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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Faculdade de Administração e Ciências Contábeis


Departamento de Contabilidade

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA – ART. 7 - LEI


10.406/02 ART. 49-A E 50 – REFLEXOS DA LEI 13.874/19

Por:
Adriel Luiz

Ana Luiza Pedrazzi

Bernardo Mendes

Matheus Cavalcante

Vinicius Martins
1. Introdução e conceituação

Personalidade jurídica se baseia na ideia de que uma pessoa, seja ela física ou
jurídica, tenha capacidade de adquirir direitos e assumir deveres na sociedade. Quando se
trata de empresas, entendemos que a personalidade jurídica confere à sociedade uma
existência diversa em relação aos sócios, sendo então uma entidade jurídica
individualizada e autônoma.

A personalidade jurídica se divide em duas espécies, em pessoa jurídica de direito


privado e pessoa jurídica de direito público. A de direito privado tem início através da
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro (Art.45 e Art. 985 do Código Civil).
Por exemplo: o início de uma sociedade empresarial, se dá através do registro na Junta
Comercial. Já a pessoa jurídica de direito público se dá início como uma personalidade
jurídica, a partir da vigência da lei que a instituiu.

A personalidade jurídica permite a normalização de diversas empresas que passam


a se tornarem sujeitos de direito e obrigações, dito isso, fazem parte do âmbito jurídico,
sendo protegidas pela legislação.

A personalidade jurídica assegura uma certa autonomia da sociedade, faz dela


independente dos sócios presentes nela. Por outro lado, a pessoa jurídica não se confunde
com pessoas físicas, fazendo com seja possível a ocorrência de fraudes contra credores.
Nesses casos, pode o juiz interferir e suspender a personalidade jurídica da sociedade.

Portanto, a desconsideração da personalidade jurídica consiste no afastamento


temporário, ocasional e excepcional da personalidade jurídica da sociedade empresarial,
a fim de permitir, em caso de abuso ou de manipulação fraudulenta, que o credor lesado
satisfaça, com o patrimônio pessoal dos sócios da empresa, a obrigação não cumprida.

2. Teoria Maior x Teoria Menor

Após as definições de Consideração e Desconsideração da Personalidade Jurídica,


podemos estabelecer que caso a sociedade empresária venha a constituir estado de
Inadimplência, a responsabilidade estará limitada aos bens e patrimônio da sociedade.
Desta forma, os bens pessoais dos sócios estarão protegidos, desde que a circunstância da
Inadimplência seja o mero insucesso da atividade empresária. Tal insucesso, não pode ser
utilizado como pretexto para justificar a quebra da separação do patrimônio pessoal dos
sócios e da sociedade empresária, afinal, tais medidas desestimulariam a atividade
empresária em nosso país. Pois tal segurança é primordial para todo e qualquer
empreendedor que deseja se lançar dentro do mercado, afinal, se toda pessoa que abrisse
sua própria empresa/negócio estivesse sobre o risco iminente de seu patrimônio pessoal
ser afetado, em decorrência do insucesso da atividade empresária, certamente haveria um
fatal desestímulo ao empreendedorismo no nosso País.

Dito isso, existem casos práticos em que os credores possuem provas, ou ao menos
indícios, de que os sócios da sociedade devedora praticaram ou estão praticando atos que
dificultam ou impedem o recebimento do crédito devido, abusando da personalidade
jurídica para se eximir de sua responsabilidade. Portanto, a lei considera a
Desconsideração da Personalidade Jurídica, afastando a proteção patrimonial e
responsabilizando os sócios de forma integral pelos seus débitos.

A Desconsideração da Personalidade da Jurídica é prevista de acordo com a Lei


10.406/ art. 50 do Código Civil e abordada no art. 286 do Código de Defesa do
Consumidor. Este procedimento é amplamente conhecido por toda a nossa doutrina e
jurisprudência como Teoria Maior, trazida pelo Código Civil de 2002. O conceito de
Teoria Maior reflete diretamente no fato de que para a desconsideração ocorrer, é
necessária prova inequívoca do cometimento de fraude ou abuso de direito, abarcado
então pelo artigo 50 do Código Civil. Ainda, com ampla obediência a norma fundamental
do contraditório e da ampla defesa. Ao final, após toda fase instrutória que o magistrado
entender cabível para a apuração da verdade dos fatos, chegando-se à conclusão de que
se houve, ou não, abuso da personalidade jurídica, é que então se decide pelo afastamento,
ou não, da separação patrimonial da empresa envolvida. Recebe o nome de Teoria Maior,
por justamente ser a teoria que é majoritariamente adotada pelos Tribunais de todo País,
pelo simples fato de os julgadores compreenderem os danos e prejuízos que tal
desconsideração traz tanto à pessoa jurídica, quanto a seus sócios, sendo a última via
possível, desde que devidamente constatados os atos fraudulentos.
Em sequência, a desconsideração da personalidade jurídica trazida pelo Código
de Defesa do Consumidor, em seu artigo 2815, nos traz o que os doutrinados chamam de
Teoria Menor da desconsideração, que aborda um procedimento inúmeras vezes mais
agressivo à empresa inadimplente do que a Teoria Maior do Código Civil. Isso porque,
para os tribunais que adotam essa medida o mero inadimplemento, obstrução ou abuso de
direito em face do consumidor, cometido pelo fornecedor, já é motivação suficiente para
que a personalidade jurídica seja devidamente afastada e os sócios respondam
solidariamente pelo débito em questão. As duas teorias são utilizadas, dependendo do
ramo do direito, no Direito Civil geral, se aplica a Teoria Maior, já em outros ramos do
Direito, como por exemplo o trabalhista e tributário, se utiliza a Teoria Menor.

