Você está na página 1de 71

Teoria da

produção–
Produção e custos
no longo prazo

Kaio Vital da Costa


Disciplina: Microeconomia (Contábeis)
Custos de longo prazo
• Agora estudaremos os custos de longo prazo da empresa;
• No longo prazo, uma empresa pode variar tanto a quantidade de
trabalho quanto a quantidade de capital;
• Portanto, no longo prazo, todos os custos da empresa são variáveis;
• O comportamento dos custos de longo prazo depende da função de
produção da empresa, que é a relação entre a produção máxima
alcançável e as quantidades de trabalho e capital.
Custos no longo prazo: economias e
deseconomias de escala
• As formas das curvas de custo de curto prazo são derivadas
diretamente da suposição de um fator de produção fixo;
• À medida que a produção aumenta além de um certo ponto, o fator
fixo (geralmente considerado como a escala fixa de uma fábrica)
causa retornos decrescentes para outros fatores de produção e,
assim, aumenta os custos marginais;
• No entanto, no longo prazo, não existe um fator de produção fixo.
• As empresas podem escolher qualquer escala de produção.
• Eles podem construir fábricas pequenas ou grandes, dobrar ou
triplicar a produção ou sair do mercado totalmente.
Rendimentos de escala
• Retornos crescentes de escala ou economias de escala: situação que
ocorre quando um aumento na escala de produção de uma empresa
leva a menores custos por unidade produzida;
• Retornos constantes de escala: situação que surge quando o aumento
da escala de produção de uma empresa não tem efeito nos custos por
unidade produzida;
• Retornos decrescentes de escala ou deseconomias de escala: situação
que ocorre quando um aumento na escala de produção de uma
empresa leva a maiores custos por unidade produzida.
Fontes de economias de escala
• A maioria das economias de escala que vêm imediatamente à mente são
de natureza tecnológica.
• A produção de carros, por exemplo, seria mais cara por unidade se uma
empresa tivesse que fazer 100 carros por ano manualmente.
• No início do século XX, Henry Ford introduziu técnicas de produção
padronizadas que aumentaram o volume de produção, reduziram os custos
unitários e disponibilizaram os automóveis para um grande número de
pessoas.
• A nova tecnologia não é muito econômica em pequenos volumes de
produção, mas em grandes volumes os custos são reduzidos
significativamente.
• A inovação da Ford forneceu uma fonte de economias de escala em nível
de fábrica para os fabricantes de automóveis
Fontes de economias de escala
• Algumas das economias de escala não são o resultado da tecnologia, mas
sim da eficiência no nível da empresa e do poder de barganha que o
volume de compra e produção traz consigo.
• Empresas muito grandes, por exemplo, podem comprar grandes
quantidades de insumos com desconto em seus preços;
• Eles também têm a capacidade de fabricar alguns de seus próprios insumos
com economias consideráveis ​e certamente podem economizar nos custos
de transporte quando despacham seus itens em grandes quantidades.
• O Wal-Mart se tornou o maior varejista dos Estados Unidos, em parte
devido às economias de escala desse tipo.
• As economias de escala decorrem sobretudo das vantagens que o maior
tamanho das empresas representa e não dos ganhos decorrentes do
tamanho das unidades produtivas.
Caso hipotético
Economias de escala no setor de energia solar
• A preocupação com o meio ambiente e o interesse pelas energias
renováveis ​aumentaram muito o entusiasmo de consumidores e
investidores por energias alternativas, como a eólica e a solar.
• Para ambas as alternativas, o preço das fontes de energia mais
convencionais, como o petróleo, é muito importante.
• À medida que o preço do petróleo sobe, a energia solar, um dos substitutos
do petróleo, torna-se mais viável.
• Mas também há forças em ação no lado dos custos.
• Conforme explica o artigo a seguir, o processo de fabricação de painéis
solares está sujeito a economias de escala, de modo que, à medida que o
uso de painéis solares aumenta, o custo médio de longo prazo de sua
fabricação provavelmente diminuirá.
“Os sistemas de energia solar são compostos de módulos solares, implementos eletrônicos e outros componentes. Os
painéis solares são usados ​em aplicações residenciais, comerciais e industriais. As centrais elétricas em rede que captam
energia solar parecem ser a tendência do futuro. Outros sistemas baseados em energia solar são sistemas de concentração
térmica que transportam fluidos quentes e usam geradores de vapor tradicionais. A demanda por energia solar depende da
existência de preços mais baixos para esse tipo de energia e preços mais altos para o petróleo. Uma combinação de
economias de escala na manufatura juntamente com aumentos nos preços atuais do petróleo irão impulsionar a adoção
da energia solar.”

