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Por:
Adriel Luiz
Bernardo Mendes
Matheus Cavalcante
Vinicius Martins
1. Introdução e conceituação
Personalidade jurídica se baseia na ideia de que uma pessoa, seja ela física ou
jurídica, tenha capacidade de adquirir direitos e assumir deveres na sociedade. Quando se
trata de empresas, entendemos que a personalidade jurídica confere à sociedade uma
existência diversa em relação aos sócios, sendo então uma entidade jurídica
individualizada e autônoma.
Dito isso, existem casos práticos em que os credores possuem provas, ou ao menos
indícios, de que os sócios da sociedade devedora praticaram ou estão praticando atos que
dificultam ou impedem o recebimento do crédito devido, abusando da personalidade
jurídica para se eximir de sua responsabilidade. Portanto, a lei considera a
Desconsideração da Personalidade Jurídica, afastando a proteção patrimonial e
responsabilizando os sócios de forma integral pelos seus débitos.
3. Modalidades de desconsideração
E, após o Código de Processo Civil (Lei 13.105/15) em seu Capítulo IV, que
compreende os Art. 133 ao Art. 137, delimitar e esclarecer a aplicabilidade do incidente
de desconsideração da personalidade jurídica, no dia 20 de setembro de 2019, entrou em
vigor a Lei da Liberdade Econômica (Lei 13.874/19), que, em seu Art. 7º, objetivamente,
elucidou e consolidou tal incidente, alterando a Lei 10.406/02:
“Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados,
instituidores ou administradores. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
"[...] não é coerente com a estudada teoria que os sócios sem poderes de administração,
em princípio, incapazes da prática de atos configuradores do abuso da personalidade
jurídica, possam ser atingidos em seus patrimônios pessoais."
Com todos os fatos e pontos apresentados, a conclusão é que a
teoria da desconsideração de personalidade jurídica nos conceitos apresentados
na Lei de Liberdade Econômica foram de suma importância para a preservação
da atividade empresarial ao trazer conceitos mais objetivos para o ordenamento
jurídico, pois as sociedades em si ganham uma meio de autoproteção mais
refinado, facilitando a fiscalização às pessoas físicas que abusarem da
personalidade jurídica ao definir concretamente os casos previstos. Porém, é
preciso observar que a utilização indiscriminada deste instrumento pode ser
responsável pela concreta desaceleração do desenvolvimento econômico
nacional, desestimulando a atividade empresarial e estimulando a informalidade,
como ensina o Mestre Doutor em Direito pela PUC-SP Fábio Ulhoa Coelho no
seguinte trecho:
Outro ponto a se considerar é que na prática, não é tão simples provar que a fraude
foi cometida, e consequentemente o ponto em que se pode separar o ato ilícito cometido
pela pessoa jurídica da pessoa física não é tão simples de se achar, o que causa
controvérsias e discussões. Logo, em diversos casos, os credores podem sair perdendo
tanto com a demora do processo quanto com uma possível decisão desfavorável.
6. Referências bibliográficas