuperação extrajudicial, aplica-se
a) às instituições financeiras privadas, mas não às públicas.
b) aos consórcios.
c) tanto às sociedades empresárias quanto aos empresários individuais.
d) às sociedades de economia mista.
e) às empresas públicas.

Conforme a Lei 11.101/2005:

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Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empre-
sário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previ-
dência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Letra c.

004. (2014/FCC/MPE-PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Acerca dos processos de falência e de


recuperação judicial, é correto afirmar:
a) Tanto na falência quanto na recuperação judicial, o juiz poderá nomear pessoa jurídica es-
pecializada para o exercício das funções de Administrador Judicial, não sendo obrigatória a
nomeação de pessoal natural para o cargo.
b) O Administrador Judicial poderá ser destituído por deliberação da Assembleia-Geral de Cre-
dores, desde que obtida maioria em todas as classes de credores.
c) Destituído o Administrador Judicial, compete ao Ministério Público o exercício das suas
atribuições até a nomeação do substituto.
d) O Administrador Judicial substituído sempre será remunerado proporcionalmente ao traba-
lho realizado, mesmo se renunciar injustificadamente ou for destituído de suas funções por
desídia, culpa, dolo ou descumprimento das suas obrigações.
e) Na falência, o Administrador Judicial não poderá, sem autorização judicial, transigir sobre
obrigações e direitos da massa falida e conceder abatimento de dívidas, salvo se estas forem
consideradas de difícil recebimento.

Conforma a Lei 11.101/2005:

Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista,
administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.
(...)
Art. 22. (...)
§ 3º Na falência, o administrador judicial não poderá, sem autorização judicial, após ouvidos o Comi-
tê e o devedor no prazo comum de 2 (dois) dias, transigir sobre obrigações e direitos da massa falida
e conceder abatimento de dívidas, ainda que sejam consideradas de difícil recebimento.
(...)
Art. 24. (...)
§ 3º O administrador judicial substituído será remunerado proporcionalmente ao trabalho realizado,
salvo se renunciar sem relevante razão ou for destituído de suas funções por desídia, culpa, dolo ou
descumprimento das obrigações fixadas nesta Lei, hipóteses em que não terá direito à remunera-
ção.

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(...)
Art. 31. O juiz, de ofício ou a requerimento fundamentado de qualquer interessado, poderá determi-
nar a destituição do administrador judicial ou de quaisquer dos membros do Comitê de Credores
quando verificar desobediência aos preceitos desta Lei, descumprimento de deveres, omissão, ne-
gligência ou prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros.
§ 1º No ato de destituição, o juiz nomeará novo administrador judicial ou convocará os suplentes
para recompor o Comitê.
§ 2º Na falência, o administrador judicial substituído prestará contas no prazo de 10 (dez) dias, nos
termos dos §§ 1º a 6º do art. 154 desta Lei.
Letra a.

005. (2005/FCC/TCE-MA/PROCURADOR) Sociedades que NÃO estão sujeitas ao regime fali-


mentar previsto na Lei n. 11.101/05:
a) cooperativas de consumo e companhias privadas concessionárias de serviço público.
b) companhias prestadoras de serviços médico-hospitalares e sociedades prestadoras de ser-
viços educacionais.
c) fundações públicas e companhias privadas concessionárias de transporte.
d) sociedades de arrendamento mercantil e sociedades administradoras de cartões de crédito.
e) empresas públicas e sociedades de economia mista.

Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empre-
sário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previ-
dência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Letra e.

006. (2020/CESPE/SEFAZ-AL/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL) Acerca de assun-


tos relativos ao direito empresarial, julgue o item a seguir.
A falência incide tanto sobre a sociedade empresária regular quanto sobre o empresário de
fato, mas a recuperação judicial beneficia somente os que pratiquem a atividade empresarial
conforme a lei.

Segundo Sérgio Campinho (2006, p. 18):

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Sujeitam-se à falência o empresário individual regular, entendido como aquele que não está legal-
mente impedido de exercer a atividade e se encontra devidamente inscrito no Registro Público de
Empresas Mercantis da respectiva sede, a cargo das Juntas Comerciais, bem como o irregular ou
de fato, ou seja, aquele que exerce a atividade à margem das exigências legais. Entretanto, o em-
presário irregular não poderá fazer uso dos institutos da recuperação judicial ou da extrajudicial,
reservados somente para aqueles que exerçam regularmente as suas atividades há mais de dois
anos (art. 48 e 161).
(Cf. CAMPINHO, Sérgio. Falência e Recuperação de Empresa: O novo regime da insolvência
empresarial. Rio de Janeiro/RJ: Renovar, 2006.)
Certo.

007. (2019/CESPE/CGE-CE/AUDITOR DE CONTROLE INTERNO - ÁREA DE CORREIÇÃO) A


decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial acarreta
a) a conexão das ações ao foro cível da ação principal.
b) a interrupção do curso da prescrição em relação ao devedor.
c) o prosseguimento de ações contra o devedor no juízo onde estiver se processando deman-
da por quantia ilíquida.
d) a suspensão das ações ajuizadas contra o devedor, por dois anos.
e) a prevenção da jurisdição criminal relativa ao mesmo devedor.

Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial sus-


pende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas
dos credores particulares do sócio solidário.
§ 1º Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia
ilíquida.
(...)
§ 4º Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma
excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do deferimento do processa-
mento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar
ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial.
Há de se atentar ao fato de que, em determinados julgados, o STJ entende que tal prazo (stay
period) pode ser prorrogado.
Letra c.

008. (2018/CESPE/MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL – ÁREA PROCESSUAL) Acerca dos di-


reitos do consumidor e da falência e recuperação judicial, julgue o item que se segue.
De acordo com a legislação que rege a falência e a recuperação judicial, o Ministério Público
possui legitimidade para apresentar ao magistrado impugnação contra a relação de credores,

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oportunidade em que pode apontar a ausência de qualquer crédito ou se manifestar contra a


legitimidade, a importância ou a classificação de determinado crédito.

Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 8º No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida no art. 7º, § 2º, desta
Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar
ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou ma-
nifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado.
Certo.