https://www.prnewswire.com/news-releases/utility-scale-solar-market-shares-strategies-and-forecasts-worldwide-2010-2016-
now-available-at-reportsandreports-97297344.html
Custos médios de produção de painéis solares
Longo Prazo
Produção com dois insumos variáveis
Trabalho

Capital 1 2 3 4 5
1 20 40 55 65 75
2 40 60 75 85 90
3 55 75 90 100 105
4 65 85 100 110 115
5 75 90 105 115 120
Produção no Longo Prazo

q = F(K,L)
Representação Gráfica:

• Isoquantas

– São curvas que representam todas as possíveis combinações de insumos


que geram a mesma quantidade de produto
Longo Prazo
Produção com dois insumos variáveis
Capital
Mapa de isoquantas
por mês 5 E

As isoquantas são dadas


4 pela função de produção
para níveis de produto iguais a
55, 75, e 90.
3
A B C

2
q3 = 90
D q2 = 75
1
q1 = 55
1 2 3 4 5 Trabalho por mês
Longo Prazo
Produção com dois insumos variáveis

Flexibilidade do insumo

Possibilidade de Substituição
Longo Prazo
Produção com dois insumos variáveis

Substituição entre insumos

• A inclinação de cada isoquanta indica a possibilidade de


substituição entre dois insumos, dado um nível
constante de produção.
Produção com dois insumos variáveis

Capital 5
por mês
As isoquantas têm inclinação
2 negativa e são convexas.
4

1
3
1
1
2
2/3 1
q3 =90
1/3 q2 =75
1 1
q1 =55
Trabalho por mês
1 2 3 4 5
Produção com dois insumos variáveis

Substituição entre insumos

• A taxa marginal de substituição técnica é dada por:

TMST = - Variação no capital/Variação no trabalho

TMST = − K (dado um nível constante de q)


L
Produção com dois insumos variáveis
Substituição entre insumos

1. A TMST cai de 2 para 1/3 à medida que a


quantidade de trabalho aumenta de 1 para 5
unidades.
2. Uma TMST decrescente decorre de
rendimentos decrescentes e implica isoquantas
convexas.
Substituição técnica – capital e trabalho

Fonte: https://www.bloomberg.com/news/features/2021-09-21/inside-amazon-amzn-flagship-fulfillment-center-
where-machines-run-the-show?cmpid=socialflow-twitter-
business&utm_medium=social&utm_content=business&utm_source=twitter&utm_campaign=socialflow-organic
Substituição técnica – capital e trabalho

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/09/nova-fabrica-de-chips-na-europa-so-precisa-de-dez-operarios.shtml
TMST e produtividade marginal
• Podemos relacionar ainda a TMST e as produtividades
marginais. Se “subimos” em uma isoquanta a variação de
produção devido a cada variação dos insumos será
respectivamente
• 𝑃𝑚𝑔𝐿 ∆𝐿 : A variação na produção resultante de uma variação na
quantidade de trabalho;
• 𝑃𝑚𝑔𝐾 ∆𝐾 : A variação na produção resultante de uma variação na
quantidade de capital.
Produção com dois insumos variáveis
Substituição entre insumos