Sendo assim, a Teoria Maior é àquela que preserva a finalidade da


desconsideração da personalidade jurídica, caracterizando a aplicação da desconsideração
apenas quando há abuso de personalidade jurídica devidamente comprovado. Isto
também porque existem outros dispositivos legais, que nos permitem a responsabilização
do sócio, sem que a haja a efetiva desconsideração da personalidade jurídica, dentre esses,
podemos citar os seguintes artigos:

Art. 1.016. Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e


os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções.

Lei 6.404/76 - Art. 158. O administrador não é pessoalmente responsável pelas


obrigações que contrair em nome da sociedade e em virtude de ato regular de gestão;
responde, porém, civilmente, pelos prejuízos que causar, quando proceder:

I – Dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo;

II – Com violação da lei ou do estatuto.

§ 1º O administrador não é responsável por atos ilícitos de outros administradores,


salvo se com eles for conivente, se negligenciar em descobri-los ou se, deles tendo
conhecimento, deixar de agir para impedir a sua prática. Exime-se de responsabilidade o
administrador dissidente que faça consignar sua divergência em ata de reunião do órgão
de administração ou, não sendo possível, dela dê ciência imediata e por escrito ao órgão
da administração, no conselho fiscal, se em funcionamento, ou à assembleia-geral.
§ 2º Os administradores são solidariamente responsáveis pelos prejuízos causados
em virtude do não cumprimento dos deveres impostos por lei para assegurar o
funcionamento normal da companhia, ainda que, pelo estatuto, tais deveres não caibam a
todos eles.

§ 3º Nas companhias abertas, a responsabilidade de que trata o § 2º ficará restrita,


ressalvado o disposto no § 4º, aos administradores que, por disposição do estatuto, tenham
atribuição específica de dar cumprimento àqueles deveres.

§ 4º O administrador que, tendo conhecimento do não cumprimento desses


deveres por seu predecessor, ou pelo administrador competente nos termos do § 3º, deixar
de comunicar o fato a assembleia-geral, tornar-se-á por ele solidariamente responsável.

§ 5º Responderá solidariamente com o administrador quem, com o fim de obter


vantagem para si ou para outrem, concorrer para a prática de ato com violação da lei ou
do estatuto.

Portanto, sobre a Teoria Maior podemos reconhecer seu maior índice de


aplicabilidade. Este que se dá justamente por ser aplicável a todos os procedimentos de
cobrança previstos em nosso ordenamento jurídico brasileiro, desde que demonstrados os
seus requisitos ensejadores. Além disso, esta obedece de maneira clara a norma
fundamental prevista em nossa Carta Magna de 1988 do contraditório e da ampla defesa,
permitindo que a sociedade e sócios desconsideradores contestem o pedido de
afastamento da personalidade jurídica, demonstrando que não foram cometidos os atos
fraudulentos que estão sendo alegados ou que a empresa se tornou inadimplente devido
ao seu mero insucesso.

3. Modalidades de desconsideração

Devido a maior aplicabilidade da Teoria Maior, em todos os procedimentos de


cobrança previstos pelo ordenamento jurídico brasileiro, temos que a Desconsideração da
Personalidade Jurídica abordada por este estudo, até o momento, caracteriza a chamada
modalidade direta ou ordinária da Desconsideração da Personalidade Jurídica. Entretanto,
inúmeras são as maneiras utilizadas pelos devedores para se esquivar do cumprimento de
obrigações, como a ocultação ou confusão de patrimônio, a utilização de “laranjas” e
sociedades controladoras cometendo fraudes e abusos por meio de suas
controladas/filiadas.

