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3 TEORIA DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO

BIBLIOGRAFIA
EATON, cap.8
PINDYCK, cap.7,
VARIAN, cap. 20, 21

Objetivo: analisar as restrições econômicas impostas às firmas. Pois uma vez


escolhida a tecnologia cabe a firma minimizar os custos relacionados a esta
buscando identificar o nível de produção que maximize os lucros.

3.1 MINIMIZAÇÃO DOS CUSTOS

Os custos de produção de uma firma são determinados pelas condições


físicas de produção, ou seja, pela tecnologia escolhida, pelos preços dos insumos
e pela conduta economicamente eficiente do empresário que busca produzir o
máximo com o menor custo relacionado.
A função de custo é determinada pela quantidade produzida e pelo preço dos
insumos.
C = f (w, r, y)
Essa equação é a Função demanda por fatores condicionada ou derivada,
mede a relação entre os preços, a produção e a escolha ótima. Condicionada
porque a escolha da quantidade de fatores é determinada pelo produto desejado
(Funções hipotéticas)
A minimização dos custos se dá pela observação das isoquantas e isocustos.
Isocusto – mostram várias combinações de insumos que se pode adquirir
com um mesmo dispêndio de recursos monetários.
𝐂 = 𝐊. 𝐫 + 𝐋. 𝐰
𝐂 𝐰
𝐊=− 𝐋
𝐫 𝐫
Onde C/r e C/w interceptos da isocusto e -w/r coeficiente angular.
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Custo contábil ≠ econômico- contadores preocupam com cálculos de


passivos e ativos, economistas com o custo de oportunidade

C/r

y2

y1
L
C/w

Quanto mais elevada a isocusto, maior o gasto ou o custo de produção.


A escolha ótima ou eficiente é aquela para a qual a isoquanta é tangente a
isocusto.
𝐊 𝒘
𝑻𝑴𝑺𝑻 = − =
𝐋 𝒓
A TMST informa que a produtividade de qualquer insumo é limitada.
Considerando y constante, imagine um aumento de L e uma redução de K, então o
acréscimo de produto resultante do aumento de L é
(𝑷𝑴𝒈𝑳). ( 𝐋) onde

(𝐏𝐌𝐠𝐋). (∆𝐋) + (𝐏𝐌𝐠𝐊). (∆𝐊) = 𝟎


Já que y é constante
𝑷𝑴𝒈𝑳 𝐊
=− = 𝑻𝑴𝑺𝑻
𝑷𝑴𝒈𝑲 𝐋

Na minimização de custos
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𝐊 𝒘 𝑷𝑴𝒈𝑳
𝑻𝑴𝑺𝑻 = − = =
𝐋 𝒓 𝑷𝑴𝒈𝑲
OBS: o que está equação nos diz é que na minimização de custos a firma escolhe
a tecnologia (K, L) tal que a última unidade monetária gasta em qualquer insumo
adicionado ao processo produtivo seja igual a unidade adicional de produto.
Podemos escrever
𝑷𝑴𝒈𝑳 𝑷𝑴𝒈𝑲
=
𝒘 𝒓
𝑷𝑴𝒈𝑳
Onde é o produto adicional (y) que resulta do gasto de uma unidade
𝒘

monetária a mais em trabalho


Ex.: se w=10 e y = 20 o PMgL será 2 (produto adicional por unidade
monetária)
Se r= 2 e y = 20 o PMgK será 10, logo é mais vantajoso intensificar o uso
de K em detrimento de L, pois o PMgK> PMgL.
A escolha de insumos que gera custos mínimos é chamada função demanda
condicionada de insumos, que depende do nível de produto e dos preços dos
insumos. Condicionada porque a firma define o nível de produtos na escolha dos
insumos, sendo essa uma função hipotética, que não pode ser observada
diretamente.

Ou, segundo Varian (p.389):


Se y é constante e houver variações nos fatores
(𝐏𝐌𝐠𝐋). (∆𝐋) + (𝐏𝐌𝐠𝐊). (∆𝐊) = 𝟎
Se tivermos operando com C min essas mudanças não poderão diminuir os custos
𝒘. ∆𝑳 + 𝒓. ∆𝑲 ≥ 𝟎 (1)
Do mesmo modo
−𝒘. ∆𝑳 − 𝒓. ∆𝑲 ≥ 𝟎 (2)
A combinação das duas expressões (1 e 2)
𝒘. ∆𝑳 + 𝒓. ∆𝑲 ≡ 𝟎
A resolução para . ∆𝑲/∆𝑳
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∆𝑲 𝒘 𝑷𝑴𝒈𝑳
=− =
∆𝑳 𝒓 𝑷𝑴𝒈𝑲

Essa é a função demanda condicionada por fatores

3.2 CUSTOS DE PRODUÇÃO DE CURTO PRAZO

No curto prazo, trabalha-se com insumos fixos e variáveis, a minimização dos


custos pode ser expressa como:
Minimizando w.L pela escolha de L
Respeitando a restrição y = PT (1, L)
Sendo w e r constantes C= f(y)
Ou seja, escolhe-se a quantidade de trabalho L de forma a minimizar wL o
custo variável, sujeito a restrição que a firma produz Y unidades de produto.