O resultado destas duas variações é nulo, já que estamos na


mesma isoquanta:

(PMgL)( L) + (PMgK)( K) = 0


(PMgL)/(PMgK) = - ( K/L) = TMST
Questões para revisão
• As isoquantas podem ser convexas, lineares ou em forma de L. O que cada
uma dessas formas lhe diz quanto à natureza da função de produção? E sobre
a TMST?
• Isoquantas convexas implicam que, dentro de determinada magnitude, uma
quantidade de um insumo pode ser substituída por uma unidade do outro insumo e
a produção pode ser mantida no mesmo nível. Neste caso, a TMST diminui à
medida que nos movemos para baixo ao longo da isoquanta. Isoquantas lineares
implicam que a inclinação, ou a TMST, é constante. Isso significa que o mesmo
número de unidades de um insumo pode sempre ser substituído por uma unidade
do outro insumo e a produção pode ser mantida. Os insumos são substitutos
perfeitos. As isoquantas em forma de L implicam que os insumos são
complementos perfeitos ou que a empresa está produzindo com um tipo de
tecnologia de proporções fixas. Neste caso, a empresa não pode trocar um insumo
pelo outro e, ainda assim, manter o mesmo nível de produção. Por exemplo, a
empresa pode precisar exatamente de 4 unidades de capital para cada unidade de
trabalho; situação em que um insumo não pode ser substituído pelo outro.
Questões para revisão
• Explique o termo “taxa marginal de substituição técnica”. O que
uma TMST = 4 significa?
• A TMST é a quantidade em que se pode reduzir um insumo quando se
aumenta o outro em uma unidade, com o nível de produção mantendo-
se constante. Se a TMST é 4, um insumo pode ser reduzido em 4
unidades enquanto o outro aumenta 1 unidade e a produção é mantida
constante.
Questões para revisão
• Explique por que a taxa marginal de substituição técnica tende a
diminuir à medida que o capital é substituído pelo trabalho.
• À medida que as quantidades dos insumos são alteradas, o produto
marginal de cada um deles se altera. À medida que se acrescenta cada
vez mais trabalho, o produto marginal do trabalho tende a diminuir.
Como o capital foi reduzido, cada unidade do capital remanescente
tende a ser mais produtiva. Portanto, serão necessárias mais unidades
de trabalho para substituir cada unidade de capital. Além disso, à
medida que nos movemos para baixo e para a direita ao longo de uma
isoquanta ao longo da qual a TMST é decrescente, para que a
produção seja mantida constante temos de abrir mão de menos capital
para cada unidade de trabalho adicionada.
Questões para revisão
• O produto marginal do trabalho na produção de chips para
computadores é de 50 chips por hora. A taxa marginal de substituição
técnica de horas de trabalho por horas de maquinário é de 1/4. Qual é o
produto marginal do capital?
• A taxa marginal de substituição técnica é definida como a razão dos
produtos marginais. Nesta questão, conhecemos o produto marginal do
trabalho e a taxa marginal de substituição técnica. Logo, para se determinar
o produto marginal do capital, devem-se substituir os valores do produto
marginal do trabalho e da taxa marginal de substituição técnica na seguinte
fórmula:

• PMgK = 200 chips de computador por hora.


Produção com dois insumos variáveis
Casos Especiais

1. Substitutos Perfeitos
2. Proporções Fixas
Produção com dois insumos variáveis
Isoquantas quando os insumos
Capital
A são substitutos perfeitos
por mês

TMST = cte
B

C
q1 q2 q3
Trabalho
por mês
Produção com dois insumos variáveis
Função de produção de proporções fixas
Capital
por mês

Não é possível substituição.