009. (2018/CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) Julgue o item se-


guinte, relativos a institutos complementares do direito empresarial, teoria geral dos títulos de
crédito, responsabilidade dos sócios, falência e recuperação empresarial.
A sentença que decreta a falência ou concede a recuperação judicial é condição objetiva de
punibilidade das infrações penais previstas na Lei de Recuperação de Empresas.

Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 180. A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a recupera-
ção extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição objetiva de punibilidade das infrações
penais descritas nesta Lei.
Certo.

010. (2018/CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA) Diversas modificações fo-


ram feitas na Lei de Recuperação Judicial — Lei n. 11.101/2005 —, entre elas, o fim da su-
cessão empresarial e a busca pela preservação da empresa. Com referência ao disposto na
referida norma e em suas alterações, julgue o item a seguir.
O trespasse constitui uma das formas de se buscar a preservação da empresa.

Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso,
dentre outros:
(...)
VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos pró-
prios empregados;
Certo.

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011. (2018/CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA) Diversas modificações fo-


ram feitas na Lei de Recuperação Judicial — Lei n. 11.101/2005 —, entre elas, o fim da su-
cessão empresarial e a busca pela preservação da empresa. Com referência ao disposto na
referida norma e em suas alterações, julgue o item a seguir.
A regra da impossibilidade de sucessão empresarial também se aplica a empresas que não
estejam em crise econômico-financeira.

Pois bem, a alienação do ativo empresarial é naturalmente possível para sociedades em-
presariais que não estejam em processo de crise econômico-financeira (vide o art. 1.143 do
CC/2002), mesmo em caso de eventual insolvência do alienante após a celebração do tres-
passe, inclusive (art. 1.145).

Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translati-
vos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.
(...)
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da
alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento
destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.
Lado outro, nos termos na Lei 11.101/2005, o processo de falência tem como uma de suas
fases finais a chamada alienação de ativos, observada a ordem de preferência legal. Nes-
se sentido:

Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas, observada a seguinte
ordem de preferência:
I – alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco;
II – alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas isoladamente;
III – alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do devedor;
IV – alienação dos bens individualmente considerados.
Errado.

012. (2017/CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO) No que se refere ao direito falimen-


tar, é correto afirmar que
a) o juízo competente para julgar o pedido de falência é o do local do domicílio do credor.
b) a sentença declaratória é pressuposto material objetivo da falência.
c) cabe ao juiz analisar se o empresário se encontra em estado de insolvência.
d) as sociedades cooperativas estão sujeitas à falência.
e) o sujeito ativo da falência deverá ser, necessariamente, empresário.

Cooperativa não é empresário ou sociedade empresária. Logo, não se aplica a falência.

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Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens,
interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas
nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.
Letra c.

013. (2014/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO – CONSULTOR


LEGISLATIVO ÁREA VII) A respeito do direito falimentar, julgue o item que se segue.
Por não ter caráter terminativo, a sentença que julgar procedente a ação revocatória, deter-
minando o retorno dos bens objetos da ação à massa falida, poderá ser atacada pela via do
agravo de instrumento.

Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 135. A sentença que julgar procedente a ação revocatória determinará o retorno dos bens à
massa falida em espécie, com todos os acessórios, ou o valor de mercado, acrescidos das perdas
e danos.
Parágrafo único. Da sentença cabe apelação.
Errado.

014. (2014/CESPE/TCE-PB/PROCURADOR) Com referência a recuperação judicial e falência,


assinale a opção correta.
a) O falido que for condenado por crime falimentar, ainda que culposo, sofrerá também a pena
acessória de inabilitação empresarial.
b) O pedido de falência por parte de um credor impede o devedor de obter o benefício da recu-
peração judicial.
c) A prévia condenação de algum dos sócios por crime tipificado na lei que dispõe sobre falên-
cia e recuperação judicial e extrajudicial é impeditiva da concessão do benefício da recupera-
ção judicial à empresa.
d) O comitê de credores não é órgão obrigatório nos processos de falência e recuperação, po-
dendo suas funções ser exercidas pelo administrador judicial.
e) Os contratos do devedor falido extinguem-se em razão da decretação da falência.

a) Errada. Inexiste crime falimentar culposo.


b) Errada. “Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação judicial.”
(Art. 95 da Lei 11.101/2005).

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c) Errada. Para obstar o implemento da recuperação judicial, a condenação em escopo deve


recair sobre administrador ou sócio controlador (Art. 48, IV, da Lei 11.101/2005).
d) Certa. “Não havendo Comitê de Credores, caberá ao administrador judicial ou, na incompatibi-
lidade deste, ao juiz exercer suas atribuições.” (Art. 28 da Lei 11.101/2005).
e) Errada.

Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo administrador
judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessá-
rio à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê. (Art. 117 da Lei
11.101/2005).
Letra d.

015. (2014/CESPE/MPE-AC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) No que se refere à atuação do MP no


processo de falência e recuperação judicial, assinale a opção correta.
a) O MP assume a legitimidade para a propositura da ação revocatória de atos do falido ape-
nas se, no prazo de três anos, não a propuserem a própria massa falida ou os credores
b) A lei falimentar não prevê a participação obrigatória do MP na fase pré-falimentar do processo.
c) É desnecessária a intimação pessoal do MP caso a alienação dos bens do ativo do falido se
faça na forma de propostas fechadas, bastando intimação posterior à abertura das propostas.
d) O MP não pode, a fim de apontar crédito não incluído, apresentar impugnação à primeira
relação de credores preparada pelo administrador, visto que, de acordo com previsão legal, a
legitimidade é exclusiva do credor.
e) O MP não tem legitimidade para recorrer da decisão que defira o processamento do pedido
de recuperação judicial

Conforme a Lei 11.101/2005:


a) Errada.

Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá ser proposta pelo adminis-
trador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da
decretação da falência.
b) Certa.
c) Errada.

Art. 142. (...) § 7º Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público e as Fazendas Públi-
cas serão intimados por meio eletrônico, nos termos da legislação vigente e respeitadas as respec-
tivas prerrogativas funcionais, sob pena de nulidade.
d) Errada.

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Art. 8º No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida no art. 7º, § 2º, desta
Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar
ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou ma-
nifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado.
Parágrafo único. Autuada em separado, a impugnação será processada nos termos dos arts. 13 a
15 desta Lei.
e) Errada.