Em A a firma decide por produzir 60 unid, logo contrata 3 L, a partir do raio


(linha tracejada D’) no gráfico B vemos 3 L custarão 3 W, então a curva do CV será
(y, wL), ou seja, gráficos B e C do produto e do CV em D
Faz se isso para todos os pontos do PT para derivar o CV.
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3.2.1 Conceitos, Funções e Representação Gráfica dos Custos de Curto


Prazo

Objetiva-se identificar como as funções de custos herdam as propriedades


das funções de produto.
Custos Fixos – são aqueles que se mantém constantes independentemente
do nível de produção, pois mesmo que não se produza serão pagos.
CF = r. K
Custos Variáveis – são aqueles que variam quando a produção se modifica.
CV(y) = w. L
Custos totais – é o custo associado a cada nível de produção, sendo a soma
dos custos fixo e variável.
CT = CF + CV(y)

- até o ponto de inflexão o PT cresce


a taxas crescentes, cada trabalhador
contribui significativamente para o
aumento do PT.
-CV e o CT crescem, pois, a
contratação eleva os gastos com
salários só que numa velocidade
menor.

- do ponto de inflexão à diante, é


necessário mais L para elevar PT e
os custos passam a crescer
rapidamente (lei dos rendimentos
decrescentes).
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Podemos analisar a participação de cada insumo como constituinte dos


custos por unidade de produto. Esses são significativos quando comparados com o
preço do produto, pois quase sempre o preço é determinado por unidade.

Custo Fixo Médio – o custo fixo por unidade de produto é obtido pela divisão
do custo fixo total pela produção.
𝐶𝐹
𝐶𝐹𝑀𝑒 = 𝑦

Como o CF é constante, à medida que a produção aumenta o custo fixo por unidade
de produto declina, tendendo a zero.

Custo Variável Médio – é o custo variável por unidade de produto.


𝐶𝑉
𝐶𝑉𝑀𝑒 = 𝑦

O CVMe reflete a Lei dos Rendimentos Decrescentes, pois primeiro é preciso


menos recursos variáveis adicionais para produzir as primeiras unidades de
produto, logo o CVMe diminui; depois o CVMe aumenta, pois, será preciso mais
recursos adicionais para se ampliar a produção.

Custo Médio Total - é o custo total por unidade de produto, ou o custo


unitário do produto.
CMe = CFMe + CVMe
CMe = CT / y
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$
• O CMe é o
somatório dos
custos CFMe e
CVMe
• Quando as curvas
de CFMe e CVMe
declinam o CMe é
CMe decrescente.
• Quando a curva de
CVMe CVMe cresce, ela
mais do que
compensa a
redução do CFMe,
logo a CMe
também cresce.

CFMe

Custo Marginal – mede a variação do custo total para uma unidade adicional
do produto.
𝐂𝐓
𝑪𝑴𝒈 =
𝐲
Ou seja, o CMg indica as mudanças nos custos decorrentes da decisão de
se produzir uma unidade a mais de produto.
O CMg designa todos os custos incorridos na produção da última unidade de
produção. Ele representa o custo que pode ser poupado ao não se produzir a última
unidade.
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3.2.2 Relações Geométricas


• A distância entre as curvas de CMe e CVMe representa o CFMe,
• À medida que o CFMe decresce estas se aproximam;
• O CMg intercepta as curvas de CMe e CVMe em seus pontos de
mínimo;
• Quando se intensifica a contratação de L, o PMg decresce e os gastos
com w aumentam, a contratação faz com que o CT cresça, logo o
CVMe também cresce.
• As curvas de CMg e CVMe se relacionam inversamente as curvas de
PMeL e PMgL, sendo a representação invertida.
• Enquanto o CVMe decresce o CMg também decresce ( pois a soma-
se a média um número < que a média)
• Quando se entra na área onde o CVMe está aumentando então o
CMg>CVMe pois o CMg> empurra a média para cima
• Se o CMe decresce os CMg são menores que o CMe
• CVMe crescerá pela existência de fatores fixos limitando a produção.
• A área abaixo do CMg representa o CV de produção, pois o CMg
representa o custo adicional (no cp representa o CV)
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3.3 CUSTOS DE PRODUÇÃO DE LONGO PRAZO

O longo prazo é entendido como um horizonte de planejamento, onde se


escolhe e avalia novas condições para operação no curto prazo.
Nesse período de tempo a firma opta por modificar sua escala produtiva,
tornando todos os insumos variáveis; ou seja, a firma altera a capacidade de sua
planta produtiva.
A escolha de uma nova planta de produção está condicionada ao custo
unitário do produto.
Onde no longo prazo, a firma tem que operar com custos tão pequenos ou
menores que no curto prazo.

Custo Médio de Longo Prazo – é envoltório inferior das curvas de CMe de


curto prazo.
Para cada nível ótimo de produção está associado um único tamanho ótimo
de planta produtiva. Ou seja, cada planta nos fornece apenas um nível de produto
para cada custo unitário mínimo.

O formato de U decorre de rendimentos decrescentes de escala na 1.ª fase (onde


um aumento da produção se dá numa proporção maior que o aumento no emprego
dos insumos) e rendimentos decrescentes na 2.ª fase (onde para aumentar a
produção tem-se que aumentar emprego de insumos maior)
Economias de Escala – ocorrem quando o CMe é decrescente, onde
observa-se que a firma é capaz de duplicar a produção sem dobrar o uso de
insumos. Obtida pela produção em massa, quando a produção aumenta vários
fatores poderão acarretar CMe de produção menores.
Deseconomias de Escala – representadas pelo CMe crescente, onde para
dobrar a produção os custos aumentam mais que o dobro.
Custo Marginal de Longo Prazo – mede a variação no custo total de longo
prazo à medida que a produção aumenta.
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A curva de CMg de longo prazo é determinada pela curva de CMe de longo


prazo, sendo que:
• Quando CMe decresce o CMg situa-se abaixo,
• Quando o CMe cresce o CMg situa-se acima.

Economias de Escopo – ocorre quando a firma utiliza sua planta na


produção de vários produtos e com esta planta ela obtêm um produto maior que se
produzisse em firmas diferentes.

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