Única combinação
q3
C
q2
B

K1 q1
A

Trabalho
L1 por mês
Produção com dois insumos variáveis
Exemplo: Uma função de produção para o trigo

• Os agricultores devem escolher entre técnicas de


produção intensivas em capital ou intensivas em
trabalho.
Produção com dois insumos variáveis
Isoquanta que descreve a produção de trigo
Capital O ponto A é mais intensivo em
(horas- capital, e o B é mais intensivo
máquina em trabalho.
por ano) 120
A
100 B
 K = - 10
90
80  L = 260 Produção = 13.800 bushels
por ano

TMST A/B = -(10/260) = 0,04


40

Trabalho
250 500 760 1000 (horas por ano)
Produção com dois insumos variáveis
Isoquanta que descreve a produção de trigo

• Observações:
=> TMST < 1, portanto, o custo do trabalho deve ser menor
do que o custo do capital para que o agricultor substitua
capital por trabalho.
=> Se o trabalho for caro, o agricultor usará mais capital
(exemplo: EUA).
=> Se o trabalho não for caro, o agricultor usará mais
trabalho (exemplo: Índia)
Retornos de escala
• Medição da relação entre a escala (tamanho) de uma empresa e sua
produção.
1. Retornos crescentes de escala: a produção cresce mais do que o dobro
quando há duplicação dos insumos
• Produção maior associada a custo mais baixo (automóveis)

• Uma empresa é mais eficiente do que muitas empresas (utilidades)

2. Retornos constantes de escala: a produção dobra quando há duplicação


dos insumos
• O tamanho não afeta a produtividade

• Grande número de produtores

3. Retornos decrescentes de escala: a produção menos do que dobra quando


há duplicação dos insumos
• Eficiência decrescente à medida que aumenta o tamanho da empresa

• Redução da capacidade administrativa


Custos no longo prazo
• Custo de uso do capital
• Custo de uso do capital = depreciação
econômica + (taxa de juros)(valor do capital)
Custos no longo prazo

Custo de uso do capital

• Exemplo
• A Delta adquire um Boeing 777, com uma vida útil
esperada de 30 anos, por $150 milhões.
• Depreciação econômica anual = $150 milhões/30 = $5
milhões
• Taxa de juros = 10%
Custos no longo prazo

Custo de uso do capital

• Exemplo
• Custo de uso do capital = $5 milhões + (0,10)($150
milhões)
• Ano 1 = $5 milhões + (0,10)($150 milhões) = $20
milhões
• Ano 10 = $5 milhões + (0,10)($100 milhões) = $15
milhões
Custos no longo prazo

Custo de uso do capital

• O preço do bem de capital é sua taxa de custo de uso, dado por


r = taxa de depreciacão + taxa de juros

• Se os mercados são competitivos, essa taxa de custo de uso também corresponde à


taxa de locação se o capital pudesse ser arrendado durante um ano (escritórios);
• O capital adquirido pode ser considerado como se tivesse sido alugado com uma taxa
de locação igual ao custo de uso do capital
Custos no longo prazo
Custo de uso do capital

• Exemplo
• Taxa de depreciação = 1/30 = 3,33% ao ano
• Taxa de retorno = 10% ao ano

• Custo de uso do capital


• r = 3,33 + 10 = 13,33% ao ano
Problema da firma
• Examinaremos agora um problema fundamental com o qual todas as empresas se
defrontam:
• Como selecionar insumos para a obtenção de determinado nível de produção com um
custo mínimo?
• Para simplificarmos, trabalharemos com dois insumos variáveis:
• o trabalho (por exemplo, medido em horas trabalhadas por ano);
• o capital (por exemplo, medido em horas de utilização de máquinas por ano)
Custos no longo prazo
• Escolha de insumos e minimização de custos
• Premissas
• Dois insumos: trabalho (L) e capital (K)
• Preço do trabalho: salário (w)
• Preço do capital
• r = taxa de depreciação + taxa de juros
Custos no longo prazo
• Linha de isocusto
– C = wL + rK
– Isocusto: Linha que descreve todas as
combinações de L e K que podem ser
compradas pelo mesmo custo.
Custos no longo prazo