Art. 59. (...) § 2º Contra a decisão que conceder a recuperação judicial caberá agravo, que poderá
ser interposto por qualquer credor e pelo Ministério Público.
Letra b.

016. (2013/CESPE/ANCINE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO ATIVIDADE CINEMATOGRÁ-


FICA E AUDIOVISUAL – ÁREA 3) A respeito da recuperação de empresa e falência, julgue os
itens seguintes.
Em razão de abuso de direito, o magistrado pode desconsiderar o voto de credores ou a mani-
festação de vontade do devedor.

Enunciado 44 – A homologação de plano de recuperação judicial aprovado pelos credores está su-
jeita ao controle judicial de legalidade.
Enunciado 45 – O magistrado pode desconsiderar o voto de credores ou a manifestação de vontade
do devedor, em razão de abuso de direito.
Enunciado 46 – Não compete ao juiz deixar de conceder a recuperação judicial ou de homologar a
extrajudicial com fundamento na análise econômico-financeira do plano de recuperação aprovado
pelos credores.
(I Jornada de Direito Comercial do CJF)
Certo.

017. (2013/CESPE/BACEN/PROCURADOR) No que se refere à recuperação e à falência, as-


sinale a opção correta.
a) As multas tributárias estão entre os créditos que gozam de preferência na falência.
b) A recuperação extrajudicial de instituições financeiras é de interesse público, por isso pode
ser decretada de ofício pelo BACEN, a requerimento dos administradores da instituição finan-
ceira ou por acolhida aos motivos justificadores da medida propostos pelo interventor.
c) A distinção entre empresário regular e irregular é irrelevante em matéria de tratamento legal
quando se trata de falência ou de recuperação.
d) O beneficiário do título cambial avalizado pode habilitar seu crédito na falência e, concomi-
tantemente, promover a execução em relação ao avalista.

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e) A ordem de preferência dos credores é a mesma na recuperação judicial e na falência, não


podendo ser alterada por acordo entre devedor e credores.

Acerca do tema, cumpre registrar julgamento proferido no âmbito do STJ que, sob o rito dos
recursos repetitivos, assim decidiu:

RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC E


RESOLUÇÃO STJ N. 8/2008. DIREITO EMPRESARIAL E CIVIL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
PROCESSAMENTO E CONCESSÃO. GARANTIAS PRESTADAS POR TERCEIROS. MANU-
TENÇÃO. SUSPENSÃO OU EXTINÇÃO DE AÇÕES AJUIZADAS CONTRA DEVEDORES SOLI-
DÁRIOS E COOBRIGADOS EM GERAL. IMPOSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO DOS ARTS.
6º, CAPUT, 49, § 1º, 52, INCISO III, E 59, CAPUT, DA LEI N. 11.101/2005.
1. Para efeitos do art. 543-C do CPC: “A recuperação judicial do devedor principal não
impede o prosseguimento das execuções nem induz suspensão ou extinção de ações
ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia
cambial, real ou fidejussória, pois não se lhes aplicam a suspensão prevista nos arts. 6º,
caput, e 52, inciso III, ou a novação a que se refere o art. 59, caput, por força do que dispõe
o art. 49, § 1º, todos da Lei n. 11.101/2005”.
2. Recurso especial não provido.
(Cf. REsp 1.333.349/SP, Segunda Seção, da relatoria do ministro Luis Felipe Salomão, Dje
26/11/2014)

Letra d.

018. (2013/CESPE/TJ-RR/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) Com rela-


ção à recuperação judicial, à extrajudicial e à falência do empresário e da sociedade empresá-
ria, assinale a opção correta.
a) Compete ao juízo falimentar deixar de conceder, com fundamento na análise econômico-
-financeira do plano de recuperação aprovado pelos credores, a recuperação judicial ou a sua
homologação extrajudicial.
b) A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos controladores e
dos administradores da sociedade falida, estabelecida nas respectivas leis, será apurada no
próprio juízo da falência, independentemente da realização do ativo e da prova da sua insu-
ficiência para cobrir o passivo, aplicando-se aos casos de desconsideração da personalida-
de jurídica.
c) O deferimento do processamento da recuperação judicial enseja o cancelamento da negati-
vação do nome do devedor nos órgãos de proteção ao crédito e nos tabelionatos de protestos.

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d) A extensão dos efeitos da falência a outras pessoas jurídicas e físicas confere legitimidade
à massa falida para figurar nos polos ativo e passivo das ações nas quais figurem os atingidos
pela falência.
e) A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial sus-
pende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor e dos seus
coobrigados.

Vide o Enunciado 50 da I Jornada de Direito Comercial:

A extensão dos efeitos da quebra a outras pessoas jurídicas e físicas confere legitimidade à massa
falida para figurar nos polos ativo e passivo das ações nas quais figurem aqueles atingidos pela
falência.
Letra d.

019. (2013/CESPE/SERPRO/ANALISTA – ADVOCACIA) Julgue os itens a seguir, referentes


à falência.
Sobre os administradores da sociedade limitada recairão os deveres impostos pela lei falimen-
tar no caso de falência, não sendo cabível nenhuma restrição à pessoa dos sócios que não
sejam administradores da sociedade.

Vide o Enunciado 49 da I Jornada de Direito Comercial do CJF:

Os deveres impostos pela Lei 11.101/2005 ao falido, sociedade limitada, recaem apenas sobre os
administradores, não sendo cabível nenhuma restrição à pessoa dos sócios não administradores.
Certo.

020. (2013/CESPE/TELEBRÁS/ESPECIALISTA EM GESTÃO DE TELECOMUNICAÇÕES –


ADVOGADO) Com base nas disposições da Lei n. 11.101/2005, julgue os itens a seguir.
A homologação do plano de recuperação extrajudicial, o deferimento da recuperação judicial
ou a decretação de falência compete ao juízo do local da sede do empresário, da sociedade
empresária ou da filial de empresa, no caso de a sede localizar-se fora do Brasil.

Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 3º. É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação
judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de
empresa que tenha sede fora do Brasil.
Errado.