A partir deste entendimento, foi necessária a criação de outras modalidades da


Desconsideração da Personalidade Jurídica para responsabilizar os sócios que fazem uso
desses artifícios. A modalidade inversa da desconsideração foi criada quando se entendeu
que a empresa era usada em alguns casos para ocultar patrimônio pessoal dos sócios.
Desta maneira, o patrimônio era blindado de credores pessoais, mas não de credores da
pessoa jurídica, esta aplicação foi compreendida principalmente no Direito de Família.
Um exemplo, é o caso de conjugues que ao possuírem empresa, compravam bens como
veículos e apartamentos no nome da empresa. Assim, em caso de divórcio estes não
entrariam na partilha de bens. A desconsideração neste caso, é responsável por atingir o
patrimônio da empresa e não apenas dos sócios, para que a partilha ocorra de forma justa,
quando provado que aquele patrimônio era de uso pessoal do sócio, e não de uso da
empresa.

Outra modalidade da desconsideração é a indireta, em que grandes grupos ou


conglomerados econômicos agem como controladoras de empresas menores, que se
tornam filiadas ou controladas. Estas, porém, estão à beira da insolvência e são utilizadas
para cometer fraudes e abusos. Configurando-se extensão (“longa manus”) da
controladora, e é por isso que a desconsideração nesse caso, é responsável por atingir não
só o patrimônio das filiadas e controladas, mas a quebra da limitação de patrimônio da
controladora, sendo o patrimônio desta utilizado para quitar obrigações com credores.
Isso, quando comprovado o envolvimento da controladora em fraudes e abusos, que
levaram à inadimplência.

Por último, existe a modalidade expansiva da Desconsideração da Personalidade


Jurídica, essa modalidade tem o escopo de atingir o patrimônio do sócio oculto que se usa
de um terceiro aparente “laranja“ para controlar a sociedade. O sócio oculto se esconde
atrás de um terceiro para não ser responsabilizado pelas obrigações da sociedade. Ao se
aplicar a desconsideração ordinária da personalidade jurídica, o credor da obrigação
encontraria um sócio “laranja” com escasso patrimônio inviabilizando o cumprimento da
obrigação. Já com a desconsideração expansiva, o patrimônio do sócio oculto também é
alçado, aumentando a possibilidade de adimplemento da obrigação.
4. Aplicação da Lei de Liberdade Econômica sobre o tema

Uma vez compreendido o conceito de desconsideração da personalidade jurídica


e todas suas modalidades e aplicações, pode-se acompanhar sua evolução na legislação
ao longo dos anos. No Artigo 50 Código Civil (Lei 10.406/02), era considerado que: “Em
caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério
Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou
sócios da pessoa jurídica.”

E, após o Código de Processo Civil (Lei 13.105/15) em seu Capítulo IV, que
compreende os Art. 133 ao Art. 137, delimitar e esclarecer a aplicabilidade do incidente
de desconsideração da personalidade jurídica, no dia 20 de setembro de 2019, entrou em
vigor a Lei da Liberdade Econômica (Lei 13.874/19), que, em seu Art. 7º, objetivamente,
elucidou e consolidou tal incidente, alterando a Lei 10.406/02:

“Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados,
instituidores ou administradores. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento


lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de
estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em
benefício de todos.

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio


de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou
indiretamente pelo abuso. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da
pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de
qualquer natureza. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os


patrimônios, caracterizada por: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

I - Cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do


administrador ou vice-versa; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

II - Transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto


os de valor proporcionalmente insignificante; e (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. (Incluído pela Lei


nº 13.874, de 2019)

§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão


das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº
13.874, de 2019)

§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que


trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa
jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da


finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica. (Incluído pela
Lei nº 13.874, de 2019)”.

Entre as modificações notáveis, encontram-se a delimitação efetiva de quando


deve se aplicar, além da definição objetiva dos conceitos de desvio de finalidade e
confusão patrimonial, fatores-chave para a aplicabilidade da desconsideração da
personalidade jurídica.

5. Outros detalhes e conclusão


Após observar-se toda essa evolução da legislação sobre desconsideração da
personalidade jurídica ao longo do tempo, cabe destacar dois detalhes interessantes a
serem considerados sobre o tema antes de entrar nas conclusões propriamente ditas:

• É importante diferenciar despersonalização de desconsideração, pois os dois


termos são utilizados por doutrinadores e por jurisprudências como sinônimos
de forma equivocada, como diz este trecho do artigo “ASPECTOS
CONTROVERTIDOS SOBRE A DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA NO CONTEXTO DA LEI DA
LIBERDADE ECONÔMICA” da revista Cognitio Juris, 39ª edição, escrito
por Maria Macena de Oliveira; Jussara Borges Ferreira e Galdino Luiz Ramos
Junior:

“Cumpre ainda fazermos uma diferenciação básica entre os termos desconsideração e


despersonalização, vez que ambos muitas vezes são utilizados de forma equivocada tanto
pela doutrina como também pela jurisprudência dos tribunais nacionais. Apesar da
semelhança ortográfica, os termos possuem significados diversos. Na desconsideração
da personalidade jurídica continua a existir o princípio da autonomia subjetiva da pessoa
jurídica, sendo o mesmo afastado temporariamente em determinado caso concreto. Já
no caso da despersonalização há o completo desaparecimento da pessoa jurídica como
ente autônomo, ou seja, a mesma deixa de existir no mudo do direito, tal como ocorre
quando há a declaração de qualquer tipo de invalidade do contrato social.”