Linha de isocusto

• Reescrevendo C como uma equação linear que


relaciona K e L:
– K = C/r - (w/r)L K = −(w )
L r
– Inclinação da linha de isocusto:
• É a razão entre o salário e o custo do capital.
• Mostra a taxa à qual podemos substituir trabalho por capital sem alteração
do custo.
Custos no longo prazo
• Escolha de insumos

• Veremos agora como minimizar o custo de


produzir determinado nível de produto.
– Isso será feito por meio da combinação de
isocustos e isoquantas.
Custos no longo prazo
Produção com
Capital A q1 é uma isoquanta custo mínimo
por para o nível de produção q1.
ano A curva de isocusto C0 mostra
todas as combinações de K e L
que custam C0.
K2
A quantidade q1 pode ser
produzida com as
CO C1 C2 são combinações K2L2 ou K3L3.
três linhas Entretanto, essas combinações
de isocusto implicam custo maior
relativamente à
A combinação K1L1.
K1

q1
K3

C0 C1 C2
L2 L1 L3 Trabalho por ano
Custos no longo prazo
Caminho de expansão de uma empresa
Capital
por O caminho de expansão ilustra as combinações de
ano trabalho e capital que apresentam menor custo
para cada nível de produção, e que podem,
portanto, ser utilizadas na obtenção de cada nível
150 Custo = $3.000 de produção no longo prazo.

Custo = Caminho de expansão


$2.000
100
C
75
B
50
300 unidades
A
25
200 unidades

Trabalho por ano


50 100 150 200 300
Função de produção com dois fatores de
produção
• Analisando conjuntamente as ISOQUANTAS e ISOCUSTOS,
observamos que qualquer que seja a despesa (Di), existirão
infinitas combinações dos fatores de produção que resultam
eficientes, e que estão associadas com os pontos onde as
ISOQUANTAS são tangenciadas pelas ISOCUSTOS.
• Ao ligarmos esses pontos, obtemos a LINHA de EXPANSÃO da
FIRMA;
• Essa linha representa o conjunto de pontos que identificam as
combinações de custo mínimo para cada nível de produção.
Custos no longo prazo
Substituição de
insumos quando o
Capital Quando o preço do trabalho
preço de um deles
por aumenta, a curva de isocusto muda
ano torna-se mais inclinada devido
à mudança na inclinação -(w/k).

Isso resulta numa nova combinação de K e L


que minimiza o custo de produzir q.
A combinação B é usada
B no lugar da combinação A.
K2 A nova combinação reflete o custo mais
elevado do trabalho em relação ao capital,
A de modo que ocorre substituição
K1 de trabalho por capital.

q1

C2 C1

L2 L1 Trabalho por ano


Custos no longo prazo

Escolha de insumos
• Isoquantas, isocustos e a função de produção

TMST = - K = PMg L
L PMgK

Inclinação da linha de isocusto = K = −w


L r
PMg L =w
PMg K r
Custos no longo prazo

Escolha de insumos
• A combinação de insumos que apresenta custo
mínimo é dada pela condição:

PMgL = PMgK
w r
• O custo de produzir determinada quantidade é
minimizado quando cada dólar de insumo
adicionado ao processo de produção gera uma
quantidade equivalente de produto.
Custos no longo prazo

Exemplo: Efeito das taxas para


efluentes nas escolhas dos insumos
• Efluentes são subprodutos do processo produtivo.
• Um imposto sobre efluentes é uma taxa que as
empresas devem pagar por cada unidade de
efluente emitida.
• Como um produtor se comportaria diante de um
imposto sobre efluentes?
Custos no longo prazo

Efeito das taxas para efluentes


nas escolhas dos insumos
• O cenário: produção de aço
• Usina de aço localizada às margens de um rio, o que
implica baixos custos de transporte e possibilita fácil
remoção de efluentes.
• O órgão de proteção ambiental dos EUA (EPA) decide criar
um imposto sobre efluentes, com o objetivo de reduzir os
danos ao meio ambiente.
Custos no longo prazo