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021. (2013/CESPE/TRF - 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL) A Lei n. o 11.101/2005, que regula as


recuperações judicial e extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária,
se aplicaria
a) a uma empresa pública, como a ECT.
b) a um indivíduo qualquer que, conforme o Código Civil, se enquadre no conceito de empresário.
c) a uma instituição financeira, como o Banco do Brasil S.A.
d) a uma entidade de previdência complementar operadora de planos de saúde.
e) a uma empresa de economia mista, como a PETROBRAS.

Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empre-
sário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previ-
dência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Letra b.

022. (2012/CESPE/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL – ÁREA 5)


Julgue o item seguinte, relativo à falência e à recuperação judicial.
Uma vez que a relação de credores com direito a voto na Assembleia-Geral de Credores pode
sofrer alterações no decorrer da recuperação judicial ou falência, a lei estabelece que as delibe-
rações não serão invalidadas em razão de posterior decisão judicial modificadora da condição
de credor.

Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 39. (...)


§ 2º As deliberações da assembleia-geral não serão invalidadas em razão de posterior decisão judi-
cial acerca da existência, quantificação ou classificação de créditos.
Certo.

023. (2011/CESPE/EBC/ANALISTA – ADVOCACIA) Julgue o item abaixo, acerca da falência.


A lei que regula as recuperações judicial e extrajudicial e a falência do empresário e da socie-
dade empresária não se aplica às sociedades seguradoras.

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Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 2º Esta Lei não se aplica a:


I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previ-
dência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Certo.

024. (2010/CESPE/CAIXA/ADVOGADO) Assinale a opção correta no que concerne a recupe-


ração judicial, extrajudicial e falência do empresário e da sociedade empresária.
a) No rol das ações excluídas do juízo universal da falência, estão aquelas não reguladas na lei
falimentar em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.
b) As ações de execução fiscal serão suspensas em razão do deferimento da recuperação
judicial da sociedade empresária devedora.
c) No processamento de recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários derivados
da relação de trabalho não têm direito a voto nas deliberações da assembleia-geral de credores.
d) O administrador judicial deve ser, necessariamente, uma pessoa física que atue no ramo do
direito, administração de empresas ou economia.
e) A lei admite que a sociedade empresária devedora requeira sua recuperação judicial desde
que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de um ano.

Conforme a Lei 11.101/2005:


a) Certa.

Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens,
interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas
nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.
b) Errada.

Art. 6º. (...) § 7º As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recupera-
ção judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e
da legislação ordinária específica.
c) Errada.

Art. 10. (...) § 1º Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, excetuados os ti-
tulares de créditos derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da
assembleia-geral de credores.
d) Errada.

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Art. 21. (...) Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á,
no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do
processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização
do juiz.
e) Errada.

Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regu-
larmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumula-
tivamente: (...)
Letra a.

025. (2008/CESPE/PGE-PI/PROCURADOR DO ESTADO) Com relação à cobrança dos crédi-


tos tributários na falência, assinale a opção correta.
a) O processo falimentar envolve o crédito tributário, mas exclui a multa tributária.
b) As execuções fiscais em curso serão suspensas com a decretação de falência, consoante a
lei processual que disciplina a cobrança do crédito tributário.
c) A propositura de execução fiscal posterior à decretação de falência ocorrerá no juízo
falimentar.
d) A decretação da falência interrompe o prazo de prescrição do crédito tributário.
e) Os créditos tributários serão adimplidos após realizado o pagamento dos créditos com ga-
rantia real, até o limite do apurado com os bens gravados.

Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:


I – os créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mí-
nimos por credor, e aqueles decorrentes de acidentes de trabalho; (Redação dada pela Lei n. 14.112,
de 2020)
II – os créditos gravados com direito real de garantia até o limite do valor do bem gravado; (Redação
dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
III – os créditos tributários, independentemente da sua natureza e do tempo de constituição, exceto
os créditos extraconcursais e as multas tributárias; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
(...)
VI – os créditos quirografários, a saber: (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu paga-
mento; e (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
c) os saldos dos créditos derivados da legislação trabalhista que excederem o limite estabelecido
no inciso I do caput deste artigo; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas,
incluídas as multas tributárias; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)

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VIII – os créditos subordinados, a saber: (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
a) os previstos em lei ou em contrato; e (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício cuja contratação não
tenha observado as condições estritamente comutativas e as práticas de mercado; (Redação dada
pela Lei n. 14.112, de 2020)
IX – os juros vencidos após a decretação da falência, conforme previsto no art. 124 desta Lei. (In-
cluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
Letra e.

026. (2008/CESPE/PGE-CE/PROCURADOR DO ESTADO) A Lei n. 11.101/2005, que regula


a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade
empresária, aplica-se a
a) empresa pública exploradora de atividade econômica.
b) instituição financeira privada.
c) sociedade de capitalização.
d) sociedades simples.
e) pessoas jurídicas irregulares.

Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empre-
sário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previ-
dência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Letra e.

027. (2007/CESPE/TJ-TO/JUIZ) Assinale a opção correta quanto à convolação da recupera-


ção judicial em falência e ao procedimento judicial da falência.
a) Com a decretação da falência, são anulados todos os atos de alienação ocorridos durante
o processamento da recuperação judicial, se a convolação tiver se dado por deliberação da
assembleia-geral de credores.
b) Os créditos decorrentes de multas de igual natureza são classificados como créditos de
natureza tributária.
c) A ação de responsabilidade dos sócios de responsabilidade limitada será processada no
juízo da falência, independentemente da realização do ativo e da prova de sua insuficiência
para cobrir o passivo.

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d) Havendo vencimento antecipado de obrigação contratual, decorrente da decretação da fa-


lência, a cláusula penal prevista contratualmente deverá ser incluída na massa e classificada
como crédito quirografário.

Art. 82. A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos controladores e
dos administradores da sociedade falida, estabelecida nas respectivas leis, será apurada no próprio
juízo da falência, independentemente da realização do ativo e da prova da sua insuficiência para
cobrir o passivo, observado o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil.
§ 1º Prescreverá em 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da sentença de encerramento
da falência, a ação de responsabilização prevista no caput deste artigo.
§ 2º O juiz poderá, de ofício ou mediante requerimento das partes interessadas, ordenar a indispo-
nibilidade de bens particulares dos réus, em quantidade compatível com o dano provocado, até o
julgamento da ação de responsabilização.
Letra c.