• O STJ, através de decisão da 3ª Turma em fevereiro de 2021, criou


jurisprudência que vedou a desconsideração de personalidade jurídica a sócio
minoritário sem poder de gerência e administração, exceto se comprovada a
confusão patrimonial e evidente má-fé. O ministro Ricardo Villas Bôas diz
em seu voto no acórdão em questão:

"[...] não é coerente com a estudada teoria que os sócios sem poderes de administração,
em princípio, incapazes da prática de atos configuradores do abuso da personalidade
jurídica, possam ser atingidos em seus patrimônios pessoais."
Com todos os fatos e pontos apresentados, a conclusão é que a
teoria da desconsideração de personalidade jurídica nos conceitos apresentados
na Lei de Liberdade Econômica foram de suma importância para a preservação
da atividade empresarial ao trazer conceitos mais objetivos para o ordenamento
jurídico, pois as sociedades em si ganham uma meio de autoproteção mais
refinado, facilitando a fiscalização às pessoas físicas que abusarem da
personalidade jurídica ao definir concretamente os casos previstos. Porém, é
preciso observar que a utilização indiscriminada deste instrumento pode ser
responsável pela concreta desaceleração do desenvolvimento econômico
nacional, desestimulando a atividade empresarial e estimulando a informalidade,
como ensina o Mestre Doutor em Direito pela PUC-SP Fábio Ulhoa Coelho no
seguinte trecho:

"Claro está que muitos empreendedores poderiam ficar desmotivados


em se lançar a novos e arriscados empreendimentos se pudessem
perder todo o patrimônio pessoal caso o negócio não prosperasse. Não
se pode esquecer que fatores relativamente imprevisíveis, sobre os
quais os empresários não têm o menor controle, podem simplesmente
sacrificar a empresa. A motivação jurídica se traduz pela limitação das
perdas, que não devem ultrapassar as relacionadas com os recursos já
aportados na atividade. Essa será a parte do prejuízo dos sócios da
sociedade empresária falida; a parte excedente será suportada pelos
credores, muitos deles empresários e também que exercem atividade de
risco. A limitação das perdas, em outros termos, é fator essencial para a
disciplina da atividade econômica ”.

Outro ponto a se considerar é que na prática, não é tão simples provar que a fraude
foi cometida, e consequentemente o ponto em que se pode separar o ato ilícito cometido
pela pessoa jurídica da pessoa física não é tão simples de se achar, o que causa
controvérsias e discussões. Logo, em diversos casos, os credores podem sair perdendo
tanto com a demora do processo quanto com uma possível decisão desfavorável.
6. Referências bibliográficas

BECKER, Rafael. Comentários sobre Desconsideração da Personalidade Jurídica.


Vinhedo: Jusbrasil, 2019. Disponível em:
https://rafaelbmarson.jusbrasil.com.br/artigos/762278019/comentarios-sobre-
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FERREIRA, Jussara Borges; JUNIOR, Galdino Luiz Ramos; DE OLIVEIRA, Maria


Macena. Aspectos controvertidos sobre a desconsideração da personalidade jurídica
no contexto da lei da liberdade econômica. Cognito Juris, 2022. Disponível em
https://cognitiojuris.com/2022/03/05/aspectos-controvertidos-sobre-a-desconsideracao-
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ODORIZZI, Karine. Análise Crítica da Desconsideração da Personalidade Jurídica


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https://karineo.jusbrasil.com.br/artigos/191519044/analise-critica-da-desconsideracao-
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PURGA, Bruna. STJ decide que não é cabível a desconsideração da personalidade


jurídica para atingir sócio minoritário (sem poder de gerência). Goiânia: Jusbrasil,
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TEIXEIRA, Bruno. Desconsideração Inversa, Indireta e Expansiva da Personalidade


Jurídica. Brasília: Jusbrasil, 2018. Disponível em:
https://bteixeira99.jusbrasil.com.br/artigos/535318952/desconsideracao-inversa-
indireta-e-expansiva-da-personalidade-juridica. Acesso em 01 de jul. de 2022.

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