Efeito das taxas para efluentes


nas escolhas dos insumos
• O cenário: produção de aço
• De que forma a empresa deveria reagir?
Custos no longo prazo
Capital
(horas-máquina
Minimização de custos
por mês) Inclinação da
linha de
diante de uma taxa
5.000 isocusto = -10/40
= -0,25
para efluentes

4.000

3.000

A
2.000

1.000 Produção de 2.000


toneladas de aço por mês

Efluentes
0 5.000 10.000 12.000 18.000 20.000 (galões por mês)
Custos no longo prazo Minimização de custos
diante de uma taxa
Capital para efluentes
(horas-máquina Antes do imposto, a empresa opta por
por mês) Inclinação da
linha de consumir, no processo produtivo,
isocusto = -20/40 10.000 galões de efluentes e
5.000 = -0,50 2.000 horas-máquina de capital
(ponto A).
F
4.000
B A criação do imposto sobre efluentes
3.500 De $10/galão muda a inclinação da
linha de isocusto, aumentando o custo
3.000 relativo dos efluentes. A nova
combinação escolhida é B.
A
2.000

1.000 Produção de 2.000


toneladas de aço por mês
E C
Efluentes
0 5.000 10.000 12.000 18.000 20.000 (galões por mês)
Minimização de custos
• O ponto de tangência mostra que a otimização da produção é
alcançada quando os preços dos fatores e o produto marginal são
proporcionais, com produto marginal equalizado por unidade
monetária;
• Cada um desses pontos mostra a combinação do fator de equilíbrio
para maximizar a produção sujeita à restrição de custo, ou seja,
sujeita a preços de fatores fixos e despesas fixas (em recursos).
Minimização de custos
• Podemos agora falar algumas palavras sobre as encostas de isoquanta
e uma linha de isocusto;
• A inclinação de uma isoquanta dá a taxa marginal de substituição
técnica (TmgST) definida como o aumento na quantidade de um fator
que é necessário para substituir uma redução unitária em outro fator,
quando a produção é mantida constante ao longo de qualquer
isoquanta;
• É também conhecida como a taxa desejada de substituição de fator,
ou seja, a taxa na qual o produtor deseja substituir um fator pelo
outro.
Questão para revisão
• Seja a função de produção: 𝑄 = 2 𝐾𝐿 e considere que os preços
unitários dos fatores L e K são, respectivamente, de 9 e de 4 u.m.
• Calcule as quantidades ótimas de fatores que o empresário deverá
utilizar para produzir um volume de produção de 100 unidades de
produto.
• Trata-se de um problema de otimização: minimizar o custo total para
um volume de produção de 100 unidades.
𝑃𝑚𝑔𝐿 𝑤 𝐾 4 9𝐿
• = → = → 4𝐾 = 9𝐿 → 𝐾 = = 75
𝑃𝑚𝑔𝐾 𝑟 𝐿 9 4
9𝐿 0,5 0,5 100
• 100 = 2 𝐿 → 100 = 3𝐿 → = 33
4 3
Alguns exemplos

Fonte: Fonte: https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---


https://valor.globo.com/opiniao/noticia/2012/02/09/salario dgreports/---dcomm/---
-produtividade-e-estabilizacao.ghtml publ/documents/publication/wcms_762534.pdf
Relação entre salários e produtividade do
trabalho
• De acordo com a economia neoclássica, o salário de um trabalhador
equivale ao produto marginal do trabalho desse trabalhador em
equilíbrio.
• Sob concorrência perfeita, um salário abaixo da produtividade
induziria a empresa a contratar trabalhadores até que seu produto
marginal caísse abaixo da taxa de salário (sob a suposição de retornos
marginais decrescentes).
• Um salário maior do que a produtividade induziria a empresa a
demitir trabalhadores até que o produto marginal dos funcionários
remanescentes aumentasse o suficiente para restaurar o equilíbrio.
Curvas de custo no longo prazo versus curvas
de custo no curto prazo
• Custo médio no longo prazo (CMeLP)
• Retornos constantes de escala
• Se a quantidade de insumos dobra, a produção
também dobra; o custo médio é constante para todos
os níveis de produção.
Curvas de custo no longo prazo versus curvas
de custo no curto prazo