028. (2006/CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) O direito empresarial tem abrangência


bastante ampla, com definições variadas. No Brasil, existe uma diversidade de contratos para
operações comerciais e financeiras, como as operações de leasing (arrendamento mercantil),
factoring (fomento mercantil), contratos bancários, entre outros. As sociedades empresariais,
suas características, a desconsideração da personalidade jurídica e a nova lei de falência e
recuperação das empresas confirmam a importância do direito empresarial para a economia
nacional. Acerca desses assuntos, julgue os itens a seguir.
A nova Lei de Falências regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário
e da sociedade empresária, aí abrangidos os tipos empresariais existentes no Brasil, incluindo-
-se as sociedades de economia mista e excluindo-se as instituições financeiras e as coopera-
tivas de crédito.

Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empre-
sário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previ-
dência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Errado.

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029. (2005/CESPE/EMBRAPA) Julgue o item seguinte, relativo a recuperação judicial e extra-


judicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.
As sociedades empresárias que explorem serviços aéreos privados estarão impedidas de re-
querer recuperação judicial ou extrajudicial.

Conforme a Lei 11.101/2005:

Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empre-
sário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previ-
dência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Errado.

030. (2009/FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS – PROVA 2) A respeito da disciplina jurídica


brasileira das empresas em crise, é correto afirmar que:
a) estão sujeitos à disciplina da Lei 11.101/2005 (Lei de Falências e Recuperação de Empre-
sas) os empresários, as sociedades empresárias, as instituições financeiras privadas, as so-
ciedades seguradoras e as cooperativas de crédito.
b) os sócios das sociedades limitadas estão sujeitos aos efeitos jurídicos da falência produzi-
dos em relação à sociedade empresária falida.
c) durante o procedimento de recuperação judicial, os administradores da sociedade podem
ser mantidos em seus cargos com competência para a condução dos negócios sociais.
d) todos os credores, inclusive os de natureza tributária e trabalhista, podem participar da ne-
gociação da recuperação extrajudicial.
e) o plano de recuperação judicial deverá ser apresentado pelo devedor e aprovado pela unani-
midade dos devedores, sob pena de ser decretada a falência.

Conforme a Lei 11.101/2005:


a) Errada.

Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empre-
sário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
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II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previ-
dência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
b) Errada.

Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente responsáveis
também acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em
relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o
desejarem.
c) Certa.

Art. 64. Durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor ou seus administradores serão
mantidos na condução da atividade empresarial, sob fiscalização do Comitê, se houver, e do admi-
nistrador judicial (...)
d) Errada.

Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei poderá propor e negociar com
credores plano de recuperação extrajudicial.
§ 1º Estão sujeitos à recuperação extrajudicial todos os créditos existentes na data do pedido, exce-
to os créditos de natureza tributária e aqueles previstos no § 3º do art. 49 e no inciso II do caput do
art. 86 desta Lei, e a sujeição dos créditos de natureza trabalhista e por acidentes de trabalho exige
negociação coletiva com o sindicato da respectiva categoria profissional. (Redação dada pela Lei n.
14.112, de 2020)
e) Errada.

Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de
60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial,
sob pena de convolação em falência, e deverá conter: (...)
Letra c.

031. (2014/CETAP/PREFEITURA DE SÃO MIGUEL DO GUAMÁ-PA/ADVOGADO) Sobre


a falência e a recuperação de empresas, marque a alternativa correta, conforme a Lei n.
11.101/2005:
a) A Lei n. 11.101/2005 se aplica às sociedades de economia mista.
b) As obrigações a título gratuito não são exigíveis do credor apenas na recuperação, sendo
exigíveis na falência.
c) Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, desde
que vencidos.
d) O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, in-
teresses e negócios do falido, ressalvadas apenas as causas trabalhistas.
e) Os créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado, têm preferência sobre os
créditos de natureza tributária.
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a) Errada. A Lei n. 11.101/2005 não se aplica às sociedades de economia mista, conforme seu
art. 2º, I.

Art. 2º Esta Lei não se aplica a:


I – empresa pública e sociedade de economia mista;
b) Errada. As obrigações a título gratuito não são exigíveis do devedor na recuperação e na
falência, a teor do art. 5º, I, da Lei n. 11.101/2005:

Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:


I – as obrigações a título gratuito;
c) Errada. Segundo o art. 49 da Lei n. 11.101/2005: “Estão sujeitos à recuperação judicial todos
os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos.”
d) Errada. Segundo o art. 76 da Lei n. 11.101/2005:

O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses
e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei
em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.
e) Certa. É o que se observa da ordem elencada no art. 83 da Lei n. 11.101/2005:

Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:


(...)
II – os créditos gravados com direito real de garantia até o limite do valor do bem gravado; (Reda-
ção dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
III – os créditos tributários, independentemente da sua natureza e do tempo de constituição, exceto
os créditos extraconcursais e as multas tributárias; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
(...)
Letra e.

032. (2015/CONSULPLAN/PREFEITURA DE PATOS DE MINAS-MG/ADVOGADO) A Lei n.


11.101/2005, que disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do
empresário e da sociedade empresária aplica‐se, dentre outros casos, à(ao):
a) Consórcio.
b) Microempresa.
c) Empresa pública
d) Instituição financeira.

A Lei n. 11.101/2005, em seu art. 2º, foi expressa ao apontar que não se aplica a:

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I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previ-
dência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Com efeito, em seu art. 70 disciplina que

As pessoas de que trata o art. 1º desta Lei e que se incluam nos conceitos de microempresa ou em-
presa de pequeno porte, nos termos da legislação vigente, sujeitam-se às normas deste Capítulo.
O art. 1º, por seu turno, esclarece que

Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da


sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Letra b.