Custo médio no longo prazo

• Retornos crescentes de escala


• Se a quantidade de insumos dobra, a produção mais
do que dobra; o custo médio diminui com o aumento
da produção.
Curvas de custo no longo prazo versus curvas
de custo no curto prazo

Custo médio no longo prazo

• Retornos decrescentes de escala


• Se a quantidade de insumos dobra, a produção aumenta
menos do que o dobro; o custo médio se eleva com o
aumento da produção.
Curvas de custo no longo prazo versus curvas
de custo no curto prazo

Custo médio no longo prazo

• No longo prazo:
• As empresas se caracterizam, inicialmente, por
retornos crescentes de escala e, mais tarde, por
retornos decrescentes, de modo que as curvas de
custo apresentam formato de ‘U’.
Curvas de custo no longo prazo versus curvas
de custo no curto prazo

Custo médio no longo prazo

• O custo marginal de longo prazo determina a


evolução do custo médio de longo prazo:
• Se CMgLP < CMeLP, CMeLP está diminuindo
• Se CMgLP > CMeLP, CMeLP está aumentando
• Logo, CMgLP = CMeLP no ponto de mínimo do
CMeLP
Custos no Longo Prazo
Curvas de custo médio e custo marginal no longo prazo

Custo
(dólares por
unidade de CMgLP
produção)
CMeLP

Produção
Curvas de custo no longo prazo versus curvas de custo
no curto prazo
Custos no longo prazo com economias e deseconomias de escala
Custo
(dólares por CMeCP1 CMeCP3CMeLP
unidade de
produção) CMeCP2
A
$10
$8
B

CMgCP1 Para o nível de produção q1


CMgCP3 o tamanho escolhido da
fábrica seria aquele
CMgLP CMgCP2 associado à curva CMeCP1 ,
e teríamos CMeCP = $8.
O ponto B está localizado na
curva de CMeLP porque refere-se
ao tamanho ótimo da fábrica para
determinado nível de produção.

Q1 Produção
Curvas de custo total médio de curto prazo
e de longo prazo
Custo de Produção e Eficiência no Equilíbrio de
Longo Prazo em Indústria Perfeitamente
Competitiva
1) Em uma indústria perfeitamente competitiva em equilíbrio, o valor do custo
marginal é o mesmo para todas as firmas.
2) Em uma indústria perfeitamente competitiva, com livre entrada e saída, cada
firma terá lucro econômico zero no equilíbrio de longo prazo.
3) O equilíbrio de mercado de longo prazo de uma indústria perfeitamente
competitiva é eficiente: nenhuma transação mutuamente benéfica deixa de ser
explorada.
Lucro contábil versus lucro econômico

• O lucro líquido contábil de uma companhia é a


receita menos o custo explícito e a depreciação.

• O lucro econômico de uma companhia é a


receita menos o custo de oportunidade de seus
recursos. Em geral é um valor menor do que o
lucro contábil.
Questões para revisão
1. Quais são as relações das curvas de custo de curto prazo em uma
empresa?
2. Como o custo marginal muda quando a produção aumenta (a)
inicialmente e (b) no longo prazo?
3. Que implicação a lei dos rendimentos decrescentes tem para a
forma da curva de custo marginal?
4. Qual é a forma da curva CFM e o que a causa?
5. Quais são os formatos das curvas CVM e CTM e por quê?

Você também pode gostar