033. (2019/IAUPE/UPE/ADVOGADO) Sobre recuperação e falência, é INCORRETO afirmar que


a) no processo de recuperação e falência de empresas, todas as obrigações, inclusive as de
natureza gratuitas, serão exigidas do devedor.
b) o administrador judicial da empresa sob procedimento de recuperação não será necessaria-
mente um advogado.
c) o plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor deverá ser aprovado pela assem-
bleia-geral de credores.
d) durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor será mantido na condução da
atividade empresarial, sob fiscalização do Comitê, se houver, e do administrador judicial no-
meado, salvo se houver sido condenado em sentença penal transitada em julgado por crime
cometido em recuperação judicial ou falência anteriores ou por crime contra o patrimônio, a
economia popular ou a ordem econômica, previstos na legislação vigente.
e) uma vez decretada a falência, o falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empre-
sarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações.

a) Errada. Segundo o art. 5º, I da Lei n. 11.101/2005:

Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:


I – as obrigações a título gratuito;
b) Certa. Conforme o art. 21 da Lei n. 11.101/2005:

O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, admi-


nistrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.
c) Certa. Está de acordo com o art. 21, I, “a”, da Lei n. 11.101/2005:

Art. 35. A assembléia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre:

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I – na recuperação judicial:
a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor;
d) Certa. Está de acordo com o art. 64, I, da Lei n. 11.101/2005:

Art. 64. Durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor ou seus administradores serão
mantidos na condução da atividade empresarial, sob fiscalização do Comitê, se houver, e do admi-
nistrador judicial, salvo se qualquer deles:
I – houver sido condenado em sentença penal transitada em julgado por crime cometido em recu-
peração judicial ou falência anteriores ou por crime contra o patrimônio, a economia popular ou a
ordem econômica previstos na legislação vigente;
(...)
e) Certa. Conforme o art. 102 da Lei n. 11.101/2005:

O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação da falên-
cia e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1º do art. 181 desta
Lei.
Letra a.

034. (2016/MPE/SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos termos da Lei n. 11.101/05 (Lei de Fa-


lência e Recuperação de Empresas), a sociedade de economia mista, por ser pessoa jurídica
de direito privado, criada mediante autorização legal, sob a forma de sociedade anônima, está
sujeita à recuperação judicial e à falência.

Nos termos da Lei n. 11.101/05, art. 2º, I, a sociedade de economia mista, NÃO está sujeita à
recuperação judicial e à falência.
Vejamos:

Art. 2º Esta Lei não se aplica a:


I – empresa pública e sociedade de economia mista;
Errado.

035. (2019/FUNDEP/PREFEITURA DE CONTAGEM/MG/PROCURADOR) Sobre a falência e a


recuperação judicial dos empresários, analise a afirmativa a seguir e assinale com V se verda-
deira e com F se falsa.
( ) A falência de Sociedades de Economia Mista submete-se às regras da Lei n. 11.101/2005,
diferentemente da falência de Empresas Públicas, que é regida por lei própria.

As Sociedades de Economia Mista e as Empresas Públicas não se submetem às regras da Lei


n. 11.101/2005, que em seu art. 2º foi expressa ao apontar que:

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Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previ-
dência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Falsa.

036. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CABO SANTO AGOSTINHO-PE/PROCURADOR MUNICI-


PAL) Acerca das disposições sobre recuperação judicial e falência da Lei n. 11.101/2005, as-
sinale a alternativa incorreta.
a) A Lei n. 11.101/2005 não se aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista.
b) A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para
qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor.
c) Para que seja aprovado o plano de recuperação judicial pode ser exigido do devedor obriga-
ções a título gratuito.
d) É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação
judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da
filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.

a) Certa. Segundo o art. 2º, I, Lei n. 11.101/2005:

Art. 2º Esta Lei não se aplica a:


I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previ-
dência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
b) Certa. Assim estabelece art. 6º, § 8º, Lei n. 11.101/2005:

§ 8º A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial ou a homologação de recupera-


ção extrajudicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de falência, de recuperação judicial
ou de homologação de recuperação extrajudicial relativo ao mesmo devedor. (Redação dada pela
Lei n. 14.112, de 2020)
c) Errada. Fixa o art. 5º, I, Lei n. 11.101/2005 que:

Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:


I – as obrigações a título gratuito;
II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência,
salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor.
d) Certa. Nos termos do art. 3º da Lei n. 11.101/2005:

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Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação
judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de
empresa que tenha sede fora do Brasil.
Letra c.

037. (2018/IESES/TJ-AM/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - REMO-


ÇÃO) A Lei n. 11.101, disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência
do empresário e da sociedade empresária. Estão fora do alcance da referida Lei as seguintes
instituições:
I – Empresa pública e sociedade de economia mista.
II – Instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio.
III – Entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à
saúde, sociedade seguradora.
IV – Sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas.
A sequência correta é:
a) Apenas as assertivas II e IV estão incorretas.
b) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
c) Apenas a assertiva IV está incorreta.
d) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.

As assertivas I, II, III e IV estão corretas, na forma do art. 2º da Lei n. 11.101/2005:

Art. 2º Esta Lei não se aplica a:


I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previ-
dência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Letra d.

038. (2017/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS -


PROVIMENTO) Segundo a Lei n. 11.101/2005, é atribuição do Comitê de Credores, na recupe-
ração judicial, EXCETO:
a) Fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial.
b) Comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos interesses dos credores.
c) Aprovar, rejeitar ou modificar o plano de recuperação judicial apresentado pelo credor.
d) Requerer ao juiz a convocação da assembleia geral de credores.

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Segundo a Lei n. 11.101/2005, art. 27, apenas a atribuição listada na alternativa C não é do
Comitê de Credores.
Observem:

Art. 27. O Comitê de Credores terá as seguintes atribuições, além de outras previstas nesta Lei:
I – na recuperação judicial e na falência:
a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial;
b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei;
c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos interesses dos credores;
d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados;
e) requerer ao juiz a convocação da assembléia-geral de credores;
f) manifestar-se nas hipóteses previstas nesta Lei;
II – na recuperação judicial:
a) fiscalizar a administração das atividades do devedor, apresentando, a cada 30 (trinta) dias, rela-
tório de sua situação;
b) fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial;
c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o afastamento do devedor nas hipóteses previs-
tas nesta Lei, a alienação de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais e outras garan-
tias, bem como atos de endividamento necessários à continuação da atividade empresarial durante
o período que antecede a aprovação do plano de recuperação judicial.
Letra c.

039. (2017/FMP CONCURSOS/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) De acordo com a Lei


11.101, de 09 de fevereiro de 2005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falên-
cia do empresário e da sociedade empresária, é CORRETO afirmar que a assembléia geral de
credores terá por atribuições deliberar na falência sobre
a) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição.
b) o pedido de desistência do devedor, nos termos do §4º do art. 52 desta Lei.
c) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor.
d) a aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado
pelo devedor.
e) o nome do administrador judicial, quando do afastamento do devedor.

As alternativas B, C e D estão erradas, porque indicaram atribuições da assembleia geral de


credores na recuperação judicial (e não na falência!).
Nesse sentido, art. 35, I, “a”, “d”, “e”, da Lei n. 11.101/2005:

Art. 35. A assembléia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre:


I – na recuperação judicial:
a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor;

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b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição;
c) (VETADO)
d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4º do art. 52 desta Lei;
e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor;
f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores;
g) alienação de bens ou direitos do ativo não circulante do devedor, não prevista no plano de recupe-
ração judicial; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020
a) Certa, pois condizente com o art. 35, II, “a”:

Art. 35. A assembléia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre:


(...)
II – na falência:
a) (VETADO)
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição;
c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta Lei;
d) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.
e) Errada, tendo em vista que administrador judicial é escolhido pelo juiz, e não pela assem-
bleia-geral de credores, nos termos do art. 52, I:

Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processa-
mento da recuperação judicial e, no mesmo ato:
I – nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei;
Letra a.

040. (2017/FMP CONCURSOS/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) De acordo com a Lei


11.101, de 09 de fevereiro de 2005, que regula a recuperação judicial; a extrajudicial e a falência
do empresário e da sociedade empresária, é CORRETO afirmar que ao administrador judicial
compete na recuperação judicial
a) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida.
b) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for assun-
to de interesse da massa.
c) avaliar os bens arrecadados.
d) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores.
e) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial.

a) b) c) e d) Erradas. As atribuições narradas competirão ao administrador judicial compete na


falência (e não na recuperação judicial!), nos termos do art. 22, III, da Lei n. 11.101/2005:

Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros
deveres que esta Lei lhe impõe:
(...)

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III – na falência:
a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores terão à sua disposição
os livros e documentos do falido;
b) examinar a escrituração do devedor;
c) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida;
c) relacionar os processos e assumir a representação judicial e extrajudicial, incluídos os processos
arbitrais, da massa falida; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for assunto de
interesse da massa;
e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de compromisso,
prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação
de falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto
no art. 186 desta Lei;
f) arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de arrecadação, nos termos dos
arts. 108 e 110 desta Lei;
g) avaliar os bens arrecadados;
h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização judicial, para a avaliação dos
bens caso entenda não ter condições técnicas para a tarefa;
i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores;
j) requerer ao juiz a venda antecipada de bens perecíveis, deterioráveis ou sujeitos a considerável
desvalorização ou de conservação arriscada ou dispendiosa, nos termos do art. 113 desta Lei;
j) proceder à venda de todos os bens da massa falida no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias,
contado da data da juntada do auto de arrecadação, sob pena de destituição, salvo por impossibi-
lidade fundamentada, reconhecida por decisão judicial; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a cobrança de dívidas e dar
a respectiva quitação;
m) remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens apenhados, penhorados ou
legalmente retidos;
n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado, cujos honorários se-
rão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de Credores;
o) requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o cumprimento desta Lei, a
proteção da massa ou a eficiência da administração;
p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10º (décimo) dia do mês seguinte ao vencido,
conta demonstrativa da administração, que especifique com clareza a receita e a despesa;
q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em seu poder, sob pena de
responsabilidade;
r) prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído ou renunciar ao cargo.
s) arrecadar os valores dos depósitos realizados em processos administrativos ou judiciais nos
quais o falido figure como parte, oriundos de penhoras, de bloqueios, de apreensões, de leilões, de
alienação judicial e de outras hipóteses de constrição judicial, ressalvado o disposto nas Leis nos
9.703, de 17 de novembro de 1998, e 12.099, de 27 de novembro de 2009, e na Lei Complementar n.
151, de 5 de agosto de 2015. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
e) Certa. Está de acordo com o art. 22, II, “a”, da Lei n. 11.101/2005:

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Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros
deveres que esta Lei lhe impõe:
(...)
II – na recuperação judicial:
a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial;
b) requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação;
c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do devedor;
c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do devedor, fiscalizan-
do a veracidade e a conformidade das informações prestadas pelo devedor; (Redação dada pela Lei
n. 14.112, de 2020)
d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação, de que trata o inciso III do caput
do art. 63 desta Lei;
e) fiscalizar o decurso das tratativas e a regularidade das negociações entre devedor e credores;
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
f) assegurar que devedor e credores não adotem expedientes dilatórios, inúteis ou, em geral, prejudi-
ciais ao regular andamento das negociações; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
g) assegurar que as negociações realizadas entre devedor e credores sejam regidas pelos termos
convencionados entre os interessados ou, na falta de acordo, pelas regras propostas pelo adminis-
trador judicial e homologadas pelo juiz, observado o princípio da boa-fé para solução construtiva de
consensos, que acarretem maior efetividade econômico-financeira e proveito social para os agentes
econômicos envolvidos; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
h) apresentar, para juntada aos autos, e publicar no endereço eletrônico específico relatório men-
sal das atividades do devedor e relatório sobre o plano de recuperação judicial, no prazo de até 15
(quinze) dias contado da apresentação do plano, fiscalizando a veracidade e a conformidade das
informações prestadas pelo devedor, além de informar eventual ocorrência das condutas previstas
no art. 64 desta Lei; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
Letra e.

041. (2021/FGV/XXXIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Na Comarca de Imperatriz/MA fun-


cionam 4 (quatro) Varas Cíveis, com competência concorrente para o julgamento de causas de
falência e recuperação judicial. Em 22 de agosto de 2019, foi apresentado requerimento de fa-
lência de uma sociedade empresária enquadrada como empresa de pequeno porte, com prin-
cipal estabelecimento naquele município. O requerimento foi distribuído para a 3ª Vara Cível.
Tendo sido determinada a citação do devedor, no prazo da contestação, Coelho Dutra, admi-
nistrador e representante legal da sociedade, requereu sua recuperação judicial, devidamente
autorizado por deliberação dos sócios.
Com base nestas informações, assinale a afirmativa correta.
a) O requerimento de recuperação judicial não está sujeito à distribuição por dependência, po-
dendo ser apreciado por qualquer um dos quatro juízos cíveis da comarca.
b) A distribuição do pedido de falência previne a jurisdição para o pedido de recuperação judi-
cial formulado pelo devedor, de modo que será competente o juízo da 3ª Vara Cível.

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c) Por se tratar de devedor enquadrado como empresa de pequeno porte, há tratamento di-
ferenciado para o pedido de recuperação judicial, estando prevento o juízo que conheceu do
pedido de falência.
d) Como o devedor não se enquadra na definição legal de microempresa (incluído o microem-
preendedor individual), o requerimento de recuperação judicial não está sujeito à distribuição
por dependência.

Segundo a Lei 11.101/05:

Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial impli-


ca:
§ 8º A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial ou a homologação de recupera-
ção extrajudicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de falência, de recuperação judicial
ou de homologação de recuperação extrajudicial relativo ao mesmo devedor.
Letra b.

042. (2018/FGV/XXVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Antes da decretação de falência da


sociedade Talismã & Sandolândia Ltda., foi ajuizada ação de execução por título extrajudicial
por Frigorífico Rio Sono Ltda., esta enquadrada como empresa de pequeno porte.
Com a notícia da decretação da falência pela publicação da sentença no Diário da Justiça, o
advogado da exequente tomará ciência de que a execução do título extrajudicial
a) não será suspensa, em razão do enquadramento da credora como empresa de pequeno porte.
b) está suspensa pelo prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias, contados da publica-
ção da sentença.
c) não será suspensa, em razão de ter sido ajuizada pelo credor antes da decretação da falência.
d) está suspensa, devendo o credor se submeter às regras do processo falimentar e ter seu
crédito verificado e classificado.

Segundo a Lei 11.101/05:

Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial impli-


ca: (...)
§ 4º Na recuperação judicial, as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput
deste artigo perdurarão pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado do deferimento do pro-
cessamento da recuperação, prorrogável por igual período, uma única vez, em caráter excepcional,
desde que o devedor não haja concorrido com a superação do lapso temporal.
Letra d.

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043. (2017/FGV/XXIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO) O empresário individual Ives Diniz,


em conluio com seus dois primos, realizou empréstimos simulados a fim de obter crédito para
si; por esse e outros motivos, foi decretada sua falência.
No curso do processo falimentar, o administrador judicial verificou a prática de outros atos
praticados pelo devedor e seus primos, antes da falência; entre eles, a transferência de bens
do estabelecimento a terceiros lastreados em pagamentos de dívidas fictícias, com nítido pre-
juízo à massa.
De acordo com o enunciado e as disposições da Lei de Falência e Recuperação de Empresas,
o advogado contratado pelo administrador judicial para defender os direitos e interesses da
massa deverá
a) requerer, no juízo da falência, a instauração do incidente de desconsideração da personali-
dade jurídica.
b) ajuizar ação revocatória em nome da massa falida no juízo da falência.
c) ajuizar ação pauliana em nome do administrador judicial no juízo cível.
d) requerer, no juízo da falência, o sequestro dos bens dos primos do empresário como medida
antecedente à ação de responsabilidade civil.

Segundo a Lei 11.101/05:

Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o
conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido
pela massa falida.
Letra b.

044. (2012/FGV/VII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Dentre as alternativas abaixo, indique


aquela que corresponde a um crédito que deve ser classificado como extraconcursal:
a) Multas por infração do Código de Postura Municipal.
b) Custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa tenha sido vencida.
c) Créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial pertencentes a fornecedores de bens
ou serviços que continuaram a provê-lo normalmente após o pedido de recuperação judicial.
d) Os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu
pagamento.

Segundo a Lei 11.101/05:


a) Errada.

Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:

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VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas,
inclusive as multas tributárias.
b) Certa.

Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os
mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a:
IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida.
c) Errada.

Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação ju-
dicial, inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e contratos de
mútuo, serão considerados extraconcursais, em caso de decretação de falência, respeitada, no que
couber, a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.
d) Errada.

Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: VI – créditos quirografá-
rios, a saber: b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados
ao seu pagamento.
Letra b.

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REFERÊNCIAS
CHAGAS, Edilson Enedino das. Direito empresarial esquematizado. 7ª. Ed. – São Paulo: Saraiva
Educação, 2020;

COELHO, Fábio Ulhoa. Novo Manual De Direito Comercial. 31ª Ed. – São Paulo: RT – Revista
dos Tribunais, 2020;

GARRIGUES, Joaquin. Curso de Derecho Mercantil. 7ª. Ed. Bogotá: Temis, 1987, v. 01;

BORGES, João Eunápio. Curso de Direito Comercial Terrestre. Rio de Janeiro: Forense, 1959,
v. 01;

ABREU, Jorge Manuel Coutinho de. Curso de Direito Comercial. Coimbra: Almedina, 1999, v. 01;

FRANCO, Vera Helena de Mello. Manual de direito comercial. São Paulo: RT, 2001, v. 01;

ROCCO, Alfredo. Princípios de Direito Comercial. Tradução de Ricardo Rodrigues Gama. Cam-
pinas: LZN, 2003;

RAMOS, André Luiz Santa Cruz; Direito empresarial / André Luiz Santa Cruz Ramos. – 7. ed. rev.
e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.

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Juiz federal e especialista em Direito Público, Direito Tributário e Sociologia Jurídica. Juiz federal do TRF-1.
Foi juiz federal do TRF-5. Exerceu a advocacia privada e pública. Foi servidor público e assessor de desem-
bargador federal (TRF-1) e ministro (STJ). Atuou no Carf/Ministério da Fazenda (antigo Conselho de Con-
tribuintes) como conselheiro. É formado em Direito e Economia, com especialização em Direito Público,
Direito Tributário e Sociologia Jurídica.

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